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14 de janeiro de 2018

Lição 3: A Superioridade de Jesus em relação a Moisés

Material de apoio gratuito aos professores e alunos de escola dominical


Plano de aula preparado por Francisco Barbosa. Pode ser baixado e usado como desejar.
- Estamos mudando para nos adaptar às normas da ABNT -

Lição 3
21 de Janeiro de 2018
A Superioridade de Jesus em relação a Moisés
Comentário
INTRODUÇÃO
O autor dá início ao capítulo três fazendo um contraste entre Moisés e Cristo. Ele estava
consciente da grande estima que seus compatriotas tinham pela figura do grande legislador
hebreu, Moisés. Em nenhum momento desse contraste o autor deprecia a pessoa de Moisés,
mas sempre o coloca como um homem fiel a Deus na execução de sua obra. Entretanto, mesmo
tendo assumido a grande missão de conduzir o povo rumo à Terra Prometida, Moisés não
poderia se equiparar a Jesus, o Autor da nossa fé. O contraste entre Moisés e Cristo é bem
definido: Moisés é visto como um administrador da casa, Jesus como Edificador; Moisés é
retratado como servo, Jesus como Filho; Moisés foi enviado em uma missão terrena, Jesus numa
missão celestial, eterna. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 3, 21 jan 18)

Como já exposto nas lições anteriores, os crentes hebreus estavam enfrentando um


esfriamento na fé e pensando em abandonar a fé voltando ao judaísmo. Numa época de intensa
perseguição e dificuldade para os cristãos “… Naquele dia, levantou-se grande perseguição
contra a igreja em Jerusalém; e todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da
Judéia e Samaria” (At 8.1).
“[...]No capítulo 1 de Hebreus, o autor afirmou que Jesus é superior tanto aos outros profetas de
Deus como aos anjos. Ele continua sua afirmação no capítulo três, observando que Jesus é
superior até mesmo a Moisés! Os judeus tinham muito respeito por Moisés, porque ele recebeu
a velha lei de Deus e o escritor de Hebreus reconhece sua fidelidade. Mas Jesus é superior até
mesmo a Moisés, do mesmo modo que o construtor de uma casa tem mais honra do que a casa
que ele constrói (3:3), assim como o filho do dono da casa é superior a um servo daquela casa
(3:1-6). De fato, é sua casa! O escritor fala da igreja (3:6- “qual casa somos nós”; veja também 1
Timóteo 3:15). Mais tarde, no livro, o escritor estenderá este argumento da superioridade de
Jesus, observando que sua aliança é também superior àquela dada através de Moisés (capítulos
9 e 10).” (DVORAK. Allen, O Livro de Hebreus. ©1996. Estudo Textual: Hebreus 3:1-4:16 Um Descanso Permanece. Disponível
em:https://www.estudosdabiblia.net/hebreus.htm#Hebreus 2:1-18. Acesso em 10 jan, 2018)

“Pelo que, santos irmãos, participantes da vocação celestial, considerai o Apóstolo e Sumo
Sacerdote da nossa confissão, Jesus” (3.1). O autor utiliza um ‘Imperativo Afirmativo’
– ‘Considerai’, (“julgar; caracterizar determinada coisa”; “fazer julgamentos”; “Não desprezar;
ter em conta”; “Respeitar; demonstrar respeito por”), para exortar aqueles crentes para que
fixem-se em Jesus; olhem para Jesus. Jesus Cristo é o alvo a ser alcançado, não deveriam olhar
para trás. Jesus é superior à Moisés, é o Apóstolo, o enviado e pontífice da fé que professamos;
Ele é o Sumo Sacerdote, Aquele que faz expiação por nós, que intercede diante de Deus em
nosso favor. Julguem, não desprezem, demonstrem respeito por Aquele que cumprirá o nosso
chamado “celestial”. Ele nos conduzirá para a glória (Hb 2.10). Vamos pensar maduramente a
fé cristã?

TÓPICO l - UMA TAREFA SUPERIOR

1. Uma vocação superior. O autor introduz a seção vv.1-6 tomando como ponto de partida
o que havia dito anteriormente — Jesus era o autor e mediador da nossa salvação (Hb 2.14-18).
Tomando por base esse conhecimento, seus leitores, a quem ele chama afetuosamente de
irmãos santos, deveriam ficar atentos ao que seria dito agora (Hb 3.1). Eles não eram apenas
um povo nômade pelo deserto escaldante à procura da Terra Prometida, mas herdeiros de uma
vocação celestial. Eles deveriam se lembrar de quem os fez aptos e idôneos dessa vocação.
Nesse aspecto, os leitores de Hebreus não deveriam ter dúvida alguma de que Jesus, como
Aquele que os conduzia ao destino eterno, era em tudo superior a Moisés, a quem coube a
missão de conduzir o povo à Canaã terrena. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 3, 21 jan 18)

Moisés foi o líder durante toda a peregrinação de Israel no deserto por 40 anos. Nos relatos
de Êxodo e Deuteronômio podemos ver a dureza de coração e a incredulidade do povo de Israel,
que mesmo experimentado portentosas demonstrações de poder de Yahweh, quando
graciosamente foram libertos sob Moisés, com sinais e prodígios (pragas e abertura do Mar
Vermelho), não hesitavam em olhar para traz e pecar contra Deus. Moisés liderou esse povo de
‘dura cerviz’ ao Monte Sinai onde Deus lhes deu a Lei com grandes demonstrações de poder
(fogo, trovões, sonido), e do Sinai, levou-os à entrada da terra prometida. O autor da carta aos
Hebreus destaca a fidelidade de Moisés na condução do povo bem como para com Deus, mas
como servo. Agora, ele nos faz ver que Cristo é superior a Moisés, porque ele é Filho, o Filho de
Deus, o Criador de todas as coisas. O Novo Testamento está recheado de referências falando
sobre que Cristo é efetivamente Filho de Deus. Aliás, ele é o Filho Unigênito de Deus em
essência, porque não foi gerado por um homem, mas pelo Espírito Santo de Deus.
“DA ESPERANÇA ATÉ O FIM. O evangelho nos ensina que somos salvo em esperança, e
isso nos faz olhar para o futuro e com plena fé ter a certeza que Cristo nos levará para si mesmo
(João 14:2-3). O segredo não está em simplesmente levantar a mão aceitando a Cristo como
Salvador, mas sim, em tê-lo aceito como Senhor, porque quem aceita a Cristo como Senhor, não
faz mais a sua própria vontade, mas a vontade soberana de Deus.” (COMENTÁRIO DO NOVO TESTAMENTO
Versículo Por Versículo, Hebreus 3.6. Disponível em:http://comentarionovotestamento.blogspot.com.br/2017/03/hebreus-36.html. Acesso em 6 jan,
2018)

2. Uma missão superior. O autor pela primeira vez usa a palavra apóstolo em relação a
Jesus (Hb 3.1). A palavra apóstolo se refere a alguém que é comissionado como um
representante autorizado. Não havia dúvida de que Moisés havia sido um enviado de Deus em
uma missão, todavia, ele não foi o "apóstolo da grande salvação". A missão de Moisés foi tirar o
povo de dentro do Egito e conduzi-lo à Terra Prometida, mas a missão de Jesus é a de conduzir
a Igreja à Canaã celestial. A missão mosaica era daqui, a Canaã terrena; a missão de Jesus
possuía uma vocação celestial. Cristo não foi apenas um enviado em uma missão, mas acima
de tudo, o apóstolo da nossa confissão, alguém com autoridade na missão de nos conduzir ao
destino eterno. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 3, 21 jan 18)

O capítulo três começa chamando nossa atenção para os papéis de Jesus como Apóstolo e
Sumo Sacerdote. Apóstolo é uma palavra grega que significa aquele que é enviado, mensageiro
ou embaixador. Aquele que representa a quem o enviou. Este título é aplicado a Cristo somente
neste lugar no Novo Testamento, e enfatiza o fiel cumprimento da missão que o Pai lhe deu (veja
o versículo 2; 10.5-16; Jo 6.38). O capítulo 4 termina encorajando o cristão a conservar-se firme
na sua confissão e apelar para seu Sumo Sacerdote, por auxílio no tempo da necessidade (4:14-
16).
“Com referência a Nm 12.7Moisés e Cristo são comparados quanto à finalidade e contrastados
quanto à honra. Embora privilegiado para falar face a face com Deus e ver a sua forma (Nm
12.8), Moisés era apenas um ‘servo’ na casa de Deus (v. 5). Cristo, porém, como agente da
Criação (1.2,10), merece a honra como o Construtor divino de todas as coisas e ‘como Filho, em
sua casa’ (v. 6).” (Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. Nota textual
Hebreus 3.2-6. Pág. 1466.)

Assim, é garantida nossa chegada à Canaã Celestial, pois Cristo não foi apenas o enviado
com uma missão, mas o enviado para a religião cristã! ‘Confissão’ em 3.1 é uma metonímia, a
coisa professada, isto é, Jesus a quem professamos. Hebreus 4.14 tem um uso semelhante da
palavra, porque os leitores são ordenados a conservarem firme a sua confissão, mais uma vez
com referência a Jesus como Sumo Sacerdote.

3. Uma mediação superior. Depois de afirmar que Jesus era "o apóstolo", o autor também
diz que Ele é o "sumo sacerdote da nossa confissão". Jesus era superior a Moisés, não apenas
em relação à missão, mas também em relação à função que exercia. O autor fará um contraste
mais detalhado entre o sacerdócio de Cristo e o araônico mais adiante, mas aqui os crentes
deveriam ter em mente que a mediação de Jesus era em tudo superior ao sistema mosaico e
levítico. Cristo era o mediador da nossa confissão. A palavra "confissão" traduz o termo original
homoiogia, que tem o sentido primeiro de "concordância". Quando confessamos Jesus como
Salvador, concordamos que Ele em tudo tem a primazia. Ele é o Senhor. Ele é maior do que tudo
e do que todos; Ele, e somente Ele, é a razão do nosso viver. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 3,
21 jan 18)

O autor chama a Cristo de Sumo Sacerdote e o compara ao sumo sacerdote judeu, por ter
se oferecido a si mesmo como o sacrifício pelos pecados (Hb 9.7, 11, 12). Cristo é Sumo
Sacerdote de acordo com a ordem de Melquisedeque, (Cap. 5 e 6), e no capítulo 7, o autor
explica por que Jesus não pertence à ordem Aarônica e sim à ordem segundo Melquisedeque.
O Antigo Testamento esclarece o ofício de um sumo sacerdote como representante dos homens,
entrando na presença do Senhor para oferecer sangue em benefício dos pecadores.
“De conformidade com o propósito do escritor de Hebreus, Jesus é apresentado como um
sumo sacerdote superior aos sacerdotes levitas. Os sumos sacerdotes do Velho Testamento,
oferecendo sangue pelos pecados do povo, eram, eles mesmos, realmente pecadores (Hb 5.1-
3; 7.26-27). Antes que o sumo sacerdote pudesse fazer intercessão pelo povo no Dia da
Expiação, ele tinha que oferecer um novilho pelos seus próprios pecados. Jesus, contudo, ainda
que tentado, era sem pecado (Hb 2.18;4.15;7.26). Ainda mais, Jesus não fica impedido pela
morte em seu serviço como sumo sacerdote. Os sacerdotes do Velho Testamento, sendo
homens, morriam e o serviço de sumo sacerdote era passado ao próximo homem apontado pelo
mandamento da Lei de Moisés. Jesus vive para sempre e é assim capaz de continuar com seu
serviço sacerdotal tanto tempo quanto for necessário (Hb 7.23-25). Até mesmo o local do seu
serviço é superior, sendo um tabernáculo celestial em vez de um físico. Jesus pode entrar na
presença de Deus sem uma nuvem de incenso para protegê-lo porque ele não tem pecado.
Obviamente, o serviço sacerdotal de Jesus é superior em outro ponto importantíssimo. Jesus
não ofereceu diante de Deus o sangue de um animal, um sacrifício inadequado para o perdão
(Hb 10.4). Em vez disso, ele ofereceu seu próprio sangue, assim tornando-se tanto o sacerdote
como o sacrifício (Hb 9.11-12, 28)! Pelo fato de seu sacrifício ter sido adequado para o perdão
dos pecados, precisou ser feito somente uma vez, em contraste com os sacrifícios dos
sacerdotes do Velho Testamento, que eram oferecidos ano após ano (Hb 9.12,24-28;10.10-14).
No tabernáculo e no templo do Velho Testamento, somente o sumo sacerdote podia entrar no
Santo dos Santos, uma vez por ano, sempre com sangue como oferenda pelo pecado. Agora,
contudo, o caminho para o Santo dos Santos celestial está aberto por causa da obra sacrifical
de Jesus. Deus mostrou o significado da morte de Jesus rasgando o véu que separava o Santo
dos Santos do Santo Lugar quando Jesus morreu (Mt 27.51). O privilégio de entrar e habitar na
presença de Deus no céu está disponível a todos através do sangue de Jesus Cristo (Hb 10.19-
22). Assim como Jesus em sua pureza entrou na presença de Deus, também podemos entrar na
presença de Deus purificados pelo sangue de Jesus Cristo. Deus seja louvado por esta
maravilhosa esperança!” ((DVORAK. Allen, Jesus: Perfeito Sumo Sacerdote. Disponível em: https://www.estudosdabiblia.net/d48.htm.
Acesso em 6 jan, 2018)

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TÓPICO II - UMA AUTORIDADE SUPERIOR

1. Construtor, não apenas administrador. O autor destaca que tanto Moisés como Jesus
foram fiéis na "casa de Deus" (Hb 3.2). Eles foram fiéis na missão que lhes foram confiada. Isso
mostra o apreço que o autor possuía pelo legislador hebreu. Todavia, ao se referir a Jesus, o
autor usa a palavra grega aksioô, traduzida como "digno", "valor", "mérito". Duas coisas precisam
ser destacadas no uso desse vocábulo pelo autor. Primeiramente ele quer mostrar que o mérito
de Jesus era maior do que o de Moisés. Nosso Senhor era o construtor do edifício, da casa de
Deus, e não apenas o mordomo, como fora Moisés. Os crentes precisavam enxergar isso e,
assim, valorizarem mais a sua salvação. Por outro lado, ao usar o pretérito perfeito (tempo verbal
grego), ele demonstra que a glória de Moisés era desvanecente, enquanto a de Jesus era
permanente. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 3, 21 jan 18)

A comparação é ressaltada pela declaração de que aquele que estabeleceu a casa é maior
do que a própria casa. Há duas interpretações para quem seja o ‘construtor’. A primeira afirma
que é Jesus, já que Ele está sendo comparado à Moisés, neste caso, a comparação é entre
Jesus, o edificador da casa, e Moisés, a casa que Ele edificou. Uma segunda interpretação
identifica Deus como o edificador, o que é apoiado pelo v. 4.
“A implicação necessária é que Jesus é o construtor da casa e, portanto, que ele é divino (v. 4).
Este texto indica tanto a identidade de Crsito como Deus (‘que a estabeleceu’) quanto a sua
distinção pessoal do Pai (v. 6)”. (Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil,
1999. Nota textual Hebreus 3.2-6. Pág. 1466.)

Talvez haja aqui a idéia de Jesus Cristo como Fundador da Sua casa, a igreja. Ainda que,
não é o caso fazermos nenhuma distinção entre o Pai e o Filho aqui, porque é Deus quem funda
Sua própria casa, mas o faz através do Seu Filho.
“Deve ser notado que a combinação de glória e honra neste versículo corresponde não somente
à citação do Salmo 8 em 2.7, como também ao louvor ao Cordeiro pelos seres viventes em
Apocalipse 5.12-13 (cf. também Ap 4.9, 11; 7.12). Mesmo assim, no presente versículo “glória”
é aplicada às pessoas e “honra” à casa e ao edificador, presumivelmente porque “glória” seria
uma idéia menos apropriada a aplicar a uma construção ou ao seu construto.” (GUTHRIE, Donald.Hebreus
introdução e comentário – Ed Vida Nova e Mundo Cristão. Disponível em:https://teologiaediscernimento.files.wordpress.com/2014/08/hebreus-
introduc3a7c3a3o-e-comentc3a1rio-donald-guthrie.pdf. Acesso em 6 jan, 2018)

2. O perigo de ver, mas não crer. "[...] E viram, por quarenta anos, as minhas obras" (Hb
3.9). Erra quem pensa que só acredita quem vê. Parece que quem muito vê, menos acredita.
Acaba ficando acostumado com o sobrenatural. Para algumas pessoas o sobrenatural se
"naturaliza". É exatamente isso que aconteceu no deserto e era especificamente isso que
acontecera com a comunidade dos primeiros leitores de Hebreus. Tanto Moisés como Jesus
foram poderosos em obras, mas isso não era suficiente para segurar os crentes. É preocupante
quando o cristão se acostuma com o sobrenatural e nada mais parece impactá-lo ou sensibilizá-
lo. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 3, 21 jan 18)

No texto de 3.9 temos uma descrição da desobediência de Israel para lembra-nos contra a
doção de uma atitude fixa de desobediência a Deus.
“Estas foram duas ocasiões clássicas que se destacam na história de Israel como ocorrências
de rebelião contra Deus. A palavra usada para rebelião (parapikrasmos) ocorre no Novo
Testamento somente aqui e no v. 15, e vem da raiz pikros (“amargo”); pode ter sido sugerida
pelo incidente em Meribá, onde a água foi achada amarga. Parece ter sua origem na própria
Septuaginta, para expressar de modo deliberado a provocação contra Deus. Deve ser distinguida
da palavra paralela em SI 95.10 (ARA desgostado), que significa “ter nojo de, aborrecer,”
MM).” (GUTHRIE, Donald.Hebreus introdução e comentário – Ed Vida Nova e Mundo Cristão. Disponível
em:https://teologiaediscernimento.files.wordpress.com/2014/08/hebreus-introduc3a7c3a3o-e-comentc3a1rio-donald-guthrie.pdf. Acesso em 6 jan,
2018)

“E o Senhor disse a Moisés: ‘Até quando este povo me tratará com pouco caso? Até quando
se recusará a crer em mim, apesar de todos os sinais que realizei entre eles? Eu os ferirei com
praga e os destruirei…” (Nm 14.11-12). Deus estava realizando no meio dos israelitas diversos
sinais miraculosos, desde que os tirou do Egito, e, mesmo assim, eles duvidaram do poder de
Deus de conduzi-los à Canaã. Em consequência da incredulidade, infidelidade e desobediência
do povo, Deus fez com que eles levassem 40 anos para atravessar o deserto, até que aquela
geração que saiu do Egito perecesse. Por causa da sua incredulidade, apenas dois entraram na
Terra Prometida: Calebe e Josué. Isso nos serve de lição: Não devemos duvidar da fidelidade e
do poder de Deus.

3. O perigo de começar, mas não terminar. "Estes sempre erram em seu coração e não
conheceram os meus caminhos" (Hb 3.10b). Com essas palavras o autor mostra o perigo de
começar, mas não chegar; de andar, mas se desviar. Alguns do antigo povo de Deus haviam
começado bem, mas terminado mal. Muitos caíram pelo caminho, desistiram da estrada. O
mesmo risco estava ocorrendo com os cristãos neotestamentários — haviam começado bem,
mas corriam o risco de caírem e perderem a fé. Esse alerta é para nós hoje! Como está a tua fé?
(LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 3, 21 jan 18)

A ignorância dos caminhos de Deus naturalmente leva as pessoas a desviar-se deles. O


inverso também é verdade, quando em um estado endurecido de mente torna-se impenetrável à
voz de Deus e leva à ignorância cada vez maior dos Seus caminhos, não porque Deus não os
faça conhecidos, mas, sim, porque a mente endurecida não tem disposição alguma para escutar.
O que era verdadeiro para os israelitas é um comentário sobre todos aqueles que resistem às
reivindicações de Deus. O verdadeiro cristianismo é demonstrado pela perseverança, pela
confiança contínua em Cristo e pela lealdade para com aquele que é a nossa esperança (cf. Cl
1.27). Não é aquele que diz que pertence à casa de Deus que é verdadeiramente salvo, mas sim
aquele que permanece crendo até o fim.

TÓPICO III - UM DISCURSO SUPERIOR

1. O perigo de ouvir, mas não atender. Seguindo a redação da Septuaginta (tradução grega
da Bíblia Hebraica), o autor cita o Salmo 95.7-11 para trazer uma série de advertências. Se o
povo de Deus no Antigo Pacto precisou ser exortado, maior exortação precisava os que tinham
maiores promessas. Primeiramente havia o perigo de ouvir e não atender (Hb 3.7,8). No
passado, o povo de Deus tinha ouvido a mensagem divina; entendido, mas não atendido! O
mesmo erro estava se repetindo. O Espírito Santo, falando profeticamente pela boca do salmista,
advertia os o leitores para que seus corações não se endurecessem. É um apelo atual, porque
o povo de Deus muitas vezes demonstra ser tardio para ouvir. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 3,
21 jan 18)

O autor agora cita o Salmo 95.7-11 e passa a usar numerosas citações e alusões breves a
fim de permanecer dentro do alvo de sua exposição e advertir para ‘não endurecer o coração’. o
Salmo 95.7 diz: “pois ele é o nosso Deus, e nós somos o povo do seu pastoreio, o rebanho que
ele conduz” que se enquadra bem no conceito cristão da igreja como o rebanho de Deus. Mas a
exortação subseqüente contra a imitação do exemplo dos israelitas introduz uma nota severa de
advertência.

2. A humilhação do servo. A humilhação de Jesus teve início com o esvaziamento de sua


glória para tomar a forma de servo e culminou com o sofrimento na cruz (Fp 2.7,8). Sua
humilhação está relacionada aos seus sofrimentos, como o ser perseguido, desprezado pelas
autoridades, discriminado (Jo 1.46), silenciado diante de seus acusadores, açoitado
impiedosamente, injustamente julgado diante de Pilatos e Caifás e, finalmente, crucificado e
morto. Assim se cumpriu cada detalhe da profecia a respeito do Servo Sofredor (Is 53). (LB
CPAD, 1º Trim 2018, Lição 3, 21 jan 18)

Talvez a maior de todas as profecias messiânicas no Tanakh (as Escrituras Hebraicas/o


Antigo Testamento) sobre o advento do Messias judeu seja encontrada no capítulo 53 do profeta
Isaías. Esta seção dos Profetas, conhecida como o "Servo Sofredor", tem sido por muito tempo
enxergada pelos rabinos históricos do Judaísmo como falando do Redentor que um dia viria a
Sião. (Got Questions.org. É ‘o Servo Sofredor’ de Isaías 53 uma profecia sobre Jesus?. Disponível
em:https://www.gotquestions.org/Portugues/servo-sofredor.html. Acesso em 6 jan, 2018).

Cristo deixou a glória do céu - “E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela
glória que tinha contigo antes que o mundo existisse” (Jo 17.5); “Porque já sabeis a graça de
nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua
pobreza enriquecêsseis” (2Co 8.9). - e "fez a si mesmo de nenhuma reputação" (como está na
King James Bible), ao invés de ‘esvaziou’ em nossas traduções na língua portuguesa. ‘Esvaziou’
pode levar a interpretações falsas acerca da Pessoa de Jesus no que diz respeito a Ele, enquanto
Verbo encarnado, está vazio de suas perfeições. Jamais Jesus deixou de ser 100% Deus e 100%
homem. Leia aqui um excelente artigo sobre a Kenosis.

3. O exemplo a ser seguido. Quando andou na Terra, Jesus nos ofereceu o melhor exemplo,
fazendo a vontade do Pai e amando o próximo com um amor sem igual (Jo 4.34; Lc 4.18,19).
Logo, a partir da vida do Salvador, somos estimulados a priorizar o Reino de Deus, a pessoa do
Altíssimo em todas as áreas de nossa vida, não permitindo que nada tome o seu lugar em nosso
coração. Assim, somos instados a amar o próximo na força do mesmo amor que o Pai tem por
nós (Mc 12.30,31). (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 3, 21 jan 18)

Com a kenosis, Jesus forneceu um exemplo de como todos nós devemos viver - em completa
dependência de Deus para tudo, incluindo o conhecimento e a sabedoria que precisamos.
Quaisquer que sejam os privilégios supostos que possuímos devem ser reservados em nosso
serviço para outros. Jesus não se apegou ao Seu trono celestial; Por que devemos nos apegar
aos tesouros terrestres? Devemos estar dispostos a nos esvaziar, assim como Jesus fez.

CONCLUSÃO

Ao mostrar a superioridade de Jesus sobre Moisés, o autor da Carta aos Hebreus não
tencionava exaltar o primeiro e desprezar o segundo, mas pôr em relevo a obra do Calvário, bem
como esclarecer como os crentes devem valorizá-la. Ora, se Moisés que não era divino, que não
se deu sacrificalmente em lugar de ninguém, merecia ser ouvido, então por que Jesus, o Filho
do Deus bendito, Senhor da Igreja e superior aos anjos, não merecia reconhecimento ainda
maior? (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 3, 21 jan 18)

Para concluir, quero ir um pouco mais longe do que o fechamento do comentarista. Gostaria
de refletir em Números 20, a partir do versículo 8, e aplicar as lições do deserto de Zim, para
entendermos ainda melhor a superioridade de Cristo em relação à Moisés. Depois de muitas
lutas e sofrimentos, Moisés não pôde entrar na terra prometida, e o motivo foi a sua
desobediência e, pasmem, sua falta de fé (Nm 20.12; Dt 32.51). A ordem era falar à rocha e não
feri-la. Aquela rocha era um símbolo de Jesus; no sermão da montanha, Jesus é a rocha sobre
a qual o homem prudente edifica sua casa (Mt 7.24-25). Moisés acabou extrapolando sua
autoridade e tomou para ele a glória da água da rocha, porque ele disse ao povo: “Porventura
tiraremos água desta rocha para vós?” Com esta expressão egoísta (“tiraremos”), e uma dúvida
(“porventura”), temos uma ausência total da glória devida a Deus! Por tudo isto, o Filho é superior
ao servo – apesar de ferido, injuriado, injustiçado, deu-se sacrificialmente em lugar do povo...

“... corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para
o Autor e Consumador da fé, Jesus ...” (Hebreus 12.1-2),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Janeiro de 2018
Postado por Francisco Barbosa

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