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O CONFLITO ENTRE NORMAS INTERNAS E INTERNACIONAIS NO

ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO: UMA TOMADA DE


DECISÃO

DO LEGISLADOR CONSTITUINTE.

1 INTRODUÇÃO

A solução do conflito entre as normas internas e internacionais no ordenamento


jurídico Moçambicano uma tomada de decisão o legislador constituinte teve o
cuidado de regular na actual Lei do Trabalho em que prevalece as fontes de
Direito hierarquicamente inferiores, excepto quando estas , sem oposição
daquelas, estabeleçam tratamento mais favoráveis ao trabalhador no n.1 do art.16
da lei n 23/2007 de 1 de Agosto dos tratados internacionais

As teorias que surgiram para explicar o relacionamento entre o Direito interno e o


Internacional, não resolvem o problema da hierarquia dos tratados no
ordenamento jurídico Mocambicano, nem do ponto de vista teórico e nem do
ponto de vista prático.

2 TEORIAS MONISTA E DUALISTA E SUAS CORRENTES

O conflito entre os tratados e as leis de um País, tráz em questão a relação entre o


Direito Interno e o Direito Internacional. Duas teorias tentam explicar essa
relação: a teoria monista e a teoria dualista.

Para a teoria monista, o Direito interno e o Internacional fazem parte de uma


mesma ordem jurídica, pois o Direito é um só. Portanto, não há necessidade que o
País crie uma lei ou pratique um acto formal para recepcionar o conteúdo do
tratado que ratificou como membro da Comunidade Internacional, para que o
mesmo tenha vigência interna. A teoria monista se divide em duas correntes
quando se posiciona quanto à primazia do Direito interno ou Internacional em
caso de conflito de normas: o monismo nacionalista e o monismo
internacionalista.

A teoria do monismo nacionalista, que dá primazia ao Direito interno, surgiu com


Hegel, enquanto a teoria do monismo internacionalista, que dá primazia aoDireito
Internacional, foi desenvolvida pela escola de Viena (Kelsen, Verdross,
Kunz,etc).

O monismo internacionalista de Kelsen, que teve a influência deVerdross,


chamado também de monismo lógico ou normativista, justifica a unicidade do
Direito interno e internacional no próprio Direito, sustentando que o direito
interno deriva do Direito Internacional, que lhe é hierarquicamente superior, e
que, as normas internacionais sempre devem prevalecer no caso de conflito com
as normas internas, pois na pirâmide kelseniana de normas, encontrasse no vértice
o Direito Internacional a norma fundamental pacta sunt servanda, que dá origem e
obrigatoriedade a todas as normas internas do Estado.

Já o monismo nacionalista de Hegel, defende em caso de conflito de normas


internas e internacionais, a primazia do Direito interno ou nacional, pois o Estado
é um ente cuja soberania é absoluta.

O Direito Internacional, segundo o monismo nacionalista, tira a sua


obrigatoriedade do direito interno. É um direito estatal aplicado externamente.

A teoria dualista, que foi estudada por Triepel na Alemanha, e levada para a Itália
por Anzilotti, parte da concepção que o Direito interno e o Internacional são duas
ordens jurídicas autônomas e independentes, sendo que o Estado precisa criar uma
lei para recepcionar em seu ordenamento jurídico o conteúdo do tratado que
ratificou na Comunidade Internacional, para que o mesmo tenha vigência interna,
ou ao menos se manifestar internamente, através do poder competente, realizando
o procedimento chancelador das obrigações que assumiu internacionalmente. Esse
procedimentochancelador seria um Decreto de execução ou um regulamento.

O dualismo entende que não há conflito entre normas internas e internacionais,e


sim conflito entre normas de direito interno, uma vez que um tratado incorporado
ao ordenamento jurídico de um Estado, passa a ser uma norma interna, sendo o
conflito entre o tratado incorporado e as demais normas internas, um conflito de
normas que não interessa ao Direito Internacional.

Anzilotti, segundo Mello, admite em alguns casos que o Direito Internacional


pode ser aplicado no Direito interno de maneira imediata, isto é, sem ser
recepcionado ou incorporado no ordenamento jurídico estatal, no que a sua
doutrina difere da doutrina de Triepel. 1 Garcia diferencia monismo e dualismo
em relação aos efeitos imediatos que os tratados possam ou não produzir no
ordenamento jurídico de um Estado. Afirma oautor: A diferença entre o monismo
e o dualismo fulcra–se naquilo que se convenciou chamar efeito imediato dos
acordos internacionais. No sistema monista, os tratados se inserem no
ordenamento jurídico interno do Estado no exato momento em que adquirem
vigência internacional, independentemente de qualquer transformação ou
procedimento formal de nacionalização, e derrogam as normas internas
conflitantes. Nadogmática dualismo, entretanto, os tratados internacionais,
possuem, quando muito, efeito direto (o próprio texto do acordo é aplicado como
lei nacional), mas nunca efeito imediato, eis que se faz necessária uma
manifestação do poder interno competente para que o acordo adquira vigência
interna. É exatamente este procedimento de nacionalização que caracteriza o
dualismo. 2 Conforme o efeito direto que os tratados possam ou não produzir
internamente, Garcia classifica o dualismo em puro e moderado:nível Infere–se,
também que a distinção entre o dualismo puro e odualismo moderado reside no
chamado efeito direto dos tratados.
No dualismo puro, não se verifica este efeito direto, pois há necessidade de edição
de uma lei (no sentido formal e material)para que o Estado aplique no âmbito
interno aquilo que se comprometeu no âmbito externo. Já no dualismo moderado,
é detectável este efeito direto, já que não há exigência de edição de lei, mas de
simples procedimento chancelador, para que o tratado adquira vigência interna.

Em oposição à teoria do monismo internacionalista, chamado de monismo puro,


surgiu a teoria monista moderada que coloca a norma internacional no mesmo
hierárquico da legislação infraconstitucional, aplicando-se em caso de conflito o
critério cronológico, isto é, a regra “lei posterior revoga lei anterior que com ela
incompatível”.

Os factos reguladores ou conformadores das relações laborais

Estes fornecem critérios de solucoes destituídos da autoridade das norams


jurídicas, mas com forte influencia modeladora na experiencia social das relacoes,
em que referem se alguns elemntos como:

a) Clausulas contratuais gerais


Trata-se dos contratos cujo conteúdo é – em regra, na totalidade – prévia e
unilateralmente elaborado por uma das partes, sendo proposto ao destinatário ou
destinatários, que não podem discuti-lo, estando colocados perante a alternativa
de, aceitando globalmente o clausulado, celebrar o contrato ou, rejeitando-o,
prescindir daquela celebração.
Este elemento não aplicável em Moçambique.

b) Actos organizativos e directivos do empregador

CONCLUSÃO

Adoptando em uma norma auto-aplicável o sistema misto por nós sugerido, a fim
de solucionar o conflito entre as normas internas e internacionais, o legislador
constituinte garantiu a adequação do Moçambique ao Direito Internacional
contemporâneo, a efectividade dos tratados internacionais no ordenamento
jurídico moçambicano através de aprovação e ratificação doa tratados e acordos
internacionais, e a protecção integral dos direitos da pessoa humana.

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