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Gil Vicente viveu entre os séculos XV e XVI; escreveu e representou para D.

Manuel I e
D. João III; testemunhou, por exemplo, a chegada de Vasco da Gama à Índia. Foi um observador
atento da sociedade de quinhentos, escreveu sobre ela, representou-a, riu-se dela e tentou
educá-la. Tudo isto a partir do TEATRO.

O Auto da Barca do Inferno é um Auto de moralidade, ou seja, é uma peça medieval de


cariz religioso, destinada a transmitir aos seus espetadores ensinamentos sobre o Bem e o Mal.
O auto apresenta uma forte crítica social.
Podemos dizer que é uma representação alegórica, pois representa figurativamente o
juízo final.

Uma das características mais importantes do teatro vicentino é o recurso a personagens-


tipo com o intuito de denunciar e moralizar a sociedade, recorrendo à sátira. Estas personagens
representam o coletivo de uma classe, profissão ou estrato social, por exemplo, o Fidalgo
representa um grupo social – a nobreza.

Há também personagens alegóricas - o Diabo e o Anjo – representam conceitos


abstratos como o MAL e o Bem / a CONDENAÇÃO e a SALVAÇÃO.

ESTRUTURA EXTERNA

O Auto da Barca do Inferno foi composto à maneira medieval, sem qualquer divisão.

Porém pode aplicar-se perfeitamente o esquema clássico; tendo em conta a chegada das
personagens, a peça apresenta um ato e onze cenas.

O Auto está escrito em verso de sete sílabas e a rima é emparelhada e interpolada [abbaacca].

ESTRUTURA INTERNA

A peça é composta por um conjunto de ações, contínuas, em que cada uma gira em volta de
uma personagem. Cada cena estrutura-se assim:

- breve apresentação da personagem (exposição);

- interrogatório feito pelo Anjo e/ou Diabo (conflito);

- sentença ditada pelo anjo ou pelo Diabo (desenlace).

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