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Informativo 611-STJ (RESUMIDO)


Márcio André Lopes Cavalcante

DIREITO CONSTITUCIONAL

TRIBUNAL DE CONTAS
Legitimidade do MPTC de impetrar mandado de segurança contra acórdão do
Tribunal de Contas que teria violado prerrogativas institucionais do Parquet

O membro do Ministério Público que atua perante o Tribunal de Contas possui legitimidade e
capacidade postulatória para impetrar mandado de segurança, em defesa de suas
prerrogativas institucionais, contra acórdão prolatado pela respectiva Corte de Contas.
Ex: Procurador de Contas pode impetrar mandado de segurança contra acórdão do Tribunal de
Contas que extinguiu representação contra licitação sem incluí-la em paute e sem intimar o MP.
STJ. 2ª Turma. RMS 52.741-GO, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 8/8/2017 (Info 611).

MINISTÉRIO PÚBLICO
Intimação pessoal dos membros do Ministério Público no processo penal

Atenção! Ministério Público


O termo inicial da contagem do prazo para impugnar decisão judicial é, para o Ministério
Público, a data da entrega dos autos na repartição administrativa do órgão, sendo irrelevante
que a intimação pessoal tenha se dado em audiência, em cartório ou por mandado.
STJ. 3ª Seção. REsp 1.349.935-SE, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 23/8/2017 (recurso
repetitivo) (Info 611).

DEFENSORIA PÚBLICA
A intimação da Defensoria somente se aperfeiçoa com a remessa dos autos mesmo que o
Defensor esteja presente na audiência na qual foi proferida a decisão

Atenção! Defensoria Pública


A LC 80/94 (Lei Orgânica da Defensoria Pública) prevê, como uma das prerrogativas dos
Defensores Públicos, que eles devem receber intimação pessoal (arts. 44, I, 89, I e 128, I).
Se uma decisão ou sentença é proferida pelo juiz na própria audiência, estando o Defensor
Público presente, pode-se dizer que ele foi intimado pessoalmente naquele ato ou será
necessário ainda o envio dos autos à Defensoria para que a intimação se torne perfeita?
Para que a intimação pessoal do Defensor Público se concretize, será necessária ainda a
remessa dos autos à Defensoria Pública.

Informativo 611-STJ (11/11/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 1


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A intimação da Defensoria Pública, a despeito da presença do defensor na audiência de leitura


da sentença condenatória, somente se aperfeiçoa com sua intimação pessoal, mediante a
remessa dos autos.
Assim, a data da entrega dos autos na repartição administrativa da Defensoria Pública é o
termo inicial da contagem do prazo para impugnação de decisão judicial pela instituição,
independentemente de intimação do ato em audiência.
STJ. 3ª Seção. HC 296.759-RS, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 23/8/2017 (Info 611).
STF. 2ª Turma. HC 125270/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 23/6/2015 (Info 791).

DEFENSORIA PÚBLICA
Nos concursos da Defensoria Pública podem ser exigidos três anos de atividade jurídica?

Atenção! Defensoria Pública


O art. 93, I, da CF/88 exige três anos de atividade jurídica para os candidatos nos concursos da
Magistratura. Essa exigência pode ser estendida para os concursos da Defensoria Pública. No
entanto, é indispensável a edição de uma lei complementar prevendo isso (art. 37, I e art. 134,
§ 1º, da CF/88).
Enquanto não for editada lei complementar estendendo a exigência dos três anos para a
Defensoria Pública, continua válida a regra do art. 26 da LC 80/94, que exige do candidato ao
cargo de Defensor Público apenas dois anos de prática forense, computadas, inclusive as
atividades realizadas antes da graduação em Direito.
Desse modo, não é possível que Resolução do Conselho Superior da Defensoria Pública (ato
infralegal) exija três anos de atividade jurídica depois da graduação para os concursos de
Defensor Público.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.676.831/AL, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 05/09/2017 (Info 611).

ÍNDIOS
Não se exige que eventuais interessados na remarcação das terras indígenas
sejam notificados diretamente a respeito da existência do procedimento

Atenção! Concursos federais


A demarcação de terras indígenas é realizada mediante processo administrativo disciplinado
pelo Decreto nº 1.775/96.
Este Decreto não exige que eventuais interessados na demarcação (ex: pessoas que possuem
títulos de propriedade da área a ser demarcada) sejam notificados diretamente a respeito da
existência do procedimento.
Basta que seja publicado um resumo do relatório circunstanciado nos Diários Oficiais da
União e da unidade federada onde se encontra a área sob demarcação - publicação essa que
também deve ser afixada na sede da Prefeitura Municipal da situação do imóvel (art. 2º, § 7º
do Decreto nº 1.775/96). Isso já é suficiente para garantir o contraditório.
Vale ressaltar, no entanto, que nesta publicação deverá constar o nome do interessado ou de
sua propriedade rural (ex: Fazenda Terra Boa).
Assim, não há nulidade em processo de remarcação de terras indígenas por ausência de
notificação direta a eventuais interessados, bastando que a publicação do resumo do relatório
circunstanciado seja afixada na sede da Prefeitura Municipal da situação do imóvel.
STJ. 1ª Seção. MS 22.816-DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 13/9/2017 (Info 611).

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DIREITO ADMINISTRATIVO

CONSELHOS PROFISSIONAIS
Quem pode ser responsável técnico em drogarias

É facultado aos técnicos de farmácia, regularmente inscritos no Conselho Regional de


Farmácia, a assunção de responsabilidade técnica por drogaria, independentemente do
preenchimento dos requisitos previstos nos arts. 15, § 3º, da Lei nº 5.991/73, c/c o art. 28 do
Decreto nº 74.170/74, entendimento que deve ser aplicado até a entrada em vigor da Lei nº
13.021/2014.
Obs: após a Lei nº 13.021/2014 apenas farmacêuticos habilitados na forma da lei poderão
atuar como responsáveis técnicos por farmácias com manipulação e drogarias.
STJ. 1ª Seção. REsp 1.243.994-MG, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 14/6/2017 (recurso repetitivo)
(Info 611).

DIREITO CIVIL

COMPRA E VENDA
Se a pessoa somente foi reconhecida como filha após a alienação ter acontecido,
ela não poderá pleitear a anulação com base no art. 496 do Código Civil

O reconhecimento de paternidade post mortem não invalida a alteração de contrato social com
a transferência de todas as cotas societárias realizada pelo genitor a outro descendente.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.356.431-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 8/8/2017 (Info 611).

RESPONSABILIDADE CIVIL
Demora para ajuizar a ação e quantum dos danos morais

A demora da pessoa em buscar a indenização por dano moral é um fator que, em conjunto com
as demais circunstâncias, pode influenciar na fixação do quantum indenizatório.
Esse entendimento, contudo, não se aplica quando os autores eram menores de idade no
momento do ato ilícito e somente ajuizaram a ação quando completaram a maioridade.
Assim, a demora na busca da compensação por dano moral, quando justificada pela
interrupção prescricional da pretensão dos autores – menores à época do evento danoso – não
configura desídia apta a influenciar a fixação do valor indenizatório.
Ex: João foi atropelado por um ônibus e faleceu, deixando dois filhos: Beatriz (4 meses) e Pedro
(1 ano). 17 anos após o acidente, Pedro e Beatriz ajuizaram ação de indenização por danos
morais contra a empresa de ônibus pela perda de seu pai. O fato de terem esperado completar
a maioridade para proporem a ação não é motivo para que a indenização seja reduzida.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.529.971-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 12/9/2017 (Info 611).

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CURATELA
Necessidade de nomear curador especial ao interditando
mesmo que o MP esteja atuando como fiscal da ordem jurídica
Nulidade do processo de interdição pela não realização do interrogatório (entrevista)

O CPC/1973 previa que quando a interdição fosse requerida pelo Ministério Público, o juiz
deveria nomear ao interditando curador à lide. Assim, em caso de ação de interdição proposta
pelo MP não havia dúvida, o juiz deveria obrigatoriamente nomear curador à lide (curador
especial).
E no caso de ação de interdição proposta por outro legitimado (diferente do MP)? Nesta
situação era necessário nomear curador à lide?
1ª corrente: NÃO. Não seria necessária a nomeação de curador à lide porque o próprio MP já
iria ser o responsável pela defesa dos interesses do interditando. Nesse sentido: STJ. 4ª Turma.
REsp 1.099.458-PR, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 2/12/2014 (Info 553).
2ª corrente: SIM. A participação do MP como custos legis não supre a ausência de nomeação
de curador à lide. Mesmo a ação tendo sido proposta por outro legitimado, seria necessária a
nomeação de curador à lide. Nesse sentido: STJ. 3ª Turma. REsp 1.686.161-SP, Rel. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 12/9/2017 (Info 611).
Com o CPC/2015, não importa, para fins de curador especial, se a ação foi proposta ou não pelo
MP. Se o interditando não apresentar advogado, o juiz deverá, obrigatoriamente, nomear
curador especial mesmo que o autor da ação não tenha sido o MP e mesmo que o Promotor de
Justiça esteja atuando nos autos como fiscal da ordem jurídica.

O juiz poderá dispensar o interrogatório do interditando (atualmente chamado de


“entrevista”) argumentando que este é desnecessário diante das conclusões do laudo médico?
NÃO. A ausência de realização do interrogatório do interditando (atual “entrevista”) acarreta
a nulidade do processo de interdição.
O interrogatório (entrevista) do interditando é medida que garante o contraditório e a ampla
defesa de pessoa que se encontra em presumido estado de vulnerabilidade.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.686.161-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/9/2017 (Info 611).

SUCESSÕES
Parente colateral não possui legitimidade ativa para ação pedindo anulação de adoção realizada
pelo seu parente falecido, caso este tenha deixado companheira viva

Importante!!!
Parentes colaterais (exs: irmão, tios, sobrinhos) não possuem legitimidade ativa para ajuizar
ação pedindo que se anule a adoção realizada pelo seu parente já falecido, no caso em que o
de cujus deixou cônjuge ou companheira viva. Isso porque tais parentes colaterais não terão
direito à herança mesmo que se exclua o filho adotivo. Não terão direito à herança porque o
art. 1.790 do Código Civil, que autoriza os colaterais a herdarem em conjunto com a
companheira sobrevivente, foi declarado inconstitucional pelo STF. Logo, em caso de sucessão
causa mortis do companheiro, deverão ser aplicadas as mesmas regras da sucessão causa
mortis do cônjuge, regras essas que estão previstas no art. 1.829 do CC. Em outras palavras, se
o indivíduo faleceu deixando uma companheira (união estável), esta herdará exatamente
como se fosse esposa (casamento).

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Pelas regras do art. 1.829, se o falecido morreu sem deixar descendentes (filhos, netos etc.) ou
ascendentes (pais, avós etc.), a sua companheira terá direito à totalidade da herança, sem ter
que repartir nada com os demais parentes colaterais (como irmãos, tios, sobrinhos etc.).
Ex: João e Maria viviam em união estável. Decidiram adotar uma criança (Lucas). Logo em
seguida, João faleceu. Seus únicos herdeiros eram Maria e Lucas. Pedro, irmão de João, de olho
nos bens deixados pelo falecido, ingressou com ação pedindo a anulação da adoção de Lucas.
Como o art. 1.790 do CC não vale mais, para Pedro, nada muda juridicamente se conseguir
anular a adoção feita por seu irmão. Ele não terá nenhum ganho jurídico com essa decisão.
Dessa forma, se ele não possui interesse jurídico no resultado do processo, ele não tem
legitimidade para propor esta ação de anulação.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.337.420-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 22/8/2017 (Info 611).

DIREITO DO CONSUMIDOR

CLÁUSULAS ABUSIVAS
Não é abusiva a cláusula que repasse os custos administrativos
assumidos pelo banco para cobrar o consumidor inadimplente

Importante!!!
Não há abusividade na cláusula contratual que estabeleça o repasse dos custos
administrativos da instituição financeira com as ligações telefônicas dirigidas ao consumidor
inadimplente.
Ex: João resolveu tomar um empréstimo junto ao banco. No contrato, há uma cláusula
prevendo que se o contratante atrasar o pagamento das parcelas do empréstimo e, em razão
disso, a instituição financeira tiver que fazer ligações telefônicas ao devedor para cobrar o
débito, o consumidor deverá pagar, além dos juros e da multa, os custos com as ligações
telefônicas. Tal cláusula, em princípio, é válida.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.361.699-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 12/9/2017 (Info 611).

DIREITO EMPRESARIAL

SOCIEDADE LIMITADA
O herdeiro necessário não possui legitimidade para ação de dissolução parcial de sociedade,
salvo se for em defesa de interesse do espólio

O herdeiro necessário não possui legitimidade ativa para propositura de ação de dissolução
parcial de sociedade em que se busca o pagamento de quotas sociais integrantes do acervo
hereditário quando não for em defesa de interesse do espólio.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.645.672-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 22/8/2017 (Info 611).

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SOCIEDADE ANÔNIMA
Definição do “valor justo de mercado” como critério a ser utilizado para o cálculo
do valor de reembolso das ações do acionista dissidente retirante

A definição do valor justo de mercado como critério a ser utilizado para o cálculo do valor de
reembolso das ações do acionista dissidente retirante, por ocasião da incorporação da
companhia controlada, não infringe o disposto no art. 45, § 1º, da Lei nº 6.404/1976 (Lei das
Sociedades por Ações).
A utilização do valor justo de mercado como parâmetro para indenizar as ações de acionista
retirante em caso de incorporação de companhias não fere a Lei das Sociedades Anônimas, e
é possível nos casos em que o valor do patrimônio líquido contábil da empresa incorporada
não reflita fielmente o valor daquelas ações.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.572.648-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 12/9/2017 (Info 611).

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

IMPEDIMENTO
Decisão que não aprecia o mérito não gera impedimento por parentesco entre magistrados

Decisão que não aprecia o mérito não gera impedimento por parentesco entre magistrados.
Ex: em uma ação que tramitava na 1ª instância, o juiz proferiu decisão interlocutória e, contra
ela, o autor interpôs agravo de instrumento. No Tribunal, a relatora deste agravo foi a Des.
Maria. O agravo foi extinto sem julgamento do mérito por um “vício” processual neste recurso.
Passado mais algum tempo, o juiz sentenciou o processo. Contra a sentença, o autor interpôs
apelação e foi sorteado como relator do recurso no Tribunal o Des. João. João é marido de
Maria. Mesmo assim ele não está impedido de julgar porque sua esposa não apreciou o mérito
da causa no julgamento anterior.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.673.327-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/9/2017 (Info 611).

DIREITO PENAL

PECULATO
Os valores apropriados possuem natureza semelhante a de tributos,
devendo ser suspensa a ação penal enquanto perdurar o parcelamento da dívida

A ação penal que apura a prática de crime de peculato de quantia de natureza sui generis com
estreita derivação tributária, por suposta apropriação, por Tabelião, de valores públicos
pertencentes a Fundo de Desenvolvimento do Judiciário deve ser suspensa enquanto o débito
estiver pendente de deliberação na esfera administrativa em razão de parcelamento perante
a Procuradoria do Estado.
STJ. 6ª Turma. RHC 75.768-RN, Rel. Min. Antônio Saldanha Palheiro, julgado em 15/8/2017 (Info 611).

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CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA


Extinção da punibilidade pelo pagamento integral de débito mesmo após o trânsito em julgado

Importante!!!
O pagamento integral do débito tributário, a qualquer tempo, até mesmo após o trânsito em
julgado da condenação, é causa de extinção da punibilidade do agente, nos termos do art. 9º, §
2º, da Lei nº 10.684/2003.
STJ. 5ª Turma. HC 362.478-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 14/9/2017 (Info 611).
STF. 2ª Turma. RHC 128245, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 23/08/2016.

DIREITO PROCESSUAL PENAL

MINISTÉRIO PÚBLICO
Intimação pessoal dos membros do Ministério Público no processo penal

Atenção! Ministério Público


O termo inicial da contagem do prazo para impugnar decisão judicial é, para o Ministério
Público, a data da entrega dos autos na repartição administrativa do órgão, sendo irrelevante
que a intimação pessoal tenha se dado em audiência, em cartório ou por mandado.
STJ. 3ª Seção. REsp 1.349.935-SE, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 23/8/2017 (recurso
repetitivo) (Info 611).

DEFENSORIA PÚBLICA
A intimação da Defensoria somente se aperfeiçoa com a remessa dos autos mesmo que o
Defensor esteja presente na audiência na qual foi proferida a decisão

Atenção! Defensoria Pública


A LC 80/94 (Lei Orgânica da Defensoria Pública) prevê, como uma das prerrogativas dos
Defensores Públicos, que eles devem receber intimação pessoal (arts. 44, I, 89, I e 128, I).
Se uma decisão ou sentença é proferida pelo juiz na própria audiência, estando o Defensor
Público presente, pode-se dizer que ele foi intimado pessoalmente naquele ato ou será
necessário ainda o envio dos autos à Defensoria para que a intimação se torne perfeita?
Para que a intimação pessoal do Defensor Público se concretize, será necessária ainda a
remessa dos autos à Defensoria Pública.
A intimação da Defensoria Pública, a despeito da presença do defensor na audiência de leitura
da sentença condenatória, somente se aperfeiçoa com sua intimação pessoal, mediante a
remessa dos autos.
Assim, a data da entrega dos autos na repartição administrativa da Defensoria Pública é o
termo inicial da contagem do prazo para impugnação de decisão judicial pela instituição,
independentemente de intimação do ato em audiência.
STJ. 3ª Seção. HC 296.759-RS, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 23/8/2017 (Info 611).
STF. 2ª Turma. HC 125270/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 23/6/2015 (Info 791).

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