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Apostila Const Facebook PDF
Apostila Const Facebook PDF
A Casa do Concurseiro
Direito
Constitucional
Prof.
Otávio
Piva
2012
Apoio:
Prof. Otávio Piva Direito
Constitucional
OTÁVIO
PIVA
Capítulo
1
Teoria
Geral
do
Direito
Constitucional
1.1
DIREITO
CONSTITUCIONAL.
NATUREZA.
CONCEITO.
OBJETO.
O
Direito
Constitucional
pertence
ao
ramo
do
Direito
Público,
distinguindo-‐se
dos
demais
ramos
do
Direito
Público
pela
natureza
específica
de
seu
objeto.
Para
Canotilho,
o
Direito
Constitucional
é
um
intertexto
aberto,
ou
seja,
deve
muito
a
experiências
constitucionais,
nacionais
e
estrangeiras;
no
seu
espírito
transporta
ideias
de
filósofos,
pensadores,
políticos;
os
seus
mitos
pressupõem
as
profundidades
dos
arquétipos
enraizados
dos
povos.
O
Direito
Constitucional,
no
entanto,
não
se
dissolve
na
história,
é
um
direito
vigente
e
vivo
e
como
tal
deve
ser
ensinado
(CARVALHO,
2007).
Entende-‐se
que
o
objeto
do
Direito
Constitucional
é
“[...]
estabelecer
a
estrutura
do
Estado,
a
organização
de
seus
órgãos,
o
modo
de
aquisição
do
poder
e
as
forma
de
seu
exercício,
limites
de
sua
atuação,
assegurar
os
direitos
e
garantias
dos
indivíduos,
fixar
o
regime
político
e
disciplinar
os
fins
sócio-‐econômicos
do
estado,
bem
como
os
fundamentos
dos
direitos
econômicos,
sociais
e
culturais"
(SILVA,
2008,
p.
43).
1.2
FONTES
DO
DIREITO
CONSTITUCIONAL
a) Constituição;
Fontes imediatas
b) Leis,
decretos
e
regulamentos
de
conteúdo
constitucional;
c) Costumes
e
as
convicções
sociais
vigentes;
d) Jurisprudência;
Fontes mediatas
e) Doutrina;
f) Princípios
gerais
de
direito.
1.3
ELEMENTOS
DAS
CONSTITUIÇÕES
SEGUNDO
JOSÉ
AFONSO
DA
SILVA
Elementos
orgânicos:
são
normas
reguladoras
da
estrutura
do
Estado
e
do
Poder
(Exemplo:
Capítulo
IV,
Da
Organização
dos
Poderes).
Elementos
limitativos:
impõe
limites
aos
poderes
públicos
(Exemplo:
Título
II,
Dos
Direitos
e
Garantias
Fundamentais).
Elementos
sócio-‐ideológicos:
demonstram
a
ideologia
constitucional
(Exemplo:
Direitos
Sociais
dos
Trabalhadores).
Elementos
de
estabilização
constitucional:
são
as
normas
destinadas
à
defesa
do
Estado
e
à
manutenção
da
estabilidade
(Exemplo:
Intervenção
federal,
Estado
de
Defesa).
Elementos
formais
de
aplicabilidade:
trazem
regras
de
aplicação
da
Constituição
(Exemplo:
art.
5.º,
§
1.º,
ADCT).
LÓGICO-‐JURÍDICO JURÍDICO-‐POSITIVO
1.4.4
Sentido
culturalista
Esta
concepção
parte
do
pressuposto
de
que
todos
os
sentidos
até
agora
abordados
são
interdependentes
e,
por
isso,
o
entendimento
da
Constituição
está
dependente
de
uma
complexidade
de
fundamentos.
Essa
conjunção
leva
à
ideia
de
“Constituição
total”,
ou
seja,
que
considera
todos
os
aspectos
econômicos,
sociológicos,
jurídicos
e
filosóficos
(NOVELINO,
2009).
A
visão
culturalista,
então,
vê
a
Constituição
como
resultante
da
expressão
cultural
de
um
determinado
momento
histórico
e,
simultaneamente,
atua
ela
como
elemento
conformador
dessa
mesma
cultura.
1.4.5
Konrad
Hesse:
a
força
normativa
da
Constituição
Para
KONRAD
HESSE,
as
normas
jurídicas
e
a
realidade
devem
ser
consideradas
em
seu
condicionamento
recíproco.
A
norma
constitucional
não
tem
existência
autônoma
em
face
da
realidade,
e
a
Constituição
não
configura
apenas
a
expressão
de
um
ser,
mas
também
de
um
dever
ser.
Assim,
para
ser
aplicável,
a
Constituição
deve
ser
conexa
à
realidade
jurídica,
social,
política;
no
entanto,
ela
não
é
apenas
determinada
pela
realidade
social,
mas
também
determinante
desta.
1.5
CONCEITO
DE
CONSTITUIÇÃO
Constituição,
segundo
Alexandre
de
Moraes
(2008,
p.
6),
é
a
lei
fundamental
e
suprema
de
um
Estado,
que
contém
normas
referentes
à
estruturação
do
Estado,
à
formação
dos
poderes
públicos,
forma
de
governo
e
aquisição
do
poder
de
governar,
distribuição
de
competências,
direitos,
garantias
e
deveres
dos
cidadãos.
Além
disso,
é
a
Constituição
que
individualiza
os
órgãos
competentes
para
a
edição
de
normas
jurídicas,
legislativas
ou
administrativas.
Rígidas: são aquelas que só podem ser alteradas mediante
processo especial de reforma, normalmente, por meio de
quorum especial, diferenciado do exigido para as demais
normas.
Semirrígidas: algumas regras podem ser modificadas por
processo legislativo ordinário. Outras, somente por processo
legislativo especial.
Flexíveis: podem ser modificadas por processo legislativo
Quanto
à
estabilidade
ordinário, comum.
Super-rígidas: além de possuir um processo legislativo
diferenciado (emendas) para sua modificação, alguns assuntos
seriam imutáveis, por força das cláusulas pétreas (art. 60, §
4.º, CF/88).
Imutáveis: seriam inalteráveis, pois pretenderiam ser
permanentes, eternas.
Material: é composta por princípios e regras que têm por objeto os
direitos fundamentais, a estrutura do Estado, a organização dos
Poderes, a distribuição de competências etc. Traz a organização
fundamental da sociedade e do Estado.
Quanto
ao
conteúdo
Formal: é composta por normas estruturais de organização
fundamental da sociedade e do Estado e, além dessas, por outros
princípios e regras que não teriam essa natureza estruturante. Assim,
independentemente da matéria, todo o conteúdo que foi aprovado
por um processo diferenciado terá caráter constitucional.
Cesaristas: são as referendadas pelo povo, sobre um projeto
Quanto
à
origem
elaborado por um Imperador ou ditador.
Outorgadas: são as produzidas sem a participação popular, através
da imposição do poder.
Analíticas (dirigentes): examinam e regulamentam todos os
assuntos que entendem relevantes à formação, destinação e
Quanto
a
sua
extensão
funcionamento do Estado.
e
finalidade
Sintéticas (garantias): preveem somente os princípios e as
normas gerais de regência do Estado, organizando-o e limitando
seu poder por meio de estipulação de direitos e garantias
fundamentais.
Normativas: são aquelas cujas normas dominam o processo
político, ou seja, em que o poder se adapta às normas
constitucionais e se lhes submete.
Quanto
à
Nominais: são aquelas que não conseguem adaptar as suas
correspondência
normas à dinâmica do processo político, ficando sem
realidade existencial. Em outras palavras: mesmo tendo a
com
a
realidade
intenção de limitar o poder, não conseguem.
ou
ontológica
(Karl
Loewenstein)
Semânticas: apenas formalizam a situação do poder político
existente em benefício exclusivo dos detentores de fato desse
poder.
Aprovação
por
maioria
absoluta.
Aprovação
por
3/5
do
total
de
membros
de
cada
Casa
–
art.
60,
§
2º.
Capítulo
2
Preâmbulo
e
Princípios
Fundamentais
2.1
PREÂMBULO
CONSTITUCIONAL
Relativamente
à
força
jurídica
do
preâmbulo
constitucional,
o
Plenário
do
Supremo
Tribunal
Federal,
no
julgamento
da
ADI
2.076/AC,
(Rel.
Min.
CARLOS
VELLOSO),
reconheceu
que
o
preâmbulo
da
Constituição
não
tem
valor
normativo,
apresentando-‐se
desvestido
de
força
cogente.
O
STF,
no
julgamento
plenário
em
questão,
entendeu
que:
F O
preâmbulo
é
parte
integrante
da
Constituição,
com
todas
as
suas
consequências.
Dela
não
se
distingue
nem
pela
origem,
nem
pelo
sentido,
nem
pelo
instrumento
em
que
se
contém.
Distingue-‐se
(ou
pode
distinguir-‐se)
apenas
pela
sua
eficácia
ou
pelo
papel
que
desempenha.
F Os
preâmbulos
não
podem
assimilar-‐se
às
declarações
de
direitos.
F O
preâmbulo
não
pode
ser
invocado
enquanto
tal,
isoladamente,
nem
cria
direitos
ou
deveres.
Não
há
inconstitucionalidade
por
violação
do
preâmbulo
como
texto;
só
há
inconstitucionalidade
por
violação
dos
princípios
consignados
na
Constituição.
Além
disso,
orienta
Ingo
W.
Sarlet
(2012,
p.
67),
que
o
STF,
em
julgamento
de
2009
(HC
94.163),
entendeu
que
no
âmbito
de
interpretação
e
aplicação
do
direito,
os
valores
e
objetivos
consignados
no
preâmbulo
da
Constituição
podem
ser
invocados
como
reforço
argumentativo,
de
forma
a
justificar
uma
decisão,
desde
que
em
conjunção
com
demais
preceitos
normativos
do
texto
principal
da
Constituição.
2.2
PRINCÍPIOS
FUNDAMENTAIS
Na
doutrina
brasileira
(BASTOS,
2001),
os
Princípios
Fundamentais
são
aqueles
que
guardam
os
valores
da
ordem
jurídica,
não
objetivando
regular
situações
específicas,
mas
para
servir
como
critério
de
interpretação
das
normas
constitucionais
para
o
legislador,
para
o
juiz
e
para
os
próprios
cidadãos.
Objetivam
(BULOS,
2007,
p.
384):
F garantir
a
unidade
da
Constituição;
F orientar
a
ação
do
intérprete,
balizando
a
tomada
de
decisões,
tanto
de
particulares
quanto
dos
Legislativo,
Executivo
e
Judiciário;
F preservar
o
Estado
democrático
de
direito.
F finalmente,
reconhece-‐se
o
direito
ao
erro,
ou
seja,
o
direito
de
todo
indivíduo
de
acreditar
no
que
bem
entender
e
de
levar
a
vida
como
lhe
convier,
com
a
só
condição
de
que
as
suas
escolhas
pessoais
não
causem
prejuízo
a
outrem,
nem
impeçam
o
exercício
de
igual
direito
pelos
demais
integrantes
do
grupo.
Em
síntese,
o
art.
4.º
da
CF/88
possibilita
o
controle
(político)
da
ação
Estatal
por
parte
do
Poder
Legislativo
que
pode,
como
exemplo,
negar
aprovação
a
Tratado
internacional
celebrado
pelo
Presidente
da
República
e,
ainda,
o
controle
repressivo
pelo
Poder
Judiciário
que
poderá,
balizado
por
tais
princípios,
censurar
qualquer
desvio
porventura
ocorrido
nessa
seara.
2.2.4.1
Asilo
Político
O
instituto
do
Asilo
Político
é
regulado
pela
Lei
6.815/80
(art.
28),
o
“Estatuto
de
Estrangeiro”,
segundo
o
qual
o
estrangeiro
admitido
no
território
nacional
na
condição
de
asilado
político
ficará
sujeito,
além
dos
deveres
que
lhe
forem
impostos
pelo
Direito
Internacional,
a
cumprir
as
disposições
da
legislação
vigente
e
as
que
o
Governo
brasileiro
lhe
fixar.
Não
deve
ser
confundida,
contudo,
a
condição
de
ASILADO
POLÍTICO,
com
a
de
REFUGIADO.
Diferenças:
Constitui
exercício
de
um
ato
soberano
do
Trata-‐se
de
instituição
convencional
de
caráter
Estado,
sendo
decisão
política
cujo
universal,
aplicando-‐se
de
maneira
apolítica,
cumprimento
não
se
sujeita
a
nenhum
visando
à
proteção
de
pessoas
com
fundado
organismo
internacional.
temor
de
perseguição.
Capítulo
3
Direitos
e
Garantias
Fundamentais
3.1
A
QUESTÃO
TOPOGRÁFICA
DOS
DIREITOS
E
GARANTIAS
FUNDAMENTAIS
A
Constituição
da
República
classifica
o
gênero
Direitos
e
Garantias
Fundamentais
em
cinco
espécies,
quais
sejam
(LENZA,
2011,
p.
859):
Direitos
Individuais
Art.
5.º
3.1.1 Rompimento
da
Tradição
Constitucional
Formalmente,
a
Constituição
destinou
aos
Direitos
e
Garantias
Fundamentais
todo
o
“Título
II”,
que
inicia
no
art.
5.º
e
se
conclui
no
art.
17.
Ressalta-‐se,
contudo,
que
essa
topografia
é
inovadora
em
relação
a
todas
anteriores
Constituições.
Ocorre
que,
até
1988,
a
tradição
do
Direito
Constitucional
Brasileiro
era
de
inscrever
tais
direitos
na
parte
final
da
Constituição.
3.2
A
EVOLUÇÃO
DOS
DIREITOS
E
GARANTIAS
FUNDAMENTAIS
-‐
AS
DIMENSÕES
A
doutrina
tradicional
procura
classificar,
quanto
à
evolução,
os
direitos
em
gerações.
Contudo,
cada
vez
mais,
ganha
força
a
classificação
em
DIMENSÕES
e
não
em
“gerações”,
considerando-‐se
que
entre
cada
dimensão
não
existe
uma
rígida
e
clara
separação
como
a
expressão
“gerações”
pode
dar
ensejo.
De
qualquer
forma,
assim,
a
evolução
dos
direitos
fundamentais
aponta,
hoje,
para
diversos
momentos
históricos:
Observação:
a
literatura
aponta
advertência
ao
reconhecimento
imediato
da
4ª
dimensão
(e
da
5ª
dimensão)
dos
direitos
fundamentais,
pois
“...ainda
aguarda
a
consagração
na
esfera
do
direito
internacional
e
das
ordens
constitucionais
internas...”
(entre
outros,
SARLET,
2012,
p.
263).
3.3
A
CONDIÇÃO
EXEMPLIFICATIVA
DO
“CATÁLOGO
DE
DIREITOS
FUNDAMENTAIS”
O
art.
5.º
da
Constituição
Federal,
por
muitos
chamado
de
o
“Catálogo
de
Direitos”,
não
tem
a
pretensão
de
ser
exaustivo,
ou
seja,
nomear
ali
todos
os
direitos
e
garantias
fundamentais.
Diz
Pinto
Ferreira
(1989,
p.
219)
que
“O
enunciado
dos
direitos
e
garantias
fundamentais
não
é
um
catálogo
completo,
nem
se
apresenta
com
um
numerus
clausus.”
A
condição
de
“numerus
abertus”
do
art.
5.º
pode
ser
justificada
especialmente
pela
norma
do
art.
5.º,
§§
2.º
e
3.º
da
Constituição
Federal.
3.4
O
PRINCÍPIO
DA
RELATIVIDADE
DAS
LIBERDADES
PÚBLICAS
Os
direitos
fundamentais
não
são
absolutos
ou
ilimitáveis,
ao
contrário,
são
relativos
e
passíveis
de
restrição
(STF,
MS
23.452).
Nesse
sentido,
um
direito
fundamental
pode
ser
limitado
internamente
por
seu
próprio
alcance
material
ou
por
uma
norma
restritiva
infraconstitucional
(restrições
indiretamente
constitucionais),
desde
que
prevista
no
próprio
enunciado
do
dispositivo
constitucional
(reserva
legal),
obedecendo
regras
de
competência
para
edição
de
tal
ato
(OLIVEIRA,
2000)
e,
ainda,
havendo
justificação
constitucional
para
a
restrição
(STEINMETZ,
2001,
p.
32).
3.5
COLISÃO
ENTRE
DIREITOS
FUNDAMENTAIS
Segundo
José
Carlos
Vieira
de
Andrade,
“[...]
haverá
colisão
ou
conflito
sempre
que
se
deva
entender
que
a
Constituição
protege
simultaneamente
dois
bens
ou
valores
em
contradição
concreta
[...]”
Ocorre
que
não
há
hierarquia
normativa
entre
os
preceitos
constitucionais,
pois
que
estão
todas
inseridas
dentro
do
mesmo
corpus
constitucional
(CANOTILHO).
Assim,
se
houver
conflito
entre
dois
direitos
fundamentais,
deverá
o
intérprete
utilizar
o
princípio
da
concordância
prática
ou
da
harmonização
que
nada
mais
significa
que
a
aplicação,
ao
caso
prático,
dos
direitos
com
a
necessária
ponderação
(MENDES,
1998)
de
forma
a
reduzir
o
alcance
de
um
deles,
evitando,
assim,
a
completa
destruição
de
um
ou
de
outro.
3.6
A
CONDIÇÃO
DE
CLÁUSULA
PÉTREA
DOS
DIREITOS
E
GARANTIAS
INDIVIDUAIS
Os
direitos
e
garantias
individuais,
por
disposição
do
art.
60,
§
4.º,
IV,
da
Constituição
Federal,
é
núcleo
essencial
imodificável
pela
vontade
do
legislador
constituinte
derivado.
Gilmar
Ferreira
Mendes
(MORAES,
2008,
p.
664),
aponta
que
“[...]
tais
cláusulas
de
garantia
traduzem,
em
verdade,
um
esforço
do
constituinte
para
assegurar
a
integridade
da
constituição,
obstando
a
que
eventuais
reformas
provoquem
a
destruição,
o
enfraquecimento
ou
impliquem
profunda
mudança
de
identidade
[...]”
Oportuna,
contudo,
é
a
observação
de
Manoel
Gonçalves
Ferreira
Filho
(2001),
segundo
a
qual
a
proteção
das
cláusulas
pétreas
não
significa
proibição
de
toda
e
qualquer
modificação
nessas
matérias,
mas
apenas
a
proibição
de
emendas
“tendentes
a
abolir”,
permitindo-‐se,
com
a
devida
cautela
e
proporcionalidade,
e
sempre
sem
prejudicar
o
núcleo
essencial,
venha
a
emenda,
“
[...]
reequacioná-‐los,
modificá-‐los,
alterar
suas
condições
ou
efeitos,
pois
isso
não
é
vedado
pelo
texto
constitucional.”
3.7
SUJEITOS
E
O
ÂMBITO
DE
VALIDADE
DOS
DIREITOS
E
GARANTIAS
FUNDAMENTAIS
Determina
o
art.
5.º,
caput,
da
Constituição
Federal
que
aos
brasileiros
e
aos
estrangeiros
residentes
no
país
são
assegurados
o
direito
à
vida,
à
liberdade,
à
igualdade,
à
segurança
e
à
propriedade.
Contudo,
está
consagrado
que
o
gozo
dos
direitos
fundamentais
por
parte
dos
brasileiros
não
depende
sequer
da
efetiva
residência
no
Brasil,
pois
a
titularidade
dos
direitos
fundamentais
está
ligada
exclusivamente
ao
vínculo
jurídico
da
nacionalidade
(SARLET,
2012,
p.
305).
Esclareça-‐se
que
a
expressão
constitucional
“estrangeiros
residentes
nos
país”
deve
ser
entendida
no
sentido
de
que
a
“[...]
validade
e
a
fruição
dos
direitos
fundamentais
se
exercem
dentro
do
território
brasileiro
[...]”
(FERREIRA,
1989,
p.
59),
o
que
não
exclui
o
estrangeiro
em
trânsito
pelo
Brasil
(BASTOS,
1989).
Quantos
aos
estrangeiros
não
residentes,
ou
seja,
aqueles
que,
não
estão
em
trânsito
ou
temporariamente
no
Brasil,
a
doutrina
é
sensível
a
também
estender
a
titularidade
dos
direitos
fundamentais,
em
especial
invocando
o
princípio
da
universalidade
(SARLET,
2012,
p.
307).
3.9
A
IMPOSSIBILIDADE
DE
PRISÃO
DO
DEPOSITÁRIO
INFIEL
FACE
AO
PACTO
DE
SÃO
JOSÉ
DA
COSTA
RICA.
Mesmo
que
a
Constituição
brasileira
de
1988
tenha,
expressamente,
admitido
a
excepcional
prisão
do
depositário
infiel
(art.
5º,
LXVII),
ganha
destaque
a
o
posicionamento
do
STF
no
sentido
de
que,
considerando
a
adesão
brasileira
a
Acordos
Internacionais
de
direitos
humanos
que
proíbem
essa
modalidade
de
prisão,
que
esse
específico
ponto
da
Constituição
tenha
perdido
sua
aplicabilidade.
São
dois
diplomas
internacionais
que
proíbem
a
prisão
do
depositário
infiel:
o Convenção
Americana
sobre
Direitos
Humanos
(Pacto
de
São
José
da
Costa
Rica)
–
Decreto
678/1992,
e
o Pacto
Internacional
dos
Direitos
Civis
e
Políticos
–
Decreto
592/1992.
Na
medida
em
que
esses
Tratados
Internacionais
não
autorizam
a
prisão
civil
do
depositário
infiel
e,
ainda,
considerando
que
esses
dois
instrumentos
foram
devidamente
aprovados
e
ratificados
pelo
direito
interno
brasileiro,
a
discussão
passou
a
girar
em
torno
de
um
ponto:
o
status
normativo
dos
tratados
e
convenções
internacionais
sobre
direitos
humanos
no
Brasil.
Até
o
momento,
o
STF
(HC
90.172)
têm
reconhecido
o
status
SUPRALEGAL
dos
tratados
e
convenções
internacionais
sobre
direito
humanos.
Com
isso,
em
que
pese
o
Pacto
de
São
José
da
Costa
Rica
e
o
Pacto
Internacional
sobre
Direitos
Civis
e
Políticos
não
terem
força
para
revogar
a
previsão
constitucional
que
prevê
a
prisão
do
depositário
infiel,
essa
modalidade
de
prisão
não
pode
ser
mais
aplicada,
pois
a
força
supralegal
desses
pactos
internacionais
gerou
“efeito
paralisante”
do
Decreto-‐lei
911/1969
e
do
Código
Civil,
que
eram
as
legislações
internas
que
disciplinavam
a
prisão
do
depositário
infiel.
Conseqüentemente,
com
esse
entendimento
do
STF,
está
banida
a
possibilidade
de
prisão
civil
do
depositário
infiel
no
direito
brasileiro.
Em
outras
palavras,
a
possibilidade
de
prisão
do
depositário
infiel,
em
qualquer
modalidade
(judicial
ou
convencional)
é
vedada,
não
porque
foi
revogada
a
Constituição,
mais
porque
não
haveria
mais
nenhuma
lei
eficaz
que
regulasse
a
matéria,
face
aos
pactos
de
direitos
humanos
citados
e
que
operam
com
força
supralegal,
paralisando
a
eficácia
das
leis
internas
sobre
o
tema.
Destaque-‐se
que
a
tese
da
supralegalidade
do
Pacto
de
São
José
da
Costa
Rica
foi
reafirmada
no
julgamento
do
HC
87.585
(Relator
Ministro
Marco
Aurélio,
julgamento
em
03-‐12-‐2008
–
Informativo
531)
e
foi
objeto
da
Súmula
Vinculante
nº
25
do
STF.
Capítulo
4
Direitos
Sociais
A
Constituição
Federal
de
1988,
em
seu
art.
6º,
“caput”,
esclarece
que
são
direitos
sociais
a
educação,
a
saúde,
a
alimentação,
o
trabalho,
a
moradia,
o
lazer,
a
segurança,
a
previdência
social,
a
proteção
à
maternidade
e
à
infância
e
a
assistência
aos
desamparados.
educação
saúde
alimentação
trabalho
moradia
Direitos
Sociais
lazer
(art.
6º)
segurança
previdência
social
proteção
à
maternidade
e
à
infância
assistência
aos
desamparados
4.1
DIREITOS
DOS
TRABALHADORES
A
Constituição
Federal,
em
seu
art.
7º,
enumera
os
direitos
dos
trabalhadores
urbanos
e
rurais
e
estendendo
a
sua
abrangência
a
outros
que
visem
a
melhoria
de
suas
condições
sociais.
Pode-‐se,
entretanto,
fazer
duas
distinções
sistemáticas
quanto
aos
direitos
do
trabalhador:
a
primeira,
é
relativa
aos
direitos
individuais
do
trabalhador
que
a
CF/88
contempla
nos
arts.
7º
e
seus
incisos,
a
segunda,
são
os
direitos
que
os
trabalhadores
exercem
coletivamente,
do
art.
8º
ao
11º.
Segundo
o
art.
457,
estas
são
as
verbas
que
integram
o
salário
:
• comissões
:
é
a
forma
de
salário
condicionada
ao
resultado
do
trabalho
realizado
pelo
empregado,
podendo
ser
ou
não
a
única
forma
de
salário.
• Percentagens:
valor
percentual
concedido
ao
empregado
devido
a
uma
venda.
• gratificações
:
trata-‐se
de
algumas
liberalidades
do
empregador,
a
título
de
gratificação
ou
agradecimento.
Pelo
enunciado
78
do
TST,
integra
o
salário.
• abono
:
é
a
quantia
recebida
pelo
empregado
a
título
de
adiantamento
em
dinheiro,
de
forma
espontânea
e
em
caráter
transitório.
Sua
natureza
salarial
é
inconteste.
• Diárias
que
excedam
50%
do
valor
do
salário
:
são
quantias
pagas
pelo
empregador
para
fazer
frente
às
despesas
de
viagem
e
manutenção
do
empregado,
ocasionadas
em
razão
de
seu
contrato
de
trabalho.
E
segundo
o
mesmo
artigo
457
da
CLT
essas
são
as
verbas
que
não
integram
o
salario:
• Diárias
que
não
excedam
50%
do
valor
do
salário
:
(Definição
em
epígrafe).
• ajudas
de
custo
:
é
uma
indenização
que
tem
por
finalidade
cobrir
as
despesas
que
o
empregado
tem
com
sua
transferência
para
localidade
diversa
daquela
que
tenha
como
domicílio.
4.2.2.
Adicionais
constitucionais
• adicional
de
horas-‐extras
(inc.
XVI):
trata-‐se
do
chamado
adicional
de
serviço
extraordinário,
ou
seja,
quando
sua
duração
exceder
o
horário
normal.
Segundo
determina
a
Constituição
Federal,
será
de,
no
mínimo,
50%,
incidente
sobre
o
salário.
O
Enunciado
291
do
TST
determina
que,
caso
o
serviço
extraordinário
seja
prestado
habitualmente
por
mais
de
1
ano,
a
supressão
de
tal
trabalho
extraordinário
acarreta
ao
empregado
o
direito
de
uma
indenização.
• adicional
noturno
(inc.
IX)
:
é
aquele
devido
ao
empregado
que
trabalhar
no
período
compreendido
entre
as
22h
de
um
dia
até
as
5h
do
dia
seguinte
(para
o
trabalhador
urbano).
O
índice
adicional
será,
neste
caso,
de
20%
sobre
o
salário
contratual
e
observa-‐se
o
horário
reduzida
de
52
minutos
30
segundos.
(Para
o
trabalhador
rural
da
agricultura
o
horário
noturno
é
das
21h
às
5h
e
da
pecuária
é
das
20h
às
4h
e
em
ambos
o
adicional noturno é de 25% sobre o valor da hora normal que não será reduzida).
Se,
por
exemplo,
os
trabalhadores
das
empresas
de
panificação
de
Porto
Alegre
possuem
o
"Sindicato
dos
Panificadores
do
Município
de
Porto
Alegre",
com
base
territorial
somente
na
capital
gaúcha,
nesta
cidade
não
poderá
haver
outro
sindicato
que
representam
os
mesmos
panificadores.
O
mesmo
ocorre
com
as
federações
e
com
as
confederações
sindicais.
4.6.2.1.
Sindicato
É
o
agrupamento
voluntário
ou
associação
de
pessoas
que
visam
a
defesa
e
o
interesse
de
uma
categoria
profissional
ou
econômica.
4.6.2.2.
Federação
É
o
agrupamento
voluntário
ou
associação
de,
pelo
menos,
cinco
sindicatos
da
mesma
categoria
profissional
ou
econômica.
4.6.2.3.
Confederação
É
o
agrupamento
voluntário
ou
associação
de
várias
Federações
da
mesma
categoria
profissional
ou
econômica.
4.6.2.4.
Categoria
profissional
É
o
conjunto
de
trabalhadores
correspondente
à
totalidade
de
empregados
que
exercem
a
mesma
profissão
no
mesmo
setor
economicamente
organizado.
4.6.2.5.
Categoria
econômica
É
o
conjunto
de
empregadores
que
exercem
a
mesma
atividade
ou
integram
uma
mesma
classe
econômica.
4.6.3.
Contribuição
confederativa
(art.
8º,
IV)
Não
pode
ser
exigida
de
quem
não
é
filiado
ao
sindicato.
É
para
o
custeio
do
sistema
confederativo.
4.6.4.
Contribuição
sindical
(art.
8º,
IV,
in
fine)
Pode
ser
exigida
de
quem
não
é
filiado
ao
sindicato.
Assim,
desde
que
prevista
em
lei,
é
obrigatória
e
devida
por
todos
que
participam
das
categorias
econômicas
e
profissionais
ou
mesmo
pelos
profissionais
liberais
representados
pelas
respectivas
entidades,
mesmo
que
não
filiados.
Capítulo
5
Direito
de
Nacionalidade
Art.
12,
I,
a
-‐
Os
nascidos
na
República
Federativa
do
Brasil,
ainda
que
de
pais
estrangeiros,
desde
que
estes
não
estejam
a
serviço
de
seu
país.
É
regra
do
JUS
SOLI:
quem
nasce
em
nosso
território
é
brasileiro
nato.
Portanto,
para
que
os
filhos
de
pais
estrangeiros
que
nasceram
em
território
brasileiro
não
sejam
brasileiros
é
necessário:
a. que
ambos
os
pais
sejam
estrangeiros;
b. um
dos
pais,
no
mínimo
(ver
obs.
abaixo),
esteja
a
serviço
de
seu
país
de
origem,
entendendo-‐se
que
não
basta
estar
a
serviço
particular
ou
para
terceiro
país.
Observação
sobre
a
alínea
b:
essa
é
a
opinião
de
Alexandre
de
Moraes
(p.
207).
Contudo,
cabe
a
advertência
de
Francisco
Resek
(Direito
Internacional
Público:
curso
elementar.
12ª
ed.
São
Paulo:
Saraiva,
2010,
p.
192),
segundo
o
qual
se
reputam
a
serviço
de
nação
estrangeira
ambos
os
componentes
do
casal,
ainda
que
apenas
um
detenha
cargo,
desde
que
o
outro
nada
mais
faça
do
que
acompanhá-‐lo.
Art.
12,
I,
b
-‐
Os
nascidos
no
estrangeiro,
de
pai
brasileiro
ou
de
mãe
brasileira,
desde
que
qualquer
deles
esteja
a
serviço
da
República
Federativa
do
Brasil.
Art.
12,
I,
c
-‐
Os
nascidos
no
estrangeiro,
de
pai
brasileiro
ou
de
mãe
brasileira,
desde
que
sejam
registrados
em
repartição
brasileira
no
exterior
ou
venham
a
residir
na
República
Federativa
do
Brasil
e
optem,
atingida
a
maioridade,
pela
nacionalidade
brasileira.
Estrangeiros que não são originários de países de língua portuguesa (art. 112 da
Lei 6.815/80).
Exigências: capacidade civil; possuir visto permanente; residência no Brasil por mais de quatro
anos;1 ler e escrever português; boa conduta e saúde; exercício de profissão ou posse de bens
suficientes à manutenção própria ou da família; bom procedimento; inexistência de denúncia,
pronúncia ou condenação no Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja cominada pena
mínima de prisão superior a um ano.
Estrangeiros originários de países de língua portuguesa (CF, Art. 12, II, a).
Exigências: residência por um ano ininterrupto; capacidade civil e idoneidade moral.
Portugueses residentes no Brasil (Art, 12, § 1.º, e Decreto 3.927/01).
5.5.1
Naturalização
Exigências: residência permanente e existência de reciprocidade (Estatuto de Igualdade).
Ordinária Radicação precoce (art. 116 da Lei 6.815/80).
(comum) Exigências: nos termos do Estatuto do Estrangeiro, quem ingressar no Brasil com até cinco
anos de idade, estabelecido definitivamente no território nacional, poderá requerer a
naturalização provisória, a qual deverá ser confirmada perante o Ministro da Justiça no
prazo de até dois anos após alcançada a maioridade civil (naturalização definitiva).
Colar grau em curso superior (art. 115, § 2.º, da Lei 6.815/80).
Exigências: nos termos do Estatuto do Estrangeiro, quem ingressar antes da maioridade e
colar grau em curso superior brasileira poderá requerer a naturalização. Também é chamada
de “naturalização especial”.
Segundo
ensinam
Luiz
Alberto
David
Araújo
e
Vidal
Serrano
Nunes
Júnior
(2004,
p.
201),
na
“[...]
naturalização
extraordinária,
o
objetivo
do
texto
constitucional
foi
o
de
prestigiar
o
tempo
de
residência,
indicando
àqueles
que
não
tenham
obtido
a
naturalização,
segundo
uma
das
variantes
legais,
a
possibilidade
de
obtê-‐la
mediante
a
comprovação
pura
e
simples
de
dois
requisitos,
a
saber,
a
residência
ininterrupta
por
quinze
anos
e
ausência
de
condenação
penal,
tanto
no
Brasil
como
no
estrangeiro.”
Exigências:
residência
fixa
no
Brasil
há
mais
de
quinze
anos,
sem
condenação
penal;
requerimento
do
interessado.
Art.
12,
§
2.º
-‐
A
lei
não
poderá
estabelecer
distinção
entre
brasileiros
natos
e
naturalizados,
salvo
nos
casos
previstos
nesta
Constituição.
1)
(Juiz
de
Direito
Substituto
–
RS
–
2009)
Pablo
nasceu
em
Buenos
Aires.
Seu
pai
é
o
embaixador
brasileiro
na
Argentina
e
sua
mãe
é
de
nacionalidade
argentina.
Nos
termos
da
Constituição
Federal
de
1988
e
alterações
em
vigor,
é
correto
afirmar
que
Pablo
(A) poderá
naturalizar-‐se
brasileiro
após
residir
no
Brasil
por
mais
de
quinze
anos
ininterruptos
e
não
tiver
condenação
penal.
(B) poderá
naturalizar-‐se
brasileiro
após
a
maioridade
se
residir
no
Brasil
por
um
ano
e
desde
que
requeira
a
nacionalidade
brasileira.
(C) será
considerado
brasileiro
nato
desde
que
venha
residir
no
Brasil
até
os
vinte
e
um
anos
e
opte,
após
a
maioridade,
pela
nacionalidade
brasileira.
(D) será
considerado
brasileiro
nato
desde
que
venha
residir
no
Brasil
a
qualquer
tempo
e
opte
pela
nacionalidade
brasileira.
(E) é
brasileiro
nato,
independentemente
de
quaisquer
condições.
2)
(Procurador
Federal
–
2007
-‐
ESAF)
Roberto
nasceu
na
cidade
francesa
de
Nice.
Sua
mãe
é
argelina
descendente
de
franceses.
Seu
pai,
no
entanto,
é
brasileiro,
e
trabalhava
na
França
para
uma
empresa
brasileira
quando
Roberto
nasceu.
Aos
22
anos,
Roberto
passou
a
residir
no
Brasil
e,
após
dois
anos,
veio
a
optar
pela
nacionalidade
brasileira,
em
janeiro
de
2007.
Tendo
em
vista
o
requerimento
da
nacionalidade
brasileira
por
parte
de
Roberto,
assinale
a
opção
correta
à
luz
da
Constituição
Federal.
(A) Roberto
deve
ter
seu
pedido
deferido
e,
nesse
caso,
adquirirá
a
nacionalidade
brasileira,
passando
a
ser
brasileiro
naturalizado.
(B) Roberto
deve
ter
seu
pedido
deferido
e,
nesse
caso,
será
considerado
brasileiro
nato.
(C) Roberto
não
poderá
ter
seu
pedido
deferido
porque
é
estrangeiro
e,
por
isso,
precisaria
residir
no
Brasil
por
período
superior
a
quinze
anos
para
obter
a
nacionalidade
brasileira,
além
de
ter
de
cumprir
outros
requisitos.
(D) Roberto
não
poderá
ter
seu
pedido
deferido
porque
não
estabeleceu
residência
no
Brasil
antes
de
completar
a
maioridade
civil.
(E) Por
ser
filho
de
brasileiro,
Roberto
é
brasileiro
nato
e
o
reconhecimento
definitivo
dessa
condição,
na
época,
não
dependia
da
sua
manifestação
de
vontade.
3)
(Juiz
de
Direito
Substituto/RR
–
FCC
–
2008)
Nascido
em
dezembro
de
2007,
na
França,
filho
de
pai
brasileiro
e
mãe
argelina,
João
é
registrado
em
repartição
consular
brasileira
sediada
naquele
país.
Nessa
hipótese,
nos
termos
da
Constituição
da
República,
João
(A) é
considerado
brasileiro
nato.
(B) será
considerado
brasileiro
nato
se
vier
a
residir
no
Brasil
e
optar,
a
qualquer
tempo,
pela
nacionalidade
brasileira.
(C) será
considerado
brasileiro
naturalizado,
desde
que
venha
a
residir
por
quinze
anos
ininterruptos
no
Brasil
e
não
sofra
condenação
penal.
(D) será
considerado
brasileiro
naturalizado
se,
na
forma
da
lei,
vier
a
adquirir
nacionalidade
brasileira.
(E) não
será
considerado
brasileiro.
GABARITO
1
E
6
D
2
B
7
E
3
A
8
E
4
D
9
A
5
C
10
B
Capítulo
6
Direitos
Políticos
6.1 CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
6.1.1
Direitos
Políticos
É
o
conjunto
de
meios,
prerrogativas,
atributos
e
faculdades
de
que
o
cidadão
dispõe
para
intervir
na
estrutura
governamental
do
Estado,
através
do
voto,
seja
de
forma
ativa,
seja
passiva,
e
dos
demais
meios
à
disposição
do
cidadão,
tais
como
a
ação
popular
(CF,
art.
5.º,
LXXIII),
a
iniciativa
popular
(CF,
art.
61,
§
2.º).
Em
síntese,
são
os
meios
de
exercício
da
soberania
popular.
6.2 DIREITOS
POLÍTICOS
POSITIVOS
E
DIREITOS
POLÍTICOS
NEGATIVOS
6.2.1
Direitos
políticos
positivos
É
o
conjunto
de
normas
que
asseguram
o
direito
de
participação
no
processo
político
e
nos
órgão
de
governo
do
Estado.
São
direitos
positivos:
F Direito
de
sufrágio
(CF,
art.
14,
caput);
º
F Direito
de
votar
(alistabilidade)
(CF,
art.
14,
§
1. );
º
F Direito
de
ser
eleito
(elegibilidade)
(CF,
art.
14,
§
3. );
º
F Iniciativa
popular
(CF,
art.
61,
§
2. );
º
F Ação
popular
(CF,
art.
5. ,
LXXIII);
F Organização
e
participação
em
partidos
políticos
(CF,
art.
17).
6.2.1.1
Capacidade
eleitoral
ativa
F Obrigatória:
dos
dezoito
aos
setenta
anos
de
idade.
F Facultativa:
dos
dezesseis
aos
dezoito
anos
de
idade,
para
os
analfabetos
e
para
os
maiores
de
setenta
anos
de
idade.
6.2.1.2
Plebiscito
e
Referendo.
Diferenças
(Lei
9.709/98)
F Plebiscito:
é
uma
consulta
prévia
que
se
faz
aos
cidadãos
no
gozo
dos
direitos
políticos,
sobre
determinada
matéria
a
ser,
posteriormente,
discutida
pelo
Poder
Legislativo;
F Referendo:
consiste
em
uma
consulta
posterior
sobre
determinado
ato
governamental
para
ratificá-‐lo,
ou
no
sentido
de
conceder-‐lhe
eficácia,
ou,
ainda,
para
retirar-‐lhe
eficácia.
SUSPENSÃO
Hipótese
QUESTÕES
SOBRE
A
MATÉRIA
1)
(Defensor
Público
–
SP
–
2009)
Assinale
a
alternativa
correta.
(A) Percebe-‐se
que
o
sufrágio
universal,
o
voto
e
o
escrutínio
são
sinônimos
que
integram
a
teoria
dos
direitos
políticos
positivos
e
a
idéia
nuclear
da
democracia.
(B) É
condição
de
elegibilidade
dos
parlamentares
possuir
nacionalidade
brasileira
e
nesse
caso
tanto
faz
ser
brasileiro
nato
ou
naturalizado.
(C) As
inelegibilidades
possuem
justificativa
de
ordem
ética,
daí
porque,
segundo
a
Constituição
Federal
são
inelegíveis
o
cônjuge
e
os
parentes
consangüíneos
ou
afins,
até
o
2º
grau
ou
por
adoção
dos
senadores
e
deputados
federais.
(D) Dar-‐se-‐á
a
suspensão
dos
direitos
políticos
para
os
condenados
criminais
com
sentença
transitada
em
julgado
cujo
gozo
pleno
se
restabelecerá
após
a
reabilitação
criminal.
(E) A
cassação
dos
direitos
políticos
pode
ocorrer,
dentre
outros
casos,
quando
ocorrer
a
incapacidade
civil
absoluta
como
na
interdição.
2)
(Analista
Judiciário
–
TRE
–
CE
–
2002)
A
criação
de
partidos
políticos
é
livre,
sendo-‐lhes
assegurado
o
direito
de:
(A) Elaborar
com
autonomia
seus
estatutos,
que
deverão
estabelecer
normas
de
fidelidade
e
disciplina
partidárias.
(B) Adotar
caráter
regional
ou
nacional,
conforme
estabelecido
em
seus
estatutos.
(C) Receber
recursos
financeiros
de
entidades
privadas
nacionais
ou
estrangeiras,
nos
termos
da
lei.
(D) Receber
recursos
financeiros
de
entidades
governamentais
nacionais
ou
estrangeiras,
nos
termos
da
lei.
(E) Utilizar
organização
paramilitar
para
fins
de
restabelecimento
da
democracia.
3)
(Analista
Judiciário
–
TRE
–
CE
–
2002)
São
considerados
eleitores
os:
(A) Brasileiros
naturalizados,
desde
o
ato
solene
de
concessão
da
nacionalidade
brasileira.
(B) Recrutas,
no
período
do
serviço
militar
obrigatório.
(C) Maiores
de
18
anos,
devidamente
alistados.
(D) Maiores
de
16
anos,
a
partir
da
data
do
aniversário.
(E) Estrangeiros
alistados,
residentes
no
Brasil
há,
pelo
menos,
quinze
anos
ininterruptos.
4)
(Analista
Judiciário
–
TRE
-‐SC
–
2002)
De
acordo
com
a
Constituição
da
República
Federativa
do
Brasil
de
1988,
o
alistamento
eleitoral
e
o
voto
são:
(A) Obrigatórios
para
os
maiores
de
16
anos
e
maiores
de
70
anos
de
idade;
(B) Obrigatórios
para
todos
os
brasileiros
natos
e
naturalizados,
a
partir
de
16
anos
de
idade;
Capítulo
7
Organização
do
Estado
Brasileiro
7.1
CARACTERÍSTICAS
GERAIS
A
expressão
FEDERAÇÃO
é
derivada
do
latim
foederatio,
de
foederare,
ou
seja,
ligar
por
aliança,
unir
(SILVA,
1967).
Assim,
Estado
Federal
ou
federativo,
sob
ponto
de
vista
do
direito
interno,
é
aquele
que
se
divide
em
províncias
politicamente
autônomas,
possuindo
duas
fontes
paralelas
de
direito
público,
uma
nacional
e
outra
provincial
(MALUF,
1970)
(Estados-‐
Membros,
no
Brasil;
Cantões,
na
Suíça;
Províncias,
na
Argentina;
Laender,
na
Alemanha).
O
Estado
Federal,
portanto,
pode
ser
definido
como
uma
organização
formada
sobre
a
base
de
uma
repartição
de
competências
entre
um
governo
nacional
e
os
governos
estaduais,
de
tal
sorte
que
a
União
tenha
supremacia
sobre
os
Estados-‐
Membros,
e
estes,
que
normalmente
participam
na
formação
da
vontade
do
Estado
central,
são
entidades
dotadas
de
autonomia
constitucional
perante
a
mesma
União
(FERREIRA,
1989).
Michel
Temer
(1997,
p.
63)
aponta
os
requisitos
essenciais
à
Federação:
PARA
CARACTERIZAÇÃO
PARA
MANUTENÇÃO
Rigidez
constitucional
(como
forma
de
Descentralização
política
(repartição
impedir
a
mudança
do
texto
constitucional
de
competências).
constitucional
por
qualquer
processo
legislativo
não
qualificado).
Participação
da
vontade
das
ordens
A
existência
de
um
órgão
constitucional
jurídicas
parciais
(Estados-‐Membros)
na
incumbido
do
controle
da
vontade
criadora
da
ordem
jurídica
constitucionalidade
nacional
(União).
de
leis.
Possibilidade
de
autoconstituição
(existência
de
Constituições
“locais”).
F Capacidade de auto-‐organização dos entes federativos – Art. 25, arts. 29 e 30;
F Possibilidade
de
Intervenção
Federal
para
a
garantia
da
unidade
nacional
–
Art.
34,
I;
F Eleição
de
representantes
dos
Estados
junto
ao
Congresso
Nacional
-‐
Art.
46;
F Existência
de
um
órgão
do
Poder
Judiciário
incumbido
da
realização
de
controle
de
constitucionalidade
–
Art.
102.
7.2 A
FEDERAÇÃO
7.2.1
A
origem
da
federação
brasileira
A
Federação
no
Brasil
surge,
provisoriamente,
junto
com
a
proclamação
da
República,
por
meio
do
Decreto
n.º
1,
de
15
de
novembro
de
1889,
e
foi
institucionalizada
pela
Constituição
de
1891.
Na
medida
em
que
o
Brasil
evoluiu
de
um
Estado
monárquico
e,
portanto,
unitário,
para
um
Estado
republicano
e
federativo,
pode-‐se
afirmar
que
a
federação
brasileira
é
CENTRÍFUGA,
também
chamada
de
federação
por
DESAGREGAÇÃO
ou
SEGREGAÇÃO.
7.2.2
Entes
federativos
brasileiros
Nos
termos
do
art.
18
da
Constituição
Federal,
a
organização
político-‐
administrativa
brasileira
compreende
a
União,
os
Estados,
o
Distrito
Federal
e
os
Municípios,
todos
autônomos
e
possuidores
da
capacidade
de
auto-‐organização
e
normatização
própria,
autogoverno
e
autoadministração.
7.2.3
O
princípio
da
indissolubilidade
da
federação
A
federação
não
reconhece
o
direito
de
secessão,
ou
seja,
a
pretensão
de
um
Estado-‐Membro,
Distrito
Federal
ou
qualquer
dos
Municípios
brasileiros
querer
separar-‐se
do
contexto
nacional,
formando,
assim,
um
novo
Estado
(na
realidade,
um
novo
país,
com
total
independência).
Nesse
sentido,
qualquer
tentativa
de
secessão
permitirá
a
decretação
de
intervenção
federal,
nos
termos
do
art.
34,
I.
Lembre-‐se,
ainda,
de
que
a
FEDERAÇÃO
é
uma
CLÁUSULA
PÉTREA,
nos
termos
do
art.
60,
§
4º,
I
da
Constituição
Federal.
Dessa
forma,
não
será
aceita
qualquer
proposta
de
emenda
constitucional
tendente
a
abolir
a
forma
de
estado
federativa.
7.3
REPARTIÇÃO
DE
COMPETÊNCIAS
7.3.1
Repartição
de
competências
em
matérias
administrativas
• Competências
EXCLUSIVAS
da
União
(art.
21);
• Competências
administrativas
dos
Municípios
(art.
30);
• Competência
RESIDUAL
dos
Estados-‐Membros
(art.
25,
§
1.º);
• Competência
COMUM
da
União
Estados-‐Membros,
Distrito
Federal
e
Municípios
(art.
23).
7.3.2
Repartição
de
competências
em
matérias
legislativas
Ente
PREVISÃO
COMPETÊNCIAS
federativo
SIGNIFICADO
CONSTITUCIONAL
responsável
São
competências
Privativas
União
Art.
22
legislativas.
União
e
Estados/DF
São
competências
Concorrentes
(Municípios,
Art.
24
legislativas.
no
que
couber)
7.4
INTERVENÇÃO
FEDERAL
(arts.
34
a
36)
Intervenção
é
a
medida
excepcional,
de
caráter
temporário,
de
supressão
da
autonomia
de
determinado
ente
federativo,
visando
garantir
a
manutenção
da
unidade
nacional.
Entende
José
Afonso
da
Silva
(2008,
p.
485):
A
intervenção
federal,
portanto,
consiste
em
assumir
a
União,
por
representante,
de
forma
temporária
e
excepcional,
o
desempenho
de
competência
pertencente
a
Estado-‐Membro
(ou,
no
caso
dos
Estados,
assumirem
competências
que
seriam
dos
Municípios).
7.4.1 Espécies
de
intervenção
Defesa da integridade nacional - art. 34, I e II
Defesa da ordem pública – art. 34, III
Espontâneas
Defesa das finanças públicas – art. 34, V
Intervenção Coação ou impedimento
Federal ao Poder Legislativo ou
Solicitação Executivo Estaduais -
art. 34, IV
Provocadas
STF – art. 36, I
STF, STJ e TSE - art. 36, II
Requisição
STF – não execução de lei federal – art. 36,
III
STF – violação do art. 34, VII – art. 36, III
7.4.2.
Natureza
jurídica
da
intervenção
Ensina
José
Afonso
da
Silva
(2008,
p.
484),
que
a
intervenção
é
ato
político,
“que
consiste
na
incursão
da
entidade
interventora
nos
negócios
da
entidade
que
a
suporta”.
Consequentemente,
é
executada
por
decreto
do
presidente
da
República,
que
especificará
a
sua
amplitude,
prazo
e
as
condições
de
execução
e,
se
couber,
nomeará
o
interventor
(CF,
art.
36,
§
1º).
Recentemente,
foi
promulgada
a
Lei
Federal
nº
12.562,
de
23
de
dezembro
de
2011,
a
qual
regulamenta
o
art.
36,
III,
da
CF/88,
ou
seja,
disciplina
a
Ação
Direta
de
Inconstitucionalidade
Interventiva.
Da
nova
Lei
da
ADI
Interventiva,
destaca
a
possibilidade
de
concessão
de
medida
liminar
pelo
STF:
o
Art.
5 .
O
Supremo
Tribunal
Federal,
por
decisão
da
maioria
absoluta
de
seus
membros,
poderá
deferir
pedido
de
medida
liminar
na
representação
interventiva.
o
§
1
-‐
O
relator
poderá
ouvir
os
órgãos
ou
autoridades
responsáveis
pelo
ato
questionado,
bem
como
o
Advogado-‐Geral
da
União
ou
o
Procurador-‐Geral
da
República,
no
prazo
comum
de
5
(cinco)
dias.
o
§
2
-‐
A
liminar
poderá
consistir
na
determinação
de
que
se
suspenda
o
andamento
de
processo
ou
os
efeitos
de
decisões
judiciais
ou
administrativas
ou
de
qualquer
outra
medida
que
apresente
relação
com
a
matéria
objeto
da
representação
interventiva.
(A) O
Distrito
Federal
constitui
uma
autêntica
unidade
federada,
dispondo
de
amplo
poder
de
auto-‐organização
em
relação
à
sua
estrutura
administrativa
e
à
organização
dos
Poderes
Executivo,
Legislativo
e
Judiciário.
(B) A
Constituição
do
Estado-‐membro
pode
condicionar
a
eficácia
de
convênio
celebrado
pelo
Poder
Executivo
à
aprovação
pelo
Poder
Legislativo
local.
(C) Na
ordem
constitucional
brasileira,
o
Estado-‐membro,
no
âmbito
do
seu
poder
de
auto-‐
organização,
está
impedido
de
instituir
um
Poder
Legislativo
bicameral
e
um
regime
parlamentar
de
Governo.
(D) Dentro
do
poder
de
conformação
da
sua
ordem
constitucional,
pode
o
Estado-‐membro
estabelecer
"quorum"
para
a
aprovação
de
emenda
constitucional
mais
rígido
do
que
o
previsto
na
Constituição
Federal.
Capítulo
8
PODER
LEGISLATIVO
[...]
Desde
há
muito,
mais
precisamente
desde
Aristóteles,
reconhece-‐se
que
a
atividade
estatal
é
suscetível,
em
razão
das
diferenças
que
apresenta,
de
ser
divida
num
certo
número
de
categorias,
agrupando,
cada
qual,
aqueles
atos
do
Estado
que
apresentam,
entre
si,
traços
de
uniformidade.
Aristóteles
já
fixava
em
três
essas
categorias.
[...]
O
mérito
essencial
da
teoria
de
Montesquieu
não
reside
contudo
na
identificação
abstrata
dessas
formas
de
atuar
do
Estado.
Isto,
como
já
vimos,
já
fora
feito,
se
bem
que
mais
toscamente,
na
Antiguidade,
por
Aristóteles.
Montesquieu,
entretanto,
foi
aquele
que,
por
primeiro,
de
forma
translúcida,
afirmou
que
a
tais
funções
devem
corresponder
órgãos
distintos
e
autônomos.
Em
outras
palavras,
para
Montesquieu
à
divisão
funcional
deve
haver
uma
divisão
orgânica.”
8.2
PODER
LEGISLATIVO
DA
UNIÃO:
CONGRESSO
NACIONAL
(art.
44)
A
função
primeira
do
Poder
Legislativo
é
a
de
ditar
normas
nacionais,
isto
é,
preceitos
que
obrigam
a
todos
os
que
se
acham
sob
a
soberania
nacional.
É
o
Poder
responsável
pela
elaboração
dos
textos
legais.
No
Poder
Legislativo
Federal,
é
adotado
o
bicameralismo
de
equilíbrio
(bicameralismo
federativo),
consistente
em
uma
repartição
de
competências
por
duas
câmaras
distintas:
a
Câmara
dos
Deputados
e
o
Senado
Federal.
Alguns
apontamentos
sobre
o
Congresso
Nacional:
8.2.1
Legislatura
Derivado
de
legislar,
indica
o
período
de
reunião
ou
funcionamento
da
instituição
a
que
se
atribui
o
poder
de
legislar.
É,
assim,
o
espaço
de
tempo
em
que
os
legisladores
exercem
seu
respectivo
mandato.
A
Constituição
Federal
determina
que
cada
legislatura
tem
a
duração
de
quatro
(4)
anos
(art.
44,
parágrafo
único).
OBSERVAÇÃO
–
Ver
art.
57,
§
2.º,
da
CF,
sobre
a
impossibilidade
de
interrupção
da
sessão
legislativa.
Mandato: 4 anos
As
COMPETÊNCIAS
PRIVATIVAS
(por
meio
de
resolução)
da
Câmara
dos
Deputados
encontram-‐se
no
art.
51
da
CF/88.
Algumas
delas:
• Autorizar
a
instauração
de
processo
(por
crime
comum
ou
de
responsabilidade)
contra
o
Presidente
da
República,
o
Vice-‐Presidente,
os
Ministros
de
Estado
(inc
I).
• Elaborar
o
seu
regimento
interno
(inc.
II).
• Eleger
os
membros
do
Conselho
da
República
(inc.
V).
Imunidade
material:
os
Deputados
e
Senadores
são
invioláveis,
civil
e
penalmente,
por
quaisquer
de
suas
opiniões,
palavras
e
votos
(art.
53).
Antes
da
Emenda
Constitucional
n.º
35,
de
20
de
dezembro
de
2001,
o
Supremo
Tribunal
Federal
entendia
que
a
inviolabilidade
material
alcançava
qualquer
reflexo
das
manifestações
parlamentares:
civil,
penal,
administrativa
e
politicamente,
desde
que
guardassem
mínimo
nexo
de
causalidade
com
o
exercício
do
mandato:
Na
interpretação
do
art.
53
da
Constituição
–
que
suprimiu
a
cláusula
restritiva
do
âmbito
material
da
garantia
–,
o
STF
tem
seguido
linha
intermediária
que,
de
um
lado,
se
recusa
a
fazer
da
imunidade
material
um
privilégio
pessoal
do
político
que
detenha
um
mandato,
mas,
de
outro,
atende
às
justas
ponderações
daqueles
que,
já
sob
os
regimes
anteriores,
realçavam
como
a
restrição
da
inviolabilidade
aos
atos
de
estrito
e
formal
exercício
do
mandato
deixava
ao
desabrigo
da
garantia
manifestações
que
o
contexto
do
século
dominado
pela
comunicação
de
massas
tornou
um
prolongamento
necessário
da
atividade
parlamentar:
para
o
Tribunal,
a
inviolabilidade
alcança
toda
manifestação
do
congressista
onde
se
possa
identificar
um
laço
de
implicação
recíproca
entre
o
ato
praticado,
ainda
que
fora
do
estrito
exercício
do
mandato,
e
a
qualidade
de
mandatário
político
do
agente.
(STF,
RE
210.917
-‐
RJ
-‐
Informativo
232,
18-‐06-‐2001).
Capítulo
9
FISCALIZAÇÃO
CONTÁBIL,
FINANCEIRA,
E
ORÇAMENTÁRIA
-‐
TRIBUNAL
DE
CONTAS
DA
UNIÃO
9.1 Sistemas
de
controle:
controle
interno
e
controle
externo
Explica
Tatiana
Takeda
(2009),
que
controle
seria
“...uma
forma
de
manter
o
equilíbrio
na
relação
existente
entre
Estado
e
Sociedade,
fazendo
surgir
daquele
as
funções
que
lhe
são
próprias,
exercidas
por
meio
dos
seus
órgãos,
sejam
estes
ligados
ao
Executivo,
Legislativo
ou
Judiciário”.
Nos
termos
do
art.
74
da
CF/88,
os
Poderes
Legislativo,
Executivo
e
Judiciário
manterão,
de
forma
integrada,
sistema
de
controle
interno
com
a
finalidade
de:
Relativamente
ao
controle
externo,
este
será
exercício
pelo
Congresso
Nacional,
com
o
auxílio
do
Tribunal
de
Contas
da
União.
9.2 Tribunal
de
Contas
da
União
O
Tribunal
de
Contas
é
órgão
que
auxilia
na
atividade
de
controle
externo,
a
qual
está
a
cargo
do
Congresso
Nacional,
nos
termos
do
art.
71
da
CF/88.
Em
outras
palavras:
cabe
ao
Congresso
Nacional
a
atividade
de
controle
externo,
com
o
auxílio
do
Tribunal
de
Contas
da
União.
Nada
obstante,
em
que
pese
o
Tribunal
de
Contas
ser
órgão
de
auxílio
do
Congresso
Nacional
na
atividade
de
controle
externo,
não
integra
a
estrutura
do
Poder
Legislativo
e
a
ele
não
está
subordinado.
É
uma
instituição
constitucional
autônoma
(NOVELINO,
2009).
Odete
Medauar
(1990,
p.
140),
afasta
a
possibilidade
de
inclusão
do
Tribunal
de
Contas
no
âmbito
dos
Poderes
Executivo,
Judiciário
ou
Legislativo,
na
medida
em
que
“...
a
Constituição
Federal,
em
artigo
algum,
utiliza
a
expressão
“órgão
auxiliar”;
dispõe
que
o
controle
externo
do
Congresso
Nacional
será
exercido
com
o
auxílio
do
Tribunal
de
Contas;
a
sua
função,
portanto,
é
de
exercer
o
controle
financeiro
e
orçamentário
da
Administração
em
auxílio
ao
poder
responsável,
em
última
instância,
por
essa
fiscalização.
(...)
A
nosso
ver,
por
conseguinte,
o
Tribunal
de
Contas
configura
instituição
estatal
independente.”
Como
se
frisou,
no
sistema
constitucional
brasileiro,
o
controle
externo
é
competência
do
Poder
Legislativo,
que
julgará
politicamente
as
prestações
de
contas
do
Executivo
em
todas
as
suas
esferas.
O
julgamento
é
precedido
de
um
exame
e
parecer
prévio
a
cargo
do
Tribunal
de
Contas.
1)
(Procurador
TCE/AP
–
2010)
É
requisito
para
a
nomeação
como
Conselheiro
do
Tribunal
de
Contas,
dentre
outros,
(A) ter
mais
de
trinta
e
cinco
e
menos
de
sessenta
e
cinco
anos
de
idade.
(B) ter
mais
de
cinco
anos
de
exercício
de
função
ou
de
efetiva
atividade
profissional
que
exija
notórios
conhecimentos
jurídicos,
contábeis,
econômicos
e
financeiros
ou
de
administração
pública.
(C) residir
no
mesmo
município
da
sede
do
Tribunal
de
Contas.
(D) ter
notórios
conhecimentos
jurídicos,
contábeis,
econômicos
e
financeiros,
de
administração
pública
e
de
recursos
humanos.
(E) ser
brasileiro
ou
estrangeiro,
desde
que
viva
no
Brasil
há
mais
de
cinco
anos.
2)
(Auditor
–
TCM/RJ
–
2008)
Quanto
à
natureza
jurídica
do
Tribunal
de
Contas,
é
correto
afirmar
que:
(A)
não
tem
autonomia
administrativa
nem
financeira,
pois
depende
do
repasse
do
Poder
Executivo.
(B) não
tem
personalidade
jurídica,
possuindo,
entretanto,
capacidade
processual
ou
postulatória.
(C)
é
um
órgão
autônomo
e
auxiliar
do
Poder
Judiciário.
(D) as
decisões
proferidas
pelo
plenário
são
de
natureza
política.
(E) apresenta
autonomia
administrativa
e
financeira,
além
de
personalidade
jurídica,
dotada
da
natureza
administrativa
em
relação
às
suas
decisões
e
deliberações.
3)
(Analista
de
Controle
Externo
–
TCM/CE
–
2010)
Considere
as
seguintes
afirmações
relativas
às
regras
constitucionais
sobre
controle
externo:
I.
O
Congresso
Nacional,
mediante
controle
externo,
com
o
auxílio
do
Tribunal
de
Contas
da
União,
exercerá
fiscalização
contábil,
financeira,
orçamentária,
operacional
e
patrimonial
da
União
e
das
entidades
da
administração
direta
e
indireta,
quanto
à
legalidade,
legitimidade
e
economicidade.
II.
Prestará
contas
qualquer
pessoa
física
ou
jurídica,
pública
ou
privada,
que
utilize,
arrecade,
guarde,
gerencie
ou
administre
dinheiros,
bens
e
valores
públicos
ou
pelos
quais
a
União
responda,
ou
que,
em
nome
desta,
assuma
obrigações
de
natureza
pecuniária.
III.
Qualquer
cidadão,
partido
político,
associação
ou
sindicato
é
parte
legítima
para,
na
forma
da
lei,
denunciar
irregularidades
ou
ilegalidades
perante
o
Tribunal
de
Contas
da
União.
4)
(Analista
de
Controle
Externo
–
TCM/CE
–
2010)
Identificada
possível
irregularidade
na
celebração
de
contrato
de
prestação
de
serviços
por
órgão
da
administração
direta
federal,
prevê
a
Constituição
da
República
que
(A) o
Tribunal
de
Contas
da
União
sustará
a
execução
do
contrato,
comunicando
a
decisão
à
Câmara
dos
Deputados
e
ao
Poder
Judiciário.
(B) a
Câmara
dos
Deputados
aplicará
aos
responsáveis
as
sanções
previstas
na
Constituição
e
em
lei.
(C) o
ato
de
sustação
será
adotado
diretamente
pelo
Congresso
Nacional,
que
solicitará
ao
Poder
Executivo
as
medidas
cabíveis.
(D) o
Tribunal
de
Contas
da
União
procederá
à
tomada
de
contas
do
Presidente
da
República,
devendo
julgá-‐las
num
prazo
de
60
dias
a
contar
de
seu
recebimento,
independentemente
de
outras
manifestações.
(E) a
Comissão
mista
permanente
de
orçamento
determinará
à
autoridade
responsável
que
sane
a
irregularidade
e,
se
não
atendida
em
5
dias,
promoverá
a
sustação
do
contrato.
(
)
Aplica-‐se
o
princípio
da
simetria
constitucional,
ou
simetria
concêntrica,
na
definição
do
modelo
de
fiscalização
adotado
pelos
Tribunais
de
Contas
dos
Estados.
( ) Os Tribunais de Contas dos Estados são integrados por 9 (nove) Conselheiros.
A sequência que preenche as lacunas acima na ordem correta é:
(A) V, V, F
(B) V, F, V
(C) F, V, V
(D) F, V, F
(E) F,
F,
V
(A)
julgar
as
contas
prestadas
anualmente
pelo
Governador
de
Estado.
(B) julgar
as
contas
dos
administradores
e
demais
responsáveis
por
dinheiros,
bens
e
valores
públicos
das
unidades
dos
Poderes
do
Estado.
(C) apreciar
a
legalidade
dos
atos
de
admissão
de
pessoal,
para
fins
de
registro.
(D) prestar
informações
solicitadas
pela
Assembleia
Legislativa
sobre
a
fiscalização
contábil.
(E) realizar,
por
iniciativa
própria,
auditorias
e
inspeções
de
natureza
financeira.
7)
(Auditor
–
TCM/RJ
–
2008)
Nos
termos
da
Constituição
Federal,
a
titularidade
da
função
de
Controle
Externo
de
um
município
é
do(a):
(A) Tribunal
de
Contas
de
sua
jurisdição.
(B) Tribunal
de
Contas
da
União.
(C) Câmara
de
Vereadores.
(D) Congresso
Nacional.
(E) Assembleia
Legislativa.
8)
(Auditor
–
TCM/RJ
–
2008)
O
aspecto
objetivo
do
alcance
da
fiscalização
operacional
exercida
pelo
Congresso
Nacional,
mediante
controle
externo,
refere-‐se:
(A) à
aplicação
dos
recursos
públicos,
conforme
a
lei
orçamentária,
acompanhando
a
arrecadação
dos
recursos
e
sua
aplicação.
(B) à
aplicação
dos
recursos
públicos
conforme
as
técnicas
contábeis.
(C) à
aplicação
dos
recursos
públicos
conforme
ordenamento
jurídico
próprio.
(D) ao
fluxo
de
recursos
geridos
pelo
administrador
público.
(E) à
verificação
do
cumprimento
das
metas,
resultados,
eficácia
e
eficiência
da
gestão
dos
recursos
públicos.
9)
(Analista
Judiciário
–
TRT/23ª
Região
–
2004)
A
fiscalização
contábil,
financeira,
orçamentária,
operacional
e
patrimonial,
mediante
controle
externo,
é
função:
(A) do
Poder
Judiciário
federal
e
estadual,
na
qualidade
de
órgão
administrativo,
paralelamente
como
os
Tribunais
de
Contas
da
União
e
dos
Estados.
(B) exclusiva
do
Poder
Executivo
de
cada
esfera
governamental
com
o
auxilio
do
respectivo
Tribunal
de
Contas,
na
qualidade
de
órgão
de
assessoramento.
(C) do
Poder
Legislativo
de
cada
esfera
governamental
com
o
auxilio
do
respectivo
Tribunal
de
Contas,
na
qualidade
de
órgão
técnico.
(D) dos
três
Poderes
da
União,
Estados
e
Municípios,
com
o
auxílio
dos
respectivos
Tribunais
de
Contas,
na
qualidade
de
órgãos
jurisdicionais.
(E) exclusiva
do
Poder
Legislativo
da
União,
Estados
e
Municípios
com
a
atuação
efetiva
de
seus
Tribunais
de
Contas,
na
qualidade
de
órgãos
jurisdicionais.
Capítulo
10
PODER
EXECUTIVO
É
o
poder
do
Estado
que
tem
por
função
ordinária
administrar,
obedecendo
e
fazendo
cumprir
o
previsto
em
lei.
Mesmo
assim,
pode
ter
função
diversa,
como
a
expedição
de
atos
com
força
de
lei
ou
de
natureza
política,
pela
iniciativa,
sanção,
veto
e
promulgação
de
dispositivos
legais.
O
Presidencialismo
é
o
sistema
de
governo
em
que:
(CINTRA,
2007)
§ O
presidente,
ao
mesmo
tempo,
é
Chefe
de
Estado
e
Chefe
de
Governo;
§ O
presidente
é
escolhido
por
votação
popular;
§ O
mandato
presidencial,
bem
com
os
dos
parlamentares,
é
prefixado,
não
podendo
o
presidente,
exceto
na
hipótese
do
impeachment,
ser
demitido
pelo
voto
parlamentar,
nem
o
Legislativo
ser
dissolvido
pelo
presidente;
§ O
ministério
é
designado
pelo
presidente
e
é
responsável
perante
ele,
não
perante
o
Legislativo.
10.1 Presidente
da
República
como
Chefe
de
Estado
e
Chefe
de
Governo.
Funções
presidenciais.
Considerando
o
previsto
no
art.
76
da
CF/88,
o
modelo
brasileiro
traz
a
idéia
de
um
Poder
Executivo
unipessoal,
ou
seja,
o
Presidente
da
República
exerce
as
funções
executivas,
quais
sejam:
Chefe
de
Estado,
Chefe
de
Governo,
Chefe
da
Administração
Pública
Federal
e
Comandante-‐em-‐Chefe
das
Forças
Armadas:
Chefe de Estado: representante do Brasil nas relações
internacionais (art. 84, VII, VIII, XIX, XX, XXI e XXII).
Atribuições do
presidente da
República
Chefe de Governo: prática de negócios internos e de
natureza política (art. 84, I, III, IV, V, IX a XIII, XV, XVII,
(art. 84)
.
XXIII, XXIV, XXVI e XXVII).
Observações:
10.2.2.1 O
processo
dos
crimes
de
responsabilidade
O
processo
de
impedimento
está
regulado
pela
Lei
1.079/50
e
na
própria
Constituição
Federal.
É
um
processo
que
se
divide,
basicamente,
em
duas
fases:
a)
admissibilidade
pela
Câmara
dos
Deputados;
b)
processo
e
julgamento
pelo
Senado
Federal.
(A) nomear,
após
a
aprovação
do
Congresso
Nacional,
Ministros
do
Supremo
Tribunal
Federal.
(B) celebrar
a
paz,
autorizado
ou
com
o
referendo
do
Congresso
Nacional.
(C) exercer,
com
o
auxílio
dos
Deputados
e
Senadores,
a
direção
superior
da
administração
federal.
(D) nomear
e
exonerar
Ministros
de
Estado
com
a
anuência
do
Congresso
Nacional.
(E) prestar,
trimestralmente,
ao
Senado
Federal,
as
contas
referentes
ao
exercício
de
seu
mandato.
6) (Analista
Judiciário-‐
TRT
6ª.
Região
-‐
2012)
Nas
infrações
penais
comuns,
o
Presidente
da
República
será
submetido
a
julgamento
perante
o
(A) Supremo
Tribunal
Federal,
não
sendo
necessária
prévia
autorização
da
Câmara
dos
Deputados.
(B) Supremo
Tribunal
Federal,
desde
que
a
Câmara
dos
Deputados
admita
a
acusação
contra
ele,
por
dois
terços
de
seus
membros.
(C) Senado
Federal,
desde
que
a
Câmara
dos
Deputados
admita
a
acusação
contra
ele,
por
dois
terços
de
seus
membros.
(D) Senado Federal, não sendo necessária prévia autorização da Câmara dos Deputados.
(E) Senado
Federal,
desde
que
a
Câmara
dos
Deputados
admita
a
acusação
contra
ele,
por
três
quintos
de
seus
membros.
I-‐ Compete
privativamente
ao
Presidente
da
República
conceder
indulto
e
comutar
penas,
com
audiência,
se
necessário,
dos
órgãos
instituídos
em
lei,
sendo-‐lhe
vedado
delegar
referida
atribuição
aos
Ministros
de
Estado.
II-‐ São
crimes
de
responsabilidade
os
atos
do
Presidente
da
República
que
atentem
contra
a
Constituição
Federal
e,
especialmente,
contra
a
probidade
na
administração.
III-‐ Admitida
a
acusação
contra
o
Presidente
da
República,
por
dois
terços
da
Câmara
dos
Deputados,
será
ele
submetido
a
julgamento
perante
o
Supremo
Tribunal
Federal,
nas
infrações
penais
comuns,
ou
perante
o
Senado
Federal,
nos
crimes
de
responsabilidade.
IV-‐
O
Presidente
ficará
suspenso
de
suas
funções
nas
infrações
penais
comuns,
se
recebida
a
denúncia
ou
queixa-‐crime
pelo
Supremo
Tribunal
Federal,
estando
sujeito
à
prisão
apenas
com
o
trânsito
em
julgado
da
sentença
condenatória.
(A) Apenas
as
alternativas
I
e
IV
estão
incorretas.
(B) Todas
as
alternativas
estão
corretas.
(C) Todas
as
alternativas
estão
incorretas.
(D) Apenas
a
alternativa
I
está
incorreta.
8) (Analista
Judiciário
TRF
2ª
Região
–
2012)
Raimundo,
Presidente
da
República,
está
sendo
acusado
pela
prática
de
homicídio
doloso
em
face
de
sua
ex-‐esposa
Bárbara.
Admitida
a
acusação
contra
o
Raimundo,
por
(A) dois
terços
da
Câmara
dos
Deputados,
será
ele
submetido
a
julgamento
perante
o
Supremo
Tribunal
Federal.
(B) dois
terços
da
Câmara
dos
Deputados,
será
ele
submetido
a
julgamento
perante
o
Congresso
Nacional.
(C) um
terço
da
Câmara
dos
Deputados,
será
ele
submetido
a
julgamento
perante
o
Supremo
Tribunal
Federal.
(D) dois
terços
do
Senado
Federal,
será
ele
submetido
a
julgamento
perante
o
Congresso
Nacional.
(E) um
terço
do
Senado
Federal,
será
ele
submetido
a
julgamento
perante
o
Supremo
Tribunal
Federal.
Capítulo
11
PODER
JUDICIÁRIO
Nos
termos
do
art.
92,
são
órgãos
do
Poder
Judiciário:
I
-‐
o
Supremo
Tribunal
Federal;
I-‐A
o
Conselho
Nacional
de
Justiça;
II
-‐
o
Superior
Tribunal
de
Justiça;
III
-‐
os
Tribunais
Regionais
Federais
e
Juízes
Federais;
IV
-‐
os
Tribunais
e
Juízes
do
Trabalho;
V
-‐
os
Tribunais
e
Juízes
Eleitorais;
VI
-‐
os
Tribunais
e
Juízes
Militares;
VII
-‐
os
Tribunais
e
Juízes
dos
Estados
e
do
Distrito
Federal
e
Territórios.
Todavia,
não
se
infira
que
o
art.
92
tenha
listado
todos
os
órgãos
do
Poder
Judiciário,
pela
simples
razão
de
que
o
rol
desse
artigo
nunca
teve
a
pretensão
de
ser
exaustivo,
mas
meramente
exemplificativo
(MOTA,
2008).
Assim,
outros
órgãos
que
indiscutivelmente
integram
o
Poder
Judiciário
brasileiro,
de
igual
forma,
não
foram
listados
no
art.
92:
Tribunal
do
Júri
(art.
5.º,
XXXVIII),
Juizados
Especiais
(art.
98,
I),
Justiça
de
Paz
(art.
98,
II)
e
Juntas
Eleitorais
(art.
118).
11.1
A
instituição
do
Conselho
Nacional
de
Justiça
-‐
Emenda
Constitucional
n.º
45/04
Com
o
advento
da
Emenda
Constitucional
n.º
45/04,
foi
instituído
o
Conselho
Nacional
de
Justiça,
nos
termos
do
art.
103-‐B,
§
4.º,
da
Constituição
Federal,
que
exerceria
a
função
de
controle
externo
das
atividades
do
Poder
Judiciário.
Anote-‐se,
inicialmente,
que
é
duvidosa
a
alçada
desse
órgão
como
“controle
externo”,
na
medida
em
que
se
encontra
integrado
na
estrutura
do
Poder
Judiciário
(art.
92,
I-‐A).
Ademais,
as
funções
do
Conselho
são
tipicamente
administrativas,
mesmo
que,
em
alguns
casos,
assumam
semelhança
com
atividades
judicantes,
com
esclarece
abalizada
doutrina
(GRAMSTRUMP,
2005).
Outra
situação
que,
evidentemente,
conduz
à
natureza
puramente
administrativa
do
Conselho
Nacional
de
Justiça
é
que
suas
decisões
não
fazem
coisa
julgada,
podendo
ser,
inclusive,
objeto
de
controle
jurisdicional,
conforme
prescreve
o
art.
102,
I,
r,
da
CF/88.
Em
que
pese
toda
a
controvérsia
gerada
pela
implantação
do
órgão,
assumiu
relevo
a
discussão
sobre
a
possível
violação
do
art.
2.º
da
Constituição
Federal,
dada
a
natureza
híbrida
de
sua
composição
e
pelo
fato
de
que
a
nomeação
dos
integrantes
é
realizada
pelo
Presidente
da
República.
Com
esse
argumento,
acrescido
de
que
o
Conselho
Nacional
de
Justiça
também
viola
o
“pacto
federativo”,
pois
impõe
uma
subordinação
hierárquica
administrativa,
orçamentária,
financeira
e
disciplinar
ao
Poder
Judiciário
dos
Estados,
compeliu
a
Associação
dos
Magistrados
Brasileiros
impetrar
com
Ação
Direta
de
Inconstitucionalidade
(ADI
3367),
para
que
se
reconheça
a
inconstitucionalidade
do
órgão
de
“controle
externo”.
O
STF
(ADI
3367),
por
sua
vez,
por
maioria,
com
votos
vencidos
do
Ministro
Marco
Aurélio,
que
julgava
a
ação
integralmente
procedente;
da
Ministra
Ellen
Gracie
e
do
Ministro
Carlos
Velloso,
que
julgavam
parcialmente
procedente
a
ação
para
declarar
a
inconstitucionalidade
dos
incisos
X,
XI,
XII
e
XIII
do
artigo
103-‐B,
acrescentado
pela
emenda
constitucional
referida;
e
do
Ministro
Sepúlveda
Pertence,
que
a
julgava
procedente,
em
menor
extensão,
decidiu,
no
mérito,
pela
constitucionalidade
do
Conselho,
aduzindo
que
a
EC
45/04
não
afetou
a
subsistência
do
núcleo
político
do
princípio
da
separação
dos
poderes,
pois
houve
preservação
da
função
jurisdicional,
típica
do
Judiciário,
e
das
condições
materiais
do
seu
exercício
imparcial
e
independente.
Entendeu
a
Corte
Suprema,
ainda,
que
a
Súmula
649
do
STF
não
seria
aplicável
ao
caso.
11.2 Competências
para
julgamentos
previstas
na
Constituição
Federal
Nos
termos
da
Constituição,
existem
autoridades
com
garantia
de
julgamento
em
Órgãos
alheios
à
estrutura
do
Poder
Judiciário
e,
outras,
fazem
jus
ao
denominado
“foro
privilegiado”.
Essa
garantia
de
julgamento
em
órgãos
diversos
da
“Justiça
comum”
insere-‐se
no
âmbito
das
imunidades
constitucionais,
cujo
objetivo
é
assegurar
a
independência
em
relação
aos
demais
Poderes
da
República,
permitindo
a
plena
atuação
da
autoridade,
impedindo
constranger
o
pleno
desenvolvimento
de
suas
atribuições
por
qualquer
sorte
de
ameaças,
inclusive
quanto
a
processos
judiciais
que
poderiam
ser
de
motivação
puramente
política.
Assim,
o
Juiz
Natural,
para
essas
autoridades,
é
aquele
originariamente
determinado
pela
própria
Constituição.
Exemplificativamente,
apresentam-‐se
algumas
competências:
Crime
de
responsabilidade
Art.
52,
I
Senado
Federal
Ministros
de
Estado
conexo
Crime
de
responsabilidade
Art.
102,
I,
c
STF
não
conexo
11.3 Principais
inovações
trazidas
pela
Emenda
Constitucional
n.º
45/04
(Reforma
do
Judiciário)
A
estrutura
e
o
funcionamento
do
Poder
Judiciário
sofreram
sensível
modificação
através
da
Emenda
Constitucional
n.º
45,
publicada
em
31
de
dezembro
de
2004.
Alguns
dos
pontos
alterados
dizem
respeito
à:
c) reconhecimento da jurisdição do Tribunal Penal Internacional (art. 5.º, § 4.º);
e) exigência
de
três
anos
de
atividade
jurídica
para
ingresso
na
carreira
da
magistratura
(art.
93,
I)
e
do
ministério
público
(art.
129,
§
3.º);
g) obrigatoriedade de o juiz titular residir na respectiva comarca (art. 93, VII);
h) extinção dos Tribunais de Alçada (art. 4.º da EC 45/04);
i) previsão de “quarentena” para os juízes aposentados (art. 95, parágrafo único, V);
j) criação
de
Justiça
itinerante,
no
âmbito
da
Justiça
Federal
(art.
107,
§
2.º),
da
Justiça
do
Trabalho
(art.
115,
§
1.º)
e
da
Justiça
Estadual
(art.
125,
§
7.º);
k) permissão
para
que
os
Tribunais
Regionais
Federais
(art.
107,
§
3.º),
os
Tribunais
Regionais
do
Trabalho
(art.
115,
§
2.º)
e
os
Tribunais
de
Justiça
(art.
125,
§
6.º),
possam
atuar
descentralizadamente
por
meio
de
Câmaras
Regionais.
11.4 A
regra
do
“Quinto
Constitucional”
(art.
94
da
CF/88)
Determina
a
Constituição
que
1/5
da
composição
total
dos
Tribunais
Regionais
Federais
e
dos
Tribunais
de
Justiça
dos
Estados,
Distrito
Federal
e
Territórios
seja
preenchida
por
membros
do
Ministério
Público
com
mais
de
dez
anos
de
carreira
e
por
advogados
com
notório
saber
jurídico,
reputação,
com
mais
de
dez
anos
de
efetiva
atividade
profissional.
O
método
de
escolha
é
o
seguinte:
Presidente da
Lista sêxtupla dos Lista tríplice por República ou
órgãos de escolha do Governador de
Estado para
representação
classe
de Tribunal que tem a
vaga a preencher escolha do nome
que ocupará a
vaga
Além
dos
TRF
e
dos
Tribunais
de
Justiça,
como
expressamente
prevê
o
art.
94
da
CF/88,
com
o
advento
da
Reforma
do
Poder
Judiciário
(EC
n.º
45/04),
também
os
Tribunais
do
Trabalho
(STF,
ADI
3490)
(art.
111-‐A
e
art.
115,
I),
passaram
a
ter
1/5
de
sua
composição
originária
da
advocacia
e
do
Ministério
Público.
Dispõe
o
art.
93,
I,
da
CF/88,
que
o
ingresso
na
carreira,
cujo
cargo
inicial
será
o
de
juiz
substituto,
mediante
concurso
público
de
provas
e
títulos,
com
a
participação
da
Ordem
dos
Advogados
do
Brasil
em
todas
as
fases,
exigindo-‐se
do
bacharel
em
direito,
no
mínimo,
três
anos
de
atividade
jurídica
e
obedecendo-‐se,
nas
nomeações,
à
ordem
de
classificação.
Art.
59.
Considera-‐se
atividade
jurídica,
para
os
efeitos
do
art.
58,
§
1º,
alínea
“i”:
I
–
aquela
exercida
com
exclusividade
por
bacharel
em
Direito;
II
–
o
efetivo
exercício
de
advocacia,
inclusive
voluntária,
mediante
a
participação
anual
mínima
em
5
(cinco)
atos
privativos
de
advogado
(Lei
no
8.906,
4
de
julho
de
1994,
art.
1o)
em
causas
ou
questões
distintas;
III
–
o
exercício
de
cargos,
empregos
ou
funções,
inclusive
de
magistério
superior,
que
exija
a
utilização
preponderante
de
conhecimento
jurídico;
IV
–
o
exercício
da
função
de
conciliador
junto
a
tribunais
judiciais,
juizados
especiais,
varas
especiais,
anexos
de
juizados
especiais
ou
de
varas
judiciais,
no
mínimo
por
16
(dezesseis)
horas
mensais
e
durante
1
(um)
ano;
V
–
o
exercício
da
atividade
de
mediação
ou
de
arbitragem
na
composição
de
litígios.
§
1º
-‐
É
vedada,
para
efeito
de
comprovação
de
atividade
jurídica,
a
contagem
do
estágio
acadêmico
ou
qualquer
outra
atividade
anterior
à
obtenção
do
grau
de
bacharel
em
Direito.
§
2º
-‐
A
comprovação
do
tempo
de
atividade
jurídica
relativamente
a
cargos,
empregos
ou
funções
não
privativos
de
bacharel
em
Direito
será
realizada
mediante
certidão
circunstanciada,
expedida
pelo
órgão
competente,
indicando
as
respectivas
atribuições
e
a
prática
reiterada
de
atos
que
exijam
a
utilização
preponderante
de
conhecimento
jurídico,
cabendo
à
Comissão
de
Concurso,
em
decisão
fundamentada,
analisar
a
validade
do
documento.
a. é
obrigatória
a
promoção
do
juiz
que
figure
por
três
vezes
consecutivas
ou
cinco
alternadas
em
lista
de
merecimento;
b. a
promoção
por
merecimento
pressupõe
dois
anos
de
exercício
na
respectiva
entrância
e
integrar
o
juiz
a
primeira
quinta
parte
da
lista
de
antigüidade
desta,
salvo
se
não
houver
com
tais
requisitos
quem
aceite
o
lugar
vago;
c. aferição
do
merecimento
conforme
o
desempenho
e
pelos
critérios
objetivos
de
produtividade
e
presteza
no
exercício
da
jurisdição
e
pela
freqüência
e
aproveitamento
em
cursos
oficiais
ou
reconhecidos
de
aperfeiçoamento;
d. na
apuração
de
antigüidade,
o
tribunal
somente
poderá
recusar
o
juiz
mais
antigo
pelo
voto
fundamentado
de
dois
terços
de
seus
membros,
conforme
procedimento
próprio,
e
assegurada
ampla
defesa,
repetindo-‐
se
a
votação
até
fixar-‐se
a
indicação;
e. não
será
promovido
o
juiz
que,
injustificadamente,
retiver
autos
em
seu
poder
além
do
prazo
legal,
não
podendo
devolvê-‐los
ao
cartório
sem
o
devido
despacho
ou
decisão;
11.6
Garantias
de
independência
do
Poder
Judiciário
Ensina
Alexandre
de
Moraes
(2008,
p.
499),
que
ao
Poder
Judiciário
foram
destinadas
garantias
institucionais,
pois
dizem
respeito
à
instituição
como
um
todo,
assegurando
a
independência
do
Poder
Judiciário
no
relacionamento
com
os
demais
Poderes.
Essas
garantias
seriam
a
liberdade
de
escolha
dos
dirigentes
dos
Tribunais
(art.
96)
e
a
autonomia
funcional,
administrativa
e
financeira
(art.
99):
Art.
96.
Compete
privativamente:
(...)
I
-‐
no
âmbito
da
União,
aos
Presidentes
do
Supremo
Tribunal
Federal
e
dos
Tribunais
Superiores,
com
a
aprovação
dos
respectivos
tribunais;
§
5º
-‐
Durante
a
execução
orçamentária
do
exercício,
não
poderá
haver
a
realização
de
despesas
ou
a
assunção
de
obrigações
que
extrapolem
os
limites
estabelecidos
na
lei
de
diretrizes
orçamentárias,
exceto
se
previamente
autorizadas,
mediante
a
abertura
de
créditos
suplementares
ou
especiais.
11.4 Garantias
dos
membros
do
Poder
Judiciário
11.4.1 Garantias
de
liberdade
(art.
95)
I
-‐
vitaliciedade,
que,
no
primeiro
grau,
só
será
adquirida
após
dois
anos
de
exercício,
dependendo
a
perda
do
cargo,
nesse
período,
de
deliberação
do
tribunal
a
que
o
juiz
estiver
vinculado,
e,
nos
demais
casos,
de
sentença
judicial
transitada
em
julgado;
II
-‐
inamovibilidade,
salvo
por
motivo
de
interesse
público,
na
forma
do
art.
93,
VIII;
III
-‐
irredutibilidade
de
subsídio,
ressalvado
o
disposto
nos
arts.
37,
X
e
XI,
39,
§
4º,
150,
II,
153,
III,
e
153,
§
2º,
I.
11.7.2
Garantias
de
imparcialidade
(art.
95,
parágrafo
único)
Aos
juízes
é
vedado:
I
-‐
exercer,
ainda
que
em
disponibilidade,
outro
cargo
ou
função,
salvo
uma
de
magistério;
II
-‐
receber,
a
qualquer
título
ou
pretexto,
custas
ou
participação
em
processo;
III
-‐
dedicar-‐se
à
atividade
político-‐partidária.
IV
-‐
receber,
a
qualquer
título
ou
pretexto,
auxílios
ou
contribuições
de
pessoas
físicas,
entidades
públicas
ou
privadas,
ressalvadas
as
exceções
previstas
em
lei;
V
-‐
exercer
a
advocacia
no
juízo
ou
tribunal
do
qual
se
afastou,
antes
de
decorridos
três
anos
do
afastamento
do
cargo
por
aposentadoria
ou
exoneração.
11.8
Estrutura
dos
Tribunais
do
Poder
Judiciário
(nos
limites
do
Edital
nº
01/2010)
SUPREMO
TRIBUNAL
FEDERAL
Previsão
constitucional
Art.
101
N.º
de
integrantes
Onze
Ministros
Idade
entre
35
e
65
anos
Brasileiro
nato
Gozo
dos
direitos
políticos
(MORAES,
2008)
Requisitos
para
o
cargo
Notável
saber
jurídico
e
reputação
ilibada
Aprovação
por
maioria
absoluta
do
Senado
Federal
Origem
dos
integrantes
Livre
nomeação
do
Presidente
da
República
Art.
102
Competências
TRIBUNAL
SUPERIOR
DO
TRABALHO
27
Ministros
N.º
de
integrantes
Idade
entre
35
e
65
anos
Brasileiro
nato
ou
naturalizado
Aprovação
por
maioria
absoluta
do
Senado
Federal
Requisitos
para
o
cargo
Nomeação
pelo
Presidente
da
República,
da
seguinte
forma:
1/5
dentre
advogados
e
membros
do
MPT
(art.
94)
Origem
dos
integrantes
Os
demais
dentre
juízes
dos
TRT,
oriundos
da
magistratura
de
carreira,
indicados
pelo
próprio
Tribunal
Superior
Art.
114
Competências
TRIBUNAIS
REGIONAIS
DO
TRABALHO
No
mínimo,
7
Juízes
N.º
de
integrantes
Idade
entre
30
e
65
anos
Recrutados,
quando
possível,
na
respectiva
região
Brasileiro
nato
ou
naturalizado
Requisitos
para
o
cargo
Nomeação
pelo
Presidente
da
República,
da
seguinte
forma:
1/5
dentre
advogados
e
membros
do
MPT
(art.
94)
Origem
dos
integrantes
Os
demais
mediante
promoção
dos
Juízes
do
Trabalho
por
antiguidade
e
merecimento,
alternadamente
Art.
114
Competências
TRIBUNAIS
REGIONAIS
FEDERAIS
No
mínimo,
7
Juízes
N.º
de
integrantes
Idade
entre
30
e
65
anos
Recrutados,
quando
possível,
na
respectiva
região
Brasileiro
nato
ou
naturalizado
Requisitos
para
o
cargo
Nomeação
pelo
Presidente
da
República,
da
seguinte
forma:
1/5
dentre
advogados
e
membros
do
MPF
(art.
94)
Origem
dos
integrantes
Os
demais
mediante
promoção
dos
Juízes
Federais
com
mais
de
cinco
anos
de
exercício,
por
antiguidade
e
merecimento,
alternadamente
Art.
108
Competências
QUESTÕES
SOBRE
A
MATÉRIA
1)
(AFC/CGU
–
2008)
Assinale
a
única
opção
incorreta
relativa
ao
Poder
Judiciário.
(A) São
órgãos
do
Poder
Judiciário
os
Tribunais
e
Juízes
Eleitorais,
inclusive
as
Juntas
Eleitorais.
(B) São
órgãos
do
Poder
Judiciário
os
Tribunais
e
Juízes
Militares,
inclusive
o
Tribunal
Marítimo.
(C) A
participação
em
curso
oficial
ou
reconhecido
por
escola
nacional
de
formação
e
aperfeiçoamento
de
magistrados
constitui
etapa
obrigatória
do
processo
de
vitaliciamento
do
juiz.
(D) A
lei
pode
limitar
a
presença,
em
determinados
atos
dos
órgãos
do
Poder
Judiciário,
inclusive
julgamentos,
às
próprias
partes
e
a
seus
advogados,
ou
somente
a
estes.
(E) As
decisões
administrativas
dos
tribunais
serão
motivadas
e
em
sessão
pública,
inclusive
as
disciplinares,
que
também
devem
ser
tomadas
pelo
voto
da
maioria
absoluta
de
seus
membros.
2)
(ANA
–
2009)
Assinale
a
opção
correta
relativa
à
organização
dos
Poderes,
ao
Poder
Legislativo
e
ao
Poder
Executivo.
(A) O
Conselho
da
República
é
órgão
de
consulta
do
Presidente
da
República
nos
assuntos
relacionados
com
a
soberania
nacional
e
a
defesa
do
Estado
democrático.
(B) No
exercício
do
controle
externo,
ao
Congresso
Nacional
compete
julgar
as
contas
dos
administradores
e
demais
responsáveis
por
dinheiros,
bens
e
valores
públicos
da
administração
direta
e
indireta,
incluídas
as
fundações
e
sociedades
instituídas
e
mantidas
pelo
poder
público
federal,
e
as
contas
daqueles
que
derem
causa
a
perda,
extravio
ou
outra
irregularidade
de
que
resulte
prejuízo
ao
erário
público.
(C) Admitida
a
acusação
contra
o
Presidente
da
República,
por
dois
terços
do
Supremo
Tribunal
Federal,
será
ele
submetido
a
julgamento
perante
o
Senado
Federal,
nas
infrações
penais
comuns,
ou
perante
a
Câmara
dos
Deputados,
nos
crimes
de
responsabilidade.
(D) Os
Ministros
de
Estado
serão
escolhidos
entre
brasileiros
natos
maiores
de
vinte
e
um
anos
e
no
exercício
dos
direitos
políticos.
(E) A
fiscalização
contábil,
financeira,
orçamentária,
operacional
e
patrimonial
da
União
e
das
entidades
da
administração
direta
e
indireta,
quanto
à
legalidade,
legitimidade,
economicidade,
aplicação
das
subvenções
e
renúncia
de
receitas,
será
exercida
pelo
Congresso
Nacional,
mediante
controle
externo,
e
pelo
sistema
de
controle
interno
de
cada
Poder.
3)
(ANA
–
2009)
Assinale
a
opção
correta
relativa
à
organização
dos
Poderes,
ao
Poder
Judiciário.
(A) A
justiça
de
paz,
composta
de
cidadãos
eleitos
pelo
voto
direto,
universal
e
secreto,
possui
competência
privativa
para,
na
forma
da
lei,
celebrar
casamentos,
verificar,
de
ofício
ou
em
face
de
impugnação
apresentada,
o
processo
de
habilitação
e
exercer
atribuições
conciliatórias,
sem
caráter
jurisdicional,
além
de
outras
previstas
na
legislação.
Capítulo
12
Processo
Legislativo
constitucional
12.1
EMENDAS
À
CONSTITUIÇÃO
Sabe-‐se
que,
ao
contrário
do
Poder
Constituinte
ORIGINÁRIO,
o
Poder
Constituinte
DERIVADO
(ou
instituído,
ou
constituído,
ou
reformador,
ou
de
segundo
grau)
é
aquele
que
está
inserido
na
própria
Constituição.
Permite
ao
legislador
realizar
certas
modificações
no
texto
original
da
Constituição.
Possui
como
características
ser
derivado,
subordinado
e
condicionado.
É,
em
última
análise,
limitado.
Da
análise
do
vigente
texto
constitucional,
verifica-‐se
a
existência
de
três
ordens
de
limitações
expressas
ao
poder
de
emendar
a
Constituição,
além
das
implícitas:
Procedimentais: art. 60, I, II e III; §
2.º; § 3.º e § 5.º
Expressas Circunstanciais: art. 60, § 1.º
Materiais: art. 60, § 4.º
Limitações ao
(1) concernentes ao titular do poder constituinte’, pois
Poder de Reforma
uma reforma constitucional não pode mudar o titular do
poder que cria o próprio poder reformador;
(2) referentes ao titular do poder reformador’, pois
seria despautério que o legislador ordinário estabelecesse
novo titular de um poder derivado só da vontade do
Implícitas constituinte originário;
(3) relativas ao processo da própria emenda’,
distinguindo-se quanto à natureza da reforma, para admiti-
la quando se tratar de tornar mais difícil seu processo, não
a aceitando quando vise atenuá-lo.
São
leis
de
elaboração
já
prevista
no
próprio
texto
constitucional.
Servem
para
regulamentar
assunto
que
o
constituinte
originário
entendeu
não
devessem
ser
regulados
pela
própria
Constituição
e,
ao
mesmo
tempo,
entendeu
que
essas
matérias
não
poderiam
ficar
sujeitas
a
um
procedimento
simplificado,
possibilitando
constantes
mudanças.
III. Aprovado
nas
Comissões,
seguirá
o
projeto
de
lei
para
o
Plenário
que
deliberará
sobre
ele
por
maioria
simples
de
votos,
desde
que
presentes
a
maioria
absoluta
de
seus
membros
(CF,
art.
47);
IV. Se
aprovado
o
projeto
de
lei
por
uma
das
Casas,
seguirá
para
a
outra,
que
será
a
CASA
REVISORA.
Essa
revisão
será
feita
em
um
só
turno
de
discussão
e
votação
(CF,
art.
65).
Na
Casa
Revisora,
será
novamente
o
projeto
analisado
pelas
Comissões,
discutido
e
votado.
Se
aprovado
nos
mesmos
termos
da
Casa
Iniciadora,
seguirá
para
o
Presidente
da
República.
Se,
contudo,
for
rejeitado,
será
ARQUIVADO;
V. Ao
contrário,
se
o
projeto
de
lei
for
aprovado
pela
Casa
Revisora
com
EMENDAS,
haverá
o
retorno
à
Casa
Legislativa
inicial,
para
análise
e
votação
em
um
único
turno;
VI. A
Casa,
na
qual
tenha
sido
concluída
a
votação,
enviará
o
projeto
ao
Presidente
da
República,
que
terá
quinze
dias
úteis
(do
recebimento)
para
exercer
seu
direito
de
VETO.
Ultrapassado
o
prazo
sem
manifestação
do
Chefe
do
Executivo,
ocorrerá
a
chamada
SANÇÃO
TÁCITA.
Se
entender,
contudo,
que
o
projeto
de
lei
é
“contrário
ao
interesse
público”
(VETO
POLÍTICO)
ou
“inconstitucional”
(VETO
JURÍDICO)
poderá
o
Presidente
vetá-‐lo
TOTAL
ou
PARCIALMENTE,
justificando
os
motivos
do
veto
ao
Presidente
do
Senado
Federal,
no
prazo
de
48
horas
(CF,
art.
66,
§§
1.º
a
6.º);
VII. O
veto
será
apreciado
pelo
Congresso
Nacional,
em
sessão
CONJUNTA,
dentro
de
trinta
dias,
a
contar
de
seu
recebimento,
só
podendo
o
veto
ser
rejeitado
pelo
voto
da
maioria
absoluta
dos
Deputados
e
Senadores
(sessão
conjunta),
em
escrutínio
secreto,
manifestando-‐se,
separadamente,
cada
uma
das
Casas;
IX. Se
a
lei
não
for
promulgada
pelo
Presidente
da
República,
no
prazo
de
48
horas,
nos
casos
de
SANÇÃO
TÁCITA
ou
de
DERRUBADA
DO
VETO,
o
Presidente
do
Senado
a
promulgará
e,
se
este
não
o
fizer
em
igual
prazo,
caberá
ao
Vice-‐
Presidente
do
Senado
fazê-‐lo
(CF,
art.
66,
§
7.º);
OBSERVAÇÕES
F O
Presidente
da
República
possui
matérias
de
iniciativa
PRIVATIVA
(CF,
art.
61,
§
1.º):
F Há
possibilidade
de
as
“comissões”
da
Câmara
dos
Deputados
e
do
Senado
Federal
discutirem
e
votarem
projetos
de
lei
de
forma
definitiva,
sem
necessidade
de
ir
ao
Plenário
(CF,
art.
58,
§
2.º,
I);
12.4
LEIS
DELEGADAS
São
atos
normativos
primários,
cuja
elaboração
e
edição
cabe
ao
Presidente
da
República,
devendo
haver
a
delegação
do
Congresso
Nacional
(CF,
art.
68).
12.5
DECRETOS
LEGISLATIVOS
Decretos
legislativos
são
atos
normativos
primários
do
Congresso
Nacional,
promulgados
pelo
Presidente
da
Mesa
do
Congresso
Nacional,
após
discussão
e
votação
em
sistema
bicameral,
aprovados
por
maioria
simples,
sobre
assuntos
de
competência
exclusiva
do
Poder
Legislativo,
previstos,
regra
geral,
no
art.
49
da
Constituição
Federal.
Nessa
modalidade,
não
há
participação
do
Presidente
da
República
mediante
sanção
ou
veto.
Lembre-‐se
de
que,
com
o
advento
da
EC
n.º
45/04
que
acrescentou
ao
art.
5.º
da
CF/88
o
§
3.º,
os
tratados
internacionais
de
direitos
humanos
que
forem
aprovados
pelo
mesmo
processo
legislativo
das
emendas
constitucionais
(art.
60,
§
2.º),
serão
a
estas
equiparadas.
Consequência
da
não
edição
do
decreto
Caso
não
venha
a
ser
editado
o
decreto
legislativo,
as
legislativo
após
os
60
dias
previstos
na
relações
jurídicas,
nascidas
na
vigência
da
MP,
Constituição
(§
11)
continuam
sendo
por
ela
regidas.
Nota
sobre
a
perda
da
eficácia
da
MP:
o
posicionamento
originário
da
CF/88,
efetivamente,
levava
à
perda
de
eficácia
DESDE
A
EDIÇÃO
(EX
TUNC).
Todavia,
com
o
advento
da
EC
32/01,
incorporou-‐se
no
art.
62,
§
3.º,
a
ressalva
dos
§§
11
e
12.
Assim,
talvez
se
tenha
o
reconhecimento
constitucional
que,
em
regra,
os
atos
praticados
durante
a
vigência
da
MP,
com
ultra-‐atividade,
ficarão
por
ela
regidos.
Atualmente,
em
sentido
inverso,
se
o
Congresso
Nacional
tiver
a
intenção
de
conferir
eficácia
retroativa,
deverá
emitir
um
decreto
legislativo
regulando
as
relações
jurídicas
decorrentes
do
período
em
que
a
MP
vigorou:
[...]
Embora
o
§
3.º
do
art.
62,
novo,
continue
a
prever
que
as
medidas
provisórias
não
convertidas
em
lei
perderão
eficácia
ex
tunc,
ele
ressalva
as
situações
regidas
pelos
§§
11
e
12.
Ora,
este
§
11
mantém
regidas
pela
medida
provisória
não
convertida
as
situações
dela
decorrentes.
Entretanto,
nos
primeiros
sessenta
dias
posteriores
à
perda
de
eficácia
da
media,
decreto
legislativo
poderá
dispor
sobre
essas
relações
jurídicas,
consoante
prevê
o
§
3.º,
in
fine.
Há
muito
nisto
uma
profunda
modificação
relativamente
ao
que
resultava
do
texto
primitivo.
Neste,
os
efeitos
da
medida
provisória
não
convertida
se
desconstituíam,
salvo
se
o
decreto
legislativo
dispuser
em
contrário.
Ao
invés,
hoje,
eles
perduram
válidos,
salvo
se
o
decreto
legislativo
dispuser
em
contrário.
E
isto
o
prazo
de
sessenta
dias
mencionado.
Ocorre,
portanto,
uma
presunção
a
favor
da
permanência
do
regime
aplicado
às
relações
jurídicas
pela
medida
provisória.
(Manoel
Gonçalves
Ferreira
Filho,
apud
AMARAL
JÚNIOR,
José
Levi
Mello.
Medida
Provisória
e
a
sua
Conversão
em
Lei:
a
emenda
constitucional
n.º
32
e
o
papel
do
Congresso
Nacional.
São
Paulo:
RT,
2004,
p.
257).
[grifo
nosso]
Nada
obstante,
para
concursos
públicos,
recomenda-‐se
a
utilização
da
expressão
constitucional,
de
que
a
MP,
não
convertida
em
lei,
perde
eficácia
“DESDE
A
EDIÇÃO”,
até
na
medida
em
que
esta
discussão
está
sub
judice
no
STF
na
ADPF
nº
84.
12.6.4
A
possibilidade
de
convocação
extraordinária
do
Congresso
Nacional
para
apreciação
de
medidas
provisórias
editadas
durante
os
períodos
de
recesso
Antes
do
advento
da
EC
32/01,
no
caso
de
haver
a
edição
de
MP
durante
o
período
de
recesso,
o
Congresso
Nacional
seria
convocado
a
se
reunir,
extraordinariamente,
no
prazo
de
cinco
dias
(redação
anterior:
CF,
art.
62,
parágrafo
único).
Hoje,
contudo,
não
mais
existe
tal
possibilidade
de
convocação
extraordinária
para
apreciação
de
MP,
mesmo
porque,
durante
os
períodos
de
recesso,
o
prazo
de
vigência
é
suspenso
(CF,
art.
62,
§
4.º).
Todavia,
a
EC
32/01,
corretamente,
alterou
a
redação
do
art.
57,
§
7.º,
e
incluiu
o
parágrafo
8.º.
Existe,
no
art.
58,
§
2.º,
I,
da
Constituição
Federal,
autorização
para
que
as
Casas
legislativas
deleguem
às
Comissões
matérias
que,
na
forma
do
Regimento
Interno,
dispensem
a
aprovação
pelo
Plenário.
É
a
chamada
“delegação
interna
corporis”
que,
em
outras
palavras,
permite
que
projetos
de
lei
sejam
aprovados,
em
definitivo,
no
diminuto
âmbito
das
Comissões,
sem
a
necessidade
de
discussão
e
votação
pelo
Plenário
da
Câmara
dos
Deputados
e
do
Senado
Federal.
Nada
obstante
a
essa
possibilidade
constitucional
de
atividade
legislativa,
tal
procedimento
–
aprovação/rejeição
de
MP
apenas
no
seio
das
Comissões
–
não
é
autorizado
para
a
disciplina
das
medidas
provisórias,
considerando
a
expressada
determinação
do
art.
62,
§
9.º,
da
CF.
12.6.6
Medidas
provisórias
estaduais
e
municipais
O
assunto
resta
incontroverso
no
âmbito
do
STF
(ADI
2391/SC
–
Info.
436)
que
entende
serem
as
disposições
relativas
ao
processo
legislativo,
constantes
na
Constituição
Federal,
modelos
a
serem
utilizados
também
pelos
Estados-‐Membros
e
pelos
Municípios
brasileiros.
Assim,
é
perfeitamente
possível
a
existência
de
Medidas
Provisórias
Estaduais
e
Municipais,
desde
que
expressamente
previstas
na
Constituição
Estadual
e
na
respectiva
Lei
Orgânica
Municipal.
Esse
é
o
caso,
por
exemplo,
do
Estado
de
Santa
Catarina:
Art.
51—
Em
caso
de
relevância
e
urgência,
o
Governador
do
Estado
poderá
adotar
medidas
provisórias,
com
força
de
lei,
devendo
submetê-‐las
de
imediato
à
Assembleia
Legislativa.
§
1º
—
As
medidas
provisórias,
ressalvado
o
disposto
nos
§§
7º
e
8º,
perderão
eficácia,
desde
a
edição,
se
não
forem
convertidas
em
lei
no
prazo
de
sessenta
dias,
prorrogável,
nos
termos
do
§
6º,
uma
vez
por
igual
período,
devendo
a
Assembleia
Legislativa
disciplinar,
por
decreto
legislativo,
as
relações
jurídicas
delas
decorrentes.
§
2º
—
É
vedada
a
edição
de
medida
provisória
sobre
matéria
que
não
possa
ser
objeto
de
lei
delegada.
§
3º
—
É
vedada
a
reedição,
na
mesma
sessão
legislativa,
de
medida
provisória
não
deliberada
ou
rejeitada
pela
Assembleia
Legislativa.
(...)
GABARITO
1
D
2
B
3
B
4
A
5
B
6
A
7
E
8
B
9
B
10
C
Capítulo
13
Controle
de
constitucionalidade
13.1
CONCEITO
O STF não admite. Corresponderia afirmar que a própria Constituição
ORIGINÁRIA (originária de 1988), em si mesma, seria inconstitucional.
O poder de emendar a CF encontra limites
a)
Emendas
estabelecidos pela própria Constituição. Portanto, as
emendas constitucionais podem ser declaradas
inconstitucionais
DERIVADA A possibilidade de os Estados possuírem
Constituições Constituições Estaduais decorre da Constituição
Estaduais Federal. Portanto, é possível declarar dispositivo
de Const. Estadual inconstitucional.
Ocorre quando o desrespeito à Constituição resulta de um ato
AÇÃO positivo. Por isso, também é chamada de inconstitucionalidade
positiva.
Objetivo: relativamente ao processo legislativo
Propriamente
dito Subjetivo: relativamente às iniciativas constitucionais
FORMAL
Orgânico: relativamente à divisão constitucional de competências
São as leis editadas antes da vigência da
c)
CF/88. Quando houver colisão com a
Direito pré-constitucional atual, serão consideradas normas
REVOGADAS (não recepcionadas).
MATERIAL
São as leis editadas já na vigência da
Direito pós-constitucional CF/88. Quando houver colisão, será o
caso de INCONSTITUCIONALIDADE
13.4.2
Controle
repressivo
realizado
no
PODER
EXECUTIVO
Os
Chefes
do
Poder
Executivo
(e
do
Legislativo),
possuem
autoridade
para
determinar
a
não
aplicação
administrativa
da
lei
que
se
demonstra
inconstitucional,
devendo
observar,
contudo,
que
a
determinação
estará
circunscrita
ao
âmbito
administrativo
de
seu
Poder.
Esse
é
o
entendimento
foi
referendado
pelo
Supremo
Tribunal
Federal
(STF,
RTJ
2/386,
3/760;
RDA
59/339,
76/51,
76/308,
97/116;
RF
196/59;
RT
354/139,
354/153,
358/130,
594/218;
BDM
11/600).
13.4.3 Controle
repressivo
pelo
PODER
JUDICIÁRIO
Este
controle
ocorre
por
dois
métodos:
o
difuso
(via
de
defesa
ou
via
de
exceção)
e
o
concentrado
(via
de
ação).
13.4.3.1
CARACTERÍSTICAS
GERAIS
DO
CONTROLE
DIFUSO
DE
CONSTITUCIONALIDADE
Cabe
a
qualquer
juízo
ou
tribunal,
indistintamente
apreciar
a
alegação
de
inconstitucionalidade
no
caso
concreto,
inclusive
ex
officio.
É
um
poder-‐dever.
DIFUSO
Pode
ser
suscitado
em
processos
de
qualquer
natureza,
seja
de
conhecimento,
de
execução,
cautelar
e
em
qualquer
rito:
ordinário,
sumário,
ação
especial
ou
ação
constitucional
etc.
A
alegação
de
inconstitucionalidade
é
apreciada
pelo
juiz
como
um
incidente
da
ação.
A
ação
judicial
não
tem
por
objeto
principal
a
anulação
de
uma
lei,
e
sim
a
satisfação
de
uma
pretensão,
em
um
caso
concreto.
No
controle
incidenter
tantum,
a
alegação
de
INCIDENTAL
inconstitucionalidade
constitui
somente
uma
questão
prejudicial
que
deve,
antes
do
mérito,
ser
decidida
pelo
juiz,
por
ser
necessário
para
saber
se
a
lei
será
aplicada,
ou
não,
ao
caso
concreto.
É
importante
estudar
os
arts.
480
e
481
do
Código
de
Processo
Civil.
O
que
esse
tipo
de
controle
visa
é
a
declaração
de
inconstitucionalidade
que
determine,
no
caso
concreto,
o
efeito
de
não
aplicação
da
lei.
Em
relação
a
terceiros,
a
lei
ou
ato
permanecem
válidos.
DECISÃO
INTER
PARTES
Somente
se
o
Senado
Federal
suspender
a
execução
da
lei
inconstitucional
(CF,
art.
52,
X),
através
de
resolução,
é
que
a
E
decisão
passa
a
ter
efeitos
erga
omnes
(Obs.
Ver
item
abaixo
EX
TUNC
sobre
o
papel
do
Senado
Federal).
CLÁUSULA
DE
RESERVA
DE
PLENÁRIO
(CF,
art.
97
e
CPC,
art.
481
e
482)
A
cláusula
de
reserva
de
Plenário
(full
bench)
é
uma
condição
de
eficácia
jurídica
para
as
declarações
de
inconstitucionalidade,
tanto
no
controle
difuso
quanto
no
controle
concentrado
(BARROSO,
2008).
Essa
exigência
determina
que
os
“órgãos
fracionários”
(Turmas,
Câmaras,
Grupos,
Seções...)
dos
Tribunais
não
possuem
competência
para
decidir
sobre
a
inconstitucionalidade
de
norma
jurídica.
Devem,
assim,
cumprindo
o
art.
97
da
CF/88,
remeter
a
questão
ao
Plenário
ou
ao
Órgão
Especial
para
que
esse
colegiado
maior
de
julgadores
analise
a
alegação
de
inconstitucionalidade.
O
rito
está
minuciosamente
disciplinado
no
Código
de
Processo
Civil
(art.
480
e
481).
Ver
a
Súmula
Vinculante
do
STF
no.
10.
A
POSSIBILIDADE
DE
MODULAÇÃO
TEMPORAL
DOS
EFEITOS
DAS
DECISÕES
NO
CONTROLE
DIFUSO.
O
STF
(Informativo
341),
e
em
outros
precedentes,
tem
aplicado
ao
controle
difuso
a
técnica
de
MODULAÇÃO
TEMPORAL
prevista
no
art.
27
da
Lei
9.868/99.
Isso
significa
que,
nem
sempre,
a
decisão
em
controle
difuso
será
necessariamente
ex
tunc.
Em
casos
de
segurança
jurídica
ou
de
excepcional
interesse
social
e
pelo
voto
de
2/3
de
seus
membros,
o
STF
poderá
alterar
os
efeitos
da
decisão,
determinando,
por
exemplo,
eficácia
ex
nunc,
mesmo
no
controle
difuso.
O
PAPEL
DO
SENADO
FEDERAL
NO
CONTROLE
DIFUSO.
MUDANÇA
DE
ORIENTAÇÃO
DO
STF.
Declarada
inconstitucional,
pelo
método
difuso,
lei
ou
ato
normativo
federal,
estadual,
distrital
ou
municipal,
caberá
ao
STF
(RISTF,
art.
178)
dar
ciência
ao
Senado
Federal
dessa
decisão.
A
participação
do
Senado
Federal
no
processo
de
controle
difuso
pode
ser
assim
sistematizada:
ü é
ato
discricionário
(STF,
Rep.
1012);
ü é
veiculada
por
Resolução;
ü o
Senado
Federal
está
impedido
de
revogar
ou
modificar
a
Resolução
suspensiva
após
sua
edição;
ü é
o
Senado
Federal
que
efetiva
a
suspensão
de
lei
editada
por
quaisquer
ü o
Senado
não
pode
ampliar
nem
restringir
o
que
foi
julgado
pelo
STF.
Todavia,
a
orientação
acima,
quanto
à
função
do
Senado
Federal,
sofreu
(ou
está
sofrendo)
alteração
nos
termos
do
Informativo
454
do
STF.
A
Corte
entendeu
que
o
papel
do
Senado
no
controle
difuso
seria
de
apenas
dar
publicidade
às
decisões
finais
as
quais
já
seriam,
por
si,
erga
omnes.
Essa
posição,
ainda
não
pacificada
no
STF,
se
mantida,
desfaz
as
lições
acima
transcritas
sobre
a
participação
do
Senado
no
controle
difuso
de
constitucionalidade,
especialmente
no
que
diz
respeito
ao
dogma
de
que
as
decisões
em
controle
difuso
seriam
inter
partes
até
a
suspensão
pelo
Senado
Federal.
A
EFICÁCIA
DA
RESOLUÇÃO
DO
SENADO
FEDERAL
QUE
SUSPENDE
EXECUÇÃO
DE
LEI
DECLARADA
INCONSTITUCIONAL.
EX
TUNC
OU
EX
NUNC?
Independentemente
dessa
possível
nova
orientação
do
STF
sobre
a
função
do
Senado
Federal
no
controle
difuso,
a
literatura
sempre
esteve
dividida
se
a
Resolução
suspensiva
do
Senado
Federal
possuiria
eficácia
ex
nunc
ou
ex
tunc.
José
Afonso
da
Silva
(2008),
Alexandre
de
Moraes
(2008),
Nelson
Oscar
de
Souza
(2006),
Giovani
Conti
(2004),
Marcelo
Novelino
(2009,),
André
Ramos
Tavares
(2012)
e
outros
entendem
que
a
Resolução
suspensiva,
a
cargo
do
Senado
Federal,
traz
eficácia
EX
NUNC.
Lei
ou
ato
ADI
(art.
30
da
Lei
9.868/99)
Lei
Orgânica
do
normativo
do
TJDF
Distrito
Federal
Distrito
Federal
Veja-‐se
um
exemplo
de
decisão
que
aplicou
a
modalidade
“pró-‐futuro”:
1
Somente no caso de a lei distrital estar atuando no exercício de competências estaduais.
AÇÃO
DECLARATÓRIA
DE
CONSTITUCIONALIDADE
–
ADC
ou
ADECON
Previsão
constitucional
Art.
102,
I,
a
Previsão
legal
Lei
9.868/99
Legitimação
ativa
CF,
art.
103
Órgãos
ou
autoridades
responsáveis
Legitimação
passiva
pela
edição
da
lei,
ou
do
ato
normativo,
objeto
da
ação.
Obter
a
declaração
de
constitucionalidade
absoluta
de
lei
ou
Objeto
ato
normativo
federal,
em
face
da
Constituição
Federal.
Como
regra:
erga
omnes,
ex
tunc
e
Eficácias
da
decisão
vinculante.
AÇÃO
DIRETA
DE
INCONSTITUCIONALIDADE
POR
OMISSÃO
Previsão
constitucional
Art.
103,
§
2.º
Lei
9.868/99
(alterada
pela
Lei
nº
Previsão
legal
12.063/2009)
Legitimação
ativa
CF,
art.
103
Órgãos
ou
autoridades
responsáveis
pela
produção
da
lei
ou
do
ato
Legitimação
passiva
normativo
que
não
foi
editado
integralmente
ou
adequadamente
editado.
Obter
o
reconhecimento
de
inconstitucionalidade
na
falta
ou
na
Objeto
imperfeita
edição
de
medidas
de
cunho
normativo
de
qualquer
dos
três
Poderes.
No
caso
de
omissões
de
órgão
administrativo:
prazo
de
30
dias,
sob
pena
de
responsabilização;
Nos
demais
casos
de
omissões:
mera
Eficácias
da
decisão
ciência
ao
Poder
competente2.
Obs.
A
lei
disciplinadora
da
ADO
passou
a
admitir
a
concessão
de
medida
cautelar.
2
Observação
importante:
ver
decisão
mandamental
do
STF
que
impôs
prazo
razoável
(18
meses)
para
o
Congresso
Nacional
editar
determinada
lei.
Informativo
466.
AÇÃO
DIRETA
DE
INCONSTITUCIONALIDADE
INTERVENTIVA
Previsão
constitucional
Art.
36,
III
Previsão
legal
Lei
12.562,
de
23/12/2011
Procurador-‐Geral
da
República
(CF,
36,
Legitimação
ativa
III)
ARGÜIÇÃO
DE
DESCUMPRIMENTO
DE
PRECEITO
FUNDAMENTAL
-‐
ADPF
Previsão
constitucional
Art.
102,
§
1º
Previsão
legal
Lei
9.882/99
Legitimação
ativa
CF,
art.
103
Órgãos
ou
autoridades
responsáveis
Legitimação
passiva
pela
edição
da
lei
ou
do
ato
normativo
objeto
da
ação.
Evitar
(preventiva)
ou
reparar
(repressiva)
lesão
a
preceito
fundamental
por
atos
emanados
pelo
Objeto
Poder
Público
ou
por
particulares
que
atuam
por
delegação
ou
de
entidades
controladas
pelo
Estado.
Como
regra:
erga
omnes,
ex
tunc
e
vinculante.
(Poderá
o
STF,
nos
termos
do
art.
11
Eficácias
da
decisão
da
Lei
9.882/99,
restringir
os
efeitos
da
declaração)
13.5.2
O
papel
do
Procurador-‐Geral
da
República
O
Procurador-‐Geral
da
República
é
o
chefe
do
Ministério
Público
da
União,
nos
termos
do
art.
128,
§
1.o,
da
Constituição
da
República.
Em
relação
ao
controle
de
constitucionalidade
das
leis
e
atos
normativos,
a
CF/88
determinou
que
a
qualquer
processo
de
competência
do
STF
deverá
haver
a
sua
manifestação
prévia
(art.
103,
§
1.º).
Entenda-‐se,
assim,
que
não
importa
a
forma
de
controle
que
se
chegue
ao
STF,
seja
difuso,
seja
concentrado,
sempre
haverá
a
manifestação
do
PGR
naquela
Corte.
13.5.3 Súmula
Vinculante
Com
a
promulgação
da
EC
45/04,
inovou-‐se
o
processo
incidental
de
controle
de
constitucionalidade
com
a
incorporação
no
direito
brasileiro
da
súmula
vinculante,
nos
termos
do
Art
103–A,
da
CF/88.
13.5.4 Amicus
Curiae
Trata-‐se
um
auxiliar
do
juízo
(NOVELINO,
2009).
Corresponde
à
possibilidade
de
manifestação
de
órgãos
ou
entidades,
considerando-‐se
a
relevância
da
matéria
e
a
representatividade
dos
postulantes.
É
previsto
expressamente
na
Lei
da
ADI
(Lei
9.868/99,
art.
7.º,
§
2.º).
Também
é
admitido
na
ADC,
face
à
ambivalência
em
relação
ADI
(STF,
ADC
nº
14/DF,
Rel.
Min.
Ellen
Grace,
DJE
03-‐02-‐2009).
Na
ADPF,
foi
admitido
via
interpretação
jurisprudencial
(STF,
ADPF
n.º
46/DF
e
ADPF
n.º
73/DF),
Igualmente,
também
é
admitido
nos
processos
de
controle
DIFUSO,
nos
termos
do
art.
482,
§
3.º,
do
CPC.
O
STF
(ADI
2.581/SP)
entendeu
que
o
amicus
curiae
seria
um
“colaborador
informal”,
não
podendo
recorrer
de
decisões
proferidas.
Ocorre
que
o
próprio
STF,
em
2004,
alterou
seu
Regimento
Interno,
passando
a
dispor
no
art.
131:
Assim,
considerando
a
peculiaridade
da
figura
do
amicus
curiae
no
processo
de
controle
abstrato,
de
forma
a
não
se
confundir
com
a
tradicional
intervenção
prevista
no
Código
de
Processo
Civil,
concorda-‐se
com
a
opinião
de
LENZA
(2009),
segundo
o
qual
esse
seria
uma
modalidade
sui
generis
de
intervenção
de
terceiros.
13.5.5
Pertinência
Temática
no
controle
concentrado
Alguns
dos
legitimados
para
a
propositura
da
ADI
necessitam
demonstrar
ao
STF
a
existência
de
um
“[...]
requisito
objetivo
da
relação
de
pertinência
entre
o
a
defesa
do
interesse
específico
do
legitimado
e
o
objeto
da
própria
ação.”
(MORAES,
2008,
p.
741).
§ Atos
do
Poder
Executivo
com
força
normativa,
como
os
Pareceres
da
Consultoria-‐
Geral
da
República,
devidamente
aprovados
pelo
Presidente
da
República
(Dec.
n.º
92.889,
de
7/7/1986)
(ADI
3026);
§ Regimento
Interno
dos
Tribunais
Estaduais,
assim,
como
os
regimentos
das
Assembléias
Legislativas
(MENDES,
2010);
§ Resoluções
no
CNJ
e
do
CNMP,
desde
que
dotadas
de
abstração
e
generalidade
e,
ainda,
desde
que
ligadas
diretamente
à
Constituição
(ADC-‐MC
12).
Por
sua
vez,
não
podem
ser
objeto
de
ADI:
§ Normas
constitucionais
originárias
(ADI
815);
§ Súmulas
de
jurisprudência
(ADI
594);
§ Súmulas
vinculantes
(HC
96301);
§ Decretos
tipicamente
regulamentares
(ADI
264);
§ Lei
ou
ato
normativo
revogado
(ADI
2054);
§ Lei
que
trata
de
matéria
estranha
à
sua
ementa
(ADI-‐MC
1096);
§ Respostas
do
TSE
(ADI-‐MC
1805);
§ Atos
de
efeitos
concretos
(não
editados
na
forma
de
lei)
(LENZA,
2011).
13.5.9
Reclamação
Nos
termos
do
art.
102,
I,
“l”,
da
Constituição
Federal,
cabe
o
ajuizamento
da
reclamação
com
a
finalidade
de
preservar
a
autoridade
das
decisões
do
STF.
A
possibilidade
de
reclamação
limita-‐se
a
uma
circunstância
particular:
o
ato
judicial
que
se
alega
tenha
desrespeitado
a
decisão
do
STF
não
pode
ter
transitado
em
julgado.
É
que
dispõe
a
Súmula
734
do
STF.
Relativamente
à
legitimidade
ativa,
decidiu
o
STF
(Rcl.
1.880/SP),
por
maioria,
que
qualquer
pessoa
que
tenha
sido
atingida
por
decisões
contrárias
ao
entendimento
firmado
pela
Suprema
Corte,
em
sede
de
ADI,
poderá
ajuizar
a
reclamação.
Quanto
à
natureza
jurídica,
o
STF
(ADI
2.480)
decidiu
ser
a
reclamação
exercício
do
direito
de
petição
aos
Poderes
públicos
(art.
5.º,
XXXIV,
“a”).
Capítulo
14
Funções
Essenciais
à
Justiça
14.1
DEFINIÇÃO
De
acordo
com
a
Constituição
Federal
de
1988
(arts.
127
a
135),
são
consideradas
funções
essenciais
à
atividade
jurisdicional
o
Ministério
Público,
a
Advocacia
Pública,
a
Advocacia
e
a
Defensoria
Pública.
Essa
essencialidade
se
dá
na
medida
em
que
cabe
ao
Poder
Judiciário
atividade
de
zelar
para
que
os
Poderes
mantenham
suas
atividades
nos
limites
prescritos
pela
Constituição.
Todavia,
o
próprio
Poder
Judiciário
encontra-‐se
limitado
ao
estar
impossibilitado
de
agir
por
iniciativa
própria
(MENDES,
2010).
Nessa
função,
inserem-‐
se
os
órgãos
elencados
como
vitais
à
atividade
jurisdicional,
bem
como
para
realizar
a
representação
e
a
defesa
em
juízo
dos
órgãos
estatais.
14.2
MINISTÉRIO
PÚBLICO
Nos
termos
do
art.
127
da
CF/88,
o
Ministério
Público
é
instituição
permanente,
essencial
à
atividade
da
Justiça,
tendo
por
incumbências
a
defesa
da
ordem
jurídica,
do
regime
democrático
e
dos
interesses
sociais
e
individuais
indisponíveis.
Não
obstante
a
existência
de
controvérsia
(MAZZILLI,
2008)
sobre
a
posição
constitucional
e
a
natureza
jurídica
do
MP,
pode-‐se
afirmar
tratar-‐se
de
instituição
constitucional
autônoma
(NOVELINO,
p.
705).
14.2.1 Estrutura
Orgânica
do
Ministério
Público
Ministério Público Federal
Ministério Público do Trabalho
Ministério Público da
União
Ministério Público Militar
Ministério
Público
Ministério Público do DF e Territórios
Ministério Público dos
Estados
14.2.3
PRINCÍPIOS
INSTITUCIONAIS
DO
MINISTÉRIO
PÚBLICO
(art.
127,
§
1.º)
a) Unidade:
o
Ministério
Público
é
uma
instituição
única,
sob
a
chefia
de
uma
única
autoridade.
As
divisões
eventualmente
existentes
são
de
caráter
estritamente
funcional.
Advirta-‐se
que
essa
unidade
se
afirma
dentro
de
cada
respectivo
MP,
não
podendo,
por
exemplo,
o
membro
de
um
Ministério
Público
exercer
funções
próprias
de
outro
ramo.
b) Indivisibilidade:
decorrente
do
princípio
da
unidade,
possibilita
a
substituição
de
um
membro
do
MP
por
outro
do
mesmo
ramo,
desde
que
observadas
as
previsões
legais.
c) Independência
funcional:
os
membros
no
MP
não
se
submetem
a
nenhum
poder
hierárquico
para
exercitar
suas
funções,
podendo
atuar
nas
suas
missões
constitucionais
da
maneira
que
cada
integrante
entender
conveniente.
3
MORAES, Alexandre de. Ob. cit., p. 619.
No
seu
ministério
privado,
o
advogado
presta
serviço
público
e
é,
como
juízes
e
membros
do
Ministério
Público,
elemento
indispensável
à
administração
da
justiça
e,
embora
extraia
do
ordenamento
jurídico
somente
o
que
nele
haja
de
conveniente
para
o
interesse
da
parte
que
representa,
está
a
preencher,
implicitamente,
relevante
papel
social.
Por
isso,
o
parágrafo
1.º
do
art.
2.º
do
Estatuto
da
Advocacia
(Lei
8.906,
de
4
de
julho
de
1994),
prevê:
“No
seu
ministério
privado,
o
advogado
contribui
na
postulação
de
decisão
favorável
ao
seu
constituinte,
ao
convencimento
do
julgador,
e
seus
atos
constituem
‘munus’
público.”
A
expressão
múnus
advém
de
“encargo”,
“emprego”
ou
“função”.
Sendo
assim,
o
advogado
ao
exercer
um
munus
público
está,
na
verdade,
a
exercer
típica
função
pública,
mesmo
quando
está
a
proteger
interesses
privados,
pois
acima
de
interesses
privados,
o
advogado
sempre
estará
a
serviço
da
Justiça.
Contudo,
explica
Gisela
Gondin
Ramos
(p.
50)
“[...]
que
essa
destinação
social
advocacia
nem
sempre
foi
assim
reconhecida.
Somente
com
a
criação
da
Ordem
dos
Advogados
do
Brasil,
em
18
de
novembro
de
1930,
por
força
do
art.
17
do
Decreto
n.º
19.408,
o
exercício
da
advocacia
deixou
de
ser
simplesmente
a
prestação
de
serviços
de
correntes
do
contrato
de
mandato
judicial,
para
adotar
características
de
maior
importância
social,
passando
o
advogado,
agora,
a
assumir
sua
efetiva
responsabilidade
funcional”,
na
medida
em
que
se
vinculou
o
exercício
da
advocacia
à
observância
de
princípios
ético-‐profissionais.
Frise-‐se,
assim,
que
a
função
social
do
advogado
está
diretamente
ligada
à
existência
de
normas
de
conduta
profissional
que
pautem
o
advogado
a
exercer
seu
mister
com
elevado
nível
ético-‐profissional.
Nada
mais
lógico,
na
medida
em
que
falar
em
ÉTICA
é
fazer
uma
reflexão
formal
acerca
dos
princípios
que
criticam
ou
dão
legitimidade
ao
agir
humano,
ou
seja,
é
falar
propriamente
de
“ação
humana”,
[...]
Enfim,
torna-‐se
evidente
que
a
grande
função
social
do
advogado
é
ser
o
efetivo
elo
entre
o
Direito
e
a
Justiça.
O
exercício
da
advocacia
é,
além
de
baluarte
de
democracia,
de
cidadania
e
do
Estado
de
Direito,
um
incessante
mecanismo
realizador
da
aspiração
coletiva
de
Justiça.
Para
tanto,
por
exercer
notadamente
um
ministério
privado,
em
que
utiliza
sua
cultura
jurídica
a
serviço
de
interesses
de
seu
constituinte,
deve
estar
norteado
por
rígidos
ditames
de
ética
profissional.
14.5
DEFENSORIA
PÚBLICA
Conforme
prevê
o
art.
134
da
CF/88,
a
Defensoria
Pública
é
instituição
essencial
à
atividade
jurisdicional
do
Estado,
cabendo-‐lhe
a
orientação
jurídica
e
a
defesa,
em
todos
os
graus,
dos
necessitados,
na
forma
do
art.
5.º,
LXXIV.
Nesse
sentido,
o
STF
(ADI
2903),
mostrando-‐se
intransigente
quanto
à
importância
da
Defensoria
Pública,
decidiu
que:
• A
Defensoria
Pública,
enquanto
instituição
permanente,
essencial
à
função
jurisdicional
do
Estado,
qualifica-‐se
como
instrumento
de
concretização
dos
direitos
e
das
liberdades
de
que
são
titulares
as
pessoas
carentes
e
necessitadas;
1
B
2
C
3
D
4
A
5
B
6
D
7
B
8
E
9
A
10
B
Capítulo
15
Defesa
dos
Estado
das
Instituições
Democráticas
15.1
DEFINIÇÃO
A
Constituição
de
1988,
nos
arts.
136
a
141,
prescreve
as
regras
relativas
ao
Estado
de
Defesa
e
ao
Estado
Sítio.
São
normas
que
visam
à
estabilização
e
à
defesa
da
Constituição
contra
processos
violentos
de
mudança
ou
perturbação
da
ordem
constitucional,
mas
também
à
defesa
do
Estado
quando
a
situação
crítica
derive
de
guerra
externa,
momento
em
que
a
legalidade
normal
é
substituída
por
uma
legalidade
extraordinária
(SILVA,
2008).
15.2 PRINCÍPIOS
REGENTES
DO
SISTEMA
CONSTITUCIONAL
DE
CRISES
O
Estado
de
Defesa
e
o
Estado
de
Sítio,
juntamente
com
as
demais
regras
previstas
no
Título
V
da
CF/88,
formam
o
sistema
constitucional
de
crises,
que
é
regido
por
três
princípios
(BULOS,
2007):
ü Princípio
fundante
da
necessidade:
os
estados
de
defesa
e
de
sítio
só
podem
ser
decretados
à
luz
de
fatos
que
os
justifiquem
e
nas
situações
previstas
taxativamente
na
constituição;
ü Princípio
da
temporariedade:
os
estados
de
defesa
e
de
sítio
são
medidas
temporárias,
mesmo
que,
em
alguns
casos,
se
admita
a
prorrogação
dos
prazos
previstos
na
Constituição;
ü Princípio
da
proporcionalidade:
as
medidas
a
serem
empreendidas
nos
estados
de
defesa
e
de
sítio
devem
guardar
relação
de
proporcionalidade
com
os
fatos
que
justificaram
sua
adoção.
Órgão
Destinação
Constitucional
Previsão
constitucional
Ressalvada
a
competência
da
União,
as
funções
de
polícia
judiciária
é
a
Art.
144,
§
4.º
Polícias
Civis
apuração
de
infrações
penais,
exceto
as
militares.
15.7
GUARDA
MUNICIPAL
Autoriza
a
Constituição
que,
na
forma
da
lei,
os
municípios
constituam
guardas
municipais
destinadas
à
proteção
de
seus
bens,
serviços
e
instalações
(art.
144,
§
8.º).
A
Constituição,
portanto,
não
autorizou
a
criação
de
órgão
policial
de
segurança
ou
de
polícia
judiciária
por
parte
dos
municípios,
mas
apenas
uma
Guarda
que
visa
“[...]
assegurar
a
incolumidade
do
patrimônio
municipal,
que
envolve
bens
de
uso
comum
do
povo,
bens
de
uso
especial
e
bens
patrimoniais,
mas
não
é
de
polícia
ostensiva,
que
é
função
exclusiva
da
Polícia
Militar.
(SILVA,
2008,
p.
782)”
GABARITO
1
C
2
D
3
C
4
C
5
D
6
C
7
D
8
A
9
D
10
D
Capítulo
16
Eficácia
e
Aplicabilidade
da
Norma
Constitucional
16.1
EFICÁCIA
E
APLICABILIDADE
DA
NORMA
CONSTITUCIONAL
Toda
norma
constitucional
é
dotada
de
eficácia.
Algumas
possuem
eficácia
social,
ou
seja,
são
efetivamente
aplicadas
nos
casos
concretos.
Todas,
contudo,
possuem
eficácia
jurídica,
significando
que
sua
simples
edição
resulta
na
revogação
de
todas
as
normas
anteriores
que
com
ela
colidem
(TEMER,
p.
23).
16.2
CLASSIFICAÇÃO
DE
JOSÉ
AFONSO
DA
SILVA
São
aquelas
de
aplicabilidade
imediata,
direta
e
integral,
Exemplos:
arts.
2.º,
14,
§
2.º,
Normas
de
eficácia
plena
não
dependendo
de
legislação
19,
20,
21,
22,
145,
§
2º.
ulterior
para
a
sua
inteira
operatividade.
GABARITO
1
D
2
A
3
A
4
D
5
A
6
D
7
A
8
B
9
A
10
B
OBRAS
CONSULTADAS
ALVES,
José
Wanderely
Bezerra.
A
função
social
do
advogado.
Cinco
anos
de
Estatuto
da
Advocacia
e
da
OAB.
Campo
Grande:
OAB-‐MS,
1999.
ARAUJO,
Luiz
Alberto
David
et
al.
Curso
de
Direito
Constitucional.
8ª.
ed.
rev.
e
atual.
São
Paulo:
Saraiva,
2004.
ÁVILA,
Humberto.
Teoria
dos
Princípios
da
definição
à
aplicação
dos
princípios
jurídicos.
São
Paulo,
Malheiros,
2003.
BARROSO,
Luís
Roberto.
O
Controle
de
Constitucionalidade
no
Direito
Brasileiro.
3ª.
ed.
São
Paulo:
Saraiva,
2008.
BARROSO,
Luís
Roberto.
Curso
de
direito
constitucional
contemporâneo:
os
conceitos
fundamentais
e
a
construção
do
novo
modelo.
São
Paulo:
Saraiva,
2009
BASSO,
Maristela.
MERCOSUL:
seus
efeitos
jurídicos,
econômicos
e
políticos
nos
Estados-‐membros.
2ª.
ed.
Porto
Alegre
:
Livraria
do
Advogado,
1997.
BASTOS,
Celso
Ribeiro.
Curso
de
Direito
Constitucional.
São
Paulo:
Celso
Bastos
Editora,
2002.
BOBBIO,
Norberto.
A
era
dos
direitos.
Rio
de
Janeiro:
Campus,
2004.
BONAVIDES,
Paulo.
Disponível
em:
<http://www.hseditora.com.br/DFJ/3_DOUTRINA_5_.htm>.
BULOS,
Uadi
Lammêgo.
Curso
de
Direito
Constitucional.
São
Paulo:
Saraiva,
2007.
CAETANO,
Marcelo.
Direito
Constitucional.
2ª;
ed.
Rio
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Janeiro:
Forense,
1987.
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J.J.
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Direito
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e
Teoria
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Constituição.
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Direito
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ed.
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Horizonte:
Del
Rey,
2007.
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Ricardo
Cunha
et
al.
Curso
de
Direito
Constitucional.
2ª.
ed.
São
Paulo:
Saraiva,
2005.
CINTRA,
Antônio
Octávio.
Presidencialismo
e
parlamentarismo:
são
importantes
as
instituições?
[in
Sistema
Político
Brasileiro:
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introdução.
Orgs.
Lucia
Avelar
e
Antônio
Octávio
Cintra].
São
Paulo:
UNESP,
2007.
COELHO,
Fábio
Alexandre.
Processo
Legislativo.
São
Paulo:
Editora
Juarez
Freitas,
2007.
CONTI,
Giovanni.
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JÚNIOR,
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Direito
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2ª.
ed.
São
Paulo:
RT,
1998.
DINIZ,
Maria
Helena.
Norma
Constitucional
e
seus
Efeitos.
3ª.
ed.
São
Paulo:
Saraiva,
1997.