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Oracle ± Trigger
Triggers são procedimentos que podem ser gravados em Java, PL/SQL ou C.
São executados (ou disparados) implicitamente quando uma tabela é
modificada, um objeto é criado ou ocorrem algumas ações de usuário ou de
sistema de banco de dados.

As triggers são similares as stored procedures diferindo, apenas, na maneira


como são chamadas. A trigger é executada implicitamente quando ocorre
algum evento de trigger enquanto a stored procedure deve ser executado
explicitamente.

Uma trigger é composta por quatro part es:

- Momento
- Evento
- Tipo
- Corpo

O Ô Ô define quando uma trigger irá ser acionada. Pode ser:

- BEFORE (tabela)
- AFTER (tabela)
- INSTEAD OF (view)

BEFORE indica que os comandos PL/SQL do corpo da trigger serão


executados ANTES dos dados da tabela serem alterados. Normalmente
usamos BEFORE nos casos em que precisamos incializar variáveis globais,
validar regras de negócios, alterar o valor de flags ou para salvar o valor de
uma coluna antes de alterarmos o valor delas. Exemplo:

CREATE OR REPLACE TRIGGER novo_func


BEFORE...
.
.
.
END;
/

AFTER indica que os comando PL/SQL do corpo da trigger será executado


APÓS os dados da tabela serem alterados. Normalmente usamos AFTER para
completar os dados de outras tabelas e para completar a atividade de o utra
trigger de momento BEFORE. Exemplo:

CREATE OR REPLACE TRIGGER novo_func


AFTER...
.
.
.
END;
/

INSTEAD OF indica que a trigger irá ser executada no lugar da instrução que
disparou a trigger. Literalmente, a instrução é substituída pela trigger. Essa
técnica permite que façamos, por exemplo, alterações em uma tabela através
de uma view. É usado nos casos em que a view não pode alterar uma tabela
por não referenciar uma coluna com a constraintnotnull. Nesse caso a trigger
pode atualizar a coluna que a view não tem acesso.

Dois detalhes muito importantes sobre INSTEAD OF:

- Só funcionam com views e


- É sempre de linha. Será considerado assim, mesmo que "FOR EACH ROW"
for omitido.

Exemplo:

CREATE OR REPLACE TRIGGER novo_func


INSTEAD OF INSERT ON vemp
FOR EACH ROW
WHEN ...
.
.
.
END;
/

O evento define qual é a instrução DML que aciona a trigger. Inf orma qual
instrução SQL irá disparar a trigger. Pode ser:

- INSERT
- UPDATE
- DELETE

Quando o evento for um UPDATE podemos informar quais colunas que, ao


serem alteradas, irão disparar a trigger. O mesmo NÃO ocorre com INSERT e
DELETE porque essas instruções sempre afetam a linha por inteiro. Exemplo:

CREATE OR REPLACE TRIGGER novo_func


AFTER INSERT ON emp
.
.
.
END;
/
O evento pode conter uma, duas ou todas as três operações DML em uma
única linha de comando. Exemplo:

CREATE OR REPLACE TRIGGER novo_func


BEFORE INSERT OR UPDATE OR DELETE ON emp
.
.
.
END;
/

O tipo define quantas vezes uma trigger será executa. A trigger pode ser
executada uma vez para a instrução que a disparou ou ser disparada para
cada linha afetada pela instrução que disparou a trigger. Pode ser:

- Instrução (STATEMENT)
- Linha (ROW)

Quando a trigger for do tipo instrução ela será disparada uma vez para cada
evento de trigger, mesmo que nenhuma linha tenha sido afetada. São úteis
para aquelas trigger que eventualmente não alteram dados ou para situações
onde o que queremos é uma resposta da trigger, por exemplo, em uma
restrição complexa de negócio. Por DEFAULT toda trigger é deste tipo.
Exemplo:

CREATE OR REPLACE TRIGGER novo_func


BEFORE INSERT OR UPDATE OR DELETE ON emp
FOR EACH STATEMENT
.
.
.
END;
/

Quando a trigger for do tipo linha, a trigger será executada toda vez que a
tabela for afetada pelo evento da trigger. Se nenhuma linha for afetada a trigger
não será executada. São muito úteis quando a ação da trigger depende dos
dados afetados pelo event o da trigger. Exemplo:
CREATE OR REPLACE TRIGGER novo_func
BEFORE INSERT OR UPDATE OR DELETE ON emp
FOR EACH ROW
.
.
.
END;
/

O corpo define a ação que uma trigger irá executar quando acionada. O corpo
de uma trigger é composto por um bloco PL/SQL, a ch amada de uma
PROCEDURE ou por um procedimento JAVA. Por definição, o tamanho de
uma trigger não pode ultrapassar 32K.

Como, normalmente, precisamos trabalhar com os valores antes e depois da


alteração dos dados, a trigger permite que façamos referencia ao s valores
antes da alteração (OLD) e após a alteração (NEW).

O nome de uma trigger deve ser único dentro de um mesmo esquema, e sua
sintaxe básica é:

CREATE [OR REPLACE] TRIGGER [schema.] nome_da_trigger


[BEFORE|AFTER]
[DELETE|OR INSERT|OR UPDATE[OF coluna]]
ON [schema.] nome_da_tabela_ou_da_view
[REFERENCING [OLD [AS] OLD] [NEW [AS] NEW]
[FOR EACH ROW]
[WHEN [condição]]
BLOCO PL/SQL

Onde:

Nome_da_trigger é o nome da trigger;

Nome_da_tabela_ou_da_view indica a tabela ou view associada com a trigger;

Corpo_da_trigger é a ação que a trigger irá executar. Inicia por DECLARE ou


BEGIN e termina por END. Também pode conter a chamada de um
procedimento.

O uso do nome da coluna na cláusula UPDATE pode aumentar a performance


porque a trigger só será disparada quando aquela coluna especificada na
cláusula for alterada.

Agora que sabemos como criar uma trigger veremos um exemplo completo:

Primeiro vamos criar uma tabela para gravar um registro de todos os usuários
que se conectaram ao banco:

CREATE TABLE vigia


(marca VARCHAR2(100));

CREATE OR REPLACE TRIGGER marca_logon


AFTER LOGON ON DATABASE
BEGIN
INSERT INTO sys.vigia
VALUES (USER || ' entrou no sistema em ' ||
TO_CHAR(sysdate, 'DD-MM-YYYY HH24:MI:SS'));
COMMIT;
END;
/
Pronto, temos nossa primeira trigger. Ela registra o nome do usuário e a que
horas ele entrou. Esse exemplo foi retirado diretamente da documentação
Oracle. No nosso exemplo fazemos referencia a um evento do sistema ao
invés de referenciarmos uma tabela. Out ros eventos do sistema são:

- AFTER SERVERERROR
- AFTER LOGON
- BEFORE LOGOFF
- AFTER STARTUP
- BEFORE SHUTDOWN

Você pode criar triggers usando os eventos acima para DATABASE e


SCHEMA. As duas exceções são SHUTDOWN e STARTUP que só se aplicam
a DATABASE. Exemplo:

CREATE OR REPLACE TRIGGER marca_logoff


BEFORE LOGOFF ON SCHEMA
BEGIN
INSERT INTO sys.vigia
VALUES (USER || ' saiu do sistema em ' ||
TO_CHAR(sysdate, 'DD-MM-YYYY HH24:MI:SS'));
COMMIT;
END;
/

Eventualmente podemos ter algum tipo de erro em nossa trigger. Para verificar
quais são os erros de compilação que temos na trigger basta usar o comando
SHOW ERRORS TRIGGER nome_da_trigger. Caso você queira ver os erros
de compilação da última trigger que você compilou pode escrever apenas
SHOW ERRORS ou SHO ERR. Ao executarmos esse comando ele mostrará a
linha onde está o erro. Atenção: caso a linha onde está o erro se estenda por
mais de uma linha, este comando indicará o início da linha. Vamos criar uma
trigger com erro para servir como exemplo:

CREATE OR REPLACE TRIGGER marca_logon


AFTER LOGON ON DATABASE
BEGIN
INSERT INTO sys.vigia
VALUES (USER || ' entrou no sistema em ' ||
TO_CHAR(sysdate, 'DD-MM-YYYY HH24:MI:SS));
COMMIT;
END;
/

Gatilho criado com erro de compilação

Qual é o erro desse gatilho? É um erro bem banal, no caso deixamos de fechar
a apóstrofe (ou aspas simples ou quote) no final da instrução TO_CHAR. Ao
executarmos o SHOW ERROR ele irá mostrar que houve um erro na linha 4.
Isso porque ele aponta onde a linha que contem o erro começou a ser escrita e
não a linha onde efetivamente ocorreu o erro está.

Caso precise de mais informações sobre sua trigger, a view USER_TRIGGERS


pode fornecer informações muito úteis. Exemplo:

SELECT trigger_name
FROM user_triggers;

Com o nome da trigger que você deseja analisar execute o comando:

SELECT trigger_type, table_name, triggering_event


FROM user_triggers
WHERE trigger_name = 'nome_da_trigger';

Ou, se precisar obter o código usado para gerar a trigger:

SELECT trigger_name, trigger_type, triggering_event,


table_name, referencing_names,
status, trigger_body
FROM user_triggers
WHERE trigger_name = 'nome_da_trigger';

Caso descubra que não precisa mais da trigger existe duas formas de tratar a
situação. Eliminar a trigger ou desabilitá -la.

Eliminando a trigger:
DROP TRIGGER nome_da_trigger;

Caso prefira apenas desabilitar a trigger use o comando:

ALTER TRIGGER nome_da_trigger DISABLE;

Quando a trigger é criada pela primeira vez ela é habilitada automaticamente.


Para habilitar a trigger novamente basta usar o comando:

ALTER TRIGGER nome_da_trigger ENABLE;

Mas vamos continuar criando nossas triggers. O próximo caso vai nos ajudar a
impedir que alguém cadastre um funcionário fora do horário de expediente:

CREATE TABLE nova_emp


AS SELECT * FROM SCOTT.EMP;

CREATE OR REPLACE TRIGGER hora_exp


BEFORE INSERT ON nova_emp
BEGIN
IF (TO_CHAR(sysdate,'DY') IN ('SAB','DOM')) OR
(TO_CHAR(sysdate,'HH24:MI')
NOT BETWEEN '08:30' AND '17:30')
THEN RAISE_APPLICATION_ERROR (-20500,'Você só pode
Atualizar os empregados no horário de
expediente');
END IF;
END;
/

Essa trigger pode ser refinada para testar os predicados condicionais.


Porexemplo:

CREATE OR REPLACE TRIGGER hora_exp


BEFORE INSERT OR UPDATE OR DELETE ON nova_emp
BEGIN
IF (TO_CHAR(sysdate,'DY') IN ('SAB','DOM')) OR
(TO_CHAR(sysdate,'HH24:MI')
NOT BETWEEN '08:30' AND '17:30')
THEN
IF DELETING THEN
RAISE_APPLICATION_ERROR (-20500,'Você sópode
excluir empregados no horário de expediente');
ELSIF INSERTING THEN
RAISE_APPLICATION_ERROR (-20502,'Você sópode
incluir empregados no horário de expediente');
ELSIF UPDATING ('SAL') THEN
RAISE_APPLICATION_ERROR (-20504,'Você sópode
alterarsalarios no horário de expediente');
ELSE
RAISE_APPLICATION_ERROR (-20506,'Você só pode
Fazer alterações no horário de expediente');
END IF;
END IF;
END;
/

Vamos ver como usar valores OLD e NEW:

Primeiro vamos criar uma tabela para conter os dados do nosso histórico.

CREATE TABLE DDUR


(USUARIO VARCHAR2(15),
HORARIO DATE,
EMPNO NUMBER(4),
ENAME VARCHAR2(10),
JOB VARCHAR2(9),
MGR NUMBER(4),
HIREDATE DATE,
SAL NUMBER(7,2),
COMM NUMBER(7,2),
DEPTNONUMBER(2))
/
Agora vamos criar nossa trigger. Ela deve registrar tudo o que fizermos em
nossa tabela.

CREATE OR REPLACE TRIGGER hist_emp


AFTER INSERT OR UPDATE OR DELETE ON nova_emp
FOR EACH ROW
BEGIN
INSERT INTO ddurVALUES(
user, sysdate, :OLD.empno, :OLD.ename , :OLD.job,
:OLD.mgr, :OLD.hiredate, :OLD.sal, :OLD.comm, :OLD.deptno);
END;
/

A referência:OLD indica que estamos usando os valores antes da alteração.


Caso quiséssemos usar o valor atualizado a referencia seria : NEW. Ambas
podem ser usadas na mesma trigger. Por exemplo, nossa trigger poderia ter
sido escrita assim:

CREATE OR REPLACE TRIGGER hist_emp


AFTER INSERT OR UPDATE OR DELETE ON nova_emp
FOR EACH ROW
BEGIN
INSERT INTO ddurVALUES(
user, sysdate, :NEW.empno, :NEW.ename, :OLD.JOB,
:NEW.MGR, :OLD.HIREDATE, :OLD.sal, :OLD.comm, :OLD.deptno);
END;
/

Você pode usar:OLD e :NEW em comparações dentro da sua trigger,


montando estruturas PL/SQL cada vez mais complexas. Porexemplo:

CREATE OR REPLACE TRIGGER aumento


BEFORE UPDATE OF sal ON emp
FOR EACH ROW
BEGIN
IF (:NEW.sal - :OLD.sal) < :OLD.sal * 0.025
THEN
RAISE_APPLICATION_ERROR (-20512, 'Favor corrigirindice');
END IF;
END;

No caso acima, se o aumento de salário for inferior a 2,5% o sistema avisa que
houve um erro na alteração salarial. Em um outro exemplo, mas agora com
WHEN

CREATE OR REPLACE TRIGGER ver_sal


BEFORE INSERT OR UPDATE OF sal, job
ON empl
FOR EACH ROW
WHEN (NEW.job_id<> 'PRESIDENT')
DECLARE
v_minsalemp.sal%TYPE;
v_maxsalemp.sal%TYPE;
BEGIN
SELECT MIN(sal), MAX(sal)
INTO v_minsal, v_maxsal
FROM emp
WHERE job = :NEW.job;
IF :NEW.sal<v_min OR
:NEW.sal>v_maxsal THEN
RAISE_APPLICATION_ERROR(-20515,'Salario inválido');
END IF;
END;
/

UPDATE emp
SET sal = 3400
WHERE ename = 'BLAKE';

Neste caso estamos garantido que ninguém que for contratado com o cargo
diferente de PRESIDENT irá receber um sal ário menor que o menor salário de
seu cargo ou um salário maior que o maior salário de seu cargo.

Uma trigger pode ser bem mais simples do que os exemplos acima. Por
exemplo, se quisermos implementar uma restrição onde o salário do
funcionário nunca possa ser reduzido, basta aplicarmos a trigger:

CREATE OR REPLACE TRIGGER veri_sal


BEFORE UPDATE OF sal ON emp
FOR EACH ROW
WHEN (NEW.sal<OLD.sal)
BEGIN
RAISE_APPLICATION_ERROR (-20508,
'O salário não pode ser reduzido');
END;
/

Para que um usuário crie suas próprias triggers ele precisa ter o privilégio de
sistema CREATE TRIGGER e ser o proprietário da tabela onde irá criar a
trigger. Caso não seja proprietário ele deve ter o privilégio de sistema ALTER
ou ALTER ANY TABLE. Caso precise criar triggers para eventos do banco de
dados deve ter o privilégio de ADMINISTER DATABASE TRIGGER. Caso a
trigger faça chamada de alguma procedure, quem estiver criando a trigger deve
ter o privilégio de EXECUTE na procedure.

Como podemos notar as trigger podem ser usadas de forma bem flexível. Com
elas podemos gerar mecanismos de segurança mais flexíveis, auditar dados de
tabelas e implementar regras de negócios com mais facilidade.

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