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HISTÓRIA DO

CRISTIANISMO II
A QUEDA DE ROMA 476

 Por causa das sucessivas invasões e divisões, o outrora vasto


império de Roma ficou reduzido a um pequeno território em
redor da capital. No ano 476, uma tribo de germânicos,
aparentemente pequena, os hérulos dirigidos pelo rei
Odoacro, apoderou-se de Roma, destronou o menino
imperador Rômulo conhecido por Augusto o Pequeno, ou
"Augústulo". Odoacro tomou o título de rei da Itália, e desde
esse ano, 476, o Império Romano Ocidental deixou de existir.
Desde a fundação de Roma, até à queda do império,
passaram-se mil e quinhentos anos. O Império Oriental que
tinha como capital Constantinopla, durou até ao ano de
1453. Q
A IGREJA E OS BÁRBAROS

 Quase todas as tribos invasoras eram pagãs de


origem. Os godos constituíam uma exceção, pois
haviam sido convertidos ao Cristianismo por Ário,
e possuíam a Bíblia em sua própria língua, cujas
porções ainda existentes formam a primitiva
literatura teutônica. Também é certo que quase
todas as tribos conquistadoras tornaram-se
cristãs, em parte por meio dos godos e em parte
pelo contato com os povos entre os quais se
estabeleceram. Mais tarde os arianos chegaram
a ser crentes ortodoxos.
Alguns Lideres da Igreja Imperial

Atánasio (296-373)
Foi ativo defensor da fé no início do período.
Já vimos como ele se levantou e se destacou
na controvérsia de Ário; tomou-se a figura
principal no Concílio de Nicéia, em 325,
apesar de não ter direito a voto; logo depois,
foi escolhido bispo de Alexandria. Cinco vezes
foi exilado, por causa da fé, mas lutou
fielmente até ao fim, terminando sua carreira
com paz e com honra.
Ambrósio de Milão (340-397)
O primeiro dos pais latinos, foi eleito
bispo enquanto era ainda leigo, e nem
ao menos era batizado, mas recebera
então instrução para tornar-se
membro. Tanto os arianos como os
ortodoxos notaram nele qualidades
para ser bispo. Ambrósio tornou-se
uma figura destacada na igreja.
Repreendeu o imperador Teodósio, por
causa de um ato cruel, e obrigou-o a
confessar-se. Mais tarde o próprio
imperador o tratou com alta distinção,
João Crisóstomo
João, chamado Crisóstomo, "a boca de ouro", em razão de sua
eloquência inigualável, foi o maior pregador desse período.
Nasceu em Antioquia, no ano 345. Chegou a ser bispo de
Constantinopla, no ano 398 e pregou à imensa multidão que se
reunia na catedral de Sta. Sofia. Entretanto, sua fidelidade,
independência, zelo reformador e coragem, não agradavam à
corte. João Crisóstomo foi exilado e morreu no exílio, no ano
407, porém sua memória foi vindicada; seu corpo foi levado
para Constantinopla e sepultado com grandes homenagens.
Foi poderoso pregador, estadista, e expositor competente da
Bíblia.
Jerônimo (340-420)
Jerônimo (340-420) foi o mais erudito de todos os pais
latinos. Estudou literatura e oratória em Roma.
Entretanto, renunciou às honras do mundo, para viver
uma vida religiosa fortemente matizada de ascetismo.
Estabeleceu um mosteiro em Belém e ali viveu durante
muitos anos. De seus numerosos
escritos, o que teve maior influência e aceitação foi a
tradução da Bíblia para o latim, obra que ficou
conhecida como Vulgata Latina, isto é, a Bíblia em
linguagem comum, até hoje a Bíblia autorizada pela
igreja católica romana.
Agostinho Hipona (354-430)
O nome mais ilustre de todo esse período foi o de Agostinho,
nascido no ano 354, no norte da África. Ainda jovem, já era
considerado brilhante erudito, porém mundano, ambicioso e
amante dos prazeres. Aos trinta e três anos de idade tornou-se
cristão, por influência de Mônica, sua mãe, e pelos ensinos de
Ambrósio, bispo de Milão, e bem assim pelo estudo das epístolas
de Paulo. Agostinho foi eleito bispo de Hipona, no norte da
África, no ano 395, ao tempo em que começaram as invasões
dos bárbaros.
Entre as muitas obras de Agostinho destaca-se "A Cidade de
Deus", na qual ele faz magnífica defesa, a fim de que o
Cristianismo tome o lugar do dissolvente império. O livro
"Confissões" encerra as profundas revelações da sua própria
vida e coração. Porém a fama e a influência de Agostinho
estão nos seus escritos sobre a teologia cristã, da qual ele foi o
maior expositor, desde o tempo de Paulo. Agostinho morreu no
ano 430.
I. CRESCIMENTO DO PODER PAPAL
1. Período de Crescimento, 590-1073 d.C. Causas: a. Fortalecimento da Justiça b. Incertezas do
Governo Secular. c. Firmeza do Governo da Igreja. d. As "Fraudes Pias".
(1) A Falsa Doação de Constantino.
(2) Decretais Pseudo-Isidorianas
(3) Evidências de Fraude.

a) A Falsa Doação de Constantino.


b) Decretais Pseudo-Isidorianas.
c) Evidências de Fraude.
Período Culminante, 1073-1216 d.C.

O Governo de Hildebrando
(Gregório VII).

(1) Reforma do Clero.

(2) Separação entre a Igreja e o Estado.

(3) Supremacia da Igreja


O Governo de Inocêncio III, 1198-1216.
(1)Suas Afirmações.

(2)Eleição do Imperador.

(3)Governo em Roma.

(4)Submissão do Rei da França.

(5)Submissão do Rei da Inglaterra


3. Período de Decadência

a) Bonifácio VIII, 1303 d.C.

b) Cativeiro Babilônico, 1305-1377 d.C.

c) O Concílio de Constança, 1414 d.C.


MOVIMENTOS PRÉ
REFORMADORES
Os cátaros
 Eles desafiaram o poderio da Igreja Católica ao criar o catarismo.
Por causa da intolerância religiosa, muitos foram massacrados ou
queimados na fogueira
 O início do movimento
Os cátaros formaram a sociedade secreta mais popular da Idade
Média. Os adeptos do movimento eram pacíficos e muito estimados
pela população do Languedoc, tendo muitos nobres entre seus
seguidores. E não foi à toa que a doutrina cátara foi bem aceita na
região. Na Idade Média, a próspera Languedoc era um centro de
diversidade cultural onde conviviam em paz normandos, catalães,
judeus e sicilianos. Exercido por cidadãos livres que abasteciam os
feudos com seus produtos agrícolas, ferramentas, armas e um sem-
número de manufaturados, a força do comércio na região também
limitava os poderes da nobreza intimamente ligada ao clero. O início
do catarismo é impreciso. Alguns historiadores acreditam que o
movimento religioso nasceu em Constantinopla e foi trazido para a
Europa Ocidental depois da 2ª Cruzada, por volta de 1147 e 1149.
Outros pesquisadores sugerem que as primeiras ideias de
um movimento religioso (que ainda não tinha um nome oficial)
começaram antes, por volta de 1022, quando dois monges foram
injustamente queimados vivos, acusados de satanismo
Vida pura e casta
Eles abdicavam de suas posses materiais e procuravam levar uma vida pura, afastando-se o quanto podiam do
mundo material, o qual consideravam corrupto. Seus padres se vestiam com hábitos negros e rejeitavam
os sacramentos, como o batismo, a eucaristia e o matrimônio. E não se incomodavam com o sexo fora do
casamento. “A castidade devia ser priorizada, mas se não fosse possível mantê-la, melhor seria manter encontros
casuais do que oficializar o mal por meio do casamento, um sacramento não aceito por eles”, escreve a
historiadora Maria Nazareth de Barros, autora de Deus Reconhecerá os Seus: A História Secreta dos Cátaros.

Em consequência dos seus princípios de pureza e castidade, os cátaros também repudiavam a maternidade.
Qualquer mãe, frente à impossibilidade de gerar entes espirituais e perfeitos, ao dar origem apenas a humanos
imperfeitos, estaria produzindo ainda mais matéria impura e fonte do mal.
A salvação para o catarismo era a libertação da alma de seu corpo material impuro. Por isso, os cátaros viam com
bons olhos o suicídio. De acordo com Nachman Falbel, professor titular de História Medieval da USP, além do
suicídio por envenenamento ou salto em um precipício, ou ainda a pneumonia voluntariamente contraída, era
comum procurar a morte pela fome.

A morte como salvação


Eram considerados bons homens depois de receberem o consolamentum, um ritual que simbolicamente
representava sua morte para o mundo material e corrupto. Os que eram apenas simpatizantes da doutrina, mas
que não tinham nenhum compromisso formal com o movimento, só recebiam o consolamentum nos momentos
que antecediam sua morte.

Os altos sacerdotes cátaros eram denominados perfeitos. Eles andavam sempre em dupla, pregando entre o povo
o Amor universal e ajudando a população carente. Por todos esses ensinamentos e diferenças entre o pensamento
cátaro e o catolicismo oficial, a Igreja Romana via cada vez mais a nova doutrina como uma perigosa heresia a
ser debelada.
Cruzada Albigense
Mas não apenas por causa da doutrina herética que a Igreja
Católica queria fazer desaparecer os cátaros da face da Terra. Por
trás, existia também o interesse econômico da Igreja, na medida
em que os dízimos de inúmeras paróquias, principalmente as do
Languedoc, não chegavam mais a Roma.

No século 12, o papado tentou segurar o movimento,


promovendo a reconversão de seus antigos fiéis, perdidos para o
catarismo. Não resolveu. A Igreja, então, endureceu quando
o papa Inocêncio III assumiu em 1198 e suspendeu os direitos
eclesiásticos de diversos bispos do sul da França.

Em 1208, o representante da Igreja Pierre de Castelnau


excomungou um nobre e, em represália, foi assassinado. O conde
de Toulouse, Raimundo VI, foi o acusado de ser mandante do
assassinato. O acontecimento acirrou os ânimos dos católicos que
passaram a usar a violência para acabar com os seguidores da
nova doutrina.

Inocêncio III tentou conter o abuso de seus fiéis escrevendo bulas


e reduzindo o luxo do Vaticano, severamente criticado pelos
antigos católicos convertidos ao catarismo. Para angariar aliados,
apoiou a fundação de ordens mendicantes, como a
dos franciscanos (de São Francisco de Assis) e os dominicanos (de
São Domingos de Gusmão).
(http://leiturasdahistoria.com.br/os-cataros/)
Os Valdenses
Os valdenses formaram uma
das heresias medievais que a
Igreja Católica combateu
durante o século XII, também
conhecido como século
herético. O grupo surgiu a partir
das pregações de Pedro Valdo,
rico comerciante de Lyon na
França que abandonou tudo
para seguir a vida eclesiástica e
praticar o voto de pobreza.
Apesar da perseguição da
Igreja Católica, os valdenses não
foram erradicados e hoje
possuem igrejas espalhadas pelo
mundo.
Origem dos Valdenses
A heresia dos valdenses surgiu a partir das pregações realizadas por Pedro Valdo na região de Lyon, na
França, durante o século XII. Pedro Valdo era um rico comerciante da região que, após realizar a leitura do
Evangelho, converteu-se profundamente e optou por abandonar sua vida para seguir carreira eclesiástica,
pregando para as pessoas e praticando o voto de pobreza.
O relato sobre isso é anônimo e afirma que a leitura realizada por Pedro Valdo aconteceu em 1173. No
ano de 1176, abandonou sua vida de comerciante, deixando parte dos bens com sua esposa e doando o
resto para os pobres. Pedro Valdo muito provavelmente utilizou parte de sua fortuna para poder pagar a
tradução da Bíblia para o idioma local, uma vez que o relato anônimo afirma que Pedro Valdo era um
homem pouco instruído.
A partir daí, Pedro Valdo passou a pregar pela região, trajando roupas bem simples. À medida que
ganhava fiéis, estes passavam também a praticar o voto de pobreza e a trajar roupas simples. O voto de
pobreza era uma forte tendência no século XII, havendo um grande número de pessoas que buscavam a
salvação pela renúncia aos bens materiais.
Como os valdenses em suas pregações faziam fortes críticas ao clero local e às posturas divergentes
demonstradas pelo clero em comparação com a Bíblia, o arcebispo local, chamado Guichard de
Lyon, proibiu-os de continuar pregando sob a argumentação de não possuírem a autorização eclesiástica
para pregar. Além disso, aponta-se que os valdenses pregavam em provençal, o que desagradava o clero
local.
Pedro Valdo partiu ao Concílio de Latrão, em 1179, para obter a autorização do papa Alexandre III. No
Concílio, os valdenses foram desaprovados pela comissão formada pelos cardeais da Igreja, mas
receberam a aprovação do Papa Alexandre III sob a condição de estarem autorizados a pregar caso
recebessem a autorização do Arcebispo de Lyon – Guichard de Lyon. Apesar da aparente aprovação de
Alexandre III, essa condição representava uma negativa para os valdenses em virtude da inimizade com
Guichard.
(https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/valdenses.htm)
Os Lolardos
O lollardismo foi um movimento político e religioso dos finais do século XIV e inícios do século
XV em Inglaterra. As suas exigências eram primeiramente a reforma da Igreja Católica.

Entre as suas principais doutrinas estavam que a devoção era um requerimento para que um
padre fosse um "verdadeiro" padre ou que levasse a cabo os sacramentos, e que o leigo
devoto tinha o poder de executar os mesmos ritos, acreditando que o poder religioso e a
autoridade resultam da devoção e não da hierarquia da Igreja. Ensinava o conceito da
"Igreja dos salvados", significando que entre a verdadeira Igreja de Cristo era a comunidade
dos fieis, que tinha muito em comum mas não era o mesmo que a Igreja oficial de Roma.
Ensinou uma determinada forma de predestinação. Advogava a pobreza apostólica e a
taxação das propriedades da Igreja Católica. Negava a transubstanciação em favor da
consubstanciação.

As origens do movimento lollardo encontra-se nos ensinamentos de John Wycliffe, um teólogo


proeminente da Universidade de Oxford por volta de 1350.

Apesar de a origem do termo não ser conhecida, tem sido posta a hipótese de derivar do
termo em latim lolium ("tara" ou "erva daninha"). Se verdadeiro, isto deveria ter sido uma
referência a heresia contra a Igreja Católica, como as ervas daninhas surgindo do grão, como
na referência bíblica.

Outra hipótese é que venha do nome de Valter Lollard, um pregador holandês valdense,
martirizado na primeira metade do século XIV.

A palavra pode ser ainda derivada do neerlandês lollaerd (que significa "alguém que
sussurra") ou lull ou lollen, que significa "cantar".
Os Pré – reformadores
As Reformas Religiosas
Hurlbut, Jesse Lyman, História da Igreja Cristã
http://semeadoresdapalavra.top-forum.net/portal.htm
Cairns, Earl E. O Cristianismo Através dos Séculos, Ed Vida Nova
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/valdenses.htm
http://leiturasdahistoria.com.br/os-cataros/
Gonzales, Justos L. ; Uma História Ilustrada do Cristianismo vol. 3
Gonzales, Justos L. ; Uma História Ilustrada do Cristianismo vol. 4
Gonzales, Justos L. ; Uma História Ilustrada do Cristianismo vol. 5
Gonzales, Justos L. ; Uma História Ilustrada do Cristianismo vol. 6
Com base em seu conhecimento da matéria historia eclesiástica, prepare
um artigo com mínimo de 03 laudas (Letras TNR 12) sobre:

Retrocessos e Avanços da
Igreja na Sociedade

Trabalho a ser entregue na ultima aula

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