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CENTRO TÉCNICO E ACADÊMICO DO PARÁ


Mantedora: Centro de Educação Teológica
e Filosófica Professor Gamaliel LTDA ME
CNPJ: 09.666.887/0001-26
Parecer 0063/2004 CNE – MEC
Amparo Constitucional pelo
parecer Licenciatura em Pedagogia

BEP-I KAIAPÓ

A IMPORTANCIA DA FAMÍLIA NA ESCOLA

CUMARU DO NORTE – PA
ANO 2018
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RESUMO
A família e a escola formam uma equipe. É fundamental que ambas sigam os
mesmos princípios e critérios, bem como a mesma direção em relação aos
objetivos que desejam atingir. Ressalta-se que mesmo tendo objetivos em
comum, cada uma deve fazer sua parte para que atinja o caminho do sucesso,
que visa conduzir crianças e jovens a um futuro melhor. A parceria da família
com a escola sempre será fundamental para o sucesso da educação de todo
indivíduo. Portanto, pais e educadores necessitam ser grandes e fiéis
companheiros nessa nobre caminhada da formação educacional do ser
humano. Se por um lado a escola sozinha não é suficiente para garantir um
bom rendimento escolar dos educandos, por outro os pais sozinhos também
não conseguem oferecer educação integral para crianças e adolescentes.
Família e escola na verdade devem formar uma equipe que trabalhe com
base na colaboração e compartilhamento. Agindo em parceria,
desenvolvendo ações sinérgicas que sejam verdadeiramente capazes de
melhorar o rendimento dos estudantes. Veja a seguir algumas boas razões
para fazer dessa parceria uma realidade no processo de ensino-
aprendizagem na sua escola. A família precisa ajudar a criança a descobrir-se
como pessoa, desenvolver suas potencialidades para que, no futuro, possa
aplicar, de modo que ela se perceba como um agente transformador, que
transforma e é transformado por esse meio. A família é lugar de viver a
experiência de conviver com as diferenças de idade, temperamento, relações
interpessoais marcadas pela colaboração, tolerância, serviço, aceitação,
solidariedade, limites e potencialidades.
Palavras-chave: Família, escola, aprendizagem.
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ABSTRACT
Family and school form a team. It is fundamental that both follow the same
principles and criteria, as well as the same direction in relation to the goals they
wish to achieve. It should be stressed that even with common goals, each one
must do his part to reach the road to success, which aims to lead children and
young people to a better future. The partnership of the family with the school will
always be fundamental for the success of the education of every individual.
Therefore, parents and educators need to be great and faithful companions in
this noble journey of the educational formation of the human being. If, on the
one hand, school alone is not enough to guarantee a good school performance
of the students, on the other hand, the parents alone can not provide
comprehensive education for children and adolescents. Family and school
should actually form a team that works on the basis of collaboration and
sharing. Acting in partnership, developing synergistic actions that are truly
capable of improving student achievement. Here are some good reasons to
make this partnership a reality in the teaching-learning process in your school.
The family needs to help the child to discover himself as a person, to develop
his potential so that in the future he can apply it so that he can perceive himself
as a transforming agent that transforms and is transformed by this means. The
family is a place to live the experience of living with the differences of age,
temperament, interpersonal relations marked by collaboration, tolerance,
service, acceptance, solidarity, limits and potentialities.

Key words: Family, school, learning.


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1 INTRODUÇÃO
Através desse Projeto, esperamos promover a integração, troca de
experiências, bem como a atualização e discussões sobre a importância e
aproveitamento do mesmo. Neste sentido, a relação escola x família é
imprescindível à melhoria dos índices da qualidade da educação.
A família como espaço de construção da identidade dos cidadãos firmando
parceria com a escola para juntas promoverem o desenvolvimento pleno da
criança e do adolescente, é através dessa participação que se desenvolve a
consciência social crítica e também o sentido da cidadania para juntos – família
x escola - possam fazer da escola um espaço democrático.
O envolvimento e a participação da família no ambiente escolar nos dias
atuais são considerados componente importante para o desempenho ideal das
instituições de ensino, e para a segurança da criança em sua vida escolar.
O ambiente escolar tem sem dúvida, uma função importantíssima, a
educadora. Por isso se faz necessário que a família procure acompanhar o
desenvolvimento da criança em todo o seu processo de aprendizagem, tanto
no lar quanto na sua atividade na escola.
É sabido que a participação da família na escola e de grande importância
para a formação da criança na sociedade, porque não há incentivo maior do
que a família na formação da criança junto a escola. A escola vem sendo uma
atribuição exclusivamente nesse sentido.
No interior de nossa própria cultura, sem sair de nossa própria cidade
nem de nosso próprio bairro, um belo dia observamos nosso
ambiente e nos damos conta de que tudo mudou tanto que mal
somos capazes de saber como as coisas funcionam. Sentimo-nos,
então, desorientados como se tivéssemos viajado para uma
sociedade estranha e distante, mas sem esperança de voltar a
recuperar aquele ambiente conhecido no qual sabíamos nos arranjar
sem problemas. (ESTEVES, 2004, p. 24).

Desta forma, percebe-se que, tendo em vista todas as mudanças


ocorridas na família ao longo da história em função de diversos fatores, entre
eles a emancipação feminina, que os papéis da escola foram ampliados para
dar conta das novas demandas da família e da sociedade.
A família e a escola formam uma equipe. É fundamental que ambas sigam
os mesmos princípios e critérios, bem como a mesma direção em relação aos
objetivos que desejam atingir.
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Ressalta-se que mesmo tendo objetivos em comum, cada uma deve fazer
sua parte para que atinja o caminho do sucesso, que visa conduzir crianças e
jovens a um futuro melhor. O ideal é que família e escola tracem as mesmas
metas de forma simultânea, propiciando ao aluno uma segurança na
aprendizagem de forma que venha criar cidadãos críticos capazes de enfrentar
a complexidade de situações que surgem na sociedade.
Existem diversas contribuições que tanto a família quanto a escola
podem oferecer, propiciando o desenvolvimento pleno respectivamente dos
seus filhos e dos seus alunos. Alguns critérios devem ser considerados como
prioridade para ambas as partes.
A parceria da família com a escola sempre será fundamental para o
sucesso da educação de todo indivíduo. Portanto país e educadores
necessitam ser grandes e fies companheiros nessa nobre caminhada da
formação educacional do ser humano.
A família deve ser a primeira educadora dos filhos e, por isso, necessita
zelar constante e diretamente por esse fundamental para o desenvolvimento
integral deles. É a família que devem ser cultivados os valores essências como:
afeto, respeito, autoestima, responsabilidade e solidariedade. São qualidades
relevantes para o processo de pertencimento e favorecimento da individuo dos
filhos.
Ao observar a instituição escola e a família, considerando suas
diferenças e semelhanças, compreendendo-as sob o olhar denso da cultura,
levam-se em consideração os cidadãos, homens e mulheres, enquanto sujeitos
sociais e históricos, presentes e atuantes na história da sociedade, tão
arraigada de divisores de classes, que separam constantemente os homens da
natural condição de igualdade. Diante de tal realidade, a escola, enquanto
instrumento da educação, enfrenta grandes desafios, quanto às ações que
promove.
Hoje a escola reclama da ausência da família no acompanhamento do
desempenho escolar da criança, da falta de pulso dos pais para dar limites aos
filhos, da dificuldade que muitos deles encontram em transmitir valores éticos e
morais importantíssimos para a convivência em sociedade. Por outro lado, a
família reclama da excessiva cobrança da escola para que os pais se
responsabilizem mais pela aprendizagem da criança, da ausência de um
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currículo voltado para a transmissão de valores e da preparação do aluno para


os desafios não acadêmicos da sociedade e do mundo do trabalho.
O ser humano aprende o tempo todo, o papel da família é fundamental,
pois é ela que decide, desde cedo, o quê seus filhos precisam aprender, quais
as instituições que devem frequentar o que é necessário saberem para
tomarem as melhores decisões no futuro.
Este motivo nos leva a fazer este trabalho de pesquisa, onde a mesma
foi elaborado com o objetivo de verificar a importância dos pais no processo
educativo dos filhos, onde se pressupõe que trabalhando adequadamente com
a educação e os valores familiares, conseguirá transformar em uma sociedade
mais justa e ética.
2 A FAMÍLIA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
Sabe-se que é na família que a criança encontra, em primeiro lugar, os
modelos a serem seguidos. Para tanto, é necessário seu comprometimento e
responsabilidade frente à importância que tem. É fundamental para isso, a
família ter consciência sobre o valor de estar presente em todos os momentos
da vida de seus filhos.
Isso implica em envolvimento, comprometimento, colaboração, e ainda
estar atentos a todas as dificuldades que se apresentam, tanto cognitivas como
comportamentais, intervindo sempre que for necessário, nem que pra isso seja
preciso impor limites.
Outro fator a ser constatado é a aproximação da instituição escolar com
a família, sobre a responsabilidade de ambas no desenvolvimento da criança,
tanto os pais quanto a escola precisam estar atentos a todos os aspectos que
dizem respeito às necessidades dos educandos. É na família que a criança
recebe educação inicial, de acordo com a cultura dos pais.
A comunidade escolar, de forma geral, tem como objetivo levar em
consideração o processo de aprendizagem dos alunos para o seu pleno
desenvolvimento educacional e social. Isso significa que, a família e a escola
precisam estar em sintonia, fazendo com que o processo de ensino-
aprendizagem tenha resultados satisfatórios a todos os envolvidos.
A educação é a constante influência dos adultos sobre as crianças,
transmitindo conhecimento, regras e desenvolvimento também a parte
psicológica da criança de todas as classes.
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Na contemporaneidade criança ocupa um lugar muito importante na


sociedade, diferente do passado, que ela ocupava os mesmos lugares que o
adulto, hoje ela tem seu lugar próprio. As crianças vivem em diferentes
contextos, falam sobre sua realidade, e apesar de grande parte das crianças
passarem por dificuldade são alegres, ativos, curiosas e buscam sempre
construir as soluções para seus problemas.
É claro que há crianças mais favorecidas economicamente e são estas
principalmente que sofrem com o poder da indústria juntamente com a mídia,
que busca tornar o público infantil, seres consumistas. Contudo o que traduz
melhor a infância e a espontaneidade e a alegria de viver.
Toda e qualquer instituição de ensino tem por objetivo a aprendizagem
do aluno, pois é nele que as práticas escolares se realizam de forma positiva
ou negativa. Assim sendo, a família também desenvolve um importante papel,
podendo ou não contribuir para a aprendizagem de seus filhos. Libâneo define
educação como:
Conjunto de ações, processos, influências, estruturas que intervêm
no desenvolvimento humano de indivíduos e grupo na relação ativa
com o ambiente natural e social, e social, num determinado contexto
de relações entre grupos e classes sociais. (LIBÂNEO, 2000, p.22).

Nesse sentido, o que muitas vezes acontece é a família atribuir


responsabilidades que sobrecarregam a escola e os professores, dificultando
assim o processo de aprendizagem das crianças. As responsabilidades ao
invés de ser transferidas devem ser compartilhadas, pois ambas devem ser
parceiras, e a escola por mais esforços que faça nunca dará conta de substituir
a família.
Para que haja uma articulação entre a família e a escola, é preciso antes
de mais saber sobre o que pensam os pais sobre seu papel no processo de
escolarização dos seus filhos, e assim tentar sensibilizá-los da sua importância
no processo de aprendizado. Pois essa participação poderá auxiliar na prática
pedagógica dos professores, e juntos família-escola serão responsáveis pela
inserção do sujeito na sociedade, fazendo com que o mesmo seja autônomo e
crítico em relação ao contexto em que está inserido.
Como as demais instituições sociais, a família e a escola passam por
mudanças que redefinem sua estrutura, seu significado e o seu papel social.
No decorrer do tempo os papéis da escola foram ampliados para dar conta das
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novas demandas da família e da sociedade, este é um fato que não pode ser
negado.
Neste sentido, a relação Escola X Família é imprescindível à melhoria
dos índices da qualidade da educação. A família como espaço de construção
da identidade dos cidadãos firmando parceria com a escola para juntas
promoverem o desenvolvimento pleno da criança e do adolescente, é através
dessa participação que se desenvolve a consciência social crítica e também o
sentido da cidadania para que juntos – Família X Escola – possam fazer da
escola um espaço democrático.
A família deve ser a primeira educadora dos filhos e, por isso, necessita
zelar constante e diretamente por esse processo fundamental para o
desenvolvimento integral deles. É na família que devem ser cultivados os
valores essenciais como: afeto, respeito, autoestima, responsabilidade e
solidariedade. São qualidades relevantes para o processo de pertencimento e
favorecimento da individuação dos filhos.
A Escola, no seu dia a dia, deve se abrir à participação da família e
construir com ela uma relação dialógica, crítica e libertadora, estimulando a
participação dos pais em seu contexto. Por seu lado, os pais devem entender
que a Escola não é a única instituição responsável pela formação de seus
filhos, transferindo suas responsabilidades para ela.
A escola, concomitantemente, é parceira essencial da família na
construção desse ser em formação, pois colabora efetivamente para o
crescimento intelectual, cultural, social, cognitivo, crítico, científico e espiritual.
Precisamos entender plenamente o papel de ser pai, ser mãe e ser filho. Os
pais, em mostrar os valores da vida e fazer com que os filhos compreendam a
sua missão; os filhos, em ajudar os pais a se unirem sempre mais, fazendo
cumprir dignamente sua missão.
3 A FAMÍLIA
Durante o período romano, a família assumiu um importante papel, pois
era responsável pelo setor social, econômico, político, religioso e jurídico da
sociedade. O “pater”, membro mais importante da família, administrava o
patrimônio e o culto aos deuses, distribuía a justiça, participando do senado e
exercendo seu poder sobre a mulher e os filhos.
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Com o início da Idade Média, houve uma ampliação do domínio da Igreja


sobre as relações familiares. O casamento religioso era o único reconhecido,
sendo papel da família, neste período, conduzir os filhos quanto à profissão a
ser seguida, a qual era transmitida de geração para geração.
Os valores, os conhecimentos, a moral e as práticas profissionais eram
aprendidos no grupo familiar, os mais velhos transmitiam aos mais novos seus
conhecimentos, garantindo, desta forma, as atividades necessárias à
perpetuação e sobrevivência das famílias/grupos.
O trabalho assalariado começou a ser realizado também pelas mulheres,
as quais passaram a contribuir para o aumento do orçamento familiar. As
novas demandas que surgiram com o aumento do consumo exigiram maior
formação e a escola passou a dividir com a família a responsabilidade sobre a
educação dos seus filhos.
Esta nova família, organizada de diferentes formas, propõe arranjos
diferenciados, os quais podem variar em sua composição e nas relações que
se estabelecem entre seus membros. Essa nova composição pode variar em
união de parceiros separados ou divorciados, pessoas do mesmo sexo, com
filhos de outros casamentos, avós com netos e uma infinidade de arranjos,
todos diferentes do modelo nuclear tradicional. Neste contexto, Parolin (2007,
p.56), completa:
É na família que uma criança constrói seus primeiros vínculos com a
aprendizagem e forma o seu estilo de aprender. Nenhuma criança
nasce sabendo o que é bom ou ruim e muito menos sabendo do que
gosta e do que não gosta. A tarefa dos pais, dos professores e dos
familiares é a de favorecer uma consciência moral, pautada em uma
lógica socialmente aceita, para que, quando essa criança tiver de
decidir, saiba como e por que está tomando determinados caminhos
ou decisões.

Para Parolin a grande arte da família é continuar se mantendo família,


promovendo o crescimento, o desenvolvimento, a mudança de seus membros,
mas continuando a ser família. Para a autora, ela deve ser um grupo
duradouro, mas ao mesmo tempo pronto para aceitar mudanças, deve ser
afetiva e funcional, deve promover o pertencimento de cada indivíduo e ao
mesmo tempo promover e compreender a individualidade de cada um.
A família e a escola formam uma equipe. É fundamental que ambas
sigam os mesmos princípios e critérios, bem como a mesma direção em
relação aos objetivos que desejam atingir.
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Ressalta-se que mesmo tendo objetivos em comum, cada uma deve


fazer sua parte para que atinja o caminho do sucesso, que visa conduzir
crianças e jovens a um futuro melhor. O ideal é que família e escola tracem as
mesmas metas de forma simultânea, propiciando ao aluno uma segurança na
aprendizagem de forma que venha criar cidadãos críticos capazes de enfrentar
a complexidade de situações que surgem na sociedade.
O espaço de aprendizagem já não pode mais ser pensado de forma
restrita a escola ou a sala de aula, assim como não cabe mais compreender a
participação familiar como exclusiva ao ambiente de casa.
A interação entre os dois é fundamental, já que o desenvolvimento de
crianças e adolescentes não acontece de maneira isolada nos diversos
espaços que frequentam.
Há diversos benefícios da proximidade entre a família e a escola, um
deles é poder juntos, alinhar as expectativas, por meio de um diálogo aberto,
pois afinal, o objetivo comum dessa relação é oferecer a criança boas
condições de desenvolvimento e aprendizagem.
Essa relação saudável contribui para que potencializar a confiança em
suas próprias capacidades, que se tornem independentes e maduros, também
como benefícios dessa boa interação pode haver a diminuição de faltas,
repetências e dos problemas de comportamento.
Na infância, o espaço escolar e sua dinâmica de funcionamento são
grandes novidades para os pequenos. Abre-se um mundo novo, repleto de
possibilidades, com interação com outras crianças e adultos e com diferentes
estímulos e conhecimentos. Apesar de empolgante, esse momento pode ser
intimidador.
Quando os pais participam ativamente da vida escolar de seus filhos,
eles demonstram estar interessados no processo em que as crianças estão
inseridas. Com isso, elas se sentem apoiadas, acolhidas e mais seguras para
seguir no desenvolvimento educacional.
Nos últimos anos, tem-se discutido bastante sobre a relação família e
escola e suas responsabilidades na educação escolar de crianças. Essas duas
instituições possuem papel relevante no processo educativo, pois é nelas que
se formam os primeiros grupos sociais dos quais os alunos fazem parte.
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Nesse sentido, a educação possui um caráter formal e socializador, e


tanto a família como a escola são essenciais na vida dos sujeitos inseridos
nesse processo.
O envolvimento e a participação da família no ambiente escolar é
considerado componente importante para o sucesso escolar das crianças. A
Constituição Federal de 1988, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB 9.394/1996) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, Lei
13.257/2016) rezam que as escolas têm a obrigação de se articular com as
famílias e os pais, o direito a ter ciência do processo pedagógico, bem como de
participar da definição das propostas educacionais.
A legislação vincula, dessa forma, não só a obrigatoriedade estatal e
social, mas também invoca a família como núcleo primeiro na formação do
cidadão e, como tal, indispensável e insubstituível na missão determinada nas
prerrogativas da Carta Magna do País.
No entanto, ainda existe um distanciamento entre a família e a escola
nos processos educativos. Em muitas escolas, os discursos dos educadores
abordam a falta de participação dos pais na vida escolar dos filhos, alguns até
atribuem o baixo desempenho dos alunos a esse fator; contudo, não se
mostram satisfeitos quando algum membro familiar mais crítico e esclarecido
exige qualidade no ensino ou questiona a proposta pedagógica da escola.
Alguns gestores percebem a participação da família na escola como
interferência e tentativa de comprometer a autoridade deles. Já a maioria dos
pais, por sua vez, não participa da vida escolar dos filhos, uns por não
conhecerem seus direitos e deveres, outros porque não sabem como fazer
isso, por não serem alfabetizados ou possuírem níveis de escolaridade
insuficientes. E ainda há os que até buscaram uma postura mais ativa diante
da escolarização dos filhos, mas se enclausuraram, pois nas poucas vezes que
tentaram não foram bem acolhidos e se retraíram.
Partindo desse contexto, compreendemos necessário que cada uma
dessas instituições assuma as responsabilidades que lhe cabem, no sentido de
garantir que a aprendizagem das crianças aconteça numa educação voltada
para o exercício ético da democracia e da cidadania, sendo fundamental que
ambas sigam os mesmos princípios e direção em relação aos objetivos que
desejam atingir, pois, caso contrário, as oportunidades irão se fechando,
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transformando a falta de uma educação de qualidade em uma grande barreira


para a ascensão social.
Ainda que tenham objetivos em comum, escola e família possuem
responsabilidades específicas e precisam fazer sua parte, para que juntas,
atinjam o objetivo principal, que é educar crianças, garantindo condições para
que tenham um futuro melhor.
É papel da família escolher a escola que a criança vai estudar, com base
em critérios que lhe garantam a confiança de que o/a filho/a terá condições
para aprender; dialogar com a criança ou o jovem para se manter a par dos
conteúdos que estão sendo trabalhados na escola; cumprir e orientar para que
o estudante também cumpra as regras estabelecidas pela escola de forma
consciente e espontânea; participar das reuniões e da entrega de resultados,
informando-se das dificuldades apresentadas pelo/a seu/sua filho/a, bem como
seu desempenho; acompanhar e orientar as atividades de casa, entre outras.
A escola tem como responsabilidades: cumprir a proposta pedagógica
apresentada para a família, sendo coerente nos procedimentos e nas atitudes
do dia a dia; propiciar ao aluno liberdade para se manifestar na comunidade
escolar, de forma que seja considerado como elemento principal do processo
educativo; receber os pais com prazer em reuniões periódicas, esclarecendo o
desempenho do aluno e, principalmente, exercendo o papel de orientadora
diante de possíveis situações que possam vir a necessitar de ajuda, de forma a
oferecer uma educação de qualidade para seus alunos; entre outras.
O fato é que o acompanhamento familiar sobressai-se como fortalecedor
da vida escolar do aluno no seu cotidiano. Assim, a escola tem um papel
decisivo no cumprimento das ações projeto pedagógico, pois deve promover a
aproximação da comunidade por meio de encontros, reuniões coletivas e
individuais, sendo capaz de orientar as famílias na otimização da rotina escolar,
bem como da relação familiar, tornando-a mais social e afetiva.
Se família e escola objetivam uma educação de qualidade, o ideal é que
trabalhem juntas, planejem a educação escolar de forma simultânea,
propiciando às crianças segurança na aprendizagem, favorecendo a formação
de cidadãos críticos e como competências para enfrentar a complexidade de
situações que surgem na escola e no cotidiano.
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Essa articulação amplia as possibilidades das crianças serem assistidas


em suas necessidades educativas, usufruindo da proteção necessária à sua
condição de infante cidadão com direitos e deveres garantidos
constitucionalmente. Assim é necessário assegurar a participação da família no
espaço da escola, interagindo com o gestor, com o corpo docente, com a parte
administrativa e demais serviços. Família e escola, responsabilidades
compartilhadas na garantia de uma educação de qualidade.
4 ESCOLA
A importância da escola em nossa sociedade pode ser medida pelo
tempo que nossas crianças e jovens passam em seu interior, ao menos 12
anos de suas vidas. Esta é a única instituição social de frequência obrigatória
que alcança a todos e todas das novas gerações.
A educação escolar em sua dimensão cognitiva busca transmitir
conhecimentos acumulados historicamente pela humanidade; em sua
dimensão socializadora permite que os sujeitos se integrem ao coletivo.
A primeira, característica de sociedades antigas, onde o saber era
transmitido à maior parte da população através da vida cotidiana, pelos pais e
adultos; nesta fase, a escola destinava-se a poucos: apenas àqueles que
desempenhavam funções prestigiadas socialmente. A segunda mudança
advém da revolução industrial e das transformações sociais impulsionadas pela
mesma.
A comunidade-escola não pode ficar reduzida a uma instituição
reprodutora de conhecimentos e capacidades. Deve ser entendida
como um lugar em que são trabalhados modelos culturais, valores,
normas e formas de conviver e de relacionar-se. É um lugar no qual
convivem gerações diversas, em que encontramos continuidade de
tradições e culturas, mas também é um espaço para mudança. A
comunidade-escola e a comunidade local devem ser entendidas,
acreditamos, como âmbitos de interdependência e de influência
recíprocas, pois (...)indivíduos, grupos e redes presentes na escola
também estarão presentes na comunidade local, e uma não pode ser
entendida sem a outra. (SUBIRATS, 2003, p.76)

A escola cumpre uma função social essencial à formação dos novos


cidadãos, na medida em que os saberes selecionados por uma sociedade e os
seus valores serão transmitidos e construídos mediante ações educativas.
Nesta instituição nossas crianças e jovens permanecem quatro horas por dia,
cinco dias por semana, nove meses por ano e ao menos doze anos de suas
vidas.
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Trata-se da única instituição social por qual passa obrigatoriamente toda


a população infantil e juvenil. A incidência da escola sobre a vida das crianças
e dos jovens não se restringe às horas em que permanecem na instituição,
prolongasse para além deste tempo, compreendendo o desenvolvimento de
atividades como tarefas, estudo, trabalhos em grupo, etc.
A universalização do ensino conduz à necessidade de considerarmos a
diversidade na escola. A educação escolar concebida como direito, superando
seu caráter elitista e igualando todos os cidadãos, no que tange às
oportunidades, traz novos contingentes populacionais, pouco habituados ao
universo escolar, para dentro das salas de aula. Estes alunos e alunas, muitas
vezes filhos de pais e mães pouco ou nulamente escolarizados, defrontam-se
com novas formas de cultura: a cultura escolar, da escola e dos seus agentes.
Enquanto a educação escolar era concebida e usufruída como privilégio,
destinada a poucos, seu objetivo principal residia na formação de uma elite. A
escola elitizada congregava discentes e famílias que comungavam valores
semelhantes em relação ao ensino escolar, e os conteúdos selecionados e
trabalhados faziam parte dos interesses, das vivências e da cultura desta elite.
A escola de hoje está aberta a todos e a todas, de forma que muitos dos
conhecimentos valorizados tradicionalmente nas escolas não se vinculam à
realidade vivenciada pelos alunos e alunas, e possivelmente não serão
utilizados por eles e por elas.
Torna-se relevante, então, questionarmo-nos sobre qual o sentido que
estes alunos e alunas (e suas famílias) atribuem ao conhecimento difundido
pela escola. A escola por receber uma diversidade de alunos em contextos
diferentes e realidades distintas traz consigo uma gama de demandas também,
que apresenta como empecilho para o desenvolvimento da criança e para o
desenvolvimento do trabalho do profissional de educação, por ter que atuar
muitas vezes fora do contexto da sua formação.
Aos profissionais de educação cabem-lhes o papel de educar e ensinar
o proposto PCN’s – Parâmetros Curriculares Nacionais – e nos currículos os
conteúdos a serem ministrados em sala, contudo esses profissionais vão alem
de suas funções para que atendam melhor o seu alunado, as vezes exercendo
funções de enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e outras funções que
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não lhe cabem, fazendo com que esses profissionais sobrecarreguem com o
acúmulo de funções subjacentes.
Assim, faz-se necessário que na escola haja uma equipe multidisciplinar
para tratar das questões que compete a cada profissional, e aumentando a
qualidade de vida dos profissionais de educação, o clima organizacional e a
qualidade do trabalho do mesmo, tendo tempo para melhor desenvolver suas
atividades profissionais que de fato lhe compete.
Há farta evidência dos impactos positivos em todas as dimensões do
fortalecimento da parceria entre escolas e famílias. Não há, porém, uma receita
única de sucesso. A experiência de algumas redes ou escolas pode, porém,
servir de inspiração. E é possível também identificar algumas características
gerais em comum nas escolas bem-sucedidas nesse aspecto.
Uma atitude concreta para fortalecer esse diálogo pode ser a
designação de um profissional da escola para ser o responsável pelo
relacionamento com os pais e a comunidade. Esse modelo foi implementado
em Nova York, e no Brasil inspirou o programa Coordenador de Pais, da
Fundação Itaú Social.
Entre as ações que podem ser atribuídas a este profissional estão:
desenvolvimento de práticas que contribuam ativamente para intensificar a
participação das famílias em reuniões; atendimento de pais ou responsáveis
que procuram a escola com dúvidas; visitas domiciliares para agir
preventivamente no caso de alunos com maior risco de evasão; estímulo ao
trabalho voluntário de pais e alunos; e apoio à gestão da escola na busca de
parcerias externas.
Outro exemplo de ação interessante nesse sentido e já desenvolvida por
algumas escolas é a criação de grupos de formação para pais em temas
relacionados à escola, aos estudantes e mesmo a conteúdos do currículo,
permitindo que os pais possam apoiar e orientar melhor os filhos.
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CONCLUSÃO
Assim, este permitiu analisar que a inserção de uma equipe
multidisciplinar nas escolas é de grande relevância no contexto educacional,
pois os profissionais que compõem o quadro da escola não estão preparados
para enfrentarem demandas relacionadas às expressões sociais e culturais
vivenciadas na vida dos alunos e de seus familiares, ao contrário do assistente
social, psicólogos e outros profissionais que tem uma bagagem teórico-
metodológica capaz de subsidiar esses problemas e buscar uma solução
imediata.
A escola é um espaço onde também ocorre a inserção social, pois se
trata de um local onde se tem indivíduos de todos os tipos de raça, cultura,
crença, etc; e possui um papel fundamental no desenvolvimento do ser
humano. Mas também, o que foi percebido é que a escola também pode e
influencia na questão do sersocial dos alunos.
Ou seja, trata-se de uma via de mão dupla, onde não se atenta apenas
para o conhecimento em si, mas também está presente quanto se trata do
social. Entende-se, que diante disso,se qual faz necessária a aprovação do
Projeto de Lei 3.688/2000, no qual rege a inserção do assistente social e do
psicólogo nas escolas públicas, pois o cenário escolar precisa de um
profissional que seja qualificado para combater as demandas escolares e os
problemas sociais além da escola, ou seja, aqueles que começam em casa, e
acaba permeando na comunidade e na escola.
Para que a participação da família se torne realmente positiva e
significativa na escola, é necessário antes de tudo uma mudança de atitude por
parte de todos. É comum pais acharem que cabe à escola tomar a iniciativa de
procurá-los, enquanto a escola, por sua vez, coloca toda a responsabilidade
sobre os pais. Em muitas delas, famílias só são chamadas para falar sobre os
filhos quando ocorre algum problema. Quando os pais ou responsáveis tomam
a iniciativa de procurar a escola, esta nem sempre se mostra preparada para
acolhê-los.
E o inverso também ocorre: diretores que tentam atrair as famílias, mas
não conseguem. O desafio é romper essa inércia e criar uma agenda positiva,
que busque estratégias de aproximação em todos os momentos.
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ESTEVES, Jose M. A terceira revolução educacional: a educação na


sociedade do conhecimento. São Paulo: Moderna,2004.

LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, Para quê?. 3ed. São Paulo:
Cortez, 2000.

PAROLIN,I & FERREIRA,V.A. Aprendendo sempre! Em casa e na escola. São


José dos Campos: Pulso, 2007.

SUBIRATS, J. “Educação: responsabilidade social e identidade comunitária”.


In: GÓMEZGRANELL & VILA (org.). A cidade como projeto educativo. Porto
Alegre: Artmed, 2003, p.67-83.

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