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esEDUCACAO NAO-FORMAL
CENARIOS DA CRIAGAO
Olga Rodrigues de Moraes von Simson
Margareth Brandini Park
Renata Sieiro Fernandes
(orgs.)
2001Os LUGARES DA EDUCACAO*
Almerindo Janela Afonso?
‘A emergéncia relativamente recente e a crescente
centralidade social do campo da educacao nao-formal podem ser
relacionadas com factores muitos diversos, dentre os quais se
pode salientar a crise da escola ptiblica derivada no apenas de
causas conhecidas € Ha iiuito diagnosticadas, mas, também,
consequéncia das pressdes competitivas e liberalizantes dirigidas
nas duas tiltimas décadas sobre os sistemas educativos directamente
administrados e financiados pelo Estado.
Enquanto institui¢ao da modernidade, a escola publica
foi incumbida da tarefa de ajudar a concretizar o projecto
societal impulsionado pelos ideais da Revolu¢ao Francesa e da
revolugao industrial, devendo para isso dar um contributo decisivo
para o progresso cultural, cientifico e técnico, e para a constru-
do de percursos de emancipacao pessoal e social que libertassem
os individuos das amarras da ignorancia e do obscurantismo.
Nos dois iltimos séculos, através da escola, foi cum-
prida uma parte desses objectivos e ideais, mas uma outra parte
esta por cumprir: Nesse sentido, se 6 verdade que das geracdes
que passaram pela escola publica (sobretudo pela escola funda-
mental e basica) grande numero de individuos ai iniciaram ou
reconstituirant percursos de mobilidade social ascendente, muitos.
outros ficaram igualmente pelo caminho porque essa mesma
escola nao soube, nao péde ou nao quis evitar a tendéncia para
cumprir outras fungées latentes e contraditérias: a funcao de
teprodugao cultural consonante com os conhecimentos, interesses
e valores dominantes, de indugdo classista de trajectorias de es-
colarizagéo mais ou menos discriminatérias, e mesmo de-
legitimagao de desigualdades e exclusdes diversas.
Chegamos assim, neste inicio do século XXI, a uma
encruzilhada desenhada pela confluéncia de expectativas e
percursos permeados de tensdes e contradicdes sobre o papel e a
fungao da educagao escolar: por um lado, reactualizam-se criticas
dé inspiracdo illichiana, quando se defende que os objectivos da
educagdo escolar ja ha muito se esgotaram, nao havendo por
isso solugao que possa antever-se senao no quadro de uma ou-
tra racionalidade pedagégica (nao curricularizada, nao fragmenta-
“da e nao estandardizada) — uma solugo que desvincule a educagao__
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0 texto fol mantido con:
forme o original do au-
tor, escrito em portugues
de Portugal.
¥ Socislago, professor-dou-
tor da Universidade do
Minho, Portugal, do De
partamento de Sociologia
fa Bducardo e Adminis.
tragdo Educacionale rs
ponsdvel pela disciplina
fe socologia da Bova,
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