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Alcirley de Souza Jax Filho (matr.

00109111047)

DEGRADAÇÃO DE METAIS

Universidade do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF

CENTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA - CCT


LABORATÓRIO DE MATERIAIS AVANÇADOS – LAMAV
DISCIPLINA: CIÊNCIA DOS MATERIAS.
PROFESSOR: Angelus Giuseppe Pereira da Silva, Ph. D.

Campos dos Goytacazes

28 de junho de 2010

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Introdução.

O presente trabalho nasceu de um auxílio prestado pelo professor aos alunos na


disciplina de Ciência dos Materiais. Porém muito mais que assomar notas, tem por finalidade
instruir o futuro engenheiro em problemas do seu cotidiano e de não pouca importância. Desses
simples raciocínios aqui explicados pode depender o futuro de empresas e mais ainda, a vida de
pessoas. A degradação não monitorada de materiais representa um problema que afeta a todos.
Problema este que avança lentamente, mas seus estragos são quase incalculáveis. Aqui
podemos citar: o gasto extra de materiais, perda de produtividade, atraso, multas, indenizações,
desgaste de imagem, danos ambientais. Estima-se que o custo total da corrosão seja
aproximadamente 3,1% do PIB de um país(“Corrosion Costs and Preventive Strategies in the
United States of America”), que no Brasil seria algo em trono de R$ 80 bilhões. Assim é mais
do que necessário o estudo da degradação de matérias e as formas de combate.

Alcirley de Souza Jax Filho

Curso de Engenharia Metalúrgica e de Materiais

Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

Campos dos Goytacazes

27 de junho de 2010

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1. Corrosão de metais
1.1 Os fundamentos da corrosão metálica.

1.1.1 O que vem a ser corrosão.

Comumente chamamos de corrosão a deterioração, isto é, a perda de material devido a


uma reação química. Para fins acadêmicos vamos diferenciar corrosão de oxidação. Esta será
tratada posteriormente, mas na prática pode ocorrer ao mesmo tempo.

1.1.2 Como ocorrem as reações químicas(célula eletrolítica).

A corrosão ocorre quando se forma uma reação de oxi-redução ( ocorrência de perda e


de ganho de elétrons), este é o mecanismo-chave dos processos eletroquímicos. Neste caso o
metal perderá elétrons ( será o anodo) na reação, isto é, sofrerá uma oxidação. Um modelo
geral deste tido de reação pode ser escrito na seguinte forma:

M → Mn+ + ne-

Ex.: Fe → Fe2+ +2e-

Al→ Al3+ + 3e-

Obviamente para que ocorra esta reação se faz necessário a presença de alguma
sustância(catodo) que irá receber o elétron perdido (e-) pelo anodo, isto é, sofrerá uma redução.
Também podemos mostrar um padrão de reações de redução:

Qn+ + ne- → Q

Ex.: 2H+ + 2e- → H2

De um modo geral a corrosão depende essencialmente do meio que separa o catodo e o


anodo. Assim os casos mais severos de corrosão, são os que ocorrem em ambientes úmidos.
Estes requerem maior atenção dos engenheiros.

1.1.3 Funcionamento da pilha eletrolítica.

Quando o processo de corrosão ocorre entre dois metais( um anodo e outro catodo) e por
meio de um ou dois eletrólito líquido damos o nome de pilha galvânica. Nela acorrerá a soma
das duas reações que citamos anteriormente, a que ocorre no anodo e a que ocorre no catodo.
Quando construímos uma pilha galvânica é criada uma diferença de potencial entre os dois
eletrodos, fazendo que ocorra a produção de uma de corrente elétrica que passa pelo fio. A
reação vai ocorrer enquanto houver uma diferença de potencial. O anodo ( zinco ) sofre
oxidação, isto é, liberta elétrons e aos poucos vai dissolvendo-se no eletrólito. No outro lado
temos o catodo ( Cu ) que sofre redução, isto é, recebe os elétrons vindos pelo fio do anodo e
vai tornando-se cada vez mais espesso. Assim o fluxo de elétron ocorre do anodo para o catodo.

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Fonte: Chemistry: the central science-11th Ed/ Theodore L. Brown… Pearson. Chap 20 fig.
20.8

Com o tempo vai ocorrer excesso de íons positivos do lado do anodo devido ao constante
desprendimento de elétrons. No outro lado da pilha no catodo o oposto, excesso de íons
negativos, por ocasião do constante ganho de elétrons. Nessa situação entra o papel da ponte
salina ou de uma membrana, cuja função é manter o ou os eletrólitos eletricamente neutros
através da circulação de íons. Os íons positivos vão em direção ao catodo (semicélula de
redução) e os negativos em direção do anodo (semicélula de oxidação). Se a célula galvânica só
possui um eletrólito líquido ela não precisa de membrana ou ponte salina.

Com o fim do processo o zinco só restará uma pequena quantidade da placa de zinco e a
placa de cobre terá aumentado de fortemente seu volume.

1.1.4 Potencial Padrão

Como a d.d.p registrada pelo voltímetro, como o próprio nome diz, é apena uma
diferença, faz-se necessário estabelecer uma referência de comparação. Nesse caso foi
estabelecida a pilha de hidrogênio padrão. Essa pilha é constituída por um eletrodo de platina
imerso em uma solução de 1 M de íons de H+ onde é soprado constantemente gás hidrogênio a 1
atm, esse será o catodo da pilha. Do outro lado temos uma semicelula do metal que queremos
medir, essa será o anodo. Uma observação importante é que a platina não participa da reação,
apenas é um suporte para os átomos de hidrogênio. Na figura abaixo vemos uma pilha padrão de
hidrogênio com zinco.

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Fonte: Chemistry: the central science-11th Ed/ Theodore L. Brown… Pearson. Chap 20 fig.
20.5

V°celula = V°red(catodo) - V°red(anodo)


+0,76V = 0V – V°red(anodo)

V°red(anodo) = - 0,76V

Nesse caso esse potencial se refere ao zinco, como mostra a equação:

Zn2+(aq, 1M) + 2e- → Zn(s) V°red = - 0,76V

Assim podemos estabelecer uma série de potenciais de eletrodo, formando uma tabela.

Fonte:
Callister,William
D., 1940-
Materials science
and engineering :
an introduction /
William D.
Callister, Jr.—7th
ed. Chap 17,p 650
table. 17.1.

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A maior importância dessa tabela é que podemos comparar as d.d.p dos metais entre si,
isto nos da a informação de quanto o metal dente a se oxidar, isto é, sua tendência a corrosão.
No topo da lista temos o ouro e a platina, metais estes que desde muito são conhecidos pela sua
alta resistência a corrosão. Já na base da tabela vemos o potássio o sódio, estes são os que mais
facilmente sofrem desgaste.

Ao se montar a pilha os metais inferiores da tabela tendem a ser o anodo enquanto os


superiores tendem a ser o catodo. Com essas informações podemos montar um modelo para
calcularmos quanto será a d.d.p total da célula galvânica.

-V°A A → An+ + ne-

V°B Bn+ + ne- → B


=___________________________________________________

V°celula A + Bn+ → An+ + B


Um comportamento bem interessante é a capacidade que alguns metais tem de, em certas
condições especiais, serem extremamente inertes a reações de corrosão. Embora existam
controvérsias sobre por que ocorre esse fenômeno, a explicação mais aceita é a criação de uma
fina película de um óxido sobre o metal. Tal característica é chamada de passividade. Podemos
exemplificar esse caso com o titânio, o ferro(em altas temperaturas), alumínio, chumbo, cromo.
Tal característica é aproveitada para a formação de aço inoxidável que em geral contém pelo
menos 11% de cromo.

Um ponto de capital importância na corrosão é o ambiente em que esse encontra o metal.


Em geral este influi de modo determinante com diversas vaiáveis como a composição do fluido,
a temperatura, e a velocidade com que entra em contato com a superfície do metal. Por
exemplo, a maior velocidade do fluido degrada mais rapidamente o metal, como ocorre em
dutos.

1.2 Tipos de corrosão.

1.2.1 Galvânica.

Ocorre quando há formação de pilha galvânica, como foi explicado na seção 1.3.
Observando a tabela de série galvânica os metais mais acima tende a ser mais inerte (serão o
catodo na reação) e por isso será protegido na reação. Já os metais mais abaixo são mais
reativos( serão o anodo) e por isso serão corroídos. Um bom exemplo desse fato é a corrosão de
aço em presença de latão, mas não em presença de alumínio. Quanto mais próximos estão os
metais na tabela menor é a taxa de corrosão do que está mais abaixo e especialmente aqueles
dentro de um mesmo colchete praticamente não formam pilha.

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Na figura a imagem obtida
pro Microscopia Eletrônica
de Varredura (MEV) de uma
perlita. Toda liga bifásica é
mais susceptível a corrosão
que a monofásica, devido as
sua duas fases de potenciais
diferentes e, por conseguinte
formam uma pequena pilha
galvânica. Fonte:
http://willyank.sites.uol.com.
br/

Callister,William D., 1940-


Materials science and engineering : an introduction / William D. Callister, Jr.—7th ed. Chapter
17,p 653, table 17.2.

1.2.2 Ataque Uniforme.

É dito ataque uniforme quando a superfície do metal sofre um ataque de intensidade


regular. Esse fato é explicado por meio de ocorrência de reações de oxidação e redução de modo
aleatório em toda a superfície do metal. Esse é o tipo mais comum de corrosão. É ela a
encarregada de escurecer o ouro e a prata.

1.2.3 Corrosão em fresta

Esse tipo de oxidação ocorre em baixa concentração de oxigênio. Um lugar conveniente


para isso são as frestas, daí o nome, embora também
sege freqüente onde á acúmulo de sujeira. Esse fato se
dá quando dentro da fresta ou debaixo da sujeira o
oxigênio acaba e assim a reação catódica passa a tirar
elétrons do metal, este funcionando como anodo.
Fonte: Callister,William D., 1940-Materials science and
engineering : an introduction / William D. Callister,
Jr.—7th ed. Chapter 17,p 666, figure 17.16.

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1.2.4-Corrosão por pites.

É uma forma de corrosão extremamente localizada, onde há ocorrência de pequenos


furos que crescem, em geral, perpendiculares à superfície.

Tal fato ocorre devido à presença de uma solução localizada,


cada vez mais concentrada, que vai degradando o material por
meio de reações de redução na direção da gravidade. Este
processo Poe ser iniciado por meio de arranhões ou por
pequenas diferenças de composição. Assim uma superfície
polida é menos susceptível a este tipo de processo.

Fonte: Callister,William D., 1940-Materials science and


engineering : an introduction / William D. Callister, Jr.—7th ed.
Chapter 17, p 667, figure 17.17

1.2.5 Corrosão intergranular.

Esse tipo de corrosão é comum em algumas ligas e quando há presença de solda em aço.
Sua ocorrência é entre os grãos do metal. Uma explicação para este fato é o acúmulo de
resíduos, geralmente carbetos da reação entre o cromo e o carbono, nos contornos de grão
durante o aquecimento da peça (entre 500°C e 600°C). Outra explicação é o fato de os
contornos de grãos serem mais susceptível a ataques devido à presença de trincas durante o
tratamento térmico.

Na figura na esquerda (Fonte: Corrosão e degradação de materiais-Eleani Maria da Costa


- DEM/PUCRS. Pag. 32) o esquema de rompimento do metal na fotomicrografia da direita,
onde temos o sistema perlita-ferrita de um tubo submetido a elevadas temperaturas. Fonte:
http://java.cimm.com.br/cimm/construtordepaginas/htm/3_24_10499.htm

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1.2.6 Lixívia Seletiva

É encontrada em ligas formadas por solução sólida. O processo de degradação consiste na


retirada do elemento que forma a solução. Um exemplo desse fato está na liga do latão, onde o
zinco é retirado. Também é comum em ligas com alumínio, cobalto, cromo, onde estes
elementos estejam em posição mais vulnerável.

1.2.7 Erosão-Corrosão

Ocorre quando temos a combinação de desgaste mecânico e químico, geralmente na


presença de fluidos em movimento. Sua forma mais severa
ocorre quando temos metais passivados, pois a erosão destrói
a fina camada de óxido, e quando em metais moles como o
chumbo. Ocasionalmente encontrado em dobras ou curvas
onde há mudança brusca no movimento do fluido e é
caracterizado por ranhuras e/ou ondulações na superfície do
metal.

Figura. Fonte: Corrosão e degradação de materiais -


Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS. Pag. 33

1.2.8 Corrosão sob tensão

A corrosão sob tensão acontece quando dois fatores se fazem presentes: ambiente corrosivo e
tensão. A tensão pode ser tanto externa quanto interna, esta podendo
vindo a exemplo de uma diferença de contração ou expansão quando
se tem variação de temperatura. Com a soma desses fatores aparecem
trincas na área afetada e em seguida a falha. Tal fato devido ao
ambiente corrosivo pode vir a ocorrer em tensões bem menores do que
o de costume. No exemplo abaixo vemos de uma das barras de sustentação
(que operava sob tração) do telhado da piscina em Zurich (Suiça) que desabou
em 1985. Fonte:
http://java.cimm.com.br/cimm/construtordepaginas/htm/3_24_10499.ht
m

1.2.9 Fragilização por hidrogênio.

Este tipo de corrosão ocorre quando o hidrogênio na forma atômica penetra


intersticialmente na rede do metal. Mesmo em diminutas quantidades provoca trincas que
crescem rapidamente até o rompimento da peça. Isto comumente se faz presente em: processos
de decapagem de aços; em presença de grandes quantidades de hidrogênio como em vapor
d’água; em ambientes com chamados venenos, i. e., substancias que aceleram o trincamento
produzido por hidrogênio, tais como H2S. Podemos citar como exemplo de metais vulneráveis a
esse tipo de corrosão os aços martensíticos e em geral metais de estrutura CFC.

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1.3 Formas de combate à corrosão.
Pretendemos aqui explicar primeiramente de um modo genérico os diversos
mecanismos de prevenção e posteriormente, a medida do conveniente, desceremos a
pormenores de casos mais específicos.

1.3.1 Seleção de materiais

É na maioria das vezes o meio mais eficiente de evitar ou retardar a corrosão. Porém
freqüentemente é o mais viável economicamente. E ainda depende do meio estar caracterizado.
Um bom exemplo disso é a substituição do tubo de aço por tubo de polímeros. O aço sofre forte
corrosão em certos ambientes como o solo, uma alternativa a altura seria o tubo de polímero.
Porém este possui pouca resistência mecânica quando em grandes diâmetros, e por isso o aço
ainda é a melhor escolha. Assim muitas vezes não é viável um material alternativo que diminua
a taxa de corrosão.

1.3.2 Alteração do ambiente corrosivo

Outro meio bastante eficaz no controle da corrosão é a alteração do ambiente. Por este
entendemos uma grande variedade de agentes, tais como, o solo, o meio aquoso, a atmosfera,
ácidos, bases. A umidade de ambientes marinhos é a principal agente corrosiva por conter
minerais como o cloro. Também os diversos tipos de solo são responsáveis por grande
degradação. Com isso uma boa alternativa principalmente em ambientes fechados é a
modificação do meio corrosivo, por exemplo, com a diminuição da quantidade de oxigênio no
meio. Nestas circunstâncias são usados agentes inibidores de corrosão, estes podem agir
eliminando o componente corrosivo ou se prendendo à parede que está sofrendo corrosão. Entre
eles podemos citar os cromados, tungstatos ou fosfatos, sendo o mais eficaz o tecnécio.

1.3.3 Modificação do projeto

Como vimos anteriormente em casos onde ocorre erosão-corrosão (seção 1.2.7) a forma
de como o fluido é direcionada pode ser crucial para a vida útil da peça. Faz-se necessário um
aperfeiçoamento do projeto para evitar curvas acentuadas amenizando a colisão do fluido e
diminuir a turbulência. Também os metais que sofrem trabalhos o frio tendem a sofrer oxidação,
pois possuem maior energia interna com relação ao resto da peça. Por isso a quantidade de
trabalho realizado sobre a peça e como é feito são fundamentais para controlar a velocidade da
corrosão.

1.3.4 Uso de revestimentos.

Um dos meios mais comuns é o uso de revestimentos sejam metálicos, cerâmicos ou


poliméricos. Em geral é criado um filme praticamente não-reativo que protege a peça de modo

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a evitar a corrosão. Um ótimo exemplo de revestimento são os vernizes e titãs industriais. No
entanto estes polímeros apresentam grande desvantagem, não mantém suas propriedades em
altas temperaturas. Também são usados revestimentos a base de cerâmicas como são os
esmaltes vítreos que formam na forma de óxidos depositados na forma de pó e posteriormente
aquecidos até a fusão. Como exemplos de revestimentos por metais, podemos citar as
superfícies niqueladas, prateadas ou cobreadas.

Comparação entre diversos tipos de camadas de revestimento

Tipo Exemplo Vantagens Desvantagens


Orgânica Tintas -Flexibilidade -Oxida
-Facilidade de aplicação -Camada mole (em geral)
-Baixo custo -Limitações de temperatura
Metálica Metais nobres -Deformáveis -Formam células galvânicas
eletropositados -Insolúveis em solução ao serem perfurados
orgânicas
-Condutividade térmica
Cerâmica Esmaltes Vítreos -Resistência à temperatura -Fragilidade
-Dureza -Isolante térmico
-Não forma células com o
metal de base
Fonte: Van Vlack, Lawrence Hall, 1920 - Princípios e ciência dos materiais, traduzido pelo Eng.
Luiz Paulo Camargo Ferrão. São Paulo. Ed Edgar Blucher, 1970, p 340 tabela 12-3.

1.3.5 Proteção catódica.

Essa forma de controle da corrosão pode ser usada em uma grande variedade de
situações. Ela parte do mesmo principio de degradação, o par galvânico, porém atua de modo a
fazer o metal que se quer proteger ser o catodo. Isso pode ser feito através de um metal de
sacrifício, onde se usa um metal para ser um anodo com o metal que se quer preservar. Outro
modo de proteção é a galvanização onde o metal é revestido por uma camada de zinco que
agirá como anodo até sua total. Por fim pode-se fazer passar uma corrente contínua na peça
que se comporta como sendo o pólo negativo e o no outro lado da corrente um anodo que
aterrado estará no pólo positivo. É necessário um material de aterro de alta condutividade e
proximidade entre ando e catodo. Assim haverá uma corrente pelo aterro que sairá do anodo e
chegará ao catodo para terminar o circuito.

Na seqüência de figuras temos as diversas utilizações do metal de sacrifício. (a) placas


de magnésio enterradas ao longo do oleoduto. (b) Placa de zinco em casco de navio. (c) Barra
de magnésio em tanque de água quente. Fonte: Van Vlack, Lawrence Hall, 1920 - Princípios e

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ciência dos materiais, traduzido pelo Eng. Luiz Paulo Camargo Ferrão. São Paulo. Ed Edgar
Blucher, 1970, p 344 figura 12-28.

2. Outros tipos de degradação em


metais
2.1 Oxidação

2.1.1 Definição e mecanismo de propagação.

Depois de tratarmos da corrosão que ocorre em ambientes úmidos, nos voltaremos para
outro tipo de corrosão que preferencialmente ocorre em locais de baixo nível de umidade, a
oxidação. Por isto é também chamado de corrosão seca. Este fenômeno se apresenta de maneira
mais severa em presença de gases corrosivos, ex. H2O e SO2, e em temperaturas elevadas.
Quando ocorre, se apresenta na forma de uma camada de óxido de metal, esta também chama da
de incrustação. Os principais fatores que atuam na oxidação são: a temperatura em se encontra
o metal, a taxa de aderência do óxido, a diferença do coeficiente de dilatação térmica entre o
metal e o óxido, a pressão que o gás exerce sobre as paredes do metal, da composição do metal
(de quantos e quais elementos é formado)

2.1.2 Mecanismo de oxidação.

O processo de oxidação em metais se dá quando ocorre à formação de íon do metal e


este íon é absorvido pelo oxigênio. Assim temos duas semi-reções, uma de oxidação do metal e
outra de redução do oxigênio.

M → M2+ + 2e-

½ O2 + 2e- → O2-

M + ½ O2 → MO

Isto é: Material + Oxigênio + Energia = Óxido do Material

Para que ocorra o crescimento da


incrustação o íon metálico deve difundir
até a região em contato com o gás e/ou
os íons de oxigênio devem penetrar a
incrustação até alcançarem os íons
metálicos. Em muitos casos a
incrustação pode proteger o metal de
uma possível corrosão, pois em geral são
isolantes elétricos. Na figura o

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mecanismo de oxidação. ( Fonte: Callister,William D., 1940-Materials science and engineering :
an introduction / William D. Callister, Jr.—7th ed. Chapter 17, p 675, figure 17.24)

Existe uma equação que determina o aumento da incrustação e a tendência desta de


proteger o metal. Tal equação é chamada de razão de Pilling-Bedworth e é expressa da seguinte
forma:

Onde: Ao= peso molecular do oxido ρm = densidade do óxido

Am = peso atômico do metal ρo = densidade do metal

( Fonte: Callister,William D., 1940-Materials science and engineering : an introduction /


William D. Callister, Jr.—7th ed. Chapter 17, p 675 equation 17.32)

Situações possíveis para a razão P-B

- P-B<1 → a camada se é porosa e assim insuficiente para a proteção do metal.

- 1<P-B<2 → criam-se tensões ao crescer a camada.

- P-B>2 → o revestimento pode trincar e/ou esfarelar.

- P-B = 1 → situação ideal para a proteção do metal.

Abaixo seguem alguns valores tabelados para a razão P-B de revestimentos formados a
partir dos principais metais.

Tabela de Razões de Pilling-Bedworth para vários metais

( Fonte: Callister,William D., 1940-Materials science and engineering : an introduction /


William D. Callister, Jr.—7th ed. Chapter 17, p 676 table 17.3)

Podemos ver de um modo geral que os metais onde ocorre formação de um óxido
protetor estão quase todos situados numa faixa de valores entre 1 e 2, e os óxidos não protetores
no restante das faixas.

13
2.1.3 Cinética de reação do óxido.

As reaçoes que regem o comportamento do crescimento da pelicula pode ser


relacionado a diversar equações , segundo as carceristicas da película, onde k1,k2,k3,k4,k5 e k6
são constantes.

- Quando o óxido não é poroso e bom aderente. A equação segue uma


curva parabólica.

- Quando a incrustação é posora ou se esfarela. A equação segue


uma curva linear

- Quando a camada possui espessura ínfima (perto de 100nm). A


equação segue uma curva parabólica.

2.2 Erosão em metais.

2.2.1 O que é erosão e quais seus agentes.

Por erosão podemos definir como sendo o processo de perda progressiva de materiais
sólidos por ocorrido devido a processos mecânicos. Em metais, esse processo ocorre de forma
mais acentuada por agentes sólidos e líquidos

2.2.2 Fatores determinantes n a erosão

Existem diversos fatores, aqui seguem os mais determinantes, alguns mais para agentes
sólidos e outros mais para líquidos:

Fatores que aumentam a erosão:

-maior pressão e/ou área de contato;

-a maior dureza do material agente em relação ao metal de base;

-a existência de agentes abrasivos na superfície de contato, como areia;

- a maior velocidade de impacto;

- o ângulo de incidência de contato, em materiais dúcteis o menor ângulo nos frágeis o ângulo
mais ortogonal.

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Fatores que diminuem a erosão:

-menor pressão e/ou área de contato;

-o maior polimento da superfície;

-a existência de lubrificantes na área de contato;

-a ocorrência de camadas de óxido do metal.

Bibliografia do texto:

- CALLISTER JR,William D., -Materials science and engineering : an introduction .—.


Chapter 17, Corrosion and Degradation of Materials; John Wiley & Sons, Inc, 2007 7th ed

- VAN VLACK, Lawrence Hall, - Princípios de ciência dos materiais, traduzido pelo Eng.
Luiz Paulo Camargo Ferrão, capítulo 12 – Estabilidade dos metais e condições de serviço,
corrosão. Ed Edgar Blucher, 1970.

- BROWN, T. L., LEMAY JR, H. E., BURSTEN, B. E., MURPHY, C. J. Chemistry: the
central science-Chap 20 – Electrochemistry. Pearson 2009 11th.

- ASHBY, M. F., JONES, D. R. H. Engineering Materials 1 An Introduction to their


Properties and Application. Elsevier 1996, Second Edition

-http://www.slideshare.net/Engenharia.de.Superficies/desgaste-erosivo.

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