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8i\m`jkX<c\ZkiX#hl\efj\lhlXikf mas). Já lá iremos. Antes, impor-


ta referir que, no próximo mês,
e’d\if[\[`ZXld\ok\ejf[fjj`\i esta revista cumpre um ano de
existência. Largou aí quatro nú-
~Zi`j\[fafieXc`jdf#„[\cfe^\XdX`j meros, e se na generalidade dos
XdY`Z`fjX`e`Z`Xk`mXhl\jli^`lef\j$ meios mal se deu por ela, dos tão
poucos ecos que produziu, é bom
gXƒf[XZiˆk`ZX\i\]c\ofZlckliXcef notar que, ao invés de um fracas-
so da proposta, uma vez mais isto
efjjfgXˆj#\j\efk\djljZ`kX[f nos põe diante do geral descaso, e ça desde logo desta revista está rias no plano internacional, no-
^iXe[\ji\Xƒ‘\j#kXdY„d`jjf\og‘\ do miserabilismo cultural em que
nos fazem chafurdar. Se a revista
em não nos vir com o peso morto
das eminências pardas que sem-
mes que soam frequentemente en-
tre o toque de clarim dos territó-
XZfe[`ƒfXe„d`ZXeldk\ii\ef\d apareceu sem especial pompa, há pre se entronizam neste tipo de rios avançados no que toca à aná-
um evidente arrojo não só na pro- iniciativas, deixando o caminho lise desses desafios que a esta
hl\gXi\Z\\jkXikl[fgfi]Xq\i% posta como nas colaborações que aberto a alguns dos melhores es- época dão um cheiro próprio.
tem chamado a si, mas também píritos entre nós, a especialistas Além das colaborações para o
agonizante condi- sas, bem como as consequências graficamente, seja na imponência em várias áreas e temas, autores dossier, outros contributos mere-

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ção atual do jorna- do enfraquecimento desse proje- da edição, no grande formato tão instigantes nas suas derivas cem destaque, como o insólito e
lismo é o tema cen- to de socialização da cultura, com onde texto e imagem não só res- disciplinares, e algumas luminá- fascinante breve ensaio «Todos
tral do mais recente perda evidente para a esfera pú- piram mas se chocam e digladiam nós nascemos loucos. Alguns
número da revista blica. (íntimos num momento, noutro mantêm-se», do filósofo portu-
Electra. Amplamen- Trata-se de um esforço invulgar quase se intimidam), e depois há guês Fernando Belo, escrito dois
te diagnosticada como uma crise, com vista a relançar um debate a ubiquidade da Electra nas ban- meses antes da sua morte, em de-
se hoje dificilmente poderá arro- que, ainda que recorrente, tem cas de jornais, algo tão invulgar zembro; uma reflexão sobre o ur-
gar-se de operar enquanto «quar- sido bastante mole entre nós, e no numa publicação deste calibre. A banismo efémero do arquiteto e
to poder», essa mesma debilida- percurso ou sobreposição dos vá- este respeito, nunca será demais curador chileno Felipe Vera; um
de já lhe vai valendo programas rios textos, fui lembrado daquela apontar o dedo ao pacto das lamu- portfólio do artista sul-africano
de proteção, esboçados timida- história, «lida não sei onde, so- rientas personagens que, se sem- William Kentridge; uma entre-
mente, para impedir que se finem bre um condenado no período pre barafustam pela falta de con- vista ao escritor e cineasta ale-
as suas mais dignas espécies. E, de Terror revolucionário que tributos na área da crítica e da re- mão Alexander Kluge e um tex-
com este dossier, a revista da Fun- ia lendo um livro na carrua- flexão, em face de uma exceção to sobre Berlim («essa cidade-
dação EDP consegue obter uma gem que o conduziu ao cadafal- vivificante, ou a ignoram ou logo -palimpsesto»), do poeta alemão
visão bastante concreta, também so, e que marcou a página onde a rodeiam de suspeitas, de juízos  ÿŕþijøŕ Durs Grünbein. Há ainda duas
devido às perspetivas de diferen- estava antes de subir para a imbecis e escarnecedores, numa 88MM#=le[Xƒf<;G# leituras contrastantes sobre a lei
tes autores, rica e controvertida, guilhotina» (Jacques Bonnet, Bi- frieza desdenhosa, que se demite [\q\dYif[\)'(/ que, no passado dia 19 de julho,
refletindo sobre os sinais e as cau- bliotecas Cheias de Fantas- de qualquer confronto. A diferen- )*,g}^j%#0\lifj foi aprovada pelo Knesset estabe-

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