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Possíveis Erros em Titulação de Iodimetria ou Iodometria

Nas análises titrimétrica podem ocorrer uma sequência de erros que são
classificados como: grosseiros, sistemáticos e aleatórios.
Os erros grosseiros são aqueles que podem decorrer, por exemplo, da má leitura
das escalas, de ajustes imperfeitos do instrumento, ou seja, basicamente da imperícia ou
desatenção do analista que está medindo.
Os erros aleatórios decorrem de fatores não controlados na realização de medidas
e seu efeito consiste em produzir ao acaso acréscimos e decréscimos no valor obtido,
portanto esse tipo de erro afeta a precisão dos resultados.
Os erros sistemáticos são ocasionados por uma falha na execução de um
experimento ou uma falha em um equipamento, não sendo reduzidos com o aumento do
número de medidas realizadas sob as mesmas condições, assim esse erro afeta a exatidão
dos resultados. Os erros sistemáticos podem ser encontrados de três tipos os erros
instrumentais, que são causados pelo comportamento não ideal de um instrumento, por
calibrações incorretas ou pelo uso do material em condições inadequadas; erros de
método, os quais se originam do comportamento físico ou químico não ideal de sistemas
analíticos e erros pessoais, que resultam da falta de atenção ou conhecimento do próprio
analista.
Considerando o conhecimento visto sobre os tipos de erros, pode-se analisar os
erros encontrados nas análises titrimétrica, como nas titulações de oxi-redução.
As titulações de oxi-redução podem ocorrer com aplicação da química do iodo,
por dois métodos analíticos. O primeiro envolve o uso de solução padrão de iodo
diretamente como titulante em meios suavemente ácidos ou suavemente básicos,
classificado de método iodimétrico, também denominado iodimetria. No segundo
método, o iodeto é utilizado como redutor, e o iodo liberado na reação associada é titulado
em meio neutro ou suavemente ácido, usualmente uma solução padronizada de tiossulfato
de sódio. Tal técnica é classificada como método iodométrico ou denominada iodometria.
O teor de vitamina C pode ser calculado a partir de titulações por iodimetria ou
por iodometria, essas titulações são seguidas de vários tipos de erros, portanto segue uma
sequência dos possíveis erros analíticos para esse tipo de titulação.
1. Erro na leitura do volume da bureta: ocorre na hora de ajustar o menisco, este erro
está diretamente relacionado à área de secção transversal do instrumento, quanto
maior for esta área maior será o erro a ela associado. Este erro pode causar uma
diferença no volume real do titulante gasto e no volume medido;
2. Erro de pesagem;
3. Erro de calibração da balança com pouca precisão menor que 4 casas decimais;
4. Erro de excesso de indicador;
5. Erro do uso vidraria inadequada para medição de volumes: esses erros são
atribuídos à falta de informação sobre a diferença entre vidrarias consideradas
volumétricas, com precisões relativamente altas e vidrarias para medidas
aproximadas de volumes, como provetas, pipetas graduadas, béqueres,
erlenmeyers, entre outros;
6. Erro do operador na identificação do ponto final da titulação;
7. A solução de iodeto pode ser oxidada pelo ar atmosférico;
8. Em meio alcalino o iodo reage com os íons hidroxila, formando íons hipoiodito e
iodeto. Os íons hipoiodito são instáveis e passam rapidamente a iodato;
9. Pode ocorrer perda de iodo por volatilização em meio ácido, visto que em meio
neutro a volatilização é desprezível. O iodeto em meio ácido é oxidado de maneira
lenta pelo O2 atmosférico, já a luz e o íons H+ são os catalizadores dessa reação.
4I-(aq) + 4H+(aq) + O2(g) → 2I2(aq) + H2O(aq)
A perda por volatilização é evitada pela adição de excesso de iodeto, que irá reagir
com o iodo para formar íons triiodeto.
I-(aq) + 2e- → I3-(aq)
10. A escolha do indicador incorreto, para tornar o ponto de viragem perceptível;
11. O ajuste do pH na iodometria é necessário, pois o íon tiossulfato (S2O32-) pode ser
oxidado a íons sulfato (SO42-) em meio fortemente alcalino. Além disso, a
concentração elevada da hidroxila acelera a hidrólise do iodo;
12. Algumas espécies intermediárias são reativas e podem provocar reações paralelas
e indesejáveis;
13. A maioria dos indicadores usados nas titulações de oxi-redução são sensíveis a
mudanças no potencial da titulação, por isso é necessária muita atenção no ponto
de viragem;
14. O amido não é tão estável em solução sendo degradado por vários
microorganismos. Um dos produtos de degradação é a glicose, agente redutor. Por
isso é necessário utilizar uma solução de amido recentemente preparada para
evitar que o produto da degradação provoque erro no ponto final da titulação;
15. Na padronização do titulante no caso do tiossulfato (S2O32-) é necessário que a
concentração esteja correta para não ocasionar erros na determinação do teor de
vitamina C;
REFERÊNCIA

SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH, Fundamentos de Química Analítica, Tradução


da 8ª Edição norte-americana, Editora Thomson, São Paulo-SP, 2006.

HARRIS, DANIEL C., Análise Química Quantitativa, 6ª Edição, LTC-Livros Técnicos


e Científicos Editora S.A., Rio de Janeiro-RJ, 2005.

Disponível em:
http://www.iqsc.usp.br/iqsc/servidores/docentes/pessoal/mrezende/arquivos/aula16.pdf
Acessado em 17 de novembro de 2016.

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