Você está na página 1de 43

AULA 21 – 22/10/2018

CAPACIDADE DE CARGA DE ESTACAS –


MÉTODOS SEMI-EMPÍRICOS

PROF. RAIMUNDO LEIDIMAR BEZERRA


DEC/CCTS/UEPB
leidimarbezerra@gmail.com
1
CAPACIDADE DE CARGA DAS ESTACAS
 A NBR 6122:2010 prescreve os seguintes métodos
de cálculo:
1) métodos estáticos: teóricos ou semi-empíricos;
2) métodos experimentais: provas de carga;
3) métodos dinâmicos: dados obtidos durante a
cravação da estaca.

 Os métodos dinâmicos são usados para garantir a


qualidade (homogeneidade) do estaqueamento por
meio da observação do comportamento das estacas
durante o processo de cravação.
CAPACIDADE DE CARGA DAS ESTACAS

Métodos estáticos teóricos


CAPACIDADE DE CARGA DAS ESTACAS – MÉTODO DE AOKI-VELLOSO

 No Brasil são muito utilizados os métodos semi-empíricos


fundamentados em correlações estatísticas.

Método de Aoki-Velloso (1975)


Pu Pu=RL+Rp

Rp=Ap.rp RL=(Σu.ΔL).rL
SL=Σu.ΔL u=perímetro da estaca.

ΔL rL
 Os valores de rp e rL são calculados por
meio da resistência de ponta do CPT ou
por correlação com o índice de
penetração dinâmica do SPT.
rp
CAPACIDADE DE CARGA DAS ESTACAS – MÉTODO DE AOKI-VELLOSO

 O valor de Np é o SPT da cota de apoio da estacas, e NL é o


SPT da camada atravessada pela estaca.
kNp α.kNL
rp  rL 
F1 F2
 O efeito escala entre a estaca (protótipo) e o cone do CPT
(modelo) é considerado por meio dos coeficientes
adimensionais F1 e F2.
 Os coeficientes k e α dependem do tipo de solo.
 A carga última da estaca é dada por:
kNp  α  kNL 
Pu   A p     SL 
F1  F2 
 o somatório se refere às camadas consideradas no cálculo do atrito
lateral.
CAPACIDADE DE CARGA DAS ESTACAS – MÉTODO DE AOKI-VELLOSO
CAPACIDADE DE CARGA DAS ESTACAS
 O método de Aoki-Velloso adota
um fator de segurança global.
Tipo de estaca F1 F2

Franki de fuste apiloado 2,3 3,0


 Adotar F.S.=2 para cálculo da carga
admissível.
Franki de fuste vibrado 2,3 3,2
Pu
Metálica 1,75 3,5
P adm 
2
Pré-moldada de concreto 2,5 3,5  Para estacas tipo Franki a área da
cravada à percussão base alargada, admitida como
Pré-moldada de concreto 1,2 2,3
uma esfera de volume V, é dada
cravada por prensagem por:  3V 
2
Ap  π   3
 4π 
Escavada com lama 3,5 4,5  A área da ponta Ap das estacas
bentonítica
pré-moldadas são fornecidas nos
Raiz 2,2 2,4 catálogos. Para as estacas
Strauss 4,2 3,9 metálicas tem-se:
A p  A - 1,5u em mm 2
Hélice contínua 3,0 3,8
A=seção transversal; u=perímetro.
CAPACIDADE DE CARGA DAS ESTACAS
Método de Décourt-Quaresma (1978)

Pu  As correlações desse método foram inicialmente


obtidas para estacas pré-moldadas de concreto,
mas são aplicadas a todos os tipos de estacas.

Pu=RL+Rp RL=SL. β.qL Rp=Ap. α.qp


RL
 A capacidade de carga do solo junto à ponta da
estaca é dada por:

qp=k.Np(médio)
Rp
 Np(médio) é obtido com os valores do SPT
correspondentes ao nível da ponta da estaca , o
imediatamente anterior e o imediatamente
posterior.
CAPACIDADE DE CARGA – MÉTODO DE DÉCOURT-QUARESMA
 K é o fator característico do solo.
Tipo de solo k (kN/m2)

Argila 120

Silte argiloso 200

Silte arensoso 250

Areia 400

 A adesão média ao longo do fuste é dada por:


 NL(médio) 
q L  10    1 kN/m2
 3 
 NL (médio) é o valor médio do SPT ao longo do fuste, sem
considerar os adotados no cálculo da resistência de ponta.
 Se N≤3 ou N≥50, adotar, N=3 e N=50, respectivamente.
CAPACIDADE DE CARGA – MÉTODO DE DÉCOURT-QUARESMA
 Fator β para correção da resistência lateral.
Solo Estacas Estacas Escavada Hélice Estaca
escavadas em geral com lama contínua raiz
bentonítica

Argila 1,0 0,80 0,90 1,00 1,50

Solo intermediário 1,0 0,65 0,75 1,00 1,50

Areias 1,0 0,50 0,60 1,00 1,50

 Fator α para correção da resistência de ponta.


Solo Estacas Estacas Escavada Hélice Estaca
escavadas em geral com lama contínua raiz
bentonítica

Argila 1,0 0,80 0,85 0,30 0,85

Solo intermediário 1,0 0,65 0,60 0,30 0,60

Areias 1,0 0,50 0,50 0,30 0,50


CAPACIDADE DE CARGA – MÉTODO DE DÉCOURT-QUARESMA
 O método de Décourt e Quaresma adota fatores de segurança
parciais:
 Fp= relativo aos parâmetros do solo;
 Ff= relativo à formulação adotada;
 Fd= relativo às deformações excessivas;
 Fc= relativo às cargas.

 Para o atrito lateral esses autores sugerem, respectivamente: 1,1;


1,0; 1,0; 1,2.
 Desse modo resulta para o atrito lateral: F.S.= 1,1x1,0x1,0x1,2=1,32
 Para a resistência de ponta com os valores sugeridos tem-se:
 F.S.= 1,35x1,0x2,5x1,2=4,05

 A carga admissível é dada por: RL Rp


Ru  
1,3 4,0
CAPACIDADE DE CARGA DAS ESTACAS
Método de Velloso (1981)

 Este método foi inicialmente concebido


Pu em função dos dados do ensaio do CPT.

Pu=RL+Rp

RL=α.λ.u.Σ(fL.ΔL) Rp=α.β. qp.Ap


ΔL fL
L
Df
α = fator de execução da estaca
α=1,0 para estacas cravadas;
qp α=0,5 para estacas escavadas.
Db
CAPACIDADE DE CARGA – MÉTODO DE VELLOSO
λ = fator de carregamento
λ =1,0 para estacas comprimidas;
λ =0,5 para estacas tracionadas.

β = fator de carregamento
D 
β  1,016  0,016 b 
 dc 
β =0 para estacas tracionadas para Db=Df.

dc = diâmetro da ponta do cone do ensaio CPT (3,6 cm no cone


holandês).

 A capacidade de carga do solo sob a ponta da estaca é dada por:


qc1(médio)  qc2(médio)
qp 
2
CAPACIDADE DE CARGA – MÉTODO DE VELLOSO
qc1= média dos valores medidos na resistência de ponta no ensaio CPT,
numa espessura igual a 8Db logo acima da ponta da estaca; quando
L<8Db deve-se adotar valores nulos para qc acima do nível do solo.

qc2= média dos valores medidos na resistência de ponta no ensaio CPT,


numa espessura igual a 3,5Db logo abaixo da ponta da estaca.

 O atrito lateral médio em cada camada do solo, com espessura ΔL,


atravessada pela estaca é dado por:
fL=fc
fc= atrito lateral medido na haste do ensaio CPT.
 No caso do uso dos dados do ensaio SPT seguem-se as seguintes
correlações:
qc=a.Nb
fc=a´.Nb´
CAPACIDADE DE CARGA – MÉTODO DE VELLOSO
a; b; a´; b´= parâmetros de correlação entre a sondagem à percussão
(SPT) e e o ensaio CPT; são definidos para os solos do canteiro de obra.
O professor Velloso fornece a seguinte tabela para uma obra onde foi
aplicado o seu modelo: (1) refinaria Duque de Caxias (RJ); (2) área da
Açominas-MG.

Solo Ponta Atrito


a (kN/mm2) b a´ (kN/mm2) b´
Areias
sedimentares 600 1 5,0 1
submersas (1)
Argilas
sedimentares 250 1 6,3 1
submersas (1)
Solos residuais
de gnaisse 500 1 8,5 1
areno siltosos
submersos (1)
Solos residuais 400 (1) 1 (1) 8,0 (1) 1 (1)
de gnaisse silto
arenosos 472 (2) 0,96 (2) 12,1 (2) 0,74 (2)
submersos
MÉTODO DE TEIXEIRA (1996)

16
MÉTODO DE TEIXEIRA (1996)

17
MÉTODO DE TEIXEIRA (1996)

18
MÉTODO DE TEIXEIRA (1996)

19
MÉTODO DE TEIXEIRA (1996)

20
MÉTODO DE TEIXEIRA (1996)

21
OUTROS MÉTODOS ESPECÍFICOS PARA DETERMINADA ESTACA

Os métodos vistos anteriormente geralmente


são aplicados a todos os tipos de estacas.
Foram desenvolvidos métodos específicos para
determinado tipo de estaca.
Dentre esses métodos, têm-se:

22
MÉTODO DE CABRAL-ANTUNES (2000)

23
MÉTODO DE CABRAL-ANTUNES (2000)

24
MÉTODO DE CABRAL-ANTUNES (2000)

25
MÉTODO DE CABRAL-ANTUNES (2000)

26
MÉTODO DA BRASFOND (1991) – ESTACAS RAIZ

27
MÉTODO DE CABRAL (1986) – ESTACAS RAIZ

28
MÉTODO DE CABRAL (1986) – ESTACAS RAIZ

29
MÉTODO DE COSTA NUNES (1974) – MICROESTACAS
(PRESSOANCORAGENS)

30
MÉTODO DE COSTA NUNES (1974) – MICROESTACAS
(PRESSOANCORAGENS)

31
MÉTODO DE COSTA NUNES (1974) – MICROESTACAS
(PRESSOANCORAGENS)

32
MÉTODO DE COSTA NUNES (1974) – MICROESTACAS
(PRESSOANCORAGENS)

33
MÉTODOS ESPECÍFICOS PARA ESTACAS TIPO HÉLICE CONTÍNUA

34
MÉTODO DE COSTA NUNES (1974) – MICROESTACAS
(PRESSOANCORAGENS)

35
MÉTODO DE ANTUNES-CABRAL (1996) – ESTACA HÉLICE CONTÍNUA

36
MÉTODO DE ALONSO (1996) – ESTACA HÉLICE CONTÍNUA

37
MÉTODO DE ALONSO (1996) – ESTACA HÉLICE CONTÍNUA

38
MÉTODO DA FUNDESP (1998) – ESTACAS TIPO ÔMEGA

39
MÉTODO DE MONTEIRO (2000) – ESTACAS TIPO ÔMEGA

40
MÉTODO DE MONTEIRO (2000) – ESTACAS TIPO ÔMEGA

41
MÉTODO DE MONTEIRO (2000) – ESTACAS TIPO ÔMEGA

42
MÉTODO DE ALONSO (1983) – ESTACAS ESCAVADAS COM LAMA

43

Você também pode gostar