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LIÇÕES
expediente
Jornalista responsável Pr. Elias Pitombeira de Toledo Leituras diárias Eleinton Willian de Souza Freitas
MTb. 24.465 Atendimento e tráfego Geni Ferreira Lima
Fone: (11) 2955-5141
Redação e preparação Pr. Genilson S. da Silva
de originais Assinaturas Informações na página 96
Revisão de textos Eudoxiana Canto Melo
Editoração Marcorélio Murta
e Ana Luiza Assumpção IMPRESSÃO
REDAÇÃO – Rua Boa Vista, 314 – 6º andar – Conj. A – Centro – São Paulo – SP – CEP 01014-030
Fone: (11) 3119-6457 – Fax: (11) 3107-2544 – www.portaliap.com – secretariaiap@terra.com.br
SUMÁRIO
ABREVIATURAS 4
APRESENTAÇÃO 5
ABREVIATURAS DE TRADUÇÕES E
VERSÕES BÍBLICAS UTILIZADAS NAS LIÇÕES
BLH – Bíblia na Linguagem de Hoje BV – Bíblia Viva
RA – Revista e Atualizada BJ – Bíblia de Jerusalém
RC – Revista e Corrigida TEB – Tradução Ecumênica da Bíblia
NVI – Nova Versão Internacional NTLH – Nova Tradução na Ling. de Hoje
APRESENTAÇÃO
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A lição 10, A Sondagem da Santificação Pessoal, considera o claro e
amplo ensino das Escrituras Sagradas a respeito do significado, da am-
plitude e da realização da sondagem do nosso coração.
A lição 11, A Retomada da Santificação Pessoal, salienta que é possível
retomar a santificação pessoal por meio da confissão de pecados, que
não somente remove a nossas imundícia, mas também renova a nossa
felicidade e restaura a nossa comunhão.
A lição 12, A Insistência na Santificação Pessoal, ressalta que por ter-
mos, diante de nós, um prêmio durável, um corpo glorioso e uma pátria
celestial, precisamos ser insistentes em nossa santificação pessoal.
A lição 13, A Plenitude da Santificação Pessoal, conclui a série, mos-
trando que jamais seremos totalmente santos nesta vida, uma vez que a
santificação pessoal só será plena na volta de Cristo.
Somos gratos a Deus pela equipe do Departamento de Educação Cris-
tã – formada pelos pastores Valdeci Nunes de Oliveira, Alan K. Perei-
ra Rocha, pelo missionário Eleilton William de Souza Freitas e pela irmã
Eudoxiana Canto Melo – que contribuiu grandemente na pesquisa e na
produção destas lições bíblicas. Também louvamos a Deus pela vida do
pastor José Lima de Farias Filho, que novamente ofereceu a sua valiosa
colaboração.
Que, em 2009, cresçamos mais e mais em nossa santificação pessoal.
Que sejamos cada vez mais uma igreja santa para o Deus Santo!
1. Shedd, Russell P. Lei, graça e santificação. 2 ed. São Paulo: Vida Nova, (1998:29).
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assumida como opcional aos crentes. Pensam que a graça é tão abran-
gente que todo esforço para fazer o que Deus manda é desnecessário e
até mesmo errado.
Será mesmo que a Bíblia concorda com isso? É certo que não! Viver em
santidade na palavra de Deus não é uma opção pessoal, é uma exigência
divina! A Bíblia ensina que a nossa salvação é conseguida única e exclusi-
vamente pela graça, através do sacrifício de Jesus; porém, também ensina
que, uma vez salvos, devemos nos esforçar para vivermos em santidade.
Veremos, a seguir, que, tanto no Antigo como no Novo Testamento, Deus
não simplesmente nos convida a sermos santos, mas ordena isso.
1. As exigências divinas quanto à santificação pessoal no Antigo
Testamento: A palavra santo com todos os seus correlatos, tais como,
“santidade”, “santificação”, “santificado”, “santificar”, “santíssimo”, aparecem
quase quinhentas vezes, nas páginas do Antigo Testamento. Santidade é a
qualidade mais usada para descrever a fé em Deus e também é a qualidade
mais repetidamente enfatizada, no que diz respeito à natureza divina2 (cf.
Lv 19:2, 20:26; Is 6:3; Sl 99:3,5,9; Os 11:9; Am 4:2). Vejamos alguns textos.
No livro de Gênesis, no episódio em que Deus mudou o nome de Abrão
para Abraão, lemos: Eu sou o Deus todo-poderoso; ande segundo a minha
vontade e seja íntegro (Gn 17:1 – NVI). Essa é uma das primeiras referências
claras à santidade exigida por Deus, por parte daqueles que o servem, no
Antigo Testamento. Deus deixou claro a Abraão que ele se importava com
o seu modo de andar. Ele entendeu isso. Anos depois, Deus disse a Isaque:
Abraão obedeceu a minha voz, e guardou o meu mandamento (Gn 26:5).
Em Êxodo, no capítulo 20, depois de haver libertado o povo de Israel
da escravidão, por meio de uma voz audível e “terrível”, Deus transmite
sua lei ao povo. É importante lembrarmos que o povo de Israel foi salvo
unicamente pela graça: O Senhor não se afeiçoou de vós e vos escolheu por
serdes mais numerosos (...). Mas por que vos amava (Dt 7:7-8). No entanto,
não foram salvos sem propósito. Israel foi alcançado por Deus para ser um
povo santo (Dt 7:6, 14:2,21) e os mandamentos serviriam para orientá-los
nessa missão. Eles disseram: Tudo o que o Senhor falou faremos (Ex 24:7).
Além da lei moral, todo o livro de Levítico foi escrito com “o objetivo
singular de convocar o povo de Deus para a santidade pessoal”.3 A ex-
pressão: Sede santos por que eu, o Senhor vosso Deus, sou santo, repete-se
várias vezes (cf. Lv 11:44-45, 19:2, 20:7). “Santidade ao Senhor” é o tema
2. Smith, Ralph L. Teologia do Antigo Testamento: história, método e mensagem. São Paulo:
Vida Nova, )2001:180).
3. Ellisen, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. 2 Ed. São Paulo: Editora Vida,
(2007:48).
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Santificação pessoal “não é algo opcional ou extra na vida cristã, mas
algo que pertence a sua essência”.8 Sem a santificação, “ninguém verá
o Senhor”, diz o texto. “Ver” e “conhecer” o Senhor, com certeza, são as
maiores bênçãos que um dia poderemos desfrutar. Essas bênçãos só se-
rão experimentadas por quem acatar a ordem divina, pois Deus não nos
chamou para a impureza, mas para a santificação (I Ts 4:7); Cristo amou a
igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar (Ef 2:25b-26a).
Um segundo texto que merece destaque, nesta abordagem, é o de I Pe-
dro 1:15-16, em que lemos o seguinte: Como é santo aquele que vos chamou,
sede também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto está escrito:
Sede santos, porque eu sou santo (I Pe 1:15-16). Com base nesse texto, po-
demos destacar, pelo menos, duas razões pelas quais a santidade deve ser
nosso objetivo principal de vida:9 Em primeiro lugar, devemos ser santos por
causa da “santidade divina”: Como é santo aquele que vos chamou; e, em
segundo lugar, por causa da “ordem divina”: Sede também santos.
Observe que, tanto no texto de Hebreus 12:14, “Segui”, quanto no texto de
I Pedro 1:15-16, “Sede”, a santidade não é encarada como opcional ou como
um convite, mas, sobretudo, como uma ordem, uma exigência de Deus, um
mandamento. É bom lembrar, também, que, no versículo 16 de I Pedro ca-
pítulo 1, o apóstolo utiliza o já citado texto de Levítico 11:44 e 19:2, para
mostrar que o povo de Deus, sob o novo pacto, “deve ter o mesmo padrão
de santidade que obedecia quando ainda estava sob o antigo pacto”.10
Sejamos santos! Como vimos até agora, santificação pessoal é um manda-
mento divino, tanto no Antigo como no Novo Testamento. Consciente desse
dever, que cada promessista encare o lema “Uma igreja santa para o Deus
santo” com seriedade. Só assim, poderemos apresentar-nos a Deus igreja
gloriosa, sem mácula nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreen-
sível (Ef 5:27). Vejamos, na segunda parte desta lição, três aplicações práticas
sobre como devemos e podemos obedecer a essa exigência divina.
8. Stronstad, Roger & Arrigton L. Frech (Editores). Comentário Bíblico Pentecostal. Rio de
Janeiro: CPAD, (2003:1634).
9.Shedd, Russell P. Nos passos de Jesus. São Paulo: Vida nova, (1993:27-28).
10. Stronstad, Roger & Arrigton L. Frech (Editores). Comentário Bíblico Pentecostal. Rio de
Janeiro: CPAD, (2003:1702).
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2. Santificação pessoal é uma exigência divina: obedeçamos com
atenção!
Sem santidade ninguém verá o Senhor (Hb 12:14b). Esse é um alerta sério.
Quem deixa a santidade “de lado” e ignora esse mandamento é um sério
candidato a “não ver o Senhor”. Por isso, afastemos de nós qualquer coisa
que nos torne vagarosos ou nos atrase, e, especialmente, aqueles pecados
que se enroscam tão fortemente em nossos pés e nos derrubam (Hb 12:14a
– BV). O apóstolo Paulo, escrevendo aos irmãos de Éfeso, disse: Desperta, ó
tu que dormes (...), vede prudentemente como andais (Ef 5:14-15).
TEXTO BÁSICO: Como é santo aquele que vos chamou, sede também
santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto está escrito: Sede san-
tos, porque eu sou santo. (I Pe 1:15-16)
INTRODUÇÃO: Aprendemos, no primeiro estudo, que a santificação
não é uma opção, mas uma necessidade imperiosa para que a salvação
em Cristo não seja interrompida. A santificação, portanto, é uma etapa
imprescindível no processo de salvação, que, tendo iniciado na justifi-
cação pela fé em Cristo, será concluído com a glorificação, na volta de
Jesus. Mas qual a natureza da santificação? Como a Bíblia Sagrada a con-
ceitua? Conhecer esses princípios espirituais certamente é um grande
passo para a prática eficiente da santificação pessoal.
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[Novo Testamento]”.1 Em síntese, o verbo “separar” tem três significados:
(1) venerar ou reconhecer que é venerável, ou seja, reverenciar (cf. Mt 6:9;
Lc 11;2; I Pe 3:15); (2) separar das coisas profanas e dedicar a Deus, isto é,
consagrar (cf. Mt 23:17,19; Jo 17:19, 10:36; II Tm 2:21); (3) e purificar; em
outras palavras, limpar (cf. Ef 5:26; I Ts 5:23; Hb 2:11, 9:13, 13:12).2
Com base nesses três significados teológicos, Thiessen define santifi-
cação em quatro níveis espirituais: (1) separação para Deus, (2) imputa-
ção de Cristo como nossa santidade, (3) purificação do mal moral, (4) e
conformidade com a imagem de Cristo.3
Pode ser a santificação da imundícia que esteja sobre um santuário (II
Cr 29:5,15-19); pode ser a santificação do mobiliário e dos utensílios de
um tabernáculo (Ex 40:10-11; Nm 7:1); pode ser a santificação de uma
casa ou de um campo (Lv 27:14-16); pode ser a santificação de um pri-
mogênito para Deus (Ex 13:2; Nm 3:13), da mesma forma que o Pai san-
tificou o Filho e este a si mesmo (Jo 10:36, 17:19); assim como os cristãos
são santificados na sua conversão a Cristo (I Co 1:1-2; I Pe 1:1). O princí-
pio é claro: Coisas e pessoas são separadas da impureza “para Deus”.
Em segundo lugar, o conceito bíblico de “imputação de Cristo como
nossa santidade” refere-se ao sacrifício de Cristo na cruz, fato que fez
com que Deus Pai nos imputasse a justiça de seu Filho, ou seja, Jesus se
tornou justiça e santificação para os salvos: Mas vós sois dele, em Cristo
Jesus, o qual se tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santifi-
cação, e redenção (I Co 1:30). Podemos afirmar, sem medo de cometer
deslize doutrinário, que este é o mais definidor e impactante tipo de
santificação, pois Paulo afirma que somos santificados em Cristo Jesus, e,
por isso, chamados para ser santos nele (I Co 1:2).
Esse importantíssimo tipo de santificação é obtido unicamente pela fé
em Cristo (cf. At 26:18); é também realizado de uma vez por todas. Desta
forma, o salvo pode afirmar que foi, definitivamente, justificado, santifi-
cado e redimido, desde que realmente se mantenha revestido da justiça
e da santidade de Cristo, pela fé. Em outras palavras, o salvo não pode
deixar de crer que as mudanças espirituais ocorridas em sua vida fo-
ram iniciadas unilateralmente por Deus, que aplicou os méritos de Cristo
em sua vida, tornando possível a suspensão da penalidade do pecado
( justificação), o início da libertação do poder do pecado (santificação)
e, finalmente, a condição de viver livre (redenção), enquanto aguarda a
libertação final da presença do pecado (glorificação).
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desta o pecador perdoado se associa com a vida de Deus”.7
A natureza ou essência da salvação é a santificação. Salvação que não
resulta em santificação não é salvação. O crente não é santo para ser salvo,
mas é salvo para ser santo. A salvação em Cristo consiste na saúde espiritu-
al e moral da alma humana, e esta modalidade de vida é consistente com a
santificação, pois o Senhor Deus jamais justificaria um pecador para deixá-
lo do mesmo jeito. “Se o pensamento de Deus se presta a declarar o peca-
dor justo, é para que ele possa através disso restaurá-lo à santidade”.8
Gifford ilustra a natureza da santificação desta forma: “Pode-se trazer
ao porto e atar ao cais o navio cuja maquinaria entrou em pane. Ele está
salvo, mas não está sadio. O conserto demanda muito tempo. Cristo se
propõe a tornar-nos são e salvos”.9 Na prática, Gifford está ensinando
que, na justificação, o crente em Jesus é salvo da morte eterna e, na
santificação, recebe saúde espiritual para viver eternamente. Logo, a jus-
tificação precisa ter continuidade na santificação. O salvo não precisa de
Deus apenas na justificação; precisa de Deus para “preservar a sua vida
espiritual do mesmo modo que precisou de Deus para começá-la”.10
“Qualquer que pensa ser cristão e que aceitou a Cristo para a justifi-
cação, quando ao mesmo tempo não o aceitou para a santificação, está
miseravelmente iludido naquela mesma experiência”.11 Mas por que a
pessoa justificada que despreza a santificação está miseravelmente iludi-
da? Porque, em sua alma, ainda há tendências fortíssimas para a prática
do mal; são forças internas que lutam contra o Espírito Santo, a fim de
continuarem a satisfazer a vontade da carne (cf. Gl 5:16-25). Somente pela
santificação o salvo verá o reinado do pecado chegar ao fim (Rm 6:12).
Tudo leva a crer que Davi entendeu bem a natureza da santificação.
Em sua oração penitencial, ele clama pela compaixão, pela benignidade
e pela misericórdia divina para ter seus pecados justificados; mas não
pára por aí. Em seguida, pede que Deus lave completamente as suas
iniqüidades e purifique a sua vida (Sl 51:1-2). Davi sabia que, na justifica-
ção, removem-se as conseqüências penais do pecado e, na santificação,
restabelecem-se os princípios morais da vida com Deus.
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5. Com base na primeira aplicação, discuta com a classe a importância
espiritual de cada salvo crer que, de fato, Deus o santificou para si
mesmo.
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3
O começo da
santificação pessoal
17 JAN 2009 Hinos sugeridos: BJ 176 – CC 266 / BJ 130 – CC 350
1. Pink, Arthur W. Fé Para Hoje, A Necessidade do Novo Nascimento. São Paulo: Editora Fiel,
(2008:13).
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te corrupto (Jr 17:9)”.2 Para o ser humano depravado, morto em delitos
e pecados, atolado na escravidão do pecado, subjugado pelas garras de
Satanás, só há uma saída: Ser regenerado, ou seja, liberto e recriado con-
forme a imagem de Jesus Cristo, através da ação poderosa e constante
do Espírito Santo (Jo 3:5-8; II Co 3:18; Cl 3:10). A Bíblia, portanto, nos dá
a idéia da importância do assunto e da seriedade que devemos ter para
com a doutrina da regeneração.
A regeneração é o começo da santificação. É um ato exclusivo de Deus
que consiste em dar ao homem vida espiritual. Esse ato é popularmente
conhecido como “nascer de novo”. Sobre aqueles que creram em Cristo e se
tornaram filhos de Deus (Jo 1:12), a Bíblia afirma: Eles não se tornaram filhos
de Deus pelos meios naturais, isto é, não nasceram como nascem os filhos de
um pai humano; o próprio Deus é quem foi o Pai deles (Jo 1:13 – NTLH). Num
ato divino misterioso, como o vento, que não sabemos de onde vem nem
para onde vai, “nascemos de novo” (Jo 3:3). Uma coisa, porém, sabemos:
Sem nascer de novo, jamais entraremos no reino de Deus (Jo 3:3).
Não sabemos quando essa obra maravilhosa começou por uma sim-
ples razão: Estávamos mortos em delitos e pecados (Ef 2:1). Morto não
sabe de nada e não pode fazer nada! Estávamos nas mãos do espírito que
controla a vida dos desobedientes; vivíamos fazendo a vontade da carne
e dos pensamentos maus e estávamos destinados à morte eterna (Ef 2:32
e 3). Mas a misericórdia de Deus é muito grande, e seu amor por nós é
tanto, que, quando estávamos espiritualmente mortos por causa da nossa
desobediência, ele nos trouxe para a vida que temos em união com Cristo
(Ef 2: 4-5 – NTLH). Nascemos de novo! (cf. Cl 2:13; I Pe 1:3).
A regeneração, portanto, é o primeiro passo para o ser humano sair da
morte espiritual para a vida espiritual, da condenação para a salvação, da
inimizade e distância de Deus para a amizade e comunhão com Deus, da
abominação de Deus para o prazer de Deus, das trevas de Satanás para a
luz de Jesus. Antigamente vocês mesmos viviam na escuridão; mas, agora
que pertencem ao Senhor, vocês estão na luz. Por isso vivam como pessoas
que pertencem à luz (Ef 5:8 – NTLH). “Não há meio termo entre essas duas
condições: Cada homem e cada mulher agora, na terra, ou é objeto do
prazer de Deus ou de sua abominação”.3
Pink enfatiza que, enquanto não passam pelo novo nascimento, todos
os homens são “reprovados para toda boa obra” (Tt 1:16). Não se quer
ser repetitivo, mas, sem Cristo, as mais bondosas e imponentes obras hu-
manas não agradam a Deus. “Entretanto, as menores faíscas que proce-
2. Idem.
3. Idem.
4. Idem.
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2. Discuta com a classe a seguinte afirmação do pastor inglês Arthur
W. Pink: “[O homem] pode ser civilizado, educado, sofisticado e
religioso, mas no coração ele é desesperadamente corrupto (Jr
17:9)”. Que relação essa realidade tem com o nosso dia-a-dia?
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7. Com base na terceira aplicação, explique: Por que a regeneração
(que leva à justificação) é o início da santificação, que, por sua
vez, será concluída na glorificação?
5. Plumer, William. Fé Para Hoje, A Definição de Novo Nascimento. São Paulo: Editora Fiel,
(2008:7).
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1. A participação divina na santificação pessoal: Com relação à partici-
pação divina na santificação pessoal, vamos tratar do papel provedor do Pai,
do papel consumador do Filho e do papel mantenedor do Espírito Santo.
Contudo, precisamos entender que, em cada um desses papéis, a Trindade
trabalhou e trabalha unida pela nossa santificação, ou seja: Para provê-la,
o Pai agiu enviando o Filho para consumá-la (Jo 3:16, 5:24,36-37). Este, por
sua vez, agiu para glorificar o Pai e foi glorificado por ele (Jo 7:16-18, 8:29,54,
17:1-5). Assim, também, o Espírito Santo, enviado pelo Pai, age para glorifi-
car o Filho (Jo 16:13-15). Conheçamos, então, essa cooperação divina.
1.1 Na participação divina, o Pai proveu a nossa santificação: Em
II Co 5:18-20, o apóstolo Paulo nos diz o seguinte: E tudo isso provém de
Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo (...), isto é, Deus
estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os
seus pecados. Aqui, aprendemos que Deus Pai, desde o início do seu
plano de salvação para a humanidade, já havia se comprometido com a
execução de sua parte, provendo a nossa reconciliação consigo mesmo.
Ele nos deu Jesus Cristo (Jo 3:16).
Esse foi o primeiro passo para a nossa santificação. O mesmo Paulo
afirma que se trata de iniciativa e obra de Deus: O mesmo Deus de paz
vos santifique completamente (I Ts 5:23), uma vez que é ele quem efetua
em nós o querer e o realizar a sua vontade (Fp 2:13). Podemos entender
esse efetuar de Deus como um ato de dar-nos apoio gratuito, de aper-
feiçoar-nos e tornar-nos flexíveis a sua vontade. Isso pode até mesmo
ocorrer pela disciplina. Grudem faz a seguinte afirmação a esse respeito:
“Um papel específico de Deus Pai na santificação é seu processo de nos
disciplinar como seus filhos”.1
A cooperação de Deus Pai também reside na sua iniciativa de nos dar
o Espírito Santo como garantia de que, um dia, seremos completamente
livres do pecado. É por isso que Paulo afirma: Ora, quem para isso mesmo
nos preparou foi Deus, o qual nos deu também o penhor do Espírito (II Co
5:5). De acordo com o sentido do texto em que essa afirmação está inse-
rida, ele se refere ao papel do Pai de prover a redenção do nosso corpo,
de torná-lo livre de todo pecado (cf. II Co 5:1-8).
1.2 Na participação divina, o Filho consumou a nossa santificação:
Em Jesus Cristo, vemos grande empenho, tal como no Pai, na nossa san-
tificação, pois foi ele quem conquistou a nossa salvação, encarnando-se,
morrendo por nós e ressuscitando em nosso favor, para que sejamos
santificados (II Co 5:14-15). Além disso, pela sua maneira de viver como
ser humano, Jesus foi, entre nós, a consumação da santidade perfeita.
1. Grudem (1999:628).
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pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e ele
se chegará a vós. Limpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, puri-
ficai o coração (Tg 4:7-8).
2.2 A participação humana implica obediência: A Bíblia nos traz, em
segundo lugar, o ensino de que nossa cooperação implica obediência.
Em Tg 1:22-25, a palavra de Deus nos encoraja a sermos praticantes da
palavra e não apenas ouvintes. Também, em Ef 2:10, somos ensinados da
seguinte maneira: Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para
as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas. Nesta
afirmação, Paulo ensina que a salvação pela graça tem como conseqüên-
cia as boas obras, pois Deus, pelo seu Espírito, nos capacita para isso, ao
nos criar em Cristo Jesus (cf. Ef 2:1-9).
2.3 A participação humana implica união do corpo de Cristo: Em ter-
ceiro e último lugar, a Bíblia ensina que devemos encorajar uns aos outros à
santidade, com palavras e atitudes (Hb 10:24-25; Rm 12:10-13; I Ts 5:14-18;
I Tm 4:11-12). Isso significa que a santificação é pessoal, mas não individual,
pois precisamos uns dos outros para crescermos em santidade (I Co 12:12-
27). Essa é a razão de a Escritura nos ensinar que, se nosso irmão se ofende
com determinadas atitudes nossas, devemos evitá-las, para não prejudicar-
mos a sua santificação pessoal (I Co 10:24,32-33; II Co 6:1,3-10).
Esses aspectos da participação divina e da participação humana, no
processo de santificação pessoal, mostram que Deus é provedor, con-
sumador e mantenedor da nossa santificação. O que nos cabe, nesse
processo, é responsabilidade – algo que recebemos de outrem –, não
mérito – algo que temos em nós mesmos. Por isso, cooperamos com
Deus porque recebemos dele a capacitação. Logo, não se trata de ser-
mos participantes na mesma medida de Deus, mas de sermos apenas
servos e confiarmos no Senhor, que nos santifica, o que é muito diferente
de sermos omissos quanto à busca pela santificação.
4. Leia os itens 2.1, 2.2, 2.3, bem como os textos bíblicos nele
indicados e comente as três implicações da participação humana
na santificação pessoal.
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6. Leia a primeira aplicação e responda: O que significa dizer que a
parceria com Deus requer reconciliação?
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5
O processo da
santificação pessoal
31 JAN 2009 Hinos sugeridos: BJ 317 – HC 77 / BJ 126 – CC 119
TEXTO BÁSICO: Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que
vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito. (Pv 4:18)
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15:5). A santificação se realiza-se na dependência de Cristo. É ele quem
nos purifica de todo pecado, é a ele que devemos nos confessar, pois, é
fiel e justo para nos perdoar e nos purificar de toda injustiça (I Jo 1:9).
Nosso coração deve arder pelo desejo de ser mais parecido com Je-
sus. É esse desejo que nos impulsionará a superar, dia a dia, a força que
o pecado exerce em alguma área da nossa vida. Por exemplo: Suponha
que você se percebe mentindo, mas que, no seu coração, há um ardente
desejo de se parecer com Cristo. O que fazer? Ciente de que você está
em um processo, não desanime. É preciso avançar nesse processo! Ore,
peça o perdão e a ajuda de Deus; lute e se esforce até o dia em que con-
seguir vencer esse pecado.
2. Avançando no processo: É certo que, quanto mais o cristão avança
no processo de santificação pessoal, mais diminui seu grau de pecado. O
apóstolo Paulo tinha este conceito em mente, quando disse aos coríntios:
... purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfei-
çoando a nossa santidade no temor de Deus (II Co 7:1b). Todo cristão deve e
pode progredir em sua vida espiritual. Neste versículo, Paulo se refere a dois
princípios básicos para avançarmos no processo da santificação pessoal.
O primeiro princípio que encontramos no versículo é a necessidade de
purificação. Para experimentarmos o avanço e o crescimento, é funda-
mental que nos purifiquemos, ou seja: é necessário livrarmo-nos da con-
taminação do pecado, limparmo-nos da iniqüidade, consagrarmo-nos
e dedicarmo-nos somente a Deus. Isso envolve todas as áreas da vida.
Precisamos nos limpar de toda impureza, tanto da carne como do espírito.
Note que a expressão é imperativa; é uma ordem bíblica: Afastemo-nos
de tudo o que está errado, diz a tradução da Bíblia Viva.
O segundo princípio é a necessidade de aperfeiçoamento. A santi-
dade em nós não é um processo concluído, mas algo que necessita de
um contínuo aperfeiçoamento. O termo traduzido por “aperfeiçoando”
(epiteleo - gr.) significa “levar até um fim, terminar, completar”.4 Paulo
está incentivando os cristãos de Corinto a permanecerem avançando na
santificação pessoal e a se esforçarem para completá-la. Esse texto mos-
tra claramente que a santificação pessoal deve ser encarada como uma
ação contínua de consagração a Deus.
Esse pensamento fica bem evidenciado quando lemos que todos nós (...)
somos transformados, de glória em glória (II Co 3:18). A vida cristã é total-
mente contrária a qualquer tipo de estagnação, inércia, imobilidade. Não
há espaço, no cristianismo autêntico, para cristãos espiritualmente “confor-
mados” e satisfeitos consigo mesmos. Até mesmo Paulo disse: Não que já
4. Wilkinson, Bruce H. Santidade pessoal em tempos de tentação. São Paulo: Mundo Cristão,
(2002:86).
5. Champlin, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. vol.
IV, São Paulo: Milenium, (:363).
6. Shedd, Russell P. Lei, graça e santificação. 2ª Ed. São Paulo: Vida Nova, (1998:75).
7. Idem.
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2. Leia I Pe 1:15-16; Rm 12:1 e responda: Qual é a convocação de Deus
para todo crente em Cristo? Comente, ainda, o que esses dois textos
bíblicos nos ensinam sobre o processo da santificação pessoal.
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CONCLUSÃO: Grande parte das cartas do Novo Testamento são en-
sinamentos, conselhos e exortações aos crentes em Cristo de diversas
igrejas sobre como deveriam crescer à semelhança do Senhor. Sem dú-
vida, o desejo dos escritores da Bíblia, e, principalmente, do Senhor da
Bíblia é que, a cada dia, avancemos no processo da santificação pessoal.
Façamos, portanto, o que nos cabe fazer, pois podemos estar plenamen-
te certos de que aquele que começou boa obra em nós há de completá-
la até ao Dia de Cristo Jesus (Fp 1:6).
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Santificação, diferentemente do que muitos pensam, abrange todos os
aspectos da vida do cristão. Observemos o que diz a Escritura: E o mesmo
Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo,
sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor
Jesus Cristo (I Ts 5:23 – grifo nosso). Espírito, alma e corpo, mencionados
nesse texto, significam o ser humano em sua totalidade, ou, como diz a
Escritura, em outra parte: ... em toda a vossa maneira de viver (I Pe 1:15).
Sobre essa questão, concordamos com Grudem, quando afirma que “a
santificação afeta a pessoa como um todo”. Na opinião desse teólogo, a
santificação abrange o nosso intelecto, as nossas emoções, a nossa von-
tade, o nosso espírito, isto é, nosso caráter e, finalmente, o nosso corpo
físico.1 Com a graça de Deus, no presente estudo, examinaremos cada
uma dessas partes. Em primeiro lugar, mostraremos como a santificação
afeta o nosso intelecto, valendo-nos do conceito de “nova criatura” usa-
do por Paulo, em seus escritos.
Inspirado pelo Espírito Santo, o apóstolo afirma: Assim que, se alguém
está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se
fez novo (II Co 5:17). Esta “nova criatura” a que Paulo se refere, nesse texto,
surge como resultado da transformação do entendimento, experimenta-
da por quem passou a viver uma nova vida em Cristo. A nova criatura não
se conforma com este mundo, pois foi transformada pela renovação do
seu entendimento, e vive a perfeita vontade de Deus (cf. Rm 12:2).
Com a conversão e a conseqüente renúncia da velha vida marcada
pelo pecado, o crente passa a ser uma nova criatura e a ter um novo
entendimento. Assim, diz a Escritura: Não mintais uns aos outros, pois
que já vos despistes do velho homem com os seus feitos, e vos vestistes do
novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que
o criou (Cl 3:9-10). Assim, no lugar da mente escurecida pelo pecado (cf.
Ef 4:18), surge um novo e verdadeiro entendimento (cf. I Jo 5:20).
Além de afetar o nosso intelecto, em segundo lugar, a santificação
pessoal afeta as nossas emoções. O leitor talvez queira perguntar: O que
são emoções e que relação existe entre elas e a santificação? Emoções
são reações positivas ou negativas, manifestadas pelo nosso organismo,
ante a presença de um estímulo qualquer. As emoções negativas estão
associadas à amargura, cólera, ira, gritarias e blasfêmias (Ef 4:31); as posi-
tivas estão associadas ao amor, alegria, paz e longanimidade (Gl 5:22).2
Em terceiro lugar, no tocante à nossa vontade, há relação também
entre esta e a santificação. O desejo de agradar a Deus induz à santi-
3. Idem.
4. Champlin, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado v.v. São Paulo: Hagnos,
(2002:91).
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e aos desejos do Espírito Santo (cf. I Co 9:27). Não deixaremos o pecado reinar
em nosso corpo (Rm 6:4) nem permitiremos que nosso corpo participe de algum
modo de imoralidade (I Co 6:13), mas trataremos dele com cuidado e reconhe-
ceremos que ele é o meio pelo qual o Espírito Santo atua através de nós nesta
vida. Portanto, ele não deve ser impensadamente vítima de maus tratos, mas
deve tornar-se útil e capaz de reagir à vontade de Deus”.5
Que Deus conserve cada de nós isento de impurezas, para que os nos-
sos corpos, assim conservados, prestem-se ao serviço de Deus, visto que o
corpo não é para a prostituição, senão para o Senhor, e o Senhor para o cor-
po (I Co 6:13b). Que cada um saiba controlar o seu próprio corpo de ma-
neira santa e honrosa (I Ts 4:4- NVI). Que toda intenção má, toda palavra
imprópria e toda ação indigna jamais sejam nutridas, usadas ou praticadas
por nós: ... não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes
condenai-as (Ef 5:10). Sejamos santos, porque o Senhor é santo!
Nas considerações já feitas até aqui, vimos que, para agradarmos a Deus,
precisamos cultivar, aplicar e avançar na santificação pessoal, em todos os
aspectos da nossa vida. Nosso intelecto, nossas emoções, nossa vontade,
nosso caráter e nosso corpo precisam ser santos! E não se trata de um valor
espiritual inatingível, pois, se assim fosse, Deus não o teria exigido de nós.
Por isso, na segunda parte desta lição, veremos pelo menos três cuidados
que nos ajudarão a colocar em prática a palavra de Deus em nossa vida.
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boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edifica-
ção (Ef 4:29). Em outra tradução, está escrito: Evitem a boca suja. Digam só
o que for útil (Ef 4:29 – BV). Palavras ou conversas imorais não devem sair
da boca daqueles que proclamam Cristo Jesus como Senhor. Não usem
palavras indecentes, nem digam coisas tolas ou sujas, pois isso não convém
a vocês. Pelo contrário, digam palavras de gratidão a Deus (Ef 5:4 – NTLH).
6. Shedd, Russell P. Nos passos de Jesus. São Paulo: Vida nova, (1993:12).
TEXTO BÁSICO: Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para
as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas. (Ef 2:10)
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é hipocrisia, ao passo que santidade interior sem santidade exterior é
emocionalismo.2 Além dos exercícios internos da vida religiosa, a práti-
ca da santificação pessoal inclui atos externos, que podem ser vistos e
apreciados pelos outros.3
No sermão do monte, Jesus ensinou que o cristão é a luz do mundo,
mas não parou por aí. Ele disse também que essa luz deve brilhar diante
dos homens, para que estes “vejam” as suas boas obras e glorifiquem ao
Pai, que está nos céus (cf. Mt 5:14-16). No texto que serve de base para esta
lição, Paulo também trata desse assunto. Neste texto, descobrimos pelo
menos dois ensinamentos sobre a necessidade de evidenciar a santificação
pessoal através das boas obras. Vejamos, na seqüência, quais são eles.
1. Evidenciar a santificação pessoal é preciso: Observe a primeira
parte do texto: Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as
boas obras (Ef 2:10a). Se fizermos uma leitura atenciosa dos versículos an-
teriores, veremos que eles enfocam duas realidades distintas. Em primeiro
lugar, eles mostram a realidade da humanidade sem Cristo (1-3), e, em
segundo, a realidade da humanidade com Cristo (4-10). Nestes versículos,
enxergamos o “antes” e o “depois” do encontro transformador com Jesus.
Antes desse maravilhoso encontro com Cristo, estávamos mortos nos
nossos delitos e pecados (Ef 2:1); depois desse encontro, fomos vivificados
pela graça, e Deus nos fez assentar nas regiões celestiais, em Cristo Jesus
(Ef 2:5-6). Observe também a palavra “feitura”, que aparece no versículo
10. Ela foi traduzida da palavra grega poiema, de onde vem nossa palavra
em português “poema”. De filhos da ira (Ef 2:3), fomos transformados
num poema, numa obra de arte, numa composição de Deus, o criador!
Mas o que realizou tamanha mudança? Qual o segredo desse gritante
contraste entre a velha e a nova vida? A resposta não poderia ser outra:
Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos
amou, (...) nos vivificou juntamente com Cristo (Ef 2:4-5). Deus fez com que
tamanha transformação acontecesse! Mas não fez isso sem objetivo. Ele
não faz nada sem propósito. A Bíblia nos informa, no versículo 10, um des-
ses objetivos: ... criados em Cristo Jesus para as boas obras.
A preposição “para”, que aparece nesse texto, tem um significado pro-
fundo. Muito mais do que dizer meramente que as boas obras eram o
propósito da nova vida, significa que as boas obras “fazem parte” da nova
vida, como condição inalienável.4 Santificação não é apenas a ausência
2. Wilkinson, Bruce H. Santidade pessoal em tempos de tentação. São Paulo: Mundo Cristão,
(2002:35).
3. Hodge, Charles. Teologia Sistemática. São Paulo: Hagnos, (2001:1195).
4. Foulkes, Francis. Efésios: introdução e comentário. 2ª Ed. São Paulo: Vida Nova e Mundo
Cristão, (1983:66).
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2:8-9), também diz que fomos criados para andar na prática das boas
obras. A graça de Deus, longe de incentivar ou concordar com o pecado,
é a fonte de uma conduta íntegra.7
Um crente em Jesus que vive uma vida diária que não glorifica Deus, que
não evidencia a santificação pessoal no ambiente familiar, secular e religioso
não entendeu a proposta do evangelho. O chamado à santidade é de vinte
e quatro horas por dia, sete dias na semana, trezentos e sessenta e cinco dias
no ano; é radical e nos afeta por inteiro, cada esfera da nossa vida. O que nos
motiva é saber que, durante a caminhada, podemos contar com a presença
e a ajuda de Deus, que torna possível a prática da santificação.
Além disso, Paulo nos apresenta o porquê do viver em santidade: Ro-
go-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso
corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto
racional (Rm 12:1). Não há motivação maior do que “as misericórdias
de Deus” para vivermos uma vida de santidade. Santificação nunca deve
ser encarada como uma lista penosa e sem fim de “fazer” e “não fazer”;
ao contrário disso, esta nossa “apresentação” a Deus deve nascer de um
sentimento de gratidão por suas misericórdias.
Em vez de “eu sei que devo”, a idéia é “sou grato pelo que ele fez; por
isso quero”.8É importante destacar também, neste texto, que esse sacrifí-
cio vivo, esse culto racional é para ser prestado não somente “nas cortes
do templo ou no edifício da igreja, mas sim na vida do lar e no mercado
de trabalho”.9 Conforme aprendemos até aqui, a santidade precisa e deve
ser evidenciada. Isso é possível, pois Deus, pela sua graça, preparou o
caminho para andarmos nele. Por isso, com gratidão a ele por suas mi-
sericórdias, façamos isso!
7. STOTT, John. A mensagem de Romanos. São Paulo: ABU Editora, 2000, p.388.
8. WILKINSON, Bruce H. Santidade pessoal em tempos de tentação. São Paulo: Mundo Cris-
tão, 2002, p. 68.
9. STOTT, John. A mensagem de Romanos. São Paulo: ABU Editora, 2000, p.389.
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5. Após ler a primeira aplicação, fale sobre a necessidade de se
evidenciar a santificação pessoal no ambiente familiar. Cite
exemplos práticos de como isso pode ser feito.
10. Shedd, Russell P. Lei, graça e santificação. 2ª Ed. São Paulo: Vida Nova, (1998:77).
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8
A inimiga da
santificação pessoal
21 FEV 2009 Hinos sugeridos: BJ 128 – CC 323 / BJ 173 – CC 469
TEXTO BÁSICO: ... cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando
esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o
pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte. (Tg 1:14-15)
1. Moo, D. J. Tiago: introdução e comentário. Série Cultura Bíblica. São Paulo: Vida Nova,
(2005:73).
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No dizer de Moo, “a ‘cobiça’ é como um anzol com sua isca, que pri-
meiro atrai sua presa e depois a arrasta”.2 Evidentemente, a cobiça agirá
dentro de nós a partir do que nos agrada. É assim que ela nos atrai. A
partir do momento em que nos apresenta o objeto de sua satisfação, seu
próximo passo é fascinar-nos, expondo-nos esse objeto o máximo de
tempo possível, através de nossos sentidos, nossos sentimentos e nossos
pensamentos, até sermos capturados. É assim que a cobiça nos seduz.
Para que a atuação da inimiga da santificação pessoal fique mais clara,
pensemos nisto: se nosso interior cobiça reconhecimento das pessoas para
se satisfazer, é evidente que a “isca” que nos atrairá e seduzirá ao pecado da
vaidade serão os elogios, ou qualquer situação que nos dê prestígio diante
dos outros. É isso que irá nos atrair e seduzir, se nos expusermos a esse tipo
de “isca”. Esta sempre será uma ameaça à nossa santificação pessoal.
Se nosso desejo é por bens materiais, o que nos atrairá aos peca-
dos da inveja e da usura, por exemplo, serão sempre situações que nos
proponham isso. As “iscas” podem ser os bens e propriedades alheias
que gostaríamos de possuir; negócios vantajosos, porém, desonestos; a
busca desenfreada por lucro, em prejuízo do compromisso com Deus; a
valorização do material mais que do espiritual e do relacional. Enfim, há
muitos exemplos de “iscas” que poderiam ser citados, mas acreditamos
que esses podem esclarecer um pouco a atuação da cobiça.
3. O propósito da inimiga da santificação pessoal: O problema da co-
biça não cessa na atração e na sedução. Essas são formas que ela utiliza para
alcançar seu alvo, que é a concretização do pecado. Observe o que Tiago diz,
no versículo 15a: Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado.
Os verbos “conceber” e “dar (à luz)” indicam-nos que o apóstolo quis utilizar
a figura de uma gravidez, que tem seu desfecho no parto, para explicar o
processo pelo qual o pecado é gerado em nós, através da cobiça.
A atuação da inimiga da santificação pode ser entendida como um
período de gestação, ou seja: ficamos “grávidos” do pecado, ao sermos
atraídos e seduzidos pela cobiça. Nessa fase, portanto, o pecado já está
se formando dentro de nós. Quando, finalmente, cedemos à sedução
da cobiça e somos capturados pela sua “isca”, entramos em trabalho de
parto: é hora de a inimiga da santificação dar à luz o pecado. Por ser de
natureza má, é para isso que ela atua dentro de nós.
O pecado é, então, a consumação da nossa queda e o propósito da co-
biça. Mas esse propósito vai além, pois o pecado tem como conseqüência
a morte: ... e o pecado, uma vez consumado, gera a morte (Tg 1:15b). Por-
tanto, não podemos nos deixar enganar: a cobiça caminha sempre para
2. Idem.
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4. Com base no item 3 e nas leituras bíblicas que o fundamentam,
comente sobre o propósito da cobiça.
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9
O declínio da
santificação pessoal
28 FEV 2009 Hinos sugeridos: BJ 168 – HC 456 / BJ 14 – CC 287
3. Champlin, Russell Norman. O Novo Testamento interpretado v.v. São Paulo: Hagnos, 2002,
vol. 4, p. 623.
4. Shedd, Russell P. & MULHOLLAND, Dewey M. Epístolas da prisão: uma análise de Ef, Fp,
Cl e Fm. São Paulo: Vida Nova, (2005:63).
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comunicação (...) organizando marchas para celebrá-lo, rindo da corrupção,
exaltando a esperteza”,5 muitos estão “entrando na onda”, saindo da linha,
andando para trás, no processo da santificação pessoal. Cuidado! Se você
é um desses que têm aceitado passivamente as propostas deste mundo
ilusório e passageiro, dê ouvidos, hoje mesmo, ao alerta da Bíblia Sagrada.
Sobre o fim dos tempos, Jesus disse: Neste tempo (...) por se multiplicar
a iniqüidade, o amor de quase todos esfriará (Mt 24:10-12). Nesse texto,
duas palavras, no idioma original, são importantes e foram traduzidas
por: “iniqüidade” e “esfriará”. A primeira delas indica o desregramento,6
ou seja, a falta de regra; a segunda palavra vem de um verbo que signi-
fica “soprar a fim de esfriar”. Segundo esse texto, o desaparecimento das
regras é seguido naturalmente pelo desaparecimento gradual do amor.
O que mais incomoda, nesse texto, é saber que Jesus está dizendo que o
amor esfriaria não no mundo (o que é natural que aconteça), mas na igreja!
Talvez já estejamos vivendo esses dias. Num mundo “sem leis”, onde fica di-
fícil discernir entre o certo e o errado, os sopros gelados da iniqüidade dos
indivíduos “apagam as chamas do amor, esfriam suas brasas e nada deixam
senão cinzas frias”.7 Mas o que fazer para que a nossa santificação pessoal
não entre em declínio, mesmo vivendo “dias maus”, com a iniqüidade em
alta e o amor em baixa? Além de alertar, a Bíblia também nos desafia.
2. Os desafios bíblicos: Será possível levar uma vida de santidade,
no meio desta geração corrompida em que vivemos? Apesar de se tra-
tar de um grande desafio, a Bíblia mostra que sim! Depois de alertar,
ordenando atenção no andar em dias maus (Ef 5:15a), Paulo mostra o
modo como os cristãos que estavam em Éfeso deveriam viver. Observe
a segunda parte do texto: ... vede prudentemente como andais, não como
néscios, mas como sábios (Ef 5:15b). “O que ele tem em mente aqui é a
vida dos leitores cristãos perante os olhos do mundo não cristão”.8
Há um conselho semelhante, na carta aos Colossenses: Andai em sa-
bedoria para com os que estão de fora (Cl 4:5). Com certeza, não é nada
fácil cumprir essa ordem. É um grande desafio vivermos como sábios em
um mundo insano. É um grande desafio vivermos no meio da corrupção
e não nos corrompermos, “estarmos” no mundo e não “sermos” dele. Fá-
cil é andarmos como “néscios”, ignorando a realidade, aceitando tudo do
jeito que é, não questionando, calando-nos, fingindo que não é conosco.
5. Cézar, Elber Lenz (Editor Geral). Revista Ultimato. Viçosa (MG): edição 313, p. 54.
6. Champlin, Russell Norman. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo.São
Paulo: Milenium, (1983:558).
7. Idem, p. 559.
8. Foulkes, Francis. Efésios: introdução e comentário. 2ª Ed. São Paulo: Vida Nova e Mundo
Cristão, (1983:123).
9. Lopes, Hernandes Dias. Filipenses: a alegria triunfante no meio das provas. São Paulo:
Hagnos, (2007:158).
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2. Com base em Ef 5:15a; Mt 24:10-12 e no comentário anterior,
responda: Quais são os alertas bíblicos para este tempo de declínio
da santificação pessoal que estamos vivendo?
10. Stronstad, Roger & Arrington L. Frech (editores). Comentário Bíblico Pentecostal. Rio de
Janeiro: CPAD, (2003:1254).
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7. Após ler a terceira aplicação, responda: Por que, em tempos
de declínio da santificação pessoal, é fundamental contar com a
capacitação divina?
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1. O ensino da palavra de Deus sobre o significado da sondagem:
Quatro são os verbos que esclarecem e expressam o significado da sonda-
gem: examinar, esquadrinhar, sondar e provar. O verbo “examinar” aparece,
primeiramente, numa advertência profética: Concentra-te e examina-te, ó na-
ção que não tens pudor (Sf 2:1). Ele é também empregado numa orientação
apostólica: Examine-se, pois, o homem a si mesmo (I Co 11:28). Esse verbo
expressa o sentido de considerar, de observar, de analisar, de investigar, de
verificar de maneira minuciosa e cuidadosa.
O verbo “esquadrinhar” é utilizado pelo salmista. Ele declara que
Deus não somente quebranta o braço do perverso e do malvado, mas
esquadrinha-lhes a maldade, até nada mais achares (Sl 10:15). Ele tam-
bém reconhece que tanto o seu andar quanto o seu deitar são es-
quadrinhados por Deus: Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e
conheces todos os meus caminhos (Sl 139:3). Esse verbo tem o sentido
de investigar todos os cantos e todos locais, pedacinho por pedacinho
e quadrinho por quadrinho.
O verbo “sondar” está presente numa das orações de Davi a Deus:
Sonda-me [literalmente: enfia uma sonda dentro de mim], ó Deus, e
conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos (Sl
139:23). Esse verbo tem o sentido de examinar e explorar algo com uma
sonda, aparelho de diferentes formatos e de variadas aplicações. Na me-
dicina, por exemplo, a sonda é amplamente utilizada, tanto no diagnós-
tico quanto no tratamento de doenças.
O verbo “provar”, que tem o sentido de submeter a pessoa a uma teste
para ver como ela sente, pensa e reage, aparece no livro de Provérbios,
capítulo 17, versículo 3, em que lemos: ... o crisol prova a prata, e o forno,
o ouro; mas aos corações prova o SENHOR. De acordo com Hebreus, capí-
tulo 11, versículo 17, quem passou por essa prova e saiu espiritualmente
vitorioso e fortalecido foi Abraão: Pela fé, Abraão, quando posto à prova,
ofereceu Isaque.
2. O ensino da palavra de Deus sobre a amplitude da sondagem:
Para que o diagnóstico seja confiável e o tratamento seja adequado, a
sondagem precisa ser extensa e profunda. Sendo assim, tudo deve ser ob-
servado, analisado, examinado, provado, verificado de maneira atenciosa e
completa. O teólogo e escritor Elben M. Lenz César1, aponta algumas áreas
que precisam ser submetidas à sondagem. Precisamos sondar o coração, a
nascente de tudo, porque dele procedem as fontes da vida (Pv 4.23).
Precisamos sondar as nossas razões pessoais, para ver se existem nelas
alguma coisa indevida ou imprópria. Em sua carta à igreja filipense, o após-
2. Champlin, R. N. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo. São Paulo: Hag-
nos, (2002:15).
3. César, Práticas devocionais, (2005:83).
4. Idem.
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as pessoas a se conhecerem por meio de uma questão. Deus agiu assim
com Adão (Gn 3:11), Caim (Gn 4:6,9), Elias (I Rs 19:9, 13), Jonas (Jn 4:4), o
samaritano curado de lepra (Lc 17:17) e Pedro (Jo 21.15).
Outras vezes, o Senhor leva as pessoas a se enxergarem por meio de
uma ordem. Lembra da samaritana? Depois de ouvir muita coisa do Se-
nhor, ela ouviu esta ordem dele: Vai, chama teu marido e vem cá (Jo 4:16).
A ordem funcionou! A mulher trouxe à tona a sua vida conjugal errada:
Não tenho marido (Jo 4:17). O mesmo ocorreu com o jovem rico. Só após
ouvir do Senhor cinco ordens – “vai”, “vende”, “dá”, “vem” e “segue-me” –,
ele descobriu a sua verdadeira realidade espiritual (Mc 10:21-23).
Existem pecados tão corriqueiros, costumeiros e generalizados que
são facilmente percebidos e discernidos. Eles, com efeito, não requerem
muitas análises nem muitos estudos, pois estão sempre diante de nós.
Existem outros, porém, que nos são ocultos (Sl 19:12), pois estão tão es-
condidos e camuflados nas entranhas do coração que somente a sonda-
gem humana é insuficiente para detectá-los. Temos, então, que recorrer
humildemente à apurada sondagem de Deus.
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6. Leia Tg 4:8-10. Que outra atitude precisa ser tomada por aquele
que deseja ser sondado por Deus?
TEXTO BÁSICO: Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mau
perante os teus olhos, de maneira que serás tido por justo no teu falar e
puro no teu julgar. (Sl 51:4)
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alicerce, da extensão, do processo e da demora da prática da confissão1.
1. O alicerce da confissão: A Bíblia deixa muito claro que existe perdão
para todo tipo de pecado e blasfêmia confessado. Existe apenas uma única
exceção: o pecado ou blasfêmia contra o Espírito Santo: ... aquele que blasfe-
mar contra o Espírito Santo não tem perdão para sempre, visto que é réu de pe-
cado eterno (Mc 4:29). Deve-se frisar, porém, que a confissão será sempre ine-
ficiente e infrutífera, se não for antecedida e embasada pelo arrependimento,
“que inclui forçosamente a idéia de uma volta do pecado para Deus”.2
Ao lermos a Bíblia, vemos inúmeras e marcantes chamadas ao arre-
pendimento. O povo de Israel que havia se desviado Deus é incessan-
temente chamado ao arrependimento pelos profetas do Senhor (Is 1:18;
Jr 4:1; Os 14:1; Jl 2:12-13; Am 4:8; Ml 3:7). Quando João Batista apareceu
pregando no deserto, a sua pregação também era uma ousada chamada
ao arrependimento (Mt 3:2,8; Mc 1:4; Lc 3:3,8), bem como a pregação de
Cristo (Mt 4:17; Mc 1:15; Lc 5:32) e, posteriormente, a dos apóstolos (At
2:38; 17:30; 26:19-20; II Pe 3:9; Ap 3:19).
De que modo uma pessoa arrependida se expressa? Uma pessoa arre-
pendida não justifica, não explica, não terceiriza, não desculpa o seu peca-
do cometido. Davi é o nosso melhor exemplo de genuíno arrependimento
de todas as Escrituras Sagradas. Dos seus lábios, não se ouve nem expli-
cações inteligentes, nem justificativas esfarrapadas para os seus pecados
de adultério, homicídio e hipocrisia. Com o coração condoído e contrito, o
salmista somente declara: ... eu conheço as minhas transgressões, e o meu
pecado está sempre diante de mim (Sl 51:3). É assim que tem que ser!
2. A extensão da confissão: O que deve ser confessado? Esta é uma
questão com que todo mundo lida, quando o assunto é confissão. A con-
fissão de pecados precisa ser extensa e precisa. A Bíblia ordena que sejam
confessados não somente os pecados cometidos, mas também os deseja-
dos, os indiretos e os encobertos. Deus exige que a pessoa confesse aquilo
em que pecou (Lv 5:5). O nosso pecado cometido deve ser declarado e no-
meado de maneira específica: adultério, lascívia, contenda, soberba, avare-
za, irritação, ingratidão, desamor, mentira, inimizade, impureza, amargura.
Os pecados somente desejados também precisam ser confessados.
É prudente e saudável que lamentemos perante Deus a nossa vonta-
de e o nosso desejo de enganar, de adulterar, de difamar, de aparecer,
de retaliar, de rivalizar. Outros pecados que precisam ser confessados
são os indiretos, aqueles cometidos por cumplicidade. É fácil demais
3. Kelly, J. N. D. I e II Timóteo e Tito – introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova e Mundo
Cristão, (1983:122).
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que falhamos. Somos parecidos com aquele fariseu vaidoso da parábola,
que se achava o máximo em piedade (Lc 18:9-14). Uma vez que Deus
resiste aos soberbos, não alcançamos misericórdia.
Adiamos a confissão por causa da consciência endurecida, que nos
transforma em pecadores debochados, indiferentes e sarcásticos (Jr
16:10). O povo de Israel do tempo do profeta Malaquias é o mais assus-
tador exemplo de consciência endurecida. Ao ser acusado ou censurado
de pecado, questionou, cinicamente: Em que desprezamos o teu nome?
Em quem o enfadamos? Em que havemos de tornar? Em que te roubamos?
Que temos falado contra ti? (Ml 1:6; 2:17, 3:7,8,13).
Adiamos a confissão por causa da falta de noção de pecado. Em nossa
cabeça, possuímos um distorcido e equivocado conceito de pecado. As-
sim, coamos mosquitos e engolimos camelos, ou seja, valorizamos e pro-
movemos as questões menores (muitas prescritas pela tradição humana)
e desvalorizamos e rebaixamos as questões maiores (todas ordenadas
pela palavra divina). Para resolver essa dificuldade, precisamos recorrer à
definição de pecado encontrada na primeira epístola de João, capítulo 3,
versículo 4: ... pecado é a transgressão da lei.
Pois bem, vimos ensino da palavra de Deus a respeito do alicerce, da
extensão, do processo e da demora da confissão de pecados. O que fazer
agora? Precisamos fazer uma honesta e profunda avaliação pessoal: Há
em nossa vida algum pecado que esteja embaraçando ou retardando a
nossa santificação pessoal? Se há, precisamos confessá-lo, urgentemente.
O processo de santificação precisa continuar e progredir! Vejamos, na se-
qüência, aplicações práticas que evidenciam os benefícios da confissão.
4. Stott, John R. W. I, II e III João – introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova e Mundo
Cristão, (1982:67-68).
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de literalmente expulsa a felicidade: ... suporto tristeza por causa do meu pe-
cado (Sl 38:18). A confissão de pecado renova e devolve a felicidade perdida:
... feliz aquele cujas maldades Deus perdoa e cujos pecados ele apaga! (Sl 32:1
– NTLH). Após confessarmos nossos pecados, não esqueçamos de suplicar
a Deus: Dá-me novamente a alegria da tua salvação (Sl 51:12a – NTLH).
TEXTO BÁSICO: Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcan-
çado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás
ficam e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo,
pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. (Fl 3:13-14).
1. Davidson, F. (Editor Geral). O Novo Comentário da Bíblia, São Paulo: Vida Nova, 3 ed,
(1997:1280-1282).
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advertência era contra os perfeccionistas (3:12-16), que declaravam ter
alcançado a perfeição absoluta. A terceira advertência era contra os anti-
nomistas (3:17-21), que rejeitavam qualquer tipo de orientação moral.
Pois bem, o texto-base desta lição está inserido nesse contexto.
Paulo foi alcançado e chamado por Cristo quando estava a caminho da
cidade de Damasco, com o objetivo específico de castigar e capturar os discí-
pulos do Senhor. Aos poucos, ele foi progredindo e crescendo na santificação.
Muitas experiências foram adquiridas e várias convicções foram acumuladas!
Anos depois, escrevendo aos filipenses, o apóstolo confessou que continu-
ava insistindo na santificação pessoal. Quais as atitudes que Paulo adotou
para não desistir da santificação? Ele adotou cinco atitudes: inconformismo,
concentração, desprendimento, determinação e prosseguimento.
1. Atitude de inconformismo: Paulo era um homem espiritualmente in-
conformado. Embora fosse um dos apóstolos mais destacados e mais expe-
rientes, ele, ao contrário de seus oponentes, que declaravam, aos filipenses,
terem alcançado a perfeição absoluta, não se conformava com a maturidade
conseguida. Assim afirma: Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcan-
çado (Fl 3:13a). O verbo “julgar” tem o sentido de reconhecer, considerar. Já
o verbo “alcançar” expressa o sentido de conseguir plenamente.2
Mesmo tendo sido grandemente usado pelo Espírito Santo para re-
alizar várias viagens, implantar várias igrejas e escrever várias cartas,
não se observa nesse apóstolo nenhum indício de auto-apreciação ou
auto-satisfação espiritual. Ele jamais descansou em suas realizações
ministeriais e experiências espirituais. Continuou desenvolvendo, insis-
tentemente, a sua salvação! Pessoas que se consideram espiritualmente
satisfeitas não progridem na santificação.
2. Atitude de concentração: Apenas um único objetivo ocupa conti-
nuamente o pensamento do corredor: ganhar o prêmio.3 Paulo foi assim
também. Ele, definitivamente, não era um homem distraído, disperso,
confuso, dividido em seus objetivos. Ele afirma: ... mas uma coisa faço (Fp
3.13a). Essa resumida expressão comunica uma profunda verdade: sim-
plicidade de propósito.4 Uma coisa apenas! O que Paulo mais desejava e
mais buscava? A salvação completa. Tal concentração é absolutamente
necessária. Na vida diária, as distrações, com freqüência, são desastrosas
e destruidoras. Numa viagem, o motorista se distrai com a exuberante
paisagem. Resultado: um seríssimo acidente. Assim também é na santifi-
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ação continuada: eu estou prosseguindo. A essa altura, Paulo já havia pro-
gredido bastante em sua caminhada de santificação pessoal. Mas ele pre-
cisava prosseguir até o final. A largada havia ocorrido, mas faltava cruzar a
linha de chegada e ganhar o prêmio da vitória. Ele prosseguia continuamen-
te para o alvo. Que alvo é esse? Tecnicamente, a palavra alvo é usada “para
indicar um sinal ou marca onde se devia alvejar o dardo ou flecha, embora
aqui se referia à meta que o corredor procurar atingir”.9 Teologicamente,
trata-se da “plenitude da salvação, a salvação completa, que vai além da
libertação da culpa e do poder do pecado”.10 É a conclusão da salvação, “que
inclui também a libertação da presença do pecado, tanto através da ressur-
reição do corpo como da criação de novos céus e nova terra”.11
Dizem que, nos tempos de Paulo, o atletismo era uma das atividades
esportivas mais apreciadas e praticadas. Os expectadores lotavam as ar-
quibancadas dos estádios para incentivarem seus corredores preferidos,
que se posicionavam não vestidos, mas despidos. Assim que o sinal era
dado, todos partiam em disparada. Naquele momento, os expectadores
entreolhavam-se e perguntavam-se: “Aquele competidor ganhará a cor-
rida?” A resposta mais freqüente era: “Dependerá de sua atitude”.
No mundo esportivo, atitude vale muito mesmo. O atleta pode estar
bem nutrido, bem equipado, bem treinado, bem orientado, mas, se não
houver, de sua parte, uma forte atitude, a situação se complica. Isso se
aplica também à santificação pessoal. Insiste e cresce na santificação
quem cultiva atitude de inconformismo, de concentração, de desprendi-
mento, de determinação e de prosseguimento.
9. Idem, p. 52.
10. Revista Ultimato. Ed. 308, setembro/outubro de 2007.
11. Idem.
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6. A partir da primeira aplicação, responda: Que motivo temos para
insistimos na santificação pessoal e que diferenças há entre a corrida
terrena e a espiritual?
7. Por que o fato de termos diante de nós uma pátria celestial deve nos
encorajar à insistência na santificação pessoal?
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13
A plenitude da
santificação pessoal
28 MAR 2009 Hinos sugeridos: BJ 164 – HC 300 / BJ 276 – CC 509
1. Erickson, Millard J. Introdução à teologia sistemática. São Paulo: Vida Nova, (1997:420).
2. Stott, John. Contracultura Cristã. A mensagem do Sermão do Monte. São Paulo: ABU,
(1981:122).
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dias, também a oração pelo perdão dos pecados deve ser uma prática
diária na vida do cristão.3
O apóstolo João, inspirado pelo Espírito Santo, escreveu: Se disser-
mos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a
verdade não está em nós (I Jo 1:8). Com essas palavras, João, de forma
absoluta, elimina qualquer possibilidade de ficarmos totalmente livres
de pecar em nossa vida. Apesar disso, não podemos usar essa verdade
como desculpa para vivermos acomodados diante do pecado. Uma coisa
é o pecado viver em nós; outra, bem diferente, é vivermos no pecado.
Aliás, a Bíblia é repleta de incentivos a lutarmos contra o pecado e a
crescermos espiritualmente.
Paulo, mesmo que estivesse bem à frente de todos nós, na corrida
pela santidade, não descansou.4 Ele disse: ... não julgo que o haja al-
cançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que
atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para
o alvo (Fp 3:13-14). Não podemos nos acomodar! É preciso avançar na
santificação pessoal! Aquele que começou a boa em nós é fiel e vai
completá-la (Hb 12:2; Fp 1:6). Quando isso ocorrerá? A resposta está
na seqüência deste estudo.
2. A santificação pessoal será plena na volta de Cristo: O cris-
tão, enquanto vive neste mundo, deve desejar um maior e melhor
aperfeiçoamento, através da santificação; contudo, este só atingirá
seu ponto culminante quando Jesus voltar nas nuvens dos céus, com
poder e grande glória. Todos nós aguardamos esse dia! Com certeza,
chegará! Um dia, ouviremos de Jesus: Vinde, benditos de meu Pai,
possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação
do mundo (Mt 25:34).
Afinal, foi o próprio Jesus quem prometeu: Vou preparar-vos lugar.
E seu eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim
mesmo, para que onde eu estou estejais vós também (Jo 14:2-3). Nes-
se dia, todos aqueles que, com insistência, avançam na santificação
pessoal serão recompensados! Paulo nos diz que, quando ele se ma-
nifestar, também nós nos manifestaremos com ele, em glória (Cl 3:4)
Então, acontecerá a plenitude da santificação em nós, porque, como
Cristo é, nós seremos (I Jo 3:2).
A realização desse precioso fim do processo santificador é conheci-
da, teologicamente, como a glorificação,5 e significa que seremos se-
6. Erickson, Millard J. Introdução à teologia sistemática. São Paulo: Vida Nova, (1997:432).
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2. Leia Ec 7:20; Tg 3:2; I Jo 1:8-10; Mt 6:11-12 e comente a afirmação:
“A santificação jamais será plena nesta vida”.
7. Duffield, Guy P. & Cleave, Nathaniel M. Van. Fundamentos da Teologia Pentecostal. 2ª ed.
São Paulo: Quadrangular, (1991:360).
8. Shedd, Russell P. Lei, graça e santificação. 2ª Ed. São Paulo: Vida Nova, (1998:75).
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CONCLUSÃO: Aleluia! Nosso Senhor em breve voltará, e seremos
transformados, livres, para sempre, da presença do pecado em nós, e
nos tornaremos semelhantes ao Filho de Deus. Então, a nossa salvação
estará completa. Mas, enquanto a plenitude não chega, vivamos, no
presente século, sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendi-
ta esperança e a manifestação da glória (Tt 2:12-13). Com convicção,
vigilância e empenho, unamo-nos todos em uma só voz, para dizer:
Amém, vem Senhor Jesus! (Ap 22:20 - NTLH).
ELLISEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. São Paulo: Vida, 2007.
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GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 1999.
_______________. Lei, graça e santificação. 2ª Ed. São Paulo: Vida Nova, 1998.
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