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srr ons es nap ns ee 24, 4, Sto Paulo: Cortez, 2016. | Teoria e Pratica Cientifica Neste capitulo, vamos fazer uma aproximaséo do sigaliado da bnela come construgdo do conhecimento, mostrendo sua for ‘magSo histérca e sus constiulgo terica, Vamos ver que a cin ‘ca surgiu na modemidade, expressando ua ruptura erica com ‘© modo metafisico de penser, tipo de Aniigudede e de Kade (Média, e se caracterizando como uma letra de fenomenslide- 2 do mundo natural. Para tanto, além de ter que se apolar er alguns pressupastos flosétcos, a eitnela precka adotarpréteas netodologicas e procedimentos tenleos,capazes de astgurar 8 ‘aoreensto objtiva dos fenémenos através dos quals a natureza ‘ manifesta. Vamos ver também que esse processo se sustenta _polande-se em fundamentos eplsteologicos, equa se realza pe- 1k aplieagio de ume metodologa sistemdtica @ se operaconaliza mediante procedimentos tgcnicos. No Inco, a clfncla surge com 2 pretensto de ser um saber Onico, a ser construtde sob um Gnieo ‘eradigma e conduzdo por um nico método, Fol o que gerantu a ‘unidade do satema dat Ciencias Naturals. No entanto, quando se aatou a estudar clentficamente o homem, com euss pecllarde- des, através das Ciencias Humanas, rompeurse este monoliismo ‘metodoligico em fungéo da necessdade e da possbldede de refe- ‘éncas a mutiplos paradigmas eplstemaléglcos para se dar conta da ntegraidade de sua condo, " 3.1. © METODO COMO CAMINHO DO. CONHECIMENTO CIENTIFICO ‘Quando cbsrvamas a pric clntiiea conereta, 0 que nos ape rece de forma mals evidente @ a aplcagbo de alkidades de easter ope racional tdenico. Uma infinidade de aparelhoe teenlégicos encher os lobortis, deserwolvem-se vriados procedimentos de obseraci0, de ‘xperimentagao, de coleta de dadlos, de regs de fates, de lvanta- ‘mento, dentiieaéo eeatalogagio cle documentos hisérico, de céleulos exatisics,detabulagSo, de entrevistas, depolmentos, quesionarios ee. Mas todo exe softicado arsenal de ténicas no & sad aleatoia mente. Ao contro, el segue um cuidadeso plano de utilzacto, ou sla, tlecumpre um roto preciso, ee sed em fungSo da um meted, Aap ‘cach do instrumental teenolgico se dé em decorrncia de um processo rmetedlegio, da pritien do mtodo de pesquisa que ext endo uso A cinco se fae quenc a pesqulkccr arta of andrsenotaptcond ‘amos dence sepuncs ummsiocoe opeiondowe om Uncomaniet Splomleges No entanto, ngo basta seguir um método e aplicar tcnicas para se completar © entendimento do procedimento eral da clénci. Esse procedmento precisa ainda referi-se a um fandamento epistemolégico ue sstonta ejustfica a propria metodologia pratcada, Eque a ciéncla sempre o enlace de uma malha tedvia com dados empiicos, @sem- re ums artiulao do loaica com 0 real do te6rico eam o empirico, do ‘eal com o real. Teda modaliade de conhecimento realizado por nés implica uma condigso previa, um pressupostorelaionado a nossa con cepetoda rego syjito/ebjeto. Qual a contribuicho de ead polo desta relago: suo que conhocee objeto eoneclo? So independentes um to outro? Ou um depende do outro? Ou um se impée a0 outro? O res {ado do conhecimento &determinado pelo objeto, exterior ao seta ou, 20 contro, o que conhecemos & mats a expressio da subjethidade do esausador do quo o rego objetivo da realdade? gue Estate age do métode conti. Mas ants de tratarmos dos paradigmas epistemalégicos que fur ‘damestam as pStcas cients, vamos os aproximar wn poco mais ‘da metodologia da investiga cintfica em geral | cnc utlza.se de um metodo que lhe & prépria, © metodo lentico, elemento fundamental do proceseo do canhecimenta realiza so pel clneia para dilerencéla no s6 do senso comurn, mas tabi as dais modaliades de expresso da subjetidade humana, como a fbsofia, a arte, a roligldo. Tratase de um conjunto de procedimentos logioos e de téencas operacionais que permitem 0 acesso as relagdes ‘ousis constants entve 08 fendmenos. O métod clentifica pode ser epresentado pelo quadeo na pgina anterior ‘Ao trabalhar com seu método, 2 primeira aivdade do cents & 1 obsoroagdo de fos. Incialmente, eta observacSo pode ser asta « espontanea, como, por exemple: todos n6s vemos cotdionamente 0s objetos largados a st mesmeseairem no cho, Mas posso comerar a jogtios no chgo de maneirasistemstica,planejada, orgonizada, O «que ineressa 6 que sejam os mesmos fatos,eventunlmente em citcuns ‘ineis varadas ‘Mas 05 fatos no se explicam por ss Por mals que velamos abjetos ceirem, no conseguimos obsen ar porque els caem! Aqui é precio avangar uma consideracto comple alos brutos” ndo existom, propramentefalando; no daem nada: quando ‘cbservams” fats, jd estamos “problemat. dos, sentindoalguma diiculdade ej de posse de algum esquema de perepcio. Estamos querendo exatamente saber por que tis ats eto ‘corendo dessa manera, Por isso, nao basta ver, € necessro olhar,€ ara ant 8 @ preciso estar problomatizado¢ a presenga da problema & de order racional, eae. (© problema se formula entio como a questo pola causa dos fe nbmensobservados, qual a relagSo causal constante entre eles. Avena ‘em ago novamente o poder Iogiea da razio: a azo, com sua rath dod, formula uma hipstese, ou sj, prope uma determinada relag30 ‘aul como expicacso, "Newton, 2p6s observa os corpos cater, Jevantu a hipstese de «que eles clam em decorncia de uma aragio Feiproca,intuindo que ‘dkrla ser uma forga de aracSo proporcionel 8s masins« & dstncas, Formulada 2 hipétese o cents volta a0 campo experimental para vera. £0 momento da verifeagéo experimental, do ested hipdte 4 ola se, em condigbesIoratorais, a5 varducs que Se supem em telagho ¢ chserv-se 0 teu comportamento. Se confemada a hipsiese, temse ent a lel. Tratase de um principio geral que unica ums sie lumina de fatos: ros foe priculares se expicam mediante um tice prinzpla que ds cont assim de ume muliplicdede de ftos lei cielica enunciodo dena eiagd0 cousl conan ane tend Por outro lado, pode ocore ainda que vis les referents a vios stres de fendmanos tim a possibikade de, por sua vez, sr unifieadas ‘urea lel mais abvangente, que @ateori. Explea asim, rum nivel mais ger aia, um conunto maior de fotos aparentemente diferentes ene 1 Fnalmente, rns teoras poder se resumir uma nea Yaoi let ‘que expicasse too funionamento do univers: tl seria sistem, que ‘no folestabelecio ainda, mas que édesojado pelos centisas.

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