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«É sempre uma grande descoberta ver que se pode dar o nome de Jesus abandonado a

qualquer provação na vida.


Tememos? Jesus na cruz, no seu abandono, não pareceu também temer o esquecimento do
Pai?
Deparamo-nos com o desânimo, o abatimento. No seu abandono, Jesus parece Ele também
ser invadido pela sensação de Lhe faltar o conforto do Pai e parece perder a coragem para ir
até ao fim da sua terrível provação.
Mas Ele diz: ‘Pai, em tuas mãos, entrego o meu espírito’ (Lc 23,46).
Os acontecimentos nos desconcertam? Jesus na sua grande dor pareceu não entender o que
Lhe acontecia, pois Ele gritou: ‘Porquê?’ (Mt 27,46; Mc 15,34).
Somos criticados? No seu abandono, o Pai não pareceu aprovar a obra do Filho.
Somos acusados? Jesus na cruz talvez pensou receber uma queixa, uma acusação vinda do
céu.
Ao ver suceder-se algumas provações na vida, não nos acontece dizer: isto é demais, está a
passar do limites? O cálice amargo que Jesus bebeu no seu abandono não estava cheio, mas
transbordava.
A sua provação ultrapassou qualquer medida.
Quando o desespero nos agarra, feridos por um azar imprevisto, uma doença, uma situação
absurda, podemos sempre recordar o sofrimento de Jesus abandonado que personificou
todas as provações.
Ele está presente em todas as dores. Todo o sofrimento tem o seu nome. (…)
Escolhemos amar Jesus abandonado. Para conseguir, habituamos a chamar pelo seu nome
nas provações da vida.
Damos-Lhe assim o nome de Jesus abandonado-solidão, Jesus abandonado-dúvida, Jesus
abandonado-ferido, Jesus abandonado-provação, Jesus abandonado-desamparado, e outros
mais.
Chamando pelo seu nome, descobrimo-l’O atrás de cada dor e Ele nos responderá com um
amor engrandecido; se o abraçamos, Ele será para nós paz, conforto, coragem, equilíbrio,
saúde, vitória.
Ele será a explicação e a solução de tudo.»

Nos passos do Ressuscitado,

Chiara Lubich (1920-14 de Março de 2008),

fundadora do Movimento dos Focolares

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