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Um bom exemplo é o respeito que os japoneses têm para com o mais velhos,
que são vistos como portadores de experiência e sabedoria. Podemos dizer
então que o respeito aos mais velhos é um valor ético do povo japonês,
transmitido de geração em geração. E aquele que não demonstra respeito pelos
mais velhos tende a ser rejeitado nas esferas sociais. Outro exemplo é dado pelo
filósofo americano Sam Harris, que afirma que um indivíduo ateu não conseguiria
se eleger presidente dos EUA, pois o ateísmo é rejeitado pela grande maioria do
povo americano. Pelo menos no que diz respeito ao passado ele está certo.
Quanto ao futuro, os valores éticos tendem a mudar com o tempo, como veremos
logo mais.
A decisão moral
A moral, por sua vez, é um confronto pessoal entre aquilo que somos e a aquilo que
devemos ser. Devemos ser educados; não devemos roubar nem matar; devemos
ajudar o próximo na medida do possível. Esses valores nos são repassados
através de uma ética (o ethos do grupo em que vivemos). Toda ação moral
pressupõe um conjunto de valores éticos que a direcionam. A ética é o conjunto
desses princípios e a moral a prática individual desses princípios. É esta é a diferença
fundamental entre ética e moral. No passado, muitos filósofos não diferenciavam
moral e ética, mas atualmente a filosofia contemporânea faz esta divisão.
O dilema moral surge quando devemos fazer o que é certo, no entanto, não queremos
(ou não podemos) fazer o que é certo. Um exemplo é estar atrasado para uma festa
e, no meio do caminho, encontrar alguém que sofreu um acidente e precisa de
nossa ajuda. Não queremos perder a festa, mas devemos ajudar quem precisa
de nós com urgência. Temos então que decidir o que fazer, e esta é uma decisão
pessoal. A ética, então, tem a função de nos apoiar em nossas escolhas morais.
Claro, a situação e os valores citados acima são apenas exemplos, mas a partir
deles podemos inferir como ocorrem as questões morais.
Na interação entre ética e moral não existe rigidez. Os valores éticos são uma
referência sobre o que devemos fazer, e não uma lei absoluta. Podemos tomar a
mentira como exemplo. Não devemos mentir, mas, e se for para salvar uma
vida? Certamente não iremos pensar: “Não devo mentir, pois é errado. Então
vou deixar essa pessoa morrer”. Por isso o filósofo grego Aristóteles disse que a
ação moral exige a sabedoria de lidar com o imprevisto, para tal ele recomenda a
prudência e a sagacidade. Sócrates também expressou esta questão em um de
seus mais belos pensamentos: “Aquele que contraria a lei por julgá-la injusta,
este é melhor que a lei”.
http://www.netmundi.org/filosofia/2016/conheca-diferenca-entre-etica-e-moral/