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CURSO DE INTERPRETAÇÃO DE
EXAMES DE LIQUIDOS
BIOLOGICOS E LIQUOR
Bibliografia:
Básica:
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SUMARIO
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1. LIQUIDO CEFALO RAQUIDIANO
- LIQUOR –
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direções entre o sangue, o LCR e o SNC. Esta barreira, que é totalmente desenvolvida nos
adultos, impede a penetração de algumas substâncias que podem ser tóxicas para o SNC.
A aparência do liquor é normalmente clara, límpida, em casos patológicos podem se
apresentar turvo, leitoso, xantocrômico de sanguinolento.
A turbidez do LCR e geralmente devido a um aumento do n de células, aumento das proteínas
ou de lipídios (leitoso) e pode indicar processos patológicos (infecção).
A xantocromia e usada para definir um LCR cujo sobrenadante se apresenta rosa, laranja ou
amarelo.
O LCR de cor rosa indica a presença de oxi-hemoglobina, o laranja forte hemólise e o
amarelado sugerem a presença de bilirrubina pela conversão da oxi-hemoglobina.
Existem outras causas que podem ocasionar xantocromia no liquor: presença de caroteno,
aumento das proteínas níveis séricos elevados de bilirrubina. A xantocromia por imaturidade
hepática e comum no RN e prematuros.
O exame do liquor é indicado quando ocorrem processos infecciosos do sistema nervoso,
processos granulomatosos com imagem inespecífica, processos desmielinizantes, leucemias e
linfomas, imunodeficiências, processos infecciosos com foco não identificado e hemorragia
subaracnóidea.
O procedimento de coleta deste exame laboratorial é de extrema importância. É realizada a
punção lombar entre a 3ª e a 4ª ou entre a 4ª e a 5ª vértebra lombar, e são retirados três
frascos estéreis sem anticoagulante.
O material coletado deverá ser enviado para o laboratório de preferência em até 30 minutos
após a coleta, já que mudanças importantes tais como desintegração ou alterações
morfológicas das hemácias, leucócitos e outros tipos celulares, diminuição da glicose, aumento
de bactérias e proteínas pode ocorrer após duas horas da coleta. Caso não seja possível inicia
a análise do LCR no período recomendado a amostra deve ser refrigerada.
Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado
http://www.portaleducacao.com.br/enfermagem/artigos/63326/o-liquido-cefalorraquidiano-e-as-suas-
caracteristicas#ixzz3xE4HhnbM
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Células do LCR
Hemorragias meningeas
Meningites meningocócica
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O meningococo é o agente causal das meningites purulentas tanto na criança como no adulto.
O LCR se apresenta hipertenso, turvo, purulento. A grande pleocitose com um aumento dos
neutrófilos e a causa da turbidez do LCR, bem como o aumento das proteínas. A glicose esta
diminuída e às vezes pode chegar a zero, o pH também está baixo devido a produção
aumentada de ácido láctico.
Neisseria meningitidis
Meningite tuberculosa
O seu quadro clínico é, comumente, silencioso embora alguns casos possam ter um início
abrupto, marcado pelo surgimento de convulsões. Diferentemente das demais meningites, a
Meningite Tuberculosa pode apresentar uma evolução mais lenta, de semanas ou meses,
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tornando difícil o seu diagnóstico. Na maioria dos casos de Meningite Tuberculosa, observam-
se alterações radiológicas pulmonares.
Na criança estar associada a primo infecção e no adulto, coincide com outra localização
tuberculosa evolutiva (pulmonar óssea ou urogenital)
A contaminação do SNC pode se dar por uma disseminação hematogenica do mycobacterium
ou a formação de um granuloma próximo as leptomeninges.
Na citologia do LCR encontramos um predomínio de células linfocitarias e monocitarias e ainda
a presença de células reticulares e plarmocitos .
Nas meningites não bacterianas, os pacientes podem exibir sinais similares àqueles das
meningites bacterianas. Doze por cento dos pacientes com meningite asséptica podem ter
disfunções sérias no sistema nervoso central: coma e transtornos motores e sensoriais.
Pacientes com meningite por fungos e por M. tuberculosis tendem a ter sinais crônicos,
lentamente progressivos. Contudo, rigidez de nuca e outros sinais neurológicos de doença
avançada não são infreqüentes.
Viroses
A meningite viral é causada, na maioria dos casos (cerca de 85% deles), por vírus que infectam
os intestinos das pessoas, daí o nome de “enterovírus” (entero = intestinos). Também outros
tipos de vírus podem causar a meningite, tais como: da caxumba, catapora e o herpes. Em
pacientes que tenham baixa imunidade o citomegalovírus (CMV), podem causar meningite
crônica (com duração de um mês ou mais).
As infecções virais que afetam o SNC tem uma evolução bifásica. Primeiro tem uma fase inicial
de generalização que corresponde a viremia e logo após aparece a infecção localizada das
meninges ou do tecido nervoso.
A maioria dos vírus se dissemina por via hematica, no entanto vírus como o da poliomielite e o
herpes podem ser disseminas pelos nervos periféricos.
Os principais critérios que caracterizam uma encefalite viral são: destruição dos neurônios,
presença de infiltrado mononucleado, necrose inflamatória e eventualmente inclusões
intracelulares.
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Estes requisitos representam um quadro clinico homogêneo cujo denominador comum, e a
ausência do agente causal no LCR é a chamada meningite aguda asséptica, meningite
abacteriana ou meningite viral.
A reação celular varia entre 100-1000 para mm com predomínio de mononucleados.
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patogenicidade do fungo, inibindo a fagocitose e adsorvendo e neutralizando anticorpos. A
reação inflamatória é mínima.
As manifestações clínicas são as de uma meningoencefalite crônica, com cefaléia,
irritabilidade, confusão mental até coma, náuseas, vômitos, paresias de nervos cranianos e
edema de papila. Há também febre e rigidez de nuca.
O diagnóstico baseia-se na pesquisa dos fungos no líquor pela técnica da tinta nanquim. Usa-
se um centrifugado do líquor, adicionado de gotas de tinta e examinado ao microscópico entre
lâmina e lamínula. A tinta preenche os espaços entre os fungos, dando um fundo negro contra
o qual estes se destacam em um aspecto de “céu estrelado”. (6)
O LCR pode ser claro ou turvo, a pleocitose é variável, não passa de 800 elementos/mm a
proteína é alta e a glicose baixa ou nula.
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2. INFILTRAÇÕES LEUCEMICAS
Linfoblasto(foto própria)
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ser causados por aumento na permeabilidade da barreira hematoencefálica, diminuição da
reabsorção pelos vilos aracnoídes, obstrução mecânica do fluxo do LCR, aumento na síntese
de imunoglobulina intratecal.
Valor normal (15-45 mg/dl)
Cloretos: Os níveis variam de 690 a 780 mg/dl ou 120 a 135 mmol/L. As variações da
taxa de cloretos do LCR estão em íntima relação com os distúrbios de osmolaridade
extracelular, que podem ser causados por vômitos, sudorese, e com as perturbações do
equilíbrio hidrogênico-iônico.
- Hiperclororraquia: nas afeções neuroléticas, meningite de qualquer causa, impermeabilidade
renal (glomerulonefrite).
- Hipoclororraquia: meningite tuberculosa.
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LDH (desidrogenase láctica): O principal objetivo da quantificação da enzima LDH é
indicar a existência de uma severidade aguda ou danos teciduais crônicos e ,algumas vezes, a
monitoração de doenças progressivas. A LDH também pode ser usada em diagnósticos
diferenciais para ajudar na detecção de órgãos afetados.
A LDH se apresenta de 5 maneiras, chamadas isoenzimas, que diferem ligeiramente nas suas
estruturas.
O nível total de LDH pode ser pedido quando algum dano tecidual ou celular é suspeitado. Se,
o total de LDH estiver elevado, pede-se a quantificação das isoenzimas ou testes como ALT,
AST ou ALP para ajudar no diagnóstico de qual órgão está sendo afetado.
Valor normal: LDH (total): 115 a 225 UI/L
Níveis normais de LDH no líquor são 10% da LDH no sangue. Níveis elevados são
encontrados no acidente vascular cerebral, tumores do sistema nervoso central e meningites
Aumentada: quando a celularidade estiver elevada.
Lactato: Qualquer condição que cause um dano hipóxico ao tecido do SNC pode elevar o
lactato no líquor. O valor máximo do lactato é atingido em torno de 18 horas após a injúria. O
retorno ao normal é bom sinal, enquanto que a manutenção dos níveis elevados indica um
prognóstico pouco favorável. Os valores do lactato também são utilizados para diferenciar
diagnósticos de meningite bacteriana, tuberculosa ou meningite fúngica (mais comumente tem
níveis de lactato mais elevados) de meningite virótica (geralmente valores mais baixos).
A contagem global das células é realizada na câmara de Fusch-Rosenthal, onde deverão ser
contados os 256 quadrados e o numero obtido dividido por 3 que e a profundidade da câmara.
Quando o LCR for sanguinolento devera ser feita uma diluição e depois da contagem
multiplicas pelo fator de diluição. As células contadas serão as hemácias e as células
nucleadas. O resultado será dado em mm.
Contagem global
- Camara de Fuks-Rosenthal:
• Possibilidades de contagens:
• Quando tenho poucas células dispersas pela Câmara:
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No exemplo temos 13 leucócitos e 4 hemácias
Então contamos a câmara toda e dividimos por 3,2 (ou 3)
Leucócitos/células: 13 / 3 = 4,3/mm³ = 4/mm³
Quando temos um número grande de células, mas ainda possível separar as células
entre si.
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Contar um quadrado pequeno e multiplicar diretamente por 85.
Fazer diluições de 1:5, 1:10, 1:15 ate 1:20 com 100 microlitros do material e usando salina
para a diluição. Após a contagem multiplicar pelo fator de diluição.
Contagem diferencial:
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macrófagos
Células mesoteliaais neutrófilos (foto própria)
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5. Achados Típicos no Líquor em Infecções do SNC:
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- MENINGITE POR FUNGOS. Nesta meningite o agente etiológico específico é detectado
através do exame microscópico, cultura, ou pelo uso de testes com antígenos específicos para
o fungo. Os níveis da glicose geralmente mantêm-se normais ou baixos e as proteínas
elevadas. Geralmente há um aumento na contagem de leucócitos com um predomínio de
linfócitos.
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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
EXERCICIOS:
a) A alteração mais importante da glicose no líquor consiste na redução dos níveis desta.
b) Os exames rápidos de antígenos bacterianos, por meio de aglutinação do látex são
utilizados devido à sua grande sensibilidade e facilidade de execução e interpretação.
c) A prova da tinta da China é a mais rápida para o diagnóstico da meningite por Cryptococcus
neoformans.
d) A concentração aumentada de proteínas no líquor não está relacionada com os casos de
meningite bacteriana aguda.
e) Na meningite viral observamos um predominio de linfocitos
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3. Sobre glicose no LCR, assinale a CORRETA:
a) Meningite viral
b) Meningite bacteriana
c) Meningite fungica
d) Meningite tuberculosa
e) Infiltrado leucêmico
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6. FLUIDOS SEROSOS
1. Introdução
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- Diagnostico diferencial entre Transudato e Exsudato:
TRANSUDATO EXSUDATO
Densidade < 1015 > 1015
Proteínas totais < 3,0 g/dl > 3,0 g/dl
LDH < 200 UI > 200 UI
Contagem de células < 1000 /mm3 > 1000 /mm3
- Macrófagos (histiócitos): células de médio e/ou grande porte com núcleo excêntrico,
citoplasma intensamente vacuolado.
- Células mesoteliais: redondas ou ovais, e núcleo localizado paracentralmente, citoplasma
cianofilico.
- Células sanguineas: neutrofilos, linfócitos, monócitos e plasmocitos. O predomínio de um tipo
celular sobre o outro depende do processo instalado.
O termo ascite foi usado pela 1ª vez em 1398 e deriva da palavra grega askite que significa
bexiga ou bolsa. Pode ser definido como sendo o acumulo de fluido na cavidade peritoneal.
A ascite pode ser transudativa (cirrose e insuficiência cardiacacongertiva) ou exsudativa
(carcinoma peritoneal e tuberculose peritoneal). Devemos ressaltar que o estudo da aparência
macroscópica do liquido ascético pode muitas vezes dar uma pista ao clinico da hipótese
diagnostica.
Assim, um líquido que na hepatopatia crônica é amarelo-citrino quando aumenta a celularidade
ele pode se tornar turvo, amarelo claro ou ambas.
O liquido ascítico torna-se hemorrágico quando apresenta no mínimo 10.000 h/mm, e quando
adquire este aspecto caracteriza-se por não coagular.
Podemos ainda observar ascetice quilosa, que se caracteriza pelo acúmulo de líquido ascítico
rico em quilomicrons, de aparência leitosa, com conteúdo de triglicerídeos (TG) maior que 1000
mg/dl ou 2 a 8 vezes acima do nível plasmático. (3) Pode estar presente em diversas situações
clínicas, como cirrose hepática, traumas abdominais, fibrose pulmonar idiopática e
anormalidades congênitas do sistema linfático. (7,8)
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A maior parte dos casos, porém, está associada a malignidades, principalmente linfomas e
carcinomas do trato digestivo. Quando a ascite quilosa associa-se às neoplasias malignas
intra-abdominais, o tumor primário habitualmente é extenso, metastático e o prognóstico
bastante reservado, com taxas de mortalidade superiores a 80% em um ano. (7,8)
Células mesoteliais
Patogênese da ascite
Quatro condições podem ser responsáveis pelo acumulo de liquido na cavidade abdominal:
- Aumento da pressão hidrostática (Hipertensão Portal): drogas, infecções, toxina hepatite
virais, hepatite alcoólica e cirrose
- Diminuição da pressão osmótica coloidal: sindrome nefrotica, enteropatias: perda ou
incapacidade de absorção de proteínas a partir do TGI
- Saída de fluidos para a cavidade peritoneal: ascite quilosa, pancreatica e biliar
- Aumento da permeabilidade dos capilares peritoneais:
Infecções:
- peritonite bacteriana espontânea (PBE)
- peritonite tuberculosa
Neoplasias do peritoneo
- carcinomatose peritoneal
- mesotelioma primário
A contagem normal de leucócitos fica abaixo de 300 cels/mm e este número aumenta nas
peritonites bacterianas e na cirrose. O liquido ascético não infectado apresenta uma
celularidade < 300/mm dos quais 25% são polimorfonucleares.
A peritonite bacteriana expontanea (PBE) é uma infecção do fluido da ascite sem haver um
foco intra-abdominal como aparente causa da infecção a bacterioscopia é positiva e o numero
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de PMN é > 250/mm. É dita espontânea porque é determinada pela ausência de qualquer
foco conhecido a nível abdominal. Surge uma infecção sem que haja um foco abdominal para
isso; não há apendicite, colecistite ou um abcesso.
A bactéria pode colonizar o líquido ascítico por:
Translocação bacteriana através da parede do intestino. Isso é suspeitado porque a maioria
das bactérias do líquido ascítico são gram negativas intestinais.
Via hematogênica
Nas mulheres, há a possibilidade de a bactéria ir pela trompa uterina.
O diagnóstico de PBE é feito pelo estudo do líquido ascítico, onde os PMN (neutrófilos) estão
acima de 250. Se a cultura positivar, confirma o diagnóstico. Existem duas variantes da PBE:
cultura negativa
cultura positiva
Todas devem ser tratadas como PBE. A PBE é uma manifestação de gravidade da doença,
pois 80% dos pacientes que apresentam o primeiro episódio de PBE estão mortos em 2 anos.
A PBE poderá ser ocasionada pela incapacidade do fígado em remover bactérias da corrente
sanguinea, pois as anastomoses porto-sistemicas tanto intra como extrahepatica, permitem
que as bactérias realizem um curto circuito fugindo a captação do sistema reticulo-endotelial, o
qual é o maior sitio de remoção das bactérias.
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habitualmente é extenso, metastático e o prognóstico bastante reservado, com taxas de
mortalidade superiores a 80% em um ano.
Três mecanismos fisiopatológicos têm sido propostos para explicar a origem da ascite quilosa:
1) perda direta de líquido quiloso através de fístula linfático-peritonial ,ocasionada, por
exemplo, por má-formação congênita de vasos linfáticos;
2) exsudação retroperitoneal, como nos casos associados a linfomas, e
3) perda pós-ruptura de linfáticos da parede gastrointestinal e mesentério, que ocorre
principalmente em carcinomas do tubo digestivo
- Ascite neoplasica: O envolvimento neoplásico das superfícies peritoneais pode ocorrer por
contigüidade, ao longo das reflexões do mesentério, através do líquido ascítico, que transporta
à distância as células malignas do seu local de origem e/ou por embolização tumoral nos vasos
sangüíneos e linfáticos.
Os tumores primarios mais comuns que originam implantes peritoneais são: ovário, cólon,
estômago, pâncreas, útero e bexiga.
O exame bioquímico do fluido ascitico consiste basicamente na dosagem de glicose, proteínas
totais e frações, LDR e eventualmente amilase, colesterol, trigliceridios.
Os níveis de glicose encontram-se abaixo dos sericos nas peritonites e nas neoplasias.
Os níveis de proteínas totais abaixo de 1g/l favorecem o aparecimento de PBE, devido à
diminuição das opsoninas no liquido ascitico. Proteínas totais se elevam no caso de pacientes
com ascite inflamatórias ou neoplásicas.
Uma LDH aumentada reflete uma maior velocidade metabólica e desintegração dos neutrófilos
sendo um marcador inflamatório.
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OBS: 1) Desidrogenase lática >225mU/L, glicose <50mg/dL, proteína total >1g/dL e múltiplos
organismos na coloração de gram sugerem peritonite bacteriana secundária (ruptura de
vísceras ou abscesso licalizado).
Quanto ao pH podemos dizer que um pH abaixo sem acidose metabólica alerta para a
presença de uma infecção ou infiltração peritoneal. O pH não se altera enquanto não houver
um numero de PMN > 250mm
Na PBE o pH é 7.32. O pH não diminui na bacterioascitice, pois os PMN são < 250mm e ele
não reflete a presença de bactérias.
Nos pacientes portadores de PBE o gradiente de Albumina é <1, 1, se este gradiente aumentar
traduz hipertensão porta.
O gradiente de albumina é traduzido como a diferença entre a Ab no soro e a Ab no liquido em
amostras colhidas simultaneamente.
• Gradiente de albumina sérica-ascítica = albumina sérica - albumina no líquido ascítico
Gradiente de albumina > 1.1 g/d, há hipertensão portal;
Gradiente de albumina < 1.1 g/dL, não há hipertensão portal (precisão de cerca de 97%).
O gradiente de albumina só reflete a P.O. se o nível serico de globulinas for em torno de 3,2 –
4,5 g/dl, diminuindo quando está aumentado este número.
Uma amilase aumentada indica ascite pancreática ou perfuração de víscera oca.
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Em resumo, podemos classificar as ascites da seguinte maneira:
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6.2 LIQUIDO PLEURAL
O acumulo anormal de fluido pleural ou de qualquer fluido seroso, ocorre quando estão
presentes condições que afetam a pressão hidrostática capilar, pressão coloidal, a
permeabilidade ou a drenagem linfática.
A cavidade pleural é revestida pelos mesotélios das pleuras visceral e parietal.
Normalmente, contém uma pequena quantidade de líquido, dito pleural, o que permite o
movimento de uma membrana contra a outra. O líquido pleural é um filtrado plasmático
produzido continuamente pela pleura parietal. Quando ocorre acúmulo de líquido, é
denominado derrame pleural, que é o resultado do desequilíbrio entre a produção e a
reabsorção do líquido. É importante lembrar que derrame pleural é uma síndrome, não é um
diagnostico etiológico, e como toda síndrome pode ter diversos diagnósticos e inúmeras
causas
Normalmente, só uma camada fina de líquido separa as duas membranas da pleura. Uma
quantidade excessiva de líquido pode acumular-se por vários motivos, como a insuficiência
cardíaca, a cirrose hepática e a pneumonia.
Derrame pleural:
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Derrame pleural é um acúmulo anormal de líquido entre as duas pleuras, a pleura parietal e a
pleura visceral. Normalmente a quantidade de liquido interpleural varia de 20 a 50 ml. Esse é o
valor normal que fica durante 24h circulando entre as pleuras para, que estas nunca se
colabem. É a quantidade ideal de liquido para que forme um espaço que mantenha as pleuras
afastadas uma da outra. Esse espaço é regido pela quantidade de liquido entre as pleuras e
pela pressão negativa ali dentro. Quando falamos em espaço, dá a impressão que é grande,
mas na verdade ele tem aproximadamente 0,5 nanômetros, é realmente imperceptível. Na
broncoscopia, na TC, ou RM temos a impressão de que nem há separação entre as pleuras, de
tão próximo que é.
Os outros tipos de líquido que se podem acumular na cavidade pleural podem ser sangue, pus
líquido leitoso e um líquido com alto valor de colesterol.
O líquido leitoso na cavidade pleural (quilotórax) é causado por uma lesão dos
principais canais linfáticos do tórax (canal torácico) ou pela obstrução do canal causada por um
tumor.
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especialmente em pacientes em jejum ou em dieta pobre em gorduras. Nestes casos, o
aspecto turvo mantém-se mesmo após a centrifugação do líquido pleural.
O quilotórax é um exsudato, com níveis de proteínas acima de 3 g/dl, pH elevado (entre 7,40 e
7,80) e com altos níveis de triglicérides (níveis abaixo de 50 mg/dl afastam o diagnóstico, acima
de 110 mg/dl praticamente fecham o diagnóstico). Quando os níveis de triglicérides estão entre
50 e 110 mg/dl, a pesquisa de quilomícrons deve ser feita e sua presença confirma o
diagnóstico.
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FISIOPATOLOGIA:
Antigamente existia uma versão para a fisiopatologia do derrame pleural que se baseava nas
diferenças de pressões, mas hoje, o acumulo de liquido é explicado de outra forma, até mais
fácil de entender. Digamos que externamente à pleura parietal encontramos vasos capilares
venosos, que são regidos pela pressão venosa capilar ou pressão hidrostática. Esses sempre
“mandam circulação” para a pleura parietal pela diferença de pressão. Como esta é rica em
linfáticos, os mesmos vão absorver esse liquido e jogá-lo novamente para a circulação no
mediastino. Mas sempre tem um resquício que acaba caindo dentro da cavidade pleural – a
absorção linfática não é 100% segura. Para que esse líquido não fique acumulado dentro da
cavidade pleural, e seja considerado um derrame, a pleura visceral absorve esse líquido
através de seus vasos linfáticos, que jogam para os capilares pulmonares, para fazer a nutrição
do pulmão, de onde são drenados pelos ductos linfáticos e são jogados novamente para a
circulação.
A pleura visceral drena o que é excedente vindo dos capilares, além do próprio liquido que é
produzido pelas células mesoteliais. Passam em 24h pela cavidade pleural 700 ml de liquido e
só pode ficar de 20 a 50 ml, e por isso a importância dos linfáticos da visceral, porque se não,
acumularia liquido na cavidade.
É importante então ressaltar que as duas pleuras reabsorvem liquido, só que uma manda direto
para a circulação sistêmica e a outra para o pulmão, para fazer a nutrição dos capilares
pulmonares. As células mesoteliais fazem parte da histologia de ambas às pleuras.
Como a produção de liquido é intensa e continua durante o dia, se a pleura visceral não tiver
linfáticos suficientes e a pressão oncótica, que ajuda a reabsorver o líquido dentro da cavidade,
não estiver em condições normais, os 700 ml que passam ali vão ficar retidos.
3. Numa condição que haja perda de proteína, que, altere a pressão oncótica, como
desnutrição (maior causa de hipoproteinemia no país), síndrome nefrótica, Insuficiência Renal,
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Insuficiência Hepática, e outras, vão alterar o processo de reabsorção da pleura visceral. O que
acontece é que a pressão oncótica dentro dos linfáticos vai cair, o que não vai ajudar a pleura
visceral a drenar a quantidade de líquido dentro da cavidade.
4. Traumas de parede torácica geram edema e acumulam uma enorme quantidade de liquido
na cavidade.
6. Nas grandes atelectasias, no local onde o brônquio está obstruído, há aumento de pressão
naquela área, porque o ar tenta passar, mas não consegue discoordenando a pressão
indiretamente.
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Com base nestas constatações, recomenda-se a pesquisa rotineira da ADA para o diagnóstico
da tuberculose pleural.
Nas infecções bacterianas a contagem celular é alta com um predomínio de neutrófilos. Além
das células sanguíneas o líquido pleural também pode conter macrófagos, células mesoteliais
ou neoplásicas.
O derrame por ICC é um transudato com pequeno volume e bilateral, se unilateral mais comum
à direita. Nos derrames associados à cirrose 6% dos pacientes com cirrose e ascite, vão em
algum momente desenvolver um derrame pleural do tipo transudato, mais à direita, grande
volume e às vezes hemorrágico que recidiva com facilidade.
O derrame pleural no LES acomete 50% dos pacientes é a colagenosa que mais acomete a
pleura é pequeno e bilateral, e exsudato. Pode ser tambem unilateral.
Freqüentemente é acompanhado de derrame pericárdico.
Em poucos casos pode ser a primeira manifestação de LES.
Célula LE positiva no líquido, baixos níveis de complemento e FAN positivo em altos títulos.
Paciente é mulher e em qualquer idade.
As neoplasias representam cerca de 45% dos derrames pleurais. A citologia tem positividade
em 42 a 96% dependendo fundamentalmente do tipo histológico, estadiamento e sítio primário,
assim como da experiência do observador. Durante a análise citológica ainda podem ser
encontradas células típicas das doenças de base, como por exemplo, a presença de células LE
em casos de pleurite lúpica.O estudo imunocitoquímico também pode ser realizado,
apresentando, porém, limitações técnicas. Pode ser útil na diferenciação entre
adenocarcinoma, mesotelioma e mesotélio reativo benigno.
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Para a citologia oncótica diferencial, recomenda-se um volume maior, de aproximadamente 25
ml, pois a acurácia diagnóstica da citologia oncótica é absolutamente dependente das técnicas
de concentração utilizadas na preparação das lâminas e do número de lâminas examinadas
em cada caso. (6-7) Como a amostra também deve ser colhida em tubo com anticoagulante,
sugere-se o envio de quatro a cinco tubos de líquido pleural. Se o exame citológico não puder
ser realizado logo após a coleta, a amostra deve ser mantida em refrigerador, sendo viável
para análise por um período aproximado de 48 horas. Salientamos que este encaminhamento
pressupõe que o exame citológico quantitativo e a citologia oncótica sejam realizados por
laboratórios de Patologia Clínica. Nos casos em que a citologia oncótica for realizada por
laboratório de Anatomia Patológica, o procedimento é diverso, devendo a amostra de líquido
pleural obtida ser transferida para tubo de ensaio com igual quantidade de álcool a 90%.
o líquido contém alguma secreção purulenta; no trauma é sangue vivo; em causas sistêmicas,
o líquido é normal; em neoplasias é sangue vivo. Normalmente o líquido é transparente
OBS: Quando a causa é uma neoplasia ou um trauma, as hemáceas estão acima de 100.000.
Na pneumonia e na tuberculose, os valores estão normais
Leucócitos: É o maior dado para diagnóstico de DP causado por pneumonia. Neste caso,
esse valor está acima de 10.000.
- exsudato > 1000
- transudato < 1000
Células em torno de 50.000 indicam pneumonia complicada (um empyema)
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Células abaixo de 5.000
- exsudato crônico
- tuberculose
- malignidade
Eosinofilos:
- < 10% sugere benignidade comumente associada a ar ou sangue no espaço pleural.
- Neoplasia ausência de eosinófilo
- Eosinófilo pneumotórax
- Hemotórax
- Infarto pulmonar
- Abscessos, parasitas, fungos
Celulas mesoteliais
- Pequeno número no líquido normal
- Seu número aumenta nas inflamações não sépticas
- Tuberculose < 3%
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BIOQUIMICA DO LIQUIDO PLEURAL
Proteínas Totais:
A determinação dos níveis de proteínas no líquido pleural só tem significado clínico como um
dos dados utilizados para diferenciar os exsudatos dos transudatos.
Na análise do líquido pleural, dividimos este em dois tipos:
- exsudato: presente quando há lesão pleural – ptn > 3,0 (aumentadas)
- transudato: presente quando a causa é sistêmica, sem lesão pleural – ptn < 3,0 (diminuídas)
-
OBS: o valor normal das proteínas no líquido pleural é de 3,0g
- Tuberculose em torno de 4,0 g%
- Mieloma múltiplo: 7,0 – 8,0 g%
LDH:
Desidrogenase láctica: é uma enzima circulante no líquido pleural É um dos parâmetros para
diagnóstico diferencial entre exsudatos e transudatos. Os níveis de LDH são sempre
analisados em relação aos valores séricos (líquido pleural/soro), obtendo-se um índice que é
maior do que 0,6 nos exsudatos e menor do que 0,6 nos transudatos. A presença de níveis
diminuídos de LDH durante a evolução dos processos inflamatórios indica uma boa evolução
e um bom prognóstico. Em contrapartida, níveis aumentados indicam uma evolução
inadequada e sugerem que se mude para uma conduta terapêutica mais agressiva.
Em torno de 1.000 UI com um valor normal no sangue de 200 UI indica:
- empyema
- pleurisia reumatoide
- neoplasia
Glicose:
A glicose pleural tem relação direta com a glicemia, e suas alterações podem ser por aumento
no consumo ou diminuição do transporte para o líquido pleural. Dentre as doenças que
consomem mais glicose as infecciosas (tuberculose, derrame parapneumônico,
paragonimíase) e as neoplásicas têm destaque embora as colagenoses e o hemotórax também
apresentem importante redução por disfunção no seu transporte.
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- empyema
- neoplasia
- tuberculose > 30-50 mg/dl
- lupus > 30-50 mg/dl
- Ruptura de esôfago
pH:
O valor normal do pH no líquido pleural acompanha os valores séricos. O pH é importante na
diferenciação dos derrames parapneumônicos, em que valores inferiores a 7,2 indicam maior
gravidade. Doenças como colagenoses, pleurite tuberculosa, neoplasias malignas e hemotórax
costumam se apresentar com valores de pH inferiores a 7,2. Entretanto, este exame é limitado
pela forma de coleta e pela metodologia da leitura. Aconselha-se que a coleta seja realizada
em condições anaeróbicas, com seringas heparinizadas e transportadas com gelo
imediatamente após o procedimento. Sua leitura deve ser preferencialmente realizada em
aparelhos de gasometria, uma vez que outros métodos fornecem valores mais elevados,
sendo, portanto, menos fidedignos.
- pH < 7,30 com pH sanguíneo normal esta associado a glicose baixa no liquido
- pH normal ± 7,60
- pH < 7,30 representa um aumento dos íons de H+ (acidose do liquido)
- pH 6,0 indica ruptura de esôfago
Amilase:
A amilase aumentada no sangue pode ser causa de pancreatite aguda, que vai lesar o
diafragma e a pleura. Nestes casos não é difícil diagnosticar, e na suspeita, pedimos a
dosagem no líquido pleural. Valores acima de 160 falam a favor de pancreatite. Mas os sinais e
sintomas são clássicos, como dor em barra, náuseas e vômitos.
Amilase no liquido pleural quando a relação liquido/soro for > 1,0 e pode ser:
- ascite pancreática
- pancreatite crônica
- Ruptura de esôfago
- Neoplasia
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ADA:
Adenosina desaminase (ADA), uma enzima proveniente do catabolismo das purinas que
cataliza a conversão da adenosina em inosina e da desoxiadenosina em desoxiinosina, é uma
enzima essencial para a diferenciação de linfócitos, principalmente da população T, tendo uma
importante função na maturação de monócitos e macrófagos. Útil no diagnóstico da pleurite
tuberculosa, onde valores superiores a 40 UI/L são altamente sugestivos de tuberculose
pleural.
Um estudo recente revelou uma correlação entre a atividade da ADA e o alto número de
células CD4 no líquido pleural de pacientes com TB, comparados a pacientes com câncer. Em
diferentes estudos de diagnóstico de derrame pleural, a ADA demonstrou sensibilidade de 90%
a 100% e especificidade de 89% a 100%, quando se utilizou valor de corte maior que 40 U/l.(9,
10)
Pode ser colhida em qualquer fluido, no sangue, no EAS, em punção lombar, no entanto vale
ressaltar que a artrite reumatóide, o empiema e as doenças linfoproliferativas podem
apresentar elevados níveis de ADA.
Lipídeos:
Os lipídios pleurais geralmente estão alterados nas doenças que comprometem o ducto
torácico, como o extravasamento de quilo para o espaço pleural (quilotórax). No quilotórax o
líquido tem nível de triglicérides acima de 110 mg/dl, estando a relação entre o colesterol do
líquido e do soro abaixo de 1,0. No pseudoquilotórax o líquido pleural tem cristais de colesterol
e/ou colesterol acima de 200 mg/dl, em geral em valores mais elevados do que os observados
no soro
Macrofagos
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Células mesoteliais Células LE
Células LE
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6.3 LIQUIDO PERICARDICO
Função do pericárdio:
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coagula, enquanto o do acidente de punção sim. Já as efusões por processos metabólicos são
claras e com uma cor amarelo-pálida.
Grandes volumes (acima de 350 ml) sugerem processos malignos, uremia e processos
inflamatórios ligados à AIDS.
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evoluindo para a resolução ou a organização, com ou sem calcificação. A caseação dentro do
saco pericárdico é, até prova em contrário, de origem tuberculosa.
A pericardite caseosa é o antecedente mais freqüente de pericardite constritiva crônica.
EXAME MICROSCOPICO:
O diagnóstico diferencial será realizado pelo hematócrito, que nos acidentes será similar ao do
sangue periférico, ao contrário do encontrado nas efusões hemorrágicas verdadeiras. Além
disso, o sangue da efusão não coagula enquanto o do acidente de punção sim. Já as efusões
por processos metabólicos é clara e com uma cor amarelo-pálida.Grandes volumes (acima de
350 mL) sugerem processos malignos, uremia e processos inflamatórios ligados a AIDS.
EXAME BIOQUIMICO:
Proteínas
A determinação de proteínas possui pequeno valor para o diagnóstico diferencial das efusões
pericárdicas.
Glicose
Podem ser encontrados níveis de glicose menores que 40 mg/dL nos derrames bacterianos, na
tuberculose, na artrite reumática e nos processos malignos metastáticos. Sua avaliação tem
pouco valor para o diagnóstico diferencial.
EXAME CITOLOGICO
A análise citológica é composta de duas etapas distintas: a citometria, em que é feita a análise
quantitativa das células, e a citologia, em que é feita a contagem diferencial em lâmina corada.
A presença de células de aspecto morfológico suspeito determina a indicação de citopatologia
para células neoplásicas. As metástases dos carcinomas de pulmão e de mama são os mais
frequentemente observados. A contagem células >1000/mm³ indica infecção glicose baixa é
observada nas neoplasias e infecções.
46
6.4 LIQUIDO SINOVIAL
Líquido sinovial (ou sinóvia) é um líquido transparente e viscoso das cavidades articulares e
bainhas dos tendões. São segregados pelas membranas sinoviais e é um dos elementos que
formam o Sistema locomotor, junto com ossos, músculos, Ligamentos e Articulação. Tem a
função de lubrificar as articulações
É formado por um ultrafiltrado do plasma através da membrana sinovial, cujas células secretam
um mucopolissacarídeo contendo ácido hialurônico e pequena quantidade de proteínas de alto
Peso Molecular (tais como fibrinogênio e globulinas), a qual se soma a esse ultrafiltrado. Como
essa filtração plasmática não é seletiva --- exceto no que diz respeito a essas proteínas de alto
Peso Molecular --- o líquido sinovial normal tem, essencialmente, a mesma composição
bioquímica do plasma. Fornece nutrientes para as cartilagens e atua como lubrificante das
faces articulares móveis. Uma das funções do liquido sinovial é auxiliar na lubrificação das
articulações e prover a nutrição de aproximadamente dois terços da cartilagem articular
avascular .
O liquido sinovial normal é claro e de cor amarelo pálida. Ele não se coagula, visto a ausência
de fíbrinogênio, bem como protombina. O liquido sinovial e bem esparso nas articulações
normais, aproximadamente 5,0 a 4ml podem ser aspiradas de grandes articulações, como o
joelho. E uma substância viscosa é normalmente o liquido sinovial contêm somente poucas
células brancas, totalizando menos de 200ml. Esses contêm principalmente células
mononucleares que se acredita serem derivadas do tecido de revestimento, portanto
inflamação, trauma e outros processos patológicos que afetam o sistema podem alterar a
composição, o conteúdo celular e as características físicas do liquido sinovial. A viscosidade
deste fluido prove da polimerização do acido hialurônico e é essencial para a lubrificação das
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articulações. A artrite afeta a produção de hialuronato e sua capacidade de polimerização
diminuindo assim a viscosidade do fluido.
Na sinovite existe um aumento na contagem de glóbulos brancos de 600 a 2000 mm3 e dura
por muito tempo, mais e mais neutrófilos são visto no exsudato, podendo alcançar 20% de total
de células e os glóbulos brancos, na maioria macrófagos mononucleados, somam 80% a 90%
do total de células, portanto, o liquido sinovial reflete a reação inflamatória que ocorre na
membrana sinovial, desse modo, o aumento de proteína é provavelmente derivado das células
do revestimento sinovial ao trauma é um aumento em células do tipo B, que sintetizam proteína
e também a entrada de pequenas moléculas para dentro do liquido sinovial pode ser explicada
pela difusão entre as células de revestimento sinovial, ao passo que o fator limitante da entrada
de proteínas é provavelmente causado pelo tamanho de fenestrações nos capilares -
subsinoviais.
Com a inflamação e o aumento na circulação de sangue sinovial, a entrada de proteína pode
com freqüência aumentar fora da proporção de entrada de moléculas pequenas. Portanto,
todas as moléculas protéicas encontradas no plasma entram na articulação com o aumento da
inflamação sua concentração no liquido sinovial se aproxima da concentração do plasma.
Existe um aumento no volume do liquido sinovial (freqüentemente de 10 a 20 vezes do normal),
resultante do acréscimo de glóbulos brancos em resultado dos processos inflamatórios e o
aumento da contagem total das células.
A análise do líquido sinovial começa pela determinação do volume total colhido. A aparência e
coloração são observados em um tubo transparente, contra um fundo branco. É recomendado
um jejum de pelo menos 6 horas, o que permite um equilíbrio com a glicose sanguínea
(glicemia) --- idealmente, deve ser colhida concomitantemente uma amostra de sangue para
determinação comparativa. Geralmente é colhido da articulação do joelho, onde seu volume
total normal não ultrapassa os 3,5 mL. Tem a coloração amarela pálida, é límpido, não
apresenta cristais e não coagula espontaneamente. Em amostras patológicas pode haver
fibrinogênio em quantidade aumentada, pelo que é recomendável que se colham amostras com
anticoagulante - respectivamente EDTA e/ou Heparina, para as análises citológica e bioquímica
- e sem anticoagulante, para a análise microbiológica. A leucocitose e a presença de cristais e
gotas de gordura, ou outras células degeneradas, podem produzir um aspecto turvo. A
coloração avermelhada produzida pela presença de sangue deve ser diferenciada entre coleta
traumática (denotada pela concentração decrescente de sangue à medida que a coleta
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progride, e pela presença de rajas de sangue vivo) e condições patológicas como fratura
atingindo a superfície articular, tumor, artrite traumática, artropatia neurogênica, artrite
hemofílica, entre outras. A viscosidade é avaliada grosseiramente deixando-se o fluido correr a
partir da ponta de uma seringa, sendo um fio ininterrupto de 4 a 6 cm considerado normal; está
diminuída em condições inflamatórias e nas efusões traumáticas rápidas. Pelo Método de
Ropes, a adição de ácido acético causa a formação de um coágulo que pode ser avaliado
como bom (coágulo sólido), regular (coágulo mole), pobre (coágulo friável), e ruim (coágulo
ausente).
- Macrófagos: normal
Infecção viral
- Células do LE: neutrófilos que contem corpos redondos ingeridos observados no lupus.
Valores de referencia:
- Células < 200 p/mm
- Neutrófilos < 25%
- Hemácias <200 p/mm
- Cristais: ausente
Glicose:
No líquido sinovial é inferior em cerda de 0 a 10 mg/dL à do sangue; está diminuída nas
artrites bacterianas (incluindo a tuberculosa). A determinação de outros componentes
bioquímicos usualmente carece de significação clínica..
A dosagem de glicose é a mais freqüente e os seus níveis baixos indica distúrbios inflamatórios
ou sépticos
Lactato
Permite à diferença entre artrite inflamatória e séptica
Lactato < 7,5mg/dl: 98% de exclusão de artrite séptica
Proteínas:
A concentração normal de proteínas varia de 1,2 a 2,5 g/dL. Valores aumentados são
encontrados em processos inflamatórios e sépticos. Durante a fase inflamatória, proteínas
maiores, como o fibrinogênio, entram no líquido sinovial. O aumento da concentração de
proteínas pode ocorrer em casos de gota, artrite reumatóide, e artrite séptica, refletindo tanto
o aumento da permeabilidade vascular como a síntese de imunoglobulinas (anticorpos).
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Valores normais: < 3 g/dl
↑Proteínas: processos inflamatórios e hemorrágicos
Acido úrico: Seus valores são idênticos aos séricos e estando aumentado indica gota.
.
BIBLIOGRAFIA:
1. Ascite – Mattos Ângelo Alves – Fundo Editorial BYK – São Paulo – 1994
2. Uroanalise e Fluidos Biológicos – Strasinger Susam Kin – Ed. Médica Panamericana 2ª ed.
4. Conde MB, Loivos AC, Rezende VM, Soares SL, Mello FC, Reingold AL, et al. Yield of
sputum induction in the diagnosis of pleural tuberculosis. Am J Respir Crit Care Med.
2003;167(5):723-5. Comment in: Am J Respir Crit Care Med. 2003;167(5):676-
5 .Fauci AS – CD4 T-lynphocytopenia withou HIV infection – no lights, no camera, just action.
N Engl J Med. 1993;328:429-431.
6. Browse NL, Wilson NM, Russo F, Al-Hassan H, Allen DR. Aetiology and treatment of chylous
ascites. Br J Surg 1992;79:1145-50.
7. Vasko JS, Tapper RI. The surgical significance of chylous ascites. Arch Surg
1967;95:355-68.
51
EXERCICIOS:
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5. Paciente do sexo masculino, 32 anos, com três episódios de artrite no joelho esquerdo nos
últimos 12 meses, cada qual com duração média de uma semana, e regressão do quadro com
o uso de antiinflamatório não-hormonal. Feita a artrocentese, a análise do líquido sinovial
apontou presença de 135.000 leucócitos/mm³ (85% de polimorfonucleares e 15% de
linfomononucleares) e 1.750 eritrócitos/mm³. O lactato também foi dosado e o resultado
reportado foi de 97 mg/dl.. Qual o provável diagnostico deste paciente?
a) Artrite inflamatória
b) Artrite séptica
c) Artrite induzida por cristais
d) Artrite hemorrágica
e) Artrite de origem imunológica
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7. ATLAS – CITOLOGIA LIQUIDOS
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LIQUIDO CEFALO-RAQUIDIANO – CRIPTOCOCCUS E MACROFAGOS
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LIQUIDO PLEURAL – CELULA MESOTELIAL REATIVA
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LIQUIDO ASCITICO – CELULA MALIGNA (CANIBALISMO)
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LIQUIDO ASCITICO – LEVEDURA DENTRO DE MACROFAGOS
58
LIQUIDO ASCITICO – CELULAS MESOTELIAIS METAPLASICAS
MACROFAGOS, NEUTROFILOS,
LINFOCITOS - FOTO PROPRIA
59
MACROFAGOS, NEUTROFILOS,
60
CELULAS NEOPLASICAS, MITOSE ATIPICA – FOTO PROPRIA
CELULAS NEOPLASICAS
MULTINUCLEADA
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LIQUIDO SINOVIAL, NEUTROFILOS, MUCO E DIPLOCOCOS (ARTRITE GONOCOCICA)
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