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de lingurgem. A emancipagao da gramstics vortesponcle, segunilv Desbordes, 4 uma neve relagio conto texto: decilram-se texius deseonhetidas a ins de se wor texto que jd sabimus de cor Distocia-se 0 Texto de sa levar por sew ritmo, mas para cembecer seus sentides, sas consideragges de uma histria mais Permnitern refleti sobre 9 Yogao de texto em uma perspectiva em que 4 rclagio entie ciéncia e saber pradiaz uma clivag ue 9 testo aparece como a cerne de uma separagi Hingual dliscurso, ciéneia da linguagemnisiber linghistico, em ama histdris onde “loge” ¢ indiferenternente pritica ¢ objeto de conhecimento nas aventuras da relagSo cutee Tetiricatialetica e gramatica, Nao & a questio da cronologia que conta mas do niodo ce estabelecimento de uma disciplina e de seus tertidriaslegiimos, 3 texto solre do estigm desta ne retGricalgramatica e dialéten. Mas certo que 0 texto acabara por se constituir como unidade de andlise, ani dude de sentido, na perspectiva da anslise de discurso, depois de passar por s exclusa0 na linglistica durante 0 desenvolvimento dos estudos lingdlsticos formas, © 5a reintegracio como unidacle complemen at 1 ingulstiea textval, por volta da motade do sécuilo XX. Temps assim, se observarmos a historia do texta como objeto de reflexio, 0 texto camp pretexto de estudas da lingua, texto tornando possivel o estudo das finan, © texto come fonte de inspiragio, como expressio de subjelividade e interiotidade, 2 diregia nos sentides, mas timber tne nfo se dicando © texto como territoria argumentative, com como espago de possibilidades relacionais, como entedda no sentide, efcito de unt. slade © coeréncia do autor Hi um percurso pelo qual assamos da noydo de texto da retériea, pata a gramatica, desta para a filologie, para a lingtsticae desta paseanas para unis nogio de texto que se di com sua relagao especifica de um abjeto novo, 0 dliscurso. F al temos 0 texto como unidade especifica de anilise, uns unidade de sentido, Para abranger 0 farge espectro da reflexdo sobre discuso e textualidade, convi Samos assim especialistas em ciéncias da linguagern que, em suas especifiidades, puderant dar sua contibuigdo para que os leitores 20 mesmo tempo percorrann 1 sliferengas ai presentes¢ situem-se face aos recobrimentos dis distntes abordagens Considerando « natureza das relagdes entee cesas abordagens, apresentanios i ente wna introdusio 8 anise de discutso, sequids de uma rellexdo sobre a ria de texto. Na seqiencia temos o estudo sebre texto e autoria, Passanos centao a uma discussio sobre semidiica e semiologia, que precede o teato sabe fie. Jogia. Para tinalizas passamos entio 4 reflexio sabre retbrica € argumentagso. Como o leitor poder observat, cobrimas um espago tesrico com as suas rit pias determinagdes. Fazemos 0 convite para que esse espago seja Ocupada com sun Fevtura, Bri P. Orlanté Suzy Lagazzi- Rodrigues ‘Abril de 2006 ANALISE DE DISCURSO _Eni P. Orlandi A andlise de diseueso tal como a conheceanos no Brasil = ns perspeclze OS «rae Sono, a bist, a gua ~ s¢ consul no iterion das consede Fea ane pe ts ropes queetaelcem és ROWS TAPS Ce saber testa ig, 2 que const apicaaise © 9 du cons manxiso. 2. In cg Ceamos eabendo que 3 Hingoa a, Wrznsperentss oe Com 3 na spor ua sua materilidade gue The € prépris. Com norte arte ar ea str tr sua tated o homem fel # MENS sc eg tansporente, Finalmente, com a pstandlise ¢ 0 suelo Neo oloct ea nee Slaciade: che nap € transparent nem pata si mame, $F com tend fgmmga de materialidade~ de nfo ransparenca ave v80 cons Seine do conecimento de eada um dessts campos de sabe Srna de connecmento vo constr wm luge teGrica propten abe. (ae erin te dearsy mats propriament pera 2 formulas To 3, ragdo co arte godo coeno estes irs campos de saber se relaciomary € BOSS Scone camentiric, Como diz Michel Péchewe¢ outroe (IS81) 10° ea Stover uma adgao ingfnoa des tes para deseribosat om Ne eosin do teat de ae St uma decd idaente de tocar 30 ilo esl da ings de WTS | disease, Te presauponda-se uma teoria mais ou raenes geral Je 00) Nett? ojo, 0 disearso, Nada nos autorizaa pensar que cams falundo da mesina cots. So ey abit discarso se constitu en sx sentido POBO, PEAT core dicariva que no € apenas wan rflexo” da mista dos 122 ooo ae ae ea anaise de digcurso tem aeu metodo ¢ seu objeto ProPt acima rece da Linguistica, da psicanlie, do marxiamo, mas que wie 2 To aerajes oudmos, i sm, dizer que a anise de disown ee areca ingistiea eo marzsm. Fos pessupoe armed ‘que seconstitui apical, ing ep cetiis: a da teri a talaga, + da Scola a ie ips a ier do dscarso corn detenninagao histories dos Pee ced ie attavestado por uma fora pacanalitica do set Beste de sign de significa. Pt andlge de dacars, Sto sts condigheshistrics do 2 Gimento da andlise do discurso. rent de ates poe anos 60 do séeulo XX, momento em que 3 /GHoP Set quests 2 respeit dh inerptetago. Autores cern Aikhunseh COT (6 Capital), Fou set anguenioga de saber), Lacan (ea etary de Proud), Barthes considers ae eae gama escrzura) e outros pensadores da époce interr0B9 ler aoe arcclet a preocupacdo com a eitara desemnboea no reconbecine aoe eT guara deve se sutetat em um dipoiive teri, Ite SO Ae to de a drag da Titra, Bist, sem duvida, eflets sobre o que podemos Pest cdo testo, Abresse al un lugar tedrica ~ podems dizer mesmo dsciplinar ~ paca 2 anlise de lisenren, O gu le significa? Do porte d Porianta, poems vishtmbrar ni oo que se camypromete o aparseimento da suic a da conjuntra intelectel, 2 de discurso. “ot efeto, a aitlise de discurso vase constituir como urna disciplina de ent rei Frzendo-se na cunts dos trés campos de saber ~ a Jinghistica, a psica Tie ea enaesisma - ele ter um particular desenbo dlisciplina A anlise de diseurso se fa entre a linglistica eas ciéneias socias, interrogando a lings apie pens a Lingwagem mas exclu w que & histrico- sociale interrogand ‘as cldncias sociais ant media em que estas fo consideram a inguagem em sua ma terialidade, A anise de discusso vai colocar questOes de linylistics para a lingist ‘assy como yak colacar questoes das cigmeias sociais para as citncias soci, Inter Togundo-as, pols, no campo mesmo em que eas e constitucm, Por sen lade, a anslise de discursu 16 € uma resposts a essa questoes. Hla vai mostear que para respandé Jicar-se de tetreng constituinda autra regi8o tedrica em que © ne nao peril soeio-historico « 9 lingistio se rlacionam de maneita consttan ca. © que liga 0 dizer a sua exteriorade € constitutivo do dizer, como verernos mais aisate 1. Lingua e fala, lingua e discurso ntie« lingofetice © ws &ignciassociais, a anilise de niee Tingua e fala ¢ propoe ums relagio nao dicotBeni Constintindo-se no entren lsciso deslocaa dicotomia ta entre lingua ¢ discurso Segundo Saussure a lingua & 9 sistema onde tudo se mantém. # social, € consti tuida de constantes, De se luda, a ala € oeasional, histériea, & individual ¢ const ‘veis Ao separae lingua ¢ fila, separa-se aa mesmo tempo o que & social 0 que € histSrieo, \dicotomia saussoreana enire lingua ¢ fala fazia com que se pulesse anaisar a lingoa ~ enguanto um sistema com sua organizecao ¢ funcionamento ~ mas tornava ipossivel a anslise da fala, que se apresentava assim como a-sstemdlica e desorga sitad. Ao deslocas, na dicotomizando, paca a relagdo lingua e discurso, o discur: so desta ver # sjeito 2 andlse de seu funcionarnento, contanto que atentemos para a telagio do que é linguistico com a exterioridade que o determina. No discurso temos 0 social e © histéric indissociades, tnida de va 2, O queé Discurso. Favendo a critica a0 esquems elementar da comunicagio, M.Péchenx (1969) vai diver gue o diseansi maie do que transmissia ce informagio (mensagem) &efito de sentidos entre locutores. Diuer que o discursa ¢ efetio de sentidas entre locutores significa deslocar a anslise de discurso do rerteno da linguagem como instramento de comunica- ‘iio, Além disso signitics, em termos do esquema elementar da comunicagio, nit do comportamentalismo que preside a relagdo entre locutores como rela ‘io de estimalo e resposta em que alguém toma 2 palavea transmite ama ‘gem a propésito de um refereate e haseando-se em um codigo que seria ali ia outro responde ¢ terfamos af © circhito ea comunicagia, Nao ha essa relayae linear entre cnunciador e destinatirio, Ambos esto sempre ja tocadas pelo sim halicn Tampanicn 9 lingua # apense umn cévlign no qual 22 pamtaria 4 maneagem aque seria assim transmitida de um a outro, Nao hé, além disso, esta tansmissie: ha efeitos de semtidas entre locutores, Efeitos que resultam da relagio de sujeitos simholicos que participam do discurso, dentro Ge circunstancias dadas, Os ele tos ce dan porjue sia sujeitns dentro re corias circunsténcias ¢ afetadne pelas Portanto, a sujcita ¢ a situagie que tinh ling0istica, contam fundamentalmeate para a anise de dliscueso- Mas este sy ‘esta situagao cantam na medida em que sia tedefindos discursvamiente-como, par tes das condigses de produgio do diseurso. Dat dizeemos que na andlise de discurso rio podemos deisar de relacionar o discarso com suas condigoes de produgio, sua exterivridide ido postes para fora da andlise 3, Condigoes de produgio As couigfes de produ incluem pois os sueltos « a situagso. A situagio, por sua wey, pode ser pensada em seu sentido estilo ¢em seztido ato. Em sentido esto cla compreende as cireunstancias da cnunciagio, o agul &o agora do diver, v con- texto imediato, No sentido lato, a situagio compreende o contexto sécio-histrica, ideologica, mais amplo. Se sepacamos contexto imedliato ¢ contesto em seatido ammplo & para fins de explicagdo, na pritica no podem dissociar ur do eutro, 08 ses, em toda situasao de linguagem esses contextos fancionare conjuntanente. Por cexemplo, em uma situagao de sala de aula, a situagio imediata, as Grconstincias de ‘envnciagao comprecader o contexto da sala com 0 profestor ¢ os alos situayao no sentido amplo compreende 0 eantexto sbeio-historicn, ideoligico isto &, 0 (eto dle que em uma seciedade como a nossa o sider € distribuldo por uma sede institu cional, hicrarquizeda em que o saber relaciona-w 20 poder. Assien, 0 que acantece ra sala de aula nie es desvinculado do contexto mais ampla e& assim que nlquire nto, Faz ainda parte das condigges de produgio « meméria discursva, 0 inter discurso, como veremos mais adianve, 1 sujet da andlise de discurso ado & 0 sujelto empiricn, mas @ posigto sujeito projetads no discarso, Isto significa dizer que fi em toda lingua mecunismas de Brojegdo que nos pesmitem passar da situagdo sujeito para a pasizao sujeito no Siscurso, Partante nia € o sujeta fsico, emplrico que fursciona no discurso, mas a posiglo sujeito discussiva. O enunciador e 0 destinatario, enquanto sujeios, sto Pontas da relagdo de inteslocugdo, indicando diferentes posigoes sueito. E isto se 4 no jago das chamadas formagdes imaginivias que presidem todo wi gute 0 sujeito faz dele mesmo, a imagem que cle faz de interlocutor, a imagem que cle faz do objeto do dliseuss0. Assim como também se tem a imagem que o interlocutor tem de si mesmo, de quem Ihe fala, € do objeto de discurso. O que, nos termos de M. Pécheusx (Idem), fica assim: bh Mb) Tale) Hib) bla) TBC)

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