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Horas ouvindo blue in green em São Lourenço

Enquanto sua foto sorria em esperada lembrança


Quem sabe novamente o sabor das taças esmeraldas
Ao final de um longo arco-íris
Ecoando um milhão de conversas famintas
E a pele em seu grave silêncio, íntimo
Testemunhando a espera em eras peregrinas

Mas após o deserto do sertão, as serras


E nelas, úmidos
Cabelos resvalando dourados
sobre o mar de ondas do seu olhar
Água, repelindo e repuxando
Como na noite, que durante lutos e nãos: mãos
e o toque infantil, sorrindo um sim

E em meus sonhos, desde então mergulho nesse mar translúcido, morno


Onde pernas, braços e o peito arfante alcançarão o profundo oceano
E lá os reais sabores de seus pelos felinos abocanhando apaixonados a caça
Roçando as serras eriçadas na encruzilhada de corpos no seu sagrado momento da volúpia
E não acordo senão após ter sorvido até a última gota desta taça verde azulada
Blue in green em um milhão de cores-íris

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