Você está na página 1de 10

ANÁLISE PARAMÉTRICA DE ARCOS SENOIDAIS COM LIGAÇÕES

SEMI-RÍGIDAS

A.S Galvão(1), R.A.M. Silveira (2), P.B. Gonçalves (3)


(1)
UFOP / Escola de Minas / DECIV / PROPEC,
CEP 35400-000, Ouro Preto, MG - Brasil – asgalvao@hotmail.com
(2)
UFOP / Escola de Minas / DECIV / PROPEC,
CEP 35400-000, Ouro Preto, MG - Brasil – ricardo@em.ufop.br
(3)
PUC-Rio / DEC,
CEP 22453-900, Rio de Janeiro, RJ - Brasil – paulo@civ.puc-rio.br

RESUMO

Os arcos esbeltos são sistemas estruturais que podem exibir, dependendo da geometria,
da magnitude e tipo de carregamento e das condições de apoio, um comportamento
fortemente não-linear com o surgimento de pontos críticos (pontos limites e pontos de
bifurcação) seguidos de perda de estabilidade estrutural. Pretende-se neste trabalho
estudar a sensibilidade de arcos esbeltos senoidais à variação de parâmetros de sua
geometria e da rigidez das ligações. Com esse propósito, será utilizado um eficiente
procedimento computacional de análise estrutural estática e dinâmica de sistemas
estruturais elásticos planos. Este programa acopla ao processo de solução iterativo do
tipo Newton-Raphson, estratégias de solução que tornam possível a obtenção de
trajetórias de equilíbrio fortemente não-lineares, como as da estrutura em questão. As
freqüências naturais e os modos de vibração são obtidos em cada passo de carga através
da solução numérica de um problema de autovalor.

Palavras-chave: arcos senoidais, análise não-linear, ligações semi-rígidas, MEF, análise


de vibração.
1 INTRODUÇÃO

O estudo do comportamento não-linear de estruturas, em particular dos arcos


esbeltos, é cada vez mais relevante no cálculo. Isso se dá graças ao desenvolvimento de
novos materiais, técnicas construtivas, disponibilidade de recursos computacionais e
fatores econômicos, que têm motivado o emprego na construção civil de elementos
estruturais cada vez mais leves e esbeltos. Sabe-se que à medida que se aumenta a
esbeltez de um dado elemento estrutural, o seu mecanismo de colapso pode sofrer
significativas mudanças qualitativas. Dessa forma, problemas relativos à perda de
estabilidade sob cargas estáticas e dinâmicas, bem como vibrações indesejáveis, podem
surgir. Isso é bastante comum nos projetos envolvendo estruturas metálicas reticuladas.
A análise não-linear de estruturas metálicas consiste basicamente em introduzir
ao modelo e à formulação empregadas na solução do problema, todos os fatores
considerados relevantes e que permitam o analista conhecer os possíveis mecanismos de
colapso da estrutura. Dentre os fatores considerados relevantes a serem incluídos na
análise destacam-se: os efeitos decorrentes dos grandes deslocamentos e rotações que o
sistema estrutural pode sofrer, a flexibilidade das conexões e as imperfeições iniciais,
como as geométricas e de carregamento.
Muitos pesquisadores têm se empenhado no desenvolvimento de formulações
de análise não-linear de sistemas estruturais. Dentre os trabalhos relacionados ao
presente artigo, vale destacar as pesquisas de Galvão [1, 2], Pinheiro [3], Yang e Kuo
[4] e Chan e Chui [5]. Galvão [1] estudou e implementou várias formulações
geometricamente não-lineares de elementos de viga-coluna que, junto com uma
metodologia de solução incremental-iterativa baseada em Newton-Raphson e associada
à técnicas de continuidade, possibilitaram a obtenção de trajetórias de equilíbrio
fortemente não-lineares; Pinheiro [3] implementou formulações não-lineares para a
análise de treliças planas e espaciais, bem como a possibilidade da modelagem de
pórticos com ligações semi-rígidas; já Galvão [2] introduziu ao programa formas de se
realizar analises de vibração linear e não-linear de pórticos planos com ligações semi-
rígidas. Utilizando as ferramentas do programa computacional implementado nesses
trabalhos, Galvão et al. [6-8] apresentaram estudos paramétricos envolvendo análise
não-linear estática e dinâmica de estruturas esbeltas planas, particularmente de arcos e
pórticos em L.
O presente trabalho pretende dar continuidade aos trabalhos [6-8] e obter uma
melhor compreensão dos fenômenos de instabilidade de sistemas estruturais compostos
por arcos senoidais.
Após uma breve apresentação da metodologia de solução não-linear nas seções
2 e 3, é analisada na seção 4 uma coluna com ligações semi-rígidas nas extremidades.
Este exemplo possui resultados numéricos apresentados em [5] e tem a finalidade de
validar o programa computacional para as demais análises do presente trabalho.
Finalmente, na seção 5 é feita uma análise paramétrica do arco senoidal esbelto
cujas dimensões e propriedades físicas foram extraídas do artigo de Bergan [9]. Trata-se
de um sistema estrutural clássico, bastante utilizado para validar formulações não-
lineares. Através do estudo das curvas de variação das freqüências e modos de vibração
para diferentes níveis de carregamentos, condições de ligação e altura do arco, pretende-
se analisar a influência desses parâmetros na estabilidade elástica desse arco.
2 PROBLEMA ESTÁTICO NÃO-LINEAR

As formulações não-lineares de elementos finitos utilizada neste trabalho são


baseadas nos trabalhos [4] e [5], e foram implementadas no programa computacional
utilizado aqui por [1-3].
No contexto do método dos elementos finitos, o equilíbrio de qualquer sistema
estrutural pode ser expresso de acordo com:
Fi ( U ) = λFr (1)

sendo que Fi define o vetor de forças internas em função de um vetor de deslocamentos


generalizados U; λ é um fator de carga escalar, que define a função de variação do
carregamento, e Fr é um vetor fixo que define a direção e a distribuição do
carregamento aplicado (vetor de referência).
Para se obter o caminho não-linear de equilíbrio de uma estrutura, como
ilustrado na Fig. 1, utiliza-se uma técnica incremental de solução para resolver o sistema
de equações representado pela Eq. (1). Esse procedimento consiste basicamente em se
calcular uma seqüência de deslocamentos incrementais ∆U1, ∆U2, ∆U3, ...,
correspondentes a uma seqüência de incrementos de carregamento representada pela
variação incremental do parâmetro de carga dada por ∆λ1, ∆λ2, ∆λ3,...
Entretanto, como Fi é uma função não-linear dos deslocamentos, a solução
estimada do problema (solução predita: ∆λ0, ∆U0), para cada passo de carga,
normalmente não satisfaz a equação anterior. Como conseqüência, defini-se um vetor de
forças residuais g, ou também chamado vetor de forças desequilibradas, dado por:
g = λFr − Fi (U) (2)

Se o desequilíbrio representado por esse vetor g não satisfizer o critério de


convergência, uma nova estimativa para os deslocamentos é gerada pela relação:
K δU = g (3)

onde K é a matriz de rigidez representativa do sistema estrutural e δU é o vetor de


deslocamentos residuais, ou seja, é o valor estimado para se corrigir o incremento de
deslocamentos da solução predita ∆U.
Em vários trabalhos, como por exemplo [1, 3, 4], essa estimativa da correção
de ∆U não é obtida de uma maneira direta através da solução de (3). Nesses, os
deslocamentos residuais são definidos como a soma de duas componentes, ou seja:
δU = δU g + δλ δU r (4)

onde δλ é um parâmetro que, a fim de tornar mais eficiente o processo de correção,


deve ser avaliado no ciclo iterativo para também “corrigir” o incremento de carga; δug e
δur são obtidos através das relações: δU g = K −1g e δU r = K −1 Fr . Observe que esses
vetores de deslocamentos podem ser obtidos de forma imediata, pois K, g e Fr são
conhecidos. A definição de δλ em (4) vai depender de uma equação de restrição a ser
imposta adicionalmente ao problema não-linear.
Essa metodologia de solução foi apresentada com maior riqueza de detalhes
nos trabalhos [1] e [3].
3 PROBLEMA DE VIBRAÇÃO LIVRE

As freqüências de vibração e os correspondentes modos de vibração de uma


estrutura carregada podem ser obtidas resolvendo-se o seguinte problema de
autovalores:

[[K L ]
+ K τ ] - ω2 M X = 0 (5)

onde KL e Kτ são as matrizes de rigidez linear e rigidez geométrica, respectivamente; M


é a matriz de massa, ω é a freqüência natural e X, o vetor modo de vibração.
Os procedimentos numéricos para se resolver passo a passo um problema não
linear, calculando subseqüentemente as freqüências naturais e os modos de vibração são
ilustrados pelo esquema da Fig. 1.

1. Configuração inicial t: tU e tλ
2. Definição da solução predita: ∆λ0 e ∆U 0
3. Iterações: k = 1, 2,…, Imáx
4. Verificação da convergência: ζ 1 = g ( k −1) / ∆λ( k −1) Fr ≤ ζ ?
Sim: para o ciclo de iterações e segue para o passo 7;
Não: calcula δU k = δU gk + δλk δU
5. Atualização das variáveis:
i. incrementais: ∆λk = ∆λ( k −1) + δλk e ∆U k = ∆U ( k −1) + δU k
ii. totais: t + ∆t λk = t λ + ∆λk e t + ∆t U k = t U + ∆U k
6. Retorno ao passo 3
7. Cálculo dos modos de vibração e freqüências naturais associadas:
i. Atualização da matriz de rigidez K e da matriz de massa M
ii. Decomposição de M pelo método de Cholesky: M = STS
iii. Cálculo de Q = S-1
iv. Cálculo de A = Q KT Q
v. Resolução do problema de autovalor AX = λ X pelo método de Jacobi [10]
8. Execução de novo incremento de carga e recomeço do processo

Figura 1 - Algoritmo para solução não-linear estática e análise de vibração.

4 EXEMPLO DE VALIDAÇÃO

Seja a coluna com ligações semi-rígidas nas duas extremidades e submetida a


uma força axial P na extremidade livre a translação, como indica a Fig. 2. A Figura 3a
exibe trajetórias de equilíbrio não-linear para diferentes valores Sc de rigidez nos
apoios. Já a variação da freqüência natural da coluna com o parâmetro rigidez Sc da
ligação é representada na Fig. 3b.
Superpondo-se os valores obtidos para a carga crítica Pc através da análise não-
linear estática (Fig. 3a) com os valores de carga que levaram a freqüência natural da
coluna a zero (Fig. 3b), e comparando esses resultados com os fornecidos em [5], pode-
se, como mostra a Fig. 4, verificar a funcionalidade do procedimento adotado no
presente trabalho.
u
L = 20
Sc Sc
P

EI = 4882.8 A = 0.125 ρ = 0.00026

Figura 2 - Coluna com ligações semi-rígidas nas extremidades.

500
7
450
6 a
s tad
bi enga
400
Sc = ∞
una
5 Col 350 Sc = 20 EI/L

ω2 (EI/ρAL4)
Sc = 10 EI/L
E I/ L 300
P/P e

0
4 Sc = 1 Sc = 5 EI/L
250 Sc = 1 EI/L
E I/L
Sc = 5
3 200 Sc = 0
I/L
Sc = 2 E
2 150
apoiada
Coluna bi 100
1
50
0 0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0
u |P/Pe|
(a) Trajetórias não-lineares de equilíbrio estático. (b) Freqüência natural x carregamento.

Figura 3 - Análise não-linear estática e de vibração livre para diferentes valores de Sc.

2.8
2.6
2.4
2.2
Pc / Pe

2.0
1.8 Chan e Chui [5]
1.6 Análise estática
Análise de vibração
1.4
1.2
1.0
0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0 8.0 9.0 10.0
Sc/(EI/L)

Figura 4 - Variação da carga crítica da coluna com o parâmetro Sc.


5 ARCO SENOIDAL

Considera-se inicialmente o sistema estrutural clássico, conforme fornecido em


[9], ou seja, o arco biarticulado e submetido a uma carga vertical P uniformemente
distribuída, como mostrado na Fig. 5.
P

z0 = 20 mm
w
Sc h = 20 mm Sc
h

L = 1000 mm
-9 2 4
E = 210000 MPa ρ = 78 x 10 N s /mm

Figura 5 - Arco senoidal abatido.

A solução não-linear estática desse sistema estrutural foi obtida usando-se o


método Newton-Raphson modificado e a estratégia de iteração comprimento de arco
cilíndrico; o incremento automático do comprimento de arco foi adotado como
controlador do valor inicial do parâmetro de carga, ∆λ0. As trajetórias de equilíbrio
obtidas para diferentes valores do parâmetro de rigidez Sc das ligações são mostradas na
Fig. 6. A solução obtida considerando-se os apoios perfeitamente rotulados é comparada
à apresentada em [9]. Conforme observado, trata-se de uma estrutura com perda de
estabilidade por ponto limite de carga, a partir do qual um acréscimo de carga ocasiona
um salto dinâmico para uma configuração de equilíbrio em que a concavidade inicial do
arco é invertida. A Figura 7 exibe a relação entre o quadrado das freqüências naturais e
o carregamento.

2.5
Presente trabalho
Sc = ∞
Bergan [9]
2.0
Sc = 20 EI/L
P/h (Mpa)

1.5 Sc = 10 EI/L
Sc = 5 EI/L
1.0
Sc = 1 EI/L
0.5 Sc = 0

0.0
0.0 0.8 1.6 2.4
w/z0

Figura 6 - Trajetórias de equilíbrio do arco senoidal abatido.


45000

35000

25000 A1 = 0.3456
e A2 = 0.0790
B1 = 0.3919
15000 a
B2 = 0.1952
b
ω2
c d
C1 = 0.5256
5000 C2 = 0.4795
A2 B2 A1 B1
C2 C1 (a) Sc = 0
-5000
(b) Sc = 1 EI/L
(c) Sc = 5 EI/L
-15000 (d) Sc = 20 EI/L
(e) Sc =
-25000
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4
P/h

Figura 7 - Freqüências naturais x carregamento.

Observe que à medida que Sc decresce, ocorre um decréscimo acentuado no


valor da freqüência mínima e uma maior variação com o nível de carregamento. Esse
descréscimo ocorre porque há uma diminuição da rigidez efetiva do arco e um
agravamento da não-linearidade da solução. Verifica-se que para os arcos, a relação
carga-quadrado da freqüência já não é mais linear, como no caso da coluna (Fig. 3b), o
que é explicado pela não-linearidade do caminho de equilíbrio. Nota-se também que
para pequenos valores de Sc, o quadrado da freqüência se torna negativo em
determinados trechos. Segundo o critério dinâmico de estabilidade, isso ocorre quando a
configuração de equilíbrio é instável. Assim, pode-se identificar, a partir da relação
carga-freqüências, as regiões estáveis e instáveis dos caminhos de equilíbrio. No
presente caso, os trechos instáveis correspondem ao trecho do caminho de equilíbrio
entre os dois pontos limites observados na Fig. 6.
Através das Figs. 8-10 é feita uma análise do arco senoidal quando se varia a
sua altura z0. Nas colunas (a) dessas figuras são mostradas as trajetórias de equilíbrio
para diferentes valores da altura z0, nas colunas (b) a variação das duas primeiras
freqüências naturais considerando-se as mesmas alturas e (c) exibe os modos de
vibração associados às mesmas.
Nota-se que para pequenos valores de z0 o primeiro modo é sempre simétrico e
o segundo assimétrico, estando as freqüências bem espaçadas. À medida que z0 cresce,
as freqüências se aproximam e a partir de um determinado valor de z0, a freqüência do
modo assimétrico torna-se inferior à do modo simétrico, havendo uma inversão da
forma do primeiro modo. Essa inversão dos modos pode ser observada comparando-se
as Figs. 9c e 10c. Observa-se também que, a partir desse mesmo valor de z0, começa a
ocorrer perda de estabilidade por bifurcação. Desconfia-se, portanto, que seja o mesmo
mecanismo que gera a perda de estabilidade por bifurcação e a mudança da forma
modal.
0.4
z0 = 20 mm
0.3 z0 = 20 mm
2.0

1.5
P /h

0.2

2
(ω/ω0)
1.0

0.1 Região estável 0.5

Região instável Modo 2 ω02 = 372.8 rad/s

z 0 = 20 mm
0.0
Modo 1
0.0 Modo 2
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8 2.0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5
w/z0 P/h Modo 1 ω01 = 246.2 rad/s

(a) Trajetória de equilíbrio. (b) Freqüências x carregamento. (c) Modos de vibração.

Figura 8 – Altura do arco z0 = 20 mm.

1.0

0.8 z0 = 30 mm
0.6 z0 = 30 mm
1.5
0.4
P /h

1.0
0.2 ω02 = 368.03 rad/s
(ω/ω0)2

Modo 2
Modo 1
0.5 Modo 2
0.0

z0 = 30 mm
0.0
-0.2 Região estável
Região instável -0.5

-0.4
-1.0
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8 2.0
-0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0
w/z0 P/h Modo 1 ω01 = 352.59 rad/s

(a) Trajetória de equilíbrio. (b) Freqüências x carregamento. (c) Modos de vibração.

Figura 9 – Altura do arco z0 = 30 mm.

2
z0 = 40 mm

1 2.0 z0 = 40 mm
1.5
1.0 Modo 1 ω01 = 366.75 rad/s
P /h

(ω/ω0)2

0 0.5
z0 = 40 mm

0.0
-0.5
-1 Região estável -1.0
Região instável -1.5 Modo 1
Modo 2
-2.0
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8 2.0 Modo 2 ω02 = 462.07 rad/s
-2 -1 0 1 2 3
w/z0 P/h
(a) Trajetórias de equilíbrio. (b) Freqüências x carregamento. (c) Modos de vibração.

Figura 10 –Altura do arco z0 = 40 mm.


A Figura 11 exibe a variação das duas menores freqüências do arco em função
da altura z0. Nota-se que, enquanto a freqüência associada ao modo simétrico cresce
linearmente com z0, a freqüência do modo assimétrico se mantém quase que constante.
Para z0 aproximadamente igual a 31.4 mm, tem-se que as duas primeiras freqüências
são praticamente coincidentes.

580
560 co
ri
ét
540 im
s
o
520 od
m
500 ao
as
480 i ad
c
so
460 as
ω (rad/s)

as
440 ci
en
420 e qü
ω2 Fr
400
380 Freqüencias associadas ao modo assimétrico
360
340 ω1
320
300
280
260
~
= 31.4
240
20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50
z0 (mm)

Figura 11 - Variação das duas menores freqüências com a altura z0 do arco.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Observa-se nesses exemplos a grande influência do carregamento estático nas


freqüências de vibração do arco. Essa influência torna-se mais marcante à medida que
se adota menores valores da rigidez Sc, causando um decréscimo acentuado no valor da
freqüência mínima e uma maior variação com o nível de carregamento.
Cabe ressaltar que a literatura técnica descreve várias estruturas metálicas em
arco, em particular as coberturas de arcos abatidos, que sofreram perda de estabilidade
sob cargas estáticas ou dinâmicas em virtude da deterioração nos apoios. Um dos
motivos mais freqüentes é a corrosão. Nesses casos há um decréscimo lento no valor de
Sc com mudanças acentuadas na rigidez global da estrutura e em suas características
dinâmicas. Mudanças estas que só podem ser detectadas e quantificadas através de uma
análise detalhada do comportamento não-linear da estrutura. Os resultados também
ressaltam a importância de se avaliar corretamente a rigidez das ligações no cálculo
dessas estruturas.
7 AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem ao CNPq e à FAPEMIG o apoio recebido para


realização deste trabalho de pesquisa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] GALVÃO, A.S. “Formulações Não-Lineares de Elementos Finitos Para Análise de Sistemas
Estruturais Metálicos Reticulados Planos”. Dissertação de mestrado, UFOP, Ouro Preto, MG, 2000.

[2] GALVÃO, A.S. “Instabilidade Estática e Dinâmica de Pórticos Planos com Ligações Semi-
Rígidas”. Tese de doutorado, PUC-RJ, Rio de Janeiro, RJ, 2004.

[3] PINHEIRO, L. “Análises Não-Lineares de Sistemas Estruturais Metálicos Rotulados e Semi-


Rígidos”. Dissertação de mestrado, UFOP, Ouro Preto, MG, 2003.

[4] YANG, Y.B. e KUO, S.B. “Theory & Analysis of Nonlinear Framed Structures”. Prentice Hall,
1994.

[5] CHAN, S.L. e CHUI. P.P.T. “Non-Linear Static and Cyclic Analysis of Steel Frames with Semi-
Rigid Connections”. Elsevier, 2000.

[6] GALVÃO, A.S., GONÇALVES, P.B. e SILVEIRA, R.A.M.. “Post-Buckling Behavior and
Imperfection Sensitivity of L-Frames”. Int. J. Strut. Stability and Dynamics, vol. 5, pp. 19-38, 2005.

[7] GALVÃO, A.S., GONÇALVES, P.B. e SILVEIRA, R.A.M. Dynamic Non-Linear Behavior and
Instability of Shallow Arches with Semi-Rigid Connections. 3rd International Conference on
Structural Stability and Dynamics. Kissimmee, Florida, USA, 2005.

[8] GALVÃO, A.S., GONÇALVES, P.B. e SILVEIRA, R.A.M. Resposta Transiente Não-Linear de
Pórticos e Arcos com Ligações Semi-Rígidas. XXVI Iberian Latin-American Congress on
Computational Methods in Engineering – CILAMCE 2005. Guarapari, ES, 2005.

[9] BERGAN, P.G. “Solution Algorithms for Nonlinear Structural Problems”. Computers & Structures,
1980, vol. 12, pp. 497-509.

[10] BREBBIA, C.A. e FERRANTE, A.J. “Computational Methods for the Solutions of Engineering
Problems – Third Revised Edition”. London, Pentech Press, 1986.

Você também pode gostar