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Israel e a Questão Palestina – ATUALIDADES

Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online

ISRAEL E A QUESTÃO PALESTINA

Mapa de Israel

Muitos consideram Jerusalém a capital religiosa de Israel, e Tel Aviv, a capital


administrativa.
Fazem fronteira com Israel: Líbano, Jordânia e Egito. As regiões que mere-
cem destaque são a Faixa de Gaza, onde há um alto índice de violência entre
israelenses e palestinos, e a Cisjordânia, onde há também grande ligação com
a causa palestina.
Israel foi criado pela ONU em 1947, mas foi fundado em 1948. Porém, a ONU
tinha a incumbência de criar dois estados: o estado de Israel e o Palestino.
O principal motivo para a criação do estado de Israel, logo após o final da
Segunda Guerra Mundial, foi o Holocausto. O povo judeu vitimado acabou exer-
cendo influência decisiva para a criação de Israel.

A Criação de Israel: duas visões conflitantes

A história é contada de forma diferente por judeus e palestinos. Para aqueles,


foi a concretização de um sonho milenar. Para estes, uma verdadeira desgraça.
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Se existe uma lição filosófica inconfundível na criação do Estado de Israel, é


esta: o significado de um fato histórico depende do olho de quem o vê. Para boa
parte do mundo (incluindo a maioria dos judeus ao redor do planeta) a funda-
ção de Israel foi um feito heroico, uma proeza épica, a culminância de um sonho
milenar, que inflamou o coração de gerações e gerações de hebreus desde os
tempos da Diáspora (saída dos judeus do Oriente Médio). Para os árabes pales-
tinos, no entanto, foi uma catástrofe. Até hoje, eles relembram o ano de 1948
como "El-Nakba" – ou "a desgraça".
Em 1947, o governo britânico anunciou que encerraria sua presença militar
na Terra Santa e deixaria que árabes e judeus resolvessem seu destino. Naquele
mesmo ano, a Organização das Nações Unidas decidiu que a melhor maneira
de decidir o impasse era dividir a antiga província otomana em dois pedaços.
Em uma assembleia presidida pelo diplomata gaúcho Oswaldo Aranha, a ONU
instituiu o Plano de Partilha: 55% da região ficaria com os judeus, e 45% com os
árabes. Em 14 de maio de 1948, os sionistas, liderados pelo legendário Davi Ben
Gurion, fundaram o Estado de Israel, com capital em Tel Aviv, na fatia concedida
pela ONU.

Boa parte da disposição dos países do Oriente Médio,


na atualidade, resulta de uma partilha feita após a Pri-
meira Guerra Mundial. Após 1918, com a vitória do
bloco da tríplice entente, Reino Unido, e a derrota do
império turco-otomano, que era dono absoluto do terri-
tório do Oriente Médio, temos a Inglaterra tomando
conta de boa parte dessa região, ou seja, o Oriente
Médio se torna colônia britânica.
Entretanto, a região da Palestina (Terra Santa) nunca
foi dada a ninguém. Enquanto eram formados outros
estados, a Palestina foi o único estado que o Reino
Unido não aceitou entregar a ninguém. Até o final da
Segunda Guerra Mundial, a Palestina era colônia dos
britânicos.
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A ONU recorreu aos britânicos para a criação dos dois países, argumentando
a situação crítica dos judeus. O Reino Unido concedeu sob a condição de ser ter
uma bipartição do território, criando dois países.
Na imagem dada, podemos ver a proposta feita pela ONU em 1947 a esses
dois povos. Em amarelo, temos o estado árabe, o Palestino, e em laranja, o
estado judeu. O estado de Jerusalém ficaria sob o comando da ONU, sendo um
território internacional que não pertenceria nem aos judeus e nem aos árabes.

IMPORTANTE!
Árabes e judeus são irmãos. O pai maior dos árabes e judeus é Abraão. Na
história bíblica, Abraão era casado com Sara. Ela era estéril, e visto que ela era
casada com o líder, todos esperavam que ela engravidasse.
Como ela estava envelhecendo e não engravidava, pediu a Abraão que
escolhesse uma escrava para ter um filho. Abraão teve um filho com a escrava,
chamado Ismael. Porém, Sara engravidou, e seu filho se chamava Isaque.
Com a morte de Abraão, quem o sucederia? Ismael ou Isaque? Pela lógica, seria
o primogênito, o filho da escrava. Sabendo das regras, Sara expulsa a escrava
e Ismael da comunidade, e estes são os que dão origem ao povo árabe. Por
outro lado, Isaque se casa com Rebeca, tendo Jacó e Esaú como filhos.
Os filhos de Jacó fundam 12 tribos, que futuramente fundariam a religião judaica.
Então, os hebreus descendem de Isaque, e os árabes, de Ismael. Aqueles
fundaram a religião judaica, e este, a islâmica.

Após a Segunda Guerra Mundial, os judeus retornam para o Oriente Médio


(movimento sionista).
Após o Holocausto, o número de judeus que retornam ao Oriente Médio cres-
ceu consideravelmente. A ONU se vê numa situação na qual deve criar dois
novos países. Os judeus, que não tinham nada, aceitaram a proposta dada pela
ONU (55% do território), enquanto os palestinos não aceitaram a partilha, com
apenas 45% do território, argumentando que a presença do povo palestino é
mais antiga que a do povo judeu, além de não ser admissível que a maior parte
do território ficasse com os judeus.
Sem acordo com o povo palestino, apenas o estado de Israel foi criado em
1947.
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Para os palestinos, a partilha da ONU tinha um feitio absurdo.


Primeiro, achavam a divisão desproporcional: mais da metade da região foi
dada ao grupo minoritário, que ainda por cima era formado principalmente por
imigrantes (os sionistas respondem que a vantagem territorial era ilusória: boa
parte das terras de Israel era desértica). Outro ultraje aos olhos árabes: os ter-
ritórios dos palestinos estavam picotados, com três fatias separadas umas das
outras. A população era de 800 mil árabes, com 10 mil judeus espalhados em
vilas dispersas - já na porção que ficou para Israel, havia entre 397 mil e 497 mil
árabes, contra 500 mil a 538 mil judeus. "Era óbvio que os sionistas deveriam
aceitar uma eventual maioria de árabes em Israel ou expulsá-los do país. Não
havia outra escolha", escreve o historiador Michael Palumbo em The Palestinian
Catastrophe ("A Catástrofe Palestina").
Logo após a criação de Israel, os vizinhos árabes resolveram entrar na briga
e cometeram o que muitos historiadores até hoje consideram um erro estraté-
gico: mandaram a diplomacia às favas e fizeram soar as trombetas da bata-
lha. "Todos os caminhos que tentamos para a paz fracassaram. Não nos resta
nada além da guerra. Terei a honra e o prazer de salvar a Palestina", anunciou
Abdullah, rei da Jordânia, em 26 de abril de 1948. Um mês depois, exércitos de
cinco países árabes (Líbano, Iraque, Jordânia, Síria e Egito) vestiram seus tur-
bantes, empunharam suas metralhadoras e marcharam contra o inimigo recém-
-nascido. Começava, oficialmente, a primeira guerra entre árabes e judeus. Mas
o ataque iniciado pelo rei da Jordânia e seus aliados de nada serviu para ajudar
os primos palestinos. Ao contrário: apenas selou sua ruína.

Cronologia

Confira a seguir a linha do tempo dos principais fatos e conflitos envolvendo


Israel e os territórios palestinos:
1947 – A ONU aprova resolução que prevê a partilha da Palestina, criando
um Estado para os judeus, recentemente vitimados pelo Holocausto na Europa.
Jerusalém teria status internacional. A Liga Árabe recusa a proposta.
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1948 – A Inglaterra, que ocupava a região desde a Primeira Guerra, retira


suas tropas. O Estado de Israel é proclamado. Egito, Iraque, Jordânia, Líbano
e Síria promovem ataque. Israel vence e ocupa toda a Galileia e o Deserto de
Neguev. Com o cessar-fogo, Israel devolve a Cisjordânia aos árabes, que, a uni-
ficam com a Jordânia, criando o Reino da Jordânia. A Faixa de Gaza passa a ser
dos egípcios. Os palestinos ficam sem território próprio.
1956 – Guerra de Suez: Egito, sob o comando de Gamal Nasser, nacionaliza
o Canal do Suez. Israel, com apoio de Inglaterra e França, ataca o Sinai e chega
ao Mar Vermelho. EUA e URSS obrigam Israel a recuar (Guerra Fria).
1959 – Criação da Al Fatah, uma organização guerrilheira palestina, liderada
por Yasser Arafat. O Al Fatah não é um grupo terrorista, mas um partido político
liderado por Mahmoud Abbas.
1964 – Palestinos criam a OLP (Organização para a Libertação da Palestina),
que viria a ser presidida por Arafat, com o objetivo de criar um Estado próprio e
combater Israel. A Al Fatah passa a ser o braço armado da nova organização.
1967 – Guerra dos Seis Dias. Egito corta o acesso israelense ao Mar Verme-
lho. Israel bombardeia Egito, Síria e Jordânia e conquista toda a região do Sinai,
da Cisjordânia e das Colinas de Golã, triplicando seu território. Controla a totali-
dade de Jerusalém.
1972 – Um grupo guerrilheiro palestino (Setembro Negro) sequestra 11 atletas
israelenses na Olimpíada de Munique. Tiroteio com a polícia deixa todos mortos.
1973 – Guerra do Yom Kippur. Egito e Sírio atacam Israel no feriado judeu.
Israel, governado pela 1ª ministra Golda Meir, contra-ataca e vence (1ª crise do
petróleo).
1979 – Acordos de Camp David. Com mediação dos EUA, Egito e Israel assi-
nam tratado que devolve o Sinai ao país árabe.
1982 – Invasão do Líbano. Israel ataca a OLP no sul do país e controla Bei-
rute ocidental. Permite o massacre de refugiados palestinos por milicianos cris-
tãos nos campos de Sabra e Chatila.
1987 – Intifada. Populações palestinas sob controle israelense se revoltam e
lutam nas ruas, normalmente com armas simples, como paus e pedras.

 Obs.: Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos
Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora
Rebecca Guimarães.
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