ITABAIANA-SE
2018
JAMILE ANDRADE DOS SANTOS
ITABAIANA-SE
2018
Resenha da adaptação em filme do livro “ O Cortiço”, de Aluísio Azevedo
Na obra é retratada a vida no Rio de janeiro em pleno século XIX num cortiço,
que tem por dono João Romão, sujeito ambicioso, hipócrita, português, conquistador,
colonizador, explorador, falso abolicionista e que recebe mérito imerecido. Ele começa a
participar da vida social para ascender, participando ativamente da vida burguesa, pois
percebe que não basta apenas ter dinheiro para ascender socialmente. Bertoleza é a mulher
que trabalha para ele, sua escrava e amante, sofre incessantemente toda a vida, servindo
a Romão.
Há uma parte em que o cortiço pega fogo, podemos interpretar o fogo como um
processo de transmutação, pois o lugar é reconstruído pelo seguro e passa de cortiço a
Vila, apresentando um aspecto mais organizado. Logo depois, já com alguma amizade
com Miranda, Romão pede a Miranda a mão de sua filha em casamento e este lhe concede,
neste ponto se destaca o casamento por interesse. Mas ainda há Bertoleza como empecilho
para a consumação desse casamento e, Romão para ver-se livre da escrava, a denuncia
aos seus antigos senhores, e esta, se coloca em frente à uma espada, suicidando-se. A
morte de Bertoleza pode ser interpretada como a abolição da escravatura, que se dá pouco
depois da sua morte.
Enfim, como é comum aos naturalistas, Aluísio Azevedo aborda em sua obra
problemas morais do indivíduo, colocando em pauta temas como ambição, presente em
João Romão e Miranda, o adultério, que além de se apresentar pela traição de Itabaiana,
também aparece quando Rita e Jerônimo são infiéis às pessoas com quem que se
relacionam. A hipocrisia reina e Romão é um dos mais hipócritas, pois é um falso
abolicionista, engana Berloteza, dizendo que está liberta, a rouba, passa por cima de tudo
e todos para atingir seus objetivos.
Referência Bibliográfica
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1994.