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Auditor Fiscal do Trabalho

Contabilidade Geral – Parte 2

Prof. Sílvio Sande


Contabilidade
Aula
Geral
XX

CONTABILIDADE GERAL – PARTE 2

MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL

Equivalência Patrimonial significa que a sociedade investidora avaliará sua participação


societária, na sociedade investida, utilizando como parâmetro o percentual de sua participação
no capital social daquela sociedade. Esse percentual será aplicado sobre o Patrimônio Líquido
desta Sociedade Investida, resultando no valor do investimento da Sociedade Investidora.
Com a adoção desse método de avaliação de Investimentos os resultados das controladas e
coligadas serão reconhecidos pela sociedade investidora no exercício em que forem gerados.
Além dos resultados, também serão reconhecidos pela Sociedade Investidora quaisquer
outros efeitos no Patrimônio Líquido da Sociedade Investida como, por exemplo, o aumento
ou redução de Reservas de Reavaliação e de Reservas de Capital, as quais não transitam por
resultado na sociedade investida enquanto se constituem em reservas.
O fundamento ou a lógica do método da equivalência patrimonial consiste, pois, em se
considerar que o Patrimônio Líquido Contábil representa o capital próprio ou a riqueza própria
de uma entidade. Assim, se determinada empresa possui participação no capital social de outra,
então ela terá direito à participação no Patrimônio Líquido dessa outra sociedade na mesma
proporção de sua participação no capital social. Desta forma, por exemplo, se a empresa A
participa com 20% do capital social da empresa B, ela (a empresa A) terá direito de participar,
também, de 20% no Patrimônio Líquido da empresa B, ou de outra forma, 20% do Patrimônio
Líquido da empresa B pertencem à empresa A.
Para ilustrar o assunto, de forma preliminar, tomemos o seguinte exemplo: a sociedade Sande
S.A. adquire ações da Cia Soneca, que no conjunto representam 30% do Capital Social desta. A
Sande S.A. avaliará, invariavelmente, essa participação considerando aquele percentual sobre
o Patrimônio Líquido da Cia Soneca. Desta forma, se no momento da aquisição o Patrimônio
Líquido da Cia Soneca foi de R$ 100.000,00, a participação societária será registrada, na Sande
S.A., pelo valor de R$ 30.000,00.
Contudo, se a Cia Soneca auferir lucros, mesmo que não haja distribuição de dividendos, a
participação da Sande S.A. aumentará. Por exemplo, o PL da Cia Soneca aumentou em
R$ 10.000,00 decorrente de resultados obtidos, passando o PL a ser R$ 110.000,00.
Imediatamente a Sande S.A. reconhecerá essa variação patrimonial na sociedade investida,
aumentando o valor do seu investimento em R$ 3.000,00. A sua participação passará para
R$ 33.000,00 (30% de R$ 100.000,00, valor original; mais 30% de R$ 10.000,00, valor do
resultado gerado na sociedade investida). Perceba que o percentual de participação societária
não foi alterado, pois não houve mudança na estrutura do Capital Social da sociedade investida.

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Tentamos, com esse exemplo, de forma bem resumida, demonstrar o princípio deste método
de avaliação de investimentos. Entretanto, o método da equivalência patrimonial apresenta
algumas particularidades próprias e se configura, no todo, em operações mais complexas do
que a acima apresentada. Nos tópicos seguintes procuraremos explicar suficientemente os
aspectos específicos deste método de avaliação, de modo que você possa resolver quaisquer
questões de provas envolvendo o assunto.
A par dessa introdução simplória, podemos conceituar o método da equivalência patrimonial
como sendo aquele em que os investimentos da sociedade investidora são avaliados tendo
como referência o percentual de participação no capital social da sociedade investida aplicado
sobre o Patrimônio Líquido desta mesma sociedade investida, consignando, com isso, os
resultados e quaisquer variações patrimoniais na sociedade investida a partir do momento de
sua geração, independentemente de o resultado ser positivo ou negativo e de haver ou não
distribuição de dividendos ou lucros.

DEFINIÇÕES FUNDAMENTAIS

Para que possamos entender o processo de avaliação de investimentos pelo Método da


Equivalência Patrimonial – MEP, é necessário que algumas definições, como sociedade
controladora, sociedade coligada normal e por equiparação. sejam analisadas de forma
pormenorizada. Para tanto, nos socorremos dos enunciados da Lei nº 6.404/76.

CONTROLADA E CONTROLADORA

O conceito oficial dessas duas figuras jurídicas é encontrado no § 2º do art. 243 da lei societária,
que assim preceitua:
§ 2º Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou através de
outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente,
preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores..
Do comando legal se extrai que sociedade controladora é aquela que possui a titularidade de
mais da metade (ou mais de 50%) das quotas ou ações com direito a voto de outra sociedade,
que será controlada. O controle não necessita ser direto, podendo ser por intermédio de outra
controlada, isto é, admite-se o controle indireto.
Assim, por exemplo, se a sociedade Anchova S.A. participa com 51% do capital votante da
sociedade Baleia S.A. e, esta, por sua vez, participa da com 60% do Capital votante da sociedade
Cará S.A., então a sociedade Anchova S.A. é controladora da sociedade Baleia S.A. de forma
direta e da sociedade Cará S.A. de forma indireta, que são suas controladas.
Isto é assim porque, se a sociedade Anchova S.A. dita as regras que devem ser seguidas pela
sociedade Baleia S.A., ela, de forma indireta, estará ditando, também, a conduta da sociedade
Cará S.A., pois esta última é controlada da sociedade Baleia S.A., logo seguirá as diretrizes por
ela traçada. A sociedade Baleia S.A. traçará diretrizes para a sociedade Cará S.A. conforme
orientações de sua controladora, a sociedade Anchova S.A..

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Outro aspecto interessante é o que diz respeito à preponderância nas deliberações sociais. De
regra, tem-se preponderância quando se possui a maioria do Capital Votante. Entretanto, na
prática, em situações não raras, é possível que uma parcela do capital votante, menor que a
maioria, defina os rumos de uma sociedade. É o caso em que as ações da sociedade investida
estão pulverizadas no mercado de forma que, nas assembleias deliberativas, grande parte dos
acionistas minoritários e os detentores de ações preferenciais sem direito a voto ou mesmo
detentores de ações ordinárias com direito a voto, não participam das deliberações tomadas
pela maioria presente.
Por oportuno, cabe mencionar que a lei das Sociedades Anônimas, em seu art. 15, § 2º,
preceitua que as ações sem direito a voto não poderão exceder a 50% do total das ações de
uma companhia. Com isto, a lei admite a possibilidade de o Capital Votante estar representado
por apenas 50% do Capital Total.
Ora, ocorrendo essa hipótese, 25% do Capital Total mais uma ação pode representar a maioria
do Capital Votante, isto é, a detenção, de forma permanente, de 25,01% do Capital Total pode
representar a preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos
administradores, desde que a companhia tenha 50% do seu capital representado por ações sem
direito a voto e que o investidor ou investidora com participação de 25,01% possua somente
ações ordinárias, isto é, ações representativas do capital votante.

COLIGADA

O conceito legal de Sociedade Coligada nos é fornecido pelo § 1º, do art. 243 da lei das
sociedades anônimas que assim dispõe:
Art. 243. O relatório anual da administração deve relacionar os investimentos da companhia em
sociedades coligadas e controladas e mencionar as modificações ocorridas durante o exercício.
§ 1º São coligadas as sociedades nas quais a investidora tenha influência significativa.
(Redação dada pela Lei 11941/2009)
§ 2º Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou através de
outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente,
preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores.
§ 3º A companhia aberta divulgará as informações adicionais, sobre coligadas e controladas,
que forem exigidas pela Comissão de Valores Mobiliários.
§ 4º Considera-se que há influência significativa quando a investidora detém ou exerce o
poder de participar nas decisões das políticas financeira ou operacional da investida, sem
controlá-la. (Incluído pela Lei 11.941/2008)
§ 5º É presumida influência significativa quando a investidora for titular de vinte por cento ou
mais do capital votante da investida, sem controlá-la. (Incluído pela Lei 11.941/2008)
Desta forma, a única condição para que se considere uma sociedade coligada de outra é
que haja uma influencia significativa. Influencia Esta manifestada através da participação da
investidora nas decisões políticas financeiras e operacionais da investida e presumida através
da participação de 20% ou mais do capital votante.

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CONTROLE COMUM

A figura do “controle comum” está diretamente relacionada à essência econômica da entidade


contábil e, como tal, deve ser entendida. A dimensão econômica da entidade é delimitada como
o conjunto de entes, ainda que juridicamente distintos, que estejam em um mesmo grupo ou
que seu controle seja exercido por um mesmo ente ou conjunto de entes. Vejamos a questão
por meio de um exemplo:
1. a companhia XYZ controla as companhias A, B e C;
2. a companhia A é uma companhia aberta e participa com 10% do capital votante das
companhias B e C;
3. assim, a companhia A avaliará os investimentos em B e C pelo método da equivalência
patrimonial, já que todas estão sob o controle comum de XYZ.

TÉCNICA DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL

O valor do investimento avaliado pelo MEP se dará da seguinte forma:


•• Aplica-se a percentagem de participação no capital da investida sobre o patrimônio líquido
da investida.
•• Subtrai-se do resultado encontrado os lucros não realizados entre negócios com a
investidora ou com outras coligadas ou controladas da investidora, quando: o lucro estiver
incluído no resultado de uma coligada e controlada e correspondido por inclusão no custo
de aquisição de ativos de qualquer natureza no balanço patrimonial da investidora ou
o lucro estiver incluído no resultado de uma coligada e controlada e correspondido por
inclusão no custo de aquisição de ativos de qualquer natureza no balanço patrimonial de
outras coligadas e controladas.
Art. 248. No balanço patrimonial da companhia, os investimentos em coligadas ou em controladas
e em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum serão
avaliados pelo método da equivalência patrimonial, de acordo com as seguintes normas: (Redação
dada pela Lei 11941/2009)
I – o valor do patrimônio líquido da coligada ou da controlada será determinado com base
em balanço patrimonial ou balancete de verificação levantado, com observância das normas
desta Lei, na mesma data, ou até 60 (sessenta) dias, no máximo, antes da data do balanço da
companhia; no valor de patrimônio líquido não serão computados os resultados não realizados
decorrentes de negócios com a companhia, ou com outras sociedades coligadas à companhia,
ou por ela controladas;
II – o valor do investimento será determinado mediante a aplicação, sobre o valor de patrimônio
líquido referido no número anterior, da porcentagem de participação no capital da coligada ou
controlada;
III – a diferença entre o valor do investimento, de acordo com o número II, e o custo de aquisição
corrigido monetariamente; somente será registrada como resultado do exercício:

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a) se decorrer de lucro ou prejuízo apurado na coligada ou controlada;


b) se corresponder, comprovadamente, a ganhos ou perdas efetivos;
c) no caso de companhia aberta, com observância das normas expedidas pela Comissão de
Valores Mobiliários.

ELIMINAÇÃO DE RESULTADOS NÃO REALIZADOS

Lucros não realizados EM COLIGADAS.


Devem ser eliminados os lucros não realizados ascendentes e descendentes ou seja, resultante
de venda da coligada para a investidora OU da investidora para a coligada.

ELIMINA-SE APENAS O LUCRO REFERENTE A PARTICIPAÇÃO DA EMPRESA


INVESTIDORA

Exemplo: Supondo a seguinte situação em determinada companhia A, que possua um


investimento em sua COLIGADA companhia B. O valor contábil do investimento de A em B é de
R$ 150.000,00, antes do cálculo da equivalência patrimonial, o que representa 60% do Capital
Social de B. O Patrimônio Líquido de B é de R$ 300.000,00, porém estão computados em lucros
acumulados os lucros obtidos em vendas realizadas à A, cujos bens estão no patrimônio de A,
no valor de R$ 10.000,00.
Patrimônio Líquido da controlada B R$ 300.000,00
% de participação de A em B   60%
Lucros não realizados no PL de B R$ 10.000,00
Valor contábil do investimento de A em B R$ 150.000,00

Cálculo da equivalência patrimonial


Patrimônio Líquido de B R$ 300.000,00
% de participação   60%
Total do investimento de A em B R$ 180.000,00
(-) Lucros não realizados (60% 10.000) R$ (6.000,00)
Total do Investimento líquido de A em B R$ 174.000,00
Valor contábil do Investimento de A em B R$ 150.000,00
Resultado da Equivalência Patrimonial R$ 24.000,00

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Lucros não realizados EM CONTROLADAS:
Também devem ser eliminados os lucros não realizados ascendentes e descendentes ou seja,
resultante de venda da coligada para a investidora OU da investidora para a controlada;

ELIMINA-SE TODO O LUCRO NÃO REALIZADO

Supondo que o investimento do exemplo anterior fosse em controlada teríamos:


Supondo a seguinte situação em determinada companhia A, que possua um investimento em
sua CONTROLADA companhia B. O valor contábil do investimento de A em B é de R$ 150.000,00,
antes do cálculo da equivalência patrimonial, o que representa 60% do Capital Social de B. O
Patrimônio Líquido de B é de R$ 300.000,00, porém estão computados em lucros acumulados
os lucros obtidos em vendas realizadas à A, cujos bens estão no patrimônio de A, no valor de
R$ 10.000,00.
Patrimônio Líquido da controlada B R$ 300.000,00
% de participação de A em B   60%
Lucros não realizados no PL de B R$ 10.000,00
Valor contábil do investimento de A em B R$ 150.000,00

Cálculo da equivalência patrimonial


Patrimônio Líquido de B R$ 300.000,00
% de participação   60%
Total do investimento de A em B R$ 180.000,00
(-) Lucros não realizados R$ (10.000,00)
Total do Investimento líquido de A em B R$ 170.000,00
Valor contábil do Investimento de A em B R$ 150.000,00
Resultado da Equivalência Patrimonial R$ 20.000,00

CONTABILIZAÇÃO DOS FATOS QUE ALTERAM O VALOR DA PARTICIPAÇÃO

LUCROS NA INVESTIDA
Quando a Investida obtém lucros, seu Patrimônio Líquido aumenta e para ser mantida a mesma
participação na investidora, teremos que aumentar o valor do investimento na proporção da
participação do capital social da investida.
D- Investimentos
C- Receita com equivalência Patrimonial

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PREJUÍZOS NA INVESTIDA

Quando a Investida tem prejuízos, seu Patrimônio Líquido diminui e para ser mantida a mesma
participação na investidora, teremos que diminuir o valor do investimento na proporção da
participação do capital social da investida.
D- Despesa com Equivalência Patrimonial
C- Investimentos

DIVIDENDOS DECLARADOS PELA INVESTIDA

Quando A Investida Declara dividendos ela debita a conta lucros acumulados e credita a
conta dividendos a pagar, portanto diminui seu patrimônio líquido logo deve-se reconhecer
esse efeito na investidora diminuindo o valor do investimento para que seja mantida a mesma
proporção.
D- Dividendos a receber
C- Investimentos

AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES

Os ajustes de exercícios anteriores, na sociedade investida, serão registrados diretamente em


Lucros ou Prejuízos Acumulados. Com esse procedimento, os valores daí decorrentes não
transitam pelo resultado do exercício, porque, efetivamente, não se referem ao exercício findo
e sim a outros exercícios anteriores, porém aumentam o PL da sociedade investida. Por isso, a
sociedade investidora deve reconhecer esse ajuste pela equivalência patrimonial também em
contrapartida da conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, sem transitar pelo resultado.
Ajuste credor D- Investimento
C- PL/ajuste de exercícicios Anteriores
Ajuste devedor D- PL/ajuste de exercícicios Anteriores
C- Investimentos

AJUSTE DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL EFETUADO PELA INVESTIDA

O ajuste de Avaliação patrimonial decorrentes de ajustea valor justo dos investimentos


temporários na investida gera um aumento em seu PL, cujo valor não advém do resultado do
exercício. O registro contábil desse fato se apresenta do seguinte modo:
Débito: Investimento em coligada/controlada – Ativo
Crédito: Ajuste de avaliação patrimonial em bens de coligada/controlada – PL

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ÁGIO E DESÁGIO

O CPC 15 define ágio como a diferença positiva entre o valor pago pela aquisição de controle
da adquirida e o valor líquido, na data de aquisição, dos ativos identificáveis adquiridos e dos
passivos assumidos, com base em seu valor justo.
Aquisição de investimento em coligadas ou controladas com mais valia e goodwill.
O ágio na aquisição de investimentos em coligadas e controladas deve ser classificado em duas
parcelas:
1. MAIS VALIA dos ativos líquidos Diferença entre o valor de mercado (valor econômico) de
parte ou de todos os bens do ativo da coligada e controlada e o respectivo valor contábil;
Nessa hipótese, o valor do Patrimônio Líquido da sociedade investida não contempla
o valor de mercado dos bens, pois estes podem estar registrados com valores contábeis
menores ou maiores do que o de mercado, gerando, respectivamente o ágio ou o deságio
por ocasião da alienação da participação societária.
2. GOODWILL - Expectativa de resultado futuro (good Will); e. Os investimentos realizados
em sociedades que apresentam valores intrínsecos que não estão representados na
contabilidade, seja em consequência da clientela, da marca, do ponto.

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Questões

Julgue o item a seguir, no que se refere a 4. (CESPE – PF – 2014)


demonstrações contábeis.
No que concerne a aplicação do método da
1. (CESPE – FUNPRESP – 2016) equivalência patrimonial na avaliação de
investimentos realizados por companhias
Os investimentos avaliados pelo método de abertas, julgue o item seguinte.
equivalência patrimonial devem figurar no
ativo circulante do balanço patrimonial, em Os dividendos declarados pela investida em
razão da alta liquidez que possuem. favor da investidora provocam, na contabi-
lidade da investidora, um registro a débito
Ao final de um exercício financeiro, cabe ao de uma conta patrimonial que representa o
contabilista tomar uma série de providên- direito de receber os dividendos e a crédito
cias para demonstrar corretamente a situa- de uma conta de resultado que represen-
ção patrimonial da entidade com a qual tra- ta o reconhecimento da receita gerada na
balha. Acerca dessa matéria, julgue o item transação.
que se segue.
( ) Certo   ( ) Errado
( ) Certo   ( ) Errado

Com relação aos critérios de avaliação de


2. (CESPE – TRE-RJ – 2012) ativos e seus efeitos no patrimônio de uma
Os investimentos em coligadas sobre cuja companhia aberta, julgue o item a seguir.
administração determinada empresa tenha
influência significativa somente devem ser 5. (CESPE – TCE-RO – 2013)
obrigatoriamente avaliados pelo método da Um investimento que garanta à sociedade
equivalência patrimonial quando a empresa investidora uma influência significativa so-
controladora participar com pelo menos bre a sociedade investida deve ser avaliado
20% do capital votante da controlada. pelo método da equivalência patrimonial,
( ) Certo   ( ) Errado o qual exige que eventuais lucros gerados
pela investida sejam reconhecidos no patri-
mônio da investidora, independentemente
3. (CESPE – TC-DF – 2014) de ter havido a distribuição desses lucros
Com relação à contabilização dos itens sob a forma de dividendos.
patrimoniais e de resultado, bem como aos ( ) Certo   ( ) Errado
seus efeitos, julgue o item que se segue.
Os investimentos mantidos por uma entida-
de em suas coligadas ou controladas e em
outras entidades devem ser avaliados pelo
método da equivalência patrimonial, com
impactos no balanço patrimonial e na de-
monstração de resultado do exercício.
( ) Certo   ( ) Errado

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Com relação às demonstrações financeiras le período e que sejam referentes a uma
− levantamento, classificação e avaliação −, operação de venda de estoque para a con-
julgue o item seguinte. troladora, que detém 30% de participação
na empresa Delta. Nessa situação, a con-
Considere a seguinte situação. troladora deverá reconhecer o valor de R$
A sociedade controladora X adquiriu ações 180.000 como resultado da equivalência
da controlada Y, participação avaliada em patrimonial em 2013.
R$ 300.000,00, que corresponde a 10% do ( ) Certo   ( ) Errado
patrimônio líquido de X e a 60% do capital
de Y. Ao final do exercício, o patrimônio lí-
quido de Y passou para R$ 600.000,00. No item a seguir é apresentada uma situa-
ção hipotética acerca do processo contábil
6. (CESPE – TST – 2008) de reconhecimento, mensuração e eviden-
Nessa situação, o valor contábil da ciação, seguida de uma assertiva a ser jul-
participação não se alterou, permanecendo gada.
inalterada a proporção no capital de Y. A investidora Delta possui 40% de partici-
( ) Certo   ( ) Errado pação na investida Gama. Durante o exer-
cício 20X1, a empresa investidora Delta
adquiriu $ 500.000,00 de mercadorias da
Julgue o item, relativo a os impactos no pa- investida, com custo de $ 350.000,00. Ao
trimônio de uma companhia aberta. final de 20X1, a investidora Delta apurou a
venda de 25% das mercadorias adquiridas
7. (CESPE – TCE-RO – 2013) da investida, com custo de $ 125.000,00.
Nesse mesmo período, a investida Gama
O ágio pago na aquisição de participações apurou lucro no valor de $ 250.000,00.
acionárias avaliadas pelo método da equi-
valência patrimonial, com fundamento 9. (CESPE – BACEN – 2013)
econômico na diferença de valor dos ativos
líquidos da investida, deve ser baixado do Nessa situação, o lançamento contábil para
ativo da investidora proporcionalmente à o reconhecimento do resultado positivo
realização dos ativos que lhe deu origem, a de equivalência patrimonial deve ser o
débito da conta de resultado de equivalên- seguinte:
cia patrimonial. •• D participação em Gama
( ) Certo   ( ) Errado •• C resultado positivo de equivalência pa-
trimonial $ 55.000,00
Com relação à contabilização de investi- ( ) Certo   ( ) Errado
mentos em coligadas e controladas, julgue
o item a seguir, desconsiderando qualquer
efeito tributário. 10. (Cespe – TJ-AC – 2012)
Uma sociedade empresária mantém inves-
8. (CESPE – ANATEL – 2014) timentos em uma coligada avaliados pelo
Suponha que o lucro líquido da empresa método da equivalência patrimonial. A coli-
Delta, no final de 2013, tenha sido de R$ gada apurou lucro no final do período. Nes-
600.000. Suponha, ainda, que 10% desse sa situação, no mesmo período, a sociedade
lucro não tenham sido realizados naque- empresária investidora deverá fazer um lan-

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çamento a débito de investimentos em co-


ligadas (ativo não circulante) e a crédito de
equivalência patrimonial (resultado).
( ) Certo   ( ) Errado

11. (Cespe – 2011)


A legislação vigente determina que sejam
coligadas as sociedades nas quais a inves-
tidora tenha influência significativa, isto é,
quando a investidora detém ou exerce o po-
der de participar nas decisões das políticas
financeiras ou operacionais da investida,
sem, contudo, controlá-la. Essa influência
significativa também é presumida quando a
companhia investidora, nas mesmas condi-
ções anteriores, possuir 10% do capital vo-
tante da investida.
( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. E 2. E 3. E 4. E 5. C 6. E 7. C 8. C 9. E 10. C 11. E

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DEMONSTRAÇÕES CONSOLIDADAS

Objetivo
Demonstrações consolidadas são as demonstrações contábeis de grupo econômico , em que os
ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas, despesas e fluxos de caixa da
controladora e de suas controladas são apresentados como se fossem uma única entidade eco-
nômica.

Obrigatoriedades
De acordo com o art. 249 da Lei das Sociedades por Ações (nº 6.404, de 15.12.76), temos que:
As Companhias Abertas que tiverem mais de 30 por cento do valor de seu patrimônio líquido
representado por investimentos em sociedades controladas , deverão elaborar e divulgar, jun-
tamente com suas demonstrações financeiras, as demonstrações consolidadas.
Diz ainda no parágrafo único do referido artigo:
A CVM poderá expedir normas sobre as sociedades cujas demonstrações devam ser abrangidas
na consolidação, e:
•• Determinar a inclusão de sociedades que, embora não controladas, sejam financeiras ou
administrativamente dependentes da Companhia;
•• Autorizar, em casos especiais, a exclusão de uma ou mais sociedades controladas.

Principais ajustes de eliminações

1. Investimentos
Para efeito de consolidação e de acordo com as normas gerais, os investimentos nas subsidiá-
rias são eliminados contra a correspondente proporção no patrimônio líquido das subsidiárias.
De acordo com a Lei das Sociedades Anônimas, todos os investimentos relevantes devem ser
avaliados pelo método de equivalência patrimonial, portanto, por ocasião da consolidação te-
remos o valor dos investimentos registrados pela
controladora na mesma proporção de participação no patrimônio das controladas.
Ajuste no consolidado:
D: Patrimônio Líquido (controlada)
C: Investimentos (controladora)

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2. Saldos Intercompanhias
Todas as transações de débito e crédito existentes entre as companhias do grupo devem ser
eliminadas.
Por ocasião da preparação das demonstrações financeiras consolidadas, todos os saldos deve-
dores e credores entre controladora e controladas devem ser identificados e eliminados.
Ajuste no consolidado:
D: Contas a Pagar (empresas do grupo)
C: Contas a Receber (empresas do grupo)

3. Lucros nos estoques não realizados


Os lucros nos estoques não realizados são decorrentes das transações de compra e venda entre
a controladora e controladas.
No consolidado, o saldo dos estoques é obtido através da somatória dos saldos das contas de
estoque de cada Companhia consolidada, e representativa dedução da parcela de lucros não
realizados nos estoques, por não ter sido transacionado com terceiros.
Ajuste do consolidado:
D: Vendas
C: Custo de Vendas
C: Estoques

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Questões

Julgue o item seguinte, a respeito das prá- rem a resultados, ainda não realizados, de
ticas contábeis brasileiras e do balanço pa- negócios entre as sociedades.
trimonial.
( ) Certo   ( ) Errado
1. (CESPE – ABIN – 2010)
Em relação à consolidação das demonstra-
A consolidação do balanço patrimonial per- ções contábeis e demonstrações separa-
mite apresentar aos usuários as informa- das, julgue o item a seguir.
ções patrimoniais e financeiras de um gru-
po empresarial como se fosse de uma única 4. (CESPE – ANATEL – 2014)
entidade contábil.
O balanço patrimonial consolidado apre-
( ) Certo   ( ) Errado sentado por uma empresa controladora que
tenha, por exemplo, 70% de participação
acionária da empresa investida, deve apre-
A respeito da consolidação de demonstra- sentar, separadamente, as participações de
ções contábeis, julgue o item que se segue. não controladores, dentro do patrimônio lí-
quido.
2. (CESPE – CADE – 2014)
( ) Certo   ( ) Errado
Considere que a companhia X tenha adqui-
rido 100% da companhia Y. Nessa situação,
na elaboração da demonstração consolida- No que se refere à consolidação das de-
da, deverá ser efetuado um lançamento de monstrações contábeis, julgue o próximo
ajuste que retifica totalmente o patrimônio item.
líquido de Y. Além disso, o valor correspon-
dente ao investimento, registrado no balan- 5. (CESPE – ANTAQ – 2014)
ço da companhia X, não deverá ser objeto
de ajuste para efeitos de consolidação. No processo de consolidação das demons-
trações contábeis, devem ser mantidos to-
( ) Certo   ( ) Errado dos os saldos a receber e a pagar decorren-
tes de transações entre as empresas.
No que se refere à consolidação das de- ( ) Certo   ( ) Errado
monstrações contábeis, julgue o próximo
item.
No que se refere à consolidação das de-
3. (CESPE – MPU – 2013) monstrações contábeis, julgue o próximo
item.
Na consolidação das demonstrações contá-
beis, deverão ser excluídas as parcelas dos 6. (CESPE – ANTAQ – 2014)
resultados do exercício, dos lucros ou preju-
ízos acumulados e do custo de estoques ou A consolidação das demonstrações contá-
do ativo não circulante que corresponde- beis tem por finalidade apresentar infor-
mações contábil-financeiras de forma mais

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abrangente aos usuários da informação, •• aquisição de novas participações
transformando controladora e suas contro- acionárias na empresa PQR por
ladas em uma única empresa com persona- R$ 120.000,00.
lidade jurídica.
•• venda de estoques para a empresa ABC,
( ) Certo   ( ) Errado que já revendeu esses estoques para os
seus clientes. A empresa XYZ obteve um
lucro de R$ 10.000,00 nessa operação.
Acerca da consolidação das demonstra-
ções contábeis, julgue o item subsecutivo. •• venda de um imóvel para a empresa
ABC, que ainda mantém esse imóvel em
7. (CESPE – STJ – 2015) seu patrimônio. A empresa XYZ obteve
um lucro de R$ 25.000,00 na operação.
Os resultados decorrentes de transações
intragrupo que sejam reconhecidos no •• concessão de empréstimos para a em-
ativo, a exemplo da venda de estoques presa ABC, no valor de R$ 150.000,00.
e de itens do ativo imobilizado, somente Com base nas operações apresentadas, é
devem ser eliminados das demonstrações correto afirmar que
contábeis consolidadas quando tais ativos
forem negociados com terceiros. a) o lucro obtido com a venda de estoques
para a empresa ABC é considerado um
( ) Certo   ( ) Errado lucro não realizado e, portanto, deve
ser eliminado no processo de consoli-
dação.
Considerando o disposto nos pronuncia- b) a participação dos acionistas não con-
mentos técnicos do CPC, julgue o item a troladores, no percentual de 20%, será
seguir. apresentada no patrimônio líquido do
balanço patrimonial consolidado, sepa-
8. (CESPE – TJ-SE – 2014) radamente do patrimônio líquido dos
proprietários da controladora.
Tratando-se de demonstrações consolida-
c) o lucro de R$ 25.000,00 que a empre-
das, a empresa controladora deve apresen-
sa XYZ obteve na venda do imóvel para
tar as participações de não controladores
a empresa ABC será eliminado na de-
no ativo do balanço patrimonial consolida-
monstração de resultado consolidada,
do, separadamente do patrimônio líquido.
por meio de um débito na receita aufe-
( ) Certo   ( ) Errado rida pela empresa XYZ e um crédito na
despesa incorrida pela empresa ABC.
d) a aquisição de novas participações acio-
9. (CESPE – CEGER-ES – 2013) nárias na empresa PQR, no valor de R$
A empresa XYZ, companhia aberta que con- 120.000,00, será eliminada por ocasião
trola a empresa ABC com 80% de participa- do processo de consolidação a cargo da
ção acionária, é coligada da empresa PQR. empresa XYZ.
Em 2012, a empresa XYZ realizou as seguin- e) a concessão de empréstimos para a em-
tes operações: presa ABC, no valor de R$ 150.000,00,
não será eliminada por ocasião do pro-
•• aquisição de novas participações cesso de consolidação a cargo da em-
acionárias na empresa ABC por presa XYZ.
R$ 200.000,00.

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No item a seguir é apresentada uma situa- 12. (CESPE – TCE-ES – 2013)


ção hipotética, seguida de uma assertiva a
ser julgada. Uma empresa controladora vendeu para sua
controlada, por R$ 250.000,00, mercadorias
10. (CESPE – PF – 2013) que haviam custado R$ 185.000,00 e, no
mesmo exercício, a controlada vendeu parte
As companhias Ydra e Kithero investiram na dessas mercadorias por R$ 215.000,00,
companhia Xios, detendo, respectivamente, restando em seu estoque 2/5 do que havia
44,5% e 9% das ações ordinárias emitidas comprado da controladora.
por essa companhia. A companhia Ydra
não investiu na companhia Kithero, mas Para efeitos de consolidação dos balanços,
realizou com ela um acordo, segundo o assinale a opção que apresenta o registro
qual a Kithero sempre seguiria os votos contábil de eliminação dessa transação.
da Ydra nas decisões relativas à Xios. a) débito custo da merc. vendida 150.000,00
Nessa situação, é correto afirmar que as débito estoque 65.000,00
demonstrações financeiras da Xios deverão, crédito receita de vendas 215.000,00
obrigatoriamente, ser consolidadas pela b) débito receita de vendas 250.000,00
companhia Ydra. crédito custo da merc. vendida 224.000,00
crédito estoque 26.000,00
( ) Certo   ( ) Errado
c) débito receita de vendas 250.000,00
crédito custo da merc. vendida 215.000,00
crédito estoque 35.000,00
Julgue o item a seguir, relativo às regras es-
tabelecidas pela Comissão de Valores Mo- d) débito receita de vendas 250.000,00
biliários para a consolidação de demons- crédito custo da merc. vendida 185.000,00
trações contábeis. crédito estoque 65.000,00

e) débito estoque 65.000,00


11. (CESPE – TCE-RO – 2013) débito custo da merc. vendida 185.000,00
crédito receita de vendas 250.000,00
Considere a seguinte situação hipotética. A
controlada ABC vendeu para a controladora
XYZ, por R$ 160.000,00, mercadorias que
haviam sido adquiridas de terceiros por
R$ 140.000,00. Dias depois, a XYZ revendeu
essas mercadorias a seus clientes por
R$ 170.000,00. Nessa situação, o lucro de
R$ 20.000,00, obtido pela ABC na transação
com a XYZ, foi eliminado no processo de
consolidação das demonstrações contábeis
do grupo, tendo sido baixado de receitas de
vendas e de estoques de mercadorias.
( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. C 2. E 3. C 4. C 5. E 6. E 7. E 8. E 9. D 10. C 11. E 12. B

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CONTABILIDADE DE CUSTOS

Introdução
A Contabilidade de Custos surgiu com o advento do sistema produtivo, ou seja, com a
Revolução Industrial, na Inglaterra, no final do século XVIII. O surgimento da contabilidade de
custos aconteceu em decorrência do surgimento de empresas com sistema produtivo, que
necessitavam de informações contábeis diferentes daquelas desenvolvidas pelas empresas
comerciais da era mercantilista.
O sistema desenvolvido nessa época visava avaliar os custos de transformação de cada processo
e da mão-de-obra empregada, com o objetivo de fornecer referência para medir a eficiência do
processo de produção. Atualmente a sobrevivência das organizações depende cada vez mais
das práticas gerenciais de apuração, análise, controle e gerenciamento dos custos de produção
dos bens e serviços, principalmente no atual ambiente de extrema competição.
Importante notar que durante muito tempo se pensou que a Contabilidade de Custos se referia
apenas ao custeamento dos produtos e que servia somente às empresas industriais. Todavia,
atualmente, esse ramo da Contabilidade é constituído de técnicas que podem ser aplicadas a
muitas outras atividades, inclusive, e principalmente, aos serviços públicos e ainda às empresas
não-lucrativas.
A Contabilidade de Custos engloba técnicas de Contabilidade Geral e outras técnicas extras
contábeis para o registro, organização, análise e interpretação dos dados relacionados à
produção ou à prestação de serviços.

Conceito e objetivos da contabilidade de custos


Conjunto de registros especiais utilizados para identificar, mensurar e informar os custos dos
produtos/serviços.
Com base no domínio dessas técnicas, como usuários, suas tomadas de decisões gerenciais
serão sensivelmente facilitadas.
A idéia básica de custos, atualmente, é de que eles devem ser determinados, tendo em vista
o uso a que se destinam. A “diversidade de objetivos da Contabilidade de Custos torna difícil
estabelecer um só tipo de custo da produção, que se adapte a todas as necessidades. Cada
utilização de custo requer, de fato, diferentes tipos de custos”. Por isso, a Contabilidade de
Custos, quando acumula os custos e os organiza em informações relevantes, pretende atingir
três objetivos principais: a determinação do lucro, o controle das operações e a tomada de
decisões.

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FINALIDADE DA CONTABILIDADE DE CUSTOS

A Contabilidade de Custos ocupa-se da classificação, agrupamento, controle e atribuição dos


custos, sendo que os custos coletados servem a três finalidades principais:
a) Fornecer dados de custos para a medição dos lucros e avaliação dos estoques.
b) Fornecer informações aos dirigentes para o controle das operações e atividades da
empresa.
c) Fornecer informações para o planejamento da direção e a tomada de decisões.

CONCEITOS APLICADOS À CONTABILIDADE DE CUSTOS

GASTO
Sacrifício financeiro com que a entidade arca para obtenção de um produto ou serviço
qualquer.

INVESTIMENTOS
São os gastos que têm como contrapartida um ativo.

CUSTOS
São os gastos relativos a bens ou serviços utilizados na produção de outros bens ou serviços.

DESPESAS
Representam os bens ou serviços consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de
receitas. A diferenciação entre custos e despesas é importante para a contabilidade financeira,
pois os custos são incorporados aos produtos (estoques), ao passo que as despesas são levadas
diretamente ao resultado do exercício.

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Classificação em Relação aos Produtos Fabricados:

CUSTO DIRETO
São os custos apropriados diretamente a cada produto fabricado, sem a necessidade de rateios.
Estes custos podem ser identificados na composição do produto, e variam de acordo com a
quantidade produzida.
Exemplos = Matérias primas, embalagens e outros materiais diretos, mão de obra direta.

CUSTO INDIRETO
São gastos necessários à produção, mas nem sempre podem ser identificados e mensurados
em cada unidade do produto. Para se chegar ao custo de produção, é necessário fazer um rateio
desses custos para determinar o quanto cabe a cada produto.
Exemplos = Aluguel da fábrica, imposto predial da fábrica, seguro da fábrica, manutenção da
fábrica, depreciação, materiais indiretos, mão de obra indireta, energia elétrica da fábrica.

Classificação dos Custos em Relação aos Níveis de Produção

CUSTO FIXO
São os custos cujos valores gastos são os mesmos independentemente da quantidade
produzida, ou seja, não sofrem variações em razão do volume de produção.
Exemplos = Seguro da fábrica, aluguel da fábrica, o IPTU, salário da administração, manutenção
da fábrica, mão de obra indireta (chefia, supervisão).

CUSTO VARIÁVEL
São os custos cujos valores alteram de acordo com a quantidade produzida.
Exemplo = Matéria prima, embalagens, mão de obra direta, energia elétrica consumida na
fábrica, materiais indiretos.

CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS


Despesas Fixas – são gastos cuja variação não está vinculada ao volume de vendas da empresa .
Despesas Variáveis – são gastos cuja variação está vinculada ao volume de vendas da empresa.
Por exemplo: comissão sobre vendas.

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TRATAMENTO DOS CUSTOS E DAS DESPESAS

Componentes Básicos dos Custos


•• Material direto
•• Mão-de-obra direta
•• Custos indiretos de fabricação

Mão-de-obra direta
É composta por todo o trabalho aplicado diretamente na execução do produto, ou de suas
partes e componentes, seja esse especializado ou não.
Todo o salário devido ao operário que trabalha diretamente no produto, cujo tempo pode ser
identificado com a unidade que está sendo produzida.

Custos Indiretos de Fabricação (CIF)


Representa todos os demais custos industriais que não podem ser identificados com um
produto específico, devendo ser alocados ou distribuídos aos produtos na base de rateios.
Inclui:
•• Aluguel da fábrica
•• Materiais indiretos
•• Seguro
•• Impostos
•• Depreciação
•• Entre outros.

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Custo Direto: estão associados diretamente à produção. MD + MOD
Custo Primário: MP + MOD
Custo de Transformação: representam o esforço da empresa para transformar o material
adquirido do fornecedor.
MP + CIF

CUSTO DOS PRODUTOS EM ELABORAÇÃO (Conta do ATIVO-ESTOQUES)


Corresponde aos custos apropriados aos produtos que estão em fase intermediária de
produção.
CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS – É o valor correspondente aos gastos incorridos, como
Materiais Diretos (Matérias-Primas, Insumos e Embalagens), Mão-de-Obra, Custos Indiretos de
Fabricação (ou Gastos Gerais de Fabricação), aplicados na fabricação dos produtos que foram
vendidos.
Exemplo Prático:
Os dados da produção de uma empresa, em um determinado mês, são os seguintes:
Itens Valores em R$
Custos Indiretos do período 3.500.000
Estoque Final de Prod. Acabados 400.000
Estoque Final de Prod. em Elaboração 600.000
Estoque Inicial de Produtos Acabados 900.000
Estoque Inicial de Prod. em Elaboração 800.000
Matéria-Prima consumida no período 2.000.000
Outros Custos Diretos no período 2.500.000

O custo total da produção no mês é


a) R$ 7.000.000.
b) R$ 8.000.000.
c) R$ 8.200.000
d) R$ 8.300.000.
e) R$ 8.800.000.

O Custo da produção acabada é


a) R$ 8.000.000.
b) R$ 8.200.000.
c) R$ 8.300.000.
d) R$ 8.700.000.
e) R$ 8.800.000.

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O custo da produção vendida é


a) R$ 9.000.000.
b) R$ 8.800.000.
c) R$ 8.700.000.
d) R$ 8.500,000.
e) R$ 8.300.000.

O total de produtos acabados disponíveis para a venda é


a) R$ 8.700.000.
b) R$ 8.800.000.
c) R$ 9.000.000.
d) R$ 9.100.000.
e) R$ 9.400.000.

Indique se a informação está Certa ou Errada:


a – ( ) um gasto é uma contrapartida necessária à obtenção de um bem ou serviço.
b – ( ) um gasto pode ter como contrapartida um investimento, um custo ou uma despesa.
c – ( ) O investimento é um gasto que tem como contrapartida um ativo.
d – ( ) a despesa representa um investimento.
e – ( ) Custo é a aquisição de bens e serviços que se incorporam ao patrimônio.
f – ( ) na compra de matéria prima temos um investimento.
g– ( ) custo é o gasto necessário à produção de um bem.
h – ( ) Os gastos posteriores à produção, necessários para a venda e para a administração do
produto, também são custos.
i – ( ) a depreciação dos equipamentos industriais faz parte do custo do produto.
j – ( ) perda anormal é o sacrifício patrimonial involuntário.
k – ( ) quando da sua aquisição a matéria prima e tratada como custo.

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Questões

1. (CESPE – SEFAZ-ES – 2013) Acerca da terminologia e da classificação


utilizadas na contabilidade de custos, jul-
Assinale a opção em que se indicam, res- gue o item a seguir.
pectivamente, investimentos, custos, des-
pesas e perdas. 3. (CESPE – CGE-PI – 2015)
a) aquisição de máquinas para fábrica; Em uma empresa industrial, cuja política de
compra de matéria-prima, frete de ven- pagamentos estabelece que as compras se-
das, deterioração de produtos acaba- jam pagas com trinta dias contados a par-
dos por inundação tir da data da aquisição, a matéria-prima
b) aquisição de máquinas para fábrica, representa uma despesa, no momento em
energia elétrica consumida no parque que é adquirida pela empresa, e um custo,
industrial, frete de vendas, deterioração ao ser consumida no processo produtivo.
de produtos acabados por inundação
c) comissões sobre vendas, salário dos ( ) Certo   ( ) Errado
vendedores, aquisição de matéria-pri-
ma, seguro da fábrica
A respeito da terminologia aplicada à con-
d) aquisição de máquinas para fábrica,
tabilidade de custos e à distinção entre
compra de matéria-prima, mão de obra
custos e despesas, julgue o item.
direta, fogo em lote de produtos em
produção
4. (CESPE – CGE-PI – 2015)
e) compra de imóvel para instalação da fá-
brica, salário dos vendedores, aquisição Investimentos são os gastos essenciais à
de matéria-prima, seguro da fábrica produção, como aqueles realizados, por
exemplo, com o objetivo de adquirir novos
Com relação aos conceitos e aplicações produtos ou serviços.
atinentes a custos em geral, julgue o item ( ) Certo   ( ) Errado
subsequente.

2. (CESPE – ANTAQ – 2009) Tendo em vista que os custos podem ser


classificados quanto à forma de apropria-
A contabilidade está crescentemente foca- ção ou quanto à variabilidade, julgue o
da em sistemas de informação que permi- item a seguir.
tam melhor gerenciamento de custos, cons-
tituindo parte do domínio da contabilidade
gerencial. A contabilidade de custos, como 5. (CESPE – CGE-PI – 2015)
suporte para a tomada de decisões, é es- Quanto maior for o volume de produção,
sencial para: introduzir ou cortar determi- maior será o custo fixo por unidade produ-
nado produto, determinar preços, definir a zida.
melhor opção entre comprar ou produzir.
( ) Certo   ( ) Errado
( ) Certo   ( ) Errado

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Tendo em vista que os custos podem ser Em relação à terminologia aplicada à con-
classificados quanto à forma de apropria- tabilidade de custos, julgue o item a seguir.
ção ou quanto à variabilidade, julgue o
item a seguir. 10. (CESPE – TCE-PA – 2016)

6. (CESPE – CGE-PI – 2015) Os gastos para a obtenção de bens que se


destinem aos estoques da entidade são
Como os custos variáveis estão inversamen- considerados investimentos.
te relacionados com o volume de produ-
ção, quanto maior a quantidade produzida, ( ) Certo   ( ) Errado
menores serão os custos variáveis totais de
produção. Em relação à terminologia aplicada à con-
tabilidade de custos, julgue o item a seguir.
( ) Certo   ( ) Errado
11. (CESPE – TCE-PA – 2016)
Com relação a custo fixo, custo variável e
custo total, julgue o item que se segue. Na compra à vista de um computador para
ser utilizado no escritório de uma empre-
7. (CESPE – TCU – 2015) sa de auditoria, ocorrem um desembolso e
uma despesa, representados pela entrega
Calcula-se o custo fixo unitário dividindo-se imediata de recursos ao fornecedor.
o custo fixo total pela quantidade produzi-
da. Assim, com o aumento da quantidade ( ) Certo   ( ) Errado
produzida, diminui-se o custo fixo unitário.
Em relação à terminologia aplicada à con-
( ) Certo   ( ) Errado tabilidade de custos, julgue o item a seguir.

8. (CESPE – TCU – 2015) 12. (CESPE – TCE-PA – 2016)

Em tese, os custos diretos correspondem No fluxo de fabricação e venda de um pro-


aos gastos facilmente mensurados e dire- duto, a aquisição de matéria-prima é um
tamente aplicados à produção, como, por gasto que se transforma em custo no mo-
exemplo, os referentes a mão de obra direta mento de sua utilização no processo produ-
e consumo de materiais diretos. tivo, e em despesa, quando ocorre a venda
do produto fabricado.
( ) Certo   ( ) Errado
( ) Certo   ( ) Errado
Acerca da classificação de custos, julgue o
próximo item. Julgue o item que se segue, acerca da clas-
sificação de custos.
9. (CESPE – TCE-PA – 2016)
13. (CESPE – TCE-PA – 2016)
Na distinção entre custo e despesa, os ter-
mos custo dos produtos vendidos e custo À luz dos conceitos de custo e despesa, o
das mercadorias vendidas, como comumen- termo despesa indireta de fabricação não é
te aparecem nas demonstrações de resulta- correto, uma vez que é utilizado comumen-
dos, não são rigorosamente corretos, uma te para designar gastos que têm caracterís-
vez que constituem despesas. ticas de custos.

( ) Certo   ( ) Errado ( ) Certo   ( ) Errado

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Tendo em vista que os custos podem ser Com relação aos sistemas de custos, julgue
classificados quanto à forma de apropria- o item a seguir.
ção ou quanto à variabilidade, julgue o
item a seguir. 15. (CESPE – TCU – 2013)

14. (CESPE – TCU – 2015) Os custos do período são todos aqueles não
incluídos nos custos do produto. De acordo
Custos com aluguel de fábrica, mão de obra com o regime de competência, esses custos
indireta, manutenção da fábrica e material são considerados despesas na demonstra-
indireto devem respeitar um critério de ra- ção de resultado do período em que eles
teio e são facilmente apropriáveis ao custo ocorreram.
do produto; por isso, eles constituem gastos
indiretos. ( ) Certo   ( ) Errado

( ) Certo   ( ) Errado Com relação aos sistemas de custos, julgue


o item a seguir.

16. (CESPE – TCU – 2013)


Os custos são gastos essenciais à produção,
visto que os fatores produtivos são utiliza-
dos com o objetivo de adquirir novos pro-
dutos ou serviços.
( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. B 2. C 3. E 4. E 5. E 6. E 7. C 8. C 9. C 10. C 11. E 12. C 13. C 14. E 15. C 16. C

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MÉTODOS DE CUSTEIO

Apropriação de Custos aos Produtos


Os métodos de apropriação dos custos aos produtos, são também chamados de métodos de
custeio, dentre os quais destacamos e apresentamos na sequência os conceitos de custeio por
absorção, custeio variável

Custeio por Absorção


Custeio por Absorção é o método derivado da aplicação dos princípios de contabilidade
geralmente aceitos, nascido da situação histórica mencionada. Consiste na apropriação de
todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos
ao esforço de produção são distribuídos para todos os produtos ou serviços feitos.
O custeio por absorção é uma imposição do Regulamento do Imposto de Renda, que determina
que os produtos em fabricação e os produtos acabados serão avaliados pelo custo de produção.

A Auditoria Externa tem-no como básico. Apesar de não ser totalmente lógico e de muitas
vezes falhar como instrumento gerencial, é obrigatório para fins de avaliação de estoques (para
apuração do resultado e para o próprio balanço).

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Vantagens custeio por absorção


a) Aparentemente, sua filosofia básica alia-se aos preceitos contábeis geralmente aceitos,
principalmente aos fundamentos do regime de competência.
b) É aceito para fins de relatórios externos.
c) Alocação de todos os custos pode melhorar a utilização dos recursos escassos de uma
empresa reduzindo consumos excessivos.

Exemplo (1): Determinada indústria incorre em custos variáveis de R$ 200.000,00, custos fixos
de R$ 120.000,00 e despesas de R$ 40.000,00. Considerando que a sociedade vendeu metade
das unidades produzidas por R$ 250.000,00, apresentar o resultado do período de acordo com
o custeio por absorção.

Custeio Variável ou direto


É o sistema de custeio que considera como custo da produção somente os custos variáveis. Os
custos fixos pelo fato de existirem mesmo que não exista produção não são considerados como
custo de produção e sim alocados como despesas.
Neste sistema os custos dos produtos vendidos e os estoques finais de produtos em elaboração
e acabados só conterão custos variáveis
Exemplo (1): Determinada indústria incorre em custos variáveis de R$ 200.000,00, custos fixos
de R$ 120.000,00 e despesas de R$ 40.000,00. Considerando que a sociedade vendeu metade
das unidades produzidas por R$ 250.000,00, apresentar o resultado do período de acordo com
o custeio variável.

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Questões

17. Custeio por absorção atende aos princípios de um valor onde existem custos fixos apro-
fundamentais de contabilidade, por incluir priados.
todos os custos necessários para serem
confrontados com a receita, por ocasião da ( ) Certo   ( ) Errado
venda do produto.
( ) Certo   ( ) Errado 22. Quando se apropriam custos fixos aos pro-
dutos, o custo de determinado produto
pode variar em função não só de seu volu-
18. Em um período de inflação elevada, o custo me, mas também em função da quantidade
das mercadorias vendidas apurado segun- dos outros bens fabricados.
do o critério de avaliação de estoques PEPS
deve apresentar valor maior que aquele ( ) Certo   ( ) Errado
que seria apurado, caso se adotasse o crité-
rio UEPS. 23. No custeio variável ou custeio direto só são
( ) Certo   ( ) Errado alocados aos produtos os custos diretos,
ficando os fixos e os indiretos variáveis se-
parados e considerados como despesas do
19. O sistema de custeio por absorção é utiliza- exercício, indo diretamente para o Resulta-
do, principalmente, para atender necessi- do.
dades gerenciais; o custeio direto ou variá-
vel, para preparar o custo de estoques e de ( ) Certo   ( ) Errado
produtos vendidos das demonstrações con-
tábeis oficiais objeto de divulgação. Estão corretas somente as afirmações
( ) Certo   ( ) Errado
24. Se, em um determinado exercício social,
uma empresa industrial vender menos uni-
20. No custeio por absorção apropriam-se aos dades do que fabricou nesse período, o lu-
produtos elaborados todos os custos de cro obtido pelo método do custeio variável
produção, quer fixos, quer variáveis, quer será menor do que pelo método do custeio
diretos ou indiretos, e tão somente os cus- por absorção.
tos de produção. ( ) Certo   ( ) Errado
( ) Certo   ( ) Errado
25. No custeio por absorção, os custos fixos são
21. Os custos fixos tendem a ser muito mais um lançados diretamente em conta de resulta-
encargo para que a empresa possa ter con- do.
dições de produção do que sacrifício para a ( ) Certo   ( ) Errado
fabricação específica desta ou daquela uni-
dade. Assim sendo, não há, normalmente,
grande utilidade para fins gerenciais no uso

www.acasadoconcurseiro.com.br 33
26. A legislação do imposto de renda não per- No que se refere à gestão econômica, jul-
mite a utilização do método do custeio vari- gue o item a seguir.
ável para a determinação do custo dos pro-
dutos vendidos das pessoas jurídicas que 30. (CESPE – ANAC – 2009)
optarem pela tributação com base no lucro
real. No custeio variável, ou direto, a totalidade
dos custos, fixos e variáveis, é alocada aos
( ) Certo   ( ) Errado produtos.
( ) Certo   ( ) Errado
Com relação aos métodos de custeio, jul-
gue o item seguinte.
Em relação aos conceitos de custos e meto-
27. (CESPE – TCU – 2013) dologias de custeio, julgue o item a seguir.

No método de custeamento variável, os cus- 31. (CESPE – ANATEL – 2014)


tos variáveis diretos são alocados aos bens
ou serviços. Desse modo, apenas os custos O custeio variável incorpora ao produto
variáveis, mensurados objetivamente, são apenas os custos cujo montante varia com
considerados no valor do bem sem a utili- o volume de produção, ou seja, essencial-
zação de métodos de rateio, pois não sofre- mente matérias primas diretas e mão de
ram processos arbitrários ou subjetivos. obra direta.

( ) Certo   ( ) Errado ( ) Certo   ( ) Errado

Com relação à contabilidade de custos, im- Com relação aos custos, julgue o item.
portante ferramenta para a apuração de
resultados e para a gestão empresarial, jul- 32. (CESPE – ANATEL – 2014)
gue o item que se segue. Um custo cujo montante seja incrementado
quando cresce o volume de produção, mas
28. (CESPE – TCE-ES – 2012) seja constante para cada unidade produzi-
A metodologia de custeio variável, apesar da, é um custo variável.
de amplamente utilizada para fins geren- ( ) Certo   ( ) Errado
ciais, não pode ser utilizada no Brasil para
fins de publicação societária ou de apura-
ção fiscal.
( ) Certo   ( ) Errado

Em relação à classificação e à terminologia


de custos, julgue o item a seguir.

29. (CESPE – ANAC – 2012)


O custo variável é uniforme por unidade,
mas varia em relação ao total, na proporção
direta das variações da atividade ou do vo-
lume de produção relacionado.
( ) Certo   ( ) Errado

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custos variáveis unitários R$ teio por absorção e o apurado pelo método


do custeio variável é inferior a R$ 70 mil.
matéria-prima direta 15
( ) Certo   ( ) Errado
mão de obra direta 7
custos indiretos variáveis de produção 8
Com relação a custo fixo, custo variável e
despesas variáveis sobre vendas 2 custo total, julgue o item que se segue.
custos fixos no período R$
36. (CESPE – TCU – 2015)
300
custos indiretos fixos de produção O custo total unitário pode ser calculado de
mil
duas maneiras distintas: somando-se o cus-
despesas administrativas e de vendas 500
to fixo unitário com o custo variável unitá-
fixas mil
rio ou dividindo-se o custo total — que é a
soma dos custos fixos e dos custos variáveis
Determinada empresa incorreu nos custos — pela quantidade produzida.
e nas despesas mostrados acima, em um
período em que foram produzidas 25 mil ( ) Certo   ( ) Errado
unidades de seu único produto e vendidas
20 mil unidades desse produto, não haven- Julgue o seguinte item, acerca dos méto-
do quaisquer espécies de estoques iniciais dos de custeio.
nem de estoques finais de produtos em
processamento. 37. (CESPE – STJ – 2015)
Com base nessa situação hipotética e con- No custeio variável, os custos fixos são se-
siderando que os dados acima descritos se- parados e considerados como despesas do
jam os únicos dados relevantes, julgue os período, portanto não são alocados aos pro-
próximos itens. dutos. Esse procedimento evita que eventu-
ais arbitrariedades, provocadas pelo rateio
33. (CESPE – FUB – 2015) dos custos fixos, venham a afetar o cálculo
do custo dos produtos.
O estoque final de produtos acabados, apu-
rado pelo método do custeio variável, apre- ( ) Certo   ( ) Errado
senta valor superior a R$ 200 mil.
( ) Certo   ( ) Errado Caso o presidente do TCE/RN determine
que seja calculado o custo da Ouvidoria do
órgão,
34. (CESPE – FUB – 2015)
38. (CESPE – TCE-RN – 2014)
O custo variável total cresce com o aumento
da produção do bem, estando, portanto, re- os vencimentos dos servidores administrati-
lacionado com a quantidade produzida. vos do referido centro de custos serão con-
siderados custos indiretos, uma vez que es-
( ) Certo   ( ) Errado ses servidores realizam diversas atividades
no âmbito da Ouvidoria.
35. (CESPE – FUB – 2015) ( ) Certo   ( ) Errado
A diferença entre o lucro operacional líqui-
do do período apurado pelo método do cus-

www.acasadoconcurseiro.com.br 35
Em relação aos métodos de custeio por ab- 42. (CESPE – SEFAZ-ES – 2013)
sorção e variável ou direto, julgue o seguin-
te item. Considere que uma indústria tenha apre-
sentado os seguintes saldos de contas em
39. (CESPE – TCE-RN – 2014) 31/12/xxx1:

O método de custeio variável ou direto é, aquisição de matéria-prima R$ 100.000,00


em alguns casos, incompatível com os prin-
cípios de contabilidade. Todavia, ele pode aluguel do galpão da fábrica R$ 30.000,00
ser utilizado pela companhia no decorrer do mão de obra direta R$ 50.000,00
exercício, desde que, ao final, sejam realiza-
matéria-prima consumida R$ 90.000,00
dos lançamentos de ajuste para adequá-lo
ao custeio por absorção. custos gerais fabris R$ 40.000,00

( ) Certo   ( ) Errado despesas administrativas R$ 70.000,00


despesas com comissões R$ 20.000,00
A empresa X incorreu nos seguintes custos
(em reais) em determinado período. Considere, ainda, que, no mês de janeiro/
xxx1, tenham sido fabricadas 1.000 unida-
des e vendidas 750 unidades por R$ 500,00
custos fixos 1.500
cada uma e que não tenha havido saldo de
custos variáveis diretos 800 estoques iniciais e finais de produtos em
custos variáveis indiretos 200 elaboração. Tendo como referência essa si-
tuação hipotética, assinale a opção em que
se indicam, respectivamente, o saldo de es-
As vendas líquidas da referida empresa,
toques de produtos acabados e o custo dos
nesse período, totalizaram R$ 3.000.
produtos vendidos.
Nessa situação hipotética,
a) R$ 62.500,00; R$ 147.500,00
b) R$ 75.000,00; R$ 225.000,00
40. (CESPE – TCE-RN – 2014)
c) R$ 100.000,00; R$ 300.000,00
sob o custeio variável, o custo dos produtos d) R$ 48.500,00; R$ 161.500,00
vendidos pela empresa X seria igual a R$ e) R$ 52.500,00; R$ 157.500,00
1.000.
43. (CESPE – MJ – 2013)
( ) Certo   ( ) Errado
A respeito da utilização de sistemas de cus-
tos para fins de avaliação de estoques, jul-
Com relação aos diversos aspectos do con-
gue o item seguinte.
trole de custos, julgue o item a seguir.
Em uma empresa industrial, os custos de
41. (CESPE – TRE-RJ – 2012) produção de determinado período são com-
postos por custos de conversão e custos de
Se determinada entidade faz o levantamen-
matéria-prima direta.
to de seus custos apenas pelo método de
custeio por absorção, o valor corresponden- Uma fábrica que adota o custeio por absor-
te aos custos fixos da entidade está embuti- ção aplicou R$ 35.000,00 de matéria-pri-
do em cada unidade de seus produtos. ma, R$ 15.000,00 de mão de obra direta e
R$ 55.000,00 de custos indiretos de fabri-
( ) Certo   ( ) Errado
cação em sua produção do mês de setem-

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bro de 2012. O saldo inicial dos estoques de Com relação à contabilidade de custos e
produtos em elaboração do referido mês à utilização de custos para fins gerenciais,
foi de R$ 8.000,00 e a fábrica não possuía julgue o item que se segue.
estoque de produtos acabados no início do
mês. Considerando que a fábrica vende seu 46. (CESPE – TRT – 2013)
único produto por R$ 20,00 a unidade e que
foi vendida a produção total de 6.000 uni- De acordo com o método do custeio por
dades, julgue o item que se segue. absorção, dá-se o nome de rateio ao proce-
dimento adotado para alocação dos custos
( ) Certo   ( ) Errado que são fixos por unidade produzida.
( ) Certo   ( ) Errado
44. (CESPE – ANAC – 2012)
O custo de produção do período foi igual a Acerca dos custos para tomada de decisões
R$ 70.000,00. e dos sistemas de custo e informações ge-
renciais, julgue o item subsectivo.
( ) Certo   ( ) Errado
47. (CESPE – ANTT – 2013)
45. (CESPE – FINEP – 2009)
O custo da produção de uma mercadoria
pelo sistema de custeio por absorção con-
conta saldo (em R$) templa os custos diretos de produção, mas
depreciação acumulada 12.000 não os indiretos.
disponível 12.700 ( ) Certo   ( ) Errado
capital social 19.800 A respeito do uso de custos para fins de
fornecedores 21.300 avaliação de estoques e gestão, julgue o
item subsecutivo.
custos fixos 24.000
matéria-prima no período 36.000 48. (CESPE – ANTT – 2013)
mão de obra direta 42.000 Apesar de o custeio por absorção, que con-
receita de vendas 96.000 sidera o conjunto de custos de produção
diretos e indiretos na apuração do valor
A tabela acima apresenta as informações unitário do produto, ser aceito para fins
contábeis de uma indústria que produziu e societários e fiscais, não é o mais indicado
vendeu 12.000 unidades de seu produto no para fins gerenciais, dada a relativa arbitra-
período. riedade existente na determinação do custo
geral de produção por unidade.
Se a indústria adotar o custeio por absor-
ção, produzir 12.000 unidades e vender ( ) Certo   ( ) Errado
9.000 unidades por R$ 12,50 cada, então o
valor, em reais, do resultado bruto auferido 49. (CESPE – CGE-PI – 2015)
será igual a
No que se refere a métodos de custeio, jul-
a) 21.900. gue o item subsequente.
b) 22.000.
c) 23.600. De acordo com o método de custeio por ab-
d) 28.500. sorção, os custos fixos, embora não sejam
e) 36.000. ativados, são considerados no resultado

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à medida que os produtos fabricados são R$
vendidos.
comissão dos vendedores 20.000
( ) Certo   ( ) Errado
compra de matéria-prima* 50.000
mão de obra direta 80.000
outros custos de fabricação 30.000
custos variáveis unitários R$
salário da administração geral 25.000
matéria-prima direta 15
salário da supervisão da fábrica 20.000
mão de obra direta 7
*líquido de tributos recuperáveis
custos indiretos variáveis de produção 8
despesas variáveis sobre vendas 2 Os saldos das contas do estoque, em junho
custos fixos no período R$ de 2015, eram os seguintes:
300
custos indiretos fixos de produção R$
mil
despesas administrativas e de vendas 500 estoque final de matéria-prima 15.000
fixas mil estoque final de produtos em
25.000
elaboração
Determinada empresa incorreu nos custos
estoque inicial de matéria-prima 10.000
e nas despesas mostrados acima, em um
período em que foram produzidas 25 mil estoque inicial de produtos
20.000
unidades de seu único produto e vendidas acabados
20 mil unidades desse produto, não haven- estoque inicial de produtos em
do quaisquer espécies de estoques iniciais 30.000
elaboração
nem de estoques finais de produtos em
processamento. Considerando esses dados e admitindo
Com base nessa situação hipotética e con- que essa indústria utilize o método de cus-
siderando que os dados acima descritos teio por absorção, julgue o seguinte item.
sejam os únicos dados relevantes, julgue o
próximo item. 52. (CESPE – FUB – 2015)
Se, no mês de junho, a indústria vendeu
50. (CESPE – FUB – 2015) todos os produtos acabados nos meses an-
O custo unitário dos produtos vendidos, teriores e 45do que foi produzido no mês,
pelo método do custeio por absorção, é então o custo dos produtos vendidos foi
igual a R$ 45. menor do que os custos de produção no
mês de junho.
( ) Certo   ( ) Errado

53. (CESPE – FUB – 2015)


51. (CESPE – FUB – 2015)
No mês de junho, o custo da matéria-prima
Uma indústria produz apenas um produto e consumida foi igual a 15 do custo dos pro-
realizou os seguintes gastos durante o mês dutos elaborados.
de junho de 2015:
( ) Certo   ( ) Errado
( ) Certo   ( ) Errado

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54. (CESPE – FUB – 2015) 56. (CESPE – PC-PE – 2016)


O custo dos produtos acabados no mês de Em abril de 2016, uma empresa realizou os
junho foi igual a R$ 205.000. seguintes gastos para a produção de seu
principal produto:
( ) Certo   ( ) Errado
•• matéria-prima: R$ 25 por unidade;
Com relação aos métodos de custeio vari- •• embalagens: R$ 5 por unidade;
ável e por absorção, julgue o item que se
segue. •• mão de obra direta: R$ 40 por unidade;
•• custos indiretos
55. (CESPE – TCE-SC – 2016) fixos totais de abril R$ 90.000;
de 2016:
No custeio por absorção, considerada a
•• custos indiretos
existência de custos fixos e respeitada a ca-
variáveis totais de R$ 10.000.
pacidade de produção da empresa, quanto
abril de 2016:
maior for o volume de produção, menor
será o custo unitário do produto.
Considerando a inexistência de estoques de
( ) Certo   ( ) Errado períodos anteriores e que a empresa produ-
ziu, em abril de 2016, 5.000 unidades total-
mente acabadas do referido produto, os va-
lores do custo unitário de produção de abril
de 2016 calculados de acordo com o méto-
do do custeio por absorção e com o método
do custeio variável são, respectivamente:
a) R$ 88 e R$ 32.
b) R$ 90 e R$ 32.
c) R$ 90 e R$ 72.
d) R$ 20 e R$ 70.
e) R$ 72 e R$ 90.

Gabarito: 17. C 18. E 19. B 20. C 21. C 22. C 23. E 24. C 25. E 26. C 27. C 28. C 29. C 30. E 31. C 32. C 
33. E 34. C 35. C 36. C 37. C 38. E 39. C 40. C 41. C 42. E 43. X 44. E 45. E 46. E 47. E 48. C 49. E 
50. E 51. X 52. C 53. E 54. E 55. C 56. C

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RELAÇÃO CUSTO/VOLUME/LUCRO

CONCEITO DE MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO


Entende-se por margem de contribuição a diferença entre o preço de venda e a soma das
despesas e custos variáveis de um produto ou serviço.
A margem de contribuição é, em outras palavras, a “sobra financeira” de cada produto ou
divisão de uma empresa para a recuperação – ou amortização – das despesas e dos custos fixos
de uma entidade e para a obtenção do lucro esperado pelos empresários.
Outras denominações: Contribuição para o lucro; Contribuição para o custos fixo; Saldo
Marginal; Receita Marginal; Lucro Marginal, etc.
MARGEM DE CONTIBUIÇÃO UNITÁRIA – Corresponde à Receita de Venda Unitária (RVU) ou
Preço de Venda Unitário (PVU), diminuída do Custos Variáveis Unitários (CVU) e das Despesas
Variáveis Unitárias (DVU).
MCU = PVU – (CVU + DVU)
A Margem de Contribuição Unitária é um índice importante para fundamentar decisões
relativas ao aumento da produção de determinado produto dentro da capacidade produtiva da
empresa.
PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL (PEC) – É o ponto que revela a quantidade de unidades
produzidas e vendidas em que a receita de vendas é igual ao custo total do produto, incluindo
as despesas, ou seja, em que não há lucro ou prejuízo.
PEC (Qt) = (Custo Fixo + Despesas Fixas)/MCU =
PEC (em reais) = PEC (Quantidade) x PVU

Exemplo 1: Calcular o ponto de equilíbrio contábil e em valor de uma empresa que apresenta
os seguintes dados (em reais):
Custos Variáveis Unitários (CVU) 50,00
Despesas Variáveis Unitárias 40,00
Custos Fixos 30.000,00
Despesas Fixas 10.000,00
Preço de Venda Unitário 100,00
O ponto de equilíbrio contábil em unidades dessa empresa é:

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Representação Gráfica do ponto de equilíbrio

Exemplo 2:
Custos Fixos [CF] = R$ 160.000,00;
Despesas Fixas (DF) = R$ 40.000,00;
Receita de Venda Unitária (RVU) ou Preço de Venda Unitário (PVU) = R$ 40,00;
Custos Variáveis Unitários (CVU) = R$ 14,00;
Despesas Variáveis Unitárias (DVU) = R$ 6,00.
Capital Investido no projeto industrial = R$ 1.200.000,00;
Depreciação das máquinas e equipamentos = R$ 60.000,00.
Calcular:

1. Margem de contribuição unitária;

2. Ponto de Equilíbrio em unidades;

3. Ponto de Equilíbrio em Valor;

4. Resultado com a produção e venda de 11.000 unidades;

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5. Resultado com a produção e venda de 9.000 unidades.

CUSTO DE OPORTUNIDADE – É o rendimento que a sociedade teria caso optasse por outro tipo
de investimento, normalmente, no mercado financeiro.
Exemplo (5): A sociedade industrial Alfa tem por objetivo investir em determinado projeto
industrial no valor de R$ 600.000,00. Pretende com o projeto efetuar a produção e venda de
18.000 unidades.

Considerando que com o mesmo investimento obteria no período considerado uma


rentabilidade no mercado financeiro equivalente a 8% do valor investido, calcular o custo de
oportunidade.

PE econômico
O ponto de equilíbrio econômico, por sua vez, mostra a quantidade mínima que a empresa
terá que vender para assegurar a rentabilidade real dada pela taxa de mínima remuneração do
capital investido.
Q (e) = Custos Fixos + Desp. Fixas + Retorno mínimo s/ PL
Preço de Venda – Custos e despesas variáveis

PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO


Representa o Ponto de Equilíbrio Contábil, sem ser computado nos Custos Fixos os valores que
não serão desembolsados no período, no caso, a Depreciação.

PE financeiro
Q (f) = Custos Fixos + Desp. Fixas – Deprec.
MCu
MARGEM DE SEGURANÇA – Percentual máximo da produção vendida que pode ser reduzido
sem que a sociedade tenha prejuízo.
Exemplo: Considerando que determinada indústria tem o ponto de equilíbrio com 80.000
unidades e que a produção atual é de 100.000 unidades, calcular a Margem de Segurança.
Exemplo: Determinada indústria automobilística produz veículos nas seguintes condições:
Custos e Despesas Variáveis por Unidade: R$ 20.000,00
Custos e Despesas Fixos: R$ 1.000.000,00
Preço de Venda Unitário: R$ 45.000,00

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Determinar:

1. O Ponto de Equilíbrio(em quantidade e valor);

2. Considerando a venda de 50 unidades indicar o Lucro e a Margem de Segurança;

LIMITAÇÃO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO


Quando surgir algum fator que limite a capacidade de produção da empresa, devemos procurar
utilizar esse recurso da melhor forma possível, para que a empresa tenha o melhor resultado.
E para que isso aconteça, precisamos utilizar o conceito de margem de contribuição de uma
forma diferente do que vimos na aula anterior.
Exemplo 2
Suponha que uma indústria automobilística produza dois tipos de veículos, um popular e um
executivo, com a seguinte estrutura de custos:

Preço de Custos e Despesas Margem de Contribuição


venda Variáveis por unidade
Modelo Executivo R$ 80.000,00 R$ 66.000,00 R$ 14.000,00
Modelo Popular R$ 40.000,00 R$ 32.000,00 R$ 8.000,00

O modelo executivo vem equipado com airbag duplo e tem um mercado estimado em 1.000
unidades e o modelo popular vem com airbag somente para o motorista e tem um mercado
estimado em 3.000 unidades. Em determinado mês, a empresa só conseguiu importar 4.000
airbags, quanto deverá produzir para maximizar seu lucro?

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Questões

Tendo em vista que a análise de custos é com cada ingresso adicional vendido para o
um dos principais fatores para a tomada de evento, respeitado o limite de 800 pessoas.
decisões em uma empresa, julgue o item
que se segue. a) 450 convites; 150 convites e R$ 20,00
b) 500 convites; 100 convites e R$ 20,00
57. (CESPE – ANAC – 2012) c) 450 convites; 150 convites e R$ 18,00
d) 550 convites; 50 convites e R$ 40,00
Para se obter a margem de contribuição, os e) 500 convites; 100 convites e R$ 18,00
custos fixos e variáveis devem ser subtraí-
dos das vendas.
( ) Certo   ( ) Errado conta saldo (em R$)
depreciação acumulada 12.000
58. (CESPE – SEGER – 2008) disponível 12.700
A comissão de formatura da 7ª turma do capital social 19.800
curso de ciências contábeis da faculdade
fornecedores 21.300
ABC pretende organizar um almoço para ar-
recadar fundos para sua festa de formatura. custos fixos 24.000
A previsão dos custos do evento é listada a matéria-prima do período 36.000
seguir.
mão de obra direta 42.000

em reais receita de vendas 96.000

almoço (por pessoa) 20,00


59. (CESPE – FINEP – 2009)
convites (por pessoa) 2,00
A tabela acima apresenta as informações
aluguel do local de realização contábeis de uma indústria que produziu e
2.000,00
do almoço
vendeu 12.000 unidades de seu produto no
gastos com divulgação do período.
1.500,00
evento
O valor, em reais, da margem de contribui-
animador do evento 500,00 ção unitária é igual a
brindes para sorteio 5.000,00
a) 0,75.
b) 1,50.
Desconsiderando os efeitos tributários e c) 6,50.
sabendo que a comissão de formatura pre- d) 8,00.
tende cobrar R$ 40,00 por convite, assinale e) 11,00.
a opção que apresenta, respectivamente, o
ponto de equilíbrio contábil do evento, em
quantidade; a margem de segurança, em Considere que uma empresa tenha obtido
quantidade, considerando que 600 convi- receita de vendas de R$ 200 mil ao vender
tes já foram vendidos; e o lucro que se terá 10 mil unidades de seu único produto, ob-
tendo lucro operacional líquido de R$ 40

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mil, antes de dedução do IR. Considere, A tabela anterior contém informações, em
ainda, que a empresa possua custos e des- reais, referentes a uma empresa que fabri-
pesas fixas de R$ 80 mil. Com base nessas ca alto-falantes. Com base nessas informa-
informações, julgue o próximo item. ções, e considerando que a empresa pro-
duza e venda, atualmente, 800 unidades
60. (CESPE – TRT-17 – 2013) do produto por mês, julgue o item a seguir.
O índice da margem de contribuição dessa 63. (CESPE – MPU – 2013)
empresa é igual a 20%
A margem de segurança da empresa, em
( ) Certo   ( ) Errado quantidades produzidas, é igual a 400 uni-
dades.
A respeito do uso de custos para fins de
avaliação de estoques e gestão, julgue o ( ) Certo   ( ) Errado
item subsecutivo.
Acerca da margem de contribuição, ferra-
61. (CESPE – ANTT – 2013) menta utilizada pelas empresas para o pla-
nejamento e a tomada de decisão, julgue o
Uma empresa com margem de contribui- item a seguir.
ção de 40% e custos e despesas fixas de $
125.000 terá que vender mais de $ 400.000 64. (CESPE – ANTAQ – 2014)
para obter um lucro líquido operacional de
$ 50.000. A margem de contribuição unitária indica
o valor com que cada unidade de produto
( ) Certo   ( ) Errado deve colaborar para cobrir as despesas fixas
e variáveis no período.
Determinada indústria fabricou e vendeu
10.000 unidades de seu único produto no ( ) Certo   ( ) Errado
último mês. Seus custos variáveis unitários
foram de R$ 20,00 e os fixos totais soma- No que se refere aos métodos de custeio,
ram R$ 132.000,00. Seu preço de venda é julgue o item.
de R$ 35,00 por unidade.
65. (CESPE – TCU – 2015)
Com base nessa situação hipotética, julgue
o item subsequente. O método de custeamento variável, pelo
qual todos os custos variáveis são alocados
62. (CESPE – ANS – 2013) aos bens ou serviços, sejam eles diretos ou
indiretos, apresenta a vantagem de possibi-
O índice da margem de contribuição da em- litar que se encontre a margem de contri-
presa é superior a 50%. buição unitária de cada produto, podendo,
( ) Certo   ( ) Errado pois, servir como instrumento de decisão
de curto prazo.
( ) Certo   ( ) Errado
preço de venda (por unidade) 200
custos e despesas variáveis (por
100
unidade)
custos e despesas fixos (totais) 40.000

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receita de vendas R$ 500.000,00 Com relação aos métodos de custeio vari-


ável e por absorção, julgue o item que se
índice da margem de segue.
20%
contribuição
lucro operacional líquido R$ 7.000 67. (CESPE – TCE-ES – 2016)
A margem de contribuição unitária de um
Considerando as informações acima, rela- produto é afetada pelo reajuste do valor dos
tivas à empresa industrial hipotética Next, custos fixos no período de sua produção.
julgue o item subsecutivo.
( ) Certo   ( ) Errado
66. (CESPE – FUB – 2013)
Os custos e despesas variáveis da empresa
Next superam R$ 300.000,00.
( ) Certo   ( ) Errado

68. (CESPE – PE – 2016)


A tabela a seguir apresenta algumas informações de determinada empresa, relativas ao mês de
abril de 2016.

Considerando-se essas informações e o fato de que a empresa receba uma demanda extra de
um cliente e constate que não tem capacidade suficiente para fornecer tal volume em função
de limitação na disponibilidade de horas-máquinas, o primeiro produto cujo volume de produ-
ção deve ser reduzido em prol da obtenção do melhor resultado para a empresa é o modelo
a) III.
b) IV.
c) V.
d) I.
e) II.

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69. (CESPE – TCE-PR – 2016) 71. (CESPE – SEFAZ-AC – 2006)
A margem de contribuição unitária de de- No estudo do ponto de equilíbrio, é relevan-
terminado produto é 80, o custo direto va- te analisar a margem de segurança.
riável é 20 por unidade, o custo indireto va-
riável é 5 por unidade e o custo indireto fixo Considerando que uma indústria tenha uma
por unidade é 8. Considerando os dados capacidade instalada para a produção de
apresentados e os conceitos inerentes aos 2.500 unidades de determinado produto,
sistemas de custeio direto e por absorção, que o ponto de equilíbrio corresponda a
assinale a opção correta. 2.000 unidades e que a margem de contri-
buição unitária seja de R$ 100,00, assinale a
a) A margem de contribuição deve cobrir opção correta.
os custos fixos e variáveis.
b) A margem de contribuição é conceito a) A margem de segurança da empresa é
utilizado, também, no âmbito do cus- de 25% de sua capacidade de produção.
teio por absorção. b) A empresa apresenta uma margem de
c) A margem de contribuição apresentada segurança de R$ 25,00 por unidade.
decorre de um preço de venda de R$ c) A margem de segurança, em termos re-
100. lativos, é de 20%.
d) A margem de contribuição apresentada d) A empresa pode ter um lucro total de
decorre de um preço de venda de R$ R$ 250.000,00 se utilizar toda a sua ca-
105. pacidade instalada.
e) A margem de contribuição apresentada
decorre de um preço de venda de R$ A respeito de custos, julgue o item a seguir.
113.
72. (CESPE – PF – 2002)
70. (CESPE – SEFAZ-AC – 2006)
Conceitualmente, o ponto de equilíbrio de
Para determinar a quantidade a ser produzi- determinado produto é atingido quando a
da no ponto de equilíbrio, considere a hipó- margem de contribuição total dele atinge os
tese de um bem cujo preço unitário de ven- custos fixos.
da é R$ 60,00 e o custo unitário variável, R$
20,00, sendo o custo fixo de R$ 120.000,00. ( ) Certo   ( ) Errado
Considere também que o lucro desejado
seja de R$ 20.000,00.
Com referência a essa situação hipotética, componente/conta valor (R$)
assinale a opção correta. receita bruta de vendas 22.000
a) A margem de contribuição unitária é de custos e despesas fixas 8.000
R$ 120.000,00. materiais direitos 3.000
b) Para não haver lucro nem prejuízo, de-
verão ser produzidas e vendidas 2.000 mão-de-obra direta 2.500
unidades. impostos sobre vendas 2.200
c) A receita total no ponto de equilíbrio é
comissão variável de
de R$ 210.000,00. 800
vendedores
d) Para que seja alcançado o lucro deseja-
do, deverão ser produzidas e vendidas
3.500 unidades. A tabela acima apresenta informações re-
lativas à produção e à venda de 1.000 uni-
dades de um produto. Acerca da análise

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custo-volume-lucro dessa produção, julgue Considerando as informações acima apre-


o item a seguir. sentadas e assumindo que Q1 é o volume
de produção previsto no ano considerado,
73. (CESPE – ANATEL – 2009) julgue o item que se segue.
A quantidade de produção/venda necessá- 75. (CESPE – TRT5 – 2008)
ria para se atingir o ponto de equilíbrio con-
tábil é menor que 550. O ponto de interseção das curvas de recei-
ta total e de custo total define o ponto de
No que se refere à utilização de sistemas de equilíbrio. Nesse ponto, o custo total é com-
custos e informações gerenciais para toma- posto apenas pela parcela de custo fixo.
da de decisões e a suas especificidades, jul-
gue o item subsecutivo. ( ) Certo   ( ) Errado
( ) Certo   ( ) Errado
Julgue o item a seguir, a respeito da des-
tinação do resultado e do ponto de equilí-
74. (CESPE – CNJ – 2013) brio econômico.
Quando se utiliza o conceito da margem
de contribuição para tomada de decisão, é 76. (CESPE – AFT – 2013)
possível apurar o ponto de lucro esperado. Atinge-se o ponto de equilíbrio econômico
Para apurá-lo, é necessário adicionar o valor quando a soma das margens de contribui-
do lucro-meta da empresa ao numerador ção totaliza o montante indicativo de que
da equação do ponto de equilíbrio contábil, não haverá lucro nem prejuízo.
obtendo-se como resultado a quantidade a
ser produzida/vendida para que esse lucro ( ) Certo   ( ) Errado
seja alcançado.
( ) Certo   ( ) Errado Uma indústria que fabrica um único pro-
duto alcançou lucro líquido operacional de
R$15.000 ao vender 50.000 unidades desse
A figura abaixo mostra gráficos relacionan- produto, tendo obtido receita total de R$
do a receita total, bem como os custos total 200.000,00. Os custos variáveis dessa in-
e fixo em função do volume de produção de dústria consomem 60% de sua receita.
uma empresa, previstos para determinado
ano. Com essas informações, a empresa es- Com base nessas informações, julgue os
tabelece seu orçamento e avalia resultados itens subsequentes, considerando a análi-
esperados para o ano planejado. se custo-volume-lucro.

77. (CESPE – MJ – 2013)


A margem de segurança atual dessa empre-
sa é superior a 10.000 unidades.
( ) Certo   ( ) Errado

78. (CESPE – MJ – 2013)


Se não houver alteração na estrutura de
custos ou no preço de venda, um aumento
de 2.500 unidades vendidas ocasionará um

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aumento de R$ 6.000,00 no lucro líquido foram de R$ 20,00 e os fixos totais soma-
operacional. ram R$ 132.000,00. Seu preço de venda é
de R$ 35,00 por unidade.
( ) Certo   ( ) Errado
Com base nessa situação hipotética, julgue
Com relação à análise custo-volume-lucro, o item subsequente.
julgue o item que se segue.
82. (CESPE – ANS – 2013)
79. (CESPE – TCE-RO – 2013) A margem de segurança da empresa no mês
Uma margem de segurança de cem unida- dado foi superior a 1.000 unidades.
des significa que as vendas de uma empresa ( ) Certo   ( ) Errado
podem cair até esse limite, sem que a em-
presa apresente prejuízos.
Uma empresa vendeu 50.000 unidades de
( ) Certo   ( ) Errado determinado produto, obtendo uma re-
ceita total de venda de R$ 2 milhões. Seus
Com relação à análise custo-volume-lucro, custos variáveis somaram R$ 1,2 milhão e
julgue o item que se segue. suas despesas fixas totalizam R$ 650 mil.
Considerando que essas informações se-
80. (CESPE – TCE-RO – 2013) jam as únicas relevantes para a realização
Aumento dos custos fixos e redução da mar- da análise de custo, volume e lucro da em-
gem de contribuição unitária são eventos presa, julgue os itens que se seguem.
que provocam redução do ponto de equilí-
brio. 83. (CESPE – ANATEL – 2014)

( ) Certo   ( ) Errado Um aumento de 10% no preço de ven-


da, para fazer face a um aumento de R$
65.000,00 nos custos fixos, mantidos cons-
Acerca dos custos para tomada de decisões tantes os custos variáveis, implicará um
e dos sistemas de custo e informações ge- ponto de equilíbrio de mais de R$ 1,55 mi-
renciais, julgue o item subsectivo. lhões.

81. (CESPE – ANTT – 2013) ( ) Certo   ( ) Errado

Considere que o custo fixo de uma pizzaria


seja o pagamento de aluguel no valor de 84. (CESPE – ANATEL – 2014)
R$ 5.000,00, que o custo variável unitário Para atingir uma meta de lucro de 10%,
da pizza seja de R$ 2,00 e que cada unida- mantidos constantes o preço de venda uni-
de seja vendida por R$ 10,00. Nesse caso, a tário e os custos fixos e variáveis atuais, a
pizzaria deve produzir e vender, no mínimo, empresa deverá vender pelo menos 55.000
645 pizzas, para pagar todos os custos fixos unidades do referido produto.
e variáveis.
( ) Certo   ( ) Errado
( ) Certo   ( ) Errado

Determinada indústria fabricou e vendeu


10.000 unidades de seu único produto no
último mês. Seus custos variáveis unitários

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85. (CESPE – ANATEL – 2014) A referida indústria tem capacidade instala-


da suficiente para produzir 1.500 unidades
Na situação em tela, a empresa atingirá o do roteador. Considerando-se que a admi-
ponto de equilíbrio se vender, pelo menos, nistração da empresa tenha a intenção de
R$ 1,7 milhão. utilizar componentes de melhor qualidade
( ) Certo   ( ) Errado no processo de fabricação do roteador ― o
que deverá gerar um aumento de R$ 10 no
custo variável unitário do produto ― e que
No que diz respeito à contabilidade geren- a melhoria da qualidade final do produto
cial, julgue o próximo item. eleve a quantidade de unidades vendidas
para 1.100 roteadores por mês, sem alterar
87. (CESPE – ANATEL – 2014) o seu preço unitário, é correto afirmar que a
A análise de custo-volume-lucro é uma fer- aceitação da proposta provocará o seguinte
ramenta gerencial utilizada para identificar efeito:
a combinação mais favorável de custos vari- a) mesmo que a proposta viesse acompa-
áveis, custos fixos, preço de venda, volume nhada de uma redução de custos e des-
de vendas e mix de venda para o aumento pesas fixas no valor de R$ 5.000, não
da rentabilidade da empresa seria recomendável aceitá-la.
b) o lucro da empresa sofrerá uma redu-
88. (CESPE – PE – 2016) ção de 50%, sendo recomendável não
se adotar a proposta elaborada pela ad-
Determinada indústria fabricante de rotea- ministração da empresa.
dores apresentou o seguinte resultado em c) o aumento da produção deve afetar o
abril de 2016, referente à venda de 1.000 valor dos custos e das despesas fixos da
unidades do produto: empresa.
d) apesar de a margem de contribuição
Vendas R$ 160,000 unitária sofrer uma redução de R$ 10, a
margem de contribuição total aumenta-
(-) custos e despesas variáveis R$ 90.000
rá em função do aumento da quantida-
(-) custos e despesas fixos R$ 62.000 de vendida.
lucro líquido R$ 8.000 e) para a empresa, seria indiferente a utili-
zação dos componentes de melhor qua-
lidade

Gabarito: 57. E 58. E 59. C 60. E 61. C 62. E 63. C 64. E 65. C 66. C 67. E 68. E 69. D 70. D 71. C 72. C 
73. E 74. C 75. E 76. E 77. E 78. E 79. C 80. C 81. E 82. C 83. C 84. E 85. E 86. X 87. C 88. B

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ANALISE DE BALANÇO

7 Análise econômico-financeira.
7.1 Indicadores de liquidez.
7.2 Indicadores de rentabilidade.
7.3 Indicadores de lucratividade.
7.4 Análise vertical e horizontal.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS


É a técnica que consiste na decomposição, comparação e interpretação dos demonstrativos do
estado patrimonial e do resultado econômico de uma entidade.

ANÁLISE VERTICAL (%)


COEFICIENTE: Percentagem de cada conta ou grupo de contas em relação ao seu conjunto.

ANÁLISE HORIZONTAL
INDICES: Comparação entre componentes do conjunto em períodos sucessivos.

Indice absoluto
Variação do valor dos elementos patrimoniais/resultado em períodos sucessivos.

Indice relativo
Variação dos coeficientes (%) dos elementos patrimoniais/resultado em períodos sucessivos.

GRUPOS DE ÍNDICES
Para análise das Demonstrações Financeiras, pode-se utilizar os seguintes grupos de índices:
a) índices de liquidez – são utilizados para avaliar a capacidade de pagamento da empresa,
isto é, constituem uma apreciação sobre se a empresa tem capacidade financeira para
saldar seus compromissos;
Os principais índices de liquidez são:
a) liquidez corrente;

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b) liquidez imediata;
c) liquidez seca;
d) liquidez geral.

ÍNDICES DE ESTRUTURA
Os índices que compõem esse grupo (estrutura dos ca pitais: capital próprio e capital de
terceiros) procuram mostrar a política de decisões financeiras
da empresa, em termos de obtenção e aplicação de recursos.
Os índices de estrutura são:
a) Endividamento geral;
b) Composição do endividamento;
c) Imobilização do capital próprio;
d) Imobilização de recursos permanentes (não-correntes).

ÍNDICES DE RENTABILIDADE
A rentabilidade mostra quanto o capital investido rendeu, indicando assim qual a situação
econômica da empresa.
São índices de rentabilidade:
a) rentabilidade do ativo;
b) rentabilidade do patrimônio líquido.
c) Giro do Ativo

ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE
Mostra quanto das Vendas Líquidas se transfora em LUcro.
a) Margem Líquida
b) Margem Bruta.
c) Margem Operacional

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Questões

Acerca da classificação dos itens patrimo- conta valor (R$)


impostos sobre lucro 12
niais, da sua movimentação e do reflexo
prejuízo acumulado após apuração do resultado do período 80
desta no capital circulante líquido, julgue o despesa de salários 90
item seguinte. telefone a pagar 120
despesa de combustíveis 120
despesa de energia 219
1. (CESPE – STF – 2008) despesa de material 223
encargos sobre folha de pagamento a recolher 320
O aumento do saldo do ativo intangível ad- gastos com desenvolvimento de novos produtos 400
vindo de pagamento por aquisição de mar- reservas 430
ca provocará redução no capital circulante empréstimos a pagar 490
salários a pagar 550
líquido imediatamente. aplicações financeiras 780
ações de controladas e coligadas 800
( ) Certo   ( ) Errado abatimento sobre vendas 880
fornecedores de estoques 890
impostos a recolher 890
Com respeito à análise das demonstrações veículos e máquinas 1.100
contábeis das empresas, julgue o item. estoque de mercadorias para revenda 1.120
custo das mercadorias vendidas 1.134
disponibilidades 1.900
2. (CESPE – TCU – 2011) duplicatas a receber em longo prazo 2.190
duplicatas a pagar de longo prazo 2.310
Uma empresa com estoque igual a R$ 3 mi- clientes 3.200
lhões e liquidez seca igual a 93,8% não de- receita bruta de vendas 3.450
capital social 5.570
penderá da venda de seu estoque para rea-
lizar o pagamento das suas dívidas de curto
Com base no fragmento de balancete de
prazo.
verificação apresentado acima, é correto
( ) Certo   ( ) Errado concluir que:

A elaboração de indicadores tem por finali- 4. (CESPE – ANATEL – 2009)


dade avaliar o desempenho de determina-
da entidade a partir de diferentes critérios. o índice de liquidez geral apurado é maior
Em relação a essa matéria, julgue o item que 1,80.
subsequente. ( ) Certo   ( ) Errado

3. (CESPE – TRE-RJ – 2012) 5. (CESPE – ANATEL – 2009)


Se o índice de liquidez corrente for menor o índice de liquidez corrente apurado é me-
que um, o resultado demonstra folga no nor que 2,0.
disponível para uma possível liquidação das
obrigações de curto prazo. ( ) Certo   ( ) Errado
( ) Certo   ( ) Errado

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6. (CESPE – ANATEL – 2009) componente/conta valor
o índice de liquidez imediata é maior que despesas administrativas R$ 5.540
0,45.
despesas de vendas R$ 8.500
( ) Certo   ( ) Errado custo das mercadorias
R$ 38.500
vendidas
7. (CESPE – ANATEL – 2009) receita de vendas R% 60.900
o índice de liquidez seca é menor que 1,6. ativo total R$ 120.000

( ) Certo   ( ) Errado custo do capital de terceiros 2% ao mês


capital próprio 40%
Determinada empresa tem investimentos
de R$ 6.200.000,00 em ativos circulantes e Considere que as informações contidas na
R$ 7.800.000,00 em ativos não circulantes. tabela acima correspondam aos dados, no
A demonstração de resultado da empresa mês de fevereiro de 2009, da conta de uma
mostra que suas receitas líquidas somam empresa. Com base nesses dados, julgue o
R$ 9.000.000,00; o custo dos produtos ven- item que se segue.
didos, R$ 3.700.000,00; e as despesas ope-
racionais, excluindo-se as financeiras, R$ 10. (CESPE – ANATEL – 2009)
1.400.000,00. Atualmente, metade de seus
O retorno sobre capital próprio (RSCP) apu-
investimentos é financiada por terceiros,
rado é menor que 16%.
com um custo de captação de 10%.
( ) Certo   ( ) Errado
Com base na situação hipotética acima,
admitindo a existência de uma alíquota de
imposto de renda de 20% sobre o lucro, jul- 11. (CESPE – ANATEL – 2009)
gue os itens a seguir.
O retorno sobre o ativo (RSA) apurado é
8. (CESPE – ABIN – 2010) maior que 5,5%.

O índice do retorno sobre o ativo da empre- ( ) Certo   ( ) Errado


sa foi de aproximadamente 23%.
Em relação aos indicadores utilizados para
( ) Certo   ( ) Errado
análise econômico-financeira de uma em-
presa, julgue o item seguinte.
9. (CESPE – ABIN – 2010)
12. (CESPE – CNJ – 2013)
O índice do retorno sobre o patrimônio lí-
quido foi de aproximadamente 36%. A redução do ativo total médio, sem refle-
xo no lucro operacional, aumenta a taxa de
( ) Certo   ( ) Errado retorno gerado pelas aplicações realizadas
por uma empresa em seus ativos.
( ) Certo   ( ) Errado

Em relação aos indicadores utilizados para


análise econômico-financeira de uma em-
presa, julgue o item seguinte.

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13. (CESPE – CNJ – 2013) A elaboração de indicadores tem por finali-


dade avaliar o desempenho de determina-
O retorno sobre o patrimônio líquido deve da entidade a partir de diferentes critérios.
ser sempre comparado à taxa de retorno Em relação a essa matéria, julgue o item
mínimo exigido pelo acionista. Por conse- subsequente.
guinte, para tornar-se atraente, o investi-
mento deve oferecer uma rentabilidade 14. (CESPE – TRE-RJ – 2012)
pelo menos igual ao custo de oportunidade.
O indicador de margem líquida evidencia
( ) Certo   ( ) Errado qual foi o retorno que a empresa obteve
frente ao que conseguiu gerar de receitas.
( ) Certo   ( ) Errado

Considerando os dados apresentados na tabela acima, referentes ao balanço patrimonial de


uma organização hipotética, julgue os itens que se seguem.

15. (CESPE – AFT – 2013) Acerca das taxas de retorno e dos indica-
dores de estrutura de capital e solvência,
Em 2012, o índice de liquidez seca foi me- julgue o item a seguir.
nor que 1.
( ) Certo   ( ) Errado 17. (CESPE – TCU – 2013)
O índice de liquidez corrente resulta da di-
16. (CESPE – AFT – 2013) visão do ativo circulante pelo passivo circu-
lante e mede a capacidade de pagamento
O índice de liquidez imediata em 2011 foi da empresa a longo prazo.
igual a 2.
( ) Certo   ( ) Errado
( ) Certo   ( ) Errado

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Com relação aos indicadores empregados Com base nessas informações, julgue os
para a análise de demonstrações financei- itens que se seguem, relativo aos indicado-
ras, julgue o item subsequente. res de liquidez.

18. (CESPE – MJ – 2013) 19. (CESPE – TCE-RO – 2013)


Liquidez corrente igual a 1,2 e liquidez geral Nessa situação, enquanto o índice de liqui-
igual a 0,8 revelam uma situação em que a dez geral é maior que 1, o índice de liquidez
menor capacidade de pagamento de dívidas seca é menor que 1.
encontra-se na relação desfavorável entre
os recebíveis e os exigíveis de longo prazo, ( ) Certo   ( ) Errado
na data da apuração dos indicadores.
( ) Certo   ( ) Errado 20. (CESPE – TCE-RO – 2013)
Nessa situação, o índice de liquidez corren-
Determinada empresa apresentou a situ- te é maior que 1,5, consequentemente o ca-
ação patrimonial conforme os valores, em pital circulante líquido é positivo.
reais, abaixo referidos. ( ) Certo   ( ) Errado

Com relação à análise econômico-financei-


ra de empresas com base em demonstra-
ções contábeis, julgue os itens seguintes.

21. (CESPE – TCE-RO – 2013)


A obtenção de empréstimos para pagamen-
to no longo prazo é um meio empregado
por empresas para aumentar os seus índi-
ces de liquidez corrente e de liquidez ime-
diata.
( ) Certo   ( ) Errado

22. (CESPE – TCE-RO – 2013)


Uma empresa que apresenta índice de liqui-
dez corrente igual a 1,2 e índice de liquidez
seca igual a 1,1 depende da realização de
ativos correntes com liquidez mais baixa,
como os estoques e as despesas antecipa-
das, para saldar as suas dívidas de curto
prazo.

indicadores 31/12/2012 31/12/2011


liquidez
1,19 1,16
corrente
liquidez geral 0,68 0,66

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liquidez seca 0,83 0,81 25. (CESPE – ANTAQ – 2014)

liquidez Os indicadores de liquidez são sinalizadores


0,04 0,03 dinâmicos da capacidade econômica dos
imediata
negócios de uma empresa.
A tabela acima mostra os indicadores de ( ) Certo   ( ) Errado
liquidez da empresa XYZ no encerramento
dos exercícios sociais de 2011 e 2012. Com
base nesses indicadores, julgue os itens Em relação aos indicadores de liquidez, jul-
que se seguem. gue o próximo item.

23. (CESPE – MPU – 2013) 26. (CESPE – ANTAQ – 2014)

A ampliação do horizonte temporal para Considere que o indicador de liquidez cor-


a avaliação da capacidade de pagamento rente da empresa Alfa seja igual a 1,40, e o
da empresa, com a inclusão, na análise, de da empresa Gama, igual a 0,40. Nessa hipó-
itens realizáveis a longo prazo e exigíveis a tese, o indicador revela que a empresa Alfa
longo prazo, revela uma piora na capacida- possui capital circulante líquido positivo, ao
de financeira da empresa. Desse modo, me- passo que a empresa Gama possui capital
nos de 70% do valor dos exigíveis de curto e de giro negativo.
longo prazos poderia ser quitado com recur- ( ) Certo   ( ) Errado
sos disponíveis e realizáveis no curto e lon-
go prazos nas datas apresentadas.
Considerando que uma empresa apresen-
( ) Certo   ( ) Errado te índices de liquidez imediata, de liquidez
corrente, de liquidez seca e de liquidez geral
24. (CESPE – MPU – 2013) iguais a 0,70; 1,80; 0,70 e 1,80, respectiva-
mente, e que todos os ativos estejam clas-
É correto afirmar que o capital circulante sificados no ativo circulante, julgue os itens
líquido da empresa foi positivo nos perío-
dos analisados, embora fique evidente que, 27. (CESPE – MPU – 2015)
para o cumprimento de todas as obrigações
assumidas no curto prazo, a empresa de- O saldo do passivo não circulante será infe-
pendia da realização financeira de itens de rior ao saldo do passivo circulante.
baixa liquidez registrados no seu ativo cir- ( ) Certo   ( ) Errado
culante. É correto afirmar, ainda, que, se a
empresa pretendesse utilizar caixas e equi-
valentes de caixa para saldar todas as dívi- 28. (CESPE – MPU – 2015)
das de curto prazo nas datas apresentadas,
O saldo dos estoques será superior ao saldo
menos de 5% do montante dessas dívidas
do passivo não circulante.
teriam sido quitadas.
( ) Certo   ( ) Errado
( ) Certo   ( ) Errado

Em relação aos indicadores de liquidez, jul- 29. (CESPE – MPU – 2015)


gue o próximo item. O saldo do passivo exigível será igual ao sal-
do das disponibilidades.
( ) Certo   ( ) Errado

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30. (CESPE – MPU – 2015) Em relação aos indicadores utilizados para
análise econômico-financeira de uma em-
O saldo dos estoques será inferior ao saldo presa, julgue o item seguinte.
das disponibilidades.
( ) Certo   ( ) Errado 33. (CESPE – CNJ – 2013)
O retorno sobre o patrimônio líquido deve
Em relação à análise econômico-financeira ser sempre comparado à taxa de retorno
de empresas, julgue o item a seguir. mínimo exigido pelo acionista. Por conse-
guinte, para tornar-se atraente, o investi-
31. (CESPE – TELEBRÁS – 2015) mento deve oferecer uma rentabilidade
pelo menos igual ao custo de oportunidade.
A liquidez imediata corresponde à razão en-
tre o ativo circulante e o passivo circulante, ( ) Certo   ( ) Errado
e será tanto maior quanto mais alta se apre-
sentar a capacidade da empresa de finan-
ciar suas necessidades de capital de giro. 34. (CESPE – AFT – 2014)

( ) Certo   ( ) Errado No que se refere à análise econômico-fi-


nanceira de empresas, julgue o item subse-
cutivo.
No que diz respeito às limitações no pro-
cesso de análise de indicadores, julgue o Caso uma empresa, na comparação entre
item subsequente. dois exercícios subsequentes, demonstre
variação positiva em seu lucro operacional
32. (CESPE – TCE-PA – 2016) líquido e variação negativa no total de in-
vestimentos, ela apresentará melhora em
O índice de liquidez corrente não revela a seu retorno sobre investimentos.
qualidade dos itens que compõem o ativo
circulante, o que inviabiliza a realização de ( ) Certo   ( ) Errado
avaliação acerca da real capacidade de es-
ses ativos liquidarem os passivos de curto
prazo.
( ) Certo   ( ) Errado

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Com base no balanço patrimonial hipotético acima apresentado, em milhões de reais, julgue
o item que segue. Nesse sentido, considere que o giro do ativo da empresa tenha sido de 3
vezes, em 2011, e 2,75 vezes, em 2012, e que o lucro operacional líquido tenha somado R$ 80
milhões, em 2012, e R$ 65 milhões, em 2011.

35. (CESPE – ANS – 2013)


O retorno sobre investimento de 2012 foi superior a 25%.
( ) Certo   ( ) Errado

grupo de contas ano 1 ano 2


ativo circulante 110 95
ativo não circulante
realizável a longo prazo 184 192
ativos de caráter permanente 390 445
passivo circulante 90 106
exigível a longo prazo 200 236
patrimônio líquido 394 390
receitas operacionais 4.000 4.600
lucro operacional líquido 320 400

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Considerando que a tabela anterior, cujos Julgue o item seguinte, acerca da análise
valores estão descritos em R$ milhões, te- de demonstrações contábeis com base em
nha sido extraída da contabilidade de deter- indicadores de desempenho.
minada empresa ao longo de dois exercícios
consecutivos, julgue os itens subsequentes. 39. (CESPE – MPU – 2013)

36. (CESPE – FUB – 2015) A margem líquida é um indicador que revela


o quanto a entidade ganhou, em termos de
A rentabilidade dos recursos próprios pio- lucro operacional, em cada unidade mone-
rou do ano 1 para o ano 2. tária de venda realizada.
( ) Certo   ( ) Errado ( ) Certo   ( ) Errado

37. (CESPE – FUB – 2015) Com relação aos conceitos de análise das
demonstrações contábeis envolvendo re-
A margem operacional líquida do ano 2 foi torno sobre o capital empregado e análise
inferior à do ano 1. da lucratividade, julgue o item que se se-
( ) Certo   ( ) Errado gue.

Com relação à análise econômico-financei- 40. (CESPE – TCU – 2013)


ra de empresas com base em demonstra-
ções contábeis, julgue o item seguinte. A lucratividade de uma empresa pode ser
avaliada em relação às vendas, aos ativos
38. (CESPE – TCE-RO – 2013) e ao patrimônio líquido, e, por ser relativa,
sua análise independe do setor de atuação
A margem operacional e a margem líquida, da empresa.
que são indicadores que avaliam a eficiên-
cia da empresa em gerar lucro por meio de ( ) Certo   ( ) Errado
vendas, apresentam como denominador o
ativo total médio.
( ) Certo   ( ) Errado

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Com base na tabela anterior, que apresen- 43. (CESPE – AFT – 2014)
ta o balanço patrimonial da companhia hi-
potética ABC, julgue o item a seguir. O aumento da participação de um item pa-
trimonial em relação ao total do grupo do
41. (CESPE – TCE-RN – 2015) qual faz parte pode ser verificada pela apli-
cação combinada das análises vertical e ho-
A análise vertical permite concluir que a re- rizontal.
presentatividade dos estoques nos investi-
mentos totais da empresa foi, nos dois perí- ( ) Certo   ( ) Errado
odos contábeis, superior a 30%.
No que se refere à análise econômico-
( ) Certo   ( ) Errado -financeira das organizações, inclusive em
seus aspectos qualitativos, julgue o próxi-
Com referência às análises horizontal e mo item.
vertical, a tendências e a grupos de compa-
ração, julgue o item a seguir. 44. (CESPE – TCDF – 2014)

42. (CESPE – TCU – 2015) A análise vertical constitui procedimento


suficiente para identificar mudança no peso
A análise horizontal é um processo compa- de um item de ativo em relação ao ativo to-
rativo, expresso em porcentagem, que se tal.
aplica ao se relacionar uma conta ou grupo
de contas com um valor afim ou relacioná- ( ) Certo   ( ) Errado
vel, identificado no mesmo demonstrativo.
A análise vertical, por sua vez, é a compara- No que se refere à análise econômico-
ção entre os valores de uma mesma conta -financeira das organizações, inclusive em
ou grupo de contas em diferentes exercícios seus aspectos qualitativos, julgue o próxi-
sociais. mo item.
( ) Certo   ( ) Errado 45. (CESPE – TCDF – 2014)

No que se refere à análise econômico-fi- A análise horizontal permite identificar pa-


nanceira de empresas, julgue o item subse- drões de comportamento dos indicadores de
cutivo. uma empresa, o que possibilita a construção
de índices-padrão, utilizados para avaliar o
desempenho futuro dessa empresa.
( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. C 2. E 3. E 4. E 5. E 6. C 7. E 8. C 9. C 10. C 11. C 12. C 13. C 14. C 15. C 16. E 17. C 
18. C 19. Nula 20. Nula 21. C 22. E 23. C 24. C 25. E 26. C 27. C 28. C 29. E 30. E 31. E 32. C 33. C 34. C 
35. C 36. E 37. E 38. E 39. E 40. E 41. E 42. E 43. C 44. C 45. E

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INCORPORAÇÃO, FUSÃO E CISÃO

Incorporação, fusão e cisão são formas de reorganização jurídica de sociedades. Essas


operações tornam possíveis a transmissão de patrimônio ou do quadro de sócios sem que haja
a necessidade de dissolução e liquidação da sociedade.
A reorganização é muito utilizada na forma de racionalizar as operações da empresa, para,
assim, torná-la mais adequada à concorrência de mercado.

Aspectos Gerais
A reorganização societária pode ser operada entre tipos iguais ou diferentes e devem ser
deliberadas na forma prevista para alteração dos respectivos estatutos ou contratos sociais.
Nas operações em que há constituição de sociedade, devem ser observadas as normas
reguladoras de constituição de seu tipo. Dessa forma, a fusão de duas sociedades limitadas
para criação de uma sociedade anônima deverá ser observada as disposições previstas na
legislação societária, Lei 6.404/1976.
Os sócios ou acionistas receberam diretamente da sociedade emissora, em substituição às
quotas ou ações anteriores, os direitos que detinham na sociedade anterior.
Se a incorporação, fusão ou cisão envolverem companhia aberta, as sociedades que a sucederem
serão também abertas, devendo obter o respectivo registro e, se for o caso, promover a
admissão de negociação das novas ações no mercado secundário, no prazo máximo de cento
e vinte dias, contados da data da assembléia-geral que aprovou a operação, observando as
normas pertinentes baixadas pela CVM, art. 223 da Lei 6.404/1976.
O descumprimento do previsto no parágrafo anterior dará ao acionista direito de retirar-se da
companhia, mediante reembolso do valor das suas ações, conforme previsto no art. 45, nos
trinta dias seguintes ao término do prazo nele referido, observado o disposto nos §§ 1º e 4º do
art. 137 da Lei 6.404/1976.
Cabe à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), conforme previsto no artigo 226, § 3º, da Lei
6.404/1976, a regulamentação quanto à avaliação e contabilização das operações de fusão,
incorporação e cisão, que envolvam companhias abertas.
Antes da formalização do processo, há necessidade de um pré-contrato, cuja sua natureza
jurídica é denominada de protocolo, que conforme previsto no artigo 224 da Lei 6.404/76 será
firmado pelos órgãos de administração ou sócios das sociedades interessadas, que deve conter
as condições que se realizará a incorporação, a fusão ou a cisão, e deve incluir, dentre outros
aspectos:
•• o número, espécie e classe das ações que serão atribuídas em substituição dos direitos
de sócios que se extinguirão e os critérios utilizados para determinar as relações de
substituição; 

•• os elementos ativos e passivos que formarão cada parcela do patrimônio, no caso de cisão;

•• os critérios de avaliação do patrimônio líquido, a data a que será referida a avaliação, e o
tratamento das variações patrimoniais posteriores; 


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•• a solução a ser adotada quanto às ações ou quotas do capital de uma das sociedades
possuídas por outra; 

•• o valor do capital das sociedades a serem criadas ou do aumento ou redução do capital das
sociedades que forem parte na operação; 

•• o projeto ou projetos de estatuto, ou de alterações estatutárias, que deverão ser aprovados
para efetivar a operação; 

•• todas as demais condições a que estiver sujeita a operação. 
As operações de fusão, cisão
e incorporação, devem ser submetidas à deliberação da Assembleia Geral das Companhias
interessadas, mediante justificação, conforme artigo 225 da Lei 6.404/1976, na qual serão
expostos, pelo menos: 
I – os motivos ou fins da operação, e o interesse da companhia em
sua realização; 
II – as ações que os acionistas preferenciais receberão e as razões 
para a
modificação dos seus direitos, se prevista; 
III – a composição, após a operação, segundo
espécies e classes das ações do capital das companhias que deverão emitir ações em
substituição às que deverão extinguir; IV – o valor de reembolso das ações a que terão
direito os acionistas dissidentes.
As operações de incorporação, fusão e cisão somente poderão ser efetivadas nas condições
aprovadas se os peritos nomeados determinarem que o valor do patrimônio ou patrimônios
líquidos a serem vertidos para a formação do capital social é, ao menos, igual ao montante
do capital a realizar, conforme previsto no artigo 226, da Lei 6.404/1976. O racional para tal
determinação é vetar que tais operações sejam realizadas com a transferência de acervo líquido
negativo, o que acarretaria uma redução no capital social.

Participação Societária
As ações ou cotas do capital da sociedade a ser incorporada que forem de propriedade da
companhia incorporadora poderão, conforme dispuser o protocolo de incorporação, ser
extintas, ou substituídas por ações em tesouraria da incorporadora, até o limite dos lucros
acumulados e reservas, exceto a legal, conforme Art. 226, § 1º, da Lei 6.404/1975.
O previsto no parágrafo anterior aplicar-se-á os mesmos procedimentos descritos
anteriormente nos casos de fusão, quando uma das sociedades fundidas for proprietária de
ações ou quotas de outra, e de cisão com incorporação, quando a companhia que incorporar
parcela do patrimônio da cindida for proprietária de ações ou quotas do capital desta. § 2º do
Artigo 226, da Lei 6.404/1976.

Incorporação
A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que
lhes sucede em todos os direitos e obrigações, conforme artigo 227 da lei 6.404/1976.

Fusão
A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova,
que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações, conforme art. 228 da Lei 6.404/1976.

www.acasadoconcurseiro.com.br 65
Neste processo é constituída uma nova sociedade que assume a condição de titular de todos os
ativos e passivos das sociedades fundidas.

Cisão
A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma
ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia
cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a
versão, art. 229 da Lei 6.404/1976.
A cisão com versão de parcela de patrimônio em sociedade já existente obedecerá às
disposições sobre incorporação, Art. 229, § 3º, conjugado com o art. 227 da Lei 6.404/1976.
2.7
Observações Gerais
Quando do processo de cisão, as ações atribuídas em proporção diferente requer aprovação de
todos os titulares, inclusive das ações sem direito a voto.
Conforme art. 230, da Lei 6.404/1976, o prazo para o exercício do direito de retirada, no caso
de incorporação ou fusão, previsto no art. 137, será contato a partir da publicação da ata que
aprovar o protocolo e/ou justificação, mais o pagamento só será devido se a operação for
efetivada.

Dos Debenturistas
Os debenturistas são credores da empresa, assim a companhia emissora de debêntures em
circulação, quando do processo de incorporação, fusão ou cisão, haverá a necessidade de prévia
aprovação desses debenturistas, reunidos em assembleia especialmente convocada para esse
fim.
Caso seja assegurado aos debenturistas, o resgate desses títulos, durante o prazo mínimo de
seis meses, a contar da data da publicação das atas das assembléias relativas à operação, o
resgate das debêntures de quem forem titulares, ficará desobrigada da aprovação dessa
assembleia.

Dos Credores
O credor poderá pleitear judicialmente a anulação da operação, incorporação ou fusão, até 60
(sessenta) dias depois de publicados os atos relativos à incorporação. Findo esse prazo, decairá
o direito do credor.
Existe a possibilidade de qualquer credor pedir a separação de patrimônios caso haja a falência
da sociedade incorporadora ou da sociedade nova.
Na cisão com extinção da companhia cindida, as sociedades que absorverem parcelas do
seu patrimônio responderão solidariamente pelas obrigações da companhia extinta. A
companhia cindida que subsistir e as que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão
solidariamente pelas obrigações da primeira anteriores à cisão.

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"Quorum" Qualificado
Conforme o art. 136, da Lei 6.404/1976, existe a necessidade da aprovação de acionistas que
representem metade,no mínimo, das ações com direito a voto, se maior quorum não for exigido
pelo estatuto da companhia cujas ações não estejam admitidas à negociação em bolsa ou no
mercado de balcão, para deliberação sobre:
I – criação de ações preferenciais ou aumento de classe de ações preferenciais existentes,
sem guardar proporção com as demais classes de ações preferenciais, salvo se já previstos ou
autorizados pelo estatuto;
II – alteração nas preferências, vantagens e condições de resgate ou amortização de uma ou
mais classes de ações preferenciais, ou criação de nova classe mais favorecida;
III – redução do dividendo obrigatório;
IV – fusão da companhia, ou sua incorporação em outra;
V – participação em grupo de sociedades (art. 265);
VI – mudança do objeto da companhia;
VII
– cessação do estado de liquidação da companhia; VIII – criação de partes beneficiárias;
IX –
cisão da companhia;
X – dissolução da companhia.
Nos casos dos incisos I e II, a eficácia da deliberação depende de prévia aprovação ou da
ratificação, em prazo improrrogável de um ano, por titulares de mais da metade de cada
classe de ações preferenciais prejudicadas, reunidos em assembleia especial convocada pelos
administradores e instalada com as formalidades da Lei 6.404/1976.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pode autorizar a redução do quorum previsto
no parágrafo anterior no caso de companhia aberta com a propriedade das ações dispersa
no mercado, e cujas 3 (três) últimas assembleias tenham sido realizadas com a presença
de acionistas representando menos da metade das ações com direito a voto. Neste caso, a
autorização da Comissão de Valores Mobiliários será mencionada nos avisos de convocação e a
deliberação com quorum reduzido somente poderá ser adotada em terceira convocação.

Direito de Retirada
Conforme art. 137, da Lei 6.404/1976, a aprovação das matérias previstas nos incisos I a VI e IX
do art. 136 dá ao acionista dissidente o direito de retirar-se da companhia, mediante reembolso
do valor das suas ações (art. 45), observadas as seguintes normas:
I – nos casos dos incisos I e II do art. 136, somente terá direito de retirada o titular de ações de
espécie ou classe prejudicadas;
II – nos casos dos incisos IV e V do art. 136, não terá direito de retirada o titular de ação de
espécie ou classe que tenha liquidez e dispersão no mercado, considerando-se haver:
a) liquidez, quando a espécie ou classe de ação, ou certificado que a represente, integre índice
geral representativo de carteira de valores mobiliários admitido à negociação no mercado de
valores mobiliários, no Brasil ou no exterior, definido pela Comissão de Valores Mobiliários; e
b) dispersão, quando o acionista controlador, a sociedade controladora ou outras sociedades
sob seu controle detiverem menos da metade da espécie ou classe de ação;
III – no caso do inciso IX do art. 136, somente haverá direito de retirada se a cisão implicar:

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a) mudança do objeto social, salvo quando o patrimônio cindido for vertido para sociedade
cuja atividade preponderante coincida com a decorrente do objeto social da sociedade cindida;
b) redução do dividendo obrigatório; ou
c) participação em grupo de sociedades.
IV – o reembolso da ação deve ser reclamado à companhia no prazo de 30 (trinta) dias contado
da publicação da ata da assembleia-geral;
V – o prazo para o dissidente de deliberação de assembleia especial (art. 136, § 1º) será contado
da publicação da respectiva ata;
VI – o pagamento do reembolso somente poderá ser exigido após a observância do disposto no
§ 3º e, se for o caso, da ratificação da deliberação pela assembleia-geral.

Avaliação dos Patrimônios


O(s) patrimônio (s) das sociedades envolvidas nas operações de incorporação, fusão ou cisão,
poderá ser realizado por três peritos ou empresa especializada em avaliação, conforme previsto
no art. 8º da Lei 6.404/1976. Dependendo das sociedades envolvidas na operação, a avaliação
do(s) patrimônio(s) poderá ser a valor contábil ou a valor justo.
Conforme o art. 264 da Lei 6.404/1976, na incorporação, pela controladora, de companhia
controlada, a justificação, apresentada à assembleia-geral da controlada, deverá conter, além
das informações previstas nos arts. 224 e 225, o cálculo das relações de substituição das ações
dos acionistas não controladores da controlada com base no valor do patrimônio líquido das
ações da controladora e da controlada, avaliados os dois patrimônios segundo os mesmos
critérios e na mesma data, a preços de mercado, ou com base em outro critério aceito pela
Comissão de Valores Mobiliários, no caso de companhias abertas.
A avaliação dos dois patrimônios será feita por 3 (três) peritos ou empresa especializada e, no
caso de companhias abertas, por empresa especializada.

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Questões

De acordo com as normas do Conselho 3. (CESPE – ANAC – 2012)


Federal de Contabilidade e da Comissão
de Valores Mobiliários (CVM), a Lei nº Se determinada companhia for parcialmen-
6.404/1976 e a legislação complementar, te cindida e estipular no ato de cisão que as
bem como a doutrina contábil, julgue o sociedades resultantes da operação serão
item seguinte. responsáveis por parte da dívida da compa-
nhia original, sem cláusula de solidarieda-
1. (CESPE – PF – 2004) de, os credores anteriores poderão se opor
à transferência estipulada dos créditos.
Fusão é a operação pela qual se unem duas
ou mais sociedades para formar sociedade ( ) Certo   ( ) Errado
nova, que lhes sucederá em todos os direi-
tos e obrigações. Cisão refere-se à transfe- Julgue o item a seguir, a respeito de fusão,
rência total do patrimônio da companhia incorporação e cisão de empresas.
para uma ou mais sociedades, constituídas
para esse fim, ou já existentes, extinguindo- 4. (CESPE – TJ-RO – 2012)
-se a companhia cindida.
Se a companhia X deixa de existir ao trans-
( ) Certo   ( ) Errado ferir seu patrimônio para a companhia Y, já
existente, e para as companhias Z e W, que
Sobre os efeitos decorrentes de existência foram constituídas especialmente para esse
de empresas coligadas, fundidas ou cindi- fim, diz-se que ocorreu um processo de fu-
das, julgue o item subsecutivo. são total de empresas.
( ) Certo   ( ) Errado
2. (CESPE – TRE-RJ – 2012)
Se determinada companhia está em situ- Julgue o item a seguir, acerca de combina-
ação de passivo a descoberto, sua parti- ção de negócios, incorporação, fusão e ci-
cipação em processo de fusão com outra são.
companhia somente poderá ocorrer se a
assembleia de acionistas da companhia in- 5. (CESPE – CADE – 2014)
corporadora autorizar a operação.
Na incorporação, ocorre extinção da socie-
( ) Certo   ( ) Errado dade incorporada; na fusão, ocorre extin-
ção das sociedades pré-existentes, que dão
Acerca dos aspectos relacionados a opera- lugar a uma sociedade nova; e, na cisão, o
ções entre sociedades e ao comércio exte- patrimônio é transferido, em sua totalidade
rior, julgue o item a seguir. ou em parte, para companhias existentes
ou criadas para essa finalidade.
( ) Certo   ( ) Errado

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No que se refere aos aspectos contábeis re- No que se refere aos aspectos contábeis re-
lacionados à reorganização societária, jul- lacionados à reorganização societária, jul-
gue o item subsequente. gue o item subsequente.
Situação hipotética: Duas sociedades sob
6. (CESPE – FUNRESP – 2016) controle comum e sem participação de
uma na outra realizaram uma operação em
Nos casos de cisão total ou de incorporação, que uma delas transferiu para a outra to-
a contabilidade da empresa cindida ou in- dos os seus ativos, no valor de R$ 300.000,
corporada deve baixar contabilmente todos e todos os seus passivos, avaliados em
os ativos e os passivos exigíveis. R$ 140.000.
( ) Certo   ( ) Errado
8. (CESPE – FUNRESP – 2016)
No que se refere aos aspectos contábeis re- Assertiva: Nesse caso, o aumento do patri-
lacionados à reorganização societária, jul- mônio líquido da sociedade incorporadora
gue o item subsequente. será inferior a R$ 150.000 após a transfe-
rência.
Situação hipotética: Duas empresas com
interesses comuns, porém sem participa- ( ) Certo   ( ) Errado
ção acionária entre si, apresentam a se-
guinte situação patrimonial.

empresa A empresa B
ativo (em R$) 200.000 100.000
passivo
60.000 20.000
(em R$)

7. (CESPE – FUNRESP – 2016)


Assertiva: Nesse caso, a fusão das empresas
A e B gera uma nova empresa, com patri-
mônio líquido superior a R$ 215.000.
( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. E 2. E 3. C 4. E 5. C 6. C 7. C 8. E

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CPC’S

CPC 27

IMOBILIZADO

Objetivo
O objetivo deste Pronunciamento é estabelecer o tratamento contábil para ativos imobilizados,
de forma que os usuários das demonstrações contábeis possam discernir a informação sobre o
investimento da entidade em seus ativos imobilizados, bem como suas mutações. Os principais
pontos a serem considerados na contabilização do ativo imobilizado são o reconhecimento dos
ativos, a determinação dos seus valores contábeis e os valores de depreciação e perdas por
desvalorização a serem reconhecidas em relação aos mesmos.

Conceito
•• Lei das S.A.:
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:
IV – no Ativo Imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à
manutenção das atividades da companhia ou exercidos com esta finalidade, inclusive os
decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses
bens.
•• CPC 27:
Ativo Imobilizado é o item tangível que:
a) é mantido para uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou serviços, para aluguel
a outros, ou para fins administrativos; e
b) se espera utilizar por mais de um período.

Mudanças no Imobilizado
(-) Bens incorpóreos → Ativo Intangível
(+) Ativos que não pertencem à empresa do ponto de vista jurídico mas que ela detém o seu
controle, usufrui dos seus benefícios e assume os seus riscos

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(+) Bens contratados em operações de leasing financeiro
(-) Bens de caráter permanente, mas não destinadas ao uso nas operações, enquanto não
definida sua destinação

Investimentos

Definições
Valor contábil: é o valor pelo qual um ativo é reconhecido após a dedução da depreciação e da
perda por redução ao valor recuperável acumuladas.
Custo: é o montante de caixa ou equivalente de caixa pago ou o valor justo de qualquer outro
recurso dado para adquirir um ativo na data da sua aquisição ou construção ou ainda, se for o
caso, o valor atribuído ao ativo quando inicialmente reconhecido de acordo com as disposições
específicas de outros Pronunciamentos,
Valor depreciável: é o custo de um ativo ou outro valor que substitua o custo, menos o seu
valor residual.
Depreciação: é a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo ao longo de sua vida
útil.
Valor recuperável: é o maior valor entre o valor justo menos os custos de venda de um ativo e
seu valor de uso.
Valor residual de um ativo: é o valor estimado que a entidade obteria com a venda do ativo,
após deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já tivesse a idade e a condição
esperadas para o fim de sua vida útil.
Vida útil: é
a) O período de tempo durante o qual a entidade espera utilizar o ativo; ou
b) O número de unidades de produção ou de unidades semelhantes que a entidade espera
obter pela utilização do ativo.

Classificação
•• Bens em operação: são todos os recursos reconhecidos no Imobilizado já em utilização na
geração da atividade objeto da sociedade.
•• Imobilizado em andamento: todas as aplicações de recursos em imobilizações, mas que
ainda não estão operando.

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Terrenos
Essa conta registra os terrenos que estão sob o controle da empresa realmente utilizados nas
operações, ou seja, onde se localizam a fábrica, os depósitos, os escritórios, as filiais, as lojas
etc.
Lembre-se:
Os terrenos sem destinação definida devem ser classificados em Investimentos.

Sistemas Aplicativos – software


Nesta conta é contabilizado o valor dos softwares adquiridos ou desenvolvidos pela empresa
que tenham uma estreita ligação com o ativo corpóreo.
Ativo Intangível: caso esses softwares sejam identificáveis, separáveis, possam ser separados e
transacionados pela entidade.

Imobilizado Biológico
Engloba todos os animais e/ou plantas vivos mantidos para uso na produção ou fornecimento
de mercadorias ou serviços que se espera utilizar por mais de um exercício social, conforme
CPC 27- Ativo Imobilizado e CPC 29 – Ativo Biológico e Produto Agrícola.

Direitos sobre Recursos Naturais


Abrange contas relativas aos custos incorridos na obtenção de direitos de exploração de jazidas
de minério, de pedras preciosas e similares.
Tratamento específico: CPC 34 – Exploração e Avaliação de Recursos Minerais.
O CUSTO de um item do Ativo Imobilizado deve ser reconhecido como ATIVO se, e apenas se:
a) For provável que futuros benefícios econômicos associados ao item fluirão para a entidade; e
b) O custo do item puder ser mensurado confiavelmente.
Obs.: Sobressalentes, peças de reposição, ferramentas e equipamentos de uso interno são
classificados como Imobilizado, quando a entidade espera usá-los por mais de um período.
Da mesma forma, se puderem ser utilizados somente em conexão com itens do Imobilizado,
também são contabilizados como Ativo Imobilizado.

Critérios de Avaliação
Lei das S.A.:
Art. 183. No Balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios:

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V – os direitos classificados no Imobilizado, pelo custo de aquisição, deduzido do saldo da
respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão.

 Custo
(-) Depreciação, amortização ou exaustão
(-) Perdas estimadas por redução ao valor recuperável
(=) Valor líquido contábil

Custo Inicial
CPC 27 – O custo de um item do Ativo Imobilizado compreende:
a) Preço de aquisição, acrescido de impostos de importação e impostos não recuperáveis
sobre a compra, depois de deduzidos os descontos comerciais e abatimentos;
b) Quaisquer custos diretamente atribuíveis para colocar o ativo no local e condição
necessárias para o mesmo ser capaz de funcionar da forma pretendida pela administração;
c) Estimativa inicial dos custos de desmontagem e remoção do item e de restauração do local
(sítio) no qual está localizado. Tais custos representam a obrigação em que a entidade
incorre quando o item é adquirido ou como consequência de usá-lo durante determinado
período para finalidades diferentes da produção de estoque durante esse período.
Exemplos de custos diretamente atribuíveis são:
a) custos de benefícios aos empregados (tal como definidos no Pronunciamento Técnico CPC
33 – Benefícios a Empregados) decorrentes diretamente da construção ou aquisição de
item do ativo imobilizado;
b) custos de preparação do local;
c) custos de frete e de manuseio (para recebimento e instalação);
d) custos de instalação e montagem;
e) custos com testes para verificar se o ativo está funcionando corretamente, após dedução
das receitas líquidas provenientes da venda de qualquer item produzido enquanto se
coloca o ativo nesse local e condição (tais como amostras produzidas quando se testa o
equipamento); e
f) honorários profissionais.
Exemplos que não são custos de um item do Ativo Imobilizado:
a) Custos de abertura de nova instalação;
b) Custos incorridos na introdução de novo produto, incluindo propaganda e atividades
promocionais;
c) Custos da transferência das atividades para novo local, ou para nova categoria de clientes,
incluindo custos de treinamento;

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d) Custos administrativos e outros custos indiretos.

Custos Subsequentes
Segundo o princípio de reconhecimento, a entidade não reconhece no valor contábil de um
item do ativo imobilizado os custos da manutenção periódica do item. Pelo contrário, esses
custos são reconhecidos no resultado quando incorridos. Os custos da manutenção periódica
são principalmente os custos de mão-de-obra e de produtos consumíveis, e podem incluir o
custo de pequenas peças. A finalidade desses gastos é muitas vezes descrita como sendo para
“reparo e manutenção” de item do ativo imobilizado.
Uma condição para continuar a operar um item do ativo imobilizado (por exemplo, uma
aeronave) pode ser a realização regular de inspeções importantes em busca de falhas,
independentemente das peças desse item serem ou não substituídas. Quando cada inspeção
importante for efetuada, o seu custo é reconhecido no valor contábil do item do ativo
imobilizado como uma substituição se os critérios de reconhecimento forem satisfeitos.
Qualquer valor contábil remanescente do custo da inspeção anterior (distinta das peças físicas)
é baixado. Isso ocorre independentemente do custo da inspeção anterior ter sido identificado
na transação em que o item foi adquirido ou construído. Se necessário, o custo estimado de
futura inspeção semelhante pode ser usado como indicador de qual é o custo do componente
de inspeção existente, quando o item foi adquirido ou construído.
Partes de alguns itens do ativo imobilizado podem requerer substituição em intervalos
regulares. Por exemplo, um forno pode requerer novo revestimento após um número
específico de horas de uso; ou o interior dos aviões, como bancos e equipamentos internos,
pode exigir substituição diversas vezes durante a vida da estrutura. Itens do ativo imobilizado
também podem ser adquiridos para efetuar substituição recorrente menos frequente, tal como
a substituição das paredes interiores de edifício, ou para efetuar substituição não recorrente.
Segundo o princípio de reconhecimento, a entidade reconhece no valor contábil de um item do
ativo imobilizado o custo da peça reposta desse item quando o custo é incorrido se os critérios
de reconhecimento forem atendidos. O valor contábil das peças que são substituídas é baixado.

Mensuração
Obs.:
O custo de um item do Imobilizado deve ser equivalente ao preço à vista na data do reconhecido.
Se o prazo de pagamento excede os prazos normais de crédito, a entidade deve reconhecer a
diferença entre o valor à vista e o valor total a prazo como despesa com juros, pro rata temporis
– Ajuste a Valor Presente.
Exceção: os juros são reconhecidos no custo do item do Imobilizado quando são diretamente
atribuíveis à aquisição, à construção ou à produção desse item. (CPC 20 – Custos de
Empréstimos)

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Mensuração após o reconhecimento
Método do Custo: um item do Imobilizado deve ser apresentado no Balanço pelo seu custo
deduzido da depreciação acumulada e das perdas estimadas por redução ao valor recuperável.
Método da Reavaliação: um item do Imobilizado pode ser apresentado pelo seu valor
reavaliado, que representa seu valor justo no momento da reavaliação, deduzido da depreciação
acumulada e das perdas estimadas por redução ao valor recuperável.
Lembre-se: a Lei nº 11.638/07 eliminou, a partir do início de 2008, a possibilidade da reavaliação
de itens do Ativo Imobilizado.
A entidade não reconhece no valor contábil de um item do ativo imobilizado os custos da
manutenção periódica do item. Pelo contrário, esses custos são reconhecidos no resultado
quando incorridos. Os custos da manutenção periódica são principalmente os custos de mão-
de-obra e de produtos consumíveis, e podem incluir o custo de pequenas peças. A finalidade
desses gastos é muitas vezes descrita como sendo para “reparo e manutenção” de item do
ativo imobilizado.

Redução ao Valor Recuperável


Lei das S.A.:
Art. 183.
§ 3º A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores
registrados no imobilizado e no intangível, a fim de que sejam:
I – registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver decisão de interromper os
empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou quando comprovado que não poderão
produzir resultados suficientes para recuperação desse valor; ou
II – revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica
estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização.
Obs.: é obrigatória a aplicação do “Teste de impairment” pelo menos uma vez uma vez por ano.

Vida útil
CPC 27
Os seguintes fatores são considerados na determinação da vida útil de um ativo:
a) Uso esperado do ativo que é avaliado com base na capacidade ou produção física esperadas
do ativo;
b) Desgaste físico normal esperado, que depende de fatores operacionais tais como o número
de turnos durante os quais o ativo será usado, o programa de reparos e manutenção e o
cuidado e a manutenção do ativo enquanto estiver ocioso;

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c) Obsolescência técnica ou comercial proveniente de mudanças ou melhorias na produção,


ou de mudanças na demanda do mercado para o produto ou serviço derivado do ativo;
d) Limites legais ou semelhantes no uso do ativo, tais como as datas de término dos contratos
de arrendamento mercantil relativos ao ativo.

Depreciação
Lei das S.A.:
Art. 183.
§ 2º A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será registrada
periodicamente nas contas de:
a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens
físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência.
É obrigatória a constante revisão dos parâmetros que levaram à definição do valor periódico da
depreciação.
Cada componente de um item do Imobilizado com custo significativo em relação ao custo total
do item deve ser depreciado separadamente.
Cessa a depreciação quando o ativo é desativado por baixa de qualquer natureza ou
transferência para ativo não circulante mantido para venda, ou para estoque, mas não cessa
por ociosidade. 

Se inicia quando este está disponível para uso.
         ↓
Está no local e em condição de funcionamento na forma pretendida pela administração
Deve cessar na data em que o ativo é classificado como mantido para venda, ou ainda, na data
em que o ativo é baixado, o que ocorrer primeiro.

A depreciação não cessa quando o ativo se torna ocioso, ou é retirado do uso normal, a
 
não ser que ele esteja totalmente depreciado. No entanto, de acordo com os métodos de
depreciação pelo uso, a despesa com depreciação pode ser zero, enquanto não houver
produção.

Métodos de Depreciação
→ O método de depreciação utilizado deve refletir o padrão de consumo, pela empresa, dos
benefícios econômicos futuros. Esse método é aplicado consistentemente entre períodos, a
não ser que exista alteração nesse padrão.

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→ O método de depreciação aplicado a um ativo deve ser revisado pelo menos ao final de
cada exercício e, se houver alteração significativa no padrão de consumo previsto, o método de
depreciação deve ser alterado para refletir essa mudança.
→ Não é obrigatória a distribuição linear da depreciação, se outro critério reflete melhor o
padrão de consumo dos benefícios do ativo.
→ Vários métodos de depreciação podem ser utilizados para apropriar de forma sistemática o
valor depreciável de um ativo ao longo da sua vida útil. Tais métodos incluem o método da linha
reta, o método dos saldos decrescentes e o método de unidades produzidas. A depreciação
pelo método linear resulta em despesa constante durante a vida útil do ativo, caso o seu valor
residual não se altere. O método dos saldos decrescentes resulta em despesa decrescente
durante a vida útil. O método de unidades produzidas resulta em despesa baseada no uso ou
produção esperados. A entidade seleciona o método que melhor reflita o padrão do consumo
dos benefícios econômicos futuros esperados incorporados no ativo. Esse método é aplicado
consistentemente entre períodos, a não ser que exista alteração nesse padrão.

Método das quotas constantes (ou linear)


•• Despesa constante durante a vida útil do ativo, caso o valor residual não se altere.
•• Depreciação = (vlr. de custo – vlr. residual)  vida útil

Método da soma dos dígitos dos anos (ou dos saldos decrescentes)
•• Também é linear.
•• Despesa decrescente durante a vida útil.

Método de unidades produzidas


•• Despesa baseada no uso ou na produção esperados do ativo.
•• Depreciação anual: nº de unid. Produzidas no ano X
   nº de unid. estimadas a serem produzidas durante a vida útil do ativo

Método de horas de trabalho


•• Baseia-se na estimativa de vida útil do bem, representada em horas de trabalho.
•• Depreciação: nº de horas de trabalho no período Y
nº de horas de trabalho estimadas durante a vida útil do bem

Contabilização da Depreciação
Despesa com depreciação (ou custo de produção) a Depreciação Acumulada

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Baixa
O valor contábil de um item do ativo imobilizado deve ser baixado:
a) por ocasião de sua alienação; ou
b) quando não há expectativa de benefícios econômicos futuros com a sua utilização ou
alienação.
Ganhos ou perdas decorrentes da baixa de um item do ativo imobilizado devem ser reconhecidos
no resultado quando o item é baixado.

Divulgação
As demonstrações contábeis devem divulgar, para cada classe de ativo imobilizado:
a) os critérios de mensuração utilizados para determinar o valor contábil bruto;

÷
b) os métodos de depreciação utilizados;
CPC_27 18
c) as vidas úteis ou as taxas de depreciação utilizadas;
d) o valor contábil bruto e a depreciação acumulada (mais as perdas por redução ao valor
recuperável acumuladas) no início e no final do período; e
e) a conciliação do valor contábil no início e no final do período demonstrando:
(i) adições;
(ii) ativos classificados como mantidos para venda ou incluídos em um grupo classificados como
mantidos para venda de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 31 – Ativo Não Circulante
Mantido para Venda e Operação Descontinuada e outras baixas;
(iii) aquisições por meio de combinações de negócios;
(iv) aumentos ou reduções decorrentes de reavaliações nos termos dos itens 31, 39 e 40 e
perdas por redução ao valor recuperável de ativos reconhecidas ou revertidas diretamente
no patrimônio líquido de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor
Recuperável de Ativos;
(v) provisões para perdas de ativos, reconhecidas no resultado, de acordo com o Pronunciamento
Técnico CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos;
(vi) reversão de perda por redução ao valor recuperável de ativos, apropriada no resultado, de
acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos;
(vii) depreciações;
(viii) variações cambiais líquidas geradas pela conversão das demonstrações contábeis da
moeda funcional para a moeda de apresentação, incluindo a conversão de uma operação
estrangeira para a moeda de apresentação da entidade; e
(ix) outras alterações.

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Questões

Acerca de contas patrimoniais, suas carac- 6. (CESPE – CNJ – 2013)


terísticas, seu registro e sua evidenciação,
julgue o item a seguir, considerando que a Uma entidade não deve reconhecer os cus-
sigla CPC corresponde a Comitê de Pronun- tos da manutenção periódica de um item
ciamentos Contábeis. do ativo imobilizado no valor contábil des-
se item. Pelo contrário, quando incorridos,
1. (CESPE – CEGER-ES – 2013) esses custos são reconhecidos no resultado.

No caso de aquisição a prazo de um item do ( ) Certo   ( ) Errado


ativo imobilizado, o seu custo deve ser cal-
culado com base no equivalente ao preço à 7. (CESPE – CNJ – 2013)
vista na data do reconhecimento.
Atualmente, o reconhecimento dos custos
( ) Certo   ( ) Errado no valor contábil de um item do ativo imo-
bilizado cessa quando o item está no local
2. (CESPE – CEGER-ES – 2013) e nas condições operacionais pretendidas
pela administração. Entretanto, os custos
A reparação e a manutenção de um ativo incorridos no uso, na transferência ou na
evitam a necessidade de depreciá-lo. reinstalação de um item são incluídos no
seu valor contábil, como, por exemplo, os
( ) Certo   ( ) Errado custos de realocação ou reorganização de
parte das operações da entidade
3. (CESPE – CEGER-ES – 2013) ( ) Certo   ( ) Errado
O método linear é o único método aceito
para fins de apropriação do valor depreciá- 8. (CESPE – CNJ – 2013)
vel de um ativo ao longo de sua vida útil.
Em consonância com as normas internacio-
( ) Certo   ( ) Errado nais, o comitê de pronunciamentos contá-
beis (CPC) recepcionou o conceito de custo
4. (CESPE – CEGER-ES – 2013) atribuído a bens do ativo imobilizado, man-
tendo, na prática, por determinado período
O valor residual não exerce influência na de tempo, a metodologia de reavaliação de
determinação do valor depreciável de um ativos, praticada no Brasil desde antes dos
ativo. CPC.
( ) Certo   ( ) Errado ( ) Certo   ( ) Errado

5. (CESPE – CEGER-ES – 2013)


Os custos de manutenção periódica de um
ativo imobilizado são reconhecidos no valor
contábil desse ativo.
( ) Certo   ( ) Errado

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Julgue o item a seguir, relativo ao reconhe- Julgue o próximo item, acerca do ativo
cimento e à mensuração de contas patri- imobilizado de companhias abertas.
moniais.
11. (CESPE – PF – 2014)
9. (CESPE – ABIN – 2010)
O valor contábil de um ativo imobilizado é
Benfeitorias em propriedades de terceiros é o valor pelo qual ele é reconhecido na con-
uma conta classificada no grupo intangível tabilidade, sendo deduzido da depreciação
do ativo não circulante e destina-se a regis- acumulada e da perda, também acumulada,
trar as construções em terrenos alugados e por redução ao valor recuperável.
as instalações e outras benfeitorias em pré-
dios e edifícios alugados, de uso administra- ( ) Certo   ( ) Errado
tivo ou de produção, desde que atendam
aos critérios de reconhecimento de um ati- 12. (CESPE – ANTT – 2013)
vo imobilizado.
Um imóvel adquirido por uma empresa
( ) Certo   ( ) Errado comercial, fora de seu domicílio, com a fi-
nalidade de hospedar representantes co-
10. (CESPE – PF – 2014) merciais em viagens a serviço, deverá ser
registrado como ativo imobilizado.
Em conformidade com o regime de compe-
tência, os gastos incorridos para a colocação ( ) Certo   ( ) Errado
de um ativo imobilizado recém-adquirido
por uma entidade em local e condições que
permitam o seu funcionamento de acordo
com o planejado pela administração devem
ser reconhecidos como despesas do perío-
do.
( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. C 2. E 3. E 4. E 5. E 6. C 7. E 8. E 9. E 10. E 11. C 12. C

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CPC 04(R1)

INTANGÍVEL

Objetivo
O objetivo do presente Pronunciamento Técnico é definir o tratamento contábil dos
ativos intangíveis que não são abrangidos especificamente em outro Pronunciamento.
Este Pronunciamento estabelece que uma entidade deve reconhecer um ativo intangível
apenas se determinados critérios especificados neste Pronunciamento forem atendidos. O
Pronunciamento também especifica como mensurar o valor contábil dos ativos intangíveis,
exigindo divulgações específicas sobre esses ativos.

Alcance
O presente Pronunciamento aplica-se à contabilização de ativos intangíveis, exceto:
a) ativos intangíveis dentro do alcance de outro Pronunciamento Técnico;
b) ativos financeiros, conforme definidos no Pronunciamento Técnico CPC 39 – Instrumentos
Financeiros: Apresentação;
c) no reconhecimento e mensuração de ativos advindos da exploração e avaliação de recursos
minerais (ver Pronunciamento Técnico CPC 34 – Exploração e Avaliação de Recursos
Minerais, quando emitido);
d) gastos com desenvolvimento e extração de minerais, óleo, gás natural e recursos naturais
não renováveis similares.
Se outro Pronunciamento Técnico estabelecer o tratamento contábil para um tipo específico de
ativo intangível, a entidade deve aplicar referido Pronunciamento específico ao invés deste. Por
exemplo, este Pronunciamento não deve ser aplicado nos seguintes casos:
a) ativos intangíveis mantidos por uma entidade para venda no curso ordinário dos negócios
(ver Pronunciamento Técnico CPC 16 – Estoques e Pronunciamento Técnico CPC 17 –
Contratos de Construção);
b) ativos fiscais diferidos(ver Pronunciamento TécnicoCPC32–TributossobreoLucro);
c) arrendamentos mercantís, dentro do alcance do Pronunciamento Técnico CPC 06 –
Operações de Arrendamento Mercantil;
d) ativos advindos deplanosde benefícios a empregados(ver Pronunciamento Técnico CPC 33
– Benefícios a Empregados);
e) ativos financeiros, conforme definido no Pronunciamento Técnico CPC 39. O reconhecimento
e a mensuração de alguns ativos financeiros são tratados pelos Pronunciamentos Técnicos
CPC 35 – Demonstrações Separadas, CPC 36 – Demonstrações Consolidadas e CPC 18 –
Investimento em Coligada, em Controlada e em Empreendimento Controlado em Conjunto;
(Alterada pela Revisão CPC 03)

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f) ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) adquirido em combinação de
negócios (ver Pronunciamento Técnico CPC 15 – Combinação de Negócios);
g) custos de aquisição diferidos e ativos intangíveis advindos de direitos contratuais de
seguradora, dentro do alcance do Pronunciamento Técnico CPC 11 – Contratos de Seguro.
O Pronunciamento Técnico CPC 11 contém exigências de divulgação específicas para
referidos custos de aquisição diferidos, porém não trata dos aludidos ativos intangíveis.
Assim sendo, as exigências de divulgação deste Pronunciamento devem ser aplicadas para
tais ativos intangíveis;
h) ativos intangíveis não circulantes classificados como mantidos para venda (ou incluídos em
um grupo de ativos a ser alienado, que é classificado como mantido para venda), conforme
Pronunciamento Técnico CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação
Descontinuada.
Alguns ativos intangíveis podem estar contidos em elementos que possuem substância física,
como um disco (como no caso de software), documentação jurídica (no caso de licença ou
patente) ou em um filme. Para saber se um ativo que contém elementos intangíveis e tangíveis
deve ser tratado como ativo imobilizado de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 27
– Ativo Imobilizado ou como ativo intangível, nos termos do presente Pronunciamento, a
entidade avalia qual elemento é mais significativo. Por exemplo, um software de uma máquina-
ferramenta controlada por computador que não funciona sem esse software específico é parte
integrante do referido equipamento, devendo ser tratado como ativo imobilizado. O mesmo se
aplica ao sistema operacional de um computador. Quando o software não é parte integrante do
respectivo hardware, ele deve ser tratado como ativo intangível.

Definições importantes
Valor contábil é o valor pelo qual um ativo é reconhecido no balanço patrimonial após a
dedução da amortização acumulada e da perda por desvalorização.
Custo é o montante de caixa ou equivalente de caixa pago ou o valor justo de qualquer outra
contraprestação dada para adquirir um ativo na data da sua aquisição ou construção, ou ainda,
se for o caso, o valor atribuído ao ativo quando inicialmente reconhecido de acordo com as
disposições específicas de outro Pronunciamento como, por exemplo, o Pronunciamento
Técnico CPC 10 –Pagamento Baseado em Ações.
Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela
transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do mercado na
data de mensuração (ver CPC 46 – Mensuração do Valor Justo). (Alterada pela Revisão CPC 03)
Valor amortizável – é o custo de um ativo ou outro valor que substitua o custo, menos o seu
valor residual.
Valor residual – é o valor estimado que uma entidade obteria com a venda do ativo, após
deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já tivesse a idade e a condição esperadas
para o fim de sua vida útil.

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Vida útil é:
a) o período de tempo no qual a entidade espera utilizar um ativo; ou
b) o número de unidades de produção ou de unidades semelhantes que a entidade espera
obter pela utilização do ativo.

Conceito
Ativo intangível é um ativo não monetário identificável sem substância física.
Ativo Monetário o é aquele representado por dinheiro ou direitos a serem recebidos em
dinheiro.
Características necessárias para identificação de um ativo Intangível

A definição de ativo intangível requer que ele seja identificável, para diferenciálo do ágio
derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill). O ágio derivado da expectativa
de rentabilidade futura (goodwill) reconhecido em uma combinação de negócios é um ativo
que representa benefícios econômicos futuros gerados por outros ativos adquiridos em
uma combinação de negócios, que não são identificados individualmente e reconhecidos
separadamente. Tais benefícios econômicos futuros podem advir da sinergia entre os
ativos identificáveis adquiridos ou de ativos que, individualmente, não se qualificam para
reconhecimento em separado nas demonstrações contábeis.

Identificação
a) for separável, ou seja, puder ser separado da entidade e vendido, transferido, licenciado,
alugado ou trocado, individualmente ou junto com um contrato, ativo ou passivo
relacionado, independente da intenção de uso pela entidade; ou
b) resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais, independentemente de tais
direitos serem transferíveis ou separáveis da entidade ou de outros direitos e obrigações.

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Controle
A entidade controla um ativo quando detém o poder de obter benefícios econômicos futuros
gerados pelo recurso subjacente e de restringir o acesso de terceiros a esses benefícios.
Normalmente, a capacidade da entidade de controlar os benefícios econômicos futuros de
ativo intangível advém de direitos legais que possam ser exercidos num tribunal. A ausência de
direitos legais dificulta a comprovação do controle. No entanto, a imposição legal de um direito
não é uma condição imprescindível para o controle, visto que a entidade pode controlar
benefícios econômicos futuros de outra forma.

Benefício econômico futuro


Os benefícios econômicos futuros gerados por ativo intangível podem incluir a receita da venda
de produtos ou serviços, redução de custos ou outros benefícios resultantes do uso do ativo
pela entidade. Por exemplo, o uso da propriedade intelectual em um processo de produção
pode reduzir os custos de produção futuros em vez de aumentar as receitas futuras.

Reconhecimento
O reconhecimento de um item como ativo intangível exige que a entidade demonstre que ele
atende:
a) a definição de ativo intangível; e
b) os critérios de reconhecimento

Um ativo intangível deve ser reconhecido apenas se:


a) for provável que os benefícios econômicos futuros esperados atribuíveis ao ativo serão
gerados em favor da entidade; e
b) o custo do ativo possa ser mensurado com confiabilidade.
Marcas, títulos de publicações, listas de clientes e outros itens similares, gerados internamente,
não devem ser reconhecidos como ativos intangíveis.
Os gastos incorridos com marcas, títulos de publicações, listas de clientes e outros itens
similares não podem ser separados dos custos relacionados ao desenvolvimento do negócio
como um todo. Dessa forma, esses itens não devem ser reconhecidos como ativos intangíveis.

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Custo Inicial – Um ativo intangível deve ser reconhecido inicialmente ao custo.


Gastos subsequentes – a maioria dos gastos subsequentes provavelmente são efetuados
para manter a expectativa de benefícios econômicos futuros incorporados ao ativo intangível
existente, e não atendem à definição de ativo intangível, tampouco aos critérios de
reconhecimento do presente Pronunciamento. Além disso, dificilmente gastos subsequentes
são atribuídos diretamente a determinado ativo intangível em vez da entidade como um todo.
Portanto, somente em raras ocasiões os gastos subsequentes (incorridos após o reconhecimento
inicial de ativo intangível adquirido ou a conclusão de item gerado internamente) devem ser
reconhecidos no valor contábil de um ativo.

ATIVOS INTANGÍVEIS
Surgimento dos ativos intangíveis:
1. Aquisição separada;
2. Aquisição via combinação de negócios;
3. Aquisição via subvenção ou assistência governamentais;
4. Gerado internamente;
5. Permuta de Ativos

Surgimento dos ativos intangíveis:


Aquisição separada
Entidade adquire de terceiros. O reconhecimento inicial deverá ser ao custo + qualquer custo
diretamente atribuível para deixar o ativo em condições de uso.
O reconhecimento dos custos no valor contábil de ativo intangível cessa quando esse ativo está
nas condições operacionais pretendidas pela administração.
O Ativo Intagível deve ser reconhecido pelo equivalente ao preço à vista.

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Mensuração
Um ativo intangível deve ser mensurado inicialmente pelo seu custo.
O custo de um ativo intangível adquirido separadamente inclui:
a) seu preço de compra, acrescido de impostos de importação e impostos não recuperáveis
sobre a compra, após deduzidos os descontos comerciais e abatimentos; e
b) qualquer custo diretamente atribuível à preparação do ativo para a finalidade proposta.
Exemplos de custos diretamente atribuíveis são:
a) custos de benefícios aos empregados (conforme definido no Pronunciamento Técnico CPC
33 – Benefícios a Empregados) incorridos diretamente para que o ativo fique em condições
operacionais (de uso ou funcionamento);
b) honorários profissionais diretamente relacionados para que o ativo fique em condições
operacionais; e
c) custos com testes para verificar se o ativo está funcionando adequadamente.
Exemplos de gastos que não fazem parte do custo de ativo intangível:
a) custos incorridos na introdução de novo produto ou serviço (incluindo propaganda e
atividades promocionais);
b) custos da transferência das atividades para novo local ou para nova categoria de clientes
(incluindo custos de treinamento); e
c) custos administrativos e outros custos indiretos.

ATIVOS INTANGÍVEIS
Gerados internamente
Por vezes é difícil avaliar se um ativo intangível gerado internamente se qualifica para o
reconhecimento, devido às dificuldades para:
a) identificar se, e quando, existe um ativo identificável que gerará benefícios econômicos
futuros esperados; e
b) determinar com confiabilidade o custo do ativo. Em alguns casos não é possível separar
o custo incorrido com a geração interna de ativo intangível do custo da manutenção ou
melhoria do ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill) gerado
internamente ou com as operações regulares (do dia-a-dia) da entidade.
Para avaliar se um ativo intangível gerado internamente atende aos critérios de reconhecimento,
a entidade deve classificar a geração do ativo:
a) na fase de pesquisa; e/ou
b) Na fase de desenvolvimento.

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O custo atribuível ao registro do ativo intangível inclui todos os gastos diretos necessários a sua
criação, produção e preparação para torná-lo capaz de funcionar.

Fase de Pesquisa
Nenhum ativo intangível proveniente de pesquisa deve ser reconhecido. O dispêndio com
pesquisa deve ser reconhecido como uma despesa quando for incorrido.
Durante a fase de pesquisa de um projeto interno, a entidade não está apta a demonstrar a
existência de um ativo intangível que gerará prováveis benefícios econômicos futuros. Portanto,
tais gastos são reconhecidos como despesa quando incorridos.
São exemplos de atividades de pesquisa:
a) atividades destinadas à obtenção de novo conhecimento;
b) busca, avaliação e seleção final das aplicações dos resultados de pesquisa ou outros
conhecimentos;
c) busca de alternativas para materiais, dispositivos, produtos, processos, sistemas ou
serviços; e
d) formulação, projeto, avaliação e seleção final de alternativas possíveis para materiais,
dispositivos, produtos, processos, sistemas ou serviços novos ouaperfeiçoados.

Fase de Desenvolvimento
Um ativo intangível resultante de desenvolvimento deverá ser reconhecido somente se a
entidade puder demonstrar todos os aspectos a seguir enumerados:
a) a viabilidade técnica para concluir o ativo intangível de forma que ele seja disponibilizado
para uso ou venda;
b) sua intenção de concluir o ativo intangível e de usá-lo ou vendê-lo;
c) sua capacidade para usar ou vender o ativo intangível;
d) a forma como o ativo intangível deverá gerar benefícios econômicos futuros.Entre outros
aspectos, a entidade deverá demonstrar a existência de um mercado para os produtos do
ativo intangível ou para o próprio ativo intangível ou, caso este se destine ao uso interno, a
sua utilidade;
e) a disponibilidade de recursos técnicos, financeiros e outros recursos adequados para
concluir seu desenvolvimento e usar ou vender o ativo intangível; e
f) sua capacidade de mensurar com segurança os gastos atribuíveis ao ativo intangível
durante seu desenvolvimento.
Marcas, títulos de publicações, listas de clientes e outros itens similares, gerados internamente,
não devem ser reconhecidos como ativos intangíveis.

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Os gastos incorridos com marcas, títulos de publicações, listas de clientes e outros itens
similares não podem ser separados dos custos relacionados ao desenvolvimento do negócio
como um todo. Dessa forma, esses itens não devem ser reconhecidos como ativos intangíveis.

Custo de ativo intangível gerado internamente


O custo de ativo intangível gerado internamente inclui todos os gastos diretamente atribuíveis,
necessários à criação, produção e preparação do ativo para ser capaz de funcionar da forma
pretendida pela administração. Exemplos de custos diretamente atribuíveis:
a) gastos com materiais e serviços consumidos ou utilizados na geração do ativo intangível;
b) custos de benefícios a empregados (conforme definido no Pronunciamento Técnico CPC 33
– Benefícios a Empregados) relacionados à geração do ativo intangível;
c) taxas de registro de direito legal; e
d) amortização de patentese licenças utilizadas na geração do ativo intangível.
Os seguintes itens não são componentes do custo de ativo intangível gerado internamente:
a) gastos com vendas, administrativos e outros gastos indiretos, exceto se tais gastos puderem
ser atribuídos diretamente à preparação do ativo para uso;
b) ineficiências identificadas e prejuízos operacionais iniciais incorridos antes do ativo atingir
o desempenho planejado; e
c) gastos com o treinamento de pessoal para operar o ativo.

ATIVOS INTANGÍVEIS
Surgimento dos ativos intangíveis:
Aquisição via combinação de negócios
O reconhecimento inicial deverá ser pelo “valor justo” na data da aquisição (data em que a
adquirente obtém o controle da adquirida).
O adquirente deve reconhecer, na data da aquisição, separadamente do goodwill apurado na
combinação de negócios, um ativo intangível da adquirida, independentemente desse ativo ter
sido reconhecido por ela antes da aquisição da empresa.
De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 15 – Combinação de Negócios, o adquirente
deve reconhecer na data da aquisição, separadamente do ágio derivado da expectativa de
rentabilidade futura (goodwill) apurado em uma combinação de negócios, um ativo intangível
da adquirida, independentemente de o ativo ter sido reconhecido pela adquirida antes da
aquisição da empresa. Isso significa que a adquirente reconhece como ativo, separadamente
do ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill), um projeto de pesquisa
e desenvolvimento em andamento da adquirida se o projeto atender à definição de ativo
intangível. Um projeto de pesquisa e desenvolvimento em andamento da adquirida atende à
definição de ativo intangível quando:

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a) corresponder à definição de ativo; e


b) for identificável, ou seja, é separável ou resulta de direitos contratuais ou outros direitos
legais.

GOOD WILL GERADO INTERNAMENTE


O ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill) gerado internamente não
deve ser reconhecido como ativo.
Esse ágio derivado de expectativa de rentabilidade futura gerado internamente (goodwilll)
corresponde a gastos para gerar benefícios econômicos futuros que não atendem os critérios
de reconhecimento para se transformarem em um ativo intangível (não são identificáveis e
nem são oriundos de direitos contratuais ou outros direitos legais).

ATIVOS INTANGÍVEIS
Surgimento dos ativos intangíveis:
Aquisição via subvenção ou assistência governamentais
O governo transfere ou destina a uma entidade ativos intangíveis.
Ao registro inicial devem ser acrescidos os custos diretamente atribuíveis à preparação do ativo
para o uso pretendido.
Ex. de ativos: direito de aterrisagem em aeroporto, licença para operação de estação de rádio/
tv.
Em alguns casos, um ativo intangível pode ser adquirido sem custo ou por valor nominal, por
meio de subvenção ou assistência governamentais. Isso pode ocorrer quando um governo
transfere ou destina a uma entidade ativos intangíveis, como direito de aterrissagem em
aeroporto, licenças para operação de estações de rádio ou de televisão, licenças de importação
ou quotas ou direitos de acesso a outros recursos restritos. De acordo com o Pronunciamento
Técnico CPC 07 – Subvenção e Assistência Governamentais, uma entidade tem a faculdade
de reconhecer inicialmente ao valor justo tanto o ativo intangível quanto a concessão
governamental. Se uma entidade optar por não reconhecer inicialmente ao valor justo o ativo,
ela deve reconhecer o ativo inicialmente ao valor nominal (o outro tratamento permitido
pelo Pronunciamento Técnico CPC 07) acrescido de quaisquer gastos que sejam diretamente
atribuídos à preparação do ativo para o uso pretendido.
Surgimento dos ativos intangíveis:

Permuta de ativos
Um ou mais ativos intangíveis podem ser adquiridos por meio de permuta por ativo ou ativos
não monetários, ou conjunto de ativos monetários e não monetários. O ativo ou ativos objeto
de permuta podem ser de mesma natureza ou de naturezas diferentes. O texto a seguir refere-
se apenas à permuta de ativo não monetário por outro; todavia, o mesmo conceito pode ser

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aplicado a todas as permutas descritas anteriormente. O custo de ativo intangível é mensurado
pelo valor justo a não ser que (a) a operação de permuta não tenha natureza comercial ou (b) o
valor justo do ativo recebido e do ativo cedido não possa ser mensurado com confiabilidade. O
ativo adquirido deve ser mensurado dessa forma mesmo que a entidade não consiga dar baixa
imediata ao ativo cedido. Se o ativo adquirido não for mensurável ao valor justo, seu custo deve
ser determinado pelo valor contábil do ativo cedido.

Mensuração após reconhecimento


Quando a opção pelo método de reavaliação não estiver restringida por lei ou norma legal
regularmente estabelecida, a entidade deve optar em reconhecer um ativo intangível pelo
método de custo ou pelo método de reavaliação. Caso um ativo intangível seja contabilizado
com base no método de reavaliação, todos os ativos restantes da sua classe devem ser
registrados utilizando o mesmo método, exceto quando não existir mercado ativo para tais
itens.
Método de custo – Após o seu reconhecimento inicial, um ativo intangível deve ser apresentado
ao custo, menos a eventual amortização acumulada e a perda acumulada (Pronunciamento
Técnico CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos).
Método da Reavaliação – Após o seu reconhecimento inicial, se permitido legalmente1, um
ativo intangível pode ser apresentado pelo seu valor reavaliado, correspondente ao seu valor
justo à data da reavaliação. Para efeitos de reavaliação nos termos do presente Pronunciamento
Técnico, o valor justo deve ser mensurado em relação a um mercado ativo. A reavaliação
deve ser realizada regularmente para que, na data do balanço, o valor contábil do ativo não
apresente divergências relevantes em relação ao seu valor justo.

Vida útil
A entidade deve avaliar se a vida útil de um ativo intangível é definida ou indefinida e, no
primeiro caso, a duração ou o volume de produção ou unidades semelhantes que formam essa
vida útil. A entidade deve atribuir vida útil indefinida a um ativo intangível quando, com base na
análise de todos os fatores relevantes, não existe um limite previsível para o período durante o
qual o ativo deverá gerar fluxos de caixa líquidos positivos para a entidade.
A contabilização de ativo intangível baseia-se na sua vida útil. Um ativo intangível com vida útil
definida deve ser amortizado, enquanto a de um ativo intangível com vida útil indefinida não
deve ser amortizado
A vida útil de ativo intangível resultante de direitos contratuais ou outros direitos legais não
deve exceder a vigência desses direitos, podendo se r menor dependendo do período durante
o qual a entidade espera utilizar o ativo. Caso os direitos contratuais ou outros direitos legais
sejam outorgados por um prazo limitado renovável, a vida útil do ativo intangível só deve
incluir o prazo de renovação, se existirem evidências que suportem a renovação pela entidade
sem custo significativo. A vida útil de um direito readquirido reconhecido como ativo intangível
em uma combinação de negócios é o período contratual remanescente do contrato em que o
direito foi concedido e não incluirá períodos de renovação.

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Ativo intangível com vida útil definida


O valor amortizável de um ativo intangível com vida útil definida deve ser apropriado de forma
sistemática ao longo da sua vida útil estimada.
A amortização deve ser iniciada a partir do momento em que o ativo estiver disponível para uso,
ou seja, quando se encontrar no local e nas condições necessários para que possa funcionar da
maneira pretendida pela administração.
A amortização deve cessar na data em que o ativo é classificado como mantido para venda ou
incluído em um grupo de ativos classificado como mantido para venda ou, ainda, na data em
que ele é baixado, o que ocorrer primeiro.
O método de amortização utilizado deve refletir o padrão de consumo pela entidade dos
benefícios econômicos futuros. Se não for possível determinar esse padrão com segurança,
deve ser utilizado o método linear. A despesa de amortização para cada período deve ser
reconhecida no resultado, a não ser que outra norma ou Pronunciamento contábil permita ou
exija a sua inclusão no valor contábil de outro ativo.
O período de amortização e o método de amortização para um ativo intangível, com vida útil,
definida devem ser revistos pelo menos no final de cada exercício social.
Um ativo intangível com vida útil indefinida não deve ser amortizado.
De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos, é
exigido que uma entidade teste a recuperação de um ativo intangível com vida útil indefinida
comparando o seu valor recuperável com o seu respectivo valor contábil, anualmente ou
sempre que haja uma indicação de que o ativo intangível pode estar perdendo substância
econômica.

Baixa e alienação
O ativo intangível deve ser baixado:
a) por ocasião de sua alienação; ou
b) quando não são esperados benefícios econômicos futuros com a sua utilização ou
alienação.
Os ganhos ou perdas decorrentes da baixa de ativo intangível devem ser determinados pela
diferença entre o valor líquido da alienação, se houver, e o valor contábil do ativo. Esses ganhos
ou perdas devem ser reconhecidos no resultado quando o ativo é baixado (a menos que o
Pronunciamento Técnico CPC 06 – Operações de Arrendamento Mercantil venha a requerer
outro tratamento em uma venda e lease back), mas os ganhos não devem ser classificados
como receitas de venda.

Divulgação
A entidade deve divulgar as seguintes informações para cada classe de ativos intangíveis,
fazendo a distinção entre ativos intangíveis gerados internamente e outros ativos intangíveis:

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a) com vida útil indefinida ou definida e, se definida, os prazos de vida útil ou as taxas de
amortização utilizados;
b) os métodos de amortização utilizados para ativos in tangíveis com vida útil definida;
c) o valor contábil bruto e eventual amortização acumulada (mais as perdas acumuladas no
valor recuperável) no início e no final do período;
d) a rubrica da demonstração do resultado em que qualquer amortização de ativo intangível
for incluída;
e) a conciliação do valor contábil no início e no final do período.

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Questões

EXERCÍCIOS CPC 04(R1)

A respeito da Lei nº 6.404/1976, alterada for classificado como disponível para venda,
pela Lei nº 11.638/2007, julgue o item que voltando a ser depreciado normalmente se
se segue. essa situação for revertida.

1. (CESPE – SEFAZ-ES – 2008) ( ) Certo   ( ) Errado

Os bens incorpóreos destinados à manuten- Acerca dos ativos intangíveis e do teste de


ção da companhia ou utilizados com essa impairment, julgue o item a seguir.
finalidade, antes classificados no ativo imo-
bilizado, passaram a classificar-se no intan-
gível. 5. (CESPE – ANATEL – 2014)
( ) Certo   ( ) Errado Um ativo intangível consiste em um direito
monetário não identificável e não dotado
Julgue os itens a seguir, no que se refere de substância física.
à classificação de contas no balanço patri- ( ) Certo   ( ) Errado
monial.

2. (CESPE – MPU – 2013) De acordo com a legislação societária e os


pronunciamentos do Comitê de Pronuncia-
Os fundos de comércio adquiridos, quando mentos Contábeis, julgue o item a seguir.
destinados à manutenção da companhia ou
exercidos com essa finalidade, devem ser 6. (CESPE – TCE-ES – 2012)
reconhecidos no ativo imobilizado.
Um ativo satisfaz o critério de identificação,
( ) Certo   ( ) Errado no que diz respeito à definição de ativo in-
tangível, quando puder ser separado da
entidade e vendido, transferido, licencia-
3. (CESPE – APF – 2014) do, alugado ou trocado, individualmente ou
Ativos monetários identificáveis e sem subs- junto com um contrato, ativo ou passivo re-
tância física devem ser classificados conta- lacionado, independentemente da intenção
bilmente como ativos intangíveis. de uso pela entidade.

( ) Certo   ( ) Errado ( ) Certo   ( ) Errado

4. (CESPE – APF – 2014) 7. (CESPE – MPOG – 2015)

A amortização de ativo intangível, indepen- Goodwill é um termo contabilístico usado


dentemente de sua vida útil, deve ser sus- para refletir a parte do valor de mercado de
pensa a partir do momento em que o bem um negócio que não é diretamente atribuí-

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vel aos seus ativos e passivos, contabilizado um intangível com vida útil definida deve
apenas em caso de uma aquisição. ser amortizado periodicamente, o que não
se aplica nos casos de intangíveis com vida
( ) Certo   ( ) Errado útil indefinida, que não chegam a ser reco-
nhecidos no balanço patrimonial.
Julgue o item que se segue, relativos à con-
tabilização dos itens do ativo e do passivo. ( ) Certo   ( ) Errado

8. (CESPE – MPU – 2015) No que se refere ao disposto no Comitê de


Pronunciamentos Contábeis 04 − ativo in-
O ativo intangível gerado internamente não tangível, julgue o item seguinte.
deve ser reconhecido nas demonstrações
contábeis. 13. (CESPE – PF – 2012)
( ) Certo   ( ) Errado O valor amortizável de ativo intangível com
vida útil indefinida deverá ser amortizado
9. (CESPE – PF – 2012) de modo a refletir o padrão de consumo,
pela entidade, dos benefícios econômicos
Não deve ser reconhecido como ativo o futuros.
ágio derivado da expectativa de rentabilida-
de futura (goodwill) gerado internamente. ( ) Certo   ( ) Errado

( ) Certo   ( ) Errado
14. (CESPE – MPU – 2010)

10. (CESPE – TRT – 2013) Os gastos incorridos na fase de pesquisa de


novos produtos devem ser reconhecidos
Com relação às demonstrações contábeis e como ativo intangível, uma vez que esses
aos pronunciamentos técnicos do Comitê gastos atendem às condições de reconhe-
de Pronunciamentos Contábeis, julgue os cimento de um ativo, sobretudo no que diz
itens que se seguem. respeito à garantia mínima de provável ge-
ração de benefícios futuros.
( ) Certo   ( ) Errado
( ) Certo   ( ) Errado
11. (CESPE – TRT – 2013)
A respeito do tratamento contábil do ativo
Os gastos incorridos com marcas, títulos de intangível, julgue o item a seguir.
publicações, listas de clientes e outros itens
similares gerados internamente não devem 15. (CESPE – CNJ – 2013)
ser reconhecidos como ativos intangíveis,
ainda que a entidade demonstre que esses Quando não houver expectativa de benefí-
gastos possam gerar benefícios econômicos cios econômicos futuros ou serviços poten-
futuros. ciais com a sua utilização ou alienação, o
ativo intangível deve ser baixado.
( ) Certo   ( ) Errado
( ) Certo   ( ) Errado
12. (CESPE – ABIN – 2010)
A contabilização do ativo intangível baseia-
-se na sua vida útil e, consequentemente,

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16. (CESPE – CNJ – 2013) Com relação aos pronunciamentos técni-


cos do Comitê de Pronunciamentos Contá-
Como na fase de pesquisa a entidade não beis (CPC), julgue o item a seguir.
está apta a demonstrar a existência de ativo
intangível, os gastos, quando incorridos, de- 20. (CESPE – APF – 2014)
vem ser reconhecidos em contas de resul-
tado. O intangível gerado internamente somente
deve ser reconhecido como ativo quando se
( ) Certo   ( ) Errado encontrar na fase de desenvolvimento e a
entidade que detiver o seu controle puder
17. (CESPE – TCE-RO – 2013) demonstrar uma série de aspectos exigidos
pelo CPC, destinados a indicar que esse in-
Se a vida útil do ativo intangível for indefini- tangível é capaz de gerar benefícios econô-
da, nenhuma amortização deve ser contabi- micos futuros.
lizada.
( ) Certo   ( ) Errado
( ) Certo   ( ) Errado

21. (CESPE – APF – 2014)


Com base nos pronunciamentos do CPC e
nos seus reflexos na elaboração e divulga- O reconhecimento inicial de um ativo intan-
ção das demonstrações contábeis, julgue o gível deve ser feito por meio de seu custo.
item a seguir. Após esse reconhecimento inicial, e se não
houver restrição por parte de lei ou norma
18. (CESPE – CADE – 2014) legal regularmente estabelecida, a entidade
pode optar pelo método de custo ou pelo
Os benefícios econômicos futuros gera- método de reavaliação para atualizar o va-
dos por ativo intangível podem influenciar lor contábil desse ativo.
a DRE em contas de receitas ou despesas/
custos. Tal flexibilidade ocorre porque esses ( ) Certo   ( ) Errado
benefícios podem aumentar a receita da
venda de produtos ou serviços ou reduzir
os custos resultantes do uso do ativo pela 22. (CESPE – ANATEL – 2014)
entidade. Os gastos com pesquisa e desenvolvimento
( ) Certo   ( ) Errado de um ativo intangível são tratados, respec-
tivamente, como despesa no resultado do
período e ativo, caso demonstrem, entre
19. (CESPE – CADE – 2014) outros aspectos, capacidade de gerar bene-
fícios econômicos futuros.
A distinção básica entre ativo intangível e
goodwill reside no fato de o primeiro ser, ( ) Certo   ( ) Errado
necessariamente, identificável, ao passo
que o ágio derivado da expectativa de ren- Com relação a receitas e despesas e a seus
tabilidade futura (goodwill) não é identifica- reconhecimentos, julgue o item a seguir.
do individualmente apesar de ser um ativo
que representa benefícios econômicos fu-
turos, gerados por outros ativos adquiridos 23. (CESPE – CADE – 2014)
em uma combinação de negócios.
De acordo com a legislação societária vi-
( ) Certo   ( ) Errado gente, os gastos pré-operacionais são clas-
sificados no ativo intangível e reconhecidos,

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posteriormente, no resultado, quando a O item apresenta uma situação hipotética
empresa estiver operando normalmente. seguida de uma assertiva a ser julgada em
relação ao reconhecimento e à mensura-
( ) Certo   ( ) Errado ção contábil, de acordo com os pronuncia-
mentos contábeis emitidos pelo Comitê de
Com respeito à legislação e à normatização Pronunciamentos Contábeis.
contábil brasileira vigentes, julgue o item
subsequente. 27. (CESPE – FUB – 2015)

24. (CESPE – FUB – 2015) A vida útil de determinado ativo intangível


foi considerada indefinida, pois, com base
A venda de uma marca desenvolvida por na análise dos fatos relevantes, não foi
determinada empresa implica a baixa do possível prever um período durante o qual
intangível correspondente contra uma con- seriam gerados fluxos de caixa líquidos po-
ta de custo ou despesa e o registro do valor sitivos para a empresa. Nessa situação, o
efetivamente recebido contra uma conta de impairment test deve ser aplicado anual-
receita, para posterior apuração do resulta- mente a esse intangível.
do obtido na transação.
( ) Certo   ( ) Errado
( ) Certo   ( ) Errado
28. (CESPE – CNJ – 2013)
Acerca da demonstração do fluxo de caixa e
de acordo com os atuais pronunciamentos Os pronunciamentos do CPC determinam
contábeis brasileiros, julgue o item a seguir. que, na fase em que o ativo intangível ainda
não está disponível para uso, sua capacida-
25. (CESPE – ABIN – 2010) de de gerar benefícios econômicos futuros
para recuperar seu valor contábil é, usual-
A entidade deve testar a redução ao valor mente, sujeita a maior incerteza que na fase
recuperável de um ativo intangível ainda em que ele já está disponível para ser utili-
não disponível para uso, comparando seu zado. Portanto, é necessário que a entidade
valor contábil com seu valor recuperável, proceda, no mínimo anualmente, ao teste
caso exista alguma indicação de redução no por desvalorização de ativo intangível que
mercado ativo do intangível. ainda não esteja disponível para uso.
( ) Certo   ( ) Errado ( ) Certo   ( ) Errado

Acerca do processo contábil de reconheci- 29. (CESPE – FUNPRESPE – 2016)


mento, mensuração e evidenciação, julgue
o item a seguir. No item a seguir é apresentada uma situa-
ção hipotética seguida de uma assertiva a
ser julgada a respeito de lançamentos con-
26. (CESPE – BACEN – 2013) tábeis.
Na contabilização de ativos, os ativos intan- O departamento de contabilidade de uma
gíveis serão amortizados e dispensados do empresa fez o lançamento na conta siste-
impairment test, caso sua vida útil seja de- mas de aplicativos software, a débito, e na
finida. conta bancos, a crédito. O custo do aplica-
( ) Certo   ( ) Errado tivo foi mensurado com segurança para que
a empresa pudesse usufruir dos benefícios

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econômicos desse software. Nessa situa-


ção, o lançamento realizado representa o
registro da aquisição de um aplicativo, com
pagamento à vista, sendo esse ativo conta-
bilizado como integrante do grupo do ativo
não circulante — intangível.
( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. C 2. E 3. E 4. E 5. E 6. C 7. C 8. E 9. C 10. X 11. C 12. E 13. C 14. E 15. C 16. C 17. C 
18. C 19. C 20. C 21. C 22. C 23. E 24. E 25. E 26. E 27. C 28. C 29. C

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CPC – 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos

§ 3º A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores


registrados no imobilizado e no intangível, a fim de que sejam:
I – registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver decisão de interromper os
empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou quando comprovado que não poderão
produzir resultados suficientes para recuperação desse valor; ou
II – revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica
estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização.

Objetivo
O objetivo deste Pronunciamento Técnico é estabelecer procedimentos que a entidade deve
aplicar para assegurar que seus ativos estejam registrados contabilmente por valor que não
exceda seus valores de recuperação. Um ativo está registrado contabilmente por valor que
excede seu valor de recuperação se o seu valor contábil exceder o montante a ser recuperado
pelo uso ou pela venda do ativo. Se esse for o caso, o ativo é caracterizado como sujeito ao
reconhecimento de perdas, e o Pronunciamento Técnico requer que a entidade reconheça um
ajuste para perdas por desvalorização. O Pronunciamento Técnico também especifica quando
a entidade deve reverter um ajuste para perdas por desvalorização e estabelece as divulgações
requeridas.

Alcance
Este Pronunciamento Técnico não se aplica a estoques, ativos advindos de contratos de
construção, ativos fiscais diferidos, ativos advindos de planos de benefícios a empregados
ou ativos classificados como mantidos para venda (ou incluídos em grupo de ativos que seja
classificado como disponível para venda) em decorrência de os Pronunciamentos Técnicos do
CPC vigentes aplicáveis a esses ativos conterem disposições orientadoras para reconhecimento
e mensuração desses ativos.

Definições importantes
Valor contábil – é o montante pelo qual o ativo está reconhecido no balanço depois da dedução
de toda respectiva depreciação, amortização ou exaustão acumulada e ajuste para perdas.
Unidade geradora de caixa – é o menor grupo identificável de ativos que gera entradas de
caixa, entradas essas que são em grande parte independentes das entradas de caixa de outros
ativos ou outros grupos de ativos.
Ativos corporativos – são ativos, exceto ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill),
que contribuem, mesmo que indiretamente, para os fluxos de caixa futuros tanto da unidade
geradora de caixa sob revisão quanto de outras unidades geradoras de caixa.

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Despesas de venda ou de baixa – são despesas incrementais diretamente atribuíveis à venda


ou à baixa de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa, excluindo as despesas financeiras
e de impostos sobre o resultado gerado.
Valor depreciável, amortizável e exaurível – é o custo de um ativo, ou outra base que substitua
o custo nas demonstrações contábeis, menos seu valor residual.
Depreciação, amortização e exaustão – é a alocação sistemática do valor depreciável,
amortizável e exaurível de ativos durante sua vida útil.
Valor justo – é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela
transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do mercado na
data de mensuração. (Alterada pela Revisão CPC 03)
Perda por desvalorização – é o montante pelo qual o valor contábil de um ativo ou de unidade
geradora de caixa excede seu valor recuperável.
Valor recuperável de um ativo ou de unidade geradora de caixa – é o maior montante entre o
seu valor justo líquido de despesa de venda e o seu valor em uso.
Vida útil é:
a) o período de tempo durante o qual a entidade espera utilizar um ativo; ou
b) o número de unidades de produção ou de unidades semelhantes que a entidade espera
obter do ativo.
Valor em uso é o valor presente de fluxos de caixa futuros esperados que devem advir de um
ativo ou de unidade geradora de caixa.

Prazo para o Teste


A entidade deve avaliar ao fim de cada período de reporte, se há alguma indicação de que um
ativo possa ter sofrido desvalorização. Se houver alguma indicação, a entidade deve estimar o
valor recuperável do ativo.
Um ativo está desvalorizado quando seu valor contábil excede seu valor recuperável.
Independentemente de existir, ou não, qualquer indicação de redução ao valor recuperável, a
entidade deve:
a) testar, no mínimo anualmente, a redução ao valor recuperável de um ativo intangível com
vida útil indefinida ou de um ativo intangível ainda não disponível para uso, comparando
o seu valor contábil com seu valor recuperável. Esse teste de redução ao valor recuperável
pode ser executado a qualquer momento no período de um ano, desde que seja executado,
todo ano, no mesmo período. Ativos intangíveis diferentes podem ter o valor recuperável
testado em períodos diferentes. Entretanto, se tais ativos intangíveis foram inicialmente
reconhecidos durante o ano corrente, devem ter a redução ao valor recuperável testada
antes do fim do ano corrente; e
b) testar, anualmente, o ágio pago por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) em
combinação de negócios.

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Ao avaliar se há alguma indicação de que um ativo possa ter sofrido desvalorização, a
entidade deve considerar, no mínimo, as seguintes indicações:
Fontes externas de informação:
•• o valor de mercado do ativo diminuiu significativamente, mais do que seria de se esperar
•• mudanças significativas com efeito adverso sobre a entidade ocorreram ou ocorrerão em
futuro próximo, no ambiente da entidade ou do ativo
•• as taxas de juros e de retorno sobre investimentos aumentaram durante o período, e esses
aumentos provavelmente afetarão a taxa de desconto da empresa
•• o valor contábil do patrimônio líquido da entidade é maior do que o valor de suas ações no
mercado;
Fontes internas de informação:
•• evidência disponível de obsolescência ou de dano físico de um ativo;
•• mudanças significativas, com efeito adverso sobre a entidade, ocorreram durante o
período, ou devem ocorrer em futuro próximo, na extensão pela qual, ou na maneira na
qual, um ativo é ou será utilizado
•• evidência disponível, proveniente de relatório interno, que indique que o desempenho
econômico de um ativo é ou será pior que o esperado;
Evidência proveniente de relatório interno que indique que um ativo pode ter se desvalorizado
inclui a existência de:
a) fluxos de caixa para adquirir o ativo ou necessidades de caixa subsequentes para operar ou
mantê-lo, que sejam significativamente mais elevadas do que originalmente orçadas;
b) fluxos de caixa líquidos realizados ou lucros ou prejuízos operacionais gerados pelo ativo,
que são significativamente piores do que aqueles orçados;
c) queda significativa nos fluxos de caixa líquidos orçados ou no lucro operacional, ou aumento
significativo no prejuízo orçado, gerados pelo ativo; ou
d) prejuízos operacionais ou saídas de caixa líquidas advindos do ativo, quando os números
do período atual são agregados com números orçados para o futuro.

Cálculo do valor recuperável


A norma define valor recuperável como o maior valor entre o valor justo líquido de despesas
de venda (ou valor líquido de venda) de um ativo ou de unidade geradora de caixa e o seu valor
em uso.
Nem sempre é necessário determinar o valor justo líquido de despesas de venda de um ativo e
seu valor em uso. Se qualquer um desses montantes exceder o valor contábil do ativo, este não
tem desvalorização e, portanto, não é necessário estimar o outro valor.
Se não há razão para acreditar que o valor em uso de um ativo exceda materialmente seu valor
justo líquido de despesas de venda, o valor justo líquido de despesas de venda do ativo pode ser

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considerado como seu valor recuperável. Esse será frequentemente o caso para um ativo que
é mantido para alienação. Isso ocorre porque o valor em uso de ativo mantido para alienação
corresponderá principalmente às receitas líquidas da baixa, uma vez que os futuros fluxos de
caixa do uso contínuo do ativo, até sua baixa, provavelmente serão irrisórios.

Valor justo líquido de despesas de venda


Obtido na venda de um ativo realizada entre partes conhecedoras de um mercado e interessadas
em determinada transação.
Desse valor, excluem-se as despesas de venda atribuídas diretamente à venda ou à baixa de um
ativo, que não incluem despesas financeiras e impostos incidentes sobre o resultado.
As despesas com a baixa, exceto as que já foram reconhecidas como passivo, devem ser
deduzidas ao se mensurar o valor justo líquido de despesas de alienação. Exemplos desses tipos
de despesas são as despesas legais, tributos, despesas com a remoção do ativo e gastos diretos
incrementais para deixar o ativo em condição de venda. Entretanto, as despesas com demissão
de empregados e as associadas à redução ou reorganização de um negócio em seguida à baixa
de um ativo não são despesas incrementais para baixa do ativo.

Valor em uso
Valor em uso é o valor presente de fluxos de caixa futuros esperados que devem advir de um
ativo ou de unidade geradora de caixa.
A estimativa do valor em uso de um ativo envolve os seguintes passos:
a) Estimar futuras entradas e saídas de caixa derivadas do uso contínuo do ativo e de sua
baixa final; e
b) Aplicar a taxa de desconto apropriada a esses fluxos de caixa futuros.
Os seguintes elementos devem ser refletidos no cálculo do valor em uso do ativo:
a) estimativa dos fluxos de caixa futuros que a entidade espera obter com esse ativo;
b) expectativas acerca de possíveis variações no montante ou no período de ocorrência desses
fluxos de caixa futuros;
c) valor do dinheiro no tempo, representado pela atual taxa de juros livre de risco;
d) preçopelaassunçãodaincertezainerenteaoativo(prêmio);e
e) outros fatores, tais como falta de liquidez, que participantes do mercado iriam considerar
ao precificar os fluxos de caixa futuros esperados da entidade, advindos do ativo.

Taxa de desconto
A taxa de desconto deve ser a taxa antes dos impostos, que reflita as avaliações atuais de
mercado acerca:

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a) do valor do dinheiro no tempo; e
b) dos riscos específicos do ativo para os quais as estimativas de fluxos de caixa futuros não
tenham sido ajustadas.

Reconhecimento e mensuração de perda por desvalorização


Quando o valor recuperável de um ativo for inferior ao seu valor contábil, o valor contábil do
ativo deve ser reduzido ao seu valor recuperável. Essa redução representa uma perda por
desvalorização do ativo.
A perda por desvalorização do ativo deve ser reconhecida imediatamente na demonstração
do resultado, a menos que o ativo tenha sido reavaliado. Qualquer desvalorização de ativo
reavaliado deve ser tratada como diminuição do saldo da reavaliação.

Reconhecimento e mensuração de perda por desvalorização


A perda por desvalorização de ativo não reavaliado deve ser reconhecida na demonstração
do resultado do exercício. Entretanto, a perda por desvalorização de ativo reavaliado deve ser
reconhecida em outros resultados abrangentes (na reserva de reavaliação) na extensão em
que a perda por desvalorização não exceder o saldo da reavaliação reconhecida para o mesmo
ativo. Essa perda por desvalorização sobre o ativo reavaliado reduz a reavaliação reconhecida
para o ativo.
Depois do reconhecimento da perda por desvalorização, a despesa de depreciação, amortização
ou exaustão do ativo deve ser ajustada em períodos futuros para alocar o valor contábil revisado
do ativo, menos seu valor residual (se houver), em base sistemática ao longo de sua vida útil
remanescente.

ÁGIO POR RENTABILIDADE FUTURA (GOODWILL)


Impairment de ativos com Goodwill alocado:
O ágio (goodwill) pago em uma aquisição, em decorrência de expectativa de resultado futuro,
deverá, a partir da data da aquisição, ser alocado a cada uma das unidades geradoras de caixa
do adquirente, ou ao menor grupo possível de unidades geradoras de caixa que devem se
beneficiar das sinergias da aquisição;
Com isso, para fins de cálculo do impairment, o ágio passa a integrar o valor do custo dos ativos
ou da UGC aos quais ele foi alocado;
Todos os ativos ou UGC que receberam a alocação de valor de ágio devem ser testados
anualmente para fins de verificação de impairment.

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Reversão de perda por desvalorização


A entidade deve avaliar, ao término de cada período de reporte, se há alguma indicação de que
a perda por desvalorização reconhecida em períodos anteriores para um ativo, exceto o ágio
por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), possa não mais existir ou ter diminuído. Se
existir alguma indicação, a entidade deve estimar o valor recuperável desse ativo.
Uma perda por desvalorização reconhecida em períodos anteriores para um ativo, exceto o
ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), deve ser revertida se, e somente se,
tiver havido mudança nas estimativas utilizadas para determinar o valor recuperável do ativo
desde a última perda por desvalorização que foi reconhecida. Se esse for o caso, o valor contábil
do ativo deve ser aumentado, com plena observância do descrito no item 117, para seu valor
recuperável. Esse aumento ocorre pela reversão da perda por desvalorização.
A reversão de perda por desvalorização de um ativo, exceto o ágio por expectativa de
rentabilidade futura (goodwill), deve ser reconhecida imediatamente no resultado do período, a
menos que o ativo esteja registrado por valor reavaliado de acordo com outro Pronunciamento.
Qualquer reversão de perda por desvalorização sobre ativo reavaliado deve ser tratada como
aumento de reavaliação conforme tal Pronunciamento.
A reversão de perda por desvalorização sobre ativo reavaliado deve ser reconhecida em outros
resultados abrangentes sob o título de reserva de reavaliação. Entretanto, na extensão em que a
perda por desvalorização para o mesmo ativo reavaliado tenha sido anteriormente reconhecida
no resultado do período, a reversão dessa desvalorização deve ser também reconhecida no
resultado do período.
Depois que a reversão de perda por desvalorização é reconhecida, a despesa de depreciação,
amortização ou exaustão para o ativo deve ser ajustada em períodos futuros para alocar o valor
contábil revisado do ativo menos seu valor residual (se houver) em base sistemática sobre sua
vida útil remanescente.

Reversão de perda por desvalorização do ágio por expectativa de rentabilidade


futura (goodwill)
A perda por desvalorização reconhecida para o ágio por expectativa de rentabilidade futura
(goodwill) não deve ser revertida em período subsequente.
O Pronunciamento Técnico CPC 04 – Ativo Intangível proíbe o reconhecimento de ágio por
expectativa de rentabilidade futura (goodwill) gerado internamente. Qualquer aumento no
valor recuperável do ágio pago por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) nos períodos
subsequentes ao reconhecimento de perda por desvalorização para esse ativo é equivalente
ao reconhecimento de ágio por expectativa de rentabilidade futura gerado internamente
(goodwill gerado internamente) e não reversão de perda por desvalorização reconhecida para
o ágio pago por expectativa de rentabilidade futura (goodwill).

Divulgação
A entidade deve divulgar as seguintes informações para cada classe de ativos:

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a) o montante das perdas por desvalorização reconhecido no resultado do período e a linha
da demonstração do resultado na qual essas perdas por desvalorização foram incluídas;
b) o montante das reversões de perdas por desvalorização reconhecido no resultado do
período e a linha da demonstração do resultado na qual essas reversões foram incluídas;
c) o montante de perdas por desvalorização de ativos reavaliados reconhecido em outros
resultados abrangentes durante o período; e
d) o montante das reversões das perdas por desvalorização de ativos reavaliados reconhecido
em outros resultados abrangentes durante o período.

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Questões

1. (CESPE – TRE-RJ – 2012) Para fins de teste do valor recuperável de


um ativo, dois valores são considerados
O Conselho Federal de Contabilidade e o para a comparação com o valor contábil: o
Comitê de Pronunciamentos Contábeis são valor de venda e o valor em uso desse ati-
responsáveis pela elaboração das normas vo, devendo ser escolhido o maior entre os
contábeis comumente aceitas. Sobre essas dois.
normas, julgue o item que se segue.
( ) Certo   ( ) Errado
O valor recuperável é definido como o
maior número absoluto entre o valor justo
líquido de despesas de venda de um ativo 4. (CESPE – BACEN – 2014)
ou de unidade geradora de caixa e o seu va-
lor de uso. Com relação ao Pronunciamento Técnico
CPC 1, que trata da redução ao valor recu-
( ) Certo   ( ) Errado perável de ativos, julgue o item abaixo.
Ao realizar o teste de recuperabilidade do
Acerca de contas patrimoniais, suas carac- ativo, é necessário determinar tanto o valor
terísticas, seu registro e sua evidenciação, justo líquido de despesas de venda de um
julgue o item a seguir, considerando que a ativo quanto seu valor em uso.
sigla CPC corresponde a Comitê de Pronun-
ciamentos Contábeis. ( ) Certo   ( ) Errado

2. (CESPE – CNJ – 2013) 5. (CESPE – TRE-RJ – 2012)


Os pronunciamentos do CPC determinam O Conselho Federal de Contabilidade e o
que, na fase em que o ativo intangível ainda Comitê de Pronunciamentos Contábeis são
não está disponível para uso, sua capacida- responsáveis pela elaboração das normas
de de gerar benefícios econômicos futuros contábeis comumente aceitas. Sobre essas
para recuperar seu valor contábil é, usual- normas, julgue o item que se segue.
mente, sujeita a maior incerteza que na fase
em que ele já está disponível para ser utili- O valor recuperável é definido como o
zado. Portanto, é necessário que a entidade maior número absoluto entre o valor justo
proceda, no mínimo anualmente, ao teste líquido de despesas de venda de um ativo
por desvalorização de ativo intangível que ou de unidade geradora de caixa e o seu va-
ainda não esteja disponível para uso. lor de uso.
( ) Certo   ( ) Errado ( ) Certo   ( ) Errado

3. (CESPE – MJ – 2013) De acordo com o posicionamento técnico


do CPC, julgue o item subsequente, relati-
Considerando os pronunciamentos técnicos vos ao impairment test.
do Comitê de Pronunciamentos Contábeis
(CPC), julgue o item seguinte.

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6. (CESPE – CADE – 2014) 10. (CESPE – TRE-RJ – 2012)
A entidade deve realizar o teste de recupe- O Conselho Federal de Contabilidade e o
rabilidade de um ativo intangível com vida Comitê de Pronunciamentos Contábeis são
útil indefinida, comparando seu valor con- responsáveis pela elaboração das normas
tábil com seu valor recuperável, ainda que contábeis comumente aceitas. Sobre essas
não haja indícios de desvalorização do refe- normas, julgue o item que se segue.
rido ativo.
O valor recuperável é definido como o
( ) Certo   ( ) Errado maior número absoluto entre o valor justo
líquido de despesas de venda de um ativo
ou de unidade geradora de caixa e o seu va-
7. (CESPE – CADE – 2014) lor de uso.
A entidade deve testar, anualmente, o ágio ( ) Certo   ( ) Errado
pago por expectativa de rentabilidade futu-
ra (goodwill) em aquisições de participação
societária que lhe permita obter o controle No item seguinte, é apresentada uma situ-
da adquirida. ação hipotética seguida de uma assertiva a
ser julgada.
( ) Certo   ( ) Errado
11. (CESPE – MPU – 2010)
Em relação a mensuração de ativos, reava- Determinado ativo imobilizado apresentou
liação, teste de recuperabilidade, impair- resultado econômico pior que o esperado.
ment, depreciação, amortização e exaus- A empresa estimou, com base em estu-
tão, julgue o próximo item. do técnico, que o valor contábil líquido era
maior que o valor recuperável.
8. (CESPE – PF – 2014)
Nessa situação, no balanço patrimonial, o
Para a realização do teste de recuperabili- valor do imobilizado deve ser reduzido pe-
dade de um ativo intangível, deve-se consi- las perdas estimadas por valor não recupe-
derar que o seu valor recuperável advém da rável.
comparação entre o valor justo e o valor em
uso, sendo, dos dois, o maior. ( ) Certo   ( ) Errado
( ) Certo   ( ) Errado
No item seguinte, é apresentada uma situ-
Em relação a mensuração de ativos, reava- ação hipotética que não está relacionada
liação, teste de recuperabilidade, impair- com combinações de negócios, seguida de
ment, depreciação, amortização e exaus- uma assertiva a ser julgada.
tão, julgue o próximo item.
14. (CESE – ABIN – 2010)
9. (CESPE – PF – 2014)
Determinada entidade, ao realizar os testes
Os valores de bens registrados no ativo imo- para a recuperabilidade de seus ativos, não
bilizado ou intangível podem ser aumenta- encontrou mercado ativo para sua unidade
dos em função de reavaliação ou de teste geradora de caixa, estimando, porém, que o
de impairment. correspondente valor em uso era de R$ 10
( ) Certo   ( ) Errado milhões. O valor contábil líquido da unidade
geradora de caixa registrava R$ 12 milhões.
Nessa situação, a entidade deveria reconhe-

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cer o fato com reduções no ativo e no resul- A respeito da mensuração de ativos e da


tado do período pelo valor da diferença de aplicação dos seus respectivos procedi-
R$ 2 milhões. mentos patrimoniais, julgue o item que se
segue.
( ) Certo   ( ) Errado
16. (CESPE – STJ – 2015)
Com respeito à análise das demonstrações
contábeis das empresas, julgue o item. A reversão da perda por irrecuperabilidade
de ativos deve ser reconhecida em contas
15. (CESPE – TCU – 2011) de patrimônio líquido, em razão de sua na-
tureza.
Com base nas informações apresentadas no
quadro abaixo que se refere a uma máquina ( ) Certo   ( ) Errado
adquirida por certa empresa, aplicando-se
o teste de recuperabilidade (impairment),
registra-se uma perda de ativos maior que o
valor da depreciação.

custo de aquisição 2.730.000,00


(-) depreciação acumulada (980.000,00)
(-) valor contábil 1.750.000,00
valor em uso 1.710.000,00
valor justo 1.695.000,00

( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. C 2. C 3. C 4. E 5. C 6. C 7. C 8. C 9. E 10. C 11. C 12. E 13. E 14. C 15. E 16. E

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CPC 06 (R1) – Operações de Arrendamento Mercantil

Objetivo

1. O objetivo desta Norma é estabelecer, para arrendatários e arrendadores, políticas


contábeis e divulgações apropriadas a aplicar em relação a arrendamentos mercantis.

Alcance

2. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização de todas as operações de arrendamento


mercantil (leasing) que não sejam:
•• arrendamentos mercantis para explorar ou usar minério, petróleo, gás natural e recursos
similares não regeneráveis; e
•• acordos de licenciamento para itens tais como fitas cinematográficas, registros de vídeo,
peças de teatro, manuscritos, patentes e direitos autorais (copyrights).
Esta Norma, entretanto, não deve ser aplicada como base de mensuração para:
•• propriedade detida por arrendatário que seja contabilizada como propriedade de
investimento (ver NBC TG 28 – Propriedade para Investimento);
•• propriedade de investimento fornecida pelos arrendadores sob a forma de arrendamentos
mercantis operacionais (ver NBC TG 28);
•• ativos biológicos detidos por arrendatários sob a forma de arrendamentos mercantis
financeiros (ver NBC TG 29 – Ativo Biológico e Produto Agrícola); ou
•• ativos biológicos fornecidos por arrendadores sob a forma de arrendamentos mercantis
operacionais (ver NBC TG 29).

3. Esta Norma aplica-se a acordos que transfiram o direito de usar ativos mesmo que existam
serviços substanciais relativos ao funcionamento ou à manutenção de tais ativos prestados
pelos arrendadores. Esta Norma não se aplica a acordos que sejam contratos de serviço
que não transfiram o direito de usar os ativos de uma parte contratante para a outra.

Definições

4. Os seguintes termos são usados nesta Norma, com os significados especificados:


•• Arrendamento mercantil é um acordo pelo qual o arrendador transmite ao arrendatário
em troca de um pagamento ou série de pagamentos o direito de usar um ativo por um
período de tempo acordado.

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•• Arrendamento mercantil financeiro é aquele em que há transferência substancial dos


riscos e benefícios inerentes à propriedade de um ativo. O título de propriedade pode ou
não vir a ser transferido.
•• Arrendamento mercantil operacional é um arrendamento mercantil diferente de um
arrendamento mercantil financeiro.
Valor residual garantido é:
•• para um arrendatário, a parte do valor residual que seja garantida por ele ou por parte a
ele relacionada (sendo o valor da garantia o valor máximo que possa, em qualquer caso,
tornar-se pagável); e
•• para um arrendador, a parte do valor residual que seja garantida pelo arrendatário ou por
terceiro não relacionado com o arrendador que seja financeiramente capaz de satisfazer as
obrigações cobertas pela garantia.
Valor residual não garantido é a parte do valor residual do ativo arrendado, cuja realização pelo
arrendador não esteja assegurada ou esteja unicamente garantida por uma parte relacionada
com o arrendador.
Vida econômica é:
a) o período durante o qual se espera que um ativo seja economicamente utilizável por um ou
mais usuários; ou
b) o número de unidades de produção ou de unidades semelhantes que um ou mais usuários
esperam obter do ativo.
Vida útil é o período remanescente estimado, a partir do começo do prazo do arrendamento
mercantil, sem limitação pelo prazo do arrendamento mercantil, durante o qual se espera que
os benefícios econômicos incorporados no ativo sejam consumidos pela entidade.
Investimento bruto no arrendamento mercantil é a soma:
dos pagamentos mínimos do arrendamento mercantil a receber pelo arrendador segundo um
arrendamento mercantil financeiro; e de qualquer valor residual não garantido atribuído ao
arrendador.
Investimento líquido no arrendamento mercantil é o investimento bruto no arrendamento
mercantil descontado à taxa de juros implícita no arrendamento mercantil.

Classificação do arrendamento mercantil


A classificação de arrendamentos mercantis adotada nesta Norma baseia-se na extensão
em que os riscos e benefícios inerentes à propriedade de ativo arrendado permanecem no
arrendador ou no arrendatário. Os riscos incluem as possibilidades de perdas devidas à
capacidade ociosa ou obsolescência tecnológica e de variações no retorno em função de
alterações nas condições econômicas. Os benefícios podem ser representados pela expectativa
de operações lucrativas durante a vida econômica do ativo e de ganhos derivados de aumentos
de valor ou de realização do valor residual.

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Um arrendamento mercantil deve ser classificado como financeiro se ele transferir
substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade. Um arrendamento
mercantil deve ser classificado como operacional se ele não transferir substancialmente todos
os riscos e benefícios inerentes à propriedade.
A classificação de um arrendamento mercantil como arrendamento mercantil financeiro ou
arrendamento mercantil operacional depende da essência da transação e não da forma do
contrato. Exemplos de situações que individualmente ou em conjunto levariam normalmente
a que um arrendamento mercantil fosse classificado como arrendamento mercantil financeiro
são:
a) o arrendamento mercantil transfere a propriedade do ativo para o arrendatário no fim do
prazo do arrendamento mercantil;
b) o arrendatário tem a opção de comprar o ativo por um preço que se espera seja
suficientemente mais baixo do que o valor justo à data em que a opção se torne exercível
de forma que, no início do arrendamento mercantil, seja razoavelmente certo que a opção
será exercida;
c) o prazo do arrendamento mercantil refere-se à maior parte da vida econômica do ativo
mesmo que a propriedade não seja transferida;
d) no início do arrendamento mercantil, o valor presente dos pagamentos mínimos do
arrendamento mercantil totaliza pelo menos substancialmente todo o valor justo do ativo
arrendado; e
e) os ativos arrendados são de natureza especializada de tal forma que apenas o arrendatário
pode usá-los sem grandes modificações.
Os indicadores de situações que individualmente ou em combinação também podem levar a
que um arrendamento mercantil seja classificado como arrendamento mercantil financeiro
são:
a) se o arrendatário puder cancelar o arrendamento mercantil, as perdas do arrendador
associadas ao cancelamento são suportadas pelo arrendatário;
b) os ganhos ou as perdas da flutuação no valor justo do valor residual são atribuídos ao
arrendatário (por exemplo, na forma de abatimento que equalize a maior parte do valor da
venda no fim do arrendamento mercantil); e
c) o arrendatário tem a capacidade de continuar o arrendamento mercantil por um período
adicional com pagamentos que sejam substancialmente inferiores ao valor de mercado.
Os exemplos e indicadores enunciados nem sempre são conclusivos. Se for claro com base em
outras características que o arrendamento mercantil não transfere substancialmente todos os
riscos e benefícios inerentes à propriedade, o arrendamento mercantil deve ser classificado
como operacional. Isso pode acontecer se, por exemplo, a propriedade do ativo se transferir
ao final do arrendamento mercantil mediante um pagamento variável igual ao valor justo no
momento, ou se há pagamentos contingentes, como resultado dos quais o arrendatário não
tem substancialmente todos os riscos e benefícios.

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Arrendamento mercantil nas demonstrações contábeis do arrendatário

Arrendamento mercantil financeiro

Reconhecimento inicial

20. No começo do prazo de arrendamento mercantil, os arrendatários devem reconhecer,


em contas específicas, os arrendamentos mercantis financeiros como ativos e passivos
nos seus balanços por quantias iguais ao valor justo da propriedade arrendada ou, se
inferior, ao valor presente dos pagamentos mínimos do arrendamento mercantil, cada um
determinado no início do arrendamento mercantil. A taxa de desconto a ser utilizada no
cálculo do valor presente dos pagamentos mínimos do arrendamento mercantil deve ser a
taxa de juros implícita no arrendamento mercantil, se for praticável determinar essa taxa;
se não for, deve ser usada a taxa incremental de financiamento do arrendatário. Quaisquer
custos diretos iniciais do arrendatário devem ser adicionados à quantia reconhecida como
ativo.

Mensuração subsequente
Os pagamentos mínimos do arrendamento mercantil devem ser segregados entre encargo
financeiro e redução do passivo em aberto. O encargo financeiro deve ser apropriado a cada
período durante o prazo do arrendamento mercantil de forma a produzir uma taxa de juros
periódica constante sobre o saldo remanescente do passivo. Os pagamentos contingentes
devem ser contabilizados como despesa nos períodos em que são incorridos.
Na prática, ao apropriar o encargo financeiro aos períodos durante o prazo do arrendamento
mercantil, o arrendatário pode usar alguma forma de aproximação para simplificar os cálculos.
Um arrendamento mercantil financeiro dá origem a uma despesa de depreciação (amortização)
relativa a ativos depreciáveis (amortizáveis), assim como uma despesa financeira para cada
período contábil. A política de depreciação (amortização) para os ativos arrendados depreciáveis
(amortizáveis) deve ser consistente com a política dos demais ativos depreciáveis (amortizáveis)
sobre os quais se detenha a propriedade e a depreciação reconhecida deve ser calculada de
acordo com a NBC TG 27 – Ativo Imobilizado, ou para o caso de amortização, de acordo com
a NBC TG 04 – Ativo Intangível. Se não houver certeza razoável de que o arrendatário virá a
obter a propriedade no fim do prazo do arrendamento mercantil, o ativo deve ser totalmente
depreciado durante o prazo do arrendamento mercantil ou da sua vida útil, o que for menor.

Arrendamento mercantil operacional


Os pagamentos da prestação do arrendamento mercantil segundo um arrendamento mercantil
operacional devem ser reconhecidos como despesa na base da linha reta durante o prazo do
arrendamento mercantil, exceto se outra base sistemática for mais representativa do padrão
temporal do benefício do usuário.

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Arrendamento mercantil nas demonstrações contábeis do arrendador

Arrendamento mercantil financeiro

Reconhecimento inicial
Os arrendadores devem reconhecer os ativos mantidos por arrendamento mercantil financeiro
nos seus balanços e apresentá-los como conta a receber por valor igual ao investimento líquido
no arrendamento mercantil.
Num arrendamento mercantil financeiro, substancialmente todos os riscos e benefícios
inerentes à propriedade legal são transferidos pelo arrendador e, portanto, os pagamentos do
arrendamento mercantil a serem recebidos são tratados pelo arrendador como amortização
de capital e receita financeira para reembolsá-lo e recompensá-lo pelo investimento e serviços.

Arrendamento mercantil operacional


Os arrendadores devem apresentar os ativos sujeitos a arrendamentos mercantis operacionais
nos seus balanços de acordo com a natureza do ativo.
A receita de arrendamento mercantil proveniente de arrendamentos mercantis operacionais
deve ser reconhecida no resultado na base da linha reta durante o prazo do arrendamento
mercantil, a menos que outra base sistemática seja mais representativa do padrão temporal
em que o benefício do uso do ativo arrendado é diminuído.

Transação de venda e leaseback


Uma transação de venda e leaseback (retroarrendamento pelo vendedor junto ao comprador)
envolve a venda de um ativo e o concomitante arrendamento mercantil do mesmo ativo pelo
comprador ao vendedor. O pagamento do arrendamento mercantil e o preço de venda são
geralmente interdependentes por serem negociados como um pacote. O tratamento contábil
de uma transação de venda e leaseback depende do tipo de arrendamento mercantil envolvido.
Se uma transação de venda e leaseback resultar em arrendamento mercantil financeiro,
qualquer excesso de receita de venda obtido acima do valor contábil não deve ser
imediatamente reconhecido como receita por um vendedor-arrendatário. Em vez disso, tal
valor deve ser diferido e amortizado durante o prazo do arrendamento mercantil.
Se o leaseback for um arrendamento mercantil financeiro, a transação é um meio pelo qual o
arrendador financia o arrendatário, com o ativo como garantia. Por essa razão, não é apropriado
considerar como receita um excedente do preço de venda obtido sobre o valor contábil. Tal
excedente deve ser diferido e amortizado durante o prazo do arrendamento mercantil.

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Transação de venda e leaseback


Se uma transação de venda e leaseback resultar em arrendamento mercantil operacional, e se
estiver claro que a transação é estabelecida pelo valor justo, qualquer lucro ou prejuízo deve
ser imediatamente reconhecido. Se o preço de venda estiver abaixo do valor justo, qualquer
lucro ou prejuízo deve ser imediatamente reconhecido, exceto se o prejuízo for compensado
por futuros pagamentos do arrendamento mercantil a preço inferior ao de mercado, situação
em que esse prejuízo deve ser diferido e amortizado proporcionalmente aos pagamentos do
arrendamento mercantil durante o período pelo qual se espera que o ativo seja usado. Se o
preço de venda estiver acima do valor justo, o excedente sobre o valor justo deve ser diferido e
amortizado durante o período pelo qual se espera que o ativo seja usado.
Se o leaseback for um arrendamento mercantil operacional, e os pagamentos do arrendamento
mercantil e o preço de venda estiverem estabelecidos pelo valor justo, na verdade houve uma
transação de venda normal, e qualquer lucro ou prejuízo deve ser imediatamente reconhecido

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Questões

1. (CESPE – AL-CE – 2011) inerentes à propriedade, ao passo que, no


financeiro, não há transferência substancial
Um arrendamento mercantil será classi- de riscos e benefícios inerentes à proprieda-
ficado contabilmente como financeiro se de.
transferir substancialmente todos os riscos
e benefícios inerentes à propriedade; caso ( ) Certo   ( ) Errado
contrário, o arrendamento será classificado
como operacional.
4. (CESPE – ABIN – 2010)
( ) Certo   ( ) Errado
Quando um financiamento por arrenda-
mento financeiro apresenta o valor presen-
2. (CESPE – Auditor Federal de Controle Ex- te das prestações mínimas, menor do que o
terno – 2013) valor justo do bem, a empresa arrendatária
credita o passivo pelo valor da soma dos pa-
Considere que, em um contrato de arren- gamentos mínimos e debita conta reduto-
damento de determinado ativo, cujo tempo ra no valor calculado dos juros efetivos, ao
estimado de vida útil seja de cinco anos, te- passo que debita o ativo pelo valor presente
nham sido estabelecidos os seguintes itens: das prestações mínimas.
prazo de vigência de 50 meses, soma das
prestações com 95% do valor justo do bem ( ) Certo   ( ) Errado
na data do início do contrato e uma cláusula
que prevê que, no final do contrato, a em-
presa arrendatária possa exercer a opção de 5. (CESPE – ABIN – 2010)
compra, desembolsando um valor que re- A determinação do custo inicial do direito
presente cerca de 5% do valor justo do bem de uso de uma propriedade, para inves-
na data da opção. Com base nessa situação timento obtido por meio de um arrenda-
hipotética, julgue o item que se segue. mento financeiro, deve ser feita pelo menor
A empresa arrendatária deverá, durante a entre o valor justo do direito de uso sobre
vigência do contrato, contabilizar a depre- a propriedade e o valor dos pagamentos mí-
ciação do bem, calculada numa base siste- nimos do arrendamento.
mática, lançando crédito em conta patrimo- ( ) Certo   ( ) Errado
nial de depreciação acumulada, e débito em
conta de resultado, ou de custo no caso de
um ativo utilizado na produção. 6. (CESPE – BANCO DA AMAZONIA – 2010)

( ) Certo   ( ) Errado O valor residual garantido, para o arrenda-


dor, é a parcela do valor residual que seja
garantida pelo arrendatário, ou por terceiro
3. (CESPE – TJ-RR – 2012) não relacionado com o arrendador, que seja
O arrendamento mercantil é classificado financeiramente capaz de satisfazer às obri-
como financeiro ou operacional. No ar- gações cobertas pela garantia.
rendamento operacional, há transferência ( ) Certo   ( ) Errado
substancial de todos os riscos e benefícios

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Julgue o item que se segue de acordo com
a Lei nº 6.404/1976, atualizada nos pro-
nunciamentos do Comitê de Pronuncia-
mentos Contábeis (CPC) e nos princípios
fundamentais de contabilidade, adotados
pelo Conselho Federal de Contabilidade.

7. (CESPE – ANTT – 2013)


Um bem adquirido por meio de um contra-
to de leasing operacional deverá ser ime-
diatamente registrado, pela empresa arren-
datária, como ativo imobilizado e, assim,
passará a ser depreciado.
( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. C 2. C 3. E 4. C 5. C 6. C 7. E

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PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 25

Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes

Objetivo
O objetivo deste Pronunciamento Técnico é estabelecer que sejam aplicados critérios de
reconhecimento e bases de mensuração apropriados a provisões e a passivos e ativos
contingentes e que seja divulgada informação suficiente nas notas explicativas para permitir
que os usuários entendam a sua natureza, oportunidade e valor.

Alcance
Este Pronunciamento Técnico deve ser aplicado por todas as entidades na contabilização de
provisões, e de passivos e ativos contingentes, exceto:
a) os que resultem de contratos a executar, a menos que o contrato seja oneroso; e (b) os
cobertos por outro Pronunciamento Técnico.
Este Pronunciamento Técnico não se aplica a instrumentos financeiros (incluindo garantias)
que se encontrem dentro do alcance do Pronunciamento Técnico CPC 38 – Instrumentos
Financeiros: Reconhecimento e Mensuração.
Contratos a executar são contratos pelos quais nenhuma parte cumpriu qualquer das suas
obrigações ou ambas as partes só tenham parcialmente cumprido as suas obrigações em igual
extensão. Este Pronunciamento Técnico não se aplica a contratos a executar a menos que eles
sejam onerosos.
Quando outro Pronunciamento Técnico trata de um tipo específico de provisão ou de passivo
ou ativo contingente, a entidade aplica esse Pronunciamento Técnico em vez do presente
Pronunciamento Técnico.
Provisão é um passivo de prazo ou de valor incertos.
Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja
liquidação se espera que resulte em saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios
econômicos.
Evento que cria obrigação é um evento que cria uma obrigação legal ou não formalizada que
faça com que a entidade não tenha nenhuma alternativa realista senão liquidar essa obrigação.
Obrigação legal é uma obrigação que deriva de:
a) contrato (por meio de termos explícitos ou implícitos);

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(b) legislação;ou
(c) outra ação da lei.
Obrigação não formalizada é uma obrigação que decorre das ações da entidade em que:
a) por via de padrão estabelecido de práticas passadas, de políticas publicadas ou de
declaração atual suficientemente específica, a entidade tenha indicado a outras partes que
aceitará certas responsabilidades; e
b) em consequência, a entidade cria uma expectativa válida nessas outras partes de que
cumprirá com essas responsabilidades.
Passivo contingente é:
a) uma obrigação possível que resulta de eventos passados e cuja existência será confirmada
apenas pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob
controle da entidade; ou
b) uma obrigação presente que resulta de eventos passados, mas que não é reconhecida
porque:
(i) não é provável que uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos seja
exigida para liquidar a obrigação; ou
(ii) o valor da obrigação não pode ser mensurado com suficiente confiabilidade.
Ativo contingente é um ativo possível que resulta de eventos passados e cuja existência
será confirmada apenas pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos não
totalmente sob controle da entidade.
Contrato oneroso é um contrato em que os custos inevitáveis de satisfazer as obrigações do
contrato excedem os benefícios econômicos que se esperam sejam recebidos ao longo do
mesmo contrato.
Reestruturação é um programa planejado e controlado pela administração e que altera
materialmente:
a) o âmbito de um negócio empreendido por entidade; ou
b) a maneira como o negócio é conduzido.

Provisão e outros passivos


As provisões podem ser distintas de outros passivos tais como contas a pagar e passivos
derivados de apropriações por competência (accruals) porque há incerteza sobre o prazo ou o
valor do desembolso futuro necessário para a sua liquidação. Por contraste:
a) as contas a pagar são passivos a pagar por conta de bens ou serviços fornecidos ou
recebidos e que tenham sido faturados ou formalmente acordados com o fornecedor; e
b) os passivos derivados de apropriações por competência (accruals) são passivos a pagar por
bens ou serviços fornecidos ou recebidos, mas que não tenham sido pagos, faturados ou
formalmente acordados com o fornecedor, incluindo valores devidos a empregados (por

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exemplo, valores relacionados com pagamento de férias). Embora algumas vezes seja
necessário estimar o valor ou prazo desses passivos, a incerteza é geralmente muito menor
do que nas provisões.
Os passivos derivados de apropriação por competência (accruals) são frequentemente
divulgados como parte das contas a pagar, enquanto as provisões são divulgadas separadamente.

Relação entre provisão e passivo contingente


Em sentido geral, todas as provisões são contingentes porque são incertas quanto ao seu prazo
ou valor. Porém, neste Pronunciamento Técnico o termo “contingente” é usado para passivos
e ativos que não sejam reconhecidos porque a sua existência somente será confirmada pela
ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob o controle
da entidade. Adicionalmente, o termo passivo contingente é usado para passivos que não
satisfaçam os critérios de reconhecimento.
Este Pronunciamento Técnico distingue entre:
a) provisões – que são reconhecidas como passivo (presumindo-se que possa ser feita uma
estimativa confiável) porque são obrigações presentes e é provável que uma saída de
recursos que incorporam benefícios econômicos seja necessária para liquidar a obrigação;
e
b) passivoscontingentes–que não são reconhecidos comopassivo porque são:
(i) obrigações possíveis, visto que ainda há de ser confirmado se a entidade tem ou não uma
obrigação presente que possa conduzir a uma saída de recursos que incorporam benefícios
econômicos, ou
(ii) obrigações presentes que não satisfazem os critérios de reconhecimento deste
Pronunciamento Técnico (porque não é provável que seja necessária uma saída de recursos
que incorporem benefícios econômicos para liquidar a obrigação, ou não pode ser feita
uma estimativa suficientemente confiável do valor da obrigação).

Obrigação presente
Em casos raros não é claro se existe ou não uma obrigação presente. Nesses casos, presume-se
que um evento passado dá origem a uma obrigação presente se, levando em consideração toda
a evidência disponível, é mais provável que sim do que não que existe uma obrigação presente
na data do balanço.
Em quase todos os casos será claro se um evento passado deu origem a uma obrigação
presente. Em casos raros – como em um processo judicial, por exemplo –, pode-se discutir
tanto se certos eventos ocorreram quanto se esses eventos resultaram em uma obrigação
presente. Nesse caso, a entidade deve determinar se a obrigação presente existe na data do
balanço ao considerar toda a evidência disponível incluindo, por exemplo, a opinião de peritos.
A evidência considerada inclui qualquer evidência adicional proporcionada por eventos após a
data do balanço. Com base em tal evidência:

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a) quando for mais provável que sim do que não que existe uma obrigação presente na data
do balanço, a entidade deve reconhecer a provisão (se os critérios de reconhecimento
forem satisfeitos); e
b) quando for mais provável que não existe uma obrigação presente na data do balanço, a
entidade divulga um passivo contingente, a menos que seja remota a possibilidade de uma
saída de recursos que incorporam benefícios econômicos

Evento passado
Um evento passado que conduz a uma obrigação presente é chamado de um evento que cria
obrigação. Para um evento ser um evento que cria obrigação, é necessário que a entidade não
tenha qualquer alternativa realista senão liquidar a obrigação criada pelo evento. Esse é o caso
somente:
a) quando a liquidação da obrigação pode ser imposta legalmente; ou
b) no caso de obrigação não formalizada, quando o evento (que pode ser uma ação da
entidade) cria expectativas válidas em terceiros de que a entidade cumprirá a obrigação.

Saída provável de recursos que incorporam benefícios econômicos


Para que um passivo se qualifique para reconhecimento, é necessário haver não somente
uma obrigação presente, mas também a probabilidade de saída de recursos que incorporam
benefícios econômicos para liquidar essa obrigação. Para a finalidade deste Pronunciamento
Técnico, uma saída de recursos ou outro evento é considerado como provável se o evento
for mais provável que sim do que não de ocorrer, isto é, se a probabilidade de que o evento
ocorrerá for maior do que a probabilidade de isso não acontecer. Quando não for provável
que exista uma obrigação presente, a entidade divulga um passivo contingente, a menos que a
possibilidade de saída de recursos que incorporam benefícios econômicos seja remota.

Estimativa confiável da obrigação


Nos casos extremamente raros em que nenhuma estimativa confiável possa ser feita, existe um
passivo que não pode ser reconhecido. Esse passivo é divulgado como passivo contingente .

Passivo contingente
A entidade não deve reconhecer um passivo contingente.
O passivo contingente é divulgado, como exigido pelo item 86, a menos que seja remota a
possibilidade de uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos.

Ativo contingente
A entidade não deve reconhecer um ativo contingente.

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Os ativos contingentes surgem normalmente de evento não planejado ou de outros não


esperados que dão origem à possibilidade de entrada de benefícios econômicos para a
entidade. Um exemplo é uma reivindicação que a entidade esteja reclamando por meio de
processos legais, em que o desfecho seja incerto.
Os ativos contingentes não são reconhecidos nas demonstrações contábeis, uma vez que
pode tratar-se de resultado que nunca venha a ser realizado. Porém, quando a realização do
ganho é praticamente certa, então o ativo relacionado não é um ativo contingente e o seu
reconhecimento é adequado.

Mensuração

Melhor estimativa
O valor reconhecido como provisão deve ser a melhor estimativa do desembolso exigido para
liquidar a obrigação presente na data do balanço.
A melhor estimativa do desembolso exigido para liquidar a obrigação presente é o valor
que a entidade racionalmente pagaria para liquidar a obrigação na data do balanço ou para
transferi- la para terceiros nesse momento. É muitas vezes impossível ou proibitivamente
dispendioso liquidar ou transferir a obrigação na data do balanço. Porém, a estimativa do valor
que a entidade racionalmente pagaria para liquidar ou transferir a obrigação produz a melhor
estimativa do desembolso exigido para liquidar a obrigação presente na data do balanço.

Valor presente
Quando o efeito do valor do dinheiro no tempo é material, o valor da provisão deve ser o valor
presente dos desembolsos que se espera que sejam exigidos para liquidar a obrigação.
Em virtude do valor do dinheiro no tempo, as provisões relacionadas com saídas de caixa que
surgem logo após a data do balanço são mais onerosas do que aquelas em que as saídas de
caixa de mesmo valor surgem mais tarde. Em função disso, as provisões são descontadas,
quando o efeito é material.

Evento futuro
Os eventos futuros que possam afetar o valor necessário para liquidar a obrigação devem
ser refletidos no valor da provisão quando houver evidência objetiva suficiente de que eles
ocorrerão.

Mudança na provisão
As provisões devem ser reavaliadas em cada data de balanço e ajustadas para refletir a melhor
estimativa corrente. Se já não for mais provável que seja necessária uma saída de recursos

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que incorporam benefícios econômicos futuros para liquidar a obrigação, a provisão deve ser
revertida.
Quando for utilizado o desconto a valor presente, o valor contábil da provisão aumenta a cada
período para refletir a passagem do tempo. Esse aumento deve ser reconhecido como despesa
financeira.

Uso de provisão
Uma provisão deve ser usada somente para os desembolsos para os quais a provisão foi
originalmente reconhecida.
Somente os desembolsos que se relacionem com a provisão original são compensados com
a mesma provisão. Reconhecer os desembolsos contra uma provisão que foi originalmente
reconhecida para outra finalidade esconderia o impacto de dois eventos diferentes.

Aplicações de regra de reconhecimento e de mensuração

Perda operacional futura


Provisões para perdas operacionais futuras não devem ser reconhecidas.
As perdas operacionais futuras não satisfazem à definição de passivo, nem os critérios gerais de
reconhecimento.
A expectativa de perdas operacionais futuras é uma indicação de que certos ativos da unidade
operacional podem não ser recuperáveis. A entidade deve testar esses ativos quanto à
recuperabilidade segundo o Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável
de Ativos.

Contrato oneroso
Se a entidade tiver um contrato oneroso, a obrigação presente de acordo com o contrato deve
ser reconhecida e mensurada como provisão.
Muitos contratos (por exemplo, algumas ordens de compra de rotina) podem ser cancelados sem
pagar compensação à outra parte e, portanto, não há obrigação. Outros contratos estabelecem
direitos e obrigações para cada uma das partes do contrato. Quando os eventos tornam esse
contrato oneroso, o contrato deve ser tratado dentro do alcance deste Pronunciamento
Técnico, e existirá um passivo que deve ser reconhecido. Os contratos de execução que não
sejam onerosos não são abrangidos por este Pronunciamento Técnico.

Reestruturação
Exemplos de eventos que podem se enquadrar na definição de reestruturação são:

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a) venda ou extinção de linha de negócios;


b) fechamentodelocaisdenegóciosdeumpaísouregiãoouarealocaçãodasatividadesde negócios
de um país ou região para outro;
c) mudanças na estrutura da administração, por exemplo, eliminação de um nível de gerência;
e
d) reorganizações fundamentais que tenham efeito material na natureza e no foco das
operações da entidade.
Uma obrigação não formalizada para reestruturação surge somente quando a entidade:
a) tiver um plano formal detalhado para a reestruturação, identificando pelo menos:
(i) o negócio ou parte do negócio em questão,
(ii) os principais locais afetados,
(iii) o local, as funções e o número aproximado de empregados que serão incentivados
financeiramente a se demitir,
(iv) os desembolsos que serão efetuados; e
(v) quando o plano será implantado; e
b) tiver criado expectativa válida naqueles que serão afetados pela reestruturação, seja ao
começar a implantação desse plano ou ao anunciar as suas principais características para
aqueles afetados pela reestruturação.
A evidência de que a entidade começou a implantar o plano de reestruturação seria fornecida,
por exemplo, pela desmontagem da fábrica, pela venda de ativos ou pela divulgação das
principais características do plano. A divulgação do plano detalhado para reestruturação
constitui obrigação não formalizada para reestruturação somente se for feita de tal maneira
e em detalhes suficientes (ou seja, apresentando as principais características do plano) que
origine expectativas válidas de outras partes, tais como clientes, fornecedores e empregados
(ou os seus representantes) de que a entidade realizará a reestruturação.
Para que o plano seja suficiente para dar origem a uma obrigação não formalizada, quando
comunicado àqueles por ele afetados, é necessário que sua implementação comece o mais
rápido possível e seja concluída dentro de um prazo que torne improvável a ocorrência de
mudanças significativas no plano. Entretanto, caso se espere que haja grande atraso antes de a
reestruturação começar ou que esta demore tempo demais, deixa de ser provável que o plano
crie expectativa válida da parte de outros de que a entidade está, atualmente, comprometida
com a reestruturação, porque o período de execução dá oportunidade para a entidade mudar
seus planos.
Uma decisão de reestruturação da administração ou da diretoria tomada antes da data do
balanço não dá origem a uma obrigação não formalizada na data do balanço, a menos que a
entidade tenha, antes da data do balanço:
(a) começado a implementação do plano de reestruturação; ou

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b) anunciado as principais características do plano de reestruturação àqueles afetados por ele,
de forma suficientemente específica, criando neles expectativa válida de que a entidade
fará a reestruturação.

Divulgação
Para cada classe de provisão, a entidade deve divulgar:
a) o valor contábil no início e no fim do período;
b) provisões adicionais feitas no período, incluindo aumentos nas provisões existentes;
c) valores utilizados (ou seja, incorridos e baixados contra a provisão) durante o período;
d) valores não utilizados revertidos durante o período; e
e) o aumento durante o período no valor descontado a valor presente proveniente da
passagem do tempo e o efeito de qualquer mudança na taxa de desconto.
Não é exigida informação comparativa.
A entidade deve divulgar, para cada classe de provisão:
a) uma breve descrição da natureza da obrigação e o cronograma esperado de quaisquer
saídas de benefícios econômicos resultantes;
b) uma indicação das incertezas sobre o valor ou o cronograma dessas saídas. Sempre que
necessário para fornecer informações adequadas, a entidade deve divulgar as principais
premissas adotadas em relação a eventos futuros, conforme tratado no item 48; e
c) o valor de qualquer reembolso esperado, declarando o valor de qualquer ativo que tenha
sido reconhecido por conta desse reembolso esperado.
A menos que seja remota a possibilidade de ocorrer qualquer desembolso na liquidação, a
entidade deve divulgar, para cada classe de passivo contingente na data do balanço, uma breve
descrição da natureza do passivo contingente e, quando praticável:
a) a estimativa do seu efeito financeiro, mensurada conforme os itens 36 a 52;
b) a indicação das incertezas relacionadas ao valor ou momento de ocorrência de qualquer
saída; e
c) a possibilidade de qualquer reembolso.

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Questões

1. (CESPE – CADE – 2014) Em relação à mensuração de passivos, pro-


visões, tratamento contábil aplicável aos
Com relação ao passivo das entidades, jul- impostos e contribuições e sistemas de
gue o item a seguir, de acordo com a legis- custos, julgue o item subsecutivo.
lação vigente.
As provisões representam passivos com 4. (CESPE – CADE – 2014)
prazo ou valor incerto e podem ser distin- As provisões e os passivos contingentes
tas de outros passivos, como contas a pagar devem ser reconhecidos e registrados pela
e passivos derivados de apropriações por contabilidade, uma vez que, apesar de se-
competência. rem resultantes de eventos passados, cons-
( ) Certo   ( ) Errado tituem obrigações presentes, sendo prová-
vel a saída de recursos a fim de liquidar a
obrigação no futuro.
2. (CESPE – CADE – 2014)
( ) Certo   ( ) Errado
Acerca de ativos e passivos na contabilida-
de pública, julgue o próximo item.
5. (CESPE – CADE – 2014)
Um passivo contingente deve ser reconhe-
cido quando for decorrente de obrigação Acerca de ativos e passivos na contabilida-
presente que resulte de eventos passados de pública, julgue o próximo item.
devendo as informações desse passivo ser Um passivo contingente deve ser reconhe-
detalhadas em nota explicativa às demons- cido quando for decorrente de obrigação
trações contábeis. presente que resulte de eventos passados
( ) Certo   ( ) Errado devendo as informações desse passivo ser
detalhadas em nota explicativa às demons-
trações contábeis.
3. (CESPE – PF – 2004)
( ) Certo   ( ) Errado
Julgue o item subsequente, a respeito de
passivos de companhias abertas.
Julgue o item a seguir, relativo ao reconhe-
A diferença entre as contas provisão para cimento e à mensuração de contas patri-
imposto de renda e imposto de renda a pa- moniais.
gar está em que a primeira representa um
passivo de prazo ou valor incerto enquanto 6. (CESPE – ABIN – 2010)
que a segunda consiste em um passivo que
não contempla tal incerteza No caso de existir um contrato oneroso, isto
é, um contrato que não pode ser cancelado
( ) Certo   ( ) Errado sem se pagar compensação a outra parte, a
obrigação contábil será reconhecida e men-
surada como provisão no passivo.
( ) Certo   ( ) Errado

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Julgue o item seguinte, relativo a registros No item seguinte, é apresentada uma situ-
contábeis de empresas comerciais. ação hipotética, seguida de uma assertiva
a ser julgada.
7. (CESPE – PF – 2004)
11. (CESPE – PF – 2004)
O registro da provisão para contingências
provoca um crédito no passivo e um débito Um defeito nos filtros da indústria Paraíso
no resultado do exercício. Tropical ocasionou uma grande emissão de
substâncias tóxicas no ambiente, no final de
( ) Certo   ( ) Errado 2003.
Julgue o item que se segue, acerca da utili- Nessa situação, considerando as práticas
zação das técnicas contábeis no registro e contábeis aceitas, a contabilidade da em-
controle do patrimônio das entidades. presa deverá constituir, prudentemente,
uma reserva para contingências ainda em
8. (CESPE – TRE-ES – 2011) 2003, antecipando os desembolsos que
serão feitos para ressarcir os prejudicados
Se as circunstâncias justificarem, as pro- pelo acidente.
visões devem ser constituídas ainda que a
entidade correspondente esteja operando ( ) Certo   ( ) Errado
com prejuízo.
( ) Certo   ( ) Errado Julgue o item, relativo à contabilidade
avançada.
9. (CESPE – MPU – 2010)
12. (CESPE – SEFAZ-ES – 2008)
Julgue o item a seguir, que versa sobre de-
monstrações contábeis. Uma empresa que ofereça, por certo prazo,
garantia de manutenção e bom funciona-
Na hipótese de ocorrência de um desem- mento de um equipamento que seja objeto
bolso, cujo valor não for mensurável, a obri- do seu negócio, deve efetuar uma provisão
gação é classificada como provável e deve para os prováveis dispêndios que terá em
ser reconhecida e registrada no balanço pa- decorrência desse compromisso. Ainda que
trimonial. se trate de uma estimativa, tal valor deverá
figurar no passivo do balanço patrimonial
( ) Certo   ( ) Errado dessa empresa.
Acerca dos critérios de mensuração das ( ) Certo   ( ) Errado
provisões e dos passivos contingentes, jul-
gue o item subsequente.

10. (CESPE – SUFRAMA – 2014)


No caso dos passivos contingentes, o valor
reconhecido deve ser a melhor estimativa
dos dispêndios necessários para liquidar a
obrigação presente na data da apresenta-
ção das demonstrações contábeis.
( ) Certo   ( ) Errado
Gabarito: 1. C 2. E 3. C 4. E 5. E 6. C 7. C 8. C 9. E 10. C 11. E 12. C

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PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 08 (R1)

Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários

Objetivo
O objetivo do presente Pronunciamento Técnico é estabelecer o tratamento contábil aplicável
ao reconhecimento, mensuração e divulgação dos custos de transação incorridos e dos
prêmios recebidos no processo de captação de recursos por intermédio da emissão de títulos
patrimoniais e/ou de dívida.

Alcance
O presente Pronunciamento regula a contabilização e evidenciação dos custos de transação
incorridos na distribuição primária de ações ou bônus de subscrição, na aquisição e alienação
de ações próprias, na captação de recursos por meio da contratação de empréstimos ou
financiamentos ou pela emissão de títulos de dívida, bem como dos prêmios na emissão
de debêntures e outros instrumentos de dívida ou de patrimônio líquido (frequentemente
referidos como títulos e valores mobiliários – TVM).
Custos de transação são somente aqueles incorridos e diretamente atribuíveis às atividades
necessárias exclusivamente à consecução da transação. São, por natureza, gastos incrementais,
já que não existiriam ou teriam sido evitados se essas transações não ocorressem. Exemplos de
custos de transação são: i) gastos com elaboração de prospectos e relatórios; ii) remuneração de
serviços profissionais de terceiros (advogados, contadores, auditores, consultores, profissionais
de bancos de investimento, corretores etc.); iii) gastos com publicidade (inclusive os incorridos
nos processos de road-shows); iv) taxas e comissões; v) custos de transferência; vi) custos de
registro etc. Custos de transação não incluem ágios ou deságios na emissão dos títulos e valores
mobiliários, despesas financeiras, custos internos administrativos ou custos de carregamento.
Despesas financeiras são os custos ou as despesas que representam o ônus pago ou a pagar
como remuneração direta do recurso tomado emprestado do financiador derivado dos fatores
tempo, risco, inflação, câmbio, índice específico de variação de preços e assemelhados;
incluem, portanto, os juros, a atualização monetária, a variação cambial etc., mas não incluem
taxas, descontos, prêmios, despesas administrativas, honorários etc.
Encargos financeiros são a soma das despesas financeiras, dos custos de transação, prêmios,
descontos, ágios, deságios e assemelhados, a qual representa a diferença entre os valores
recebidos e os valores pagos (ou apagar) a terceiros.
Prêmio na emissão de debêntures ou de outros títulos e valores mobiliários é o valor recebido
que supera o de resgate desses títulos na data do próprio recebimento ou o valor formalmente
atribuído aos valores mobiliários.

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Taxa interna de retorno (TIR) é a taxa efetiva de juros que iguala o valor presente dos fluxos de
entrada de recursos ao valor presente dos fluxos de saída. Em outros termos, é a taxa efetiva de
juros que faz com que, por exemplo, o valor presente líquido dos fluxos de caixa de determinado
título de dívida ou empréstimo seja igual a zero, considerando-se, necessariamente, a captação
inicial líquida dos custos de transação.
Método de juros efetivos é o método de calcular o custo amortizado de ativo financeiro ou de
passivo financeiro (ou grupo de ativos ou de passivos financeiros) e de alocar a receita ou a
despesa de juros no período.
Título patrimonial é qualquer contrato (ou título ou valor mobiliário) que evidencie um
interesse residual nos ativos da entidade após a dedução de todos os seus passivos. Como
exemplos citam-se ações, bônus de subscrição etc.
Valor justo é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado, ou um passivo liquidado, entre
partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com a ausência de
fatores que pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação
compulsória.

Contabilização das captações de recursos para o capital próprio


O registro do montante inicial dos recursos captados por intermédio da emissão de títulos
patrimoniais deve corresponder aos valores líquidos disponibilizados para a entidade pela
transação, pois essas transações são efetuadas com sócios já existentes e/ou novos, não
devendo seus custos influenciar o saldo líquido das transações geradoras de resultado da
entidade.
Os custos de transação incorridos na captação de recursos por intermédio da emissão de títulos
patrimoniais devem ser contabilizados, de forma destacada, em conta redutora de patrimônio
líquido, deduzidos os eventuais efeitos fiscais, e os prêmios recebidos devem ser reconhecidos
em conta de reserva de capital.
Nas operações de captação de recursos por intermédio da emissão de títulos patrimoniais em
que exista prêmio (excedente de capital) originado da subscrição de ações aos quais os custos
de transação se referem, deve o prêmio, até o limite do seu saldo, ser utilizado para absorver os
custos de transação.
Nos demais casos, a conta de que trata o item anterior será apresentada após o capital social e
somente pode ser utilizada para redução do capital social ou absorção por reservas de capital.
Quando a operação de captação de recursos por intermédio da emissão de títulos patrimoniais
não for concluída, inexistindo aumento de capital ou emissão de bônus de subscrição, os custos
de transação devem ser reconhecidos como despesa destacada no resultado do período em
que se frustrar a transação.

Contabilização da aquisição de ações de emissão própria (Ações em tesouraria)


A aquisição de ações de emissão própria e sua alienação são também transações de capital da
entidade com seus sócios e igualmente não devem afetar o resultado da entidade.

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Os custos de transação incorridos na aquisição de ações de emissão da própria entidade devem


ser tratados como acréscimo do custo de aquisição de tais ações.
Os custos de transação incorridos na alienação de ações em tesouraria devem ser tratados como
redução do lucro ou acréscimo do prejuízo dessa transação,resultados esses contabilizados
diretamente no patrimônio líquido, na conta que houver sido utilizada como suporte à aquisição
de tais ações, não afetando o resultado da entidade.

Contabilização da captação de recursos de terceiros


O registro do montante inicial dos recursos captados de terceiros, classificáveis no passivo
exigível, deve corresponder ao seu valor justo líquido dos custos de transação diretamente
atribuíveis à emissão do passivo financeiro.
Os custos de transação incorridos na captação de recursos por meio da contratação de
instrumento de dívida (empréstimos, financiamentos ou títulos de dívida tais como debêntures,
notas comerciais ou outros valores mobiliários) devem ser contabilizados como redução do
valor justo inicialmente reconhecido do instrumento financeiro emitido, para evidenciação do
valor líquido recebido.
No caso de capitalização de encargos financeiros durante o período de formação ou construção
de ativos qualificáveis, os mesmos procedimentos devem ser utilizados para definição dos
valores a serem ativados. O valor a ser capitalizado deve corresponder aos encargos financeiros
totais e não apenas às despesas financeiras.
Os custos de transação de captação não efetivada devem ser reconhecidos como despesa no
resultado do período em que se frustrar essa captação.

Contabilização temporária dos custos de transação


Os custos de transação de que trata este Pronunciamento Técnico, enquanto não captados os
recursos a que se referem, devem ser apropriados e mantidos em conta transitória e específica
do ativo como pagamento antecipado. O saldo dessa conta transitória deve ser reclassificado
para a conta específica, conforme a natureza da operação, tão logo seja concluído o processo
de captação, ou baixado se a operação não se concretizar.

Divulgação
A entidade deve divulgar as seguintes informações para cada natureza de captação de recursos
(títulos patrimoniais ou de dívida):
a) a identificação de cada processo de captação de recursos, agrupando-os conforme sua
natureza;
b) o montante dos custos de transação incorridos em cada processo de captação;

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c) o montante de quaisquer prêmios obtidos no processo de captação de recursos por
intermédio da emissão de títulos de dívida ou de valores mobiliários;
d) a taxa efetiva de juros (TIR) de cada operação; e
e) o montante dos custos de transação e prêmios (se for o caso) a serem apropriados ao
resultado em cada período subsequente.

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Questões

Com relação à avaliação de itens patrimo- 4. (CESPE – TCDF – 2014)


niais e ao levantamento das demonstra-
ções de resultado previstas na legislação De acordo com o regime de competência,
societária, julgue o item seguinte. os custos de transação incorridos na aquisi-
ção de ações de emissão própria devem im-
1. (CESPE – TRT-12 – 2013) pactar o resultado da entidade no exercício
em que for efetuada a transação.
Para fins de aplicação do conceito de cus-
to de transação, o conceito de encargos fi- ( ) Certo   ( ) Errado
nanceiros é mais amplo que o de despesas
financeiras, pois o cálculo dos encargos fi- 5. (FCC – TCE-RS – 2013)
nanceiros inclui, além da soma das despe-
sas financeiras, os custos de transação, prê- Considere as seguintes assertivas:
mios, descontos e ágios.
I – Os custos de transação de captação de
( ) Certo   ( ) Errado recursos de terceiros não efetivada devem
ser reconhecidos como despesa no resulta-
do do período em que se frustrar essa cap-
2. (CESPE – TCE-RO – 2013) tação.
Ao adquirir ações de emissão própria, uma II – Os custos de transação incorridos na
companhia apresentará, no valor de seu pa- aquisição de ações de emissão da própria
trimônio líquido, redução em valor igual ao entidade devem ser tratados como acrésci-
custo de aquisição dessas ações, que inclui mo do custo de aquisição de tais ações.
os custos de transação incorridos na opera-
ção. III – Os custos de transação incorridos na
captação de recursos por meio da contra-
( ) Certo   ( ) Errado tação de instrumento de dívida devem ser
contabilizados como redução do valor justo
Com relação ao tratamento contábil de inicialmente reconhecido do instrumento fi-
itens patrimoniais, julgue o item a seguir. nanceiro emitido, inde- pendentemente de
sua classificação.
3. (CESPE – FUB – 2015) Está correto o que se afirma APENAS em
Os custos de transação incorridos na aquisi- a) I
ção de ações de emissão própria devem ser b) II
registrados em conta do patrimônio líquido, c) III
como acréscimo ao custo das ações em te- d) I e II.
souraria, no momento da aquisição. e) II e III.
( ) Certo   ( ) Errado
6. (FGV – SEFAZ-RJ – 2009)
Com relação à contabilização dos itens pa- A Cia. Três Corações abriu seu capital em
trimoniais e de resultado, bem como aos 2008, por meio de emissão de títulos patri-
seus efeitos, julgue os itens que se seguem. moniais, autorizada pela Comissão de Va-

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lores Mobiliários. A empresa incorreu em 19.14, enquanto não captados os recursos a
$ 2.000.000 de custos de transação direta- que se referem, devem ser:
mente atribuíveis à emissão efetuada.
a) apropriados e mantidos em conta tran-
De acordo com o CPC 08, aprovado pelo sitória e específica do ativo como paga-
CFC, esse valor deve ser reconhecido como: mento antecipado.
b) apropriados de imediato ao resultado
a) Despesa Financeira. do período, pois são despesas a partir
b) Ativo Intangível. do momento de sua ocorrência.
c) Ativo Diferido. c) transferidos para o ativo intangível tão
d) Redutor do Patrimônio Líquido. logo concluído o processo de captação.
e) Despesa Antecipada. d) apropriados a conta de lucros ou prejuí-
zos acumulados.
7. (CESGRANRIO – LIQUIGAS – 2014)
Considerando-se os estritos termos do Pro- 10. (FCC – MPE-AP – 2012)
nunciamento Técnico CPC 08 (R1), apro- Os custos de capitação de recursos (aumen-
vado pela Deliberação CVM no 649, de to de capital com emissão de ações) efeti-
16/12/2010, os custos de transação incor- vamente realizada, como gastos com advo-
ridos na captação de recursos mediante a gados, contratação de agente financeiro e
emissão de títulos patrimoniais devem ser outros, realizados para a captação de recur-
considerados como sos por meio de emissão de títulos e valores
a) despesa do exercício social mobiliários devem ser registrados na conta
b) conta redutora do passivo a longo prazo a) de despesa do exercício em que ocorrer
c) conta redutora do patrimônio líquido a capitalização.
d) conta de ativo / juros a apropriar b) redutora do capital social no patrimô-
e) redutora do valor da captação, no passivo nio líquido.
c) de reserva de capital no patrimônio lí-
8. (ESAF – AFC – 2013) quido.
Os gastos com corretagem decorrentes da d) redutora de investimento para o qual o
compra de ações da própria empresa, para recurso for capitado.
manutenção em tesouraria, devem ser re- e) de despesa do ano em que o gasto for
gistrados como: realizado.

a) outras despesas operacionais, no resul- 11. (FCC – SEFAZ-SP – 2013)


tado.
b) acréscimo do custo de aquisição das A Cia. Caleidoscópio, conforme delibera-
ações no Patrimônio Líquido ção da Assembleia de Acionistas, aumen-
c) despesa diferida no ativo, sendo apro- tou seu capital social de R$ 50.000,00 para
priada no resultado quando da venda R$ 60.000,00, com a emissão de 10 mil
das ações. ações, cujo valor nominal foi de R$ 1,00
d) diminuição do valor do investimento no por ação. Dado o interesse do público pelas
ativo não circulante. ações da empresa, foi resolvido que se co-
e) redução do lucro ou prejuízo direta- braria um ágio de R$ 0,15 por ação. Dessa
mente no Patrimônio Líquido. maneira, cada ação da Cia. Caleidoscópio foi
colocada à venda por R$ 1,15. Os investido-
9. Os custos de transação na emissão de títu- res pagaram à vista pelas ações.
los e valores mobiliários de que trata a Re-
solução CFC nº 1.142, que aprovou a NBC T

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Quando do pagamento efetuado pelos in- 12. (CARLOS CHAGAS – PREFEITURA DE SP –


vestidores, a Cia. Caleidoscópio reconheceu 2010)
contabilmente um aumento no Capital So-
cial de A Cia. Acionária resolveu aumentar seu ca-
pital social mediante emissão de 10.000 no-
a) R$ 10.000,00 e a constituição de uma vas ações, cujo valor nominal é de R$ 1,00.
Reserva de Lucros de R$ 1.500,00. Devido às condições de mercado, as ações
b) R$ 11.500,00 e uma Despesa de foram negociadas a R$ 1,50, à vista. Para a
R$ 1.500,00. emissão das ações a Cia. Acionária incorreu
c) R$ 11.500,00. em custos de R$ 500,00. A Cia. Acionária re-
d) R$ 10.000,00 e uma Receita de conheceu um aumento de
R$ 1.500,00.
e) R$ 10.000,00 e a constituição de uma a) capital social no valor de R$ 10.000,00.
Reserva de Capital de R$ 1.500,00. b) capital social no valor de R$ 9.500,00.
c) capital social no valor de R$ 15.000,00.
d) patrimônio líquido no valor de
R$ 15.000,00.
e) reservas de lucros no valor de
R$ 5.000,00.

Gabarito: 1. C 2. C 3. C 4. E 5. D 6. D 7. C 8. B 9. A 10. B 11. E 12. A

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AJUSTE A VALOR PRESENTE
Lei 6404/76
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios:
VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor
presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. (Incluído pela Lei nº
11.638,de 2007)
Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os seguintes critérios:
III – as obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo não circulante serão ajustados
ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. (Redação
dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 12

Ajuste a Valor Presente

Objetivo
O objetivo deste Pronunciamento é estabelecer os requisitos básicos a serem observados
quando da apuração do Ajuste a Valor Presente de elementos do ativo e do passivo quando da
elaboração de demonstrações contábeis, dirimindo algumas questões controversas advindas
de tal procedimento, do tipo:
a) se a adoção do ajuste a valor presente é aplicável tão-somente a fluxos de caixa contratados
ou se porventura seria aplicada também a fluxos de caixa estimados ou esperados;
b) em que situações é requerida a adoção do ajuste a valor presente de ativos e passivos, se
no momento de registro inicial de ativos e passivos, se na mudança da base de avaliação de
ativos e passivos, ou se em ambos os momentos;
c) se passivos não contratuais, como aqueles decorrentes de obrigações não formalizadas ou
legais, são alcançados pelo ajuste a valor presente;
d) qual a taxa apropriada de desconto para um ativo ou um passivo e quais os cuidados
necessários para se evitarem distorções de cômputo e viés;
e) qual o método de alocação de descontos (juros) recomendado;
f) se o ajuste a valor presente deve ser efetivado líquido de efeitos fiscais.

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Alcance
Este Pronunciamento trata essencialmente de questões de mensuração, não alcançando com
detalhes questões de reconhecimento. É importante esclarecer que a dimensão contábil do
“reconhecimento” envolve a decisão de “quando registrar” ao passo que a dimensão contábil
da “mensuração” envolve a decisão de “por quanto registrar”. No presente Pronunciamento
determina-se que a mensuração contábil a valor presente seja aplicada no reconhecimento
inicial de ativos e passivos. Apenas em certas situações excepcionais, como a que é adotada
numa renegociação de dívida em que novos termos são estabelecidos, o ajuste a valor presente
deve ser aplicado como se fosse nova medição de ativos e passivos. É de se ressaltar que
essas situações de nova medição de ativos e passivos são raras e são matéria para julgamento
daqueles que preparam e auditam demonstrações contábeis,

Valor Presente x Valor Justo


É necessário observar que a aplicação do conceito de ajuste a valor presente nem sempre
equipara o ativo ou o passivo a seu valor justo. Por isso, valor presente e valor justo não são
sinônimos. Por exemplo, a compra financiada de um veículo por um cliente especial que, por
causa dessa situação, obtenha taxa não de mercado para esse financiamento, faz com que a
aplicação do conceito de valor presente com a taxa característica da transação e do risco desse
cliente leve o ativo, no comprador, a um valor inferior ao seu valor justo; nesse caso prevalece
contabilmente o valor calculado a valor presente, inferior ao valor justo, por representar
melhor o efetivo custo de aquisição para o comprador. Em contrapartida o vendedor reconhece
a contrapartida do ajuste a valor presente do seu recebível como redução da receita,
evidenciando que, nesse caso, terá obtido um valor de venda inferior ao praticado no mercado.

Diretrizes gerais
A questão mais relevante para a aplicação do conceito de valor presente, nos moldes de
Pronunciamento baseado em princípios como este, não é a enumeração minuciosa de quais
ativos ou passivos são abarcados pela norma, mas o estabelecimento de diretrizes gerais e de
metas a serem alcançadas. Nesse sentido, como diretriz geral a ser observada, ativos, passivos
e situações que apresentarem uma ou mais das características abaixo devem estar sujeitos aos
procedimentos de mensuração tratados neste Pronunciamento:
a) transação que dá origem a um ativo, a um passivo, a uma receita ou a uma despesa
(conforme definidos no Pronunciamento Conceitual Básico Estrutura Conceitual para a
Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis deste CPC) ou outra mutação do
patrimônio líquido cuja contrapartida é um ativo ou um passivo com liquidação financeira
(recebimento ou pagamento) em data diferente da data do reconhecimento desses
elementos;
b) reconhecimento periódico de mudanças de valor, utilidade ou substância de ativos ou
passivos similares emprega método de alocação de descontos;
c) conjunto particular de fluxos de caixa estimados claramente associado a um ativo ou a um
passivo;

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O presente Pronunciamento determina-se que a mensuração contábil a valor presente seja
aplicada no reconhecimento inicial de ativos e passivos. (B)
Apenas em certas situações excepcionais, como a que é adotada numa renegociação de dívida
em que novos termos são estabelecidos, o ajuste a valor presente deve ser aplicado como se
fosse nova medição de ativos e passivos. É de se ressaltar que essas situações de nova medição
de ativos e passivos são raras e são matéria para julgamento daqueles que preparam e auditam
demonstrações contábeis, vis-à-vis Pronunciamentos específicos.
A adoção pela Contabilidade de informações com base no valor presente de fluxo de caixa,
inevitavelmente, provoca discussões em torno de suas características qualitativas: relevância
e confiabilidade. Emitir juízo de valor acerca do balanceamento ideal de uma característica em
função da outra, caso a caso, deve ser um exercício recorrente para aqueles que preparam e
auditam demonstrações contábeis.
Do mesmo modo, o julgamento da relevância do ajuste a valor presente de ativos e passivos
de curto prazo deve ser exercido por esses indivíduos, levando em consideração os efeitos
comparativos antes e depois da adoção desse procedimento sobre itens do ativo, do passivo,
do patrimônio líquido e do resultado.
Ativos e passivos monetários com juros implícitos ou explícitos embutidos devem ser
mensurados pelo seu valor presente quando do seu reconhecimento inicial, por ser este o
valor de custo original dentro da filosofia de valor justo (fair value). Por isso, quando aplicável,
o custo de ativos não monetários deve ser ajustado em contrapartida; ou então a conta de
receita, despesa ou outra conforme a situação. A esse respeito, uma vez ajustado o item não
monetário, não deve mais ser submetido a ajustes subseqüentes no que respeita à figura de
juros embutidos. Ressalte-se que nem todo ativo ou passivo não-monetário está sujeito ao
efeito do ajuste a valor presente; por exemplo, um item não monetário que, pela sua natureza,
não está sujeito ao ajuste a valor presente é o adiantamento em dinheiro para recebimento ou
pagamento em bens e serviços.
Objetivamente, sob determinadas circunstâncias, a mensuração de um ativo ou um passivo a
valor presente pode ser obtida sem maiores dificuldades, caso se disponha de fluxos contratuais
com razoável grau de certeza e de taxas de desconto observáveis no mercado. Por outro lado,
pode ser que
em alguns casos os fluxos de caixa tenham que ser estimados com alto grau de incerteza, e
as taxas de desconto tenham que ser obtidas por modelos voltados a tal fim. O peso dado
para a relevância nesse segundo caso é maior que o dado para a confiabilidade, uma vez que
não seria apropriado apresentar informações com base em fluxos nominais. Conforme seja o
caso, a abordagem tradicional ou de fluxo de caixa esperado deve ser eleita como técnica para
cômputo do ajuste a valor presente. (A)
Os elementos integrantes do ativo e do passivo decorrentes de operações de longo prazo, ou
de curto prazo quando houver efeito relevante, devem ser ajustados a valor presente com base
em taxas de desconto que reflitam as melhores avaliações do mercado quanto ao valor do
dinheiro no tempo e os riscos específicos do ativo e do passivo em suas datas originais. (D)
A quantificação do ajuste a valor presente deve ser realizada em base exponencial "pro rata
die", a partir da origem de cada transação, sendo os seus efeitos apropriados nas contas a que
se vinculam. (E)

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Passivos não contratuais são aqueles que apresentam maior complexidade para fins de
mensuração contábil pelo uso de informações com base no valor presente. Fluxos de caixa ou
séries de fluxos de caixa estimados são carregados de incerteza, assim como são os períodos
para os quais se tem a expectativa de desencaixe ou de entrega de produto/prestação de
serviço. Logo, muito senso crítico, sensibilidade e experiência são requeridos na condução de
cálculos probabilísticos. Pode ser que em determinadas situações a participação de equipe
multidisciplinar de profissionais seja imperativo para execução da tarefa. (C)
O reconhecimento de provisões e passivos está disciplinado no ambiente contábil brasileiro. São
contempladas as obrigações legais e as não formalizadas (estas últimas também denominadas
pela Teoria Contábil Normativa como “obrigações justas ou construtivas”), que nada mais são
do que espécies do gênero “passivo não contratual”. Obrigações justas resultam de limitações
éticas ou morais e não de restrições legais. Já as obrigações construtivas decorrem de práticas
e costumes.
Garantias concedidas a clientes discricionariamente, assistência financeira freqüente a
comunidades nativas situadas em regiões nas quais sejam desenvolvidas atividades econômicas
exploratórias, entre outros, são alguns exemplos.
O desconto a valor presente é requerido quer se trate de passivos contratuais, quer se trate
de passivos não contratuais, sendo que a taxa de desconto necessariamente deve considerar o
risco de crédito da entidade. Quando da edição de norma que dê legitimidade à aplicação do
conceito de ajuste a valor presente, como é o caso deste Pronunciamento Técnico, a técnica
deve ser aplicada a todos os passivos, inclusive às provisões.

Risco e incerteza: taxa de desconto


Ao se utilizarem, para fins contábeis, informações com base no fluxo de caixa e no valor
presente, incertezas inerentes são obrigatoriamente levadas em consideração para efeito de
mensuração, conforme já salientado em itens anteriores deste Pronunciamento. Do mesmo
modo, o “preço” que participantes do mercado estão dispostos a “cobrar” para assumir
riscos advindos de incertezas associadas a fluxos de caixa (ou em linguagem de finanças “o
prêmio pelo risco”) deve ser igualmente avaliado. Ao se ignorar tal fato, há o concurso para a
produção de informação contábil incompatível com o que seria uma representação adequada
da realidade, imperativo da Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das
Demonstrações Contábeis, Pronunciamento Conceitual Básico deste CPC, tratado nos seus itens
33 e 34. Por outro lado, não são admissíveis ajustes arbitrários para prêmios por risco, mesmo
com a justificativa de quase impossibilidade de se angariarem informações de participantes de
mercado, pois, assim procedendo, é trazido viés para a mensuração.

Efeitos fiscais
Para fins de desconto a valor presente de ativos e passivos, a taxa a ser aplicada não deve ser
líquida de efeitos fiscais, e, sim, antes dos impostos.(F)
Quando houver Pronunciamento específico do CPC que discipline a forma pela qual um ativo ou
passivo em particular deva ser mensurado com base no ajuste a valor presente de seus fluxos
de caixa, referido pronunciamento específico deve ser observado. A regra específica sempre

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prevalece à regra geral. Caso especial é o relativo à figura do Imposto de Renda Diferido Ativo
e à do Imposto de Renda Diferido Passivo, objeto de Pronunciamento Técnico específico, mas
que, conforme previsto nas Normas Internacionais de Contabilidade, não são passíveis de ajuste
a valor presente, o que deve ser observado desde a implementação deste Pronunciamento.

Mensuração ao valor justo X Ajuste a valor presente


Valor justo (fair value) – é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado, ou um passivo
liquidado, entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com
a ausência de fatores que pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem uma
transação compulsória.
Valor presente (present value) – é a estimativa do valor corrente de um fluxo de caixa futuro,
no curso normal das operações da entidade.
Observação: Em algumas circunstâncias o valor justo e o valor presente podem coincidir.
Contudo, valor justo e valor presente não são sinônimos.

Mensuração ao valor justo


O objetivo é demonstrar o valor de mercado de determinado ativo ou passivo; ou
O provável valor que seria o de mercado por comparação a outros ativos ou passivos que
tenham valor de mercado; ou
O provável valor que seria o de mercado por utilização do ajuste a valor presente dos valores
estimados futuros de fluxos de caixa vinculados a esse ativo ou passivo; ou
Pela utilização de fórmulas econométricas reconhecidas pelo mercado.

Ajuste a valor presente


O objetivo é efetuar o ajuste para demonstrar o valor presente de um fluxo de caixa futuro.
Esse fluxo de caixa pode estar representado por ingressos ou saídas de recursos. Para
determinar o valor presente de um fluxo de caixa, três informações são requeridas:
Valor do fluxo futuro (considerando todos os termos e as condições contratados), Data do
referido fluxo financeiro e Taxa de desconto aplicável à transação.

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Questões

1. (CESPE – MPU – 2013) efetuado em base linear pro rata, com base
na taxa nominal de juros.
Com relação ao balanço patrimonial, jul-
gue o item seguinte conforme normatiza- ( ) Certo   ( ) Errado
ção feita pela Lei nº 6.404/1976.
Uma empresa que tenha valores a receber 5. (CESGRANRIO – 2014)
em longo prazo, provenientes de suas ven-
das, deverá avaliar esses itens a valor pre- Nos próprios termos do CPC 12, ajuste a va-
sente para fins de levantamento de balanço lor presente, é informado que o Pronuncia-
patrimonial. mento trata, essencialmente, das questões
de mensuração sem atingir o detalhamento
( ) Certo   ( ) Errado das questões de reconhecimento.
( ) Certo   ( ) Errado
2. (CESPE – TCE-RO – 2013)
Com relação aos critérios de avaliação de Com base no pronunciamento técnico de
ativos e seus efeitos no patrimônio de uma ajuste a valor presente, do CPC, julgue o
companhia aberta, julgue o item a seguir. item subsequente.

Os direitos decorrentes de vendas a prazo 6. (CESPE – CADE – 2014)


classificados no ativo realizável a longo pra-
zo estão sujeitos a ajuste a valor presente, O desconto a valor presente é requerido
cujo efeito contábil é a redução simultânea no caso de passivos contratuais, devendo a
do ativo e do resultado da empresa deten- taxa de desconto considerar o risco de cré-
tora desses direitos. dito da entidade. Quanto aos passivos não
contratuais, não ocorre a apuração do valor
( ) Certo   ( ) Errado presente apesar do seu registro como provi-
sões futuras.
3. (CESPE – Contador – PF – 2014) ( ) Certo   ( ) Errado
Julgue o item subsequente, a respeito de
passivos de companhias abertas. Com base no pronunciamento técnico de
ajuste a valor presente, do CPC, julgue o
Passivos monetários que apresentem juros item subsequente.
implícitos embutidos no seu valor devem
ser avaliados a valor presente por ocasião 7. (CESPE – CADE – 2014)
do seu reconhecimento inicial.
Quando houver efeito relevante, os itens
( ) Certo   ( ) Errado do ativo e do passivo decorrentes de opera-
ções de curto prazo devem ser ajustados a
4. (CESPE – TRE-ES – 2011) valor presente.

De acordo com o Pronunciamento Técnico ( ) Certo   ( ) Errado


CPC 12, o ajuste a valor presente deve ser

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Julgue o seguinte item, com relação ao 10. (CESPE – TRE-ES – 2011)
conceito, à classificação e à avaliação de
itens patrimoniais diversos. Com referência ao balanço patrimonial,
julgue o item que se segue.
8. (CESPE – ANTAQ – 2014) De acordo com o Pronunciamento Técnico
O ajuste a valor presente de venda a longo CPC 12, o ajuste a valor presente deve ser
prazo enseja redução na conta de receita efetuado em base linear pro rata, com base
bruta de vendas. na taxa nominal de juros.

( ) Certo   ( ) Errado ( ) Certo   ( ) Errado

9. (CESPE – Contador – MJ – 2013) 11. (CESPE – Agente Técnico de Inteligência –


Contabilidade – 2010)
Julgue o item a seguir, referente aos impac-
tos provocados por fatos contábeis no pa- No item, é apresentada uma situação hipo-
trimônio de uma companhia aberta. tética acerca de diversas operações contá-
beis, seguida de uma assertiva a ser julgada.
O ajuste a valor presente de duplicatas a
receber no longo prazo implica registro a Uma empresa adquiriu um imobilizado no
crédito da própria conta de duplicatas a re- valor de R$ 200.000,00, pagou ao fornece-
ceber e registro a débito de uma conta de dor 20% à vista e o restante, em 4 parcelas
despesa. anuais de R$ 48.000,00. Nessa situação,
desconsiderando-se a segregação entre cir-
( ) Certo   ( ) Errado culante e não circulante e aceitando-se uma
taxa anual de juros de 20% a.a., na contabi-
lização da compra, deverá ser feito um débi-
to no valor de R$ 40.000,00 na conta juros a
transcorrer.
( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. C 2. C 3. C 4. E 5. C 6. E 7. C 8. C 9. E 10. E 11. E

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