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As fases da Dança do Ventre

(na carreira de uma bailarina)


por Jorge Sabongi

Sabemos que a dança do ventre é uma jornada para o resto da


vida de todas as mulheres que se predisponham a levá-la a sério e
tê-la consigo como balizamento emocional, e elemento
estruturador da auto-estima. Em se tratando de aprendizado com
intuito profissional, existem algumas fases que devem ser
conhecidas:

1) Sede de aprendizado - Tudo começa quando uma mulher tem


o primeiro contato com a dança e vislumbra a possibilidade de vir
a aprendê-la. Nesse instante, quer saber tudo o que a professora
sabe, e acredita que em um mês estará totalmente desenvolta a
fim de se apresentar para quem mais gosta.

2) Desânimo ao achar que nunca vai aprender (primeiros 6


meses) - Aparece nas primeiras dificuldades com movimentos
mais elaborados e que necessitam coordenação específica.

3) Confiança em acreditar que pode fazer (1 ano) - Após superar o desânimo e continuar com
perseverança seus estudos de dança, percebe que, com treino, consegue fazer alguns dos
movimentos já suficientes para cumprir os objetivos para os quais se determinou.

4) A primeira dança para o público - É o momento mais importante. Aqui fica definida qual a
estrada que vai trilhar. Se as palmas e os elogios acontecem, provavelmente inicia-se um
processo de euforia e a crença de que poderá ir além.

5) Início de danças para o público com mais freqüência (2 anos) - Início de uma fase difícil
de lidar. A bailarina acredita que domina seu público e que "já sabe tudo"e "pode ensinar
muito". Ouve pouco e fala demais. Inicia uma fase de auto-confiança semelhante a uma bolha,
que pode esvaziar a qualquer momento. Ela mesma desenha para si uma promessa de sucesso;
sua preocupação principal: o cachê. O ego começa a contrastar.

6) Desequilíbrio com o ego e dificuldades em lidar com a humildade - Lida com elogios de
forma desequilibrada, podendo perder os traços de humildade. É a tendência para criticar e o
desconforto extremo quando vira para si o alvo da crítica. Nesse momento, geralmente, começa
a dar aulas, despreparada e sem a generosidade necessária. Assim, não oferece a suas alunas o
que de fato deveria.

7) Estrelismo (3 anos) - A pior de todas as fases. O momento negro na carreira da bailarina de


dança do ventre profissional. Acredita que ninguém sabe mais do que ela: "todos precisam
aprender". É a senhora das palavras, das opiniões e das verdades. Modéstia passa a ser uma
palavra desconhecida e o convívio social é permeado pelo interesse profissional. Por vezes, ao
ser questionada sobre seu tempo de estudos em dança do ventre adiciona todos os cursos de balé
que já fez na vida e diz "já estou trabalhando nessa área há dez anos", quando na verdade só
começou a estudar a dança oriental há dois. A inflação no tempo de experiência pode ser
extendida para a lista de apresentações profissionais e até mesmo a dança no clube do bairro está
lá presente no currículo.

8) O sucesso não chegou como previsto - É o momento da dúvida: afinal, o que saiu errado? A
cartilha dizia que era esse o caminho; em que ponto do mapa fica o sucesso tão almejado? O
mapa, na verdade, não existe, e a bailarina percebe que precisará escrever seu próprio mapa, se
desejar continuar.

9) Desânimo com o que já sabe -


Acontece ao perceber que faz
sempre as mesmas coisas, os
mesmos movimentos, e dança
sempre com as mesmas
músicas. Surge a sensação de que
parou no tempo. Já não se contenta
mais com o pouco que desenvolveu
e entra em depressão com a
dança. Em muitos casos, acaba
realizando suas apresentações
meramente para angariar recursos
financeiros; é uma fase perigosa,
pois a tendência aqui é "criar"
formas de chamar a atenção para a
dança, coisas que ninguém nunca fez e que, eventualmente, podem ser um grande chamariz para
atrair as pessoas ou a mídia. Um desrespeito à cultura e à arte. É uma fase de procurar atalhos.

10) Estacionar com o aprendizado (4 anos) - Além do tédio de ter que se apresentar sempre
com as mesmas músicas, as mesmas roupas (pois o ânimo e a criatividade parecem que foram
embora para sempre), agora parece que já não existem fontes confiáveis e conhecimentos para
adquirir, e o jeito será manter a dança como fonte de renda financeira, por mais pesado que
pareça este fardo; e aparece a preocupação "tenho que aumentar meu cachê... afinal já estou há
quatro anos trabalhando como profissional!".

11) Indecisão sobre a dança e seus propósitos pessoais - A dúvida começa a pairar. Foi
realmente um acerto ter escolhido esta estrada? Acredita que já aprendeu tudo o que podia. E
mesmo assim o questionamento "ser uma estrela" ou "ser uma farsa" tem um grande impacto
emocional.

12) Decisão de procurar novas fontes (5 anos) - Se conseguir superar a fase anterior, inicia-se
um novo horizonte, com idéias, fluxos de criatividade e vibrações de possibilidades que antes
pareciam obscuras.
13) Necessidade de reconhecimento - Começa a acreditar que ninguém,
neste período todo de carreira, reconheceu seu valor e tudo o que aprendeu
durante anos. O mundo não a compreendeu e não reconhece o talento
visível que é.

14) Amadurecimento e respeito pela arte (10 anos) - É o momento em


que se atinge o primeiro platô de sabedoria. Percebe que ainda não
aprendeu absolutamente nada do que existe neste manancial de cultura e
começa a respeitar mais seu corpo e seu aprendizado. Percebe que a estrada
é mais longa do que imaginava e agora a incorpora para sempre. Já faz
parte do seu sangue conviver com o aprendizado da dança. A humildade começa a aparecer e
fica difícil a convivência com as iniciantes que se encontram na fase do desequilíbrio com o ego.

15) Procura incessante por novas fontes e maneiras de dançar - O prazer agora, mais do que
nunca, está na descoberta do que durante tantos anos esteve oculto: o conhecimento. Encontra
as respostas para muitas atitudes de antes e com tudo que toma contato percebe um sentido
melhor, pois já teve oportunidade de sentir e compartilhar pessoalmente no passado.

16) Equilíbrio artístico e definição de métodos de ensino - Já não faz tanta diferença como os
outros pensam ou como o mercado reage às suas investidas. Desenvolve seu trabalho
procurando sempre ferramentas para aprimorar seus métodos para ensinar, passar a frente tudo o
que aprendeu. O aprendizado e o aperfeiçoamento agora importam demais para si.

17) Especialização de danças e investimento na


imagem (15 anos) - Começam a fazer parte do
currículo danças folclóricas dos países árabes,
mediterrâneo, sempre embasadas em um amplo
conhecimento em cada assunto. Seu nome começa a
ganhar destaque no mercado da dança. Cresce a
credibilidade e desenvolve um trabalho sério. Surgem
os workshops.

18) Ensino do que aprendeu na carreira - Agora o


mais importante é a alavancagem de maior
conhecimento possível. Esta passa a ser a fonte de seu
prazer. Sua dança só enriquece se descobre novas
fontes de conhecimento; e delas sempre se utiliza para o
aperfeiçoamento de movimentos e o ensino.

19) Plenitude na dança e fonte de pesquisas (20


anos) - O prazer artístico está alicerçado em
conhecimento e saber; realiza com o corpo o que
desejar e, graças aos anos de pesquisas empreendidas
durante a existência, tudo tem coerência e os pontos de
estudo parecem alinhavados.

20) Dúvidas sobre quando parar de dançar - É um momento delicado na carreira de toda
bailarina e de qualquer artista. Relutância em acreditar que suas apresentações iniciam uma fase
descendente em se tratando de tempo; super-valorização do momento presente. O tempo passa
para todos.
21) Nostalgia e respeito público (mais de 25 anos) - Seu nome acaba sendo respeitado e
admirado por todas aquelas que fazem parte do meio. As lembranças pessoais parecem
recentes... Se conseguiu construir uma carreira íntegra, acaba tornando-se uma "lenda viva" na
arte. Torna-se fonte de consultas permanente e admira-se com os novos talentos que
despontam. No fundo, lamenta que todas tenham que passar por cada uma dessas fases, se
quiserem chegar onde chegou. Umas se perderão no caminho, outras florescerão. Afinal, a vida
sempre foi um turbilhão de desafios.

Evidentemente, o tempo de dança varia de mulher para mulher e da mesma forma as fases
podem ter períodos de continuidade diferentes. Um fator interessante e também muito
importante é que tendo conhecimento de que essas fases existem pode-se diminuir sua
longevidade e atenuar muitos dos aspectos negativos, principalmente das fases iniciais.

Faz parte da carreira de toda bailarina conviver com essas fases: elas determinam seu
desenvolvimento e crescimento. Nada fácil por sinal.

Esta é minha visão do mundo da dança do ventre no Brasil, depois de conviver desde 1983,
diariamente com essa arte.

Jorge Sabongi - Agosto 2000


(esta matéria foi escrita e publicada na Revista Khan el Khalili No. 2)
http://www.danicamargo.com/home

ORGANIZAÇÃO DAS AULAS


Níveis
Iniciante:Primeiro contato com a dança, conscientização corporal, postura, e os
primeiros movimentos da dança do ventre

de forma isolada: tronco, braços, mãos e quadril. Batidas laterais, twist, redondinho, Duração:
cerca de 4 aulas

Básico 1: Principais movimentos da dança do ventre: oitos, redondos, ondulações. Repetições


de movimentos e sequências curtas de fácil assimilação.

Duração: 3-4 meses

Básico 2: Concretização dos movimentos básicos, coordenação de movimentos entre quadril e


braços; variações e combinações entre movimentos. Introdução ás técnicas simples de véu e taças. Aulas
com sequências mais dinâmicas e pequenas composições.Duração: 4-6 meses

Intermediário: Estudo ritmos árabes básicos , snujs e folclore. Introdução aos grandes
deslocamentos, leitura musical, utilização dos véus de seda , maior dinâmica, desenvoltura e habilidade para
criar sua própria dança.

Aperfeiçoamento : Objetivo aperfeiçoar cada vez mais a técnica utilizando os elementos da


dança árabe: véus, snujs, espada, folclore, Wings entre outros com sequências bem elaboradas,
visando também o aperfeiçoamento individual. Duração: indeterminada.

Avançado/Grupo Coreográfico: Aprimoramento técnico melhorando cada vez mais a


qualidade, controle dos movimentos leitura musical e expressão corporal. Desenvolvimento de coreografias
que dependam de mais habilidade técnica e desenvoltura, tanto individual quanto em grupo.

Duração: indeterminada.

INICIANTES
Objetivo

Conhecer, vivenciar e identificar as principais técnicas da dança do ventre, através de uma


linguagem simples e de fácil entendimento. Promover, além da aprendizagem, momentos de
interação e bem-estar, trabalhando a parte física e o resgate do feminino.

Características
Trabalho de percepção corporal através da consciência de grupos musculares e partes isoladas:
cabeça, tronco, quadril e braços, mexendo sempre um grupo de cada vez para manter o
isolamento e controle corporal. A base para a aprendizagem é a repetição dos movimentos para
garantir a automatização da técnica. Aos poucos vamos formando os blocos de movimentos para
compor as sequencias que facilitam a assimilação das técnicas estudadas. Ao final deste estágio
as alunas deverão ter conhecido, vivenciado e serem capazes de identificar os principais
movimentos da dança do ventre.

Conteúdo

Oitos, redondos, ondulações, encaixe e desencaixe, batida lateral, soldadinho, twist , básico
egípcio, camelo, shimmie, deslocamentos. Postura, base dos pés, posições do quadril.
Consciência e estética corporal. História da dança e feminilidade.

BÁSICO I
Objetivo

Aprimorar, aperfeiçoar e adquirir variações para os principais movimentos da dança do ventre,


permitindo uma melhor qualidade, habilidade, isolamento, controle e coordenação dos
movimentos. Iniciar o trabalho de musicalidade e o uso de acessórios para a dança.

Características

Neste nível ocorre o início do trabalho de percepção musical, diferenciação entre sonoridade
melódica e percussiva, apresentação dos principais instrumentos árabes e ritmos baladi. É feito
um trabalho de percepção rítmica com as principais leituras DUM/TAC, pisadas e pulsações. Na
parte técnica é iniciado o uso de deslocamentos e giros simples, pequenas mudanças de nível e
utilização sutil de meia ponta. Introdução e vivências dos acessórios véu e velas. Com os temas
auxiliares trabalhamos a contextualização dos acessórios utilizados na dança do ventre. Ao final
deste estágio as alunas deverão ter aperfeiçoado os principais movimentos da dança do ventre
executando com melhor qualidade e habilidade , conseguindo também fazer uma simples leitura
musical associando os movimentos conhecidos à sonoridade que a música oferece.

Conteúdo

Neste estágio os movimentos já serão utilizados numa base unilateral (uma das pernas à frente).
Utilizará também transferência de peso, deslocamentos, giros, meia ponta e mudança de nível
para a maioria dos movimentos estudados no estágio anterior. Também serão acrescentados
novos movimentos como as batidas em "L" e 1/2 dos movimentos. Apresentação dos principais
acessório com foco em véus e velas. Apresentação de instrumentos árabes percussivos e
melódicos.

BÁSICO II
Objetivo

O principal objetivo deste nível é proporcionar dinamismo na dança, melhorando a


intencionalidade e utilização dos movimentos. Aprendizagem e reconhecimento dos ritmos baladi,
leitura melódica e conhecimento sobre os estilos da dança do ventre. Construção das famílias de
movimentos, ou seja, os posicionamentos em comum entre os movimentos.

Características

Neste momento ocorre a aprendizagem dos ritmos baladi: Maksoum, Said, Masmoud Sahir.
Ocorre também a leitura musical, os conceitos de alternância, prolongamentos, oscilação de
velocidade e das ligações das famílias de movimentos. Na leitura melódica a utilização de cada
instrumento árabe e na percussiva, a diferenciação da leitura do ritmo e floreio. No aspecto
técnico a base será a utilização dos principais deslocamentos na 1/2 ponta, as mudanças de
níveis e a execução da 1/2 dos principais movimentos. O estudo dos ritmos vai permitir a iniciação
aos snujs e folclore, com foco no Said com e sem bastão, além do uso do pandeiro. Ocorre ainda
o início ao improviso, com bases e com os movimentos ditados por elas. Ao final deste estágio as
alunas deverão saber reconhecer os principais ritmos baladi em sua sonoridade e os principais
características. Neste momento a dança deve ser mais dinâmica utilizando melhor o espaço,
combinações de movimentos e com uma leitura musical simples identificando a base
percussiva, melódica e marcações. Neste estágio as alunas já são capazes de produzir o
improviso direcionado, ou seja, uma situação em que elas estudem a música anteriormente de
acordo com as orientações dadas em aula sem uma coreografia pronta pela professora.

Conteúdo

Deslocamentos e giros, meia ponta, diferença de níveis (alto, médio, baixo), 1/2 do movimento e
novos movimentos como redondo pequeno fora do eixo com joelho chassé, andadas meia ponta,
arabesque, quebradinho para cima. Aprendizagem dos ritmos baladi Maksoum, Said e Masmoudi
Sahir. Leitura musical melódica e caracterização dos instrumentos melódicos. Dinamismo para os
braços em movimento. Ligações simples de movimentos. Soltura de quadril.

INTERMEDIÁRIO I
Objetivo
Produzir uma dança mais fluente e harmoniosa. Perceber a diferença entre leitura musical simples
e precisa. Utilizar as principais técnicas de ligação de movimentos e oscilação de velocidade.
Evoluir da Técnica I (conhecimento do movimento propriamente dito) para a Técnica II (conhecer
as variações do movimento)

Características

Neste nível os movimentos são divididos por grupos sinuosos, percussivos, deslocamentos e
folclóricos. Proposta de estudo de ligação de movimentos em níveis gradativos: sozinho, inteiro
com inteiro, metade com metade, um dentro do outro. Utilização dos braços em movimento com
as possibilidades: sozinhos, simultâneos e alternados em diferentes planos. Acentuamos a
utilização de musicas cantadas para as ligações dos movimentos e também para a leitura musical
(melodia, percussão e voz), buscando uma leitura mais precisa para cada sonoridade utilizando a
técnica de oscilação de velocidade.Estudo de ritmos mais específicos para cada grupo de
movimentos. Mudança de energia do movimento, com intencionalidades forte, fraca, leve, suave e
precisa. Introdução à Música Clássica, na vertente Rotina Oriental. Aprofundamento em véu
simples, véu wings e véu leque. Estudo dos estilos da dança do ventre, incluindo a caracterização
dos instrumentos árabes.
Ao final deste ciclo as alunas devem ser capazes de executar uma dança mais fluente, com mais
ligações e variações de movimentos incluindo uma interação harmônica com os braços. As alunas
devem sair com uma fluidez melhor com os véus, um contraste maior entre movimentos mais
acentuados e mais arredondados na leitura musical, caprichando na intencionalidade dos
movimentos, postura, ocupação do espaço e desenvoltura em cena. Neste momento a aluna já
pode se dedicar mais com o objetivo de fazer um solo, de uma música não muito longa com a
utilização de algum acessório já estudado ou não em que ela mesma possa coreografar e treinar
até o momento da apresentação.

Conteúdo

Aprendizagem e estudo de ritmos mais específicos como malfuf, ayoub, masmoud kilbir e whada.
Foco em mudança de energia do movimento, controle e isolamento, com as intenções forte, fraca,
leve, suave e precisa. Estudo da música clássica, abordando entradas com véu e combinações
entre deslocamentos. Ligações de Movimentos. Ligações de Pedaços de Movimentos. Oscilação
de velocidade, combinações entre tempos e velocidade. Braços, com utilização dos planos, em
posição ou em movimento nas possibilidades. Caracterização dos instrumentos
árabes.Aprofundamento em véus (simples, leque, wings)

INTERMEDIÁRIO II
Objetivo

Trabalhar com músicas e estilos mais específicos, desenvolvendo cada vez mais habilidades e
possibilidades para ligações, leitura musical e técnica de movimentos. Estudar ainda mais
profundamente músicas clássicas, ritmos e folclore árabe. O objetivo deste ciclo é aumentar o
repertório de movimentos, com as mais variadas possibilidades dentro dos estilos da dança
árabe.

Características

Neste nível são trabalhados os ritmos zaff, fallahi, jurk, bolero e soudi, além do aprofundamento
do estudo do estilo baladi com a priorização de ligações mais complexa de movimentos e a
aplicação de técnicas percussivas mais apuradas. No folclore temos o estudo do kaleegee e do
folclore estilizado, complementando com o estudo dos acessórios candelabro e snujs. Dentro da
música clássica são feitas as maiores combinações possíveis entre os grupos de movimentos
percussivos, deslocamentos, sinuosos e braços. Quanto à interpretação e expressão, estudamos
mudança de intenção, naturalidade, elemento surpresa e humores da música.
Ao final deste nível a aluna deve dominar o estilo clássico, ter desenvoltura no estilo baladi e
saber caracterizar os outros principais estilos de dança árabe, podendo ter mais escolhas para
suas apresentações solo. Neste estágio os solos são de plena autoria da aluna, tendo o pleno
domínio de sua coreografia e mais autonomia na forma de improviso. Sua dança deve ser mais
envolvente, chamando mais a atenção do público, com maior qualidade técnica, maior repertório
de movimento, sequencias mais criativas e, principalmente, expressividade.

Conteúdo

Continuidade e aprofundamento do estudo dos ritmos Zaff, Fallahi, Jurk, Bolero, Soudi e
Chiftetelli, com movimentos específicos para cada um, cobrindo os grupos dos sinuosos,
percussivos e deslocamentos. Na música clássica, trabalhamos os deslocamentos, combinações
de movimentos com chassé, combinações de arabesque, ligações de movimentos, ovinhos.
Aprofundamento no Baladi, com base teórica, conjunto de movimentos, características, incluindo
Taksim Baladi e Shaabi. Percussão, com técnicas mais apuradas e variações específicas para
cada movimento. Folclore estilizado e khaleege. Estudo de braços. Acessórios candelabro e
snujs. Atenção à interpretação e expressão, mudança de intenção e humores da música,
naturalidade e elemento surpresa.
AVANÇADO
Objetivo

Apropriar-se dos mais diferenciados estilos e tipos de movimentos com precisão, domínio e
qualidade em qualquer base e nível de execução, com ou sem shimmie. Leitura e dinâmica
musical aprofundada, podendo ser aplicada em qualquer estilo de dança árabe. É um trabalho
direcionado à expressão e intencionalidade.

Características

O principal foco estudado é a dinâmica musical, considerando o tamanho do movimento,


expressão e braços nas mais variadas formas possíveis. É dada a continuidade no estudo de
ritmos de forma mais precisa, na ligação dos movimentos na base dos ovinhos, envolvendo a
base do oito para frente e os redondos. O estudo de deslocamentos de quadril com diferentes
transferências de peso, combinados com os principais movimentos tradicionais e shimmie. Estudo
com bastão duplo, véu duplo e espada. Quanto à interpretação e expressão, focamos na entrega,
vibração e emoção. Neste nível as alunas tem base para a execução de qualquer estilo de dança
do ventre de forma dinâmica, organizada e com ótima qualidade técnica, possibilitando a
execução de shows e, caso haja interesse, o direcionamento para um nível profissional.
Ao final deste nível a aluna deve ter se apropriado de diferenciados estilos da dança árabe, deve
ter o domínio de qualquer estilo de uma forma dinâmica, organizada e com ótima qualidade
técnica. A dança em forma de improviso também deve ser executada de forma mais natural e com
variedades de repertórios, deixando a dança menos previsível e com mais autenticidade. Neste
nível as alunas que se interessarem já podem direcionar seus estudos para o nível profissional,
executar shows para diferentes públicos. É neste estágio que as alunas começam a desenvolver
um estilo próprio, portanto, naturalmente, transmitem mais emoção e entrega da bailarina
enquanto dança.

Conteúdo

Leitura precisa dos ritmos samai, fox, dabke, jab, bambi, rumba. Dinâmica musical focada na
dimensão do movimento, dinâmica dos braços, expressão, vibração,intencionalidade, emoção e
interpretação. Ligação e construção de movimentos, fragmentação envolvendo Hagalla.
Deslocamento de Quadril, com transferências envolvendo movimentos tradicionais, com e sem
shimmie. Combinações entre braços e quadril. Dinâmica de braço mudando de acordo com cada
movimento de quadril, utilizando transferência de peso, intencionalidade do tronco e diferentes
planos sem deixar o braço nem o quadril parar o movimento. Aperfeiçoamento nos acessórios véu
duplo, bastão duplo e espada.

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