Você está na página 1de 7

FACULDADES INTEGRADAS DE DIAMANTINO

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

EDMILTON DE JESUS
GRAZIELI ALMEIDA
JAIR JOSÉ DOS ANJOS
KARY CAMILA REZENDE
LEANDRO BATALHA BICHO

ADMINISTRAÇÃO DAS PEQUENAS PROPRIEDADES


RURAIS

Diamantino – MT
2010
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO DE LEITE DAS
PEQUENAS PROPRIEDAES RURAIS

Jair José dos Anjos1


Leandro Batalha Bicho
Edmilton de Jesus
Kary Camila Rezende
Grazieli Almeida

RESUMO

O presente artigo objetivou abordar criticamente a administração da produção de leite das pequenas
propriedades rurais. O processo de modernização da agricultura, durante o século XX, trouxe consigo
a idéia de eficiência produtiva, ou seja, necessidade de maximizar o uso dos fatores de produção, a fim
de obter maiores níveis de produtividade e rentabilidade. Nos últimos anos, cada vez mais a
agricultura e a pecuária intensificam-se, o que possibilita melhoria significativa do aumento de
produtividade. Por outro lado torna-se necessário o desembolso de quantias vultosas para o
empreendimento. Há ainda, uma tendência de redução de preços dos produtos agropecuários associada
à elevação dos custos de produção resultante do aumento dos encargos de financiamentos bancários,
diminuição dos volumes de financiamentos oficiais, elevação da carga tributária e dos encargos
sociais, e elevação dos preços dos insumos básicos.

Palavras - Chave: Administração rural; cadeia produtiva; Pecuária.

1.0 Introdução

O presente artigo procura tecer considerações sobre a administração da produção de


leite das pequenas propriedades rurais. Frente às mudanças da administração rural atualmente
os novos administradores flexibilizam as formas de administrar criando visões e ações
(Gestão Rural) de desenvolvimento das concepções e definições metodológicas sobre a
administração rural possibilitando uma sustentabilidade da promissora oportunidade da
economia brasileira.
A profissionalização do meio rural dita um sentido de crescimento e oportunidade na
conquista dos mercados mundiais, tendo como objetivo o aperfeiçoamento dos
administradores como fonte de entendimento e implantação de teorias administrativas na
gestão das empresas rurais.

1
Acadêmica do Curso de Pedagogia 2º ano das Faculdades Integradas de Diamantino.
2.0 A importância da administração rural

Segundo Hoffman et al. (1984), a administração rural se tornou uma alternativa para
se identificarem os principais gargalos dentro dos sistemas produtivos, levantando
informações que possam gerar intervenções a fim de aumentar a sua eficiência. No entanto,
observa-se que ainda hoje boa parte dos produtores rurais adota decisões condicionadas
apenas à sua experiência, à tradição, potencial da região e à disponibilidade de recursos
financeiros e de mão-de-obra. Quando a rentabilidade é baixa, o produtor percebe, mas tem
dificuldade em quantificar e identificar os pontos de estrangulamento do processo produtivo.
Daí a importância de uma boa gestão de custos que auxilie o produtor na tomada de decisões
estratégicas em seu empreendimento.

Quando se busca, dentro do arcabouço da administração, verificar a rentabilidade e


quantificar os centros de gastos de uma atividade produtiva, desenvolve-se uma
análise de custos de produção. Existem várias finalidades para a determinação do
custo dentro de uma empresa rural através de critérios gerenciais que buscam uma
maior capacidade gerencial por meio do suprimento de informações relevantes sobre
seus diversos produtos, serviços ou atividades operacionais (HOFFMAN et al, 1984,
p. 55).

O controle dos custos parciais de cada atividade poderá orientar o gestor destas
empresas da seguinte maneira:
• mostra os gastos dos diferentes empreendimentos;
• possibilita calcular os rendimentos das diversas culturas e criações;
• permite a determinação do volume do negócio;
• indica as melhores épocas para a venda e aquisição de produtos;
• permite o cálculo dos custos da produção; e
• permite o cálculo das medidas de resultado econômico.
Hoffman et al. (1984), relata que, os custos de produção, importante ferramenta de
análise econômica, são variáveis desconhecidas pela imensa maioria dos produtores
brasileiros, sendo esse desconhecimento um importante ponto de estrangulamento da cadeia
produtiva pecuária, já que essas informações são imprescindíveis para o processo de tomada
de decisões.
As propriedades rurais que não têm controle dos seus custos e orçamentos apresentam
certos riscos dentre eles: desconhecimento do resultado do negócio, aumento ou diminuição
das atividades exploradas, investimentos desnecessários, facilidade de endividar-se e perda de
ganhos obtidos por produtividade. Alguns dos elementos que criam à necessidade de
reestruturação na gestão da propriedade são: o alto endividamento, descapitalização, aumento
do custo financeiro, margens de lucros declinantes, escassez ou aumento dos custos dos
insumos e serviços e falta de crédito.

O objetivo mais importante dos registros agropecuários em uma empresa rural, sob o
ponto de vista da administração, é a avaliação financeira e a determinação de seus
lucros e prejuízos durante um determinado período, fornecendo subsídios para
diagnosticar a situação da empresa e realizar um planejamento eficaz. Obter essas
informações passa a ser mais importante quando inserimos essa organização dentro do
contexto complexo e dinâmico do mercado de nossos dias, que exige maior
competitividade de seus produtos e serviços (HOFFMAN et al, 1984, p. 55).

Sendo assim, é fundamental que o produtor rural esteja bem informado sobre a
composição e o comportamento de seus custos para elaborar estratégias de ação
fundamentadas em dados confiáveis, ponderadas e que busquem as melhores alternativas
possíveis, além de possibilitar a visualização antecipada de restrições e dificuldades impostas
pelas mudanças nos níveis de preço de mercado dos elementos componentes do custo rural.

2.1 Nova ordem da administração rural

A administração rural passa por várias modificações estruturais e comportamentais


frente à nova ordem mundial de globalização, consumindo conceitos antigos e reconhecendo
suas teorias na busca do aperfeiçoamento organizacional para a empresa rural.

Nestas perspectivas podemos definir a empresa rural como sendo aquelas que
exploram a capacidade produtiva do solo por meio do cultivo da terra, da criação de
animais e da transformação de determinados produtos agrícolas. Os conceitos da
administração foram definidos e desenvolvidos, quando a visão de mudança dos
conceitos de denominação de fazenda foi revertido para empresas rural, com missão e
visão bem definidos na estruturação da administração e da produção em busca de
resultados palpáveis (AZIZ, 2006, p.24).

Em uma ordem cronológica a administração rural sofreu influencias de formas de


administração moderna como a estratégia corporativa que apresentou grande
desenvolvimento, principalmente a partir da década de 1980 quando o fenômeno da
reestruturação empresarial conjunto amplo de decisões e de ações, com dimensão
organizacional, financeira e de portfólio, tornou-se imperativo. Assim, a administração
estratégica se constitui em uma disciplina que estrutura, integra e consolida o conjunto de
premissas, ativos tangíveis e intangíveis, mercados e ambiente, possibilitando à organização
obter vantagem competitiva na realização de seu negócio.
Para Hoffman et al. (1984), não delimitar a nova cara da administração rural e o
desenvolvimento de métodos e estudos construtivos com o desenvolvimento da definição de
que não só a produção seja suficiente para o crescimento do setor, mas sim sua política de
comercialização destes produtos em torno: o “Agronegócio”. Assim, podemos definir
Agronegócio como sendo soma das operações de produção e distribuição de suprimentos
agrícolas, das operações de produção nas unidades agrícolas, do armazenamento,
processamento e distribuição dos produtos agropecuários e itens produzidos a partir deles.
A determinação do agronegócio na administração rural mostrou aos administradores
que o desenvolvimento das estruturas operacionais da empresa teria que mudar em busca da
implantação da tecnologia na produção, o aperfeiçoamento e capacitação da mão de obra
frente a essas novas tecnologias (máquinas, Colheitadeiras), o desenvolvimento de créditos
auto financiados em bancos de investimento para custeio de produção e safras e o aprendizado
e profissionalização da comercialização dos produtos agropecuários em torno da
diferenciação ou a busca e abertura de novos mercados consumidores, como forma de agregar
mais valor a esses produtos.

2.2 A cadeia produtiva de leite

Segundo Souza (1999),o leite, como fonte de alimento essencial para o homem e pela
sua importância econômica, representa uma excelente alternativa de produção, geração de
renda e empregos, para diferentes tipos de propriedades e mercados: local, nacional e
internacional. O produto está entre os seis mais importantes da agropecuária brasileira,
ficando à frente de produtos tradicionais como café e arroz. Para cada real de aumento na
produção no sistema agroindustrial do leite, há um crescimento de, aproximadamente, Além
da sua importância nutricional, o leite desempenha um relevante papel econômico e social,
principalmente na geração de empregos. Existente em qualquer região de base agropecuária, a
exploração da atividade leiteira oferece oportunidades a uma ampla gama de atividades
econômicas. Agricultura familiar, empresa rural, agroindústria, cooperativa de produção,
indústria de derivados, comércio de insumos, supermercados e sistema de crédito são alguns
dos negócios impulsionados pela cadeia produtiva do leite.

Após crise do setor de leite nos anos 1990, o Brasil tem experimentado rápido
crescimento da produção. Analisando os últimos 20 anos a produção de leite
praticamente dobrou graças ao aumento da produtividade e da qualidade. A
perspectiva para o setor é muito boa, graças à demanda reprimida mundial,
estoques baixos, elevação dos preços, crescimento da participação do Brasil no
cenário internacional e potencial de desenvolvimento brasileiro. Acredita-se que,
num prazo de 10 a 15 anos, o Brasil esteja figurando, juntamente com Estados
Unidos, Austrália, Nova Zelândia e Argentina, entre os principais países no mercado
internacional de lácteos (SOUZA, 1999, p. 130).

O leite é um produto perecível e está sujeito a instabilidade do mercado que pode ser
desencadeada por alterações nas condições climáticas, pela sazonalidade da produção e pelas
importações desleais, que acarretam queda de preço. Os recursos humanos que compõem os
segmentos do arranjo produtivo de leite apresentam na grande maioria um baixo nível de
escolaridade, capacitação e treinamento. Isso ocorre devido a maioria das propriedades rurais
serem micro empresas que não tem acesso a inovações, pesquisa, computacionais ou técnicas.
Segundo Souza (1999), mediante a este problema são indispensáveis investimentos
para aprimorar a infra-estrutura do arranjo, melhorando assim a qualidade do leite e de seus
derivados, além de ampliar a escala de produção, de assistência técnica e administrativa
promovendo mais competitividade e eficiência no setor.
Na atualidade percebe-se que, é muito difícil o pequeno produtor mesmo o da cadeia
de leite não tem conhecimento de analisar e propor um sistema de gestão de planejamento e
de custos agropecuários para pequenas propriedades rurais, relacionadas à cadeia produtiva do
leite, favorecendo o produtor no mercado interno, frente ao cenário econômico atual,
destacando sua contribuição e na absorção de mão-de-obra se torna uma tarefa de suma
importância

Conclusão

O presente artigo teve por objetivo, analisar a administração da produção de leite das
pequenas propriedades rurais. A nova era da empresa rural mostra e forma profissionais
autodidatas, que reproduzem as teorias existentes em novos modelos metodológicos devido o
novo surgimento e crescimentos a administração rural e seus conceitos propondo
modificações e alterações estruturais nas administrações usuais, definindo novos conceitos e
desenvolvendo a agricultura de nosso país na mais avançada do mundo e nossos
administradores nos detentores dos conhecimentos práticos e eficazes mais lucrativos do
Agronegócio Mundial. Os produtores rurais do setor leiteiro possuem grande capacidade de
trabalho e iniciativa suficiente para acreditar na sua atividade e persistir na produção, mesmo
diante das dificuldades impostas pela natureza, pela economia e pelas próprias limitações. Os
produtores, que investiram nesta forma de agregar valor à sua produção, através da
pasteurização lenta e comercialização direta, encontraram uma forma de superar a histórica
reclamação do setor sobre os baixos preços pagos pela indústria

Referências Bibliográficas

AZIZ, G. da Silva Jr. Administração Rural no Agronegócio Brasileiro Departamento de


economia rural.Universidade Federal em Viçosa: Viçosa, 2006.

HOFFMANN, Rodolfo; ENGLER, Joaquim de Camargo; SERRANO, Ondalva; THAMER,


Antonio C. de Menezes; NEVES, Evaristo Marzabal. Administração de Empresa Agrícola.
São Paulo: Pioneira, 1984.

SOUZA, O. T de. O Setor Leiteiro: Políticas, Competitividade e Impactos da


Liberalização Comercial nos Anos Noventa. Dissertação. Porto Alegre: UFRGS, 1999.
130p.

ABASTRACT

This paper aims to deal critically with the administration of milk production of small farms. The
process of modernization of agriculture during the twentieth century brought with it the idea of
productive efficiency, ie the need to maximize the use of production factors in order to obtain higher
levels of productivity and profitability. In recent years, more and more farming and ranching are
intensified, which enables significant improvement of the productivity increase. On the other hand it is
necessary to disburse large sum for the project. There is also a tendency of reduction of prices of
agricultural products associated with high production costs resulting from the increased burden of
bank loans, decrease the volume of official financing, raising taxes and social charges, and rising input
prices basic.

Words - Key: Administration rural supply chain; Livestock.

Você também pode gostar