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Arquitetura Colonial no Brasil

Denomina-se arquitetura colonial no Brasil aquela


arquitetura realizada no período entre os anos de 1530 e
1830, da chegada dos portugueses à oficialização da
independência.

É muito importante o legado artístico dessa época para a


arquitetura no Brasil. Ele demonstra uma cultura que foi
sendo desenvolvida por meio de mão de obra escrava e com
materiais e condições socioeconômicas bem diferentes da
Europa.

O registro do surgimento das primeiras vilas no Brasil data


de 1711. Na época, era comum a construção de estruturas
em taipa de pilão e de pau-a-pique.

Mas com a influência cada vez maior dos estrangeiros, logo


se adotaram também as alvenarias de pedra e de tijolos de
adobe.

Isso permitiu que as estruturas ficassem maiores, com mais


pavimentos e pé-direito alto.

Com a chegada dos Jesuítas, muitas edificações religiosas


foram erguidas. Elas viriam a ser o destaque das
organizações urbanas.

Já as residências eram mais simples, uniformes, construídas


no alinhamento das ruas e nos limites dos terrenos.

Tinham poucas águas, e, às vezes, até calhas e rufos.


Seguiam o padrão das Cartas Régias fixadas pela Coroa,
lembrando as pequenas cidadelas portuguesas.
O período colonial no Brasil pode ser resumido por um rigor
métrico.

As esquadrias se repetiam paralelamente nos pavimentos. As


ornamentações de palácios e igrejas eram rebuscadas,
detalhistas e expressavam as emoções da vida e do ser
humano.

Nas fachadas eram comuns perfis de estuque, pseudo-


pilastras, sacadas inteiriças com ornamentos de ferro
forjado – só existiam varandas em casas de fazendas.

Exemplos de arquitetura colonial no Brasil:

o A Igreja de Santa Rita, em Paraty;


Arquitetura no Brasil: Igreja de Santa Rita, Paraty

o O Pelourinho, em Salvador;
Arquitetura no Brasil: Residências no Pelourinho

o A Igreja de São Pedro, em Recife;

o As residências do município de Paraty.

Arquitetura no Brasil: Residências em Paraty


Arquitetura Barroca no Brasil

No Brasil, é possível ver edifícios coloniais em traços de


vários estilos europeus, como o Barroco e o Neoclássico.
A transição de um para o outro é motivo de debate entre
especialistas. Acontece que os primeiros edifícios
de arquitetura sacra do Brasil foram erguidos em estilo
barroco, na segunda metade do século XVI.
No início, a arte nacional sofria forte influência da cultura
portuguesa. Mas, por fim, ela assumiu características
próprias.

Até meados do século XVII, o barroco visto no país,


sobretudo na região nordeste, estava mais presente em
fachadas e frontões.

A maior produção nacional realmente ocorreu no século


XVIII, nas regiões auríferas de Minas Gerais – já como certa
variação do rococó. As cidades estavam ricas e as famílias
queriam investir no desenvolvimento da arquitetura.

Sem dúvidas, o maior acervo barroco do Brasil está em


cidades como Ouro Preto, Diamantina, São João Del Rei,
Mariana e Santa Bárbara.

Os artistas dessa região usaram muita madeira, pedra sabão


e, é claro, ouro para fazer as estátuas e muitas outras
ornamentações.

As pinturas tinham cores fortes, os telhados das edificações,


muitas águas, e as estruturas das paredes eram feitas de
pedra e cal, taipa ou adobe.

Exemplos da arquitetura barroca no Brasil:

o As Igrejas de São Francisco em Cairú, Salvador, Rio de


Janeiro, Ouro Preto e São João Del Rei;
Arquitetura no Brasil: Igreja de São Francisco em Cairú
Arquitetura no Brasil: Igreja de São Francisco em Salvador
Arquitetura no Brasil: Igreja de São Francisco em Ouro Preto

o As ruínas de São Miguel, no Rio Grande do Sul;

o Basílica de Nossa Senhora do Carmo, em Recife;

Arquitetura no Brasil: Basílica de Nossa Senhora do Carmo em Recife


o Mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro;

o Santuário do Bom Jesus dos Matosinhos, em Congonhas;

Arquitetura no Brasil: Santuário do Bom Jesus dos Matosinhos em Congonhas

o Igreja do Carmo e de Nossa Senhora do Rosário, em Ouro

Preto.
Já mostramos alguns exemplos de arquitetura no Brasil, mas
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Arquitetura neoclássica no Brasil

A arquitetura neoclássica no Brasil foi realizada no período


entre 1820 e o final do século XIX.
Na Europa, ela era considerada uma reação aos exageros de
estilos como o barroco.
Isso porque muitas de suas características faziam relação ao
movimento iluminista – com correspondência aos modelos
classicistas, grego e romano. E, justamente, a colônia
portuguesa precisava disso, desse toque de requinte.

O Rio de Janeiro passa a ser, a partir de 1763, a capital do


Império no Novo Mundo.

A cidade recebia uma quantidade enorme de europeus e


ainda estava abrigando todos os principais serviços
administrativos da colônia. Ou seja, ela tinha de ter edifícios
mais bonitos e uma infraestrutura urbana melhor.

Arquitetura no Brasil: Visão do Rio de Janeiro Colonial – Debret


Com a chegada da Família Real portuguesa, o Rio foi cenário
de uma missão cultural francesa – que perdurou até 1870.

Estiveram em terras brasileiras artistas importantes como


Jean Baptiste Debret.

O arquiteto de maior importância na implantação da


arquitetura neoclássica foi Grandjean de Montigny.

Mas a divulgação maior do estilo se deu mesmo com a


inauguração da Imperial Academia, em 1826.
As edificações neoclássicas brasileiras apresentavam
plantas simplificadas, como no período anterior.

Elas eram simétricas; tinham porão alto, platibandas,


cornijas e, às vezes, até frontões.

Apresentavam cores suaves. Tinham paredes erguidas com


processos técnicos avançados.

Algumas eram revestidas de materiais nobres, como o


mármore, ou com pinturas a óleo. E as janelas e portas eram
envidraçadas.

Exemplos da arquitetura neoclássica no Brasil:

o O Museu Imperial, em Petrópolis;

Arquitetura no Brasil: Museu Imperial

o O Palácio do Itamarati, a Casa da Marquesa de Santos, a

Antiga Alfândega, o Palácio Catete, a Imperial Academia de


Belas Artes, e a Casa da Moeda, no Rio de Janeiro;
Arquitetura no Brasil: Palácio do Itamaraty
Arquitetura no Brasil: Palácio Catete

o O Teatro da Paz, em Belém;


Arquitetura no Brasil: Teatro da Paz

o O Teatro Santa Isabel, em Recife.


Veja também: a incrível história do design de interiores , do
Antigo Egito até os dias de hoje!
Arquitetura eclética no Brasil

Os neoclassicistas tentaram construir no Brasil edifícios


com o maior requinte possível. Eles importaram materiais e
mão de obra especializada.

Mas, infelizmente, muito do que fizeram era só um jeito de


disfarçar as complicações da precariedade dos serviços no
país.

Por isso, não foi possível para a arquitetura colonial, nesse


período, corresponder ao mesmo nível construtivo existente
na Europa.
A entrada do estilo eclético em território nacional foi
gradativa, predominante entre o século XIX e as primeiras
décadas do século XX.

Da mesma forma que o neoclassicismo, ele teve influência


internacional.

É considerado uma mistura de estilos do passado, revivendo


tudo que foi desenvolvido pelos “neos”.

Mas soube aproveitar melhor os avanços da engenharia,


incluindo o ferro forjado.

Primeiro a arquitetura eclética no Brasil se manifestou


dentro do academicismo – outra arte, portanto, propagada
pela Imperial Academia.

Ela teve duas vertentes. O “Beaux-Arts” trabalhava melhor a


simetria, os cheios e vazios e era ricamente decorativo.

Já a “Engenharia” aliava função, estrutura e economia.

O auge do ecletismo no país foi após a proclamação da


República, em 1889, quando o governo adotou o estilo para a
remodelação da capital federal.

Exemplos de arquitetura eclética no Brasil:

o O Teatro Amazonas, em Manaus;


Arquitetura no Brasil: Teatro Amazonas

o A Estação da Luz, o Mercado Público e o Teatro Municipal de

São Paulo;

Arquitetura no Brasil: Mercadão de São Paulo


Arquitetura no Brasil: Teatro Municipal de São Paulo

o O Edifício Ely, em Porto Alegre;

o O Teatro Municipal do Rio de Janeiro, o Palácio Tiradentes e

o Palácio das Laranjeiras, no Rio de Janeiro.


Arquitetura no Brasil: Teatro Municipal do Rio de Janeiro

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