CLOVIS R. MALISKA
Laboratório de Simulação Numérica em Mecânica
dos Fluidos e Transferência de Calor - SINMEC
Departamento de Engenharia Mecânica
Universidade Federal de Santa Catarina
1
' ( "' /\111/i.~1..,,
e 111 llf 11111 11 11·11 <'X iHl.c• 11l.t• 1<•111 sido, <'•li gern.I, (•udNeçada aos pesquisadores e para
c·rn 1, 1111 n~ ele· f opirw; PSJH'c·Hirns. A forma d(' organização deste livro objet.ivon o
ap11·11diwdo pn11lnt i110 e· a busca coHstante ela intrrpreta<;ão geom(·trica e física.
t u1rn l'11C'i 1i1 :11 o Pnf <'IH li mcnt.o, pr incipalme11te em coordenadas geuera.liza.clas.
No 1111111 dn S<'~1111da pm·t.e, s3o a.pr<'sentados exemplos que reflet em os t.ra-
1>nl llrn; clP 1H"sq11isa <'de orieut.ação de t.ei;es e d issertações, bem como os projetos
eIP 111f.c•r1u.;no <·01 11 c11tµ rcsas. desenvolvidos pelo aut.or e seus colegas do SI:JMEC
L11liornt ô rio de Simulação l\'urnérica rm Mecânica dos Fluidos e Transferência
cl1• C'alor. Os proft'ssores e os alunos de graduação e pós-graclm1ção do SIN-
~'lliX' cont.rihuíram, de modo sig1üficativo, para o atnadure<:imento desta área
c•111 uosso DC'parta lllent.o. A todos, e em especial ao Prof. Antonio Fábio, que
<'sl.c'vc· comigo desde o início destas atividades. deixo meus sinceros a.gradeci-
uu'utos.
De uma. forma direta a lg umas pe:ssoas contribuíram decisivamente para a
rc•a lização d<:'Ste livro. Gm;ta.ria de agradecer ao João Flávio, por t"er realizado,
<·0111 a paciência que a tarefa <:'xige, o excelente trabalho de edição de meu texto
digitado cm Tt;X; à Ana Lúcia, pelo des<:'nho da maioria das figuras, feitos
.'ic'lllJH'<' com muita dedicação; ao Marcos Livra mento, por sempre ter a solução
d<' como fa.zcr q uando a parafernália de aplicativos e equipamentos compu-
tacionais não sã.o compatíveis; ao Axel, por sua incansável aj uda em outras
nt ividades, permitindo-me tempo para. dedica r ao livro, e ao meu filho Clovis
.Ir. , que. desde bastante novo, muit,o tem me a uxiliado na área. computacional.
Nosso la.7.cr tem sido, freqüentemente , discutir nossas a tividades de pesquisa.
13olsis t,fü1 de iniciação científica cio SINMEC também cólabora.ram d igitando
<'q11nçoes e fo.zeudo figuras . Para não cometer injustiças, peço a eles desculpas
por não nominá-los.
Agrndeço também ao Sr. Ped ro, à Sra. Talita e a o Sr. Francisco, ela LTC ,
pela am{wel acolhida que recebi quando manifestei interesse cm publicar meu
li vro<' 1><'la ajuda d urante a preparação do texto.
f.'innlnl('nt.<', coloco meu e ndereço eletrônico, rnaliska@sinmec. ufsc. br , à dis-
posic;úo do leitor para sugestões e comentários sobre o texto e indie<.\Ção dos
prn1sív<'is C'rros <'ncontrados.
Clovis R. ?vlaliska
Setembro de 1995
Sumário
Prefácio ix
Sumário Xl
1. Introdução 1
1.1 - Preliminares 1
1.2 - Diferenças Finitas, Volumes F initos e Elementos Finitos 4
1.3 - Objetivos e Escopo do Presente Text.o . . . . . . . . 7
J .4 - Problemas de Interesse 9
2. Aspecto~ l\tlatemáticos das Equações de Con-
servaçao . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.1 - Níveis de Formulaçã.o dos Modelos . . . . . . 11
2.2 - Problemas Elípticos, Parabólicos e Hiperbólicos 16
2.3 - Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . .. 21
3. Obtenção das Equações Aproximadas - Aspectos
Gerais . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.1 - A Tarefa elo :Ylétodo Numérico . . . . . . . . . . . . 24
3.2 - O Método de Diferenças Finitas - MDF . . . . . ; , . . 25
3.3 - Formulações Explícita, Totalmente Implícita e Implícita ' 26
3.4 - Consistência, Estabilidade e Convergência .• 33
3.5 - Conclusões 34
3.6 - Exercícios . 34
4. Obtenção das Equações Aproximadas - Volumes
Finitos . . . . . . . . . . . 36
4.1 - Introcltição . . . . . . . . . 36
4.2 - O Método elos Volumes Finitos . 36
4.3 - Condução Unidimensional 11-ansiontc 38
4.4 - Linearizaçã.o do Termo Fonte 45
4.5 - Condições de Contorno . 46
4.6 - Aproximação ela Equação Geral da Condução 51
4.7 - Estrutura da Ma.t.riz ele Coeficientes 5.4
xii G. U. M11.li8k11.
1
11.s ' l l'at.u111l1 ut.o das Não-linearidades .... . . ...... 56
''·º - So!uc;H.o do Sistema Linear de Equações . . . . . . . . . 57
4.10 - Cuida dos Gerais na Obtenção elas Equações Aproximadas 65
4.11 - Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
5. Convecção e Difu são - Funções d e Interp olação 73
5.1 - Introdução . . .... - .... - ..... 73
5.2 - A Dificuldade do Problema Convectivo-Dominante 74
5.3 - Funções de Interpolação - Suporte F ísico 79
5.4 - Funções de Interpolação Unidimensiona is 82
5.5 - Difusão Numérica ou Falsa Difusão 87
5.6 - Outras Funções de Interpolação 94
5. 7 - Conclusões
104
5.8 - Exercícios . . . . . . . . . . 105
. 6. Convecção e Difusão Tridimensional de <!> 106
6.1 - Introdução . . . . . . .. . . .
106
6.2 - Integração ela Equação para</> em 3D
·- 106
6.3 - Formulação Explícita . . . . . . 111
6.4 - Formulação Totalmente Implícita . . 114
6.5 - Exercícios . . . . . . . . . . . . 115
7 . D e terminação do Campo d e Velocidades - A co-
plamento P - ll . .. .. . . . . 117
7. l - Introdução . . . .. . . . . . . 117
7.2 - Sis tema de Equações a Ser Resolvido 117
7.3 - O Acoplamento Pressão-Velocidade: Características 119
7.4 - Métodos para Tratamento do Acoplamento P - V . . 126
7.5 - Condições de Contorno para P e P' . . . . . . . . . 140
7.6 - Os Métodos de .Acoplamento e o Arranjo Co-localizado 142
7.7 - Condições de Contorno para as Out.ras Vai·iáveis 146
7.8 - Conclusões
153
7.9 - Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . 154
8. E scoa m e ntos a Qua lquer Velo cidade - Acopla-
mento P- V / p . . . . . . . . . . . . . . . . . 155
8.1 - fotrodução . . . . . . .. . . . .. . . . . . . i55
8.2 - Acoplamento Pressão-Velocidade e Pressão-Densidade . 156
8.3 - Acoplamento Temperatura-Velocidade 164
Surmírio xiii
'f
1
CAPÍTULO UM
Introdução
..
1 .1 - Preliminares
O uso de técnicas numéricas para a solução de complexos problemas da
engenharia e da física. é, hoje, uma realidade, graças ao desenvolvimento de
computadores de alta velocidade e de grande capacidade de armazenamento.
Em função dessa disponibilidade computacional, que cresce exponencialmente,
o desenvolvimento de algoritmos para a solução dos mais diversos problemas
tem recebido enorme atenção dos analistas numéricos. A ampla aceitação dos
modelos numéricos pela comunidade interessada na solução desses problemas
explica-se pela grande versatilidade e relativa simplicidade de aplicação destas
técnicas. O seguinte exemplo, extraído de [16], com a devida atualização das
informações, demonstra o crescimento vertiginoso da eficiência computacional
(equipamentos + algoritmos) nos últ imos anos. A solução do escoamento tur-
bulento supersônico sobre um aerofólio, usando computadores do tipo IBM 704,
existentes na década de 60, consumiria um tempo de computação de aproxima-
damente 30 anos, com um custo de 10 milhões de dólares. O mesmo problema,
utilizando os computadores atua.is, requer minut()S de CPU êofn eusto de cen-
tenas de dólares.
Outra i·evolução acontecida no campo da fabricação de equipamentos com-
putacionais foi o aparecimento das estações de trabalho. Atualmente, 'elas
se apresentam com capacidade de armazenamento e velocidade de processa-
mento que permitem a solução de quase todos os problemas numéricos de in-
teresse da engenharia. Seus preços, por outro lado, são extremamente baixos,
quando comparados com os dos supercomputadores. Mesmo para os grandes
problemas, que representam uma pequena parcela dos problemas cotidianos
de engenharia e· que fogem da capacidade das estações, praticamente todo o
procedimento de cálculo pode ser nelas realizado, deixando-se para os super-
computadores apenas as execuções finais em malha refinada. Além disso, as
estações possuem capacidades gráficas que permitem que os resultados sejam
imediatamente visualizados e interpretados. A integração com programas de
CAD, indispensáveis para definição da geometria de solução e posterior geração
da malha, fica extremamente facilitada com o uso de estações de trabalho.
Em resumo, ficará cada vez mais fácil, tanto no meio a.caclêmico-cio11t.ífko
como no i11dw-1tria,l, o w;o ele t6cnicns numórica."S parli soluçãü <I<· prnhlor1111:;
-.....
de <'11g1•11lmrin, 11111a vez qne os custos para a aquisição cios equipamentos nc-
tesr-;1írios H('rno n1.da vez menores. A seguir, é feita uma avaliação da potcncia-
licln.d<• das diversa:; ferramentas disponíveis para esse fim.
O 011gcnliciro 01 1 projetista incumbido de resolver um determina.do pro-
bl<•ma trm a sua disposição, fu ndamentalmente, três ferramentas:
1. métodos analíticos;
2. métodos numéricos (experimentação numérica.); e
3. experimentação em laboratório.
( M 1)1•') <' elementos finitos (MEF). Minha intervenção neste ponto polêmico
t1 .. w H«' a.o fato de ter observado, ao longo dos últimos 10 anos, que muitas
1111111111,çõcs acerca desses métodos são oriundas do desconhecimento ele sua na-
l 1111•;-,a. Um breve histórico é importante para o entendimento. O MDF sempre
1!11 «'ll1prcgado pelos analistas da área de escoamento de fluidos, enquanto o
~11·~ 1 ·' o., foi para a área estrutural, na solução de problemas da elasticidade. Os
prnhlP111as, do ponto ele vista físicq, são completa.mente diferentes. Os de escoa-
11111111.0 são altamente não-lineares (equações de Navier-Stokes) , enquanto os da
1•lm1t.iddade não possuem os t ermos convectivos, não-lineares, e assemelham-se
11 problc>mas puramente difusivos de transferência de" calor. Foi natural, por-
t 1111t.o, o fato de os pesquisadores do MDF terem se concentrado na tentativa
d1• dominar as não-linearidades dos termos convectivos e no problema do difícil
1wopl ~1.mento entre as equações, dificuldades não encontradas em problemas de
Pl11.Ht.iC'idade. Por muito tempo foi deixado para segundo plano o problema do
l 1 1~l.amento de geometrias complexas, e o MDF teve todo o seu desenvolvimento
lms<'ado nos sistemas coordenados ortogonais, como o cartesiano, o cilínd rico e
o !IHférico. Por esta razão, muitas pessoas ainda vinculam o MDF com malhas
l'lll'l.CSianas, equivoca.damente, uma vez que ele pode ser aplicado a qualquer
t.lpo de malha, mesmo a não-estruturada usada em elementos finitos.
Por outro lado, o MEF sempre teve a vantagem de usar malhas não-
t•Ht.ruturadas, o que permite que problemas em geometrias complexas possam
1wr resolvidos. O MEF não teve penetração forte na área de fluidos por muito
t.1•rnpo, porque se acr editava que a equação diferencial a ser resolvida necessi-
l 1wa de um princípio variacional para que o método pudesse ser aplicado. Como
11 oquação de Navier-Stokes não tem esta propriedade, a aplicação do MEF em
fluidos foi retardada.
Até o início da década de 70, t inha-se, portanto, o MDF com grande ex-
1wl'iência na área de fluidos, mas sem habilidades para. tratar geoll!etrias com-
11l<•xas; e o MEF, hábil no tratamento da: geometria, mas sem ferramentas para
1rntar os termos convectivos presentes nas equações do movimento. Mesmo
1111pla.ntando a questão do princípio variaciona l, através do uso, do método de
c:nlerkin e outras variantes, o MEF não teve sucesso imediato em problemas
de• fluidos, uma vez que o método de Galerkin (que é equiva lente ao uso de
diferenças centrais no MDF) é adequado a.penas para. problemas puramente
difusivos.
O uso do método de Galerkin em elementos finitos é equivalente ao uso de
diferenças centrais em diferenças finitas , am bos produzindo instabilidade em
problemas de convecção dominante. Este e outros problemas similares, que
possuem a adequada interpretação física pelo não-funcionamento, motivaram
P<'Hquisas para o aprimoramento do método dos volumes finitos (MVF), no
qual as equações aproximadas são obtidas através de balanços de conservação
da propriedade envolvida (massa, quantidade de movimento, entalpia, etc.) no
volume elementar. A obser vação do caráter físico de cada t ermo da equação
G C. R. Mriliska
/\ prnf'<•rrncia. pcl'l:mal deste autor pelo n16toclo dos volumes fi ni t.os ( MV I•')
1111111 prnblc'111ns do csC"oainento do f-luidos é j usLificada primeiro pela. <'H<·ola s<'·
1•,111tl11 IH\ s11<\ formação e, segundo, pelo fato de o ~1VF, ao cria.r suas cquaçõ<'s
1111 oxi111adm; 1 estar realizando um balanço da propriedade em nível de volu-
1111•11 (llo1i1c•11tares. Se o que se busca com o método numérico é a solução clH.
1•q1111<;1t0 dil'crcncial que representa a conservação da propriedade em nível de•
p1111to (infinitesimal), parece lógico que as equações aproximadas (que formam
11 MiHt.Pma linear) representem a conservação em nível ele volumes elementares
(dlHcrcl.o). A depuração de um programa computacional também fica mais
11\t'il quando o analista tem etapas a serem conferidas. Como no MVF os ba-
l1111ços de conservação devem ser satisfeitos em nível de volumes elementares,
para qualquer tamanho de malha, todos os princípios de conservação podem ser
rlu•<"<-\.dos cm uma malha bastante grosseira. Ou seja., quase t udo pode ser feito
1111111useando-se poucos resultados em execuções rápidas no computador. Em
011t.ros métodos, pode-se a.penas conferir a solução com uma malha refinada.
Recentes desenvolvimentos mostram também o MEF aplicado em nível ele
volumes elementares, sendo denominado método dos elementos finitos baseado
110 volume de controle, conhecido na literatura internacional como CVFEM
Control Volume Finite Element Method, cujo objetivo é obter as equações apro-
ximadas em nível de volumes elementares em uma base de elementos finitos.
Muitos autores, principalmente aqueles ligados ao MEF clássico, não conside-
rnm o CVFEM como um MEF. Entretanto, foge do nosso escopo aprofundar
t•sta e outras questões específicas.
Um outro método que vem ganhando destaque· e espaço é o método dos
olemêntos no contorno (Boundary Element Method - BEM, da literatura inter-
nacional). Sua vantagem é a possibilidade de tratar apenas com a discretização
da fronteira, sem necessidade de discretizar o domínio interno. O método é apli-
cado quando é possível transferir a influência. do operador do domínio para a
fronteira. Apesar de atraente, é um método que ainda está' longe de responder
às solicitações dos problemas complexos resolvidos pelos outros métodos. Sem
dúvida, é uma área de pesquisa que merece esforços .
SIMULAÇÃO DE RESERVATÓRIOS
DE PETRÓLEO
AERODINÃMJCA
POLUIÇÃO AMBIENTAL
ôp ô
Ôt +_ÔXj (pu,;) = Q \. (2.1)
- - ) + su-.
ô (PUi ) + - ô (PUjUi ) = - -ôP + - ô ( µôtti (2.2)
Ôt ÔXj ÔXi ÔXj ÔXj
-ô (pT)+ -(puiT)
ô â ( -kôT)
= -ÔXj - +Sr (2.3)
Ôt ÔXj Cp ÔXj
..
• Leis de conservação, como quantidade ......
N
PROBLEMA FÍSICO de movimento, massa, energia, etc.
q
MÉTODOS MÉTODOS TEÓRICOS
~
EXPERIMENTAIS • Relações constitutivas, modelos de
turbulência, etc. ~
...
a.
BANCADADE 1
MODELO ~ Condições de contorno ..
<e
?:-
TESTES EM
LABORATÓRIO l MATEMÁTICO 1 r-
• Integrações espaciais e temporais
___.,-----....... • Tratamento das não-linearidades
Concepção · e acoplamentos
• MÉTODOS
do experimento NUMÉRICOS • Natureza da malha
• Leis de • Funções de interpolação
similaridade • Etc.
MÉTODOS
• Qualidade doo ANALÍTICOS
equipamentos
de medição ·[ 1 1 1• Método de solução dos
sistemas lineares
__,~ • Escolha do tamanho da
• Processamento malha
Solução exata
dos dados 1
das • Escolha do tamanho do
equações intervalo de tempo
• Etc. 1
diferenciais
1
t
RE
t:
RA
i
RN
t
• Critérios de convergência dos
&"""" dclos -
• Etc.
..
RESULTADOS 1
Fornecer p, µ,
Balanços onde: k, et c., e as tensões Conjunto de
t » tt de Reynolds, relações de equações
L » Lt transferência de calor e diferenciais
massa turbulenta • P.arc.iais
.
Balanços onde o Fornecer as condições de Equaçõçs diferenciais,
volume de controle contorno nas direções onde parciais, ordinárias
coincide com o domínio o volume de controle o.u algébricas
de solução em alguma(s) coincide com o domínio
direção (ões) de solução
As Eqs. (2.1), (2.2) e (2.3) podem ser escritas para um campo escal ar geral
</>, neste caso expandindo os termos, como
ô ' ô ô ô
ôt (pcp) + ôx (pu<fa) + ôy (pvé) + ôz (pw<fa) =
(2.4)
~
ôx
(r<1> ª<P)
ôx
+ ~ (r<t> ª <P) + ~
ôy ôy ôz
(rq, 8ôz<1> ) + s,,
A Eq. (2.4) representa a conservação da massa, quando S"' for igual a zero
e cj> = 1. As equações do movimento nas três direções coordenadas são obtidas
fazendo-se </> igual a tt, v e w com o apropriado termo fonte, que, neste caso,
inclui o gradiente de pressão. A equação da energia é obtida. fazendo-se <I> == T,
também com o termo fonte apropriado. f ef> representa o produto da difusividade
pela massa específica da propriedade transportada em consideração. Para. as
equações de NA.vier-Stokes f <P = J.I. e para a cqua<;ão da energia r1 == k/cv,
quando o escoamento é laminar, e é igual a /;tfetivo e (k/cp)rfetivo, quando o
escoamento for tmbulento. A Tab. 2.2 mostra os valores de Sr!> para as diversas
variá.veis, no caso tridimensional compressível.
O primeiro termo do lado esquerdo da Eq. (2.4) é o termo temporal e
serve para avançar a solução no tempo, seguindo-se o transiente real ou um
transicnte distorcido. Fisicamente, representa a variação da. propriedade </>
dentro do volume de controle. Os outros termos, ainda do la.do esquerdo da.
equação, representam o balanço convectivo da variável</>. São, numericamente,
os termos mais delicados para tra.tamenLo, devido às não-linearidades. Os
prirudros três termos do lado direito representam o balanço dos fluxos difusivos.
enquanto o termo fonte é responsável por acomodal· todos aqueles termos que
não se encaixam na forma apres0nfada pela Eq. (2.4). O termo fonte coutém o
gradiente de pressão, quando <jJ for as componentes do vetor velocidade.
A Eq. (2.4) pode, ainda, representar a conservação de outras proprieda-
des, como, por exemplo, energia cinética turbulenta (k) e dissipação da energia
'c inética. turbulenta(€), gerando outras duas equações diferenciais que se acres-
centam ao sistema quando o modelo (k-c) é usado para modelar problemas de
escoamentos turbulentos. Para. um problema monofásico com mais de um com-
ponente na fase, a concentração de cada componente (C) pode ser calculada
com a Eq. (2.4), empregando-se os parâmetros mostrados na Tab. 2.2.
O fechamento do problema. é obtido com a equação de estado
p = p(P,T) (2.5)
obtendo-se assim, para um pr9blema tridimensional compressível, seis equações
(conservação da. massa, Navier-Stokes nas três direções, energia. e estado), para
seis incógnitas p, u , v, w , P e T.
A .~711:tl.os M nlm1uílicos das Eqwiço<'s <fo Conse1·urtçâo l G
8 8
Bx + (JX (wrfi - 32 ~I \l . V)
-
+
<l1111 11t,idade de movimento cm x li ~i
ô ( ôv ) + D ( ôw ) âP
Q1i W(Ji Fz µ 'dX - dit
By + ô (~tôv _ :J
OyOy zp.\i . \l) +
<luantidade de movi mento em y V µ
8 ( ôu)
Qx µFy
+ Oz
ô ( µ(Jy
ôw) - ôP
1Jy
Bz âw
ô ( Wtfz
+ 7'iZ 2 \J ' V)
- 3µ +
c.iuanticlade de movimento em z w µ
â ( ôu) + ô ( âv) ôP
<n µ crz 7fii. µõZ - a;:
Massa de um componente i e pD o
* <l> é o termo de dissipação viscosa. A equação ~ara ·<1> pode ser encont1:ada
11111 (12). )
16 C. n. Maliska
2.2.1 - Introdução
Seção de cálculo
--
u..
..
-- --- ..... ~
~
Necessidade de armazenamento de
variáveis em duas estações.
,
.
-
-- ~ .
t
Condições iniciais
X
(x • O)
Fig. 2.2 - Camada limite sobre placa plana.
18 C. R. M aliska
Parabólico
..
Jllllllllll X
Hiperbólico
X
:J.3 - Exercícios
2.1 - Para se familiarizar com as equações de conservação, escreva as
11:qH. (2.1) a (2.3), termo a termo, para as seguintes situações: ,
y
O; , T;
'
20
'.
Fig. 2.6 - Escoamento entre placas paralelas. Prob. 2.3.
-â (puu) â
+ -(pvu) = - -âP + -â · ( µ.âu
-) (2.6)
âx ây âx ây ây
Ô2 'U â2 u
- = c2 -âx 2
ât2
(2.7)
A .~vectos Mntemáticos das Eq·uações rle Conser·7mç'io 23
~
y
-
1
~
~ (w2)
m
>
~ (:2)
b
~
-
l
.
q"'(:3)
X
-
\..-isolado
I••- - - - -- a - - - - - -
Fig. 2. 7 - Condução bidimensional. Prob. 2.5.
\
CAPÍTULO TRÊS
Obtenção das Equaç ões Aproximadas
Aspectos Gerais
D Método
nwnérico
+. ôD
Equação diferencial
.t(<P)=O e Sistema de equações algébricas
Condições de contorno (A) C<PJ = [B]
ôT ô2 T
- =a- -2 (3.1)
ôt ôx
onde T é a temperatura, t o tempo e a a difusividade térmica . A tarefa é
representar as derivadas espacial e temporal por expres~ algébricas. Usando
sérios de Taylor em torno de P , os valores ela temperalura em E e W podem
ser calculados por
2 2 3 3
TE = Tp + -ôT 1 ÂX + -ô T2 1 -
Âx- + -ô T 1 -
Âx- + .. . + . . . (3.2)
ôx P ôx P 2! 8x3 P 3!
õJ'I
ÔX p
= Tp -Tw +O(~x)
~X
(3.5)
ô
2
TI __ Te+Tw-2Tp + O(A
2 A 2 .u X
)2 (3.6)
ÔX p .u X
w p E
------
será avaliado o lado direito da Eq. (3.1) . Lembrando que este termo representa
os fl~xos~~ e que estamos avançando a. solução de um nível de
tempo para outro, devemos decidir se vamos avaliar esses fluxos no início, no
fim ou em uma posição intermediária do intervalo ele tempo. Denotando por
8 a posição, no intervalo de tempo, de avaliação cio termo difusivo, temos a
seguinte aproximação num~rica para a Eq. (3. 1).
A partir da. Eq. (3.8) podemos gerar todas as formulações, as quais são
discutidas a seguir.
1 2 3 4 5
• r._ _! • •
t.x
T2 = ~ (T3 +Tf)
T3 = ~(T.f+ Tí) (3.11)
T4 = ~ (Tt + T3)
Observe-se que essas equações não são acopladas entre si e podem ser
resolvidas uma a uma, tantas vezes quantos fore~n os níveis de tempo desejados.
Se for de interesse mudar o 6.t ao longo do tempo, basta mudar o valor der
e obter novas equações. A Tab. 3.1 mostra os valores da. temperatura para
alguns intervalos ele tempo. Continuando-se a evolução ao longo do tempo,
iremos determinar a solução ele regime permanente, dada por 100, 75 , 50, 25
e O. :'-Jeste caso, quando o regime é permanente, a Eq. (3.1) fica reduzida. à
derivada segunda igual a zero. Como a aproximação numérica dessa derivada
reproduz o perfil linear, a solução numérica. de regime permanente é a própria
solução exata, urna vez que a solução exata é uma reta e, portanto, o númem
de pontos espaciais não influencia a solução. Ou seja, a solução é independente
do tamanho da malha.
A distribuição espacial de temperatura ao longo elo tempo, entretanto,
não está correta, visto que seu comportamento é exponencial no espaço e no
tempo. Para captar adequadamente o t ransientc, malhas refinadas no espaço
e no tempo são necessárias.
A formulação explícita possur!u:ma limitação importante com relação ao
·1i tamanho do intervalo de tempo que pode ser adotado para avanÇar a solução.
Para este problema simples que estamos analisando, onde as aproximações
numéricas foram de derivadas para a frente no tempo e diferenças centrais no
Obtenç<i.o <ln.~ Eqirnçôes Aproxirna.das Aspectos Gerais 29
Tab e la 3.1 - Solução numérica da Eq. (3.1).
100
Solução de
regime permanente
X
2 3 4 5
e
Se na Eq. (3.8) o va lor de for feito igual a 1, teremos a formulação
l11111l111ente implícita, com a seguinte equação discretizada
Tp ( -r1 + 2) = Tg + T w +_ T_e
r
º (3.12)
30 C. R. M aliska
onde podemos consLa.tar que não existe mais a possibllidacle do coeficiente ne-
gativo para T$. Essa formulação dá origem a um sistema de equações, uma
vez que as equações estão agora acopladas entre si. Na Eq. (3.12), as tempe-
raturas Te e Tw estão sendo calculadas no mesmo nível de tempo de Tp, o
que caracteriza o acoplamento. P ara essa equação simples em consideração,
tal formulação é incondicionalmente estável e o intervalo de tempo é limitado
por precisão . Observe-se que esta formulação é chamada totalmente implícita,
porque os valores das temperaturas que entré),m no cálculo do fluxo difusivo são
feitos iguais aos valores no fim do intervalo de tempo.
Considerando novamente r = ~ , o sistema de equações resultante para
esta formulação é dado por
(3.14)
que, fazendo P = 2, 3 e 4, 01igina o sistema de equações dado pelas Eqs. (3.13),
reproduzido a seguir como ·' '
Ai T2 = A;T3 + B2
A}.,T3 = A~T4 + A~uT2 + B3 (3.1 5)
A~T<t = A!,T3 + B4
onde as temperat uras T 1 e Tr, foram incluídas nos termos independentes B 2 e
B 4 , respectivamente, pois as mesmas são conhecidas das condições de contorno.
Nessas equações foi adot ada uma notação ma.is rigorosa. para. os coeficien-
tes, que não será seguida mas merece ser explicada enquanto estamos ainda
no início cio texto. Primeiramente, reconheça. que cada uma das equações que
formam o sistema (3.15) foi obtida da aplicação do método numérico para um
ponto( ou célula) da malha.. Portanto, todos os coeficientes que aparecem em
uma equação sã.o coeficientes pertencentes àquele ponto para o qual a equação
foi escrita.. P or exemplo, o coeficiente A1:> é o coeficiente ce,ntral da célula 3,
enquanto A~ e A~ são os coeficientes leste e oeste ela célula 3, respectivamente.
O coeficiente A~, por exemplo, que é um coeficiente da. célula 3, tem a tarefa
de conectar a célula 3 com a célula vizinha a leste, que, na numeração que ado-
tamos, é a. célula 4. O sobrescrito indicando a que célula pertence o coeficiente,
conforme mencionaÇo, será, doravante, omitido. .
A solução elo sistema ele equações lineares (3.15) fornece-nos as tempera-
turas T2, T3 e T4 .
l)pvc SC'l' Lmnbém reconhecido que o sistema (3.13) pode ser escrito na
1111'11111. 11u1.tridal como
11\t
1,00
- 0,25
[ 0, 00
-0, 25
1. 00
- 0. 25
O, 00
-0, 25
1, 00
l[ l [ l
T2
T3
T1
B2
Da
B4
Note-se que os zeros que aparecem na matriz de éoeficientes ~ão existem
t1 xpliC'itamente nas Eqs. (3 .13), pois a forma de escrever estas equações envolve
tq Hm<\S as temperaturas que estão ligadas à célula em questão. Como T 4 não
t1•111 ligação com T2, o coeficiente é, logicamente, zero. O mesmo acontece com
f'., <'m relação a T4. Imagine, agora, que nossa. malha tivesse não apenas três
lrw6gnitas, mas, por exemplo, uma centena. É fácil ver que nossa matriz de
1'o<'íicientes teria 100 linhas por 100 colunas. Em cada linha, teríamos apenas
:i rncficientes não-nulos com os 97 restantes nulos.
Antecipando os acontecimentos do próximo capítulo, vale lembrar que
quando métodos iterativos são usados para resolver o sistema linear , trabalha-
HI' npenas com os não-zeros da matriz, ao passo que em soluções diretas, como
11llmina.ção de Gauss, por exemplo, todos os elementos da matriz tomam parte
1111s operaç.ões. Como, em geral, as matrizes obtidas n':\ aplicação de métodos
numéricos são bastante esparsas, aconselha-se o uso de métodos iterativos para
11v itar operações com zeros.
Pàra o caso com três equações e três incógnitas, é fácil resolver o sistema li-
111•ar por substituição. Quando o número de pontos aumenta.consideravelmente,
111étoclos eficientes de solução de sistemas lineares devem ser empregados. Note
que o sistema (3.13) deve ser resolvido para. cada intervalÓ cÍe tempo, pois o
problema ~m consideração é transiente. Se o interesse for a solução de regime
permanente, bastará. faz~ r ~ 00 (infinito a.va.nço no tempo) e resolver o sis-
t.rma linear resultante. Novamente, a soluÇ<1.o de regime permanente é igual à
<'xata, pelas razões já expostas.
Ti = 8Tp + ( 1 - 8) Tp (3.17)
32 C. R. Mali.~ka
0 = O-
Expllcira L~
w p E t
w p E
t +~ t
0 <0< 1-
.w p E t
W P E
~~-..~~---. ..........--~~---~~-t+~ t
0 = 1- Totalmente
implícita
w p E t
i. Fica como tarefa .ao leitor (ver P rob. 3.4) obter o sistema de equações
equivalente ao sistema dado pelas Eqs. (3.13) para o caso ele() = &.
Obt.mçrio das Equetçocs Apmximaclas Aspecto,, Gemis 33
.
equações nà forma conserva.tiva usando volumes finitos é consistente. ·
Outra característica importante desejada é que a. soluçáo numérica ob-
tida seja a solução exata das equações discretizadas, ou seja, tenha estabili-
d ade. Aqui, diversos fatores interferem, tais com7 erros de arredondamento
de máquina, que vão se multiplicando e podem/nstabilizar a solução; difi-
culdades de tratamentos de acoplamentos entre as variáveis, fazendo com que
algumas variáveis evoluam mais rapidamente que out ras, provocando instabili-
dades, etc. A questão da estabilidade é o mais sério problema na obtenção da
solução numérica, exatamente pela falta de conhecimento das características
matemáticas das aproximações, conforme já discutido.
Consistência e estabilidade são condições necessárias e suficientes para a
conver gência. A solução numérica é convergente quando é estável e tende'
para a solução das equações diferenciais quando a malha é refinada.
34 C. R . Maliska
------~~--~~~~--~~~~~~·
p. E X EE
âfl
âx i
= - h+2+8fi+1 -8fi-J +fi- 2 +0(6.x4)
12!::,.x
(3. 19)
CtÓ.t 1
- -< - - (3.21)
6.x2 - 2 - 48
JIHl'li 0$ Ü, 5, e
a6.t
- - <
6.3;2
00 (3.22)
pnrn O, 5 :5 8 :5 1.
3.5 - Usando um polinômio para aproximar uma função que passa pelos
pontos da Fig. 3.6, considerando 6.x1 = D.x 2 , determine ~ em E . e sua
11•1<pcctiva ordem de aproximação. Confira o resultado com a aproxima.ção
oht.ida pela série de Taylor.
3.6 - Resolva numericamente a Eq. (3.1), usando uma formulação ex-
plícita. Use uma malha com 5 pontos (dois sobre as fronteiras) e admita as
ll'mperaturas iguais a 1 nas fronteiras esquerda e direita. A condição inicial é
/'(.t) = O em todo o domínio. Considerando a = 1 e 6.x = 1, use D.t igual a
O, 25, O, 50 e O, 75, avance a solução para 6 intervalos de tempo para cada caso.
C'omente os resulta.dos.
3. 7 - Obtenha uma expressão para ~ com ordem de truncamento de
~:1; 4 . Com a mesma expressão para a derivada segunda de f em relação a y,
t'HCreva a equação aproximada para o ponto P para o problema bidimensional
clC' condução de calor governado pela equação de Laplace.
CAPÍTULO QUATRO
4 .1 - Introdução
O capítulo anterior mostrou aspectos gerais da aproximação numérica jun-
tamente com uma breve descrição do método de diferenças finitas . O objetivo,
para o restante do livro, é apresentar a metodologia em volumes finitos para pro-
blemas de Transferência de Calor e Massa e Mecânica dos Fluidos. A estratégia
empregada é o desenvolvimento do assunto, procurando enfocar aspectos im-
portantes em diferentes seções ou capítulos , empregando equações diferenciais
simples, mas que possuam os ingredientes para atingir os objetivos.
Primeiro, serão discutidos os problemas difusivos, depois os convectivos
considerando o campo de velocidade conhecido e, finalmente, os problemas nos
quais o campo de velocidade e temperatura. são resolvidos simultaneamente.
Com este enfoque em mente, este capítulo apresenta o problema da con-
dução de calor transiente. Com esta. equação, será possível mostrar toda a
integração, tanto t.emporal como espacial, pertinente ao método dos volumes
fini tos e a.presentar a. aplicação das condições de contorno para problemas con-
dutivos. Para problemas de difusão pura, as funções de interpolação entre os
pontos nodais podem ser lineares sem acarretar problemas de estabilidade como
os apresentados quando a convecção está presente. A influência ela convecção
será cliscutida no Cap. 5.
y .. ~ pvAx ln -
n
y+Ay ..........
pu Ayj
• O H oo oooo ooo oo
w
-- puA
.
w~ •P 4 e
.. -
y ..........................
s-
pvAx 1s
X x +Ax
Fig. 4.1 - Balanço de massa no volume finito.
a
- (pu) +-
a (pv) =O (4.3)
ôx ôy
38 C. R. M aliska
A Eq. (4.3) está na. forma conservativa e queremos agora obter a sun apro-
ximação numérica através da integração da mesma no volume elementar, como
é a. prática d o método dos volumes finitos . Realizando a integração sobre o
volume mostrado na Fig. 4 .1, obtêm-se
r Js
lw r [a(pu) + Ô-ya(pv) ] dxdy =O
ÔX (4.4)
r [piiJ
.fs e
- pul ] dy +
tv
r
Jw
[pvl - {J'uj ] ctx = o
n.. · 8
(4.5)
(4.7)
Esta equação, ou a Eq. (4.1), é a equação .a proximada que vale para o
volume P. Porta nto, realizar a integração da forma conservativa da equação
diferencial ou fazer o balanço são procedimentos equiva lentes. Rea lizando a
integração par a todos os volumes ele mentares, obtemos o sistema de equações
a lgébricas.
A preferência em se obter as equações aproximadas integrando-se a equação
diferencial vem do fato de que nem todos os bala nços são fáceis ele deduzir como
foi o da conservação da massa . Um balanço de quantidade ·de movimento, por
exemplo, re·q uer a identificação e somatório ele todas as tensões a t uantes no
volume de controle. Para. volumes ele controle irregula res, não é uma tarefa
fácil. ·
A seguir, o problema da condução unidimensional transiente é a na lisado
usando volumes finitos.
~ (pT) = ~ ( k
8t 8x
fJT) + S
e,, âx
(4.8)
onde o e,, foi introduzido no sinal da derivada para que a equação tenha a
forrria da Eq. (2.4), onde</> é a temperat ura. Para m antê-la naquela forma, isto
Obtenç<Xo das Eqtiações Aproxim adas - Volum es ft"inüos 39
1\ 111 1r<'Hsá.rio,
porque, de fato, a propriedade transportada é a entalpia e não
11 t.n111pcrat ura. Poderíamos deixar a entalpia como variável dependente, mas,
1•111 1w os fluxos difusivos associados à entalpia são os fluxos de cnlor e necessitam
il 11H l.ompcraturas para serem expressos, a manutenção da ent,aJpia misturaria
1111 vnd<\veis. Por outro lado, as condições de contorno são mais diretas e mais
1'1frois do aplicar quando em função da temperatura e de suas derivadas.
Volume elementar
para integração
I
w p E
• r w • e
• •
(4.9)
r+ó.t r
lt lw Sdxdt
nos dá
(4.10)
onde iVl e Mº representam a massa dent1'0 do volume elementar nos dois níveis
de tempo.
Observe-se, agora, que é necessário decidir como é o comportamento do
fluxo de calor nas duas faces do volume elementar ao longo do intervalo de
tempo .6.t para que a integração possa ser realizada. Dependendo da fun ção
escolhida para o comportamento do fluxo no intervalo de tempo, teremos as for-
mulações totalmente implícita, implícita e explícita, voltando à tona a questão
í.t já discutida na seção 3.3 do Cap. 3. Observe-se, entretanto, que aqui a questão
fica mais clara e mais fácil ele ser compreendida, uma vez que a integração no
tempo mostra a necessidade de uma função que especifique o comportamento
Obtençno <i<Ls Equa.çoes Â7Jro:i:imada.s Volume.~ Finito.~ '11
d11 1(lll LJl<'r<1.turn ao longo do intervalo. Novamente, v1:1mos simbolizar pelo 80-
l111'lwrito ()a. escolha de avaliar o fluxo no início, em uma posição qualquer, ou
1111 li111 elo intervalo ele tempo.
L<'rnbre-sc de que os valores da temperatura são conhecidos no começo e
1111 fim do intervalo de tempo. Se decidirmos avaliar o fluxo em uma posição
11n t.t•mpo entre os limites do intervalo, teremos de especificar uma função que
111\ 11. variação da temperatura dentro cio intervalo de tempo. Esta é a chamada
l1111c.;iio de interpolação no tempo e será definida logo mais. A Eq. (4.11) toma,
11111 no, a seguinte forma
(4.12)
1111111• Tf,, que aparece no termo fonte, também deve ser interpolado no tempo.
\ função de interpolação no tempo será mostrada Jogo mais.
Devemos, também, escolher uma função ele inter.polação espacial para a
t1•111pera.tura, uma vez que ·a mesma precisa ter sua derivada avaliada nas in-
1111 f;\ccs do volume de controle, Para este problema físico, onde se têm apenas
nl'l'il os de difusão, é natural escolher uma função linear (por exem pio, diferenças
1•1•11l.rais) entre os pontos nodais. Logo, as derivadas nas faces são expressas por
T~
9
ôT 1 = Tf, - (4.14)
ÔX w Ó.Xw
"'
M pTp - Mf,Tf, --
------'--~ -k 1 T~ - Tf, - -k 1 Tf, - T&, + sp Tº"" sA
puX + c uX (4.15)
6.t Cp e Ó.Xe Cp w Ó.Xw
(4.16)
12 C. R. Maliska
T 9 = BT + (1 - B) T º (4.17)
que, por sua vez, dá origem aos t rês tipos de formulações já discutidas na
seção 3.3. Convém relembrar que o valor ele Tº, obtido pela Eq. (4.17), é
o valor representativo da temperatura para todo o intervalo. Outras funções
de interpolação são possíveis, como, por exemplo, aquela mostrada pela linha .
tracejada na Fig. 4.3. São funções que podem ser usadas, caso se deseje usar
maiores intervalos de tempo e, concomitantemente, seguir o transiente com
mais fidelidade. Seu uso é, entretanto, raro.
Totalmente implícita
T -- -----------·,..-------~...,.......,.
,_. .. -
· ,,,,,,,,,,,......
/,,/// ~~''º~
Tº ------------~-------------'
Explícita
t + .ôt
t -
(4.18)
onde
A - ~Vlp Aº-~
~ 1º
(4.19)
p - D.t p - D.t
(4.20)
Obtmiç<Lo 1lli.~ J::qwi(;Ões Aproxúna.clas Volwnes Finitos 43
Aw = k 1 (4.21)
Cp .Ó. X w
a.6.t 1
--< -
.6.x2 - 2
(4.22)
(4.23)
1u1dc
Mp
Ap = .6.t + Ae + A v - 1 Sp.6.x (4.24)
ApTp
---
= AeTs + AwTw + B
Quando o transiente real está sendo resolvido e um processo iterativo for
(4.25)
usado para resolver o sistema li near dado pela Eq. (4.25), o termo T'} não deve
mudar enquanto o campo de temperaturas para aquele intervalo de tempo não
t;iver convergido (dentro da tolerância especificada, logicainente). Quando um
transiente distorcido está sendo resolvido, o interesse é só na solução de regime
permanente e, conseqüentemente, não tem sentido resolver o sistema linear com
precisão para aquele nível de tempo, pois não se tem interesse na exatidão da
solução para os intervalos de tempo. O que é feito é iterar-se, algumas vezes,
ou mesmo uma só vez, no sistema linear e mudar o valor de Tf., avançando
44 C. R. Maliska
mais rapidàmente no tempo. Fica evidente, com isto, qu<' cada vez que o Tp
muda, estamos avançando mais um intervalo de tempo. Também ficou claro
que não tem sentido usar um método direto para resolver o sistema linear, em
cada nível de tempo, se o interesse for só a solução de regime permanente.
Outra forma de obter a solução de regime permanente é saltar de uma
só vez para um nível de .tempo bastante grande. Basta fazer na Eq. (4.23)
·6.t -t oo. Assim procedendo, aquela equação resulta em
(4.26)
o·nde
Ap = Ae + Aw - Spó.x (4.27)
desaparecendo o termo T~, o que é lógico, uma vez que, se a solução é de regime
permanente, eventos acontecidos em tempos anteriores não interessam ma.is. A
afi rmação de que a solução de regime permanente não depende da solução ao
longo do transiente pode parecer estranha.. Basta lembrar, então, que para. a.
solução de regime permanente só interessam as condições de contorno e não
mais as condições iniciais. A Fig. 4.4 mostra as possibilidades ele avanço da
solução no terripo.
FORMULAÇÃO NO TEMPO
r~-c
(Conjunto de equações)
lmplfcito - -- -- ..
l J> ót limitado por
(Sistema linear) precisão
1
Trm;iente
\°'"'""'" -e Explícito
Implícito
- - - - - - iliJ>.. Limitação no ót
liJ>
(Sistema linear- d-ev-e-se-r ___., ót não limitado
resolvido sem precisão} (Teorias lineares)
l'onte, atue implicitamente e não seja apenas substituída pelo seu último valor
disponível. Muitas vezés, dependendo da importância cio termqfonte, apenas a
l i u cariz~ão não é suficiente, sendo necessário atualizá-lo mais freqüentemente
do que o restante dos coeficientes.
!\osso objetivo é obter uma linear~ção do tipo
(4.28)
(4.29)
46 C. R. M aliska
S = 5-4T (4.30)
S = 5 - 4T 2 (4.31)
O primeiro deles, por ins peção visual ou pelo método da expansão em
série, nos dá S p = - 4 e Se = 5, enquanto para o segundo, pela expansão,
determina-se S p = -8T f, e Se = 5 + 4TJ, 2 •
Para exemplificar a geração artificial ele Sp negativo, seja a equação
S = 3 + 7T (4.32)
Uma possível linearização é Sp = - 2 e Se = 3 + ~Tf,. Existem outras,
obviamente, mas todas elas prejudicam a convergência. O compromisso, nestes
casos, é a melhora da diagonal da matriz (aumento da negatividade de Sp)
contra o aumento ele Se, que diminui a velocidade de convergência . Não é
fácil, se não impossível, determinar o ót.imo nest a situação devido aos inürneros
fatores que atuam concomitantemente no processo.
Sempre é possível, é claro, fazer Sp =O. Esta prática, ent.retanto, não uti-
liza as possibilidades de melhorar o esquema numérico via tratamento implícito
de todo ou parte do termo fonte.
1·01111rnt.acional mais geral, este fato t raz problemas para a uniformidade elas
11111>-rotinas de cálculo dos coeficientes. O segundo problema aparece quando a
l.c 1111poratura de fronteira é conhecida, isto é, T1 é um dado do problema. Neste
1·11:-10 , a aparente vantagem em não ser necessário criar uma equação para ovo-
1\11110 de fronteira, uma vez que T1 é ·conhecida, traduz-se na não-observância
do:; bala nços de conservação, pois para os meios-volumes da fronteira, a con-
1H • 1w~ção da energia (no caso deste problemã ele condução) não estará sendo
nh1mrvacla. Em um problema bidimensional/tridimensiona} teremos toda uma
f'1dxtt de volumes de controle na fronteira não respeitando os princípios de con-
t1P1'v1ição, conforme pode ser visto na Fig. 4.6 para a situação 2D .
- -
-
-
' '
·• • • .,·
~
'
,. • • • ~
~
-·-
.
--
(_ Regtao onde a equaçao- de
--
conservação não é satisfeita
(4.33)
r
p E
1
• • • • •
Fronteira Fronteira
!' .
Fig. 4. 7 - Condições de contorno com volumes fictícios.
.. Tp + TE
T1= (4.34)
2
que permite, então, determinar as seguintes. expressões para os coeficientes da
Eq. (4.33): .
Obt.cnção das EqMções A proximadas Volume.~ Finito.~ •W
Ap =1 Ae = -1 B= 2T1 (4.35)
Para fluxo prescrito temos a seguinte expressão para o fluxo em função
dC' Tp e Te:
li - - k TE - Tp (4.36)
lft - f 2.6.x i
que, de acordo com a Eq. (4.33) , gera os seguintes coeficientes:
Ap =: 1 Ae = 1
B = 2q/ .6.x! (4.37)
k1
A última espécie de condição de contorno para problemas de condução de
calor é a de convecção na interface. Para este caso, devemos igualar o fluxo
por condução ao de convecção, na forma
que, mâis uma vez, gera os seguintes coeficientes para. a Eq. (4.33):
k1 h
Ae = - - - - B = hToo (4.39)
. 2.6. Xt 2
O uso de pontos fictícios é uma boa alternativa, apesar de aumentar o
número de equações, apenas para uma discretização ortogonal, onde é possível
expressar o fluxo de calor, por exemplo, envolvendo somente um ponto fictício
e um ponto interno. Para coordenadas generalizadas, isto nã9 é possível e o
procedimento não é, então, recomendado. A. seguir, será descrito o método
recorftbnda.do. , ,-
il<fpTp - J\IJ<j,T'j, ql k 1
(4.40)
!J.t = Cp - Cp ÍJ. X e (Tp - Te)
~ xr
cJ
....w
Gl
ã
o q"
w f
•·
p e E
• •
Ú(
" 2. F lux o prescrit o - Nesta situação, o valor de q'j deve ser substituído
pelo valor prescrito do fluxo. Esta é a condição de contorno natural, uma ve7.
que as equações são obtidas a~ravés do balanço dos fluxos nas fronteiras. Então.
Obtençao das Equ.<,çôes Aproximadas Volumes Finito.~ 51
h .
q'j = hó. (Too - Tp ) (4.44)
1 +--X_f
k1
Levando o valor ele qJ, de acordo com a condição de contorno existente,
na. Eq. (4.40), encontramos a equação aproximada para o volume de fronteira,
na forma
(4.45)
onde os coeficientes podem ser facilmente deduzidos.
A seguir, a discretização para problemas bi e t ridimensionais é realizada.
(4.46)
.ó.x.
N
• A.
n
~ ·~
p
W • w
• e •E - '.<I '
~
,,
s
-
~
<I ,,
•s
l~ .Ó.X ~
~ ....
(4.47)
(4.48)
(4.49)
(4.50)
Obtenção das Eq·uações Aprox·imadas - Voltimes Finito8 úa
• f
(4.51)
(4.52)
Ab = -----;\
k 1 ~x~y (4.53)
Cp u.Z b
(4.54)
111° pº
A]:, = --E.
~t
=-
~t
~x~y~z (4.55)
(4.56)
N.
w. E
L
/
/
/ y
/
/
F /
/
~----X
z
s
Fig. 4.10 - Volume elementar e seus vizinhos. Situação tridi-
mensional.
54 C. R . Maliska
XX XX X
xxx xxx X
xxx xxx X
xxx xxx X
xxx xxx x
xxx X xxx X
xxx X xxx X
xx x X xxx X
xxx X xxx
xxx X xxx
xxx X xxx
xxx X xxx
XX X XX
Para entender a razã.o desta estrutura, basta lembrar que, ria discretização
ela equação da condução, a. conexão do ponto P com os vizinhos apareceu no
momento de aproximar nurnencamente os fluxos na interface. Como usamos
uma aproximação em diferenças centrais, apenas os volumes adjacentes parti-
ciparam desta aproximação. Logo, se o problema é l D, apenas dois vizinhos
tomam parte, resultando cm uma equação com três termos apenas. Se o pro-
blema tiver, por exemplo, 100 incógnitas, teremos 97 termos nulos na equação
que relaciona o volume P com os demais do domínio. A Fig. 4.11 mostra estas
estruturas para as situações uni e bidimensional.
É possível usar mais pontos vizinhos para estabelecer a ligação com o
volume P, se desejado. Muitos métodos usando diferenças finitas aproximam
.. os Buxos usando polinômios que envolvem mais pontos. Se assim for feito, o
número de não-zeros naquela linha da matriz se altera.. O limite seria. usar uma.
aproximação na qual o volume P é conectado com todos os outros volumes
Obtenção das EqMçôes Aproximridcis Volumes Finit.oH :;ri
1'.falha 10 X 10 20 X 20 40 X 40
Número de
elementos na matriz 104 16 X 104 256 X 104
.
10240
-32-
(4.57)
A P T pk+l =~
L.J A "b Tk+ t.t yk A Tk A yk B
N B + n e E + n N + f F' + (4.58)
As mesmas consi<lerações sobre a estrutura da matriz feitas para o método
anterior valem para o método de Gauss-Seidcl.
( 4 ..59)
Na Eq. (4.59) , Tp1 ~~1 representa o valor calculado com o método de Gauss-
Scidel e w, o coeficiente de relaxação. O coeficiente de relaxação serve para
avançar mais rapidamente a solução, quando o processo está lento, ou "segu-
rar" a variável, quando a mesma está avançando em demasia e pode causar
divergência. Os valores recomendados de w para avançar mais rapidamente a
solução variam entre 1,5 e 1,7, apesar de este valor ser dependente do tamanho
da malha. Valores menores do que 1.0 sub-relaxam a. solução.
Para os três métodos acima descritos, o fim das iterações pode ser estabe-
lecido conferindo-se o valor do resíduo dado por [73]
Obt.ençao rl<is Equações A proximadas Volmncs Finito.~ IJO
(4.60)
(4.61)
(4.62)
GO C'. R. Maliskci
o o o o o o o
o o o o o o o
• • • • • • •
• • 1 • •
m-1 m • m+l • • N
• • • • • • •
o o o o o o o
o o o o o o o
(4.64)
que perm ita, com o uso das condições de contorno, varrer a linha em um sen-
tido, determinando os coeficientes P e Q, e voltar, determinando os valores
da variável, que, no caso, estamos chA.manclo ele T . Béüxanclo um índice da
Eq. (4.64), encontramos
(4.65)
(4.66)
Obt<•11.ç<io das Equ<Lçôcs Ap1·oxim<L<fos Volumes Finit.os G1
Am = A p {4.68)
(4.69)
A.,,,. = Ap (4.70)
(4.71) .
TN = Q,v (4 .73)
Para. três dimensões, basta somar a.o coeficien te D.m a cont.ribuição dos
outros dois volumes vizinhos. Logicamente, a.gora. teremos ma.is uma direção
para executar as varreduras do domínio. O TD1v1A é- um método usado inten-
sivamente na área numérica, dada a sua facilidade ele implementação e boas
características de convergência.
O algoritmo pa.ra aplicar o método TDMA pode ser resumido por:
G2 C. 17. Malük<'
* A pala.vr11. implícito, aqu i, é usada como s inô nimo de di re to. Fortemente implícito
significa, então, um mé todo quase direto, 0 11 seja, aquele em que com poucas ite rações
se o btém a convergência. O esforço compu tacional por iteraç<'i.o, por out ro lado, é bem
s uperior ao:; demais métodos iterativos.
Obt.cnçiio d(ls Eqwições AproximMfo.s Volttmes Pinito.9 G:l
/.
/
I l
ND=NJ•NJ
( 4. 77)
(4.79)
64 C. R. Maliska
(4.83)
que é a equação aproximada para o ponto P, não existe esta garant ia, se os
coeficientes forem negativos. Uma rcgTa fu ndamental, portanto, é procurar
manter , sempre, a positividade dos coeficientes. Isto ajuda muito a performance
globa l do método.
É importante destacar, também, que nem sempre a existência de coeficien-
tes negativos indica que a solução será incorreta ou fisicamente inconsistente.
É possível ter aproximações numéricas com coeficientes negativos convergindo
para soluções corretas, desde que a aproximação seja consistente, conforme já
definido. Nestes casos, a penalidade vem pela necessidade de métodos nuiis
GG e. n. M<Lli.9ka
â<f>
f)'U --
Ô<!>
+ pv -· + pw -8</> (4.85)
âx ây âz
p
w
• e
• E
ee
. EE
~
-- ~
- ÂX .
(4.86)
0/Jf<!nçlio das l!Jqw1.çóes Avrn:ci'utt11üis Volm1w.s Vinil o.~ ()7
(4.88)
A soma das Eqs. (4.86) e (4.87) é exatamente a Eq. (4.88) , mostra ndo que
na interface dos volumes P e E não existe nem geração nem sumidouro da
propriedade <f>. Isto é, o fluxo da proprieda de </> que sai de P é o mesmo que
entra em E. Dizemos, então, que o esquema numérico resultant.e é conservativo.
Cons idere-se agor a o termo de convecção dado por
ô<b
pu ax (4.89)
P ar a o volume elementar centrado em P , temos
(4.94)
e compare as soluções. Para o mét odo das diferenças finitas use os pontos
marcado::> por círculos cheios, enquanto para o método dos volumes fi nitos a
Obtenção <las Equ.<ições Aproximadas Volmncs Fini/,o.~ ()!)
temperat ura está armazenada nos quadrados. Você verá que a solução uRando
diferenças finitas é exata, isto é, sem erros de truncamento, portanto, indcpcud<'
do tamanho da malha, ao passo que para volume:> fi nitos a S(Jlução mun6rica
depende da malha. E xplique a razão. Faça unia ou mais proposições que
permitam obter a solução exata. também para volumes finitos.
O bs. 1. No caso da equação da condução, a aplicação de diferenças finitas,
ou volumes finitos com função de interpolação por diferen ças centrais, resulta
em idênticas equações aproximadas, quando os volwnes forem internos.
· Obs . 2. A obtenção ele uma solução numérica idêntica à exata só é fácil
ele obter cm problemas unidimensionais. P ortanto, é sempre conveniente ter
volumes de controle, onde são realizados balanços, que cubram todo o domínio
computacional.
q'"_
-
k
-5 (X)
,
m·
T=O
• • • • / L =lm
õx = 0,25m
ÔX
'•
- - -- L _ __ _ _,
~ rn+ 1 = wT * + (1 - w) T n (4.95)
onde T * representa. o valor calcula.do que será. substit uído pelo valor T'i+l ob-
t ido com a Eq. (4.95). Mostre que, se o sistema linear obtido com a formulação
tot almente implícita for resolvido pont.o a ponto, as três formas de distorção
do t ransicntc explícito são exatamente os métodos de Jacobi, Gauss-Seidel e
SOR, respectivament e.
4.3 - H.esolva, usando volumes finitos, o problem;;t da aleta. unidimcnsional
transient.c, com o topo isolado e tempera tura n
na base, conforme Fig. 4.16,
com os seguint.es dados:
n = 373 l\ , TQO = 293 /( , /..: = 10 W/m /\ ,
D = 0, 01m, L=0,05 m,, h = 5,0 W /rn2 A" e a= 10-6 m 2 /s
Faça o problema va.rianclo o número de volumes elementares. Compare a
solução de regime permancnt.e com a solução analítica disponível em qualquer
70 C. R. Maliska
h, Too
(
Tb/..---.
X
L ....
~
i::;
@
~
o
Fig. 4 .16 - Aleta trnnsiente. Prob. 4.3.
-ô (pcpT)
ât
, = -ô
âx
( k11 âT
-
âx
âT)
+ k12- + -â ( k21 âT
ây
- + kn ôT)
ôy
- +q
ôx ôy
111
(4.97)
1 dP ô 2 tt.
(4.98)
µ dx = ôy2
o nde dP/ d..'t é o g;radiente de pressão, constante, e µ. é a viscosid ade do fluido.
Observe que o lado esquerdo da equação faz o papel ele uma geração em um
problem a de condução. Resolva este problema numer icamente e com pa re a
solução com a exata. Valem para este p roblema todos os comentários feitos
pa ra o exercício 4. 1.
4.9 - Uma placa pla na d e espessura L = 3 m tem cm sua face esquerda
um fl uxo de calor por unidade de área igual a. 10 lV /rn 2 en t rando na placa,
enquan to na face esquerda, um fl uxo de calor por un idade de área igual a
21 W /m 2 deixa a placa. Existe uma geração uniforme de calor igual a 7 W /m 3
no interior da placa. A condutibilidad e térmica da placa é igual a. 1 W /ml\.
De Lermine a distrib uição de t emperatura, usando os métodos de Jacobi, Ga uss-
Seidel , SOR e TDMA.
13 14 15 ~6
9 10 li 121
~ w.w 1 ~ 1 ~ 1 ~ 1 "! ~
5 6 7 8
(b)
1 2 3 4
(a)
4.10 - P ara o problema 4.3, com 16 volumes ele controle , e para u111
p roblem a bidimensional de condução, também com 16 volumes e num<'ra.dos
72 C. R. Maliska /
de acordo com a Fig. 4.l 7(a.), usando sempre diferenças centrais, obtenha a.
estrutura da matriz de coeficientes para. os dois casos . Imagine, agora, que, na
obtenção das equações aproximadas para o problema da a.leta, dois volumes
à direita e dois à esquerda sejam utilizados na equação para P, conforme a
Fig. 4.17(b). Como fica. a estrutura da matriz? Qual é a semelhança desta
matriz com a do problema bidimensional?
CAPÍTULO CINCO
Convecção e Difusão
Funções de Interpolação
(5.1)
2
ô rjJI = Te+Tw - 2Tp +O (.6'.r; 2 ) (5.2)
ôx 2 P .6x 2
~ (pU<p) = ~
âx ôx
(r.P ª<P
ôx
) (5.3)
(5.5)
2fif>
AP = ~ x2 (5.G)
ffU. fif>
Ae = - 2~x + ~x2 (5.7)
pu, fef>
Aw = ? " . + ux2
~ux
A (5.8)
y ••
Isolado Condição de contorno em T
6
' '
u = conhecida '--- '---
v=O ,_ .
~
~ ~
'
,_ X
I~
il_
Isolado Condição de contorno em T
(5. 10)
(5.11)
(5.12)
ou
1
P et;.z = O, 05 ReohPr N z R eD1 Pr ~ 2
1 (5.13)
(5.14)
Oscilações numéricas
/(Wiggles)
'
Solução dissipada
(Difusão numérica)
X X
(a) (b)
· 2r<P · r>u.
A p = -.- 2 + -! - (5.16a)
.6.x .6.x
78 . C. R. Maliska
(5.16b)
pv. f<P
Aw = ~+A 2 (5.16c)
uX uX
2r<1> p·u
Âp=- - - (5.18a)
il:r2 ilx:
(5.l8b)
A.,,,=
r""2
A (f>.18c)
Ll.X
T.
v=w=O
u = coust
u =~
---+ 1 A
"'""--='"=,--~~~~~~~~~~--e
---+ ......
--·
---+
---+
e .... ...,
' ' '\
·--·
---+
---+
-.-....
---+
\
\
\
\
---+º X
L
O problema idealizado e mostrado na Fig. 5.3 é útil para este fim. Con-
sidere-se um escoamento unidimensional com velocidade 11 consta:nte. Existem
duas telas metálicas muito finas nas posições x = O e x = L, mantidas às
temperaturns 1 e O, respectiva.mente. O problcrna é idealizado e, portanto,
não nos interessa questionar como as tem peraturas 1 e O serã.o mantidas nas
telas. Uma. possibilidade é o uso de microrrc.sistências elétricas ligadas para
manter as temperaturas. Como as telas são finas, o escoamento, ao passar pela
primeira tela, adquire <i temperatura 1, uniforme em todo plano ao qual x é
perpendicular. Ao passar pela segunda tela, o fl uido. adquire a temperatura
O. Não existindo fontes de calor, tudo em. regime pennanente, a Eq. (5 .3) é
80 C. R. Maliska
a equação 1que governa este fenômeno, onde </> é a temperatura. Mas, para a
nossa análise física, esqueçamos, por ora, que nosso problema é governado pela.
Eq. (5.3).
Considere, inicialmente, a velocidade tt igual a zero. Nesta situação, restam
apenas os efeitos difusívos e a solução da equação é uma reta, uma vez que
tanto a temperatura 1 como a O terão a mesma influência no estabelecimento
do perfil dentro do domínio, pelas características elípticas da difusão. A solução
matemática., que é uma reta, coincide com o nosso sentiment.o físico.
O outro limite acontece quando considerarmos a velocidade muito grande,
positiva, e tendendo ao infinito. Nossa intuição física nos · diz que a solução
do problema é a temperatura constante e igual a 1 em todo domínio, uma vez
que a condição ele contorno a. jusante (T = O) não interfere na solução, pois
os efeitos clifusivos não conseguem se transmitir no sentido contrário a.o eixo
coordenado, porque os efeitos convectivos, muito fortes, não permitem e forçarn
sobre todo o domínio a. temperatura igual a l.
Entre estes dois limites existem infinitas soluções onde o balanço entre os
efeitos difusivos e convectivos estabelece, para velocidades finitas, uma solução
intermediária, mostrada pela linha tracejada na Fig. 5.3. /
O aprendizado com esse problema nos mostra. que o uso ele diferenças cen-
trais (CDS) é ~tfillte para problemas puramente difusivos, enquanto o uso
da aproximação ele um lado só (UDS) é fisicarnente consistente para proble-
mas convectivos. Parece, portanto, coerente que as funç-ões de interpolação
(comportamento da função entre pontos nodais) a. serem empregadas em pro-
blemas difusivos/convectivos levem em conta esta característica física.. Logo,
pa.ra. um problema de convecção dominante, com velocidade positiva, a função
d<~ int€!rpolação adequada é a curva. A, paTa difusão dominante, a curva B, e
pa.ra situações intermediárias uma curva. adequa.da que tenha como pa.râm<~tro
o número de Peclet. -
A solução analítica. da Eq. (5.3) serve, conseqüentemente, como uma fa-
mília de funções de interpolação. Interpretando a posição O e a posição L, na
Fig. 5.3, como os pontos da malha P e E, rnost.rados agora na Fig. 5.4, as
condições de contorno para a Eq. (5.3) são dadas por
em X= Xp
(5.19)
em :e= XE
~
_ :e
-
- 3,;p
-
( .
p-
'ILllX)
- .6x r<P
(5.20)
' ( /..* <P - if>·p
.:\ <v
'· ' · ·
= ef>e - <f>p
\.
o problema se reduz a
em Ç= O
(5.22)
</>* =1 em E,= Pe
onde o número de Peclet baseado cm ó x é dado por
p11D.x
Pe= ~ (5.23)
(5.24)
p e E X
X X+ t..x
. -
pucpl pwbl = I'<t>. -ôd>· 1 - f<i> -Ô<Í>· 1 (5.25)
. e . . w ô:i; e ÔX w
• -1·- -- ......
1.. ___J •
Axw ~Xe
. <f> E
<!>e= - -- -
.
+ <f>p
2 cbw
'
= ó1v 2+ <fap
· (5.26)
e, conseqüentemente,
r•.11.2 - Upwind
l '11.rn.' evitar o aparecimento de coeficientes negativos e as oscilações nu-
111t'11lc11,._. j á discutidas, lança-se mão do esquema upwind. Agora, as funções de
l11ic1f' polação têm as seguintes expressões, fazendo-se uso da Fig. 5.4,
il11 11do o rigem, exatam ente, aos mesmos coeficientes dados pelas Eqs. (5.16) e
(11, I H) pa.r a u positivo e negativo, respectivamente. Observe-se que o termo
illf111-1 ivo continuou sendo aproximado por diferenças centrais. Apenas pa.ra
1e 11dl rnrn.r, o esquema 'Upwind tem sua relação direta com o termo pa.rabólico,
IHl,o 6, o va lor da função na interface é igual ao valor da função no volume a
111011ln1i te. O volume a montante muda, logicamente, de acordo com o sentido
1ln vc1 locidade.
...
i. , 11.:~ - Esquema Exponencial
f'(;
eT
(5 .31)
eP,, -;-1
8'1 C. 17 . M riliskri
il'mbrando que a Eq. (5.20) deve ser usada para obter as expressões dimensio-
na.is. O mesmo proced imento deve ser realizado para. obter os valores de </> e
o ele sua derivada em w, para posterio r substituição n ~~ Eq. {5.25) . Obser ve-se
que o número de Pe é calculado com D.xe , qua ndo a va liá mos as funções de
interpolação n a face e, e com D.xw, qua ndo avaliamos na face w .
A dificu ldade com o esquema exponencial é o t empo de computação para.
avaliar os exponenciais. Como a função de interpolação depende da velocidade
{Peclet), será necessário calcular exponenciais para todas as interfaces dos vo-
lumes de controle. Uma varümte deste método, com simplifica.ções nos cálculos
dos exponenciajs, criando expressõe::; q ue procuram seguir a expressão exata,
por faixas de número de Peclet., denom inado Power-Law, está descr ito em [100].
(5.32}
<i.•>c = ( 2+0:.,
1 ) </>p
.• + ( 2
1 - a e) ,i,*
't'B {5.34)
1 e~ -1
(}'
-e -
- --
2 -eP,,- - - 1 (5.35)
~ I
e 2
/3e = P e ep e - l (5.37)
onde .6.Ç foi feito igual a Pe, de acordo com a adimensior1alização feita para af;
v11.riá veis.
l:Vfa.nter as expressões para a e 8 na forma exponencial acarreta as mesmas
dili culdades de computação já discutidas para o método exponencial. Rai-
l.l1by [110] propôs as seguintes expressões para os dois coeficient.es
Pe 2
O:e = 10 + 2Pe2 (5.38)
_ 1 +O, 005Pe 2
16 (5.39)
e - 1 + O, 05Pe 2
lembrando que em todas as expressões que envolvem o número de Peclet este
número é baseado em 6. x.
Quando substituídas as expressões para <Pe e sua derivada na face e pelas
Eqs . (5.32) e (5.33), e equações similares para <f>'W le sua derivada na face w, na
Eq. (5.25), encontra.remos a equação discretizada na forma
(5.40)
com as seguintes expressões para os coeficientes
".'1.e =- ( /YtL ) e ( 2
1- O' e ) + ,a.rt
.6.x (5.41)
A w -_ + ( ptt) w ( 2
1
+ O:w ) + .8w.6.xrt (5.42)
Ap = Ae +A,,, (5.43)
A equação da conserv~ão da massa unidimens ional, d~da por
(pv) e - (pu)w = O (5.44)
foi usada para determinar as expressô<~S dos coeficientes anteriores.
A Fig. 5.6 mostra o comportamento do coeficiente Ae com a velocidade.
Pode-se constatar que o coeficiente será sempre positivo, independenternent.c
do sinal de tt . Para tt igual a zero, resta no coeficiente apenas a. parte difusiva,
a.o passo que, para a positivo e grande, o coeficiente fi e. t ende a zero, como
era de se esperar, pois o valor nodal E não deve mais influenciar o valor dn
variável em P . Para o coeficiente Aw, ternos o mesmo comportamento, isto
é, será sempre positivo, t endendo a. zero quando a velocidade for cresce!ldo
negativamente.
86 e. n. M t1Li8kri
0.6
0.4
0.2
0.6
o.
0.4
·0.2
- o. • Eq . (S.3S) 0.2
- 0.4
· · · · o. • Eq. (S.38)
-0.6.l..----- - - -- -- - o.o 1 1 1 1 1 1 1 1
· 12 . 10 - 8 . 6 -4 -2 o 2 4 6 8 10 • 12 • 10 - 8 -6 - 4 • 2 o 2 4 6 8 10
pe PC
1•,11l l vo pode dar origem a uma perturbação que se propaga sem a. possibilidade
tl11 ~11 •1' di:-;sipada.. Essa. perturbação pode crescer e fazer a solução d ivergir ou
111111!• fi «ar limitada, estabelecendo urna solução convergida, mas apresentando
111w ll11ções numéricas.
1>or outro lado, se a interpolação usada for ttpwind, o esquema resulta
l111-tl 11.11 t.c estável, obtendo-se sempre uma solução realística, mas com alta clis-
1d11n1;1w embutida, conforme mostrado na Fig. 5.2(b). Esta dissipação ocorre, lo-
111l1·1111Hmte, nas regiões de grandes gradientes, muitas vezes destruindo a solução,
1·1m10 (' o caso de captura d e ondas de choque, que deve ser r ealiza.da com. pre-
1·IH11.o para identificar a real posição do choque:
/\ propriedade de o opera.dor aproximado usando 11pwind de suavizar os
fl/l\ 1l( l<'S graclien~s pode ser também interpretada como benéfica, uma ve'.l que,
11111·11. 1nuitas situações de engenharia., é preferível obt.er-_ s e alguma solução,
1111 1H1HO sabendo elas imprecisões, do que não obtê-la. O mecanismo de sua.-
111:.m<,:iio dos g!·adientes é equivalente ao processo de difusão física de uma pro-
p1•l1 \! lrtde, sendo por isso chamado d e difusão numérica ou falsa difusão'. As
.
1li v11rsas maneiras de interpretar a falsa difusão são apresentadas e discutidas
11 Hnµ uir.
(5.46)
Expandindo os valores de <i>w e <f>p em séries de Taylor, usando as Eqs. (3.2)
o (3.3), e utilizando estes valores nas Eqs. (5.45), obternos, para a convecção
11a face oeste, usando diferenças centrais
88 C. n. Mnliskn
w w p X
[:)
ôx (rnup) = O (5 .49)
:::
- ~
-- ·--
-- ---
-- -
-- --
</> = </>, </> = fj> , .
w w p e E
t • • • • • X
..
1.. ..1
~X
!....
âx
(pu<j>) + !.... (pv</J) = o
ôy
(5.53)
(5.54)
y A
.
(j)p = <Pw + 6s
. (5.55)
2
A solução do problema governado pelas Eqs. (5.49) e (5.53) deveria ser
a mesma, urna vez que o problema físico é o mesmo. Apenas foi mudada. a
orientação do sistema de eixos, tornando o problerna bidimensional. Ent.re-
tanto , a Eq. (5.55) nos dá uma solução diferente da solução exata que é <:~ = 1
para. os pontos abaixo da linha AA e </> =
2 para. os pont.os acima. Há uma
clil'nsúo da. propriedade</> da região superior para a região inferior, dcnon1inada
clt' difusão numérica ou difusão falsa.
Pa.tankar [100] define, então, a exist ência da difusão numérica. pelo fa.t.o df'
o <•sc·oamento ser oblíquo às malhas e por existir um gradieute de </> uonna.1 ;1
dirrção de escoamento.
Com base nó~ comentários anteriores, fico u cla.ro que o uso ele funções
de intcrpola.ção não-exat.as dá origem aos erros de truncamento. Tais erros
de truncamento podem ser classificados em dissipativos e não-dissipativos e
originam, respectivamente, a difusão numérica e a. oscilação numérica.
É mais consistente, então, definirmos a difusão nitmérica como sendo os
erros de truncamento de nat·urcza dissipn.tiva, associados à aprox·imação dos
termos convectivos por esquemM dissipativos, catisados pelo fato de a função
de interpolação não ser exata. É lógico que, em problemas bi e tridimensionais
complexos, nunca teremos a possibilidade de usar funções de interpo.lação exa-
tas, pois j á teríamos de saber, de antemão, a solução do problema. Logo, nossos
problemas serppr~ estarão contaminados de difusão numérica, se aproximarmos
os termos convectivos por esquemas dis:;ipativos. Poderemos tentar minimizá.-
la, criando funções de interpolação o mais próximas possível da solução do
problema físico a ser resolvido.
Com esta. definição, o leitor poderá tentar concluir que um problema bi-
dimensional de conduçfio pura, onde são usadas diferenças centrais u11idimen-
sionais em cada termo, inciependcntementc, o que caracteriza uma função ele
interpolação não-exata, possu i difusão numérica.. Para dissipar esta. dúvida.,
devemos Iembra.r que a difu.sã.o nitrnérica aparece apenas quando erros de trun-
camento dissipativos estão associados aos termos convectivos, e a oscilaçl'io
numérica, a.penas quando erros de truncamento não-dissipativos estão associa-
dos a estes mesmos termos. Existem erros de truncamento, sim, pois a. função
de interpolaçã.o não é exata, mas eles não dão origem à difusão numérica e
nem a oscilações numéricas. É por isso que não encontramos dificuldades para
resolver numericamente um problema bi ou tridimensional de condução pura
usanc!o diferenças centrais. Basta refinar a malha que obteremos uma. solução
ten<leu<lo ~i solução exata.
Dent.ro deste enfoque, contrário ao ensinado em {100], o uso de diferenças
centrais pa.ra. aproximar os termos convectivos elirnina a difusão numérica. Ao
usarmos diferenças centrais, os erros de truncament.o são não-dissipativos, não
dão origem à difusão numérica e podem SC'l' eliminados pelo refinamento da ma.-
lha. Um exemplo disto está. no trabalho ele Silva. [128), que resolveu o problema
da propagação da. clescontinuida.dc dado pela Eq. (5.53), na malha inclinada,
usando diferenças centrais unidimensionais como fun~\o ele interpolação dos
termos convectivos, obtendo um resultado sem difusão numérica, isto é, sem a
suavização d<\ descontinuidade.
Gomwcçno e Diftmi.o Htn('O<'.~ de l n i.<'l'1JOl<Lç1w !J:I
Dissipativos Não-dissipativos
(di fusãó numérica) (osci lações numéricas)
\, ,.
'\ig. 5.11 - A origem ela difusão nu m é ri ca. '
Ô</>
(pu)w ~
Ô<b
+ (pv)w ~
.
= ri:
(ô
n
2
d>
-~
+ uy
n ;
ôd>)
2
'. ,' (5.56)
ux uy ux w
Convecção e Difusão - JAmções rlc lntcrpolru;á.o üli
Esc:rc vcndo a Eq. (5.56) para. as direções se n, conforme a. Fig. 5.13, temos
(5.58)
-
/ ' - .... . -. ____.-:;;____
l'w~ç~.o dejnte1J?.Olação assume que <i> varia linea®cnte na direção normal ao
~
NW N NE
• /
\ •
E
\ p / e •
s
s SE
•
(_......._ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _--+-_
•
\ ,. . Direção do vetor velocidade local
As equações dos coefi cientes, não mostrada.s aqui, permitem concluir que
existe a possibilidade de coeficientes negativos, dependendo da inclinação do
vetor vdoddad_e. É um esquema que diminui a difusão numérica, mas, cm
!>G C. R. Mahskn
NW N NE
• • fts
•
~n
w~ w
• Vº •
p
'e
E
•
1v1 /
~
s
sw s SE
• • •
,/. l
l./J :::;} + B ( y -=:;- Vw ) + C ecix +bu
'Uw +X -=:;- · (5.59)
. IVI IVI
onde a e b, reconhecidos como os números de Peclet em x e y, são da.dos por
ô<P éP</>
{J'ii- -
ôx
r -8x 2
+B = O (5.61 )
\ ap a2 <1>
B = - - r - :2 +pv - · - S
a0 (5.62)
ôx ây ôy
A &1. (5.61 ) é a Eq. (5.3) com um t ermo fonte adicionado, o que implica.
que sua. solução é semelhante. Fazendo as segu intes aclimensionaliza.ções, dadas
por
Ç= x ~ :r;p
(5.63)
xe - xp
(5.64)
B D.x2
B* = - --·-
p t> (5 .G5)
98 C. R. Maliska
encontramos a equação diferencial que deve ser resolvida para se obter a função
de interpolação
ô ' fJ2</>
- Pe_!!_ + - 2 + B * = O {5.66)
Ôf., âf.,
onde devemos observar que a variável <P não foi adimensionalizada, proposita-
damente. A solução da Eq. (5.66) é
' F r
. = L + 1· 2e
</>
P eÇ
+ -nPee
•ç
- (5. 67)
eP" - el:,f
</>e= </>P [ ePe - 1
l [e.!f - 1]
+<!>E e Pe - 1 + s;
[(1 - 21) 1l
e1r
ePe - 1 + Pe (5.69)
(5.70)
onde
a.p
1
= 2 + O'.e ae = -21 - O:e
d -
e -
O:e
Pe (5. 71)
onde ae é o coeficiente dado pela Eq. (5.35), repetido abaixo por conveniência
1 e lf - 1
Cl' -
e -
-
2
- -,,,- -
e Pe - 1
(5.72)
(5.74)
Convecção e Difusâo Fnnçõcs <fo lni.mpolnçnu !)!)
ôy 2
= (óx) ( ef>N+<PN B+ ef>s+ ef>se- 2(<far-;+ef>p))
t::.y
2
2 .
(5.75)
-
pv ôef>
-
J\
LiX
2 _
-
pv ,
- w1 •X
• ( ifJNE + </JN - ef>sE - ef>s) -óx (5. 76)
f<P ôy f<P . 4 t::.y
u 1Hlc o termo que adimensionaliza B foi multiplicado nas equações acima par a.
Hn obter as expressões adimensionalizada.s.
NE
~ •
'
'
p E
•w • . •e •
s SE
• •
' '
Fig. 5.14 - Pontos usados na avaliação de .B* .
.
O que podemQ.fi observar é que, d<~pois do valor ·de B; ser aproximado
uurnericamente e substituído na Eq. (5 .69), a função . de i~terpolação leva em
conta todos os ~011tos vizinhos, como se fosse um esquema skew. Existem dois
procedimentos 4ue podem ser considerados. O primeiro é avaliar o termo fonte
com todos os valores nodais de cp da iteração anterior; o que faz do termo
fonte simplesmente um número e da Eq. (5.70} uma função de inter polação
1tnidimensional cuja influência dos volumes 1V, N E', S e SE é considerada
cxplícit.a. Para um problema bidimensional, a matrí:t de coeficientes contínua
ele cinco pont.os, o que é vantajoso. A outra alternativa é considerar os valore~
de ó em N, N E, Se SE como implícitos, de tal forma que a Eq. (5 .70) teria
a forma
(5.77)
100 C. R. MaLiska
</>A -</>a
ª<PI (5. 78)
ôn, 6.L
onde <PA e </>B são obtidos por iut.erpolação entre os pontos </>e e <i>N E, e <f>p e
</>s, respectivamente.
Convccç<LO e Difi.t.sno Hmço<~s de lnl<•i·pofoçno 1O1
(5.80)
B * =· - -
pv /\, ( <PNe+ <!>N - </>sE - cPs ).6.x
-+
r 4> L...J. X 4 ti. 11
(5.81)
<Í>N E + <l>N + <PsE + </>s - 2</Je - 2ef>p ) ti.x2
( 2 D.,y2
de onde pode mos verificar que o valor de <!>e carrega a influência de 75% da
int;erpolação linear em :'e. e 25% da interpol;;1ção linear em y , ou seja, a função
do interpolação é bidimensional, mesmo para o problema apenas difusivo. P ara
o caso de difusão pura unidimensional, <Pe se reduz a <f>x, como espera.do.
Para o caso limite unidimensional com Pex tendendo ao infinito teremos
a recuperação do esquema upwind
. '
= <l>p </>s + </>sE - - +-
</>N- <!>N E
<l.> e . + 8 8 - (5.90)
Vale lembrar que, após a obtenção de </>e da equação acima., a mesma deve
1'<'1'Hnbstituída na integração da equação diferencial que está. sendo resolvida.
Para que </>e possa ser obtido, devemos realizar as aproximações numéricas na
l ~q . (5.91). P ara o termo t,ransiente e de pressão, temos
Ô </>e - </>~
Ôt (p</>)e = Pe 6.t {5 .92)
ôPI Pe - Pp (5.93)
(h; e= 6.~:
no passo que, para os termos convectivos, temos
r<t>ô
2
</>I = r<.~</>:v + ef> tve + </>s + </>sE - 2 (<PP·+ ef>i::) (5.97)
ây2 e e 26.y2 •
O termo fonte S d~ve ter a. sua aproximação de acordo com a sua. expressão
específica para. a. variável </>. Substit uindo as expressões a.cim a. na Eq. (5.91),
encontramos a expr~ssão para </>,,, dada por
/
5. 7 - Conclusões
Este capítulo teve como objetivo apresentar as funções de interpolação e
o papel das mesmas na aproximação das equações diferenciais. Como aprendi-
zado principal, ficou o fato de as funções de interpolação serem as responsáveis
pelos erros de truncamento de urna aproximação. Em outras palavras, se
tivéssemos a possibilidade de usar funções de interpolação exatas, teríamos
a solução exata do problema, independentemente do tamanho da malha.
Além disso, e talvez o mais importante do capítulo, classificamos os er-
ros ele truncamento como dissipativos e não-dissipativos, definindo a difusão
numérica como sendo estes erros com caráter clissipativo, quando os mesmos
estão associados aos termos convectivos.
Identificamos, também, as aproximações '1qrwínd como dissipa.tivas e mos-
tramos que a existência da velocidade causa difusão numérica, porque, que-
rendo associar a física com a matemática, a velocidade força as aproximações
a tenderem a -upwind.
Salientamos, também, que as aproximações em diferenças centrais sã.o de
caráter não-dissipativo e, portanto, não classificadas como erros de difusão
numérica. Erros não-dissipativos associados à representação dos termos con-
vectivos dão origem às oscilações numéricas.
Na seqüência foram mostradas algumas (das muitas existentes na litera-
tura.) funções de interpolação com as quais o autor tem familiari.dade. Outros
métodos poderiam ter sido descritos, entretanto, como já mencionado, não é
o objetivo do texto rever a literatura no assunto. Por exemplo, o método
QUICK (47], e seus derivados, é um procedimento bastante conhecido e utili-
zado, que emprega um maior número ele pontos em uma. direção coordenada
para obter o valor da. função na interface. Os esquemas TVD - Total Variation
Diminishing estão recebendo atualmente grande atenção em todas as áreas [40]
de aplicação e constituem-se em uma boa alternativa para o desenvolvimento de
funções de interpolação robustas. Uma apresentação bastante completa sobre
métodos TVD pode ser encontrada em [40]. Novos esquemas estão sempre em
desenvolvimento e comparações entre métodos estão sempre sendo realizadas.
Um recente trabalho [82] apresenta comparações entre QUICK, CDS, FIC e
TVD, culminando com a sugestão ele novos esquemas.
Uo'll!Ul'CÇCW e Di.fu.sâo Pnnçôcs 1le .lnl:er11olr1,ç11.o 1o;,
õ.8 - Exercícios
5 .1 - Explique como aparecem as ocilações numéricas e a difusão numérica
1111 solução de problemas convecti vo-dominantes.
5.2 - Por que o rc-fin o da malha elimina a difusão numérica e a oscilação
1111111(,rica?
G.3 - Para verificar o aparecimento das. oscilações numéricas e da difusão
1111111érica, o problema uniclime n::iional de convecção/difusão cm regime perma-
1H'11t.e é extremamente útil. Usando uma formul ação totalmente implícita e o
111r t.odo dos volumes finitos, resolva a Eq. (5.3), considerando como condições
d<• C'ontorno <P =O em x = O e</>= 1 em x = 1, para as seguintes situações :
6.1 - Introdução
Os capítulos aJ1teriores apresentaram toda a base necessária parn. se ob-
ter, numericamente, a solução ele um problema de convecçAo/clifusão, para si-
tuações unidimensionais, considerando conhecido o campo de velocidade. Neste
capítulo, realizaremos a integração da equação de conservação de <i> para si-
tuações tridimensionais. Continua-se admitindo que o campo de velocidades
que produz a convecção seja. conhecido. A apresenta.ção da integração da
equ<:~ção em 3D busca apenas deixar completo todo o processo de integraçã,o,
aplicando urna funç,ão de interpolação e apresentando todos os coeficientes. No
Cap. 7, a variável</> dará origem às diversas equações de cons('rvação e métodos
para resolver o sistema de equações diferenciais parciais serão apresentados.
{ ~., (pw<!>) dV dt = {
8
. (r<t> ~) dV dt+ (6 .1)
}~ }~t 8 X
àâ'
u- X
f 8
8
(r<t>~<P) dVdt + f ~ (r4> 88~) dVdt + f .'J'Í'd\fdt
lv,i Y r;y .fv,t uz "' l v,1.
Convecçrio e Di/1isrio 'l 1rirli'llttm..~irmr1,l rfo </> 107
110 t<•111po <' Hohrc o vol u111e ele cont role centrado em P nos d<í
(6.2)
w
E
s
Fig. 6.1 - Volume elementar t ridimensional.
I "
onde os fluxos de massa e os coeficientes difusivos sã,o dados por
1
D3f = f" °'6x6:1J I/ Dsb = r~~ 6.:1:6.vt. (6.8)
onde devemos lembrar , novamente. que a variável <f> sem sobrescrito siguifiC<\ a
avaliação da mesma no instante t + 6t.. Empregando a função de interpolação
unidimensional do esquema WUDS, dada por, para os termos convect.ivos,
e para os difusivo.e;
f <P
e
(ª<f> ) = P e f <Pe ( <i>E6 -X e<f!p )
àx e
(6. 16)
rw (ª<!
<P >) · (rpp. 6x~
ôx w = .6w f~
- <i>w) (6.17)
r,.,, (ªeà·Yf> ) n
ef> -- .B.n rn (<f>N. 6 -, <f>p)
<i>
· Yn
(6.18)
r"''
,
(ª<!>)
Ôy s
== .8sf ef> (if>.p - <Ps )
s 6ys
(6.19)
r <t>
f
(ª<P)
ô- "' f
= B r .P
.f f
(ef>F"-"'!<f>p )
Ll~ •
(6.20)
0
</>e [ - ( 21 - O:e) · +
Me D1ª11
6~ e +
(6. 22)
(6.24)
An<PN
·O
+ A f'l'F
,;.O
+ A b'rB
A.o
+ lvf[, ·o S AV
ê:i.t fl>p + Cu
onde
Ae = - ( 21 - O:c
) ·
iVle + D1í3
6.x e
I
A111 = ( 21 + O'.w ) .
Nf w +
D i[31
f:.x w
An = -. ( 21 - a:,. ) ;"\tf,.
· D1J3 1
+~ (6.25)
Y n
A1 = - ( -21 - ªJ ) M1
· + -D31fi
fiz
l
1
Convecçâo e Dif1isiío Tridimcnsionnl de </> 1 11
M p <j> p
~=<PP
,0 (Mp *) ~ ·o
~t - Ap + L.....,Anb<P NB + Sc~V
,
(6.26)
11Hp111;n das, os coeficientes .4e e Aw, dados pelas Eqs.(6.25), resultam f x, com
11 , \/ cl<?vendo satisfazer, de acordo com a Eq. (6.27), o seguinte critério pa.ra
111 11 111.or a positividade dos coeficientes
cdt 1
- -<-
~::i;2 - 2
(6.28)
isto é, o máximo avanço de tempo possível deve ser igual ao mínimo elos
máximos permitidos para cada volume, conforme a F ig. 6.2 procura ilustrar.
Assim , o coeficiente de <P? será sempre positivo .
2 Volumes P
11'l1 l111 lt1 1 11110 <'x isl.<' ina is o cálculo d e uma. so lução cm um d 0t,crminado nf v(') d<•
t11111po n ll rnri n. uiolhor dizer que temos a solução 11um determina do níve l il,er11r
li 111 l 1ngin\1ll<'nl.c', a solu ção ele regime perma nente independe d estas soluçÔl's
dlMI 1111 •1d11l-I in t rrnwdiá rias ao longo do t empo. A Fig. 4.4 most ra os avanços
oi ' 11liu;110 rom o t.cmpo, discutido, naquele momento, no â mbito de problemas
111il1ll1111•11sio11a.is . A E q. (6.26) parn o transiente distorcido, usando o máximo
\/ pns1-1ív<·I para ca da volume elementar, result a e m
- = E A°""<f>Nº 8 + s e!:::.. v·
-J\ilp<f>p
6.t
(6.30)
(6.31)
y x+L>.::c T "' _ A
O: u X
T N"' + y Sx - . 2·rx
P
p - p- ~ 6.y2 (6.32)
1111
que deve ser comparado com o critério dado pela Eq. (6.28) e estabelecida.o.;
s uas semelhanças.
l1 4 C. R. Malisk<i
u (y) e
T (y)
conhecidos Placas
emx=O paralelas
x= O x+ó.x x+2ó.x X
n= O n+l n+2
(6.35)
onde
(6.36)
O. r; - Exercícios
0.1 - Obtenha as Eq. (6.26) e (6.35), com todos os coeficientes, passo a
lill"llH >,
(1.2 - A Eq. (6.33) é a equação a proximada do p roblema dado pela
l .q (Ci.:3 1), quando o avanço em x é feito explicitamente. Faça um algoritmo
11111111111 a.ciona.1 1 dest a.ca.ndo os principais loops do seu programa para o cálculo
dw-1 t1•111perat.uras em todos os pontos do domín io. Existe aJgum sistema linear
11 1111 n•solvido? ·
11.3 - Ainda. con siderando o problema do escoamento entre placas p lan as
1111111 IPIHs, obtenha agora a. equação para a march a t,otalmente implícita cm
, l•:x-ii;te ain da alguma rcst.riçã.o com relação ao tamanho de D.x a ser usad o
1111 iwH.nço da solução cm x? Reformule o seu a lgoritmo com putacional para
l 11111i>r m incluir em seu programa o avanço implícito em x. 'Exist e, agora, algum
1tlHt (•111a linear a ser resolvido dent ro deste a lgoritmo?
6.4 - Ainda para o mesmo p roblema, considere, agora, o avanço implícito
«111 .1· com () qualquer, isto é
~- _âây22T 1 = (1 - B) (-âây2
2T) + () (-ô'ây2).T ) (6.37)
_x,,+06.x x 1, x 1,+9.6. x
Determine a. relação entre B e 6.:1: tal que não existam oscilações· que pro-
voquem divergência durante a marcha ern x.
Corno um caso especia l, considere u ma malha com apenas t rês p ontos
(e dois deles sobre a~ placas) com as temperaturas T,v e Ts iguais a zero.
n ccomeçando com a equação diferen cial e aproximando apenas o termo ~, a
i;eguinte equação ord iná ria é obtida
(6.38)
Rcimlva esta equação para obter T p(:t). Existe alguma possibilidade de
o:;ci1ações?
U:;ando, agora , a equação para () qualquer, determine qual é a expressão
de e que garante a solução "exat.a" deste problema simplificado.
6.5 - Rc.solva numericamente o problema de condução/convecção bidi-
mensiona l mostH1do na Fig. 6.4, onde o campo de velocidades V é conhecido.
Como função de interpolaç.ão. use o méto do WUDS.
Este é um problema. importante pal·a a preparaçã.o de seu programa com-
putacional para ilicluir, no Cap. 7, a determinação das velocidades u e v que,
neste problema, são consideradas conhecida.<>. Observe que a. mesma sub-rotina
que você vai desenvolver para calcular os coeficientes para T será usada pax·a os
coeficientes deu e v, no Cap. 7. Portanto, estruture seu programa de maneira
a reservar armazenamento local para as variá.veis T , u , v e p, panl a ma.lhas
b..x e t:::.. y, para as propriedades físicas e para os coeficientes.
y T= O
/
T=O
b /v /
T =O .
.___.
a
~
(.qx)
~
T = sen X
7. 1. - Introdução
Pma desenvolver os tópicos até aqui apresentados, em todas as ocasiões
t1111 que foi necessário, o campo ele velocidades foi admitido como conhecido. Na
1t •1ili<l nde, quando estamos interessados em determinar as condições de troca de
1·1ilor por conveccção, resolvendo a equação da energia, o campo de velocidades
11 110 6 t:onhecido e deve ser determinado, a pr·iori ou simultaneamente, com o
i'IUIJpo de temperaturas·.
Pela tarefa a ser cumprida, podemos dizer que existem dois problemas a
Mt ' rl'11~ resolvidos; o problema de iVIecânica dos Fluidos e o de Transferência
d11 Calor. Os dois poderão estar acoplados, corno em problemas de conveção
1111,l.ural, ou quando as propriedade8 físicas variam coni a temperatura; ou to-
l.1dment.e desacoplados, quando a convecção forçada com propriedades físicas
<·011:;tantes for resolvida. Em qualquer dos casos, o problema mais complexo a
Hnr resolvido é o de Mecânica dos Fluidos, em função do delicado acoplamento
C111 l;re a pressão e a velocidade, e as não-linearidades presentes nas equações do
111ovimento*.
Nosso interesse, neste capítulo, é calcular o campo de velocidades acoplado
01 1 não ao ·campo de temperaturas.
Mv -Af.º . . . . . .
.6. p + A1e - Mw + J.V!n - Ms + M1 - lVÍb
t
=o (7.5)
P = P (p, T) (7.6)
1111ht sist.<•11m li11N\r em pa r ticular, a prática. é usar, t.ambém, métodos itC'ra t.ivos
dt• so llt<;ao e não métodos diretos, pois os pr imeiros tra ba lham apenas com os
11110 'l.<'l'OH da. matriz.
Optn.ndo-sc pela solução segregada, o problema dos acoplamento::; cnl;re as
vil rl ilV<'iH HC dost.aca e, em mecânica dos fluidos, um elos acoplamentos principais
1• o da ve'lodclade e pressão para escoamentos incompressíveis e escoamentos
1111dP a massa específica não é uma função forte da pressão. Escoamentos de
p,M<'S so111 variação de pressão e de líquidos com ou sem variação de pressão
1•111·nix<1m-se nest a classe de problemas. A razão da dificuldade será, logo mais,
11x pi irada.
Autcti ele a presentarmos os diversos métodos para trat ar do acoplamento
p1•pssiio-vclociclacle, vamos analisar a lgumas características do acoplamento que
1P111 infl uência sobre estes m étodos, tais corno a natureza da formu lação e o
1111 a 11jo das variáveis na m alha computacional.
7 .3 - O Acoplamento Pressão-Velocidade:
Características
A uature7.a segregada do processo de solução requer que cada variável te-
111111 uma equação evolutiva pa ra ser avançada. Observando o nosso sistem a de
1•q111u,;õcs, é fácil identificaJ· que as variáveis v., v, w e T podern ser avançadas
111 1ln <'q11ação cio movimento cm cada direção e pela .equação da euergia, res-
pPr l.ivamente. Pi:na, avançar a prcssã,o, as coisas não são tão claras assim e
d1 •1H·11dem de o escoamento ser compressível* ou não. Para ca<la 11111 desses
plojrn;t111entos existe uma formu lação adequada para a t.acar o problema. Estas
ln111111lações são agora discutidas.
Arranj o Co-localizado
~~1.-
1
1
+ -f. ++
1, v, P, p, T
- ·~ e outros
escalares
n - 11
-
's
,
·~ . -f•w+ 1
-
'e
+
•t...
(7.7)
ôP I ~ PE - Pw (7.8)
Dx p Êl. Xe + !:i.:c,,,
seja cent rado nos volumes não hachurados. Observa-se, então, que aquelas
pressões armazenadas (localizadas) junto com as velocidades não entram na
equação do movimento para. aquele volume. L-Ogo, parece coerente localizar a
velocidade v entre Pe e Pp e Pp e Pw e a velocidade 11 entre PN e Pp e Pp e Ps,
gerando-se urna mal ha desencontrada., mostrada na Fig. 7.3, para a velocidade
e a pressão (37], dando consistência. ao acoplamento pressão-velocidade. Este
arranjo é discutido a seguir.
o 100 o
.------·-- --------------- -------,-------- --------
! 1 ' 1
'' ' ''
'
100 : .o ' 100 .o ,____.100
N
'
:..----- ''
'
)
-------r
o 1
100
w 1
·ºp l·~~-+l....="-1~~40
l 1
.L. .. ................ -------··------
E
- -------l .............. __ _____ _,
: '
Arranjo D esencontrado
111. 11111 ..11, oc·11sionr111do fluxos de massa diferentes para cada variáV('I, r<'<tll<'-
• • 111li 1 1111111 il <'H(>t\ÇO ele memóri;;t computacional. 8(' para problemas tridi111cusio-
11 ti 1 111 1•oord<•uada.o; cartesianas a complexidade já 6 grande, para coordei1aclns
1' 111 •111 Ii:.-.adas motivou os pesquisadores a descnvol verem métodos de acopla-
111• 11lu lu1sc•ac\os em arranjos co-localizados [85,103,116]. O crescimento atual
1 lt 1111•1 odos usando malhas não-estrutura.das (onde é ma.is difícil usar o arranjo
'"' 1111 n.prcsent.l\clos de form a a poderem ser empregados para os dois tipos de
11111111.!1>1-1 . As peculiaridades dos métodos para cada arranjo serão vistas em
'•,•H'l'I próprias.
N
• • • • pressão
+n veloéidade u
1
w- ~ -
E
t ve'locidade v
• w
+ +
e •
- +
Is
•s •
'
F ig. 7.3 - Arra.njo desencontra.do das variáveis .
126 C. R. Mnliskri
A técnica uti lizada durant.0 1uuil'.o tempo para evita.r o problema do aco-
plament.o foi resolver as equações em termos da funç ão <IC' corrente e da vorti-
cidade. Com esta prática, um problema. bidimensional. cujas incógnitas são as
componentes do vct.or velocidade e a pressão, reduz-se a um problema de duas
incógnitas: a fu nção de corrente e a vorticidacle, desaparecendo da formulação
a pressão. É uma técnica bastante atraente, mas que tem vantagens (também
limitadas) aperms para problemas bidirnensiona.is. Um i11conveniente é a. neces-
si dade de forne('Cr condições de cout.orno para a vorti<.:iclacle, uma vari;hcl física
ele interpretação não fácil e não cor1hccida no momento ele aplícar as condições
ele contorno. Outro inconveniente é o acoplament.o entre a função de corrente e
a vorticidacle, via condições ele conLorno. tornando o processo iterativo bastante
instável e de convergência lent.a.
P ara problemas tridimensionais, a metodologia ni'í.o S<~ aplica, pois uào
existe a definição ela função de corrente para três dimensões. Existe a df' finição
de uma variável equivalente, a fnfl(;.'i.o potencial, mas que torna o problema, cu-
jas incógnitas seriam as t rês componentes do vct.or velocidade e a pressão, em
um problema com seis incógnitas, tr(\s componentes da função potencial e t.rês
componentes da vort.icida.de. PcrdC'-se, então, a vantagem que se tem no caso
bidimensional. Devido a isto, atualmente, a quase tot.Alidade dos esquemas
numéricos utifo:a as va.riúveis prirnit,ivas, ou seja, pressão e velocidade, ado-
tando métodos para tratar cio acoplamento entre as variáveis primitivas, com
ênfase no acoplamento pressão-velocidade que aparece, como já foi comentado,
dev ido à natureza segregada da solução do sistema de equações diferenciais.
Exi~tcm, a.t.ualmente, div<'rsos métodos para t.ra.tar deste acophunento. O
objetivo de todos eles é criar uma equação para a pressão que permita. que o
processo itera.tivo avance, observando a conserva.çã.o ela massa.
Ant.es de inidannos a descrição de alguns métodos, é aconselhável clei-
xar claro o inccanismo físico que d E~ve ser observado no desenvolviHt<'nt.o de
algoritmos para trnt.a.r deste acoplam0nto. A solução C'O rreta de um problema
de transporte de quantidade de moviment.~ obt.ida quanclÇ o- campo de
pressõ~ int.roduúdo nas~~ões de ~a.~~ gerar velocidades que sa.-
tisfaça111 a equac.;,ifo d~c~.1i1Qsl ~ O sistema de equações de interesse no mo-
mento sfü~qs. (7.1) a (7.6). Poderão existir outras equações para avançar
outros escalares, como concent,raçii.o de massa, energia cinética. turbulenta, dis-
sipação de energia cinética turbulenta etc.
Na construção de qualquer algoritmo , a realimN1tação adequada do p ro-
. cess; é funclarnent.al para se obtN· un1a_boa velocid<\de de con~ergência. No
caso do ~oplarnent.Q_ ; questão, o resid~Lde-;1;a.-;sa, computado através .Qa
equ~la conti11uida.dê~ é o dado fundamental pirã. indicar a maneira eomo
- - --~ - I' __ ,,..---- - --· - -
o :,10'~<?._ ~ampo de pressões 9eve ser alterado. Ao mesmo tmnpo, este novo
D1;l.enninaçtio do Campo de Vetocúforles Aco71lmnenl.o P -V J 2i
111111po d<' pr<'sSÔ<'S dcv<', j u nt.amente ·corn as mais recentes velocidades, satisfa.-
1•1 11s 1•q11açõcs do movimento. Existem diversas maneiras de ir "ajustando"
111 \'ill iAvc•is du rante o processo iterativo a t é obter-se a solução do p roblema,
q11111 1do <>utão todas as equa.ções de con servação envolvidas cstarã.o satisfeitas.
l l11rlow e Wekh [37] , Chorin [17,18}, Amsden e Ha.r low [2] e Patanka r e
:1 p11 lcli11g [101] foram os precursores no d esenvolvimento d e rnétodos para tra.ta r
11 11rnpl;unento pressã.o-vclocidade. Baseados nas id éias de C horin, muitos ou-
t 111-i foram desenvolvidos dos quais alguns elos mais d ifundidos na comunidade
i 11 •111 ífi !'n. serã o aqui apresentados. Ma is urna ve?., é didático deixar claro que
tli 1<t'11volvcr um a lgori t mo para <'Ste fim é obter urna ~~quação para avançar os
1
7. 1. 1 - Método de Chorin
G horin [17)8] d csHnvolveu dois métodos para trataJ· o problema elo aco-
11l1111H·nto em escoa.rnc11tos inco1npressívcis. O primeiro d eles foi concebido p ar a
problemas onde apenas a soluçã.o de regirnE~ permanente era. de interesse. Como
"" sol11 çõcs intermediárias ao lo ngo do tempo são d istorcidas, ele usou o con-
t·11it.o <lc ('Ornpressibilida dc n.rt.ifüfal, uma estrat.égia bastante usada, p ela qual
n 1•s1·oa mcnto é tratado corno compressível, desaparecendo a compressibilidade
q111u1clo a solução de regime perma nente é obtida. Dcst.a forma, a formulação
• 11111pressível p ode ser usada.
O segundo método d e Chorin [18] pod e resolv~r problema5 seguindo o
l 11111siente real. P ara exemplifiC'a.r . considere a equaçii.o do movimento para a
di 1'<'<;ã.o .t escrita na forma
ô àP
- (pti) + - = F.?; tt' (7.11)
ât. 8:c
n11dc• pé assumido constante e todos os termos não explicitamente escritos estão
11µ,rupados em F á.te Em um det.ermiHaclo tempo, ·u é tom<'l.dO como conhecido.
Jla ra o tempo t + Êlt , a segu iutc equação é r esolvid a:
ô
Dt (pu) = F,..ti (7.12)
Corno a. pressão não foi considerad a ria Eq. (7.12), o valor ele u obtido ('
<ic' nomina<lo u.* . R econ heccudo que Fx pode ser decom posto em um vetor de
divergência z~·o e o utro de rota.C'ional zero, e que o vct.or ele rotacional zero
<leve ser ~,P,
CJX
as rela.t:ões
"S
ent re ·11. e u" e v e v" são
(7.18)
• .ô. V .ô.P'
Vp = Vp - --- (7.23)
A p ó.y
.ô. V .ô.P'
...
Wp = 'W/'•· - - - --
Àp ó.z
(7.24)
1111<1<» novamcnt.e, ~ aler tado que os coeficientes A p que a.parecem nessas C'-
q11ações são diferentes para cada equação do movimento. Resta, agora, obter
11111n, cqua.ção par a determina r P' tal que, quando s ubstituído nas Eqs. (7.22)
11 (7.24), origine vclocida.dcs u, v e w que sat.isfaçam a equação da conservação
d11. nrnssa. Para tanto, basta substituir as Eqs. (7.22) a (7.24), escritas para as
l11l.1'rfaces, dadas por
'11
130 C. n. Maliska
lln. = tJ., -
>t: - tJ ( 1
dn .PN - Pp)
I
(7.27)
(7.28)
Wf -- ·j (P'F
·W·J• - -dw - 1''p ) (7.29)
(7 .30)
(7.31)
!111 onde v · lf" é obtido aplicando ct Eq. (7.31) <to vct.or V*. Os coeficientes d<~
Eq. (7.32) são da.do!:> por
Ab = ( ( L\xL\y) dn b {7.33.f)
I )l'f.1·1"111:inn<,·11,o !Lo Gmn710 ri.<; Vdoci<lrulc.s Ar·o71 fo,111.cnl.o I >- \! 1:11
\ • 1111 1d lc;rn•H <1<' rnulorno para a equação de P' sedio disc11tidns l o~o 11111is,
(D.y.6.z) ) (7.34)
( A.p e
111111 111111 11 s c•xprC'ssÕ€'s p<\ra os outros d podem ser facilmente obtidas por
1111111111111,110.
11!111110 !" . as velocidades tLe, 'ttw, v,., ·v5 , wf e Wb são corrigidas, obt.endo-sc
11111 1 1111po de• vdocidad<'s que satisfaz a equa~~o da conservação da m<\ssa.
Mb
• p
Mw w
- -- -·-·-·-·-· ·-·-·~· •
f
.>----~ X
de urns~a e velocidades localizadas nos meios das seis faces deste volume, as ve-
locidades das .Eqs. (7.22) a (7.24) já estão sendo calculadas onde são necessárias
para. o procedimento. Quando o arranjo co-lot:alizado é usado, devemos visuali-
zar uma ma.neira de calcular as velocidades nas interfaces (elas estão armazena-
das nos centros) de modo que possamos fazer o balanç.o de massa para o volume
de controle ele pressão, que é o volume de conservação da massa . 'fais proce-
dimentos, denomina.dos métodos de acoplamento para variáveis co-localizadas,
é um assunt.o de int.ensa pesquisa atualmente. Ainda neste capítulo, teremos
oport unidade de discutir um método que emprega variáveis co-loca.liza.das.
O nlétodo que acabamos de descrever possui uma série de limitações, prin-
cipalmente com relação à velocidade de convergência. As vantagens e limitações
deste método, e de muitos outros, podem ser encontradas cm (114:], onde é
re;;1.lizada uma análise comparativa entre diversos mét.odos para tratarnent.o cio
acopl ~mento pressão-velocidade.
Brevemente, podemos dizer que a Eq. (7.35) não tem uma fundamentação
física que a suporte. Ela não é obtida nem a partir da equação da conservação
ela massa nem da. equação da conservação ela quantidade ele movimento. É
apenas uma maneira simples de avançar os valores de P. P' tem um significado
físico muito forte nas Eqs. (7.22) a (7.24), mas não o tem na Eq. (7.35). Esta é
a razão por que é necessário aplicar um coeficiente de sub-rela.xação severo em
P', do tipo
P = p .. + a:P' (7.36)
para que se possa obter a convergência do sistema de equações . O ciclo itera-
tivo completo para resolver o acoplamento pressão-velocidade usando o método
SIMPLE é o seguinte:
l. Estimar os campos de velocidades e pressão ( P *) .
2. Calcular os coeficientes da.s equações do movimento para u., v e w.
3. Resolver as equaçôes do movimento, usando P*, obtendo 't1.*, v* e w *.
4. Resolver a Eq. (7.32) e obter P'.
5. Corrigir u • , v• e w•, obtendo o campo de velocidades que satisfaz a
equação da continuidade.
6. Calcular P através da Eq. (7.35) ou Eq. (7.36).
7. Resolver as equações de conservação para outras variáveis, tais como
temperatura, concentração de massa etc.
8. Fazer P * = P e recomeçar no item (2) até convergência .
No item 7, caso os valores destas variáveis não tenham influência sobre
o escoamento (por exemplo, transferência de calor por convecção forçada e
propriedades físicas constantes), estas equações podem ser resolvidas após o
escoamento ter sido calcula.cio.
Um detalhe importante dos métodos de acoplamento pressão-velocidade
que usam equações de correção da velocidade é lembrar que a, solução do pro-
blema não depen de elas equa.ções de correção, urna veí!, qul;l as mesmas são
/Jl'I crminaçao do Cmnµo de \leloci<laill's A covtmn1·nl o J> 1' 1:1:1
1•q1111t;0<'H a uxilia res 9 n ão fazem pa rte do sistema de equações que• C'st.A sC'nclo
1'"º 1lvido. A i11 Auê11cia d as mesmas está na taxa de convergênC'iél. Por <'H l.<t
t lt't.11() , (• nc·o11:;clhável ter unia. equação de correção originária c'. as cquaçõC's quC'
1111 n·çàc> do campo de velocid ades é feita d e maneira id êntica àquela do método
~ll~IPLE. Para calcular a p ressão, as equações do movimento, já a proximadas
pnrn. os volumes finitos, para tt, v e ·w, são escritas na ségúinte forma:
D.V D.P
v,p = 't'Lp - - - --
Ap Lix
(7.37)
~ D.V LiP
Vp = Vp - ----
Ap Liy
(7.38)
, LiV LiP
tvp = Wp - ---- (7.39)
Ap Liz
(7.40)
i'\osso objetivo, a.gora , é cletermina.r a. pressão que está present.e nas três
equações do moviment o. Uma ma neira , dentre muitas, de isolar a pressão
dessas três equações é substituí-las na equação ela couservação da massa. Po-
deríamos criar qualquer out ro artifício para isolar a pressão elas equações do
movimento. Usar a equação da cons<'rva.ção da massa, ~\lém ele fazer a t arefa,
<:onst.itui-se em uma forma robusta de> fazê-la. É bom frisar que, nest e pMso,
não c..x iste a necessidade de satisfawr a conservação da massa. Ist.o já foi fcit.o
no passo anterior, quando a.s velocidades 'u,* , v* e w" foram corrigidas com o
campo P' .
Introcluziuclo a.s Eqs. (7.37) <i (7.39); escritas para as faces do volum·e ele
controle pa ra a conservação da. rm,,<;sa, e dadas por
(7.4 3)
(7.44)
(7.47)
(7.48)
/\ pressão obtida com a solução ela equação acima é a nova. pressão para
11 w 6xi1110 ciclo iteratívo. Logicamente, o campo de pressões obtido com a.
1111111(,'n.o ela Eq. (7.49) não é uti li7.aclo para corrigir as velocidades ú, fj e ú;, uma
vi•z que o campo de velociclH.dcs já sa tisfaz a equação d<~ ('Ow;crvação da massa,
e•1H'rn<.;ão realizada no item da. correção da velocidade com P'. A seqüência de
1·11lrnlo para o método SU.·1PLER é:* '
Nrste proceclimenr.o, chrns equações ele Poisson, uma. para P' e out.ra para
/ ',são resolvidas. Entretanto, o avanço de P em clir0ção à convergência é m ais
r;\pido e mai& seguro.
Para relembrar. notemos que, no método $L\.1PLE em três dimensões, para
n•solver o problema de Mecânica dos Fluidos temos, em cada ciclo iterativo, a
so lu ç~.o de t rês sistemas li neares (pa ra v., v e w), e um para P'. Ko m étodo
SIMPLER, necessitamos ela solução de cinco sistemas lineares (1t, v, w, P' e
~· .
:.leste método [50], a mo!.i Vk1.çiio principal fo i a rea.li7.aç:'.io dos dois passos
(correção da velocidade e' C'ákulo da pressão) de uma. só v<% Isto pode ser
conseguido utilizando-s<' a Eq. (7.49) não só para o dilrnlo da pressão, mas
também para usar a.s pressões obtidas dest.a equação pa ra a correção das velo-
cidades [34], tornando desnecessária a obtenção do c;:i.111po P'. que nos métodos
STMPLE e SIMPLER servem para corrigir o campo de velocida des . Ou seja.,
as cq1mçõcs elo movimento, Eqs. (1.43) a (7.48), são usa.das t.ambém como
c·q11a.<_;<'ícs de correção. Est.as equações, a.qui repetidas , são
1.1.c -
= Uetf- -d·e11• (PE - 1"P ) (7.50)
(7 .51)
(7.52)
(7.54)
(7.55)
(7.56)
(7.59)
(7.60)
138 C. R. Malisk<i
ÂpU p
1
= L A,.,,u~v a - L [P'!] L\ V (7.61)
(7.62)
L [P'"] L\V
U. p = U. *p -
Ap - L: A ,.&
(7.63)
ou
100 (4)
(5)
o
10 100
Tempo adimensional
2
10
1
10
( l)SIMPLE
(2) SIMPLER
10º
(3) S!Ml'LEC
(4) PRTME
10·' (5} CELS
~
--... 10'2
ç/
10·>
10..
10.s
10-<I
10·1
Fronteira
/
N
• ~/ p'=P'
E p
·~
vn
Violume
fi ctício
•-
w p E V
• Uw
.
•t ue
.
1 vs
•s
F ig . 7.7 - Cond ição de contorno pa.ra pressão.
Uma alternativa gernl e simples pa.ra o problema foi proposta por Ma-
liska [50), para coordenadas generalizadas, e posteriormente apresentada em
[153], para coordena.das cartcsia.W1s . A id6ia é aplicar para. os volumes de fron-
tcira o m<'smo procedime11to adotado para os volumes internos, isto é, aplicar
a. equação da conservação da massa para estes volumes, respeita.ndo a condição
lJct.<·rntinnç<Lo do Crt111.710 d<• Vclocidarl<-.s Acovtmnen/.o P -\1 l tl l
cl<• rontorno c-xist<'nte naquela fronteira. Usando mais uma vez a Fig. 7. 7, aban-
donando o volume fictício, vamos apli car a equação da conservação da massa
para o volume P, considerando uma situação bidimensional A equação fica
(7.65)
onde apenas os fluxos de massa em w, s e n serão substit.uídos pelas equaçõe::;
de correção. O valor de í'Ífe, como é especificado (condiÇ<\o de contorno), é
um número conhecido e fará parte do termo-fonte. É fácil ver que a equação
aproximada para, o volume centrado em P tem a forrna
(7.66)
Desta maneira, a condição de contorno já está incorporada na equação
aproximada para o volume ele fronteira. Este procedimento, como dito, não
depende do sistema coordenado usado, satisfaz os balanços também para os
volumes de fronteira e não aumenta o número de equações do sistema linear,
pois não tem pontos fic tícios.
Outra var1tagem deste procedirnento, e muito importante do ponto de
vista de convergência, é a satisfação ela equação da conservação ela massa de
forma exata, pois ac; velocidades prescritas entram diretamente na equação para
aquele volume.. Pelo método da especificação do gradiente de P' igual a zero,
gera-se um problema de Neu1murn* , que não terá solução se o erro na con-
servação da massa global não for sendo corrigido durante_o processo iterativo.
No caso de a fronteira ser de entrada de massa, poderemos ter a condição
ele pressão prescrita. Também, neste caso, o tratamento dependerá do tipo
de arranjo de variáveis que está sendo usado. As alterações necessárias nos
métodos de acoplamento, quando o arranjo co-localizado é empregado, serão
discutidas na próxima seção. Considerando, inicialmente, o arranjo desencon-
trado, a Fig. 7.8 mostra um volume de controle onde, mi face oeste, a pressão
é prescrita, e. igual a P1 . A equação aproximada para o volume P é obtida,
como sempre, fa7.e ndo um balanço de massa. As equações de correções para as
velocidades ltc , V,,, e Vs são as mesml\S de um volume interno, enquanto para
1Lw têm a forma
26.V Pp
Uw = tt:u - - --
Ap 6.:r:
(7.67)
uma vez que Pí é igual a zero, pois P1 é igual a Pi. Deve ser observa.elo
que a velocidade t t w é descon hecida e, portanto, deve existir uma equaçào
para a mesma no sistema linear, lal que tt.~ possa ser cktcrrninaclo. Para. um
problema incompressível, não deve :;c-r es~ecido que- a pressão na saída deve
,-...
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• V
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o •s
r1
Fig. 7 .8 - C-0ndiçã.o de contorno de pressão prescrita..
(7.68)
onde, logicamente, U.w deve ser obtido de sua equação do movimento sem con-
siderar os termos de pressão.
' ~ :_
(A p ) pllp - '"'
~ (A.n.IJ
' 'l.l·N/J M'/,'ttp
* ) p+~ - ' V + 1., [Su*I pu
L· [.tn" *] p Ó. ""V (7.69)
w.t
(7.71)
/
• •1•1 v. J( . M aliska
onde
(7.72)
+ L[S"'* ] p óV
+ (M f. +ótMf:)u~ - 2L[P'IJ.•J ó V
e
-t-
tv~
-f .~+ ~ -tuw
....-..
1
~
ue
tvs
1
+
Pressões e velocidades
calculadas neste ponto
partir das velocidades corrigidas nas faces, através de uma média, determinar
as novas velocidades nodais. A primeira alternativa. mostrou-se mais eficiente
quando o método SIMPLEC foi empregado. Provavelmente, esta observação
seja válida pa.ra os métodos do tipo SIMPLE/SIMPLEC, pois para o método
PRIME a alternativa mais eficiente foi a segunda. Isto se deve, provavelmente,
à natureza explícita do método PRiiVIE ao avançar as velocidades.
Ue =
L (Anb'U NB)p +L(Anb'UNB) E + B'U I + B~ I
- - - - - - - - - - - - -----'P_ _ _=E
· (7.73)
(AP)p + (A1 •) e
onde Bu inclui todos os termos-fonte da equação do movimento, exceto o gra-
diente de pressão. De maneira. semelhante, é possível determinar íi..,,,, Vn, Vs
e as outras duas componentes na direção z. no caso tridimensional. Conhe-
cidas todas estas velocidades nas interfaces, é possível resolver a Eq. (7A9) e
determinar a. pressão. Conhecido o campo de pressões, usam-se as equações de
correção das velocidades, Eqs. (7.37) a (7.~~9) , para determinar as velocidades
que satisfazem a massa.. Pa.ra. obter as velocidades nos centros dos volumes
de c:ontrole, basta fazer uma média das velocidades vizinhas que satisfazem a
equação da conservação da massa.
É importante perceber que, no método PRIME, a equação de conservação
da quantidade ele movimento não é satisfeita exatamente para o volume onde
as velocidades estão centradas, mas sim para uma velocidade que representa a
média. do balanço de quantidade ele movimento-O.e dois volumes vizinhos. Os
14G C. R . Maliska
d nas interfaces são obtidos atn,w és de uma média aritmética entre os d nos
centros dos volumes de controle.
O emprego do esquema dado pela. Eq. (7.73) não é adequado quando se
usa o método PRIME. Resultados obtidos para o escoamento em uma cavidade
inclinada mostraram erros considerá.veis na solução, quando essa média foi
empregada (121]. Uma out.ra média, semelhante à descrita , que apresentou
bons res ultados e procura incrementar a. estabilidade, podendo ser usada para
escoamentos subsônicos e s upersônicos, foi desenvolvida em [122) e tem a forma
(7.74)
Apenas para lembrar, o tratamento de escoamentos de alta velocida<le será
discutido no Cap. 8. A seguir, as condições de contorno para outras variáveis,
além da pressão, são apresentadas.
~ (pefJ) + .!}__ (pu<fa) + .!}__ (pv<fa) = .!}__ (r<1JJ<i>) + .!}__ (r<P ôef>) + s<t> (7. 75)
ât âx ây â:c âx ây ây
/ •
Fronteira
N
w
-
-
p e E
o
• 4~
•
-s
_s
•
Fig. 7. 10 - Balanços para a plicação das condições de contorno.
A integração dessa. equação nos dará os flu xos difusivos· e coJwectivos nas
quatro faces do volume de controle. Apenas os fluxos na face w nos interessam
para o estâbelecimento das condições de contorno. Os fluxos na.s· out.ras faces
deverão ser aproximados usando as funções de interpolação. Os ela face w são
ptu/JI (7.76)
1IJ
(7.77)
Neste caso, o fluxo convectivo é igual a zero e o difusivo deve ser determi-
nado p or
(7.79)
(1 ... l 11 111os imagi nando o volume de front eira de saída à d ireita do dom ínio) sen\
1~11i1I a Z<'ro, já que uma aproximação do tipo upwind deverá ser usa.da . Se,
11111 a lgum~ raZ<'io, for necessário o valor de ef> na front eira, o mesmo dever á ser
1 ' 1rn.polado ele valores ele <P internos. Em geral, o va lor de </> na fronteira ele
11ída (: [eito igual ao valor do volume interno imediatamente anterior. Lembre-
'º' eh· que ~b, nesta discusf!ão, pode ser as componentes cio vetor velocidade ou
11 1.c•111pcra t;ura.
P<n a qualquer desses casos, a forma da equa ção a proximada para o volume
d11 fronteira será do tipo da Eq. (7.79) .
........................
:
.
:
• i •
i ti. X f
1 i.----:.
e • E
• •
.........................
Fronteira
(7.82}
Novamente, devemos t rata.r dos dois t ipos de cond ições d e contorno exis-
t entes em problemas de escoamento de flui dos.
Neste caso, conhecemos </>1, que deve ser equacionado em termos de <f>p e
</Ji:; . Assim,
A- </>p +ef>E
'Pf = 2 (7.83)
A. p = 1 Ae = - 1 (7.84)
(7.85)
onde F<Ji é o va lor do fluxo ele </> a plicado na fronteira e, portanto, conhecido.
Usando uma aproximação em d iferenças centrais, temos, par a os valores cios
coeficientes,
Ap =1 Ae = 1 (7.86)
Ap =1 Ae = O (7.88)
Determinação do Campo de Velocidades - Acovlamento P-V 151
Hn o flu xo de massa está saindo cio domínio, por exemplo, pela face leste,
n,plicando a condição localmente parabólica, teremos
1111 1fio,
Ap =1 Bw = 0 (7.90)
{7.91)
11 q11 t' significa, unicamente, a troca de sinal dos coeficientes vizinhos, uma vez
q1u1d cs estão escritos no mesmo lado do coeficiente central, A.p, nas equações.
As condições de contorno nas outras faces têm aplicação semelhante, não
111111d o necessário repetir o procedimento.
Toda a literntura que trata do método dos volumes finitos para solução
dn problemas de escoamentos considera, quase na sua totalidade, escoamentos
lncompressíveis, fazendo uso, portanto, dos métodos de acoplamento pressão-
v<'locidade discutidos neste capítulo. Além disso, a condição de contorno usual-
111rnte discut.icla é a de velocidade prescrita . Pouquíssimas informações existem
1mbre condições de contorno de pressão prescrita e da mistura de condições de
l)l'Cssão e velocidade. A mistura das condições, se não observadas as carac-
k rísticas físicas, pode trazer sérias complicações de converg~nçi~1., bem como
pode representar situações fisicamente não-realistas. Por estas razões, procura-
H<', no restante desta seção, esclarecer estas dlividas.
Gs coarnentos Incompressíveis
\
\
Condições de contorno Localmente
Efeitos
de entrada parabólico
elípticos
11:1l1·onmontos Compressíveis
N<'sta seção, vamos considerar como compressíveis aqueles escoamentos
1111d<' n 111assa específica (p) varia, significativamente, com pressão. Quando a
111 11-.sa específica varia apenas com a temperatura., o problema pode ser con-
lilPntdo como incompressível do ponto de vista numérico, para o qua.l as ob-
""' vn<;õcs j á feitas se aplicam.
Para os escoamentos compressíveis, a relação entre a massa específica,
1111•..,são e temperatura, dada pela equação de estado, deve ser satisfeita.
Para escoamentos compressíveis internos, como em bocais e tubeiras, as
1•1 111diçõcs de contorno devem ser dadas de acordo com a natureza do escoamento
1111 l'utrada e saída. A seguir, alguns casos possíveis são analisados.
• Para escoamentos subsônicos na entrada e supersôuicos na saída, as con-
dições de contorno na ent rada devem ser de pressão t.ota.l e temperatura
total prescritas, com saída localmente parabólica. Observe-se que, neste
c•scoamento, eleve existir um processo de atualização da velocidade na en-
t.rn.da, uma voz que o fluxo de massa não ó conhecido e sim determinado
com a solução do problema. [88].
• Para escoamentos supersônicos na entrada e na saída, pode-se prescrever a
pressão estática, a velocidade e a temperat ura total na ent rada. Na saída,
a condição ,localmente parabólica pode ser empregada.
• P ara escoamentos supersônicos externos, as condições de escoamento livre
são prescritas (número ele Mach e temperatura) nas fronteiras do domínio
onde elas existirem, ao passo que condições localmente parabólicas são usa-
das na saída do domínio [85,131]. É comum também, quando as metodo-
logias projetadas para escoamentos supersônicos são empregadas, aplicar
as condições de saída ao longo das características.
7.8 - Conclusões
Este capítulo deu início ao t ratament,o de problemas onde o campo de
vPlocidades e pressões deve ser determinado numericamente. Como já salien-
l 1 ~do, é na solução do problema de Mecânica dos F luidos que residem as maio-
1c•s dificuldades numéricas. A primeira delas é o tratamento cio acoplamento
pn•ssão-velocidade, resultante do processo segregado de solução das equações
de· conservação.
Foram descritos os métodos mais usados para tratamento deste acopla-
11t<'nto, prornrando-se apresentar a filosofia básica das metodologias, de tal
forma que o leitor possa analisar e propor melhorias ou novas maneiras de
t.rnt,ar o acoplamento. Tais métodos, íntensivameutc usados para o arranjo do-
s('llcontra.do, foram apresentados, também, para o arranjo co-localizado, un u,,
VC''l. que este último está sendo alvo de intensa pesquisa e será o arranjo domi-
1111.ute em um fut uro brevíssimo.
'I
151 C. R. M alisl.;a,
7. 9 - Exe rcícios
1 '
7.1 - Na solução segregada de um problema bid imensional "incompressível
de couvec.ç ~/d ifusào , uma das forruas de corrigi r a velocidade é através de
'lt = . + ():,;
'U"'
à<b
-·
(7 .92)
~ à<i>
v=v +-
ôy
O btenha a equa çào </> que permit.e corrigir as componcmtes do vet.or velo-
cidade tal que a equaçào da conscrva<;ão da mas:;a seja satisfeita.
/
7 .2 - !vlost.re que a correção de velocida.de no problema 7.1 11ão a ltera a
vorticidade.
- ·u - u. - 1: - t - tv
1 - ·w
7 .3 - Es('reva a expres:;ão de rl" , d tv • cl,.. d~, dj e d 11 , para os mét-0dos
SHvlPLE, PRl~fE e SIMPLEC pi:i.ra. os a rranjos co-localiz:aclo e clc:;encontrado.
7.4 - Obten b<'I. a equação para n. prcssào empregando o mé todo PRIME.
7.5 - CousidC're a Fig.7.8, onde a pressão é prescrita na fro 11t0ira. w. Ob-
tcn ha a equação parn a correção da pressão P' para o volume de cont.rolc P ,
utilizando o método SI.\fP LEC.
,
CAPITULO OITO
E scoa mentos a Qualque r Velocidad e
Acoplam e nto P - V / p
8. 1- Int ro dução
Historicament.e, os métodos numéricos para escoamento de fl uidos foram
desenvolvidos abrangendo duas grandes classes de escoam entos: escoamentos
ele baixa e de a lta velocidade. Os de baixa velocidade são, cm geral, relaciona-
dos com prohlema.s ele transferêncil't de calor, ou seja,, problemas convcct.ivos.
onde estamos i11teressados na. determinação cl~ts trocas de calor na int01face
sólido-fluido. Por serem escoamentos de baixa velocidade, com pequenas va-
riações de pressão, a densidade é considera.da. constante ou é determinada como
uma função apenas da temperatura. É a classe, portanto, par;.i. i'l qual se aplica
a formu lação incompressível, já discutida anteriormente, e que reqÚer o uso dos
métodos de acoplamento pressão-vélocidade vistos no Cap. 7. Os de.alta veloci-
dade são, em geral, compressíveis, relacionados aos problemas c!e aerodinfünica
e aerotermodinâmica.
Para. problemas compressívcis devemos introduzir no acoplament.o também
a influência. da pressão sobre a densidade. Este é o principal assun to deste
capítulo, pois se t.rata de um item relevante na literatura. atual, devido ao
grande impacto sobre os esquemas numéricos que procuram resolver escoamen-
tos a qualquer velocidade.
Outro tipo ele acoplamento, importante para problemas de transferência
de calor por convecção natural, é entre a tern pern.tura e a velocidade. Nc:;scs
problemas, o escoamento é causado pelos gradientes de t.emperatura e não
de pressão, justificando-se acoplar de maneira adequada a temperatura com
a velocidade, um procedimento raramente adotado em soluções numéricas ck
convecção natural. Este é o outro assunto deste capítulo, apesar de ser t.rat.ado
de maneira ext.rc111a.111ente breve.
15G C. R. Maliska
A1p - lvl<j, . . . .
!J.t + M. - A1..,_, + NJ,. - Ms =O (8. 1)
158 C. R. Maliska
onde
lvfp = Pe ô.. V
Mº = pf.,6.V
lVfc = (ptt,) e ê!.y
(8 .2)
1,fw = (pu)w 6.y
JVI,. = (pv )n 0. x
1Vf5 = (P'U) 8 ilx
Na. liuearizaçã.o do Lermo ptt, por exemplo, a segu inte e:;tr:a Légia é utili-
1:::ada (G4,131,152)
(8.3)
onde o sobrescrit.o ''*" significa que os valores são mant.idos const antes e co-
nhecidos do nível iterativo anterior. Com essa li nearizaçã.o, tanto a. deusidade
como a velo<.:idade se ma ntêm a~ iva.s rm equação ela conservaçã.o ela mas:;a.
As densidades estão armazenadas no centro do volume de conservação
da massa, juntamente com <:i pressão e as velocidades, se o arranjo for co-
localizado. Uma função de interpolação será. necessá.ri a para obter os valores
<lc p nas interfaces. Seguindo o esquema WUDS, vist.o no Ca.p. 5, podemos
escrever, para a densidade nas int.erfaccs,
Pe = ( ~ + ~/,, ) P P + ( ~ - %) (J E (8.4)
(8.9)
(21+ ) ~fn *A
V 11.u X - (12 - ) "fs V 8* uA X
e =
1nP (~2 - ~1.e ) u"6y
e (8.10)
niP
'W
= - (~2 + -1' W
) u*W 6.·y (8. 11)
...
160 C. R. Maliska
(8.18)
(8.19)
(8.20)
(8. 22)
(8.23)
Chamando-se de p• o cam po de densidades obtido com uma pressão p • e
p o campo ele pressões obtido com um campo de pressões P , temos
p = p* +CPP' (8.25)
0 11dt• P' =P - P* . A Eq. (8.25) é a relação procurada da densidade em função
ti<' !"'. Podemos, agora, obter as expressões para p nos centros dos volumes
11,t.rnvés da Eq. (8.25) , como
(8.31)
onde
(8.32)
(8.33)
(8.34)
(8.35)
(8.36)
(8.37)
( ~~)
- i<
de = (8.38)
p e
A Eq. (8.31) é uma equação semelhante à equação pilra P' para escoamen-
tos incompressíveis, mas que, agora, também considera o:; efeitos da densidade
através da equação de estado e não apenas os efeitos ela velocidade através das
equações de Navier-Stokes.
A seguir, tem-se uma seqüência de cálculo utiliz<'l.nclo a metodologia des-
crita, ext.raída de (66,128).
Conhecidos os campos iniciais deu, ·v , T, P e p cm t =O, é o seguint.e o
procedimento de solução:
l62 C. R. Mali.~k<i
p = CPP + BP (8.43)
(8.44)
foi menor para urna série de problemas de convecção natural resolvidos. Lo-
gicamente, a implementação computacional e os sistemas lineares que devem
tier resolvidos são mais complexos. A metodologia. não se apJi.ca a problemas
onde o número de Prandtl é pequeno, pois, nesses casos, a transferência de ca-
lor é dominada pela condução e a velocidade deixa de desempenhar um papel
fundamental.
8 .4 - Conclusões
O desenvolvimento de metodologias para a solução de escoamentos sub-
sônicos, transônicos e supersônicos empregando um único modelo numérico
básico, conforme descrito neste trabalho, está recebendo grande atenção dos
pesquisadores. Trata-se de uma forma conveniente de a.tacar os problemas, pois,
muit.as vezes, temos escoamentos que possuem os três regimes de velocidade
simult.anearnente. Nesses casos, o método deve ser versátil pa.ra conseguir obter
a solução. O método a.qui apresentado, desenvolvido a part.ir da linearização
do produto da velocidade e densidade, tem sido apli<.;ado para uma série de
problemas práticos com baixo e alto número de Ma.eh, representando os limites
de funcionamento da metodologia, sempre com excC'IC'ntes resultados.
Também, apesar de muit.o brevemente, apresentamos, neste capítulo, uma
possibilidade para tratar o a,coplamento velocidade-temperatura, aplicável a
problemas ele convecção natura l.
O conjunto de equações a ser resolvido, quando se deseja, obter soluções
pari\ problemas de t.ransferência de calor. é muito rico em acoplamentos e 11ão-
li11earidades. Isto significa que muitas outras formas d<' t.ratar tais acoplamentos
<' não-linearidades podem ser concebidas e o leitor é motivado a exercit.ar seus
conheciment.os, procurando visualizar métodos para este fim.
8. 5 - Exercícios
8 .1 - P ropondo correções para a velocidade e para a massa específica por
ti= u* + tt'
(8.4G)
p = p* + p'
obtenha a Eq. (8.3).
8.2 - Obt,enha. a equação ele conservação da massa, Eq. (8.8), fazendo nas
Eqs. (8.4) a (8.7) o valor de / igual a zero e observe o sinal dos coeficientes.
Qual é o mínimo valor , em módulo, possível de ser usado para -y para que os
coeficientes result.cru positivos?
8 .3 - Umf\. outra forma de obter a equação para P' , Eq. (8.31) , é substitui r
dirC'tam cnte na <'quação de conservação dá massa,, Eq. (8.1), as expressões de
'li , u <' p ro1110 fu n<;ÕC's d<' P' , sC'n 1 usar a. li11cari za,<;Ao da.da pC'IA. Eq . (8.3).
16G O. .R. Mnliskn.
O resulta.do será uma cqua1,;ão onde aparecerão termos com produtos ele P'.
Proponha uma lin<'arização para esta equação. Existe a possibilidade de obter
os mesmos coeficientes dados pelas Eqs. (8.32) a (8.37)?
8.4 - As condições de contorno para com entrada. e saída <le massa do
domínio são as mais delicadas de serem estabelecidas. Especifique as condições
de contorno que resultem em problemas fisicamente consistentes pa,ra os se-
guintes problemas:
9.1 - Introdução
Rigorosamente, pod (~mos dizer que todos os problemas de interesse prático
siio tridimensiona is, rc~quercnclo a soluçã.o da.s equações ele >!avier-Stokes com-
pletas. Exist.em, entretanto, muitos problemas e, entre eles, destacam-se o
<~scoarnento no interior de cintos e j a.t.os livres de ;)lta. velocidade, onde, con-
forme discutido no Cap . 4, os efeitos ele difusão podem ser desprezados em uma
direção. Isto torna. o problema de convecção dominante e, portanto, parabólico
naquela. direção.
A aproximação parabólica pennit.e um problema de marcha nest.a direção
e, por; est.a razão, não podem existir concliçôes de cont.orno a ju.s;,1nte. Tbdos
os efeitos físicos que t.ra.nsmitcrn informações contrárias ao escoamento devem
ser elimina.dos para que o problema. possa ser t.rat.ado pai'a bolicamente. Física.-
mente, a.s condições que devem prevalecer pa.ra que a a proximação parabólica
seja vá lida são:
P(z)
x,y
ô
-(puv)
ôx
+ -ô
ôy
(pvv) = - -af> + -ô
ây ôy
( µ.-âv )
ôy
(9.3)
ô ô
ô x (pu) = - ôy (pv) (9.4)
-dP
dx
=- p ooUoo--
rhl=
dx
(9.6)
-ô (pm.1.) a
+ -ôôy (pvu) = -ây (ti -ôu). (9.7)
ôx ây
â ô
ôx (pu) = - ôy (pv) (9.8)
-ô (pim)
ô.x
+ -ô
f}y
(ptru) = -âP
-
âx ây
ôu)
+ -ô ( tt-
ôy
(9.9)
ô ô
- (pu) = - - (pv) (9.10)
âx ây
onde ;V/ é a vazão mássica que escoa. pelo duto. Esse problema, novamente,
é de marcha ao longo de x, com a necessidade, agora, de se estabelecer um
algoritmo para determinar o gradiente de pressão cm x, de forma que a equação
de conservaç.ão da massa global seja satisfeita.. O acoplamento da velocidade
na direção x com o gradiente de pressão nesta direção será objeto de discussão
da seção 9.5.
Se cstivermoo interessa.dos na dist.rib uição de pressão com y, basta de-
terminá-la da equação do movimento em y, usando as velocidades v. e 'U já
calculadas.
z (Direção parabólica)
LL Planos de marcha
-â (puu) + -
âx
ô(pvu) + -âza (pwu). = -aP
ây ôx âx
ô-u) + -âyâ (
- + -â ( µfü; âu) (9.12)
/J,-
ây
~
ôx
(ptw) + ~ (pv'u) + ~ (pwt1) = - aP + !..._ ( 1); av) + ~
ây âz Ô1J âx âx ây
(µ ôv)
ây
(9.13)
ô ô ô
- (pu)
éh;
+ -ây (pv) = --
âz
(pw) (9.14)
-â (pttw) +
8X
-ôy (pvw) + v~
8 z 8X 8X 8y
âw)
{) (pww) = -ô ( µ - + -â ( µ.71
vy
âw) (9.1 5)
,.•- - - 6Z - --11o
B - - - - - - - - -... p
A forma como fornm dispostas a:-; equações acima pretende salientar que
as Eqs. (9.12) a (9.14) formam um problema bidimensional elíptico no plaJ10
(:i;,y), acoplado ao problema da equação do movimenLO em z, Eq. (9.15). Pan\
a ~olu ção do problema, as Eqs. (9.12) a (9.15) devem ser discretizadas seguindo
o que foi estudado nos capítulos anteriores. Deve ser lembrado que todas as
integrações em z são feitas entre o pia.no de cálculo e o plano anterior, conforme
mostra a. Fig. 9.3. Por exemplo, para o termo t_ (pwp) . temos
Prnblmnti:; .Di e 11-idi?ncn.~ionais J>a.rnú6licos 1?:J
l _
z+ô. z Ô
Ôz (pu</>) dz = pu.<f> 1p - pu<f>
1
D (9.16)
(9.17)
!...__ (pim)
ôx
+ !...__. (pvu) + .!!_ (pwu) =
ây ôz
- aP + .!!_
âx âx
(µôu)
âx
+ .!!_ (µ ôu)
ây ây
(9.18
ô-ôX (puv) + vy
8 ô
Z
aP a ( ~1. -
~. (pvv) + -ô (pwv) = -ô- + -ô
y X
â
X
+-ô
y
µ.-ô
y
ôv) ô ( ôv) (9.19;
ô ô ô
-
âx
(rm) +-
ây
(pv) = - -az (pw) (9.20)
onde as Eqs . (9.18) a (9.20) formam o problema bidimensional no plano (:i; -y)
e as equações Eqs. (9.21) e (9.22) cara.cterizarn o problema. na direção axial.
le
') (9.23)
>-
)
(9.24)
Wp = wf> - (dP)'
dz
6.V
Ap (9.25)
1111dc
= (dP)"+ (dP)'
(dP)
dz dz dz
(9.26)
(dP)'
dz
(9.28)
dP . _ Ôwp
Q =-- j p - âQ (9.29)
dz
A variável f pé obtida., de acordo com sua definição, derivando a Eq. (9.23)
em rela.ção a Q. O resultado é
6.Q = dP _ dP•
(9.31 )
dz clz
e
.!lQ
dP dP
dZ dZ
onclusões
h t1l.1 1 <·n,pít.ulo mostrou q ue a aproximação parabólica é urna alterna tiva que
h 11 ' "'• 11t.ilizada quando o problema físico permitir. P ara escoamentos tridi-
1111 " 101111.is <'m dutos retos, e mesmo com moderada cur vatura, a aprox imação
tt. 7 - Exercícios
0 .1 - Resolva o problema do escoamento isotérmico na região de entrada
ili • d11as placas paralelas infinitas com distância h entre elas. A vazão mássica é
1111il1<•c·ida na entrada. Calcule o produto f.R e para a condiçi\O de perfil plcua-
1111•111.(· desenvolvido e compare com o r esulta.do obtido analiticamente. Utilize
11 111 c~ Lod o ele Ra ithby /Schneider para tratar o acopla mento pressão-velocidade
1111 direção parabólica e recon heça que não existe necessida de do tratar o aco-
pli111H•nto na direç:ão transversal, já que a. velocidade 'V é determi nada através
d11 Eq. (!UO).
9.2 - Para o exercício 9.1, mostre que, Re o avan<;o ela solução ao longo
do <'ixo do d uto for feito explicitamente, existe um limite máximo no passo de
1tvn nço para que os coeficien tes não resultem negativos. Determine ('St e limite.
9.3 - ObLenha os coeficientes da Eq. (9.17).
9.4 - Faça uma esti mativa d a necessidade de a rmazena me nto das va riáveis
para o problema de escoam ento tridimensional , laminar e inc"o1np1·essível no in-
1Prior ele um duto, quando as formulações elíptica e pC1rabólica. são empregadas.
,
CAPITULO DEZ
R e comendações Gerais
para Concepção e Te ste do Programa
10.1 - Introdução
A arte de bem simular numericamente qua.!quer problema físico requer a
harmonia entre o uso do computador, a busca dos erros de programação e a
correta interpretação cios resultados como etapa final. Será. inevitável para qual-
quer analista que estiver desenvolvendo programas o confronto com inúmeros
erros, tanto de lógica de programação, quanto de implementação incorreta de
expressões. Dizem que todo programa de muitas linhas (mais de 100.000)
possui em média 5% de linhas com algum tipo de erro. É uma percentagem
absurda.mente grande, principalmente porque nós (quase) sempre garantimos
que nosso programa não tem erro.
Escrever o programa, testá-lo para erros de lógica e implementação, valídá-
lo numérica e fisicamente são tarefas que exigem conhecimento do problema.,
da área numérica e paciência. Achar um erro difícil tem algo de detetive,
verificando as pistas, analisando-as com cuidado, eliminando áreas do programa
onde o erro certamente não estará etc.
Existe, portanto, urna série de pequenas regras que, embora aparentemente
triviais, temos observado, não têm sido seguidas pelas pessoas que iniciam seus
estudos na área numérica. Tais pontos são agora descritos.
11 1111 V(l l.o rvelocidade seriam, por exemplo, já propondo uma denominação
11•1111 11 vti.riável no programa, APU(6), AEU(6), AWU(6), ANU(6), ASU(6)
1 /lf /(0). Estes coeficientes seriam, respectivamente, Ap, A e , A tu, An, A s e o
l 1•111111 fonte B P relacionado à variável u. As recomendações até agora feitas
111 11ll1111põem que apenas os coeficientes não-nulos serão usados no procedimento
1111111(•1'i«o, urna vez que apenas estes estão sendo armazenados. Isto significa di-
1•1 11111' HOmente métodos iterativos serão empregados para resolver os sistemas
ltlh llll'('H.
• 10 •li • 12
•8
•4
10.4.l - Compilando
,1,.k+l
'I' -<i>p·k 1
1
p
n .
-< € (10.4)
186 C. R. Maliska
onde
a2r cflT
-f):i; 2. +fJy2
-=O (10.6)
senh (-
1rY)
(1TX)
1 1
T(:t, y) = (:b)
senh -
sen a (10.7)
a.
!lrcom<'ndações Cernis varn Conccvç1io e Tes te do P.rogrnutci L87
I•' 11·1·011wndado que seja rralizado uni refinamento da. malha com o objetivo
ti• 111Hl! ·1·var o comportamento da solução com o refino espacial. O leitor vai
111 t11l1tr que. nestes problemas simples, uma malha. pequena (15 x 15) já
11111 11•1·ní. bo!ls resultados. Use a formulaçào tota lmente implícita.
y
T =sen1!i
T =O
T =O X
a
-ôT = fYT
(1' - - (10.8)
ôt âx 2
Dois problemas serão analisados [96], diferindo apenas na condição in i-
r ial. Considere uma placa. de espessura L, inicialmente com urna determinada
distiibuição de temperatura, que no tempo t = O passa. a sofrer um proc<'sso
t.ransientc onde as tempcratmas das faces x = O e x = L são rnantidaH n 7.<'ro.
Para o caso onde a distribuição inicial de tempera.tum é dada por
T(x,O) = T sen ( T
0
7TX) ( 10.!>)
(10.10)
onde >. 1 = T· Para o caso de a tem pera tura inicial ser uma constant e e igual
a Ti, a. solução analít ica é
(10.11)
~ (pttT) = ~ ( k
Ô1: ÔX
ôT)
Cp ÔX
(10.12)
<:', =-]
· 2
{ l+er f [ -1 ( -p ) 0,5
2 f <1>
( (y - Yc) 'lt - X'V . )
((Y - Yc)v+xn)º•5
l} (10 .14)
onde
L
Yc = 2 (1 - ta.nB) (10 .1 5)
!
1
1
Pe = 50
6
Rt;. =250
-
ô
(puv) + -ôôy (pvv) = -âP I
- + µ\1 2 v - r}.B (T-T,·cf) (10.18)
éh; ây
f{,<'co11wnrlaçôc.~ Gemis para Concepção e Test,e rlo Progro.ma 19 l
p= 1 L~ J Massa específica
~
y Isolado
3
gp~TH
Ra = VO.
'
H ~
-...
X
Isolado
ô ô
-
â:i;
(pttv) +-
ôy
(pvv) = -ôP
- + µ\l, 2 v
ôy
(10.22)
y
ü
_____.
u...., = 1,5 ü
~ @-.
_____. 1--'""""-tf--- - t
tt _(
:fi=l,.J 1- (Yh)2) (10. 23)
10.6.2 - Os Coeficientes
Y= h
y
0,9
1~
0,7 ,_ ...
0,5 .---.
0,3 ~
o ~ .. X= x/h
üh/v
2h
Matriz de coeficientes
2 - 1 </>1 2
-1 2 - 1 Ó2 o
- 1 2 -1 <j>3 o
-1 2 - 1 Q4 o
-1 2 - 1 Ós = o
-1 2 -1 <!>6 o
- 1 2 - 1 <D~
1 ' o
- 1 2 - 1 </>s o
-1 2 <f>9 1
(10.24)
O vetor .4 = {<f>1, ... , óo}, Eq. (10.25), é o vetor solução deste problema,
enquanto B = { </>1 , .. . , </J9 } é o vetor solução se os valores não-uulos dos termos
independentes forem alterados de 2 para 1 e de 1 para O.
1, 9 0, 9
1,8 0,8
1, 7 0,7
1,6 0, 6
A= 1,5 B= 0,5 (10.25)
1,4 0,4
1, 3 0,3
1,2 0,2
1, 1 0. 1
flccomerulriçoes Gemis pam Concepçiio e Teste elo Programa 19i
10. 7 - Conclusões
Conforme já salientado cm outros capítulo~, infelizmente não existem teo-
rin!-l que garan tam que um sistema de equações diferencia.is pareia.is não-lineares,
n•solvidas segregadamcnte, tenha processos iterativos estáveis. Os acoplamen-
1.os, as formas ele avançar as não-linearidades, o tamanho do intervalo de tempo,
número de iteracões cm cada ciclo, etc. são fatores que podem causar di-
v<'rgência da solução.
Por esta razão evite ficar interagindo com o computador na regra "muda
algo no progrnrna-executa.-rnuda. algo no programa-executa·· ·", torcendo pa.ra
que dê certo. Em vez disso, faça uma análise criteriosa e detalhada do pro-
blema, da influência das variáveis no processo, do peso dos coeficientes, etc. e
o progresso na busca do erro será mais rápido do que o método das tentativas.
Adiar os erros e fazer com que o programa convirja é uma. das tai·efa.s mais
difíceis da Mecânica dos Fluidos Computacional. quando complexos sistemas
de equações não-lineares e acopladas estão sendo resolvidos. É, principalmente,
ucsla dificuldade que os conhecimentos e fundamentos numéricos do analista
sã.o imprescindíveis.
Para finalizar, recomenda-se que seja empregado o mais simples e geral
critério, tcunbém usado em qualquer atividade humana: o bom senso. Sem ele,
t.a.mbém a simulação numérica 't.oma-se muito difícil.
..
,
CAPITULO ONZE
Discre tizaçã o Coincide nte
c om a Fronte ira
11.1- Introdução
Os primeiros dez capítulos deste texto t iveram a tarefa ele apresentar a
fundamentação do método dos volumes finitos. Os conceitos que foram vistos
sã.o gerais e valem para qualquer método numérico escrito para qualquer sis-
tema. coordenado, respeitadas as peculiarid ades' de cada sistema. Utilizarnos o
sistema ele coordenadas cartesian as, por simplicidade, mas sabemos que este
sistema é muito limitado, se o nosso interesse for resolver problemas reais de
engenharia, onde, quase sempre, a geometria é irregular. Por exemplo, urna dis-
cretização cartesiana para uma geometria com um furo, conforme a F ig. 11. l(a),
não é adequada para a fronteira interna. sendo preferível o sistema coordenado
generalizado mostrado na F ig. 11.l(b), onde não temos pedaços de volumes de
controle nas fronteiras.
O uso de sistemas coordenados, semelhantes ao mostrado na F ig. 11.l(b) ,
também conhecidos corno sistemas de coordenadas coi nc idente~ com a fronteira,
ou bottndary-fitted wordinates, no contexto do método dos volumes finitos, é a
nossa tarefa, a partir de agora e, porta.nf.o, os próximos cinco capítulos t êm esta
missão, enquanto o Cap. 17 apresent.ará resultados obtidos com a. metodologia.
O emprego de coordenadas generalizadas teve início entre os pesquisa-
dores cio método de diferenças finitas e foi a mais importante resposta desta
comunidade para o tratamento de problemas cm geometrias a.rbitrárias, uma
necessidade que p ressionou cuormementc os analistas numéricos no in ício da
década de 70.
Com a prcornpação de encontrar maneiras efirientes de tratar os acopla-
mentos e as não-linearidades das equações de Navier-St.oke~, poucos esforços
foram envidados, naquela época, na área de diferenças finitas, pa.ra resolver o
problema da geometria irregular. Além disso, mesmo sendo possível aplicar
diferenças fini tas para qualquer tipo de malha (triangular, não-estruturada,
etc.), é claro que aplicá-las cm sist.enws coordena.dos ortogonais é bem mais
simples. Por estas razões, os desenvolvirnent.os para geometrias irregulares an-
darnn1 lentamente a.té a década de 70. O uso de diferenças finitas ficou tão
associado a sistemas coordenados ortogonais que existe, ainda, quem anedite
que o método só se aplica a estes sistemas coordena.dos e com discrctiza.ção
Discretização Coincidente com a Fronteira 199
,,, -- .......
V '\
\
1
''
\ /
r-.. ,, /
.....
--
(a) (b)
para volume, como aconteceu com o volume 3, que possui quatro vizinhos, e o
volume 9, que possui cinco.
D
y
Ç=Ç(x,y)
ll=ll(x,y)
T)
A D
.NW •N .NE
•W .P •E
.sw •S • SE
B e
y y
A D
~
e
1 B C
X
(a) (b)
em duas partes. Um dos prog ramas , cuja entrada de dados é a geometria física
do problema, ger a a malha, 011 seja, obtém o novo sistema coordenado e calcula
as m<"tricas da transformação. O outro recebe como dados as informações da
transformação de coordenada.<> e resolve as equações diferenciais . Os resultados
dest e segundo programa. são entregues, então, a. um pós-processador para obter
os gráficos e as visuafü>.ações necessárias.
Imagino que não conhecemos o sistema pola r ele coordenadas e estamos in-
teressados em discretizar a geometria (um setor ele coroa) mostrada na Fig. 11.5.
Nossa intuição nos leva a desenhar linhas radiais e linhru> concêntricas para ob-
ter a discrctiza.ção. Vamos denominar est.as linhas ele Ç e 17, reHpC'ctivamente, e
vamos, agora, representá-las no refcrencil\l (Ç, 17) , dispondo estes eixos como se
fossem car tesia nos. O setor circular aparecerá como mostrado na Fig. 11.6 e,
procurando a relação entre os sistemas ( x, y) e (Ç, 17), encontraríamos
= 17cosÇ
:.i: (11.1)
y = ·rysenÇ (11 .2)
11xiHt irno as relações analíticas ela transformação, mas sim apenas uma tabela
cliHrrC'l.a de valores (x, y) associados a valores discretos (( ·17).
Um outro detalhe importante para o uso do plano computacional é a li-
l1t•rdadc na escolha da variação de Ç e 17. Por exemplo, em vez de variarmos Ç
de• () 1 a 82 e r/ ele R1 a R2, podmfamos definir um novo Ç e um novo 17, como
e= ç-81 (11.3)
B2 -81
·11 - Ri
r/ = ---- (11.4)
R2 -Ri
o que faria Ç* e T/ • variarem entre O e 1. Da mesma. maneira, poderíamos
11ormH.lizar Ç e ·11 , de acordo com o número de linhas coordenadas empregadas,
por exemplo, fazendo Ç variar de 1 a 6 e ·17 de 1 a 5. O plano transforma.do
apareceria, então, como mostra a Fig. 11. 7.
A D
..
1f, = R,
.~B
''
~. = fJ,
"Y/ = 5 -------~- D
"Y/ = 1 ______!?-i e
ç= 1 s= 6
Y2
B D
y, TI = 4
11
1\
1 \____.. Linhas Ç
1
1
1
1
TI = 1 1
e 1
x, X, X
y A
~'--~~~~~~~~~~~~~~
BC X
y IJ
A B A
D
e D
X
y
B A B
A D e D e
X
y ,,
B D
X
(a) (b)
Fig. 11.12 - Malha para um círculo (a) e seu plano tra nsfor-
mado (b).
X
(a)
ri=ri2 ..... .D F
1 1
1 1
1 1
1 1
1 •I
ll
..
.., =ri, .....e A
(a) (b)
y p
A
p o e
1 1 1 1
1 1 1 1
1 1 1 1 N
E G
---
__ ._ - >- --
r li
->- --
1 1 1 1
M
1 1 1 1
1 1 1 1
B K L D
X
(a) (b)
00
1--~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
y ,,
A B A B
1 1
1 1
,1 2 5 6
---- d
1
1 7
1
8
...... -
1 1
D e
X (b)
Fig. 11.18 - Malha por bloco~ para uma geome tria multipla-
mente conexa.
X
(a)
17
A B e D E F'
L K H o
(b)
,,
5 6
Superfície do corpo
3
__ ___ ...
4
/ _.___ ___
_______ 2
y 11
1 14
' 1:!. .d
s: •7
!>- ·6 5
IO
(a) X (b)
4 J
12
13
c======J
li 12 13 14
~
1 2
Fig. 11. 25 - Visla de cima da malli <l. t ridirm•us ional clct F ig. 11.24.
e~~~~~~~~~ D
~ li~---4
A D
D=D'
A=A'
/
""'
F D
.~
1
1
1 /
V
1~ E' p e E
l • • •
1
1 1
1 1
1 1
1 1
A e
Uma. out.ra. situaçã.o é mostrada na Fig. 11. 29 , que represen ta partes am-
pliadas <la Fig. 11.19, oude o segmento HJ é igua l ao segmento .JI<. Estes
dois segm entos são fronteiras cio plano computacional , mas sobre os mesmos
11.ão ex iste ueccssida de de aplicação de condições ele contorno, pois, no domínio
físiC'o, é uma linha coordenada interna. Na avaliação dos valores da fm1ção
222 C. R. Mal·iska
.s
K s s H
X
(a) (b)
11.5 - Conclusões
Neste capít ulo, com a apresentação de diversos sistemas coordenados coin-
cidentes com a fronteira, gerados para geometrias simples, dupla e mult.ipla-
rnentc conexas, foi possível constatar a versatilidade que o uso destas malhas
propicia aos modelos numéricos. Grande generaJiclacle pode ser introduzida nos
modelos, uma ve6 que o programa computacional é escrito pa.ra um domínio
fixo , permitindo que uma ampla classe ele geometria.., pm;sa S('r resolvida sem
alterações deste programa. apenas gerando 11m novo sistema coordenado, ade-
quado à nova geometria. Logicamente, mudanças s<'rão necC'ssárias no pro-
grama. comput<).CÍOnal, quando o plano transformado muda, de um plano retan-
gular lÍnico para urn conjunto de pia.nos retangulares, por exemplo.
O uso de rnult.iblocos é, também , umi\ alternativa para o t ratamento de
gcomet.rias complexas com malhas estruturada..'>. Conforme comentado, pro-
gramas de renome internacioual possu<'m, atualmente, versõe:; usando e:;ta rs-
t.ratégia. A outra alt.ernativa para geometria.5 bastante complexas é o uso <le
D·iSC'l'etização Coincidente com <i Fronteira 223
7 6
- ==- i--- . ._
- i--
~ :=::::::---:::::: r--
2 ~~
-
1
- .............. ~
'-.....,1"'--
- ......................................
3 5
11.5 - P ara a mesma. geometria cio problema a nterior, crie uma maU1a do
tipo most.ra.do na Fig. 11.30 e desenhe o plano transformado correspondente.
11.6 - Crie, no míuirno, três si~temas coordenados curvilíneos não-orto-
gonais para um quadrado e desenhe, também, os planos t ransformados.
11. 7 - Para a. geometria mostra.da na Fig. 11.32 desenhe uma ma.lha
com 5 linhas Ç e 4 linhas 1J e dê a correspondência discreta. entre os pontos
coordenados (l:, y) e (Ç, 17) , na forma aprcsent.ada pela Eq. (11 .5).
(5.3)
Linhas f,
....-----
"
Fig. 11.32 - Prob. l l.7.
CAPÍTULO DOZE
Transformação de Coorde nadas
12.1 - Introdução
Em todos o:-:; exemplos apresentados no Cap. 11, com o objetivo de most rar
a relação entre o domínio físico e o cornputacioual, admilimos a. existência. de
um novo sistema coordenado coincidente com a fronteira. O novo sistema de
coordenadas, cuja forma ele obtenção serA assunt,o cio Cap. 13, relaciona-se com
o sistema cartesiano. Essas relações podem ser obt.idas em qualquer livro de
cálculo tensorial e permitem calcu lar grandezas físicas d<~ importância, como
comprimentos, áreas, volumes, etc., no novo sistema de coordenadas. Essas
expressões, no entanto, sem a devida interpretação geori1étrica não permitem
que interpretações físicas sejam feitas com segurança no plano computacional.
Como o método elos volumes fi nitos fundamenta-se no desenvolvimento de
algoritmos com base física, e tais deduções são normalmente feitas para o sis-
tema cartesiano, somente com a iuterprC'tação geométrica da t ransformação é
possível transferir estes raciocínios para sist.emM coordenados· n1ais complexos.
Por exempl<?, sendo o plano computacional um para!C'iepípedo e, em geral, com
6 ~ = 617 = 6.-y = 1, é necessário conhecer-se em que parâm etros estão em-
but.idas as informações da forma real do domínio de cálculo. Temos observado
que a falta dessas interpretações tem custado àqueles que se iniciam no uso ele
coordenadas generalizadas eonsidercl.vel t.c•mpo de aprendizado e tem inibido a
habilidade na busca. de erros nos programas computacionais.
!\ão será dada ênfase, portanto, aos aspectos puramente matemá.t.icos,
sendo as relações matemáticas usadas somente na ext.ensão necessária aos ob-
jetivos do c<:i.pít ulo. Os leit.ores interessados cm detl'll hes devem consultar os
text.os clássicos de cálculo tensorial, e os int.crcssados em expressões pAra os
diversos operadores em coordenadas curvilíneas generalizadas devem consul-
tar [46,142] .
Também está incluída , neste capítulo, a representação ele escalares e ve-
tores no sis tema coordenado curvilíneo. As int.crpretações geomét.ricas serão
fei t.as, sempre que possível, em duas dimensões, por simplicidade.
226 C. R. M nliska
Ç =Ç(x,y,z) (12.1)
·17 = 17 (:r;, y, z) (12.2)
/' = ")' (:c,y, z ) (12.3)
Existe a possibilidade de o novo sistema coordenado apresentar mudanças
com o tempo, o que alteraria a forma funcional da.e; Eqs. (12.1) a (12.3) para
envolver a variável tempo. Este assunto, aplicado na área numériot para maJhas
móveis, será tratado no Cap. 14.
z
'Y
=
dÇ Ç,.ckr + Ç9 dy + f.zdz (12.4)
d17 = IJ,;dX + l]ycly + 'l]zdz (12.5)
eh = l '.cdX + ~íydy + ~rz dz (12.6)
Transformação de Coorrlena.rla.s 227
ou na forma matricial
[~~ l
d:y
[
{x
1Jx
~(;r;
Çy
1]y
7y
Ç:
T/:
l'z
l[ l dx
dy
d::;
(12.7)
(12.8)
onde dr e d,.. são os diferenciais no domínio transformado e no domíuio físico,
resp<'ctiva.mcntc. Através cios diferenciais no plano físico, encontramos
dx
dJJ
[ dz
l [=
xç
1/f.
:r,1
Yri Y"
1
X-· 1[ l dÇ
dTJ (12.9)
zç z,.1 z'Y eh
ou
A = B- 1 =J
y,1z'Y - Y-rZ,1
- (y€z'I - Y-rzd
[ yçz, - y.,.,zç
- (x,1z-,. - X-iz,1)
xçz,.. - x"zç
x,,y'). - x'Yy,,
- CrE.Y-r - '.l;').yd
l
1 - (xçz'I - x,1.::ç) :i.E.Y•i -:r;,,yE.
(12.11)
Logo. comparando [A] com [n- 1 ], elemento por elemento, as m étrica.'> são
dadas por
= J (y,1z-y - y.1z,,,)
( .e
Çy = - J (x.,.,.::-y - 1·-yz11 )
Ç, = J (:C,1Y-Y - x,y,1)
ou
(12.14)
é o jacobiauo da transformação. O jacobiano possui uma int.erpretação geomé-
trica forte, que será comentada logo mais.
As Eqs. (12. 1) a (12.3) representam a transformação do sist.ema (x,y,z)
para o sistema (Ç. 17, r) · O teorema da função inversa, que permit.iu a obtenção
<las relações da.das pela Eq. {12.12), admite a existência da. inversa da trans-
formação dada por
1
Y<,,c = - -J (·n. ~r-
'IX,_ - ·17-~t
~,X
)
1
Y11 = J (Çx'Yz - 'YxÇz) {12. 16)
1
Y-r = - J ((i:1lz - Çz1Jx)
1
Zç = J (1Jx "íy - 1/y~!x)
1
z,, = -7 (Ç.'t~(y - ix{y)
1
Z"I = J (Çx'r/y - f,y1Jx)
Para. excmplifü·a.r, cons idere a transformaçã.o cio sistema. ele coordenadas
cartesianas para o dlfndrico. É fácil mostrar que a transformação, dada por
'/' = J:r/· + y2
B = tcm-L (#_) (12. L7)
:e
Z -- --
Transf01·mação de Coordenadas 229
x = r cos B
y = 1· senB {12.18)
z= z
ôx
a = - t::i17 {12.19)
Ô'I'/
b = ôy l:::iTJ (12.20)
Ô1/
ôz
e = - t::i11 (12.21)
Ô1)
uma vez que, ao longo de OA, t::iÇ e t::i~, são iguais a. zero. Usando o t eorema
<le PitAgoras, cncont.ramos
+ (ªz)2
dL,1 = (âx)z + (ªy)2
Ô1] 817 ÔTJ
!:::i17 • , •
•
(12.22)
dLE. = ( âx
ôf,
)
2
(ôy) (ªz ) t::;c
+ âÇ +
2
âÇ
2
"'
(12.23)
dL, = (12.24)
:3 3
2
ds = cfa: 2
+ dy + dz =
2 2
L L gu.,dxi dxk (12.30)
i=l k= l
onde g;k é dado pela Eq. (12.25) e, logicameut.e, pofisui nove componentes.
Um comprimento genérico, portanto, envolve todas as componentes do tensor
métrico. Na E q. (12.30), xi e :i:" representam as coordenadas gencrali:tadas, ou
=
para ·i = 1 t emrn; :?:1 C para Í =
2, :r2 = 'IJ e para i = 3, X 3 = / . Ü tensor
métrico, na forma matricial. é dado por
(12.31)
.911 = 1
922 =.,. 2 (12.32)
[)33 =1
com todas as outras componentes iguais à zero.
Transformação de Coordenrulrts 23·1
(12.33)
Aõi;
..<?.~.......................
~] (12.37)
Entã.o,
(12.38)
dS 1
(12.39)
{j,Ç,611 =J
ou seja, a relação entre as áreas no plano físico e no plano transformado é
igual a 1/ J . Como é comum usar {j,é_ e 6-77 unitários por simpliei<lade, pois
os mesmos podem ser arbit rários, então o inverso do jacobiano é exatamente o
valor da área do elemento no plano físico. A Fig. 12.3 mostra a área real no
plano físico e seu mapearnento, no plano transformado. É fácil entender por
que {j,Ç e {j,r/ podem ~er arbitrários. Usando a Eq. (12.14) para uma situação
bidimensional, o jacobiaJ10 resulta em
( 12.40)
dV 1
(12.41)
6.f,D..176."{ J
É também possível most rar que
1
- =
J
..;g (12.42)
ou de
(J:r; _ ôy _ Ôz k-
c{ = -ôé,t + -ôé, J + -àé, " (12.46)
(12.47)
(12.48)
:t:!;
= ( x,, (12.4!))
x,
ou, usando a coordenada xi para denotar as coordenadas Ç, 'f/ e/, como
Tr<msformação de Coonlcn<Ufos 2:30
âx _ ây _ ô:; k-
€i = - .t+ - . J + - " (12.50)
âx• Ôx' ôx•
O reconhecimento de que os vetores de base covaria.utes são t.angenteR às
linhas coordenadas generalizadas auxilia bastante o analista numérico, pois,
ao analisar resultados de problemas físicos, é comum a necessidade ele calcular
grandezas tangentes às linhas coordenadas. Basta, portanto, estar de posse
das métricas da transformação inversa, dadas pela matriz da Eq. (12.49), e
determinar o vet.or na direção tangente desejada.
-
-ri
- - rj
-
-1
e A X
-
-r.1
D
.... ....
-j r 1
f,y
1/ y
~(y
f,:
11::
"!:
l (12.5())
Co1110 pode i;cr visto pelas equações mostradas, os vetore:; de base cova-
1111111.cs e C'OnLrnvariantcs foram escritos em termos dos vetores unitários e i, J k.
l 1~s1 <1s 1'il timos também podem, logicamente, ser expressos nas bases covariant.e
(' rnnt nwariantc. A seguir, estas e outras relações importantes são reunidas.
ax - ôy - az - {12.57)
ei = -ô.i+-a.J + ~k
x• x' vx•
. âxi ôxi ôxi -
e'= - i ' + - j + - k {12.58)
ax ôy az
- L -ax•e;_= L -Ôx'
i=
3
81:
a
.e•
3
X-< {12.59)
i=l i=l
- 2= ax·
J= - ei- = 2= -a-y.e•-.
3
ôy
.
ôx·•
3
(12.60)
i=l i=l
(12.61)
(1 2.62)
onde
(12.66)
e, portanto, devemos ter em mente que, quando um vetor 0 cle::;crito pelas
suas componentes covariantcs ou contravariantes, o vetor ele base a esta re-
pr<'sentação não é unitário. Comparando as Eqs. (12.26) a (12.28) com a
Eq. (1 2.66), podemos comprovar este fato . Observe que nas equações ante-
riores podemos recuperar sempre as três componentes fazendo :r;1 = ~- :i; 2 = ·17
e :c:1 = 1'·
Para conduir, a Fig. 12.8 mostra, no plano, um sistema de coordena.elas
não-ort.ogonai:s e o::> respectivos vetores de base covariantes e contravariantes .
, ~ = etc
1/
/
e•
"
Vi = -Ôôxx•. Vx + -Ô
ây ,
:r•. Vy + Ô
ôz V
- --,. z
x•
(12.72)
•
240 C. R. M aliska
3 3 3 '
=L =L L
A
2
Fig. 12.10 - Projeção normal de \/ a :i; .
(12.76)
(12.77)
v · e = IVI le lcoso = v
1 1 1
le1 1= v 1 (12.78)
-1 v1
V=-= - - = - -
· v\rg v1 (12.79)
le1 1 ·..fff22 J ffe
242 C. R. Maliska
1
onde V é a normal de \7 a x 1 , necessária para o cálculo do fluxo convectivo
de Q).
O importante é observar que, na Eq. (12.79), a pai-cela da velocidad<'
1
responsável pelo fluxo de massa, V , tem relação apenas com uma das com-
ponentes contrava.riantes do vetor velocidade. Ou seja, normal a x 2 , que ~
urna linha de :r: 1 constante, necessita-se apenas de V 1 , e normal a :r 1 , que ó
:~ uma linha de x 2 constante, precisa-se apenas de V 2 . Desta forma temos urrrn
situação semelhante àquela do sistema cartesiano, onde, para o cálculo dos flu-
xos convectivos normaü; às linhas y e x constantes, necessita-se apenas de v <'
'U., respectiva.mente. Em um sistema de coordenadas generalizadas, se as com-
1
ponentes covariantes fossem emprega.das, V dependeria das duas componenter-;
covariantes, pois
(12.80)
Neste caso, ambos os produtos e 1 · e 1 e e2 · e 1 são não nulos e, portanto,
v 1 =J(Vi,112) (12.81)
Do ponto de vista de construção do método numérico, isto tem um signi-
ficado importante, pois, usando as componentes covariantes, será necessário o
armazenamento de Vi e V2 em cada face do volume element ar. Se as compo-
nentes contra.variantes forem usadas, será necessária apenas uma componente
em cada face.
Aprofundando um pouco mais a interpretação física de cada componente
de um vetor quando sistemas de coordenadas curvilíneas são empregadas, con-
sidere a Fig. 12.11, onde, novamente, o vetor velocidade V é mostrado. O
interesse, agora, é correlacionar as componentes contravariantes e cartesianas
à luz da interpretação física. Imagine que desejamos calcular a vazão mássica
que atravessa o segmento AB. Esta vazão é dada por
(12.82)
ou
·11.6y v6x)
p ( - - - - - 617
617 6 rJ
= m. (12.85)
m = pU6'fJ (12.86)
U =U6 Y - V
6
X {12.87)
Ó.'TJ t::.r1
,, drnominada. velocidade contra.varia nte sem normalização mét.ríca. No Cap.
1 1, Leremos a oportunidade de voltar a comentar sobre ela.
-+
!; ~nstante
negativamente com o fluxo de massa em AB, o que também pode ser visto,
novamente, pelas decomposições de u e v sobre a normal.
Usando as Eqs. (12.16) e igualando as Eqs. {12.84) e (12.85), vem
- V\/g
U=-- (12.89)
./922
,,
Lembrando que y'g/ J = 1, vemos que a Eq. (12.89) é idêntica à Eq. (12.79),
que foi obtida através das relações matemáticas' da transformação de coorde-
nadas, enquanto a Eq. (12.89) foi obtida partindo-se da análise física que, em
geral, é feita pelo analista numérico envolvido com volumes finitos.
Para cálculo da vazão mássica que atravessa um segmento ao longo de~,
temos, por analogia, que empregar a outra componente contra.variante, que se
relaciona com a projeção de V sobre a normal à ~ por
- v2 ..;g
V= - - (1 2.90)
Vfü
Transforrnação de Coordenadas 245
(12.91)
011de o sinal negativo eleve ser interpret ado da mesma forma como foi feito
n.nteriormente para a componente U, considerando a.gora. o sinal ele ~.
-6
Ç:r, = 0,25
Çy = - 0, 25
1 (12.96)
•J]x = 6
1]y = 0,5
Transforma ção de Coordenadas 247
Xç = 3
YE =- 1 (12.97)
x,, = 1,5
y,, = 1, 5
De posse destas métricas, podemos determinar o jacobiano da transforma-
c;;'í,o por
1
J = det ( Çx Çy ) (12.98)
. 1Jx 'r)y 6
e· da inversa por
dS 1
--= - = 6 (1 2.101)
l::,.ÇD.17 .}
que deve ser conferida geometricamente na Fig. 12.14. As componentes do
tensor métrico gij valem
{Ju = '.ti + vl = 1 = 10
= :f'I2 + 1/~') = (} = 4, 5
.922 (12.102)
g12 = .921 = :rç:r:!'/ + 1JçY·r1 = i3 = 3
onde podemos observar que a componente g12 não é nu la pelo fato de o sistema
ser não-ortogonal. Observe na Eq. (12.102) que denominamos as componentes
248 C. R. Maliska
eç = 3í- J
(12.10 1)
e,1 = 1, 5f+ 1, 5.f
enquanto os da base contrava.riante são
V{ = o, 25 X 6 - O, 25 X 3 = O, 75
1 (12 .107)
V 71 = 6 X 6 + o, 5 X 3 = 2, 5
Ve = 3 x 6 - 1 x 3 = 15
(12. 109}
V,1 = 1, 5 X 6 + 1, 5 X 3 = 13, 5
Tmnsfonnaçào de CoonLenrulris 2'19
NC'ste exemplo, foi sugerido o uso de um papel milimet.rn.do para que todos
111 1·0111p1:imentos e os significados geométricos das métricas fossem interpreta-
dos Influenciados pelo uso do sistema de coordenadas cart esianas, somos tenta-
d11H a medir , no papel nülimet r;;1do, o tamanho das com ponentes contravariantes
rn\'ariant.es do vetor V. Lembre-se de que isto não é possível. Já. vimos q ue,
1J11rn. sist.emas coordenados generalizados, o valor numérico elas componentes
• llrnriantes e contrava riamcs só tem signifi<'ado de compriment.o quando m11l-
11p licado pelo respectivo vetor ck base, conforme pode ser visto 11a Fig. 12.15,
•llHIP cst.ão mostrados os comprimentos v,.,e'I, V{ ee . V''e,,. vee{· EstC's produ-
111... , sim, têm seus valores numéricos correspondente:; aos comprimentos lidos
1111 µ,ráfico.
3
vj
....,--.;..ui
6 X
12.8 - C o nclusões
!\o presente capítulo, teve-se a preocupação de apresentar a transforn1a<;1111
de coordenada.<; de uma forma fácil de ser assimilada e, principalmente, vi1J<·11
lando-a com o seu uso em m étodos numéricos. Ênfase foi dada à interpretaçao
geométrica das relações da transformação, sempre procurando explicitar os po11
tos que, entendem os, causam maior dificuldade ao aprendizado. Foi enfatizadn,
sempre, a relação exist ente entre as componentes físicas e as componentes cov11
riantes e contravariantes, pois só assim é possível empregá- las nas metodologia!.
numéricas sem desconforto.
Recomendamos que, no contexto de métodos numéricos, todos os aspectoi-
da transformação de coordenadas, ao serem estuda dos, tenham sempre o e11fo
que aqui a.presenta.do. Kão cumpre o papel total saber provar todas as relaçfü•s
cio cálculo tensor ial sem :;e ter intimidade completa com o novo sistema coor
denado.
12.9 - E xercícios
12 .1 - Obtenha as expressões dadas pelas Eqs. (12.12) e (12.16).
12.2 - Para os seguintes sistemas de coordena.das curvilíneas or t;ogonais,
mostre as re lações cio Prob. 12.1.
l. Cilínd rico parabólico
2
X= 0, 5 (ç2 - 17 )
y = f.17 (12.111)
2. Cilíndrico elíptico
:r = a cosh Ç-cos ri
y = a senh Çscn t7 (12.112)
z =I'
3. Paraboloida.l
1<'S cio vetor velocidade. Confirme, ent.ão, que não é possível calcular o fluxo <le
111assa através de um elemento de comprimento sobre uma linha coordenada,
l'lllprcgando apenas uma componente covariantc do vet.or velocidade.
12.8 - Dada a seguinte transformação não-ortogonal
Ç = 2,5:r - 5y
(12.11 5)
7J = 2x + 4y
obt.c11ha :
Isolado
(a) (b)
(13.1)
(13.2)
Gern.çào do Si.si.ema de Coonlenadas Ctwuilínfü.~ 2!í!í
{13.3)
{13.4)
As soluções das Eqs. {13.1) e {13.2) ou Eqs. {13.3) e {13.4) fornecem-nos a
malha, conforme mostrado na Fig. 13.2. Como já comentado, se as condições de
contorno usadas forem as most.ra.<las, o sist.erna coorden;;1do resultante será. orto-
gonal. Entretanto, as condiçÕ<'S de contorno ele deriva.ela. nula não são adotadas
por tornarem a solução do sistema de equações mais difícil e computacional-
mcnt.c mais lento. Adotam-se, então, condições de contorno de Dirichlet cm
todas as fronteiras, como a St' guir. Parn a variável[., tem-se
Ç = Ç1 = constante em f1
[. = f.N = const.antc em ra {13.5)
distribuição especificada em
distribuição especifica.da em
256 C. R. M aliska
1J = 1]1 = constante em r4
1] = ' 1M = COÚStante em f2
(13.Ci)
1J ~ distribuição especifica.da em
17 ~ distribuição especificada em
Par a. entender melhor as condições ele cont.orno para. Ç e 17, dadas pelas
Eqs. (13.5) e (13.6) , a Fig. 13.3 ainda é útil. Para a equação diferencia l de Ç,
tem-se, em r1. ç = J; cm [ 3, f, = 5; em r2, ç ig1.ial a 1, 2, 3, 4 e 5, cm pontos
escolhidos 110 contorno. Em r 4, novamente em ponws escolhidos do C'ont.orno,
temos Ç igual a 1, 2, 3, 4 e 5. Observe-se que, neste caso, as dist.ribuiçõcs
<l<' ç sobre as fronteiras r 2 e r'I foram discretas, mas, logicamente, poderão
ser funções C'm forma fecha.da., se a equação diferencial para Ç tiver solução
analít.ica..
Gemção do Sistww de Coordenada.~ Ou.rnilíwu18 25i
(a) X
(b) X
Duas características elas Eqs. (13.3) e (13.4) são intcres:;ant.es e devem ser
ressaltadas [142). Além da.quelas já comentadas, a equação de Laplace dá ori-
gem a coordenadas que apresentam o maior grau possível de uuiformidadc da
malha. Longe das fronteiras, port.anto sem o efeito das condições de c:ontorno,
a lendência é a obt.enção de quadrilá.teros curvilíneos formados pelas linhas Ç
e ·17. E m superfícies convexas, a tendência é conc('ntrnr as linhas coordena-
das, ocorr0nclo o rontrário nas côncavas, conforme pode ser visto na Fig. 13.4.
Logo, se for n0cessária a concent.ração de linhas junto à parede, por exem plo,
na superfície côncava da Fig. 13.4, termos fontes devem ser introduzidos na
Eq. (13.4). O sistema. gerador, com a inclusão de termos fonte para. permitir a
concentração de linhas onde for requerido, tem a seguinte forma:
258 C. R. Ma.liska
Existem diversas expressões que podem ser usadas para P e Q. Uma deln:. ,
proposta em [139], tem a seguinte forma
N
P(Ç,17) =- L: a;s-ign(Ç-Çj)<'xp-c3 jÇ- Ç3j
j=l
(13.9)
- L b;sign (Ç - Ç;) exp - di {(Ç - Çi)
M 2
+ (17 -
2 !
·17;) }.2
i= I
onde ç3 sã.o as linhas para <IS quais todas as outras linhas Ç serão a.t.rafclas !'
(Çi , '1'/i) são os pontos para os quais as linha.., Ç serào atraídas. O primeiro t.ermo
elas equa.ções de P e Q é, portanto, respousável pela atração entre linhas c·o-
ordena.clas e o segundo termo pela atração cll\s linhas aos pontos escolhidos.
Ohserve' que o primeiro termo possui 11111 exponencial cujo expoente (uegativo)
é a diferença entre o valor ela. linha coordenada a ser a traída e da linha coor-
denada que atrai. Este número cresce à medida que aumenta a. distância entre
estas linhas, o que significa que o termo decresce com o aumento da. distância.
Portanto, as linhas próxilnas daquela. que atrai experimentam mais atração que
as dis tantes . O coeficiente c3 pode ser <.\justa.do para aumentar ou diminuir <'\,
at.ração.
Para o segundo termo temos um comportamento semelhante. Nest.e caso,
o parâmetro que dá a força de atração é a distância entre os pontos que estão
na linha a. ser atraída e os pontos que atraem.
Um exemplo ajuda. ba.sta.nte a entender o cornportamento dos termos P e
Q. Imagine que estamos interessados em atrair todas as linhas Ç para a. linha
Ç = 5 e para o ponto (5, 4), conforme mostra a F ig. 13.5. O termo P da equação
diferencial eleve ser calculado para todos os pontos discretos (Ç, 17) do domínio.
Vamos exemplificaJ:, calcula.ndo o valor de P para os pontos (1, 6) e (3, 5). É
claro que a atração que o ponto (3, 5) sofr<' deve ser maior <lo que a atração
sofrida pelo ponto (1, 6). L<'mhre que estes dois pontos estão sendo atrní<los
parn a linha Ç = 5 e para o ponto (5, 4) .
Calculando P(l, 6) e P (3, 5), encontra.mos
P(l 6) ai + ~
= e4c; (13 .10)
' e fforl ;
p (3 , 5) = e'lr;
<1.i + __!!i_
e./3rl.,
(13.11)
Geração do Sistema de CoordenMl<is Ctw11ilínca.~ 209
(a) (b)
de onde podemos verificar que, realmente, P(3, 5) é maior cio que P(l , 6). Uma
expressão semelha nte é usada pa ra. Q( Ç. ·11), sc11clo, entã.o, este termo o res-
pon:x\vel pda atração das linhas 17 a outras linhas 17 e a pontos definidos.
As Pigs. 13.G(a.) e (b) rnostnun, res pectivamente, uma malha onde P e
Q são igu;üs a zero e onde existe atração para a linh;:i, 11, que coincide com a
fronteira externa., e para os quatro pontos dos cantos. É clara a diferença. entre
a:> malhas , principalment.n na regiã.o onde se processou a atração. As m alhas
mostra.das não foram obt.idas exat.arnente C'Om as Eqs. (13.7) e (13.8), mas sim
260 C. R. Maliska
\7 2 Ç = P(Ç,rJ,'Y) (13.12)
2
\7 = Q (Ç, 17 , 7)
17 {13.13)
\7 ~l = R {Ç, 17, 1')
2
{13.14)
Dada a tr<1.nsformação,
(13.25)
O sistema dado pelas Eqs. (13.24) a (13.26) pode ser escrito na forma.
matricial como
(13.30)
262 G. R. Máliska
(13.3'1)
(13.35)
(13.36)
ou, na forma matricial,
(13.38)
(13.39)
{13.41)
( l3.42)
Gemçiío do Sistema de Coordenadas C1irvilínc1t.~ 2G3
(13.43)
ou , na forma. matricial,
[
X{
Y{
Z~
x,1 x1'
Y11 Y1
z,, Z7
l[ l [ l
Çzz
11zz
"f=z
=- E3
F3
93
(13.44)
A solução dos sistemas dados pelas Eqs. (13.30), (13.37) e (13.44), nos dá
(13.57)
264 C. R. M aliska
(1 3.61)
(13.63)
onde
a -- 2
E,~,+ f.112 + (,2 (13.64)
b = n·1.c2 + ·17y2 + ·11:.. (13.65)
e = "!~ + 1'~ + "!; (13.66)
d= f.x1Jx + f,y1]y + E,:;1]:; (13.67)
e = f.:r'Yx + f,y"'ty + (,:;"(:; (13.68)
J = 1/x'Yx + 1ly"/y + 1J="'fz (13.69)
azçç + bz.,1.,1 + CZn + 2dzç.., + 2ezç-r + 2/ z,n + (Pzç + Qz.,1 + Rz-y) = O (13.72)
(13.74)
onde
a= 922 = x; + Y~
~1 = 911 = + xt vi (13.75)
/3 = 912 = 921 = x~x,1 + y~y,1
Fig. 13.7, por exemplo, sabemos que os pontos que dcfiuern a geometria pos
suem coordenadas x e y conhecidas . No plano transformado da Fig. 13.8, esl<'i'
pontos apar<'cem em círculos abertos sobre os segmentos AB, B C , C D e DA .
No plano transformado, portanto, t.odos os valores de x e y são conheciclol'I
sobre a fronteira e serão usados como condições de contorno para as equaçõc 1"1 1
de geração.
T]
o Valores de x e y conhecidos
TJ= M .......A B
- NW N NE ,
-
~w
~SW s
p E
SE
TJ = t ....... !n
l; =l
y
• Pontos de fronteira
• Pontos internos
especificados
(13.76)
</JJ:)-<,Í>W
</>~ = 26( (13.80)
onde
Gemçao do Sistemfl. de Coonlen(td(I.~ Cm1Jilínl'll,s 2G!J
Ap=2(a+1)
p
AE = a+ 212
p
Aw =a - J2
2
Q
AN = -y+ 2J2
Q
As= 'Y - 212 (13.83)
ÂNE = _!!_
2
Ase= f!...
2
/3
ÂNW =2
Asw = _!!_
2
(a) X (b) X
Fig. 13.10 - Malha inicial. S ubdivisão das linhas ·17 {a) e subdi-
vi:;i.io das linh as~ (b).
l<•mbra nclo que 9i:i são as componentes do tensor métrico. As Eqs. (13.86) e
(13.87) podem ser aproximadas por diferenças finitas e resolvidas da mesma
forma daquela aplicada à Eq. (13.76). Observa-se que os te1:mos 9 2 2(9 e g11 /g
nada mais são do que o quadrado das relações entre comprimento sobre as
linhas coordenadas, respect ivamente, e o jacobiauo da tran:;formação. Em uma
sit.uação unidimensional , a função P de atração é da<la por
p - - X{{
. (13.88)
-
.X:!{
enquanto, na mesma. situação, para. as Eqs. (13.1) e (13.2) , .P 6 dado j)Or
(13.89)
Interpretando a.-; últimas <luas equações, vemos que P nos dá. informação a.
r<•speito da. não-uniformiJa.de da malha. As distintas equações t ransformadas
ponderam diferentemente a não-uniformidade. Outras equações podem ser
empr<'gadas [10.19,39]. É pn'ciso toma r cu idado, entretanto, para não criar
eq ua.ções tra nsformadas que originem, uo piano físico, equações desprovidas
das características matemáticas desejáveis para um sistema coordenado, como,
por exemplo, permitindo que linhas coordenadas se cruzem.
Quando se empregam sistemas elípticos de segunda ordem, conforme os até
agora apresentados, é pos:;ível prescrever apenas um tipo ele condição de cou-
torno om cada fronteira. Por exemplo, em um determina.do ponto da fronteira.
272 C. R. Maliska
(13.90)
com
912=o (13.97)
J9 = V (Ç, TJ) (13.98)
não poss uem termos clifusivos, qne são co11hecidos por estabilizar a solu<;nn
A falt.a destes t.ermos com derivada segunda nas equações exige a introcl11<;1111
do.s mesmos, artificialmente, ele waneira semelhante ao que se faz na sol11<;1111
de probkmas d e escoamentos supersônicos, que também são governados prn
equações hiperbólicas.
P'
Linhas i;
Linhas 'l)
p B
D A
Ao longo de AB, são esp0cifica.clos os pontos ele onde pa.rLirAo as lin has
~, pontos estes que também definem a. geometria do corpo, no caso a parte
Ú<'1'<LÇ<IO do Si.~ l cm<i de Coo1"lnuulas Curnilfom.s 2i:i
11 011l nl <IP um foguete similar ao fogu ete brasileiro VLS. Nos seg111<'Hto:; BC e
1rJ (• es1;ip11la da, tambólll, rnna cliscrct,ização ele pont.os a rbit.rária C[ll<' perm ite
1•011c·cntrnr liulias coordenadas perto da.s paredes. O s0g111ento DC poderá ser
11111a hipfrhole cuja distribuição de pontos também é indexada 110 programa
,. podcr<i ser a ltera.da . A int.erpolação, neste caso, é unidimensional e linear,
onde os pontos P e P' são interpolados de acordo com a d istribuição previst.a
para o segmento BC . É cla.ro que cada linha PP' poderá ter a Sllé\ própria
1listri buição, o que sig nifica. praticamente indexa r a. ma lha comp le t1:1.. Neste
niso, a e ntrnda de dados se t.orna mais volumosa.
No C'a.so específico da malha da F ig. 13.12, a. interpolação unidimensional
l'oi empregada ao longo das linhas coordenadas Ç, que permitem este procedi-
111ent.o. As linhas TJ são obtidas unindo-se os pontos interpolados entre P e P'.
J\ int.crpolação linear ao lo ngo de 17 não é possível, pois uma linha ligando A e
13 criaria uma m alha com pontos fora do domínio de cálculo. Iulerpola.çõcs de
mais alta ordem podem ser empregadas, quando a geometria requerer.
Como os procedimentos a.lgébricos são bastante poderosos e versáteis, a
seguir é apresentada a forma gera l da interpolação de Lagrange [142), q ue
permite que interpolações ele qualquer ordem possam ser reafo~ada.s cm uma
estrutura de fácil implem<'nta.ção computacional.
SQja. t = x í + y.f o vetor posição ele um ponto genérico. Sejam 1'i e 1'2
dois pontos pertencentes a uma. mes111a linha Ç, conforme a. F ig. 13.13, onde
I é o número de lin has coordenadas que interceptam est a lin ha Ç. Est amos
interessados em determinar as coordenad~ destas interseções, pois elas serão
pontos da malha . O po linômio de interpolação genérico é dado por
(13.99)
onde r (Ç) sN·ão os vetores posições dos pontos interpola dos, r-;., os pontos for-
necidos po r onde passar<). o polinômio e N a sua ordem . É clarn que se apenas
r'i e ·1S forem usa(\os, só é possível passar uma ret a unindo 1'i e 1'2 . As seguintes
propriedades podem ser demonstra.das para a função </>. São elas
' (ç"")
<Pn J = órnn (13.100)
tal que
r
- (Çm) = LN .
<l>n
(
Iç.,,. ) r,.- = L
N -
Om n'I'.,. = 'l'm- (13.101)
n = .I n= l
N
<t>,. ( ~) = II ç - çk (k f; n) (13. 10:!)
1 k= l ç.,. - çk
(13.1011 )
(13.105)
</)3
(ç -
= -2Ç1 -I-~ )
Nc•ste caso, o polinômio <lc interpolação é dado por
r-(e)
., = ( 72Ç - 1) ( IÇ - 1) r1- l - Ç) - + 122Ç (e., - 2l) -
+ 4 IÇ ( - 1
- r2 r3 (13.106)
(13. 101)
onde r;i ::;ignifica a. derivada de?°'' ('111 relação a Ç no ponto n. As funções </1,, 1·
!*
Pn
(5.) = {i - 2"" (ç") (Ç -Ç")} (5.)
J 'l'n J J 1
2
<i>,, J (13. IOH)
.i"'". (5.)
I
= (i_:_f_:)
I
(i)
. ,. I
<!>'}, (13.JO!I)
~2 (}) =} {13.111 )
~;(i)=-1 (13.11 2)
~; (t) = 1 (13.113)
(13.118)
..
Os polinômios de Lagrange e Hermite são contínuos em todos 'os pontos. A
dificuldade que aparece com estes polinômios são as oscilações, quando cresce o
u(unero de pontos pelos quais o polinômio deverá passar . Fefümcnte, cm geral,
não são necessários muitos pontos para poder gerar boas malhas. Quando não
for possível, é recomendado o uso de polinômios contínuos por pedaços na pri-
meira derivad a, ou seja, utilizar <1. idéia. de spl·ines. Como o polinômio é contínuo
por partes, a. imposição é, novamente, sa.tisfa:c.er as concliçõ0s 0111 poucos pontos,
<'Vita.nclo as oscilações. O leitor intcrc:;sado neste l;ipo d e interpolação e também
cu1 interpolação multidir<'cional d eve consultar a. referência (142} ou outras que
tratam do assunt.o. Os métodos variacionais também d esem penham um papel
importante na geração de ma.lhas [138). O leitor é, também, incent.ivado a con-
sultar a vastíssima. literatura especializada, da qual citamos [39,141,142], caso
esteja interessado em métodos para gerar sistemas de coordC'undas ortogonais.
280 C. R. Maliska
Ç =x
17 =1 - _ln . .{:. . [~
::__ +_ 1_- a)] / [,8 - 1 + (u]}
...:..:..::..~--=----~'-=-'-
(13. 11 !I)
ln (ª+L )
.B - 1
para 1 < /3 < oo. Esta transformação concentra as liuhas coordenadas ()('l' t 11
de y = O, enquanto f3-+ 1, conforme pode ser visto na. Fig. 13.16.
y '1
1.0 1--------~
1. X
L
(a) (b)
Ç= x
ln{[f3 + (y (2a + 1) /h) - 2a] / [(3 - (y (2a + 1) /h) + 2o]}
17 = <x+ ( l -a ) { }
ln .B+t
/j-1
(13.120)
Nesta t ra.nsformaçã-0, se a = O, a concentração de malhas dar-se-á em
y = h apenas, ao passo que para o: =
1./2, a malha-será refinada em y Oe =
y = h. A Fig. 13.17 mostra a malha no plano físico e no plano computacional
para a= 1/2. Uma terceira trausforrnação é dada por
ç = .x
(13. 121 )
17 = B + -71 senh- 1
Gernçiio rlo Sistc·11w de Coonlen<~irlas Curniltncas 28 L
1111dt•
L X L
(a) (b)
Fig . 13.17 - Pl11no físico l' compu tacional [l08). Eq. (13.l2l ).
y ,, . ~
1.0 -~,..__,~--.---.--.--.--....
X
L
(a) (b)
ç = :t
y (13.123)
·11 = - -
h (.1:)
282 C. R. MaUs/.:a
y 11
1.0 ..--,,.........,,--,.........,,.........,,.........,,.........,,.........,,.......,
T
h
L X L
(a) (b)
(13 .124)
(13.125)
(13.126)
(13.127)
G<T<içào do Sistema de Coordenrufos C1w11ilíneas 283
X ...
2 3 5 X
(13.128)
284 C. R. M rtliskrt
que, se b.Ç for feito igual à 1111idade, nos dará 2 como resultado. Se calc11!111
mos a métrica em s através de uma média das métricas calculadas em C <' I >,
obt.cremos o va lor 1,5. Este último valor, <-1nando usado para calcular o co111
primento de CD, fornecerá um valor errado pa.ra est e comprimeuto, o qne l.<•1·11
séria influência na equação de conservação da massa que, por sua vez, afct m ,,
as outr as eqnações de conservação.
Para as superfícies formadas pelos eixos (Ç, 'y) e (77,1), o procedimento,.
exatamente o mesmo. Cuida.dos de vem ser também tomados parn não se cak1 1
lar informações geométricas onde 11ão seja necessário. É aconselhável, portaut o,
fazer uma análise do problema para. decidir ns m ét.ricas da t ransformação e• H ~
pos ições da malha cm qu<> as mesmas serão necessárias.
13. 11 - Exercícios
13.1 - Discret.h~e a Eq. (13.7G) para :r e y, coufonnc as a proximações mos
tradas na seção 13.5, e escreva um programa para geração de malhas. Fa.ça o
programa simples , isto 6, para cout.e mpla r apenas geometrias simplesment.c rn
nexa~, pois, assim, t.eremos os valores d<~ :r eu conhecidos sobre toda a frontcirn
do plano trnns formi'\.do reta11gular. No Heu progra ma deixe, porta nto. vetor<'H
para fornecimento de :r l' y sobre as qun.tro fronteiras do do mínio compu tacio-
na.l. Não <'Squeça que as <'quações para :r e y Hão 11ão-li11eares e uma estima tiva
initial destas vari;í.veis é nccess<í.Jfa para iniciaJ· o processo iterati vo. Uma, in
ter pola.ção fü1ear resolve esta que::;tão. P<:ira tei:;t.ar seu progi:ama, gere uma
nrnJha para 11ma geometria do t.i po moF;t,raclo na Fig. 13.22(a.) , sem co nsiclernr
o scgmeuto AB .
13.2 - Com P e Q ig11aiF; a zero, gcr0 u1WL malha para um quadrado com
os pont.os de fro11t.eira especificados, C'Onformc a. Fig. 13.23. Por qu<' R m alha
resulta.nl.c não é cartesiana? Faça, agor a. o mesmo problema. forncr<'ndo os
pontos nas front.eiri'ls igua.lmc nte l' Spaçados. A rnaJha rc•sult.ante, agora, é orto-
gonal. Explique as n1zõC's do ponto de vista matemático e também proniraudo
fazer uma <U1a.logia entre as equações d0 geração de coorde11adas e o problemi'\.
<le comluç,ão ele calor bidimensional sem termo fonte.
Geração do Sistema de Coo1'(lenadas Onrvilfnca.s 285
y •
"
1
0,9
0,7
0,3
0,2
o.o~------------<>--~-
0,2 0,6 0,8 X
..
14.1 - Introdução
Tendo sido obtido o sist.eurn. de coordenadas .que permite discretizar 11
domínio de cálculo, o passo seguinte é obter as equações aproximadas para
cada. volum<' elementar. Est<:1s equações são criadas realizando-se balanços da
propriedade envol vicia sobre os volumes elementares ou integrando-se a fornrn
conservativa das equações sobre estes volumes, que são procediment.os equivn
lentes.
Quando uma malha estruturada é empregada, como no presente caso, t'
necessário, antes de integrar as equaçõ0s, decidir:
(14.1)
ou na forma.
(14.2)
onde
G = pw<J> -f~ ôó
-·
ôz
(14. 7)
f,=Ç(x,y, z, t) (14.8)
11=ri(x,y ,z.t) (1 •1.!))
'Y= 'Y (:1;, y, z , t) (14. lO)
r =t (14.ll)
ôE ôE âE ôE 8E
-8;'!: = {)t:'> {.e + -D'/) ·11x + -â ~rx + -âT r,,,
~(
(14.15)
ôF âF ôF âF âF
- = ':lf: Ç.,, + ?:) 1}y + - ~Íy + ?:)Ty (14.16)
8y V'> ' u1) 8~f , UT
âG ôG 8G âG 8G
az = aç f.:. + a1117:. + a~1 ~i:. + ar r :. (14.17)
8Q 8Q âQ ôQ ôQ
- = -f,1 + - 'f}t + - ~(t + - Tt (14.18)
Ôt Ôf, ÔI) ÔI ÔT
onde o último termo das Eqs. (14.15) a (14. 17) é igual a zero, uma vez que r
não é função de :-i:, y e z .
Jntroduziuclo est.as equações na Eq. (14.2) e divicliudo por J, aparecerão
t.ermoR cio tipo:
âE
aç
(Ç"')
J
âF
aç
(Çv
J
) etc.
E~
Ôf,
((r)
J
F~(f,v)
aç J
ai. (ç:. )
âf, J
Q~(ç')
ôf, J
etc.
Tmnsfon1wç<10 d<t8 Err1w.çõc8 ele Con8i:rvo.çno :!8!)
Q[ô (
Ôf,
f,t) f) (·17, ) ô ( }'t ) ô ( 1 ) ]
J + Ô·JJ J + Ôry J + ÔT J - (14. 19)
E r~
ôf,
(fJ,x ) + ~ (11x)
J
ô11
+ ~ (~tx )]-
J ô1
F [!___
ôf,
(Çy)
J
+ ~ (1lv ) + ~ (l'y)] -
fJ17 J J Ô"/
É fácil mostrar que , com auxílio das E qs. (12.12) , (14.12) e (14.14) , os
últimos qua.t.ro t ermos entre colchetes , no lado esqncrdo ela equàção, são iguais
a zero, encoptrando-sc a equação tra ns formada. na. forma
~
fJr
(Q)+ !___ (f,1Q+f.xE+f,yF+E,,,G) + ,
J ôE, J
Defi nindo
(14.21)
200 C. R. M aliskii
A s
S=7 ( J <!.:!~.)
encont.ramos a cqua.ção na forma conserva.tiva como
(J4 .~li )
Sul>stituüido na Eq. (14.19) as expressões dos vetores E, .F e G, cncoHt.rn
rnos
(14.2i)
fJ { (
-ô17 ·11xôâ<f
- > + 1J.y-ô<!>
:1; .
â<i>)
â y + 1/=-a
r <t> }
z· -J +
(14.28)
Trrmsfo·r11uiç1io dris Eq·iwçocs de Consr•1'11r1ç<io 2!.l 1
- 1
V = J (rJt + rJxU + 1]y V + rJz'W) (14.29)
(14.30)
'" usando a regra da. cadeia para expandir as derivadas ela <i> em fuução de x, y
<· :::, encontra.mos
-D (t><i>)
- +- D ( pU<P
- ) +- - ) =
- ) + -ô ( pvV</J
ô ( pV<!>
ÔT .) Ô~ Ô1} Ô"{
(14.32)
-
\1 = J1 (171 + 11.rit + 1]yV) (14.33)
Le mbr ando da. defini ção das velocidades cont,ra.variantes, sem normalização
mét.rica, d ad as por
U = -ity,
1 - vx.,1 (14.36}
V = vxi; -uy~ (14.37)
Ü = U -U,H (14.38}
\i= V - Vw (14.39)
(14.40)
(14.41}
onde as graudezas :r-r e y.,. são as componentes cartesianas elo vet.or velocida de
da malha. nas d ireçõcs x e 11· respc('tivamcnte.
Nas Eqs . (14.38) e (14 .39) Ü e V :-::ão as componente:> contrn.variantes
do vetor velocidade e já levam em consideração o movimento da malha nos
balanços de cons~rvaçào, ou seja., são as compoucntes da velo dclade rclativ;:i .
A Eq. (14.3 '1) pode, entào, conforme já a firmado, ser empregada para resolver
problemas onde a m alha varia com o tempo, mant,endo o pia.no computacional
fixo e com as dimensões d os volumes elementares neste plano também fixas e
unitárias.
A Fig. 14.1 most.ra unm ma.lha deslocando-:;c, onde podcrn ser identificadas
as colllponr11tes cartesia nas xT 0 Yr d o vetor velocidade da malha, par a os
pont.os A e B . É fAcil d<• entender que. f.;e a malha. no plano físico. estiver
s0 deslocando com a mesma. velocidade do escoa.mento, não teremo::; fluxo ele
massa entrando nos volunH'S de controle pelas faces que po:-;suern vclocicladc
igual a do escoamento. Existem inúmeros problema$ de fronteira livre que
requerern o movimento d a malha no plano físico q11e podem ser fttacados corn
esta transformação.
'I't'ans/ormaçào das Eqt,ações de Consenmç<io 293
A Fig. 14.2 mostra uma malha em dois tempos distintos e seu respectivo
plano transformado fixo. A t ransformação que envolve o tempo encarregar-se-á
d(' levar em consideração a alteração dos comprimentos, por •3xemplo, de EA
pa,ra E'A'.
Com o objetivo de melhor interpretar os termos da Eq . (14.31) , a mesma
{' simplificada para o caso bidimensional, onde os parâmetros e, e e f são feitos
iguais a zero, result.a11do
a ( P]<P )
ôr
a(
+ô~ pvq>
T'°'.· , ) a (Pv- <P,) -- ôf,
+ 817 a (r'b ,· ô</>ôf, - i~t1i J
' n
!'.>
,o ô17
ô<P ) +
(14.42)
onde 0:, f3 e 'Y são as componentes do tc11sor métrico, 922, gr2 e 9 1L, respecti-
va mente, obtidas das expressões de a, b e d, da E(1. (14.31) para o ('aso bidi-
111<'nsiona.l. É fácil ver que o primeiro t.ermo do lado esquerdo da Eq. (14.42)
representa a variação ele <P rom tempo, no volume ele controle, enquanto os
ouLros t ermos representam a ad vecção de ef> através da.s faces Ç e 17, respectiva-
mente. No lado direito, os t.ermos representam os liuxos d il'usivos de </J através
elas faces Ç e 17, respectivamente.
y A
A>J • I
e D
l
Transfonnaçào das EqMções de Conse11mçâo 2!)5
8
1 Ô r
- - (pT) + - (pVT) + -8 (pVT) =
J ôt ôE, 817
(14.44)
-ô ( Ja-
DÇ
k -ôT - J /3-
Cp 8E,
k -
Cp 817
ãT) + -ô17ô ( .J-y -k -ôT - .JB-e.,,k ôT
Cp ÔIJ
- ) + -q
8E, J
C.r
14. 3 - Conclusões
O presente capít.ulo apresentou a t.ransformação das <~qna.ções de con-
servação do sistema cartesiano de coordena.das para o s istema generalizado.
Sempre que uma malha est.rutura.da é usada, as equações de conservação po-
dem ser escritas nas coordenadas desta discretização, permit.indo que a solução
das equações seja obtida no plano trnusformado, onde as dimensÕ<'S .6~, 617 e
.6')' são unit.árias, por conveniência..
A transformação foi realizada na sua forma completa, isto é,, envolvendo
as três coordenadas e o tempo, perm itindo que problem as nos quais a malha
no plano físico se mova sejam resolvidos também no plano computacional fixo.
Para fin alizar o capít.ulo, a equação de conservação da cner gip. para urna si-
tuação bidimensional foi obtida atravé1:1 do balanço, com o intuito de mostrar
que a forma. da equação transformada é conservativa e pode, portanto, ser
obtida através de balanços.
14.4 - Exercícios
14.l - Quando problem as de escoamcnt.o no interior de dutos retos de
seç.ão varié\vcl, como mostrado na Fig. 14.4, são resolvidos, é possível mar cha r
parabolicamente ao longo do eixo do duto. Assim , apenas duas seções de cálculo
necessitam ser simulta neamente annar,enadas. Se os planos de marcha são
paralf~loR, mesmo que a S<'Ção transversal mude co1n z , a seguinte t.ra.nsformação
de co<m lena.das é ad<'quada
296 G. R. Maliska
Ç = Ç(:r,y,z)
11 = 11(x, y, z ) (14.45)
' I
:
'
,
I
' I
o I
o I
I
' I
!
: I
l'
o I
' I
' I
''o I
,
I
------'~;.;;.
--;;,;;--.:
1..-;.;;.
--;;,:r- ------- -· --·-
I I
I I
,,
I I
/
I
,/
I ,I
/~ 1J
,,
,, / z Y"' / I
I
I
X
(b)
(a)
aparecerão e seu significado físico pode ser facilmente obtido. Lembre que os
plano~ (Ç , ·17) são paralelos ao longo do eixo í "
1 Plano y+h.y
• Plano y
(a) (b)
w E
ô ( -P<I> ) +-
-a,,. ô ( - ) ô ( pF</J
- ) +-ô ( pWq>
- ) =
J aç pU</> +-
â11 a~r
{15.1)
-
â<b + 032 Jr'i'. -Ô</>
à ( a31 Jr"' -· ô</>) - p<i>
+ a33 Jr"'- . . + s. "'
8-y ÔÇ 8·17 Ô"f
a
0:11 = J2 {15.2)
b
0'22 = J2 {15.3)
e
0'33 = J2 {15.4)
(15.5)
d
0'12 = l\'21 = J2 (15.7)
1'.1p</>p - 1\llf:,<f>"p . . .
6.t + Me<f>e - Mw<Pw+
(15.8}
L [p<I> ] P 6. V + L [$<1>] P 6. V
6.V
Mp = PP Jp (15.9a)
~1º p
Jlip= ºp
6. V- (15.9b}
]p
no centro e não aparece, e seus vizinhos . É possíwl ver por esta figura qm\ para
um probl0ma tridimensiona.!, o pont.o P estará. ligado a 18 volumes vir.iuhos,
cri ando, portanto, uma matriz com estrut.tu-a de 19 diagonais.
~ NW
1
"'----·
FN
,,
FW F FE
sw_
FS
1 ..
!!!;
""'
Fig. 15.2 - Volume de contro le elementar central e S<' us 18 vi7.i-
nhos.
(15 .11)
Observando-se a Eq. (15.8), constata-se que são necessárias as avaliações
de <P e de suas deriva.das nas iµterfaces do volume elementar. Logo, uma função
de interpolação deve ser empregada.
Obt,enção das EqMçõcs Apro:ci111,1itl1L,~ :w:3
r2
Õ-=---- (15. 13)
(10 + 2r2 )
J= (1 +O,005r 2 )
(15. 14)
· (1 +O, 05r 2 )
onde r é a ra.7.f\.o cutre o fiuxo conv0ctivo e difusivo na direção coordenada,
da.da por
lVI (15.l!í}
r= -
D
Desta forma, os valores <la função <f> nas int.0rfaces cio volume l'l<'lll('lll.ar
siio calculados por
304 C. R. lvfolilJA:ri
As de rivadas cliret::is, que são part.e do fluxo difusivo, sã.o dadas por
l
Ôq) _ -;-- (</>E - <f>p)
âÇ ,. - f3e 6Ç (15.l 7a)
- (</> p - </>B)
aÔq)'Y
1
b
= ,'3b D.
1
(15.17.f)
ô<P 'e
Ô17
= </>N + if>NE4617
- </>s - </>se
(15.18a)
~~lw =
<!>N +<l>Nw - </>s - <f>sw (15.18c)
4.6.17
~~lw =
<l>r. + </> Fw - </>s - <i>aw (15 .18d)
4.6.~t
~~ln =
<be + </>NE - </>w - <i>Nw (15.18e)
4.6.Ç
(15.20)
306 C. R. Maliska
A __ M (~ _ - ) + D22nPn + (D12e -
1
D 12tu + D32/ - D32b)
n -
1
i 2 O",. 617 4677
(15.21)
4 == ,if (~ - ) D 22s7Js (D12w - D12e + D32& - D32/)
• S • S 2
·
+ O:s + A
Ll.'17
+ 4 u1]
A
A J -- '1'
- 1Vjf
(12 - ) +
- - O:f
D33f73f
61
-- -- -Dt3w
+(Dl3e - -+ D13n
-- -- D23
- -s )
461
A == .\1. (~ + - ) + D 33b7Jb + (Di:iw - D 13e + D 23s - D23 n)
b • b 2 0 '. b 61 46~(
A - Di2e + D 21n
"'" - 461] 46Ç
4. _ D12w D2tn
, nw - - 4.6.77 - 4.6.Ç
A - D12e D21 s
se - - 4..6.1] - 4..6.Ç
A - D12w + D21 s
,. S'W - 4.6.1} 4_.6.Ç
A _ Di:i e D31t
/e - 4.6./ + 4.6.Ç
A _ D13w D 31f
fw - - 4..6.~l + 4.6.Ç
(15.22)
4
_ D23n + Da21
• fn - 4..6.')' 4..6.''7
D 23s D 321
A f.• == - 4.6.1 - 4.6.·'7
A. _ Di3e D 31b
be - - 4.6./ - 46Ç
4
_ D i:i.v + D3Ib
"bw - 46"}' 46Ç
A,,... == _ D23 ,,, _ D32&
4.6.')' 46q
Ab~ == Dn~ + D a2b
46")' 46 ·17
O parâme Lro Q' possui sempre o m esmo sinal da velocida.de e varia de
- 0, 5 a O, 5, e nqua nto os va lores ele í:J variam de O a. 'l.. Adota-se, em geral, parn,
Obtençno das Equações A pro:1:imaclris 307
(15.23)
(15 .24)
(P,.. - Ps ) ('Y )
26')' J p
(15.25)
(PF - PB) (Alz)
J p
26")'
O termo fonte também deverá ser aproximado numericamente. Sua ex-
pressão dependerá do t ipo de problema em considera.ção. Para um problema.
tridimensional para escoamentos de qualquer velocidade, sua apro~im'ação po-
derá ser vista em [72].
Esta formulação já foi vista, em detalhes, no Cap. 8. Aqui, ela será apli-
cada no contexto dos sistemas de coordenadas generalizadas . Na Eq. (15.26),
aparece, em todos os termos, o produto da massa específica (densidade) pela
velocidade. Se tanto a densidade quanto a velocidade forem variáveis do pro-
blema, e como ambas dependem da pressão, estes produtos representarão não-
linearidades importantes.
Para escoamentos inco1ppressíveis, ou onde a densidade é uma função só
ela temperatura, é possível linearizar a equação da. conservaçã.o da massa, man-
tendo a densidade nos coeficientes . Desta forma, tornando o fluxo de massa na
face leste corno exemplo, tem-se a seguinte expressão
(15.2'7)
Substituindo-se as velocidades por expressõés em função da pressão, ou
s ua correção, e levando estes termos à equação de conservação da massa.,
encontra-se a equa.ção para a pressão ou para a sua correção. Para escoa-
mentos compressívcis, os fluxos de massa podem ser lineari?:ados ele forma di-
ferente, mantendo-se, agora, as velocidades nos coeficient.es. Assim, tomando
novamente o fluxo na. face leste corno exemplo, a lincariza.çã.o resulta em
(15.28)
A equação para a pressão, ou sua correção, é obtida, agora, substituindo-se
as densidades por expressões em função ela pressão ou ele sua correção.
Para. regimes de qualquer velocidade , abrangendo a faixa de escoamentos
incomprcssívcis e compressíveis, conforme discut.ido no Cap. 8, a linearização
deve contemplar a manutenção da densidade e ela velocidade como a.tivas na
equação de conservação da massa. O fluxo na face leste lineariza.cio tem, então,
a seguinte forma .
(15.29)
(15.30)
Ú,~ = {(p* \1),. + (pV*),i - (p*V*),, }6.Ç6.1 ( 15.3 l )
= {(p* \1), + (pV~)s - (p*V .. ) }6.Ç6.-y
J\;J5 5
(15.32)
M1 = {(p*W)f + (pW*)1 - (p*W*)1}6.Ç6.17 (15.33)
1Vh = {(p*W)b + (pW*)b - (p*W*)b}6.Ç6.17 (15.34)
Mp - Mº ,
6.t - P + {(p* U),, - (p~ U).w + (pU')e - (pU*) .w} 6.·176.Ar+
{(p" \! )n - (p* V)s + (p\1* ),. - (pV * ) 5 } 6.f,6."( +
Pt = ( ~ + 1r) PP + ( ~ -
e) 7 fJ E (15.3G)
Pw = (~ +'fw) + (~ -?w)
Pw PP (15.37)
onde 'Y é um parâmetro que vale +O, 5 e - 0, 5 para velocidades positivas e nega-
tiva.s, respectivamente. As Eqs. (15.36) a. (15.41) são semelhantes à Eq.(5.32) ,
com a particularidade d<' apenas contemplar o esquema upwind, uma ve-.i qu<'
11a equação da conservação da massa não existem termos difusivos para cálculo
de um coefi ciente ponderando os termos convectivos e difusivos. Desta forma,
o uso de 7 = ±0, 5 garante a positividade dos coeficientes da equação da. con-
servação da. massa .
Usando-se as expr<'.ssões para as densidades nas interfaces na Eq. (15.35) ,
encontra-se
onde
p
'lnp .6. V + ( 2
= Jp.6.I 1 +Te
_ ) rr• A "
V c l....l.'r/l..J,.''f -
( 1 -
2 - ) U"'w l....l.1]1....l.'}'
~lw
A A
(15.43)
(1 5.44)
(15.45)
1nP
n = (~2 - ;çln ) v n• D.t:t::.."'
<., 1 (15.46)
s =
m'P - (~2 + ;:;-ys ) vs•t::..i:t::.."'
'> 1
(15.47)
Obtenção das Eqiiações Apro:virnMlns Jl 1
(15.48)
(1 5.49)
(15.50)
U
niw = - {(l2 + 'Yw)Pw· + (12 - "f.,,,) pP*}A/\ LJ:17u.~i (15.51)
1nv
n = {(~+"!
2
* +(~2 -'V, ·n )p~r }.6.cD_·y
•n )pp }v ~ , (15.52)
(15.54)
b -_ pf,D. •. W 1.lf * ( e 6)
J A V +meU ue+mwuw
r;* . Un*
+ .mn1n+m.
Vlf"' VV·*
8
. Wr.rí*
5 +rn1 n 1 +mb t, b l;:> .5
pu.t
Observe 'q ue, agora, dcv<.!rn ser introduzidas na Eq. (15.42) as ~xpressões
das densidades nodais e das velocidades nas interfo.ces como funções das pres-
sões. As funções que relacionam as densidades com as pressões serão obtidas
ela equação de estado, enquanto as expressões que relacionam as componentes
do vetor velocidade com as pressões serão obtidas das equações do movimento.
Deve-se salientar, novament.e, que, se o arranjo desencontrado for utilizado, as
velocidades já estarão disponíveis nas interfaces. Se o ;;1.rranjo co-localizado for
empregado, expressões para as velocidades nas interfaces deverão ser obtidas
cm função das velocidades nos centros elos volumes de controle. ~o momento,
admite-se que, ele alguma forma., a.s velocidades estão disponíveis nas fronteiras
cio volume de controle.
A seguir, serão apresentadas as equações de correção ele velocidade e den-
sidade para os métodos SIMPLEC [1 53] e PIUME [50].
312 C. R. Mrtli.'1k<t
No método SIMPLE (100), o segundo termo do lado direito da Eq. ( 1r. "1 I
é desprezado. Para não desprezar as correções das velocidades vizinhas, rn1111
feito no SIMPLE, o método SIMPLEC (153] propõe desprezar a diferc11ç11 tl11
correções das velocidades vizinhas, subtraindo de ambos os lados da Eq. ( 1r, ·••1
a expressão 2: A,..btL~ . Desta forma., a equação re~ulta em
L[ P'"·] .6.f,.6.·116~1
= u:- - - - - " ' - = - - -
e
ti.e
A~ - L:A~b
ou
(15J1l1)
de onde se infere, com facilidade, por comparação corn a Eq. (15.58), a exprc·s~1111
- 't,
para de.
A Eq. (15.59) nada mais é do que a cqu;:\,ção de correção da velocid11d1·
u e foi obtida da equa.çã.o do moviment.o. Esta equação de correção , <l<'scl1·
que relacione correções da veloddacle com correções do gr<Kliente da pressa1 •.
pode ser de' qualqu<'I' natureza. Ohviam0ntc, é de grande auxílio no proCl'H~o
iterat.ivo se estas equações tiverem também um suporte físico, pois melhorn111
a convergência do método. Repete-se, aqui, o já comentado no Cap. 7, q1111
o resultado final do problema é, obvíamentie, independente das equações d"
correção das velocidades .
Imaginando, agora, que existam as componentes v e w armazenadas 1111
mesma interface e, podemos criar uma equação de correção semelha11te para. "
e w como
(15.62)
{15 .63)
Cousiclerando, agora , as faces norte, sul, da frente e ele trás cio volume de
• 1111t.role, podem-se encontrar as equações de correção para estas quatro faces.
< '0111 estas velocidades e usando as Eqs. (14.29) e (14.30) determinam-se as
1•q11ações de correção para as componentes cont.ra:variantes sem norrna1iza.ção
111 <-trica, V e W, dadas por
{15 .66)
(15.67)
As relações acima devem ser introduzidas 11a Eq. (15.42) para obt.C'nção da
equação para a. correção de pretisão P' . Se as mesmas forem usadas na forma
apresent.a<la, . teremos uma equação envolw,uclo 19 pontos de pressi\o. P a ra
simplificar, e sabendo que as equaçõcHde correçiio não afetam o resultado final
do problema e, também, que os gradient.<'H de pressão mult.ipliéados por cr·i j,
com ·i diferente de :j, são pequenos, quando a não-ortogonalidade da malha não
for excessiva, podemos utilizar as scguintrs equações de correção
p = CPP+B'' (15.74)
onde CP, para o caso de um gás perfeito, é igual a 1/ RT. Equações de es-
ta.do pa.ra outras Silbsl;àncias podem ser empregadas e colocadas na forma da
Eq. (15.74).
As expressões necessárias para s ubstituição na Eq. (15.42) são
(15.84)
(15.85)
(15.86)
(15.87)
(15.88)
(15.89)
(15.90)
(15.01)
- U -U
du = dp +de (15 .93)
r 2
-IJ - U
- U dp + dw (15.94)
d."' = 2
-V -V
ct.,. = dp +2 dN (15.95)
-V -V
-v dp + ds (1 5.9G)
els = 2
-W - W
de + dp (15 .97)
2
(15.98)
- \1
onde, por 0xcmplo, o C'OC'ficie nte dp é dado por
316 C. R. Maliska
d~ = ( 1 ) V 6.f,6./ (15.99)
Ar - LAN B p
Obtendo v; w;
e pelo mesmo processo, podemos determinar u;, usando a
equação que relaciona as componentes cartesianas e contravariantes. Nas outras
cinco faces do volume de controle o procedimento é idêntico, permit indo-nos
deter minar u,:, v.;:,
Vs*, Wj e Wb* . Lembre que estas velocidades serão usadas
no processo ele correção das velocidades contravariantes.
(15.108)
Wp = Wp -
A L [PA""] PL..l.V
A l ' (15.109)
(15.110)
320 C. R. Maliska
Ve = Ve - L [f>v ] e 6. V (15.111)
[P t::,.vl
0
6t p +P
0
6vl
6.t E+ L (Anh)E + L (Anb)p]
(15.113)
onde os subínclices P e E significam que os termos pertencem às equações do
movimento escritas para. os respectivos volumes de controle. Equações seme-
lhantes podem ser obtidas para Ve e We·
A segunda é obter, utilizando as componentrs cartesianas, as componen-
tes cont.rava.riantes, pois estas são necessárias no balanço de massa, quando
coordenadas generaliza.das são empregadas. Usando as expressões do Cap. 14
que relacionam a.5 component,es contravariantes e as cartesiana.e;, obtém-se, por
exemplo, a expressão para a componente Ue como
(15.114)
(15.116)
'Y
A técnica natural pn.ra aplicação das condições de contorno, por ser con-
sistente com o procedinwnto adotado para os volumes internos, é realizar um
halanço da propriedade em consideração para o volume de fronteira, incorpo-
rando a condição de contorno à equação aproximada do volume de frontcirn.
O procedimento é idêntico ao realiza.do para os pontos internos, isto é,
integxar a. eqi.tação diferencial na forma conservativa sobre o volume de fron-
t.eira. Considere a Fig. 15.4, onde uma fronteira leste é representa.da. Deve
O/Jtenção da.s Eq1Uiçõcs A pro:r.ima.1fo..~ :11:1
,~. ·)
D ( pu<j>
aç
e
onde devo ser observado que o t.crmo entre parêntC'ses na última expressão
representa o fl uxo difusivo que atravessa u ma face 6.116.~,,. Em outras palavras,
o termo entre pa.rêlltcscs é a derivada normal de </J em uma superfície de Ç
constante.
Para obt<'l· a equação discretizada para o volume centrado em P, dC'vcmos
integrar a equação de conservação . Para exemplificar, integrando apcuas os
termos convectivos e difusivos, encont ramos, para o termo convectivo,
324 C. R. M aliska
-ô ( r "' Ja11-+rq>J
â<P . cr12-+ ô</>)
â<i> r ef> Ja13-
âE, âÇ Ô17 Ô/ e
(15.117)
A B
/
I
I
I
NW N ' ne
w w p • e
sw s se
\ D
e
Fig. 15. 6 - Corte J\JJC D da Fig. 15.5.
15.3.1 - Fronteira Impermeável - (pU</>) = O
Para est e caso, o fluxo difusivo de </> na face e, ou seja, o valor entre
parênteses na Eq. (15.117}, deve ser a proximado, empregando-se os valores de
</> prescritos na fronteira. Por exemplo, se uma distribuição de </> é prescrita
sobre a fronteira leste (Ç = constante) , as três derivadas que aparecem na
Eq. (15.117) devem ser avaliadas. Tem-se, então,
(</>e - <f>p)
ª<l>I A€
(15.118)
éJÇ e 2
ef>ne - Pse
éJ<i> 1
817 e
= 2t:J.ry
(15.119)
onde </>ric. </>e, <Í>sr , </>f. e </>be estão sobre a fronteira e são conhecidos, pois </> é
prescrito. As Eqs. (15.118) a (15.120), quando int.rocluziclas na Eq. (15.117) ,
permitem obter a equação a proximada para o volume de fronteira. Observe
que a equaçf\o rc:mltante não envolverá. pontos fictícios~
outras palnvra5·, a fronteira do domínio de eálculo não poderia ter sido escolhida.
naq11ela posição. Corno, com entrada ele massa em uma front eira, o valor
de </> é em geral prescrito, o valor <lo fluxo difusivo de </> deve ser prescrito
nulo. Repetimos que, CMo o analista numérico "sinta" que o fluxo difusivo
é importante naquela fronteira, isto significa dizer que o local esrolhido não é
adequado para. prescrever condições de contorno. A fronteira. deve ser reruovida
at6 uma posição onde, claramente, as coudições de contorno sejam disponíveis.
É uma importante tarefa da modelação matemática escolher adequada-
mente as fronteiras cio domínio ele cálculo e as respectivas condições ele .con-
torno.
q" = r<,Sª~I
ân,,,
(1 3.123)
í3 [:,.E, q" 6Ç
<f>p= <;!>w + ;._ ,'\ _(<i>N+</>Nw-<i>s - <Psw ) + & ~ (15.125)
a 4 Ll'IJ r~ .Jü ·
f1 • •
Ob::;erva.-se, neste caso, que os pont,os fictícios vi:d nhos t.ambém tornam
parte na equação, justament<' pelo fato de o sistema: coordenado ser não-or to-
gonal. Estes pontos terão que fawr parte do sistema linear de forma implícita,
amnentando o ta.n1anho da matriz. P ara uma. sit.uação tridimensiona.!, fi ca
ainda mais complexo. Por esta r azão, o que é normalmente feito, na aplicação
das condiçÕL'S de coutorno, é o uso de pontos fictícios para as velocidades,
que possuem quase sempre condições de Dirichlet, e o uso de balanços para a
eqtrnçã.o da energia e conservação da massa. Ou empregar o método do balanço
parn. todas as variáveis.
\ --,
\
\ '.-------\
--1
--- Fronteira.
• NW •N 1
-- 11
•W w •P 1
-- I
• SW •S I
I
--/
I
1 __ J
15 .4 - A Técnica de Multiblocos
Em muita.s situações, não é possível gerar um sistema coordenado cur-
vilíneo cujo mapeamento se dê em um bloco único. Geometrias com protu-
berâncias, conforme diRcutido no C;\p. 11 e mostrado na Fig. 15.8, necessitam
de uma discrctização formada por dois sistemas coordenados independentes,
neste caso, formando dois blocos. O uso de multiblocos evita. a técnica de gerar
uma malha que englobe toda a geometria, com o posterior bloqueio de volumes
que se encontram fora da superfície. O número de volumes bloqueados, e sem
atuação, é quase sempre comparável ao número de volumes úteis. Na solução
usando multiblocos, o problema é resolvido iterando-se entre os dois domínios,
conforme mostrado na Fig. 15.9.
A
r-- -.--- -. B
~.-.---.~
1
G
1 H
1
\
E F
-
e
G
' I --- º H
e D
1 1
1 1
1 1
--
1 1
·- 1
1
1
1
r
1
1 E7 F' 1 1
1 1
1
E F
Fronteira entre os
blocos 1 e II
, ,~ -
~:
- 1
w !Uw p
• --iw- •
- 1
a 1~ b ..
1 1
' Bloco I Bloco II
15.5 - E xercícios
15.1 - Use a forma bidimensional da Eq. (15. 1) e, passo a passo, obtenha
a 0quação aproximada p:i.ra a variável <!>para um volume interno. Use a mesma
função de interpolação empregada para a equação na form;1. t.ridimcnsional.
15.2 - Ainda usando a forma bidimensional da Eq. ( 15.1), obtenha a
equação aproximada para. <i> para o volume de fronteira P, que pode ser visto
na Fig. 15.12. Na fronteira, que nã.o tem entrada de massa, </> é uma função
prc•scrita, ou seja, com os va.lores conhecidos cm w, wN e wS.
16.1- Introdução
O capítulo anterior mostrou que o uso de mult.iblocos é uma alt.ernativa
interess;u1t.E' para resolver problemas cm geometrias complexas, utilizando toda
a met-0dologia numérica desenvolvida para. malhas estruturadas. MêÜOr versa-
t ilidade ua. discretização de domínios complexos pode, ainda, ser conseguida
usanclo-s<' malhas não-<'struturadas. A adaptação e o refinament.o ele malhas
cm regiõcr-; específicas do domínio s~.o alcançados com maior facilidade através
de malhas não-estruturadas. Por outro la.do, com pssas malhas, crescem em
complc'xidacle os algoritmos para a solução das equações discretiMdas.
Como em malhas não-est rnt ura.das não existe uma lei de for mação para
nurner;:ição dos volumes elementa res, o uúrnero de vizinhos pode varia r de vo-
lumo pa1·a volume, cria ndo mat.rizes de coeficientes ele banda variável, conforme
discutido na seção 11.2. Conscqüent.emm1te, os mét.odos de soluçfto de sistemas
lineares com ma triws de banda variáv<'l são mais C'laborâdos. O ordenamento,
que é- um procediment-0 t1ivial em ma.lh as estruturadas, assume grande im-
portâ ncia em malhas não-estruturadas. pois a largura da banda da matriz de
coeficientes é dependente da natureM do ordenamento.
O uso de malhas náo-estrutura.das sempre <'steve associado ao método
dos elenwnt.os finitos. g<'ralmente c111pregando ma lhas triangtÍlar-es. Um cios
trabalhos pjoneiros utilizando volumes finit.os cm malhas t.riangulares é o de
W inslow [158]. Rec<•1it.<'mente, um grande esforço de pesquisa vem· scudo feito
para o d0senvolvimc11t.o de métodos numéricos para er-;coamento de flu idos ond<•
malhas 111'0-estrutnra<las são us<'l.cla.:; juntamente COlll o método dos volumes
finitos [8,9,107,126]. Resumos dessa.<; met.oclologias. rscritos por Schneider e
Baliga e P a.t.anka.r. podem SC'r encontrados em [35).
Tais métodos têm recebido a denominação de ·' Coutrol Volume Baseei F i-
nite Elcment Methocl", 0111 primeiro lugar, pelo uso de malhas n ~.o-est.ru turadas
tria.ngulareti que dão origem ao volume de cont.rolc e, segundo, pelos passos sr-
guiclos 11a formulação. semelhantes aos ela fornrn lac;ão clássica ele element.os
finit-Os.
Os volumes de controle podem s<'r criados de duas formas distint.as [102].
Urna dclati, que utili7.a o método das media nas , dá origem a diagramas mais gl'-
rais e empregados ern [8,9.101]. A out.rn, a partir da triangulação cfo Dclm1nay,
dá orig<'m aos diagramas de Voronoi:
336 C. R. M aliska
1. puramente difusivos;
2. convectivo/difusivo de uma propried ade genérica</> onde o campo de
velocidades é conhecido;
3. idem, onde o campo de velocidades é determinado através dos rn€todos
de acoplamento pressão-velocidade; e,
4. convectivo/difusivo em um meio poroso.
Os diagrama.-; de• \'oronoi não são, o hvia rnent.e. d<' fácil geraçào, uma vez
qll<' devem sa.t.isfazc'r a Pssas prop ri <'< laclc's. Entretan to. na o p inião do a utor.
vai<' a JWllH in,·<'st.ir na gc~rnção d a malha para ganhar cm simpliciclaclc 11a
c·onstrnção elo algorit.mo. Com os diagra.rnas ele Voro noi l e 111-sc as va11tage11s da
si 111 plicidadc dils ilprox i rnações m1111fr icas 0xisl.eutes c·111 mu s ist.ema ort.ogonnl
<'strnt.urado e· ;1s vant.agc>ns da fkx ihiliclacl<'. carncterístic·a. pritwipal da:> mall1as
não-Pst.rut uradas.
C:ous idcrc 11ova11H'llt<' a Fig. lG. l, i111agi11<111do 11111<1. tria ng 11laçào q11<1lq1tc•r.
solm · a q11al S<'rii.o nmst.rníclm: os vol1111H'S dc11w11t;-\f('S. 11t.iliz11.11do o nu'-1.oclo das
111c>dia11as. Est.<' llH;t.oclo ('OllSi.'>l-. c• <'111 li~a r os n•nt.rôidP:-. cios t.rii'111g ulo:> <·0111 os
pontos mc'>clios cios l;1clos dos t.riângttlos. O r<'snlt ado c·st.;Í 111ostrado ua. F ig . lG.4.
O nih 11n<' finito niaclo ck·sta forma 0. S<'lll <híúda. mais gc•ral. s0ndo o d iaµ,rnrna
d<' \·orem oi lllll c·Hso part.intla.r. O s <'sq1wn 1as mt111friC'os para cst <'-" nih1nws
d<•vc•llJ S('l'. loginl.llll'lllc', llliÜS <'l<1l>ornclos . A Sl'gnir. as rorn111laçôc•s ('111])1"('1.!,Htldo
os dois t-.ipos ele• vol111JH'S sc'r;~o apn':·w11tadas.
Malhas Nào-estruturwia.s J3!)
Fig. 16.4 - Volume de controle criado pelo método ela med iatriz.
-a (pq>') -
ât
- -a
ôx
(r<Pª<P)
-
ôx
+ -a ( r<i,<J<i
ôy
- >) +s
ôy
(16.1)
ou
1V,t
:, (pef>)dVdt= /
j V,t
v . (f <li \7c;'i)dVdt+ /
j V,t
(Sp</>+Sc )dVclt (16.3)
encontramos
.,
Nfp<f>p - M'P<f)f,
"t
w
= "°' (r"'ªÔef>)
L.._; n~ .
D..S .
Pi+
·i =inte1'j' t1ces p,
(16.4)
-Mp</Jp
- - +.
6.t .
"°'
L.._;
r <iPii (.<PP -
. ) 6.Sp.,
<Pi - - -
Lpi
1.=u1 ter f ares
(16.5)
MºA..º
P<PP D..V=~+Só.V
S: Ó.t r
ou
Mnlhas Nrio- estn,/11ra1lii.~ 3tJ 1
Apd,Jp = (16.6)
onde
4 · - r~ t:.Spi (16.7)
• '· - Pi Lpi
M<p
Ap = L A;- S p t:.V+ -t:.t (16.8)
(16.9)
ObsNve qu<' a Eq. (16.6) e a forma do cocficient.<' A p são exatam ent.t' iguais
áquelas mostradas pelas Eqs. (6 .35) e (6.36) do Cap. 6.
(16.10)
ou
Deve' ser observado que a Eq. (16.10) t.c'm a mesma forma da. Eq. (16.2) ,
onde, agora, o transporte de ti> é por difusão e convecção e o fl uxo total é J.
O corret.o seria cknominarmos esta última forma de transporte de advect iva.
E ntretanto, é usual denominar-se de fl uxo convectivo o fluxo de <P transportado
pelo e::;coamento .
O processo, agora, é o m0smo da seçáo anterior, isto é, devemos integrar
a Eq. (16.11) sobre o volum<' de controle <' uo tempo. Usando o teorC'ma ela.
divergência, a. integração resulta crn
- M'P<f>~, = ""'
Mp<fap "t L.,,
(1- · n-) . W.ASPi + s pq>' puAV + sc uAV (16.12)
l,.l. , . p,
•
342 C. R. Maüska
(16.13)
Na Eq. (16.13), o produto escalar do vetor velocid ade pela normal nos dá
a velocidade responsável pelo fluxo de massa na interface. De algum a forma ,
est a velocidade, aqui denominada de V p;, é conhecida.
(16.14)
(16.15)
_ VpiLPi
P.e - r<P (16.16)
<!>P { .6.t + L:
A1p . "'""' ( rLpi
t.; + pVpi ( 2
1
+ <.YPi ) ) }
l:i.Sp; - Spl:i.V ,=
•
(16. 17)
( 1O, ! H)
(16.19)
(16.20)
onde
, = { Lr~;
.'li p;. - p .,.Pi ( 2
V
1- O' Pi
"'S Pi
) } LJ. (16.21)
(16.22)
(16.23)
Observe que as Eqs. (16.20) e (16.22) são idênticas às Eqs. (6.35) e (6.36) ,
respectivamente. Observe, também, que a expressão do coeficiente Ai é a
mesma para. todos os volumes vizinhos, enquanto para malhas estruturadas os
coeficientes para as faces sul e oeste trocam ele sinal em relação aos coeficientes
norte e leste, conforme pode ser visto na Eq. (6.25). É fácil ver que, para
malhas não-estruturadas, todos os coeficientes são como se fossem coeficientes
Ae e An, urna vez que a normal é sempre para fora., coincidindo, portanto,
nestas duas faces, com os eixos x e y, ambos apontando para fora elas faces.
ôp ô â
-ât + -âx (pii) + -ây (pv) = O (16.24)
Malhas Niio-cstf"titttradas 345
(16.27)
(16.28)
com os coeficientes dados pelas Eqs. (16.21) e (16.22). O termo fonte, que agora
contém o gradiente de pressão, é dado por
(16.29)
., 0.P'Klf
(16.30)
ur'i = U.e; - 0..x ( Ap - L A nb ) Pi
tiP'tiV
VPi = Vp; - -1-====:::::::===-;-- (16.31)
tiy (Ap - LÂnb) P i
346 C. R. M<1liskc1
onde .6 li é a. média aritmética dos vo1Lu11cs cios blocos que possuem a i111'.<'rfac:0
Pi comum, e Ap - L: A 11 b é dado pela Eq. (16.39).
Com base nas equações ant erior <'s, é possível propor uma equação de
correção paJ·a a. velocidade normal à iut.erface. Deve ser lembrado, mais uma
vez, que a equação de correçào <las velocidades não interfere 110 resulta.cio final
do problema. Tirando vantagem do fato de as pressões est arem annazenadas ao
longo da linha norma l à interface. a seguint.e equação de correção é adequada:
(16.33)
{16.34)
{16.35)
onde
2SVL\Spi
A, = - -------- (16.36)
( Ap - L Ant>) . L
P ·i
pi
(16.37)
{lG.38)
Afolhas Nlí,o -estruJnrn.<lns 347
(16.41)
(16.42)
(16.43)
(16.4:;)
Fazendo parte da Eq. (lG.29) , qu(' cnlculil o t.ermo font.e D. <•stá o t.Prmo
~I'/ 6.s. onde s poderá s<'r .1· ou y, dependendo da <~qua.çào do movime nto
c 11t consideração. Este graclicut.e de pressão de>vc :->er avalia.do no centro do
Malhas Não-estruturadas ~\119
(16.46)
P = P* +P' (16.47)
de acordo com o método SIMPLE [100] e suas variantes. li,:, na Eq. (16.46), é
o volume do diagrama para o problema t ridimensional. No caso bidimensional,
lógica.mente, é a área. Expressão semelhante deve ser usada para.calcular ~~ .
• óP' t:.V
1'p = Up - 6.x (Ap - l:Anb)p (16.48)
350 C. R. M aliska
(16.49)
O esquema iterativo para a solução das Eqs. (16.24) a (16.26) pode ter a
seguinte seqüência:
-
V=- -k \IP (16.51)
Jt
Introduzindo a Eq. (16.51) na Eq. (16.50) e lembrando que o coeficiente
de compressibilidade é dado por
(16.52)
obtém-se
1 éJP µ_
\/ . (\/ P) = a* 8t - kq (16.53)
{ \/ -(\/ P) dV dt =~ f oôP dV dt - {
1
!:_k qdV dt (16.55)
Jv.t a Jv,t t Jv, t
Usando o teorema da divergência e realizando a integral, encontra-se
(16.57)
1 ilV
P,7 ( - - +
o·* 6.t.
~ "°' ilS
~ L e;
) 6.S 1" ·
= "°' Pi--"+--" +-q6.V
~ L JJi a:• 6.t k
6. V Pº µ
(16.59)
' ..
ou, na. forma compacta, por
(16.60)
onde
A Eq. (16.60) é u111 sis tem i't linear de equa.ções que origina rnat.rizc's de
ba11cla niio fixa , devido ao fato de a ma.Ili a ser não-estruturada . O método para
resolver este tipo de sistema. st•n\. discutido 110 final d<'~t.e capítulo.
Apôs co11lwciclo o campo cln velocida,cles 110 m eio po roso, d<'seja-sc' deter-
mina r a C'oncentrnção dos componentes na. mist ura. Urna das aplicações irn por-
t.antes d<•ste mod(' lo eshí na á.rea de eng0nharia dt• petról<•o, quando traça.dores
são injd.ados 11a fase água com a finalidade ele <'stuclar o reser w~tório . Nestas
sitnações. um componente que forma urna única fa:::e com a água difunde-
s<' <\ também, é carregado pelo escoamento. Em <'ngen haria de p0tróleo, este
traça.dor é, normalmente, radioativo, e seu aparecinwnto uos poços de prodnção
é monitorado.
P ara determinar a concentração do traçador no nwio poroso, a equação de
convecçn.o / clifusào do traçador d<'ve ser n'solvida. Es ta <'quação é dada por
(16.62)
onde J é da do por
J= - </>D'VC + VC (l.G.63)
0 e, é a. concentração de inje<;ão cio traçador nn fase. t' D é o eoefiric•nte de
difusão do traça.do r na mis tura, dado po r
(16.64)
onde o· <~ o codidentc de dispersão.
Observe que a Eq. (16.62) é semelhante à Eq. (16.11), ou s<'ja, é a 0q11ação
que governa a convecção/difusão de uma propricclad<'. . ·este caso, (- a con-
vecção/difusão do componente na mistura, dada p ela :ma conc0ntraçi-i.o. Não
deve S<'r feita coufusão C'Om a variável </>, que na Eq. (16.11) reprC'senta a propri<'-
dadc transportada e na Eq. (16.62) é a porosidade do meio. A variável escalar
</>, de <1ue t.ra.t.a a Eq. (16.11) , é a couccntraçito na Eq. (16.62). Integrando 110
espaço e no tempo, encontra-se
(16.65)
(16 .66)
(l· p; = 10 + 2Pe2
---~ (16.67)
l 'p; Lp,
P e= (16.68)
D Pi
D<'ve ser notado que. apesar de o valor d0 o ·p; ser sempr0 posit.ivo, quando
calculado pela Eq. (lG .67), seu sinal eleve ser igual ao sina l da velocidade• 1·,.,,
e varia de - O. 5 a +0, 5. P or exemplo, quando ü l'i for igual a. -0, 5 ( 1uass11
entrando 110 volume de C'OUtrole). o valor de Cp, será foito igual ao valor de• e,.
Se a massa sair do vohune de rnntrole, 0ntão C P·i sení frito igual a e,,, Nc•stc•:-.
dois Cé'\sos cit;i.clos. um csqm•ma tipwind estarin. sendo 0mpregado. Parn <H ttros
3G4 G. fl. J\lfoliskn
e e
valores de a l "i' Pi dependerá tanto de C; como de p, isto é, um <'Squ<'ma
híbrido.
Esta função de interpolação, apesar de ser unidimensional, causa menor
difusão numé rica em relação às malhas estruturadas, pois a. mesma é aplicMa
ao longo ele d ireções que, para um único volume de controle, giram 360 grnus,
permit indo, sempre, algum alinhamento com o vet.or velocidade e t razendo para
a interface• maior influência dos volumes vizinhos. Este pont o já foi comentado
no início do capítulo.
Introduzindo a Eq. (16.66) ua Eq. (16.65), encont ra-se
Cp [tiV + ~ [(<iL>D)
6.t Pi + ,
v p.; (1
2 + )] .
n 1Ji 6.Spi l ==
(16.69)
(16.70)
(16.71)
(16.72)
(16.74)
A aprc8cnt.ação <la for m11laç.ão qm' emprega volumes de con trole obtidos
p<'io mét odo da med ia tri?. tem por objet.ivo mostrar as diferenças entre esta
formulaçi\,o e aquela apresent.<1d a na seção 16.3. l , para vo lumes de Voronoi. Fi-
cará claro ao leitor que a me todologia desenvolvida por Ba liga.e P a tankar [35]
denom ina-se CVF E M - Control Volume Finite Element Method p ela su a seme-
lha nça com a formu lação tradicional <le elementos finit os, p elo u)enos no que
concerne á aplicação d as funções de interpolação e à m onta g,em das equa.çõcs
algébricas .
Soment e o p roblema puramente d ifusivo será apr esenta.cio, p ois o objetivo
é a.penas most ra r o procedimento de uma form a geral. A equação da conduçi'.i,o
de calor bidimensional em con8i<leração ó dada. p or
!...
fh;
(r"?ª<P)
ô.r
~ (rr,> 89
+ ôy ôy
) + s 9 =o (1G.7G)
( IH.ii)
o nde .f é <la.do p or
356 C. R. Maliska
(16. 78)
l
. a.
o f · iids+ r.f. fids- f
.fo . l 11Uc
S<i>d\/+
(16.79)
Ob:;erve que a integração dada pela Eq. (16.79) r<'quer o vi'llor da deri-
vada de <P ao longo das linhas o.o e oc. Os valores de <(J. por outro lado. são
annaze11ados nos vér tices cios elementos t.riaJ1gulares. É necessário, port.anto,
o esLabelccimento ele uma função de intcrpokição para <j> . Tal função de iu-
t.crpolação deve, a partir do couhc·cim<:>nto ele 9 HOS vértices cios t.riâug uloi',
Malhas Não -estr11./,u.rr1rl.1iH :Híi
permitir o c~lculo ele <!> e de suas derivadas em qua.lquer posição dentro do ele-
mento triangular. Especialmente os valores das derivadas de <f> serão nC'cessários
nos pontos t e r, conforme mostra a. Fig. l G.9
Deve ser lembrado que, t::imbém p?tra a formulação usando malhas ele
Voronoi, foi necessária uma função de interpola<;ão. NaquE·le taso. ent.retant.o, a
formulação ficou mais simpks. porque os valorek de </J, armazena.dos nos vértices
dos t.riâng;ulok, estão sobre uma linha reta normal à. interface. A função de
int.<'rpolação pôde ser, então, unidimensional. Aqui ela deve ser bidimcusioual.
Como estamos trat.ando com problemas puramentf! difosivos, a fu ução de
interpolação pode ser linear. Desta. forma, a seguinte função satisfaz
A = [(Y2. - y3) <Pi+ (y3 - Y1) ~'>2 + (Y1 - Y2) <,Ó3) (16.82)
D
C = ((x2y3 - .i:3y2) <Pi + (:1.~:J.IJ 1 - y3.r1) </>-2 + (.t' tY2 - :i:2y1) rp3j
(16.84)
D
com D dado por
(16.86)
358 C. R. Maliska
e obtendo o va.lor das derivadas ela <p através da função ele interpolação. as
componentes do fluxo result.am cm
1J.o
nclS
.
= {Art!> ) 1la - {.Bf<P) Xu. (16.88)
! 1a0c
t!>
s dv
,
= -Ac