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Curso de Madeira PDF
Curso de Madeira PDF
CURSO
CONSTRUÇÕES DE MADEIRA
ANO: 2003
SUMÁRIO
1 - Madeira
1.1 - Importância do estudo da madeira...............................................05
1.2 - Vantagens do uso da madeira......................................................05
1.3 - Desvantagens do material............................................................06
2 - Natureza da Madeira
2.1 - Classificação das arvores ............................................................07
2.2 - Constituição Molecular ...............................................................07
2.3 - Estrutura Macroscópica..............................................................09
3 - Características da madeira
3.1 – Físicas ......................................................................................11
3.1.1 – Umidade..........................................................................12
3.1.2 – Retração..........................................................................13
3.1.3 - Dilatação térmica ..............................................................14
3.1.4 – Densidade .......................................................................14
3.1.5 - Condutibilidade térmica ....................................................15
3.1.6 – Durabilidade....................................................................15
3.1.7 - Condutibilidade Elétrica....................................................15
3.2 – Mecânicas .................................................................................16
3.2.1 - Propriedades elásticas.......................................................16
3.2.1.1 - Modulo de elasticidade (E)......................................16
3.2.1.2 - Modulo de elasticidade Transversal (G)...................16
3.2.2 - Propriedades de resistência ...............................................17
3.2.2.1 – Compressão ..........................................................17
3.2.2.2 – Tração...................................................................17
3.2.2.3 – Cisalhamento .........................................................19
3.2.2.4 - Flexão Simples .......................................................20
3.3 - Fatores que influenciam nas propriedades da madeira...................21
3.3.1 – Densidade .......................................................................21
3.3.2 - Defeitos da madeira ..........................................................21
3.3.2.1 – Defeitos.................................................................21
3.3.2.2 – Alterações .............................................................23
4 - Madeiras de Construção
4.1 - Madeiras maciças .......................................................................24
4.2 - Madeiras industrializadas.............................................................26
4.3 - Dimensões comerciais da madeira ...............................................27
2
4.3.1 – Peças de seção circular ....................................................28
4.4 - Classificação de peças estruturais de madeira...............................29
5 - Considerações gerais para projetos
5.1 - Hipóteses básicas de segurança...................................................30
5.2 – Ações........................................................................................30
5.2.1 - Classes de carregamento...................................................31
5.2.2 – Carregamentos.................................................................31
5.2.3 - Situações de projeto .........................................................32
5.2.4 - Combinação de ações .......................................................32
5.2.5 - Coeficientes para as combinações de ações .......................34
6 - Propriedades de resistência e rigidez na madeira.....................................00
6.1 - Caracterização completa da resistência da madeira serrada ...........39
6.2 - Ensaios de Madeira.....................................................................39
6.2.1 - Ensaio de compressão paralela às fibras.............................40
6.2.2 - Ensaio de Compressão normal às fibras.............................41
6.2.3 - Ensaio de tração paralela às fibras......................................42
6.2.4 - Ensaio de tração normal às fibras.......................................43
6.2.5 - Ensaio de cisalhamento .....................................................46
6.2.6 - Ensaio de flexão ...............................................................47
6.3 – Caracterização simplificada da resistência da madeira serrada .....49
6.4 - Classes de resistência .................................................................49
6.5 - Valores representativos das propriedades da madeira...................52
6.5.1 - Coeficiente de modificação ( Kmod)....................................53
6.5.2 - Coeficiente de ponderação (γW).........................................54
7 – Dimensionamento
7.1 - Estados Limites Últimos – Solicitações Normais ..........................55
7.1.1 - Compressão paralela às fibras ...........................................55
7.1.2 - Tração paralela .................................................................58
7.1.3 - Compressão normal às fibras ............................................59
7.1.4 - Compressão inclinada em relação às fibras.........................60
7.1.5 – Cisalhamento ...................................................................61
7.1.6 - Flexão simples reta ...........................................................61
7.1.7 - Flexão Composta .............................................................62
7.1.8 - Flexão Obliqua.................................................................63
7.2 - Estado Limite de utilização ..........................................................63
7.2.1 - Deformações limites para as construções correntes ............64
7.2.2 - Deformações limites para as construções com materiais
frágeis não estruturais ..................................................................64
8.0 – Ligações ...........................................................................................00
8.1 - Ligações com pinos metálicos.....................................................66
3
8.2 - Ligações com cavilhas ................................................................70
8.3 - Ligações por pinos .....................................................................72
8.3.1 - Ligações pregadas ............................................................72
8.3.2 - Ligações parafusadas........................................................73
8.3.3 - Ligações cavilhadas ..........................................................74
4
1 - MADEIRA
1.1.2 Versatilidade
- faz de peças delicadas a grandes estruturas
5
-
1.1.3 Trabalhada com facilidade
- pode ser reempregada
1.3.3 Combustível
6
2- Natureza da Madeira
7
tratamentos preservativos ou para melhorar as características da madeira, tem
suas causas e limitações na constituição da madeira.
A madeira é um material muito complexo, não se podendo a rigor
examinar sua constituição molecular, mas a das substancias que a constituem é
possível e até necessário. Parte preponderante das características físicas e de
resistência mecânica da madeira tem sua razão de ser na estrutura molecular
da celulose e da lignina , as quais representam cerca de 90% das substancias
componentes da madeira.
A celulose é a substancia preponderante (60 a 70%) na madeira.
Interligando a celulose e preenchendo vazios existe a lignina, a segunda
substancia constituinte da madeira, perfazendo de 15 a 35 % de sua estrutura.
O resto dos constituintes são hemiceluloses, açucares, albuminóides, resinas,
taninos, amidos e matérias minerais que se encontram nas cinzas. As
características físicas da madeira são o resultado da associação da celulose e
da lignina.
Maior percentagem de lignina representa diminuição de absorção de
água e o aumento da estabilidade dimensional. Pode-se dizer que a lignina na
madeira faz o trabalho do cimento no concreto.
8
2.3 Estrutura Macroscópica
9
As dicotiledôneas, apresentam três elementos essenciais: vasos, fibras e
raios heterocelulares, a resistência é desempenhada principalmente pelas
fibras e a condução da seiva bruta pelos vasos.
10
tendem a armazenar resinas, gomas, óleos, taninos e colorantes, tornando-se
também mecanicamente mais resistentes e menos susceptíveis ao ataque de
micro –organismos sendo designadas como cerne.
3-características da madeira
3.1- Físicas
11
3.1.1 Umidade
U = Mi – Mo x100
Mo
Na qual U é a umidade procurada
Mi é a massa da madeira cuja umidade se procura
Mo é a massa da madeira seca em estufa
12
Logo após o corte e desdobro, a água da madeira começa a evaporar-se;
o ar é geralmente ávido de umidade. A água livre evapora-se mais facilmente,
ate o ponto de saturação (25 a 30 %), umidade limite, acima da qual existe
água livre e abaixo somente água de impregnação. Não para aí a evaporação;
prossegue mais lentamente ate atingir umidade de equilíbrio com as condições
do ambiente. Estas são instáveis e a umidade da madeira ao ar oscila em torno
do valor de 12%.
3.1.2 Retração
13
3.1.3- Dilatação térmica
Como a maior parte dos corpos sólidos, a madeira pode se dilatar sob a
influencia do calor, mas estas variações dimensionais são pequenas,
desprezíveis diante das variações inversas de retração.
Coeficiente de dilatação:
0,05 x 10 -4 / °C na direção axial
0,50 x 10–4 / °C na direção radial ou tangencial
3.1.4- Densidade
14
Determinação da densidade, no grau de umidade H inferior ao ponto de
saturação é Dh = Mh
Vh
Mh é a massa em gramas da amostra com umidade H
Vh é o volume em cm3 da amostra com umidade H
3.1.6 Durabilidade
15
3.2 - Mecânicas
16
3.2.2 Propriedades de resistência
3.2.2.1 Compressão
17
Já para solicitações inclinadas em relação às fibras da madeira adotam-se
valores intermediários entre a compressão paralela e a normal, valores estes
obtidos pela expressão de Hankinson:
fc 0fc 90
fcθ =
fc 0 sen2 θ + fc 90 cos2 θ
3.2.2.2 Tração
18
fibras, os esforços agem na direção perpendicular ao comprimento das fibras
tendendo a separa-las, alterando significativamente a sua integridade estrutural
e apresenta baixos valores de deformação
3.2.2.3 Cisalhamento
19
3.2.2.4 Flexão Simples
20
3.3- Fatores que influenciam nas propriedades da madeira
3.3.1 Densidade
3.3.2.1 Defeitos
21
- Anomalias de crescimento – são devidas à constituição ou ao
funcionamento anormal com fibras tortas, curvaturas, irregularidades,
coloração anormal etc.
- Feridas- qualquer que seja a causa, uma ferida em uma arvore sobre o
pé, coloca um fluxo da seiva na zona tocada formando um novo tecido de
cicatrização.
22
Antes de ser utilizada nas construções, a madeira serrada deve passar
por um período de secagem para reduzir a umidade. O melhor método de
secagem consiste em colocar separadores para permitir circulação livre de ar
em todas as faces das peças. A secagem natural é lenta e desenvolveram-se
processos artificiais de secagem.
3.3.2.2 Alterações
23
Podridão Podridão
Mancha Mancha
4 - Madeiras de Construção
24
- madeira falquejada → possui as faces laterais aparadas a
machado, formando seções maciças, quadradas ou retangulares ex. estacas,
cortinas cravadas, pontes.]
25
4.2 - Madeiras industrializadas
26
4.3 Dimensões comerciais da madeira
27
4.3.1 – Peças de seção circular
As peças de seção circular, sob ação de solicitações normais ou
tangenciais, podem ser consideradas como se fossem de seção quadrada, de
área equivalente.
As peças de seção circular variável, podem ser calculadas como se
fossem de seção uniforme, igual à seção situada a uma distância da
28
extremidade mais delgada igual a 1/3 do comprimento total, não se
considerando, no entanto, um diâmetro superior a uma e meia vezes o
diâmetro nessa extremidade.
29
5 Considerações gerais para projetos
Estados Limites
São os estados assumidos pela estrutura, a partir dos quais apresenta
desempenhos inadequados às finalidades da construção.
5.2 Ações
30
Para a elaboração dos projetos, as ações devem ser combinadas, com
aplicação de coeficientes sobre cada uma delas, para levar em conta a
probabilidade de ocorrência simultânea. A aplicação das ações deve ser feita
de modo a se conseguirem as situações mais criticas para a estrutura.
5.2.2 Carregamentos
Carregamento normal:
Um carregamento é normal quando inclui apenas as ações decorrentes
do uso previsto para a construção, é considerado de longa duração e deve ser
verificado nos estados limites ultimo e de utilização
Carregamento especial:
Um carregamento é especial quando inclui a atuação de ações variáveis
de natureza ou intensidade especiais cujos efeitos superam em intensidade os
efeitos produzidos pelas ações consideradas no carregamento normal.
Carregamento excepcional:
31
Um carregamento é excepcional quando inclui ações excepcionais que
podem provocar efeitos catastróficos
Carregamento de construção:
Um carregamento de construção é transitório e deve ser definido em
cada caso particular em que haja risco de ocorrência de estados limites últimos
já durante a construção.
m
n
F = ∑γ F + γ F + ∑ ψ F
d gi , k Q Q1, k Qj , k
gi 0j
i =1 j = 2
m n
Fd ∑= γ gi F gi, k + γ F Q1,k + ∑ψ 0 j, ef F Qj, k
Q
i =1
j=2
32
A única alteração em relação às combinações últimas normais está na
consideração do coeficiente ψ que será o mesmo, a menos que a ação
0 j, ef
variável principal FQ1 tenha um tempo de atuação muito pequeno, neste caso
Ψ 0 j , ef = Ψ 2 j
m n
Fd ∑= γ gi F gi, k
+ F Q ,exp
+ γ Q ∑ψ 0 j ,ef F Qi,k
i =1 j =1
F d , uti = ∑ F gi, k + ∑ψ
i =1 j =1
2j F Qj , k
m n
F d , uti = ∑ F gi, k +ψ
i =1
1 F Q1, k + ∑ψ j =2
2j F Qj , k
m n
F d ,uti
= ∑ F gi,k
+
1 F Q1,k
+ ∑ ψ 1 j F Qj ,k
i =1 j=2
33
São utilizadas quando for importante impedir defeitos decorrentes das
deformações da estrutura. Neste caso a ação variável principal atua com seus
valores referentes à média duração.
m n
F d ,uti
= ∑ F gi, k
+
1 F Q,esp
+ ∑ ψ 2 j F Qj ,k
i =1 j =1
34
Ações permanentes de grande variabilidade
35
Ações permanentes indiretas
36
Ações variáveis secundarias ( ψ 0 )
Este coeficiente varia de acordo com a ação considerada, como pode ser
visto na tabela a seguir.
37
6. Propriedades de resistência e rigidez na madeira
E90 = 1 . E0 .
20
38
6.1 Caracterização completa da resistência da madeira serrada
fc0 = Fc0,max .
A
Onde
Fc0,max é a máxima força de compressão aplicada ao corpo de prova
durante o ensaio
39
A é a área inicial da seção transversal
fc0 é a resistência à compressão paralela às fibras
40
6.2.2 Ensaio de Compressão normal às fibras
41
6.2.3 Ensaio de tração paralela às fibras
ft0 = Ft0,max .
A
Onde
ft0 é a resistência à tração paralela às fibras
Ft0,max é a máxima forca de tração aplicada ao corpo de prova durante o
ensaio
A é a área inicial da seção transversal tracionada do trecho central do
corpo de prova
42
6.2.4 Ensaio de tração normal às fibras
43
44
6.2.5 Ensaio de cisalhamento
fvo, max
fVo =
Avo
Onde
45
6.2.6 Ensaio de flexão
M max
fM =
We
Onde:
Mmax é o momento máximo aplicado ao corpo de prova
46
Os corpos de prova devem ter forma prismática, com seção transversal
quadrada de 5cm de lado e comprimento na direção paralela às fibras de
115cm.
47
6.3-Caracterização simplificada da resistência da madeira serrada
fc 0, k
= 0.77
f t0, k
f tm , k
= 1.0
ft 0, k
f c 90 ,k
= 0.25
fc 0, k
fe 0, k
= 1.0
fc 0, k
f e 90, k
= 0.25
fc 0, k
Para coníferas:
f v 0 ,k
= 0.15
f c 0 ,k
Para dicotiledôneas
fv 0, k
= 0.12
fc 0, k
6.4-Classes de resistência
48
49
50
6.5 Valores representativos das propriedades da madeira
Xk,12 = 0.7Xm,12
X 1 + X 2 + ....... + X n
−1
Xk = 2 2
− X n *1.1
n
−1 2
2
Onde n é o numero de corpos de prova ensaiados (pelo menos 6
exemplares)
Xk
X d = K mod
γW
Onde
γw é o coeficiente de minoração das propriedades da madeira
Kmod é o coeficiente de modificação
51
Os coeficientes de modificação afetam os valores de calculo de
propriedades da madeira em função da classe de carregamento da estrutura, da
classe de umidade e da qualidade da madeira utilizada.
O coeficiente de modificação é determinado pela expressão a seguir:
52
O coeficiente de modificacaoKmod,3, leva em conta a categoria da
madeira utilizada. Para madeira de primeira categoria, ou seja, aquela que
passou por classificação visual para garantir a isenção de defeitos e por
classificação mecânica para garantir a homogeneidade da rigidez, o valor de
Kmod,3 é 1.0. Caso contrario, a madeira é considerada como de segunda
categoria e o valor de Kmod,3 é 0.8.
53
7.0 Dimensionamento
l
λ= 0
i
min
σ ≤f
c0,d c0,d
Onde:
σc0,d é a tensão de compressão atuante (valor de calculo)
fc0,d é a resistência de calculo à compressão
F
σ = d
c0,d A
54
Peças medianamente esbeltas (40 < λ ≤ 80)
Md = Nd ed
sendo
Nd a carga atuante
FE a carga critica de Euler
F
e =e E
d 1 F − N
E d
e = e + ea
1 i
M
ei = 1d
N
d
ei é a excentricidade inicial
ea é a excentricidade acidental
l
ea = 0
300
π 2E I
c0,ef
F =
E l2
0
55
Peças esbeltas (80 < λ ≤ 140)
σ σ
Nd + Md ≤ 1
f f
c0,d c0,d
com
FE
M =N e
d d 1,ef FE −Nd
e1,ef = e1 + ec = ei + ea + ec
ea é a excentricidade acidental
M M +M
1d 1gd 1qd
ei = =
Nd N
d
56
l
ea = 0
300
φ N +(ψ +ψ ) N
gk 1 2 qk
FE − Ngk +(ψ1+ψ 2) Nqk
ec = eig + ea exp
− 1
com ϕ1+ϕ2≤1
σ ≤f
t 0,d t 0,d
57
Permitindo-se ignorar a influencia da eventual inclinação das fibras da
madeira em relação ao eixo longitudinal da peça tracionada até o angulo
α =6°. Caso esta inclinação seja maior, deve-se adotar a expressão de
Hankinson para uma redução de ft0,d
σ ≤ f
c 90,d c90 ,d
f = 0.25 f α
c90,d c0,d n
Onde α n
58
7.1.4 Compressão inclinada em relação às fibras
f f
fα = 0 90
f sen α + f cos2 α
2
0 90
59
7.1.5 Cisalhamento
τd ≤ f
v 0, d
VS
τ =
d bI
60
No caso de vigas com seção transversal retangular de largura b e altura
h, tem-se:
3V
τ =
d 2bh
Flexo-tração
σ σ σ
Nt ,d Mx,d My,d
+ +k ≤1
f f M f
t 0,d t 0,d t 0,d
σ σ σ
Nt ,d + k Mx,d + My,d ≤ 1
f M f f
t 0,d t 0,d t 0,d
Flexo-compressão
61
2
σ σ σ
Nc , d Mx,d My,d
+ +k ≤1
f f M f
c 0, d c 0,d c 0,d
2
σ σ σ
Nc , d Mx,d My,d
+k + ≤1
f M f f
c 0, d c0,d c 0,d
Neste caso a norma especifica a verificação pela mais rigorosa das duas
condições seguintes, tanto em relação às tensões de tração quanto às de
compressão paralela.
σ σ
Mx,d My,d
+k ≤1
f M f
wd wd
σ σ
Mx ,d My,d
k + ≤1
M f f
wd wd
62
7.2.1 Deformações limites para as construções correntes
8.0 Ligações
63
As ligações por aderência são estabelecidas por meio de uma fina
película de adesivo. Os esforços são absorvidos por superfícies relativamente
grandes formadas por áreas ligadas pelo adesivo.
64
No calculo das ligações a norma brasileira não permite a consideração
do atrito entre as superfícies de contato devido à retração e à deformação lenta
da madeira, nem de esforços transmitidos por estribos, braçadeiras ou
grampos.
A madeira quando perfurada pode apresentar problemas de
fendilhamento. Para evitar este problema devem ser obedecidos os
espaçamentos e pré-furações especificadas pela norma brasileira .
O estado limite último de uma ligação é atingido por deficiência da
resistência da madeira ou do elemento de ligação.
Sd ≤ Rd
65
no = 8 + (n − 8)
2
3
Cabe ainda ressaltar que nunca se deve utilizar ligações com um único
pino.
A resistência característica de escoamento mínima do aço utilizado na
fabricação de pregos e parafusos deve ser, de acordo com a norma brasileira,
de 600 MPa e 240 MPa, respectivamente.
As seguintes propriedades são consideradas no cálculo da resistência de
um pino, em uma dada seção de corte:
-Madeira:
• Resistência ao embutimento (fwed) das duas peças interligadas.
• Espessura convencional "t", de acordo com a figura 26.
-Pino:
• Resistência de escoamento (fYd).
• Diâmetro do pino.
66
No dimensionamento das ligações de estruturas de madeira por pinos
duas situações podem ocorrer: o embutimento da madeira ou a flexão do pino.
Estes dois fenômenos são função da relação entre a espessura da peça de
madeira e o diâmetro do pino, dada pela seguinte expressão
t
β=
d
onde:
t = espessura convencional da madeira;
d = diâmetro do pino.
t2
Rvd,1 = 0,40 f eαd
β
d2
Rvd,1 = 0,625 f yd
β lim
67
f yk
f yd =
γs
como γs = 1,1 e
f e0 ,d xf e90,d
f eα ,d =
f e 0,d x sen 2 α + f e 90,d x cos2 α
Sendo:
68
OBS: Para peças múltiplas, em pares, em corte duplo ou quádruplo,
considera-se t o menor valor entre t1 e t2.
69
As ligações podem apresentar cortes simples ou duplos, sendo que as
configurações de corte simples só podem ser empregadas em ligações
secundárias.
De modo análogo ao apresentado para os pinos metálicos, a
determinação da resistência é feita em função do coeficiente f3, cÇ>mo
descrito a seguir:
t
β=
d
f
c0d , cav
β =
Lim f
c90d , cav
t2
Rvd,1 = 0,4 f c 90 d ,cav
β
d2
Rvd,1 = 0,4 f c 90 d ,cav
β lim
70
• .Diâmetro máximo de 1/6 da espessura da peça de madeira mais
delgada.
• .Espaçamento mínimo entre os pregos de 10 vezes o diâmetro.
71
8.3.2 Ligações parafusadas
Duas situações podem ocorrer neste caso:
• .Pré-furação não maior que o diâmetro mais 0,5 mm, para
consideração de ligação rígida.
• .Valores maiores que o anterior com consideração de ligação
deformável.
Entende-se por ligação rígida aquela que obedece aos critérios de pré-
furação e utiliza no mínimo 4 pinos.
72