10º ANO
OBJECTIVOS PARA O TESTE 1
A filosofia é um conhecimento, uma forma de saber que, como tal, tem uma esfera
própria de competência, a respeito da qual procura adquirir informações válidas,
precisas e ordenadas. Mas, enquanto é fácil dizer qual é a esfera de competência
das várias ciências experimentais, o mesmo não se dá com a filosofia. Sabemos, por
exemplo, que a botânica estuda as plantas, a geografia, os lugares, a história, os
factos, a medicina, as doenças etc. Quanto à filosofia, o que é que ela estuda? No
dizer dos filósofos, estuda todas as coisas. Aristóteles, que foi o primeiro a fazer
uma pesquisa rigorosa e sistemática em torno desta disciplina, diz que a filosofia
estuda “as causas últimas de todas as coisas”; Cícero define a filosofia como “o
estudo das causas humanas e divinas das coisas”; Descartes afirma que a filosofia
“ensina a raciocinar bem”; Hegel entende-a como “o saber absoluto”. Poderíamos
citar muitos outros filósofos que definem a filosofia ora como o estudo do valor do
conhecimento, ora como a indagação do fim último do homem, ora como estudo da
linguagem, do ser, da história, da arte, da cultura, da política etc. Realmente,
coerentes com essas diferentes definições, os filósofos estudaram todas as
coisas.
Devemos então concluir que a filosofia estuda tudo? Sim, e por duas razões.
Em primeiro lugar, porque todas as coisas podem ser examinadas ao nível científico
e também filosófico. Assim, os homens, os animais, as plantas, a matéria, estudados
por muitas ciências e sob diversos pontos de vista, podem ser objecto também da
indagação filosófica. De facto, os cientistas perguntam-se de que é feita a
matéria, o que é a vida, como são formados os animais e o homem, mas não
consideram outros problemas que dizem respeito também ao homem, aos animais,
às plantas, à matéria, como, por exemplo, o que é a existência. Especialmente a
respeito do homem, que as ciências estudam sob vários aspectos, muitos são os
problemas que nenhuma delas estuda (supondo-os já resolvidos), como o do valor da
vida e do conhecimento humanos, o da natureza do mal, o da origem e do valor da
lei moral. A filosofia trata destes problemas.
Há, porém, duas outras qualidades que contribuem para dar um carácter próprio e
específico ao saber filosófico: trata-se do método e do objectivo.
O objecto
A filosofia não tem um objecto específico de estudo, tem vários, ou, o seu objecto é o todo.
Isto é tudo quanto existe, o que quer que seja, pode tornar-se objecto de reflexão
filosófica, dependendo apenas da perspectiva em que é encarado e dos processos utilizados
para abordar. É nesse sentido que se diz que objecto da reflexão filosófica é o ser,
conceito que engloba tudo o que existe, desde os mais simples e vulgares objectos
materiais até às mais complexas e refinadas criações do espírito humano. A arte,
a religião, o comportamento do ser humano e os valores por se orientar, a própria ciência, a
linguagem, o domínio da acção política, são campos que a filosofia explora.
O objectivo
A filosofia, como a ciência, a arte, a religião, pretende compreender melhor o mundo e a
vida. Não é propriamente o desejo de encontrar as causas dos fenómenos, como acontece
na ciência, que a norteia, mas antes o de dilucidar conceitos, levantar questões,
perceber razões e encontrar sentidos.
O método
Quanto aos procedimentos adoptados, basta dizer que a filosofia é um empreendimento
racional: quer compreender; quer compreender através da razão.
-O filosofar espontâneo
A atitude filosófica é própria do ser humano; embora possa haver pessoas que não
assumam esta atitude. Neste caso, todos podemos filosofar. Assim, distingue-se o
filosofar espontâneo do sistemático, que, em relação ao primeiro, é organizado,
rigoroso e pressupõe o conhecimento da história da Filosofia. O filosofar
sistemático é próprio dos filósofos, enquanto o espontâneo acontece diariamente,
por parte daqueles que têm uma atitude filosófica perante a vida.
Assim, esta atitude traduz-se pelo pensamento autêntico, pessoal.
Embora a capacidade de reflectir seja inerente a todos os homens, nem
sempre a estamos a exercitar. Por habito uns fazem-no mais do que outros. Viver e
reflectir não são necessariamente sinónimos.
Designa-se por atitude espontânea, natural, a nossa atitude mais comum que
temos perante as coisas, em que nos limitamos a aceitar passivamente aquilo que
nos é dado através dos sentidos. Nesse sentido a atitude natural é também
designada por senso comum, o primeiro nível de conhecimento.
O pensamento reflexivo, esse surge quando o homem toma uma atitude
problematizadora da realidade. Aquilo que era natural, surge de repente como algo
estranho, carecendo de ser compreendido e explicitado. Reflectir implica um
distanciamento das coisas, para as poder voltar a olhar de outra forma. Designa-se
esta última atitude por reflexiva.
Cada filosofia é como que um sinal dessa permanente insatisfação humana, que
nunca se contenta com nenhuma resposta e procura atingir sempre novos
horizontes.
Ontologia
Sinónimo de Metafísica Geral. Trata das questões relativas ao ser enquanto Ser
(Ontos). Ocupa-se do Ser em geral e das suas propriedades.
Metafísica: Reflexão sobre o Ser, as causas e primeiros princípios.
Questões: O que é ser? Qual a origem do Ser? Como se caracteriza? Que é a
realidade?
Lógica
Termo de origem grega que significa ciência do raciocínio. A lógica é entendida
como o estudo dos métodos e princípios usados para distinguir um raciocínio
correcto de um raciocínio incorrecto. A lógica pode ser dividida em Lógica Formal e
Lógica Material. A primeira estuda as leis que devem regular as diferentes formas
do pensamento (conceitos, juízos, raciocínios...). A segunda, estuda o acordo do
Ética
Reflexão sobre os fundamentos da moral. O que caracteriza a ética é a sua
dimensão pessoal, isto é, o esforço do homem para fundamentar e legitimar a sua
conduta. A ética é actualmente dividida em três partes fundamentais: a)Ética
Descritiva- Descreve os fenómenos morais; b) Ética Normativa -procura a
justificação racional da moral; c) Metaética- reflecte sobre os métodos e a
linguagem utilizada pela própria Ética.
Estética
Termo de origem grega que significa sensibilidade. Disciplina da filosofia que
estuda as formas de manifestação da beleza natural ou artística (criadas pelo
homem).
Questões: O que é a arte? O que é o belo? Como é que um objecto se torna uma
obra de arte? Como podemos avaliar uma obra de arte? Com que critérios? A arte
tem alguma utilidade? Qual?