10 Formas de Facilitares A Tua Vida PDF

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PEDRO VIEIRA
10 FORMAS DE FACILITARES
A TUA VIDA
10 Formas de Facilitares a Tua Vida * Pedro Vieira
“10 Formas de Facilitares a Tua Vida”

Pedro Vieira
Janeiro 2015
©Pedro Vieira 2015, Todos os Direitos Reservados
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(Este livro é dedicado a todas as pessoas que acreditam que a Vida pode ser
fácil, entusiasmante, mágica – em especial à grande família LIFE Training,
dos colaboradores aos participantes, dos fãs aos estudantes)
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10 FORMAS DE FACILITARES
A TUA VIDA
Pedro Vieira
Está na hora de facilitares a tua vida! Por isso escrevi este

pequeno livro, com o objetivo de ajudar todos os que lidam com
vidas emocionalmente difíceis. Acredito que cada uma das 10
estratégias que aqui partilho contigo podem fazer uma enorme
diferença na forma como te relacionas com a tua vida – ao ponto
de, verdadeiramente, a facilitares!
Sabes, é que – contactando com tantas pessoas todas as

semanas – sou confrontado regularmente com um conjunto de
obstáculos ou dificuldades sentidos pelos meus clientes de
coaching e participantes em cursos: pessoas que partilham
comigo as suas dúvidas, ansiedades, desejos e dificuldades. E foi
com base no estudo dessas dificuldades que nasceu este livro –
pois em determinado momento comecei a perguntar-me quais
tinham sido as estratégias, os processos, as técnicas que me
tinham facilitado a vida ao ponto de já não ter de lidar com a maior
parte dos obstáculos que me eram apresentados por outras
pessoas.
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Tenho uma firme crença de que a quase totalidade das nossas

dificuldades emocionais – enquanto adultos - são criadas por nós
próprios, quase sempre de forma inconsciente. Isso são, na
realidade, ótimas notícias: se criamos também podemos eliminar!
Vou mostrar-te 10 formas de diminuíres – ou até eliminares –

algumas das crenças que estão na origem da maior parte das
dificuldades emocionais que as pessoas enfrentam. Talvez estejas
a pensar que te vou ensinar a ganhar dinheiro, ou a seduzir
pessoas, ou até a ganhar mais saúde. Bem, na verdade, vou-te
ensinar coisas muito mais importantes do que essas! É que essas
coisas não são, na sua essência, dificuldades. São apenas
exteriorizações das verdadeiras dificuldades, aquelas que cada
um de nós enfrenta dentro de si: as dificuldades originadas pelos
nossos pensamentos e sua respetiva estrutura, as dificuldades
originadas pelos nossos sentimentos e seus respetivos padrões!
Pois são estas coisas, pensamentos e sentimentos, que originam
os comportamentos que, por sua vez, geram aquilo a que as
pessoas chamam de dificuldades.
Fui demasiado rápido? Então vou repetir e usar um pequeno

esquema:
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PENSAMENTOS SENTIMENTOS
PENSAMENTOS SENTIMENTOS
Sobre Sobre
SENTIMENTOS PENSAMENTOS
COMPORTAMENTOS
RESULTADOS
Estás a perceber? Quando alguém descreve um resultado, coloca

muitas vezes aí a sua atenção (chamando-o de dificuldade) e
esquecendo as potenciais causas que originam esse efeito!
Ora, este livro parte da premissa de que as dificuldades não estão

no fim do processo e sim no seu início. Ou seja, a dificuldade não
é o resultado e sim a cadeia de pensamentos/sentimentos.
Desenhei, portanto, estas 10 estratégias para criar impacto nessa
cadeia e, assim, eliminar as dificuldades onde elas realmente
nascem! Por isso, como entendes agora, estas “10 Formas de
Facilitares a Tua Vida” também poderiam ser apelidadas de “10
Formas de Pensares e Sentires Melhor” J
Repara nos seguintes exemplos de descrições de “dificuldades” e

procura situá-los no esquema acima, para verificares onde é que a
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pessoa em causa coloca a dificuldade e onde é que a dificuldade

realmente está!
“O meu problema é a falta de dinheiro! Não estou a conseguir

pagar as minhas contas como fazia antes, parece que nunca é
suficiente. Se tivesse mais dinheiro, tudo seria mais fácil”.
“A minha principal dificuldade na vida são os meus

relacionamentos familiares, estão a correr muito mal, com gritaria
todos os dias em casa e acusações a toda a hora”.
“O que eu precisava era de conseguir um bom emprego, aí é que

a minha vida ficava mais fácil, pois o emprego que tenho não tem
qualquer perspectiva de carreira, trabalho muitas horas e não
tenho nenhum reconhecimento”.
“O que eu precisava era de encontrar alguém com quem ter uma

vida a dois verdadeiramente feliz, só que é muito difícil nos dias
que correr, as pessoas estão muito voltadas para si e é quase
impossível conhecer boas pessoas”.
“A minha saúde dificulta-me muito a vida, estou sempre a correr

para o médico, e acontece-me sempre ficar mal nas piores alturas.
Assim não consigo ter uma boa carreira e os meus
relacionamentos também se estão a ressentir, claro”.
Onde está o aparente foco? Na parte de cima do esquema (aquela

que verdadeiramente controlamos: pensamento e sentimento) ou
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na parte de baixo (os resultados e os comportamentos que os

geraram)?
Há muitos anos que se investe no treino comportamental – tanto

nas empresas como nas famílias. A ideia é simples e lógica:
melhores comportamentos geram melhores resultados. A questão
é que a maior parte das pessoas experiencia falta de controlo em
relação aos seus comportamentos, caso contrário não teríamos
tantas pessoas com padrões nocivos nas várias áreas da vida: da
alimentação ao exercício físico, da parentalidade ao romance, da
família ao trabalho. A questão é que, para alterar comportamentos
de forma consistente e eficiente, é importante aprender a colocar a
atenção sobre as tais cadeias dinâmicas de pensamentos e
sentimentos. É aí, com arte e engenho, que vamos aprender a
facilitar a nossa vida.
Cada uma das estratégias que te vou apresentar tem diferentes

graus de desafio mental. Algumas são de rápida compreensão,
outra vão estimular-te a pensar de forma abrangente sobre a
experiência humana antes de ganharem contornos mais
específicos. Ou seja, proponho-me deliberadamente desafiar-te e
não vou limitar este ebook a estratégias de aceitação universal (os
chamados clichés do desenvolvimento pessoal, a que gosto
também de chamar de “crowd pleasers” – agradam a quase toda a
gente). Está na hora de, ambos, sermos mais ambiciosos e
colocarmos à prova algumas crenças estabelecidas; pois só assim
conseguiremos criar potencial de mudança, pensando fora do
nosso quadro de referências.
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Se em algum momento sentires que necessitas de

esclarecimentos ou exemplo adicionais, usa a minha página do
Facebook para pedir ajuda, ok? Fico a aguardar as tuas questões
e, também, os teus comentários sobre as estratégias aqui
partilhadas.
Vamos? Vamos!
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1. Aceita o momento, aceita a vida, aceita o mundo,

aceita-te!
Bem, esta foi definitivamente uma das formas mais poderosas que
encontrei de facilitar a minha vida: mudou tudo! Quando comecei a
lidar com o conceito de “aceitação” passei por vários estágios na
sua compreensão e prática. Primeiro, sinceramente, pareceu-me
simplesmente duvidoso – então a proposta era a de aceitar o
momento? Então e se não concordasse com o que estava a
acontecer? E se o que estava a acontecer não fosse do meu
interesse ou agrado? Lutei mentalmente com o conceito. Até que
percebi a diferença entre aceitar e concordar. São coisas
diferentes, não é? Aceitar quer dizer, unicamente... aceitar! Aceitar
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que já aconteceu ou está a acontecer, aceitar que aquilo que os

meus sentidos me mostram é isso mesmo. Aceitar é,
simplesmente, fazer as pazes com o mundo e com a vida,
aceitando que estes são o que são. Como poderiam não ser se já
são? Lê lá esta última pergunta outra vez!
Depois de compreender o conceito da aceitação, pude passar ao

passo seguinte: a integração do princípio na prática. Praticar a
aceitação é desafiante e, ao mesmo tempo, imensamente
libertador. A minha vida ficou (muito) mais fácil! Pois, quando
comecei a praticar a aceitação, pude deixar de perder tempo a
procurar negar o inegável, a lutar contra aquilo que já é – e isso
tem muita força, claro!
“A felicidade só pode existir na aceitação” – George Orwell
“Não acredito que isto me está a acontecer, não mereço” leva a

um contínuo desperdício de recursos e a uma emersão de estados
emocionais pouco poderosos (tristeza, injustiça, mágoa, etc.).
Quando transformado em “isto está a acontecer agora, e agora
posso decidir o que quero fazer com isto” recupero o poder!
“Não aceito que ela me tenha tratado desta forma, depois de tudo
o que fiz por ela” retira-me a possibilidade de fazer outra coisa que
não seja sentir-me mal. O que ganho com isso? Muito pouco!
Facilito bem mais a minha vida emocional trocando o pensamento
inicial por algo como “ela tratou-me de uma determinada forma,
que pode ser interpretada da forma que eu quiser, aceito que ela
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fez o que fez e dou-lhe agora o significado que melhor me faz

sentir”.
Percebes o imenso poder desta forma de interagir com a vida?

Podes libertar-te das dores emocionais do teu passado –
aceitando que o passado foi o que foi. Podes assumir o teu poder
agora – aceitando que o presente é o que é.
“Aceitação do que aconteceu é o primeiro passo para ultrapassar

as consequências de qualquer infortúnio” – William James
Vejo todos os dias pessoas cheia de recursos investirem o seu

tempo a lutarem contra aquilo que já é – em vez de aceitarem
primeiro e transformarem depois. Repara que existem partidos
políticos que assentam na não aceitação todo o seu programa, há
programas de televisão desportivos onde se explora ao máximo a
não aceitação, há famílias inteiras que lutam diariamente em
nome da não aceitação. Que resultados são gerados por esta
atitude? A vida fica mais fácil? Torna-se mais agradável, mais
justa, mais bonita? Na realidade, não há possibilidade de mudar
aquilo que não se aceita!
Trabalhei com um treinador de futebol que me dizia que, depois de

ver o árbitro marcar um penálti erradamente contra a sua equipa
se recusava a aceitar essa injustiça. Disse-me que lutava,
esbracejando, insultando, gritando, demonstrando a sua raiva,
“isto não fica assim” dizia! Que ilusão! Nunca conseguiu, na
prática, gerar nenhum resultado positivo com esta atitude. Quando
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percebeu que a aceitação não passava por concordar e

simplesmente por reconhecer o que se estava a passar, passou a
interagir de forma diferente com situações desse tipo. “O árbitro
marcou penálti contra a minha equipa e agora, o que posso fazer?
Que instruções posso dar ao meu guarda-redes, que alterações
posso introduzir na tática da equipa, o que posso dizer ao árbitro
para influenciá-lo numa próxima decisão?”
Uma cliente de coaching manifestou-me que não aceitava que os

seus pais nunca tivessem reconhecido o seu sucesso profissional:
“nem uma palavra, nem um sinal de apreço, claro que sofro muito
por causa disso, é inaceitável que não se reconheça o valor dos
próprios filhos”! Ao investir na prática da aceitação, passou a olhar
a situação com outra frescura emocional e com outra
disponibilidade mental: “os meus pais não me transmitiram, ainda,
por nenhuma forma que eu conseguisse observar, satisfação pelo
meu percurso profissional; como isso é importante para mim, na
próxima vez que estivermos juntos vou perguntar-lhes o que
acham sobre a minha carreira, aceitando que cada um acha o que
quiser sobre o mundo”! Surpresa: o pai – que tinha dificuldades
em manifestar emoções – ficou com os olhos lacrimejantes
quando lhe disse: “és a melhor, minha filha, sempre foste”!
Quando aceitas deixas de lutar contra aquilo que já é e passas a

lutar por aquilo que achas que é melhor ser. Pensa nisso, talvez
estejas a direcionar as tuas forças contra aquilo que não pode ser
alterado (porque já foi ou já é) como uma forma de fugires à
verdadeira questão: o que vais fazer com a tua vida agora?
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Aceitar cria espaço para a transformação. Aceita isso e a tua vida

ficará mais fácil. A minha ficou!
Resumo: toda a transformação é precedida de aceitação, aceita o

que é e criarás espaço para exercer o teu poder de mudança!
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2. Sai da cabeça, entra em movimento!
Durante muitos anos fui um campeão do pensamento. Deves

conhecer muitos como eu, se calhar até tu entras nesta galeria:
pessoas que pensam demasiado! Pensam sobre algo, depois
pensam mais um pouco, depois pensam sobre o que pensaram,
depois pensam que talvez não devessem pensar tanto, depois
pensam ainda sobre todas as coisas que pensaram antes e
acabam por pensar que é melhor continuar a pensar nisso!
Há momentos para pensar, há momentos para sentir e há

momentos para agir! Na experiência humana, o pensamento tem
uma série de funções e permite-nos, por exemplo, alcançar o
abstrato e o divino, captar o misterioso e o místico. E também
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serve para nos levar até à procrastinação, à fuga da ação e da

própria vida.
Queres facilitar a tua vida? Pensa menos e move-te!
Repara que isto é diferente de sugerir que não penses. Pensar

menos pode querer dizer pensar melhor! Pensa com mais
qualidade, pensa sobre a estrutura do teu pensamento e, depois
disso, sai da cabeça: usa o teu corpo para criares movimento e
energia!
Sou um grande aficionado da prática de exercício físico. Com

raras exceções, pratico desporto todos os dias. Faço-o desde
miúdo e está ligado aos meus momentos mais decididos, aos
meus momentos mais criativos, aos meus momentos mais
apaixonados.
“A nossa natureza consiste no movimento; a imobilidade é a

morte” – Blaise Pascal
Quando entro em processo de sobre-pensamento, saio da cabeça

e entro em movimento: corro ou levanto pesos. Depois de um
certo período, o pensamento fica mais claro, mais preciso, mais
criativo. Fica melhor! Principalmente através da corrida, consigo
entrar num estado onde o meu sistema mental começa a entrar
em fase de eficiência e produção de soluções. Algumas das
pessoas que conheço que utilizam este processo, fazem-no com
diferentes atividades como dança, desportos com bola, artes
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marciais. Há quem prefira atividades físicas mais tranquilas e que

não deixam de oferecer uma total absorção da atenção mental
para o desempenho de tarefas físicas com movimento associado:
jardinagem, cozinha, artes manuais, e muitas outras!
A falta de movimento causa cristalização, sem movimento não há

agitar das águas, parados não conseguimos progredir! E isto não
é apenas metafórico, como te poderiam dizer muitas das pessoas
que conheço e que já descobriram o poder do movimento. Ficam
aqui alguns exemplos de participantes recentes em cursos que
facilitei:
“Desde que comecei a correr, consegui finalmente a inspiração

para começar a escrever o livro que há tanto tempo queria iniciar.
Não sei bem como, sei que depois de uma corrida, agarrei no
computador e não parei de escrever até ter toda a estrutura inicial
do livro”!
“Estava a ser tão difícil deixar de discutir com o meu filho de 14

anos, parecia que todas as conversas acabavam com portas a
bater e gritaria. Até ao dia em que o convenci a fazer comigo uma
aula de yoga. Sem falarmos, a energia de ambos começou a
alinhar-se, quase como se através dos movimentos sincronizados
conseguíssemos criar a ligação que não estávamos a conseguir
através das palavras”.
“Depois de ter sido despedido, fui-me mesmo abaixo. Nada

parecia correr bem e cada vez tinha menos energia. Não
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conseguia deixar de pensar no raio do despedimento e na forma

injusta como me tinham tratado. Um dia um amigo desafiou-me
para ir ao ginásio. Estava em tão má forma física que acho que só
fui para me punir e passar pela dor e alguma vergonha. A verdade
é que me senti mais vivo, mais energizado. No dia seguinte estava
todo dorido, é verdade, mas tinha também uma nova vontade de
enfrentar a vida de frente”.
Se estás a pensar demasiado e a vida te começa a parecer difícil,

com problemas que não consegues resolver, com atração pelo
remoer mental de situações e eventos, com dificuldade em lidar
com determinadas pessoas e conversas... Sai da cabeça e entra
em ação: corre, dança, salta! Deixa que novos químicos invadam
o teu sistema e te ofereçam uma nova forma de olhar e sentir o
mundo. Tornarás a tua vida tão mais fácil, garanto-te. Para mim,
este é um dos truques que nunca falha: correr muito!
Resumo: as dificuldades são meras formas mentais de olhares a

tua vida, experimenta aumentares o movimento e repara como as
coisas ficam mentalmente mais fáceis e fluídas.
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3. Não precisas de ter opinião sobre tudo - nem de

defender as tuas opiniões
Quando comecei a expor em público as minhas opiniões, lidei com

muitas dificuldades. Tantas que achei que mais valia estar calado!
Quando decidia falar (numa equipa de trabalho, numa equipa de
projeto académico, num grupo de amigos) lidava muitas vezes
com comentários de desagrado em relação às minhas opiniões
como “não concordo”, “isso parece-me estúpido”, “tens de pensar
melhor”, o que me deixava desconfortável, defensivo e com a
sensação de estar a ser julgado. Embora noutras situações
recebesse apoio às minhas opiniões, eram sobretudo a resistência
e a constituição de adversários que me perturbavam. Depois de
alguém contestar ou contrariar uma opinião minha, sentia que
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tinha de contra-atacar a opinião deles – contrária à minha – o que

tomava o meu tempo e energia.
Muitas vezes também sentia que ficava zangado ou irritado com

pessoas que partilhavam as suas opiniões (na televisão ou num
local público, ou até numa conversa informal). Apesar de não
chegar a dizer nada, perguntava a mim mesmo se concordava
com aquela opinião e, muitas vezes, criava diálogos imaginários,
em que lutávamos pela razão. Durante essa criação mental, ficava
muitas vezes indignado com a falta de bom-senso da outra parte.
“As maiores decepções que os homens sofrem são das suas

próprias opiniões” – Leonardo da Vinci
Desde pequeno que ouvi pessoas à minha volta a explicarem-me

que era importante ter as minhas próprias ideias e opiniões,
lembro-me até de comentários em relação a outras pessoas do
género “ela é uma pessoa inteligente, com as suas próprias
opiniões” ou “aquele é um palerma, não tem opiniões suas” ou até
“eles são muito desinteressados, nem sequer formam opiniões
sobre os assuntos”.
Talvez tenhas crescido alimentando esta mesma opinião sobre

opiniões! O que é que isto origina? A crença de que, em relação à
vida, ao mundo, às pessoas, a ti mesmo, deves criar uma opinião
e – consequentemente – defendê-la pois a mesma representa
quem tu és. A consequência? Uma infindável batalha mental
contra tudo e contra todos em prol das opiniões.
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Repara nos “opinion makers” mediáticos, pagos para emitir

opiniões sobre o mundo. Parecem-te, na maior parte dos casos,
pessoas felizes? Claro que não, estão em constante luta!
Ostentam na cara, disfarçadas pela caracterização televisiva, as
marcas da batalha. Chegou um momento em que percebi que
esse eterno belicismo mental não me facilitava a vida.
Como seria o teu discurso interno e a tua comunicação com os

outros se abdicasses de ter uma opinião sobre tudo, limitando a
formulação de opiniões aos assuntos realmente importantes e em
relação aos quais estás disponível para fazer alguma coisa? Bem,
aposto que a maior parte do turbilhão interno desapareceria.
Quando comecei a usar este princípio, senti as velhas crenças a

limitarem-me, dizendo-me que me estava a tornar numa pessoa
desinteressada, que encolhia os ombros quando me perguntavam
o que achava disto ou daquilo. Comecei a reparar, porém, que
simultaneamente começava a expressar-me melhor em relação
aos assuntos que eram do meu absoluto interesse e que estava
mais disponível mentalmente para entrar em ação e fazer alguma
coisa nas áreas que estavam debaixo do meu foco mental – agora
livre de milhões de coisas que ficavam agora fora do radar.
Observo tantas pessoas a desgastarem-se até ao limite com a

formulação e defesa de opiniões em temas que apenas geram
stress, ansiedade e conflito. Qual é a intenção verdadeira? Talvez
seja um fenómeno do ego, em constante tentativa de provar o seu
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valor. Quantas famílias se afastaram por causa de conflitos

patéticos originadas em diferenças de opinião insignificantes?
Quantas maravilhosas ideias não chegaram a ser implementadas
por causa da proliferação de opiniões negativas? Quantas
pessoas encontraram a loucura como resultado dos seus
infindáveis processos internos de argumentação e contra-
argumentação?
Queres facilitar a tua vida? Abdica de formular opiniões em

relação a tudo, poupa o teu tempo mental para o que realmente
interessa, deixa os comentadores falarem sozinhos! E quando
geras e partilhas opiniões, não sintas necessidade de as defender,
são só opiniões. Podes verbalizá-las e observar como os outros
lidam com isso – não é necessário saíres em defesa das tuas
próprias opiniões.
Criaste, agora, uma opinião sobre o que acabei de escrever?

Observa esse processo, percebe como ele é, muitas vezes, uma
simples forma de fugir à verdadeira pergunta de “o que vais fazer
em relação a isto”.
Quando interajo com profissionais dentro das muitas organizações

que tenho conhecido como consultor e formador, reparo com
frequência nas muitas opiniões que alguns deles têm sobre tudo
na empresa: os chefes, o departamento de marketing, os colegas,
o mercado, a estratégias, as regras. Falam durante horas sobre as
suas opiniões e defendem-nas com unhas e dentes. Fazem
alguma coisa em relação a esses assuntos todos?
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Frequentemente apenas falam. Desperdiçam o seu tempo e a sua

vida. Mas, pelo menos, têm opiniões, dizem-me!
“Quando há pensamentos, há distração; quando não há

pensamentos, há meditação” – Ramana Maharsi.
Resumo: não precisas de ter opiniões sobre tudo, experimenta

gerar opiniões em relação ao que realmente te interessa e poupa
o teu precioso tempo mental em relação ao resto.
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4. Não tens de te defender dos outros - o que dizem

sobre ti é sobre eles!
Às vezes tenho pensamentos sobre os outros – avalio ou julgo o

seu comportamento. Qualquer um desses comentários, que faço
através do meu discurso interno, são meus, claro! De quem mais
poderiam ser? Parece que são sobre os outros, quando na
realidade são sobre mim e a minha forma de ver o mundo. São
sobre as minhas crenças, a projeção das minhas experiências
passadas, sobre os meus valores. São também sobre os meus
desejos e as minhas inseguranças. São sobre mim, ponto.
Imagino, claro, que os outros também têm pensamentos em

relação a mim. Se pudesse, faria com que achassem coisas
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maravilhosas sobre mim e o meu comportamento. Talvez o façam

às vezes. Outras, porém, devem achar que sou um totó. De quem
são essas avaliações, minhas ou deles? São deles, claro. Porque
haveria então de me preocupar com aquilo que os outros pensam
sobre mim? Pois se os pensamentos são deles, eles que se
preocupem com os mesmos. Afinal de contas, são eles que têm
de lidar com os sentimentos produzidos pelos seus pensamentos,
não é?
Então e quando os outros falam coisas desagradáveis sobre mim?

Devo irritar-me, sofrer, defender-me? Bem, se quero facilitar a
minha vida o melhor é não ligar grande coisa a isso! Pois quando
alguém fala sobre mim, fala sobretudo sobre si mesmo e a sua
forma de olhar o mundo.
Conheço pessoas que desperdiçam a maior parte do seu tempo

mental a defenderem-se dos ataques dos outros – e, às vezes, os
ataques nem sequer aconteceram, elas apenas “acham” que os
outros devem ter determinadas opiniões. Há quem tenha até
ideias muitas fortes sobre como é essencial preservar a imagem,
defender a honra, fazer os outros pagarem pelos seus ataques.
Uff, que canseira!
“Tudo o que nos irrita nos outros nos pode conduzir a uma maior
compreensão de nós próprios” – Carl Jung
Para facilitares a tua vida, esquece essa cena dos ataques dos
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outros, não ligues grande coisa. Quando te disserem isto ou

aquilo, aceita e encolhe os ombros. É a opinião deles e podes
agradecer o facto de estarem a partilhar contigo a sua opinião.
Pois estão, no fundo, a exporem-se e a permitirem-te aprender
com isso. Tens que te defender? Só se isso tiver alguma
consequência prática. Por exemplo, se alguém te acusar de um
crime que não cometeste, talvez queiras apresentar a tua versão
dos factos. Se não há consequência para além da opinião do
outro, ou do impacto que a opinião do outro pode ter na opinião de
terceiros, deixa isso com eles – cada um é responsável pelas suas
opiniões!
“Durante muitos anos, preocupei-me com o que a minha mãe

pensava sobre a forma como educo os meus filhos. Qualquer
pequeno comentário que fizesse fazia disparar mecanismos
defensivos em mim. E quando era a minha sogra a falar, era ainda
pior. Ficava dias a remoer no assunto, a pensar nas justificações
para a minha forma de lidar com os miúdos. As coisas que lhes
dizia, a ambas, em pensamento! Até que percebi que elas tinhas
as suas opiniões e que, se quisessem, podiam partilhá-las comigo
e podíamos conversar com o assunto. Percebi que ficava
preocupada porque tinha algumas inseguranças sobre o assunto.
Assumi aquilo que achava como certo, passei a perguntar
abertamente o que achavam sobre este ou aquele assunto
especifico e, sinceramente, deixei de ligar às caretas e aos
comentários. Passei a dormir muito melhor”!
“Não conseguia sair de casa sem ter um ou dois diálogos
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imaginários com o meu chefe. Desde o dia em que me disse que

eu não estava a ter grande desempenho, que vivia obcecado por
dar-lhe uma resposta à altura, achava aquela avaliação
tremendamente injusta. Um dia percebi que não tinha de me
defender daquele comentário, se ele achava aquilo, pronto. O que
podia fazer era garantir que entregava um resultado à altura do
que queria e que o mostrava ao meu chefe. Fiquei bem mais
descansado depois disso, afinal de contas ele tem direito à sua
opinião e eu à minha”.
Há quem acredite que apenas nos irritam as opiniões ou ataques

dos outros que tocam em algum ponto fraco nosso! Um dos
trainers com quem fiz a minha formação em PNL costumava dizer
que se te chamassem “assassino de cachorrinhos”, não levarias o
ataque a sério - a não ser que fosses, realmente, um!
“Faz certo. Faz o teu melhor. Trata os outros como queres ser
tratado” – Lou Holtz
Resumo: a opinião dos outros sobre ti é sobre eles mesmos, não

lhe dês demasiada importância. Facilita a tua vida, focando-te na
forma como lidas com o mundo e não na forma como os outros
lidam com o mundo.
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5. Aprecia o silêncio e a quietude - não é preciso

seres produtivo
“Estás aí sem fazer nada”?

“E se fizesses alguma coisa, para variar”?
“Não tenho nada para fazer, que seca”!
Para muitos de nós, a ideia de que o tempo só é valioso quando

ocupado com “alguma coisa” foi veiculada ao longo de tantos
anos, em tantos formatos diferentes, que poderá ter-se
transformado numa crença não desafiada: uma convicção!
O que torna a vida bem mais difícil, sempre em busca de um
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sentido produtivo para o nosso tempo, pois é importante estar a

fazer alguma coisa, e com algum propósito (nada de fazer por
fazer, para fazer deve ter-se um objetivo). Isto faz com que, no
limite, possamos investir muito do nosso tempo mental na busca
de um sentido produtivo (e a produção está sempre relacionada
com o futuro, pois é no futuro que recolheremos os resultados
daquilo que estamos a “produzir” agora), em lugar de –
simplesmente – podermos apreciar a nossa existência.
Quando falo com pessoas sobre o poder da meditação, muitas

vezes perguntam-me imediatamente qual é o benefício dessa
prática! Há até quem me tenha perguntado quais as vantagens de
aceder ao estado da felicidade! Percebes esta tendência de
procurar sempre uma vantagem, um propósito, um benefício para
tudo? Se vou sair à noite, faço-o para me divertir. Se vou correr,
faço-o para ter melhor saúde. Se vou trabalhar, faço-o para
ganhar dinheiro. Não havendo problema nenhum com os
benefícios que várias práticas me podem trazer, a ideia de que as
coisas e atividades só ganhar sentido e valor se me aportarem
determinados resultados, pode fazer com que eu me esqueça de
usufruir da vida apenas como ela é – podendo, no limite, apenas
sentir a maravilhosa experiência de ser humano, sem nenhum
resultado em mente, simplesmente sendo. Percebes o poder
disto? Não tem nenhum benefício em mente, a não ser talvez
facilitar-te a vida, tirar-te do programa interminável da
produtividade, do uso eficiente do tempo, da procurar incessante
de resultados futuros.
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Há quem aplique os conceitos da produtividade – como se se

tratasse de uma exploração agrícola – à própria família: tudo é
feito para gerar um determinado resultado, tudo são sementes que
um dia vão germinar. Ora, isto produz um terrível stress, uma
vontade constante de fazer coisas que gerem um resultado, um
padrão de pensamentos interminável em que tudo ganha valor
apenas em função de especulativas ligações causa-efeito entre
aquilo que faço e o resultado que daí será gerado.
Observo tantas pessoas que têm dificuldade genuína em pararem

e “não fazerem nada”, apenas contemplarem, sentirem o seu
corpo, apreciarem aquilo que os sentidos mostram, relaxarem
profundamente, deixarem que a tranquilidade do silêncio penetre
lentamente nas suas mentes – até deixarem, momentaneamente,
de pensar e poderem assim libertar-se do jugo constante da
mente insaciável em busca de objetivos, conquistas, metas – a
maior parte delas puras ilusões!
“O silêncio é um amigo verdadeiro, que nunca trai” – Confúcio
Observa o silêncio. Só isso. Sem nenhum propósito, sem nenhum

objetivo de te acalmares ou ficares tranquilo. Coloca só a tua
atenção no silêncio. Fica quieto e em silêncio. E observa. Uau,
ah?
Quando lidamos com problemas, quando queremos melhorar as

nossas vidas, quando queremos ultrapassar dificuldades, ligamos
quase sempre o programa da produtividade – “tenho de fazer
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alguma coisa”! Talvez possamos experimentar uma cena

diferente, a cena do “não fazer nada”. E ver o que acontece!
Há quem tenha medo desta abordagem, fazendo-me afirmações

do género “mas se eu não fizer nada, a minha vida vai piorar, vou
deixar de pagar as minhas contas, deixar de me alimentar, deixar
de fazer exercício e tomar conta de mim e dos outros”! Será
mesmo? Já experimentou, pergunto eu? É que deste espaço de
tranquilidade e silêncio sai, normalmente, uma ação fluída e sem
esforço, direcionada e organizada, clara e eficiente. Um paradoxo,
não é? Quando me deixo ficar sem fazer nada, sem procurar
respostas, sem acionar o programa da produtividade, o ruído
diminui, o caos desaparece – e começam a surgir pensamentos,
sentimentos e comportamentos que, paradoxalmente, são mais
produtivos!
Para perceberes o que quero dizer com isto, e facilitares a tua

vida, terás de experimentar. Sem outro propósito que não o de,
simplesmente, experimentar. Não penses muito nisso – tal seria
um contrassenso. Experimenta, só, em silêncio.
“O silêncio é uma fonte de grande força” – Lao Tsé
Resumo: a ideia de que é necessário ser produtivo o tempo todo é

um dos principais inimigos da presença plena e da felicidade.
Experimenta ficar quieto e observa o silêncio, sem nenhum
propósito em particular. Repete quantas vezes quiseres!
31
6. Aceita que não há respostas para tudo
“Não há nenhuma resposta. Não vai haver nenhuma resposta.

Nunca houve nenhuma resposta. Essa é a resposta” – Gertrude
Stein
As pessoas querem respostas, para as pequenas e as grandes

questões: isso pode mantê-las numa constante a apaixonante
viagem de descoberta, movida pela curiosidade e a vontade de
aprender. E também, em alguns casos, pode mantê-las
prisioneiras da busca de respostas que, verdadeiramente, podem
não existir. Deixa-me dar-te alguns exemplos reais:
32
“Eu preciso mesmo de saber porque é que ele me abandonou.

Penso nisso todos os dias, é como se tivesse acontecido ontem,
enquanto não tiver a resposta para isto, acho que não vou poder
encontrar descanso. Há umas semanas encontrei-o, ao fim de
quase três anos e ganhei coragem para lhe perguntar porque me
tinha deixado. Encolheu os ombros e disse que não conseguia
explicar muito bem. E agora penso nisso ainda mais”!
“Deus existe? Não consigo ter a certeza e isso consome-me.

Acho-me uma pessoas muito lógica e racional e, em público,
mostro-me completamente contra a ideia da existência de Deus,
parece-me um conceito arcaico. No entanto, na minha intimidade,
tenho certas conversas comigo mesmo em que abro essa
possibilidade. Preciso mesmo de ter uma resposta para esta
questão, como é possível viver sem saber isto”?
Será que todas as respostas estão ao nosso alcance? Será que

está ao nosso alcance responder à pergunta que acabei de
formular? Bem, talvez essa seja uma daquelas que não tem
resposta.
Quando aceitas que nem tudo tem resposta, podes começar a

relaxar em relação a algumas coisas – as grandes e as pequenas.
E podes começar a apreciar, verdadeiramente, o mistério e o
enigma. E, quem sabe, podes até começar a apreciar a ideia de
que algumas coisas não têm resposta. Ou, pelo menos, não têm
resposta acessível aos sistemas humanos. Com alguma
arrogância, há quem ache que, neste Universo, tudo está
33
acessível à mente humana, que possuímos capacidade instalada

para, com o nosso poder de raciocínio e abordagem científica,
resolvermos todos os mistérios do Universo! Como sabemos? Não
sabemos, é só mais um pressuposto não-científico na base de
muitas investigação científica J
Como noutros casos de que já te falei, não há nenhum problema

em achar que há resposta para tudo ou que não há resposta para
nada. Os problemas só começam quando, em nome de uma
dessas crenças, começas a sofrer e a limitar a tua experiência.
Quando aceitas que talvez não haja resposta para tudo, podes
começar a facilitar a tua vida mental e emocional!
“Durante anos, martirizei-me por causa de ter feito parte de um

acidente automóvel que provocou a morte de uma pessoa. Tive
real dificuldade em libertar-me da questão “porquê”, que fazia a
mim mesmo todos os dias. Porquê a mim? Porquê aquela pessoa
que, sem razão aparente, perdeu o controlo do seu carro? Porquê
naquele momento, naquele sitio? Um dia deixei de perguntar,
aceitei que talvez aquelas fossem perguntas sem resposta.
Finalmente, voltei a respirar e a viver!”
“O meu filho começou a consumir drogas, saiu da escola, perdi-

lhe o rasto durante algum tempo. Desesperei por não perceber
onde tinha falhado, o que tinha feito errado para, ao contrário da
minha filha, aquele ter seguido aquela vida. Julguei-me muito, e
sem nunca perceber o que tinha acontecido. As coisas mudaram
quando resolvi que ia deixar de fazer aquelas perguntas,
34
relacionadas com o passado, e para as quais apenas podia obter

especulações, não respostas definitivas. Concentrei-me no meu
filho e em dar-lhe todo o amor e apoio que conseguisse. As coisas
melhoraram para ele e, sobretudo, melhoraram para mim, que me
deixei de punir com aquelas séries de perguntas infindáveis. Um
dia vou perceber? Não sei, deixou de ser importante”.
Resumo: há quem fique em pânico com a ideia de nunca vir a

obter uma resposta para algo – continuando a sofrer, muitas
vezes, em nome da crença de que tudo deve ter uma resposta,
uma explicação. Se isso te faz sofrer, facilita a tua vida brincando
com a crença de que nem tudo tem uma resposta!
35
7. Não tens de te proteger da tragédia e do sofrimento
Conheço poucas pessoas que apreciem, realmente, ser

envolvidas na tragédia e no sofrimento. Aliás, diria mesmo que a
maior parte das pessoas foge ativamente de eventos que possam
trazer sofrimento – por isso escolhem várias formas de se
protegerem. Sobre isto, gostaria de te contar um par de coisas que
– quando percebidas – podem facilitar mesmo muito a tua vida.
Facilitaram a minha!
Ouvi uma vez, em Copenhaga, o grande mestre Adyashanti dizer

que a tragédia e o sofrimento são inevitáveis. Senti um foco de
pânico a crescer dentro de mim – acho que era pelo facto de, no
36
fundo, concordar com ele. Por muito que eu faça, por muito que
procure defender-me, proteger-me, esconder-me do sofrimento,
poderá chegar por tantas e tão variadas formas que, de uma
forma ou de outra, vai acontecer! Quando aceitei isto, senti de
repente uma paz enorme a invadir-me e o tal foco de pânico foi
rapidamente extinto. “Não tenho de me proteger da tragédia e do
sofrimento, vai acontecer em algum momento e de alguma forma
e, quando acontecer, cá estarei”. Parece um pouco fatalista, não
é? No entanto, quando olhas para a História e para as histórias de
vida das pessoas que conheces percebes que, de alguma forma,
estes sentimentos fortes sempre lhes vão bater à porta. O que
realmente interessa não é tentares evitar o sofrimento e sim
lidares com ele de uma forma saudável, humana e profunda.
“Mostra-me um herói e eu escrever-te-ei uma tragédia” – F. Scott

Fitzgerald
Repara que isto é bem diferente de dizer que deves procurar a

tragédia e o sofrimento – isso seria apenas uma patética fuga para
a frente a que muitos, dominados pelo medo, recorrem! Não é
disso que estou a falar, até porque dificilmente facilitas a tua vida
dessa forma. Do que falo é de uma atitude mental equilibrada
perante a ideia futura de tragédia e sofrimento: protegendo a tua
saúde, assegurando a tua segurança física, cuidando das tuas
finanças, alimentando os teus relacionamentos! E fazendo todas
estas coisas sem o pensamento infantil de que “se eu fizer tudo
certinho nunca vou ter que lidar com a doença, com a
insegurança, com as dívidas, com a mágoa, com a tristeza”. É
37
muito provável que venhas a lidar com isso em alguns momentos

da tua vida. Quando o aceitas percebes que não tens que tentar
evitar isto a todo o custo. Se o tentares, aliás, viverás
constantemente em sofrimento – ao procurar evitar o sofrimento;
viverás continuamente em tragédia – ao procurar evitar a tragédia.
“Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do

escuro; a verdadeira tragédia da vida é quando os homens têm
medo da luz” – Platão
Relaxa, percebe que as coisas acontecem a maior parte do tempo

fora do teu controlo. Mantém as tuas atividades de proteção e
segurança só até ao ponto em que não se transformam em
obsessões que te impedem de viver em liberdade. E, se um dia
chegar a tragédia e o sofrimento, recebe-os de frente, deixa que
sejam teus mestres – pois fazem, também, parte da experiência
humana.
Resumo: a tragédia e o sofrimento podem acontecer a qualquer

momento, não os antecipes vivendo no constante medo da sua
potencial chegada. Relaxa, se chegarem, lidarás com isso da
forma que tiveres de lidar, no momento em que tiveres de lidar.
38
8. Não tens de planear quase nada - a tua vida

acontece independentemente dos teus planos
Há uns anos, mesmo antes de uma palestra com centenas de

pessoas, criei uma matriz que partilhei nesse evento, que
procurava mostrar a forma como se cruzam, na nossa
experiência, os fenómenos do foco e do controlo. Tinha como
intenção fundamental mostrar que existe um conjunto muito
pequeno de coisas que controlas nesta tua vida (se é que as
controlas de todo): o teu pensamento, as tuas emoções, o teu
comportamento. Quando aqui falo em controlo, procuro descrever
39
uma aparente mecanismo de causa e efeito, em que consegues

exercer o mínimo de controlo sobre a causa, por forma a gerar um
certo efeito – é isso que pretendo afirmar quando digo que
controlas o que pensas, o que sentes, o que dizes e o que fazes.
Estas coisas geram impacto na tua vida, claro. Determinam
completamente o curso da mesma? Não, pois há um conjunto
infinitamente maior de coisas fora do teu controlo que afetam a tua
vida: os outros e os seus comportamentos, a natureza, o cosmos,
o universo! De tudo o que pode criar impacto significativo na tua
vida, parece que controlas apenas uma ínfima parte. O que
acontece, então, quando te dedicas à arte do planeamento?
Bem, parece que, quando planeias, estás envolto numa ideia

simplificada do mundo futuro: se não se alterar nada para além
daquilo que eu estou a prever, então o meu plano é este! Há quem
planeie a sua vida inteira – e, às vezes, acerta! Será que acertou
por causa do plano, ou porque não existiram alterações
significativas lá fora? Será que a vida teria sido muito diferente
sem a constante atividade mental do planeamento?
Esta proposta é arrojada: podes fazer planeamento, desde que

não faças muitos planos! Podes pensar no futuro, desde que não
procures determiná-lo ou controlá-lo – essas atividades,
glorificadas em determinados contextos empresariais, são
bastante improdutivas. Levam-te, frequentemente, a não apreciar
o presente, a não viver aquilo que está a acontecer, a plantar
ideias de que no futuro é que vai ser, a alimentar o medo dos
planos não resultarem, a semear – sob a forma de expectativas –
40
as sementes do sofrimento futuro. E, além de tudo isso, esses

planos são uma ilusão, dependentes de milhões de variáveis
inalteradas. Depois chegam as crises, as catástrofes, as doenças,
as separações, os despedimentos, e parece que o mundo acabou
de ruir. Depois chegam as oportunidades, os acasos divinos, os
encontros, os amores, e ficam instalados os dilemas existenciais.
Falei há uns meses com uma jovem de pouco mais de 20 anos,

que me disse que “estou a terminar o curso académico e planeio
conseguir rapidamente um emprego na minha área, pois já investi
demasiado dinheiro nos estudos e está na hora de começar a ser
produtiva, já falei com o meu namorado e queremos investir na
carreira durante os próximos anos, só aos 29 é que quero ser
mãe, não quero deixar para muito tarde como fazem algumas para
não andar a mudar fraldas aos 40, vamos ter 2 filhos, espero que
seja um casal, é importante também comprar casa o quanto antes
para tê-la paga aos 50, 52 anos. Sim, que eu quero reformar-me
aos 60 e poder gozar a vida”. Uff, pensei, tanto tempo mental
ocupado com planos – será que vão acontecer? Percebes todo o
tempo mental desperdiçado com planos que podem nunca
realizar-se pelas mais variadas razões – todas fora do controlo
desta jovem? Percebes a quantidade de sementes de sofrimento
futuro que já estão lançadas? E para que serve tudo isso? Será
esta vida – a planeada – melhor do que a vida que vai acontecer?
Acompanho pessoas há tempo suficiente para te poder afirmar

peremptoriamente que as pessoas que não planeiam muito não
têm vidas menos interessantes que as que tentam controlar tudo:
41
muito pelo contrário! São os que não procuram planear aquilo que
é incontrolável que conseguem navegar mais fluidamente no mar
da vida, aproveitando as marés e as correntes, que acabam por
usufruir mais da viagem!
Resumo: podes continuar a fazer planos, claro - um plano para as

férias, um plano para uma saída à noite ou com a família, um
plano para uma reunião de trabalho. Deixa de lado o planeamento
obsessivo da vida, talvez a vida tenha outros planos para ti:
observa-os!
42
9. Não leves os pensamentos a sério, são uma ilusão
Sabes do que falo quando uso a palavra “pensamento”, certo?

Aquelas palavras que, em jeito de discurso interno, povoam o
nosso interior – como uma estação de rádio que transmite
continuamente a sua emissão dentro de cada um de nós. Claro
que o pensamento pode ser considerado de forma mais ampla,
contendo outros fenómenos visuais, auditivos e cenestésicos.
Aqui gostaria, porém, de usar esta palavra como referência
exclusiva às palavras e frases que consegues “ouvir” dentro de ti.
De onde vêm? O que são, exatamente? Bem, pensemos sobre

isso! Os pensamentos são talvez construções verbais que provêm
dos nossos mapas mentais. Digo talvez pois, para alguns autores,
43
nem isto é certo – há quem defenda, por exemplo, a ideia de que

a “estação de rádio” está situada fora do nosso sistema e que este
capta a transmissão; seremos, neste caso, um simples receptor e
não um emissor! De qualquer forma, para te facilitar a vida, quero
apenas apresentar a ideia sólida de que nenhum destes
pensamentos, venham de onde vierem, corresponde à realidade:
nenhum deles é verdadeiro! São apenas especulações,
avaliações, leituras, comentários, divagações, alucinações.
Chama-lhes o que quiseres desde que mantenhas presente que
os pensamentos – incluindo os pensamentos que aqui partilho
sobre pensamentos – são só isso: pensamentos.
Não é necessário stressar por causa dos pensamentos. Como

vêm, também vão; como aparecem, também desaparecem; a um
segue-se inevitavelmente outro. Observa-os e deixa-os ir: assim
não necessitas de te afeiçoar a eles ou ter receio dos mesmos!
“Fico furioso quando as outras pessoas copiam os meus

pensamentos, afinal de contas fui eu que pensei naquilo, a ideia
era minha! Pois se fui eu a pensar naquilo, não deveria ser
reconhecido por isso”?
“Ultimamente tenho pensamentos muito estranhos, assustadores.

Penso em fazer loucuras, e depois não consigo deixar de pensar
nisso. Tenho medo do que penso”!
Não leves os pensamentos demasiado a sério, são uma ilusão:

todos eles. E, no entanto, como são experienciados de forma tão
44
íntima, podem conduzir – quando alimentados – a sentimentos

extremos: da paixão à loucura, da raiva à compaixão. Os teus
pensamentos servem-te? Então deixa-os estar. Os teus
pensamentos não te servem? Então deixa-os estar. Sabes, é que
tu não és os teus pensamentos – são simples exemplos de tudo o
que poderias estar a pensar agora, simples caminhos num mapa
infinito de possibilidades. Não os leves demasiado a sério e
poderás observar, com interesse, como a tua vida mental e
emocional fica mais fácil.
“Dantes pensava num problema e tinha de lhe arranjar uma

solução. Hoje em dia é diferente, às vezes penso num problema e,
simplesmente, deixo-o ir. Só resolvo aquilo que é mesmo
importante resolver. Acho que, no fundo, passei a prestar menos
atenção aquilo em que penso, pois a maior parte dos
pensamentos não são mais do que parvoíces”.
“Reparei, durante um curso de PNL, que a maior parte das coisas

em que penso nunca chegam a acontecer, as conversas que crio
na minha cabeça nunca chegam a sair de lá, aquilo que me
provoca ansiedade nunca se chega a materializar. Os
pensamentos são mesmo só isso: pensamentos. Não são
premonições, nem têm nenhuma implicação. Por isso, quando não
me interessam, posso só deixá-los ir”.
Pensar é uma atividade fascinante. Tanto que algumas pessoas

acham que o seu pensamento tem existência real, que é
necessário agir em consequência do mesmo, que é preciso
45
“tratar” do pensamento quando está estragado, que é necessário

afastar os pensamentos maus. Claro que podes fazer todas essas
coisas. E também podes, simplesmente, aceitar que os
pensamentos são só pensamentos e fazer o mesmo que fazes
quando não achas interessante o programa que está a dar na
televisão: trocar de canal! Deixa os pensamentos que não te
interessam ir, troca de pensamento. Ou então não penses em
nada por uns instantes. Ou pensa naquilo que mais amas nesta
vida, pensa no teu local de férias preferido, pensa em como o
silêncio te pode inundar e preencher. Pensa no que quiseres:
brinca no mundo da ilusão, pois é aí que pertencem todos os
pensamentos.
Resumo: os pensamentos são só pensamentos. Podes observá-

los e deixá-los ir embora, só precisas de alimentar os que te
interessarem. Sabendo que até esses são meras ilusões!
46
10. Lembra-te que és apenas poeira cósmica: e isso é

mágico!
Um dia li Benjamin Smythe dizer que, para meditar eficientemente,

basta pensar a sério na dimensão do Universo. Pensa em quão
grande é este sítio onde viemos parar, com os seus planetas,
estrelas, galáxias: milhares de milhões de planetas em milhares
de milhões de galáxias. Em milhares de milhões de universos?
William James, pai da psicologia americana, gostava de falar do
Multiverso, como aquilo que contém todos os universos. E tu?
Onde ficas? És apenas um grãozinho minúsculo de poeira
cósmica. Tal como eu. Somos absolutamente insignificantes. Essa
noção é libertadora. O mundo continuará a acontecer para além
de nós, completamente indiferente aos nossos problemas. Já
47
pensaste bem na importância que têm os problemas de um mero

grão de poeira? Liberta-te do peso dos teus problemas,
percebendo bem a importância que (não) têm no tempo e no
espaço. Se não te bastar contemplar a infinidade do Universo,
pensa no Tempo. Pensa bem na importância que têm, na História
deste Universo – e daqueles que o precederam e daqueles que o
vão seguir – estes minutos que passas a pensar num problemas
ou nas dificuldades da vida. Nenhuma? Pois! Usa essa noção
para te libertares da opressora presença dos teus supostos
problemas. És apenas poeira cósmica: relaxa!
Imagina, por uns instantes, que conseguias aceder agora ao

discurso interno de uma das tuas células – apenas uma do trilião
que compõe esse sistema mágico – e que a ouvias a preocupar-
se com a vida. O que lhe dizias? Talvez que os seus pensamentos
não eram assim tão importantes, que ela controlava muito pouco
nesta vida, que havia um sistema maior e que funcionava de
forma integrada e organizada, que depois dela muitas células
viriam para tomar o seu lugar e continuar a sua tarefa, talvez lhe
dissesses até que ela não tinha capacidade de compreender
totalmente o sistema e a sua própria função. No fundo, dizias-lhe
para relaxar, observar e usufruir da sua existência como célula,
não é? Acho que acabarias por lhe falar das 10 formas de facilitar
a sua vida!
Quando pensamos na nossa insignificância, abrimos espaço para

– através da tranquilidade e da ausência de stress e ansiedade –
podermos contemplar a magia de sermos humanos, de sermos
48
parte integrante deste maravilhoso universo, de podermos estar

conscientes da nossa existência, de podermos pensar e interagir
com o abstrato, de podermos usar razão e emoção para processar
a informação que nos chega através dos sentidos. Podemos
contemplar, pois, a divindade absoluta da nossa própria
existência. Podemos aceitar que, sem saber exatamente a
resposta para tudo, podemos usufruir completamente da
experiência humana – sem querer que ela seja outra coisa, nem
tenha outra importância, nem que assuma outra forma. Podemos,
profundamente, entender a sabedoria daquilo que é – percebendo
que não poderia deixar de ser. E isso é mágico. Pode-se pensar
sobre isso, claro, e pode-se escrever e conversar sobre isso. Esta
magia, porém, precede o verbal, está antes das palavras. Está no
sangue, está no coração, está dentro e está fora, está em todo o
lado. Quando consegues ligar-te a isto, percebes que Tu não és
tu, que Tu não és nada: muito pelo contrário, Tu és Tudo!
Resumo: Relaxa.
49
Conclusão
De entre os milhares de milhões de pensamentos, sentimentos e

comportamentos que poderemos assumir potencialmente,
escolhemos muitas vezes – de forma inconsciente e não
deliberada – alguns que tornam a nossa vida mental e emocional
recheada de dificuldades. Ao fim de algum tempo essas estruturas
ficam calcificadas em crenças limitadoras, ideias que permeiam
todo o nosso ser com afirmações como “a vida é difícil”, “é
impossível alcançar a felicidade”, “os outros só prejudicam e
atrapalham”. As boas notícias é que é possível facilitar a vida,
assumindo novas atitudes mentais, que vão gerar novos
sentimentos e despertar novos comportamentos. Procurei, ao
50
longo deste ebook, partilhar contigo algumas das formas que

funcionaram particularmente bem comigo. Talvez nem todas criem
impacto profundo em ti – escolhe aquelas que fizeram mais
sentido e brinca com elas nos próximos dias e semanas. Observa
como, lentamente, a magia da vida começa a ficar mais evidente,
mais presente, quando facilitas a sua percepção, quando abres
caminho – dentro de ti – para que a magia se manifeste.
Que tenhas uma vida mágica é o meu desejo! Reclama o que é

teu, assume a responsabilidade, usufrui desta vida! Os budistas
costumam afirmar que ter à disposição um sistema nervoso
humano é o equivalente a ter sido premiado com o jackpot da
evolução – por isso: parabéns, mágico! Agora vai e espalha
magia, que há quem ainda não tenha descoberto que é mesmo
possível facilitar a sua vida e dos outros. Mostra-lhes como se faz!
Resumo: Facilita a tua Vida. Vá lá.
51
Pedro Vieira
O Pedro nasceu no Porto, em 1975. Licenciou-se em Economia e

iniciou carreira numa multinacional, onde começou a lidar com a
necessidade de liderar e motivar pessoas, comunicar com grupos
e inspirar equipas – o que o levou a procurar ferramentas
poderosas. Entrou no fascinante mundo do Coaching, da
Programação Neuro Linguística e outras áreas do
desenvolvimento pessoal. Em 2008, fundou a LIFE Training – em
conjunto com o seu amigo Mário Caetano – e deu o mote “Inspirar
Decisões Apaixonadas”, mergulhando na aprendizagem e ensino
de fascinantes técnicas e processos para que todos possam viver
a vida da melhor forma possível: aquilo a que o Pedro chama de
Vida Mágica!
52
Como palestrante, o Pedro esteve muitas centenas de vezes em

palco, falando para mais de 120 organizações empresariais em
Portugal e no estrangeiro, além de ter marcado presença em
centenas de eventos abertos ao público, com natural destaque
para os inspiradores eventos de contribuição da LIFE Training em
todo o país – como o LIFE Energy, LIFE 2.0 e Inspiração Para
Uma Vida Magica, eventos que aconteceram em mais de vinte
cidades com auditórios lotados!
O Pedro conta no seu currículo com várias certificações

internacionais em Coaching, PNL e Hipnose, tendo estudado com
grandes mestres (como Grinder, Gilligan, Linder, entre muitos
outros) e ministrou dezenas de cursos de Certificação
Internacional nestas áreas.
O Pedro tem 3 filhos, adora exercício físico (as suas paixões são o
crossfit e o ultra trail running) e gosta de partilhar as bases da
Vida Mágica com todos os que estão interessados em aprender!
Podes saber mais sobre o trabalho do Pedro na sua página do

Facebook, ou nos seguintes links:
www.facebook.com/pedrovieira.pt, para inspirações diárias.

www.lifetraining.com.pt, para informações sobre Certificações
Internacionais em Coaching, PNL e Hipnose, facilitadas pelo
Pedro.
www.dharma5academy.com, para informações sobre cursos
online com o Pedro.
53
Texto de Pedro Vieira

Fotos de Tiago Azevedo
©Pedro Vieira 2015, Todos os Direitos Reservados
54

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“10 Formas de Facilitares a Tua Vida”

©Pedro Vieira 2015, Todos os Direitos Reservados

Está na hora de facilitares a tua vida! Por isso escrevi este

Sabes, é que – contactando com tantas pessoas todas as

Tenho uma firme crença de que a quase totalidade das nossas

Vou mostrar-te 10 formas de diminuíres – ou até eliminares –

Fui demasiado rápido? Então vou repetir e usar um pequeno

Estás a perceber? Quando alguém descreve um resultado, coloca

Ora, este livro parte da premissa de que as dificuldades não estão

Repara nos seguintes exemplos de descrições de “dificuldades” e

pessoa em causa coloca a dificuldade e onde é que a dificuldade

“O meu problema é a falta de dinheiro! Não estou a conseguir

“A minha principal dificuldade na vida são os meus

“O que eu precisava era de conseguir um bom emprego, aí é que

“O que eu precisava era de encontrar alguém com quem ter uma

“A minha saúde dificulta-me muito a vida, estou sempre a correr

Onde está o aparente foco? Na parte de cima do esquema (aquela

na parte de baixo (os resultados e os comportamentos que os

Há muitos anos que se investe no treino comportamental – tanto

Cada uma das estratégias que te vou apresentar tem diferentes

Se em algum momento sentires que necessitas de

1. Aceita o momento, aceita a vida, aceita o mundo,

que já aconteceu ou está a acontecer, aceitar que aquilo que os

Depois de compreender o conceito da aceitação, pude passar ao

“A felicidade só pode existir na aceitação” – George Orwell

“Não acredito que isto me está a acontecer, não mereço” leva a

fez o que fez e dou-lhe agora o significado que melhor me faz

Percebes o imenso poder desta forma de interagir com a vida?

“Aceitação do que aconteceu é o primeiro passo para ultrapassar

Vejo todos os dias pessoas cheia de recursos investirem o seu

Trabalhei com um treinador de futebol que me dizia que, depois de

percebeu que a aceitação não passava por concordar e

Uma cliente de coaching manifestou-me que não aceitava que os

Quando aceitas deixas de lutar contra aquilo que já é e passas a

Aceitar cria espaço para a transformação. Aceita isso e a tua vida

Resumo: toda a transformação é precedida de aceitação, aceita o

2. Sai da cabeça, entra em movimento!

Durante muitos anos fui um campeão do pensamento. Deves

Há momentos para pensar, há momentos para sentir e há

serve para nos levar até à procrastinação, à fuga da ação e da

Queres facilitar a tua vida? Pensa menos e move-te!

Repara que isto é diferente de sugerir que não penses. Pensar

Sou um grande aficionado da prática de exercício físico. Com

“A nossa natureza consiste no movimento; a imobilidade é a

Quando entro em processo de sobre-pensamento, saio da cabeça

marciais. Há quem prefira atividades físicas mais tranquilas e que

A falta de movimento causa cristalização, sem movimento não há

“Desde que comecei a correr, consegui finalmente a inspiração

“Estava a ser tão difícil deixar de discutir com o meu filho de 14

“Depois de ter sido despedido, fui-me mesmo abaixo. Nada

conseguia deixar de pensar no raio do despedimento e na forma

Se estás a pensar demasiado e a vida te começa a parecer difícil,

Resumo: as dificuldades são meras formas mentais de olhares a

3. Não precisas de ter opinião sobre tudo - nem de

Quando comecei a expor em público as minhas opiniões, lidei com

tinha de contra-atacar a opinião deles – contrária à minha – o que

Muitas vezes também sentia que ficava zangado ou irritado com

“As maiores decepções que os homens sofrem são das suas

Desde pequeno que ouvi pessoas à minha volta a explicarem-me

Talvez tenhas crescido alimentando esta mesma opinião sobre

Repara nos “opinion makers” mediáticos, pagos para emitir

Como seria o teu discurso interno e a tua comunicação com os