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Aula 2 – Método Geral das Análises de Estabilidade

ESTABILIDADE DE TALUDES EM SOLOS – Prof. Romero César Gomes


Aula 2

➔ 1.1 Superfície Plana de Ruptura.


➔ 1.2 Superfície Curva de Ruptura
➔ 1.3 Método do Círculo de Atrito.
➔ 1.4 Ábacos de Taylor.
2.1 Superfície Plana de Ruptura

FS =
 F resistentes (ao longo da superfície de ruptura AB)

Finstabilizantes
Exercício

Durante a construção de uma refinaria de óleo, ocorreu a situação indicada na figura abaixo. As escavações
foram feitas em uma argila saturada ( = 18,7 kN/m3 ), com resistência não drenada igual a 39 kN/m2 . Por
acidente, a escavação mais profunda foi inundada com cerca de 2,0m de óleo ( = 8,8 kN/m3 ). Admitindo-se
condições não drenadas, pede-se calcular o FS contra a ruptura por deslizamento ao longo da superfície AB.

2,0m

C
0,5m
WW
EW
B água 2,5m
W
4,0m
3,0m

2,0m óleo
EOL
55°
FS =
 F resistentes
A
A F instabilizantes
(ao longo de AB)
Superfície Plana de Ruptura
B
C
C
W AB = L 90 + f 90 − q
C T
(talude seco)
H W
R
q −f
q
q N
 R f
A T = Ntg f ; N = Wcosθ
1 sen(β − θ)
Peso da cunha de solo ABCA: W=
2
γHL
senβ FS =
 Fresistentes
(ao longo de AB)
F
instabilizantes

C = cL (força de coesão) Ntgf

f (direção da força de atrito R) C+T cL + Wcosθtgf


 FS = =
Wsenθ Wsenθ
Superfície Plana de Ruptura
Superfície Plana de Ruptura
B
C
C
W AB = L 90 + f 90 − q
C T
H W
R
q −f
q
q N
 R f
A W C
Teorema dos senos: =
sen(90 + f ) sen(θ − f )
(cosf)

Substituindo os valores de W e C e definindo-se o chamado Número de Estabilidade N por: c


N=
γH
1 sen(β − q ) sen(θ − f )
resulta:
c
N= =
γH 2 sen β cos f
Superfície Plana de Ruptura

 Ângulo da Superfície Plana Crítica

Para um determinado maciço,


, c e f são constantes

logo H
q
a inclinação do talude () dependerá

de H e q , sendo q a inclinação da
superfície plana de ruptura
Superfície Plana de Ruptura

(β + f )
Anulando-se a derivada primeira de N em relação a q , resulta: θc =
2

 c  1 − cos(β − f ) 4c sen β cos f


N c =   = Hc =
γ1 − cos(β − f )
e
 γH  c 4 sen β cos f
(Solução analítica de Culmann)

c
Cm = L = cmL
FSc
4c m sen β cos fm
H max =
1 γ1 − cos(β − fm )
tgfm = tgf
FSf
Superfície Plana de Ruptura – Caso Geral
Superfície Plana de Ruptura

 Talude com Percolação de Água

A
U

U: resultante das forças devido à água intersticial (normal à superfície de ruptura AB)

(área do diagrama das pressões u)


Superfície Plana de Ruptura

 Determinação das poropressões sobre AB

linha freática

u/ w (altura)

P P: ponto de interseção de uma dada


equipotencial com a superfície de ruptura

u (pressão)

superfície de ruptura equipotencial


Superfície Plana de Ruptura

direção de R

 Procedimentos do Método
Y

X 1. Admitir um valor para FSf;


direção de Cm 2. Construir o diagrama de forças (W e U conhecidos,
direções de R e Cm conhecidas);
3. Calcular FSc;
fm W
direção da c
normal à AB
C m = XY = L (L = AB)
FSc
U
4. Repetir os procedimentos até que FSc = FSf.
1
tgfm = tgf
FSf
1.2 Superfície Circular de Ruptura

 Método fu = 0 (argilas saturadas sob condições não drenadas)

q C fenda de tração
B
AC = La = r q

peso por unidade de comprimento


(equilíbrio de momentos)

FS =
 M resistentes M instabilizantes = W.d
M instabilizantes M resistentes =  cu lr = cur  l = curL a = cu r 2θ

c u r 2θ radianos
FS =
W.d
Superfície Circular de Ruptura

 Método fu = 0 (argilas saturadas sob condições não drenadas)

q C fenda de tração y
B
AC = La = r q

2cu
No caso de presença de uma fenda de tração: h f = comprimento La reduzido (ponto C: base da fenda de tração)
γ

c u r 2θ momento devido ao empuxo da água presente na fenda de tração

FS =
W.d + PW .y
Método do Círculo de Atrito
 Caso I: fu = 0 ( = cu)

XY // AD

XZ // OO’

Cm

(
W = γ Área ABCDA ) (peso da cunha de solo ABCDA)
c
C m = c m AD = u L c (força de coesão)
FS
Método do Círculo de Atrito

XY // AD

XZ // OO’

Cm

cu c
C m O O' = c m L a .r  L c rc = u L a .r
FS FS cu
C m = XY = Lc
La FS
 rc = .r
Lc FS do talude
Método do Círculo de Atrito

 Caso II: f > 0

círculo de atrito: raio rsenfm

direção de Cm : // a AD
direção de R: tangente ao círculo de atrito
de raio rsenfm
R
r La
rc = .r
m Lc

Cm
direção de R: oposta à direção do
movimento de massa
Método do Círculo de Atrito

 Procedimentos do Método
Cm

1. Admitir um valor para FSf;


2. Construir o diagrama de forças (W conhecido,
direções de R e Cm conhecidas);
R 3. Calcular FSc;

c
C m = XY = Lc
m FSc
4. Repetir os procedimentos até que FSc = FSf.
1.3 Ábacos de Taylor
Ref: Taylor, D.W. , “Stability of Earth Slopes”, Journal of the Boston Society of Civil Engineers, July 1937.

 Ábaco de Taylor para fu = 0

- FS estimado com base no conceito de Número de Estabilidade N e no método do círculo de atrito


- presença de uma camada resistente a uma dada profundidade DH, sendo D o chamado fator de
profundidade e H a altura do talude
- D =  implica a presença da camada resistente apenas a grande profundidade (sem influência sobre
o mecanismo de ruptura do talude)

c
FS = Número de estabilidade: valor obtido
por meio do ábaco de Taylor
γHN Tipo I

Tipo II
β  54 
 N = f (β ) (todas as superfícies
são do tipo I)
nH
DH

β  54   N = f (D ) (todas as superfícies
são do tipo II)
Ábacos de Taylor
 Ábaco de Taylor para fu = 0

N
D
Ábacos de Taylor

 Ábaco de Taylor para f  0

- FS estimado por meio de um processo de tentativas (atribuindo-se um dado valor FSadot para tgf)
- determinação de FS do talude pelo conceito de número de estabilidade:

c
FS =  N = f (β,f ) (N obtido no ábaco de Taylor para f > 0)
γHN
c tgf
- FScalc = FSadot constitui o valor do FS para o talude analisado. FSc = = FSf =
cm tgfm
Ábacos de Taylor

 Ábaco de Taylor para f  0


Ábacos de Taylor

 Casos Especiais

• Taludes submersos: usar ’ em vez de 

• Meios estratificados: usar valores médios de  e de su

γ=
γ z
i i
su =
 (s ) z
u i i

z i z i

• Rebaixamento rápido nos taludes: usar fmod em vez de fm

γ'
fmod = fm
γ

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