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PROTEÇÃO
E NG . ° E DE R SO N Z A NCHE T
INTRODUÇÃO
Nos sistemas elétricos de potência, com frequência, ocorrem falhas nos seus
componentes que resultam em interrupções no fornecimento de energia e redução da
qualidade do serviço prestado. As falhas podem ser provenientes de:
• Curto-Circuito;
• Sobrecarga;
Em segundo lugar, o sistema de proteção tem a função de fornecer as informações necessárias aos
responsáveis por sua operação, de modo a facilitar a identificação dos defeitos e a sua consequente
recuperação.
De modo geral, a proteção de um sistema de potência é projetada tomando como base os fusíveis e os
relés incorporados necessariamente a um disjuntor, que é, na essência, a parte mecânica responsável pela
desconexão do circuito afetado com a fonte supridora.
O fusível representa uma gama numerosa de dispositivos que são capazes de interromper o circuito ao
qual estão ligados, sempre através da fusão de seu elemento metálico de proteção. São normalmente
empregados nos sistemas de distribuição de média tensão e muito raramente nos sistemas de alta tensão,
devido à sua baixa con- fiabilidade e à dificuldade de se obter sistemas seletivos. Os leitores poderão obter
informações técnicas sobre construção e funcionamento de fusíveis no livro do autor Manual de
INTRODUÇÃO
• Baixa Confiabilidade
• Elevação da corrente.
Existe um tipo de interrupção bastante característico dos sistemas de distribuição, urbano ou rural,
denominado defeito fugitivo. Corresponde à falta monopolar à terra de curtíssimo tempo, como, por
exemplo, a palha de uma palmeira tocando os condutores de uma rede aérea devido a uma rajada
moderada de vento.
As estatísticas mostram que cerca de 80% do total das interrupções são classificadas como
fugitivas.
REQUISITOS BÁ SICOS DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃ O
Um projeto de proteção deve considerar algumas propriedades fundamentais para se obter um bom
desempenho:
Seletividade
Técnica utilizada no estudo de proteção e coordenação, por meio da qual somente o elemento de
proteção mais próximo do defeito desconecta a parte defeituosa do sistema elétrico.
Zonas de atuação
Durante a ocorrência de um defeito, o elemento de proteção deve ser capaz de definir se aquela
ocorrência é interna ou externa à zona protegida. Se a ocorrência está nos limites da zona protegida, o
elemento de proteção deve atuar e acionar a abertura do disjuntor associado.
REQUISITOS BÁ SICOS DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃ O
Velocidade
Desde que seja definido um tempo mínimo de operação para um elemento de proteção, a velocidade
de atuação deve ser a de menor valor possível, a fim de propiciar as seguintes condições favoráveis:
• Reduzir ou mesmo eliminar as aviaras no sistema protegido.
• Reduzir o tempo de afundamento da tensão durante as ocorrências nos sistemas de potência.
• Permitir a ressincronização dos motores.
Confiabilidade
É a propriedade de o elemento de proteção cumprir com segurança e exatidão as funções que lhe
foram confiadas.
REQUISITOS BÁ SICOS DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃ O
Sensibilidade
Consiste na capacidade de o elemento de proteção reconhecer com precisão a faixa e os valores
indicados para a sua operação.
Para avaliar numericamente o nível de sensibilidade de um elemento de proteção, pode-se aplicar a
Equação:
𝐼𝑐𝑐𝑚𝑖
𝑁𝑠 =
𝐼𝑎𝑐
Iccmi → corrente de curto-circuito em seu valor máximo, tomado no ponto mais extremo da zona de
proteção, considerando a condição de geração mínima;
Ica → corrente de acionamento do elemento de proteção, isto é, o valor mínimo da corrente capaz de
acionar
o referido elemento de proteção. Para conseguir um nível de sensibilidade adequada deve-se ter: 1,5 ≤
Ns < 2.
REQUISITOS BÁ SICOS DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃ O
Automação
Consiste na propriedade de o elemento de proteção operar automaticamente quando for solicitado pelas
grandezas elétricas que o sensibilizam e retornar sem auxílio humano, se isso for conveniente, à posição de
operação depois de cessada a ocorrência.
Existem ainda outras propriedades fundamentais para o bom desempenho dos dispositivos de proteção:
• Fusíveis
• Relês
• Relés Eletromecânicos de indução;
• Relés Eletrônicos;
• Relés Digitais;
Relé s eletromecâ nicos de induçã o
• Relês fluidodinâmicos.
• Relês eletromagnéticos.
• Relês eletrodinâmicos.
• Relés de indução.
• Relés térmicos.
• Relés eletrônicos.
• Relês digitais.
Relês fluidodinâmicos
Utilizam líquidos, em geral, o óleo de vaselina, como elemento temporizador.
Normalmente são construídos para ligação direta com a rede e são montados nos polos de
alimentação do disjuntor de proteção.
Possuem um êmbolo móvel que se desloca no interior de um recipiente, no qual é colocada certa
quantidade de óleo, que provoca a sua temporização quando o êmbolo é deslocado para fora do
recipiente pela ação do campo magnético formado pela bobina ligada diretamente ao circuito a ser
protegido.
Relês eletromagnéticos
Se baseia na força de atração exercida entre elementos de material magnético. A força eletromagnética
desloca um elemento móvel instalado no circuito magnético de modo a reduzir a sua relutância.
O relé é constituído basicamente de uma bobina envolvendo um núcleo magnético, cujo entreferro é formado
por uma peça móvel na qual é fixado um contato elétrico que atua sobre um contato fixo, permitindo a
continuidade do circuito elétrico de acionamento do disjuntor. A referida peça móvel se desloca no sentido de
permitir o menor valor de relutâ ncia no circuito magné tico.
Relês eletromagnéticos
Relês eletrodinâmicos
Funcionam dentro do princípio básico de atuação de duas bobinas – uma móvel interagindo dentro de um
campo formado por outra bobina fixa, tal como se constroem os instrumentos de medida de tensão e corrente
conhecidos como os de bobina móvel.
Na realidade, eles não tem aplicação notável como elementos de proteção de circuitos primários, apesar de
sua grande sensibilidade. Por outro lado, apresentam um custo normalmente superior aos demais citados
anteriormente.
Relês Indução
Também conhecidos como relês secundários, tendo sido largamente empregados em subestações industriais de
potência, na proteção de equipamentos de grande valor econômico.
Seu princípio de funcionamento é baseado na construção de dois magnetos, um superior e outro inferior, entre os
quais está fixado, em torno do seu eixo, um disco de indução.
Esses núcleos magnéticos permitem a formação de quatro entreferros, cada um sendo responsável pelo torque de
acionamento do disco. O núcleo superior é dotado de dois enrolamentos. O primeiro é diretamente ligado ao
circuito de alimentação, no caso um transformador de corrente, enquanto o outro é responsável pela alimentação
do núcleo inferior.
O disco de indução possui um contato, denominado contato móvel, que, com o movimento de rotação, atua sobre
um contato fixo, fechando o circuito de controle. Uma mola de restrição força o retorno do disco de indução à sua
posição original, responsável pela frenagem eletromagnética, e seu ajuste é feito na instalação através de
parafusos de ajuste.
Relês Indução
Relês Térmicos
Em geral, algumas máquinas, tais como transformadores, motores, geradores etc., sofrem drasticamente
com o aumento da temperatura dos seus enrolamentos, o que implica a redução de sua vida útil e,
consequentemente, falha do equipamento.
Para se determinar o valor verdadeiro da temperatura no ponto mais quente de uma máquina, é necessário
introduzir sondas térmicas no interior dos bobinados.
Porém, apesar de sua eficiência, essas sondas passam a fazer parte do equipamento fisicamente,
acarretando consequências indesejáveis de manutenção.
No entanto, existem relês dotados de elementos térmicos ajustáveis, chamados de réplicas térmicas. Eles são
atravessados pela corrente de fase do sistema, diretamente ou por meio de transformadores de corrente, e,
através dos elementos térmicos com características semelhantes às características térmicas do equipamento que
se quer proteger, atuam sobre o circuito de alimentação da bobina do disjuntor, desenergizado o sistema antes
Relês Eletrônicos
Os relês eletrônicos são fruto do desenvolvimento tecnológico da eletrônica dos sistemas de potência.
Na época em que eram fabricados atendiam a todas as necessidades de proteção dos sistemas elétricos,
competindo em preço e desempenho com os modelos eletromecânicos, exceto em pequenos sistemas, quando se
podiam utilizar os relês convencionais de ação direta, dispensando-se os transformadores de medida e as fontes
auxiliares de alimentação.
Relês Digitais
É uma proteção baseada em técnicas de microprocessadores. Mantem os mesmos princípios das funções de
proteção e guardam os mesmos requisitos básicos aplicados aos relês eletromecânicos ou de indução e aos relês
estáticos ou eletrônicos.
No entanto, os relês digitais oferecem, além das funções dos seus antecessores, novas funções aos seus
usuários adicionando maior velocidade, melhor sensibilidade, interfaceamento amigável, acesso remoto,
armazenamento de informações.
DESEMPENHO
• Sensibilidade.
• Rapidez.
• Confiabilidade.
GRANDEZAS ELÉTRICAS
• Basicamente, um relé é sensibilizado pelas grandezas da frequência, da tensão e da
corrente a que está submetido. Porém, tomando-se como referência esses valores
básicos, é possível construir relês que sejam ajustados para outros parâmetros elétricos
da rede, tais como impedância, potência, relação entre as grandezas anteriores etc. De
modo geral, os relês podem ser assim classificados:
• Relês de tensão.
• Relês de corrente.
• Relês de frequência.
• Relês direcionais.
• Relês de impedância.
TEMPORIZAÇÃO
• Apesar de se esperar a maior rapidez possível na atuação de um relé , normalmente, por questões de
seletividade entre os vários elementos de proteção, é necessário permitir aos relês uma certa
temporização antes que ordene a abertura do disjuntor. Logo, os relês podem ser classificados quanto
ao tempo de atuação em:
• Relês instantâneos. Relês temporizados com retardo dependente. Relês temporizados com retardo
independente.
• Os relês instantâneos, como o próprio nome diz, não apresentam nenhum retardo intencional no tempo
de atuação. O retardo existente é função de suas características construtivas, implicando certa inércia
natural do mecanismo, temporizando assim sua atuação.
• Eles não se prestam à utilização em esquemas seletivos em que os valores das correntes de curto-
circuito nos diferentes pontos sã o praticamente os mesmos.
• Os relês temporizados com retardo dependente são os mais utilizados em sistemas elétricos em geral.
TEMPORIZAÇÃO
BIBLIOGRAFIA - BÁSICA
[1] COPEL. Companhia Paranaense de Energia Elétrica. NTC 841100 – Projeto de Redes de
Distribuição Compacta Protegida. Ed. 1. Curitiba: Copel, 2013.
[2] COPEL. Companhia Paranaense de Energia Elétrica. Medição de Energia: Critérios para
Apresentação de Projeto de Entrada de Serviço. Curitiba, 2004.
[3] NORMAS Técnicas. NBR 11873 – Cabos Cobertos Com Material Polmérico para Redes Aéreas.
Rio de Janeiro.
[4] NORMAS Técnicas. NBR 7094 – Disjuntores de Alta Tensão. Rio de Janeiro, 1994.
[5] NORMAS Técnicas. NBR 14306 – Proteção Elétrica e Compatibilidade Eletromagnética. Rio de
Janeiro, 1999.
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EDERSON ZANCHET
Especialista em docência no ensino superior - FAG
Engenheiro de Controle e Automação - FAG
Departamento de Engenharia – FAG
Docente Disciplina de Eletrônica Industrial e de Potência
ederson.zt@gmail.com
ederson.zt@outlook.com