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Ética, Valores
2ª edição
Humanos e
Transdisciplinaridade
Delmo Mattos
Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
DIREÇÃO SUPERIOR
Chanceler Joaquim de Oliveira
Reitora Marlene Salgado de Oliveira
Presidente da Mantenedora Jefferson Salgado de Oliveira
Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira
Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira
Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira
Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira
Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves
Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Marcio Barros Dutra
FICHA TÉCNICA
Texto: Delmo Mattos
Revisão: Lívia Antunes Faria Maria e Walter P. Valverde Júnior
Projeto Gráfico e Editoração: Andreza Nacif, Antonia Machado, Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos
Supervisão de Materiais Instrucionais: Janaina Gonçalves de Jesus
Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos
Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos
COORDENAÇÃO GERAL:
Departamento de Ensino a Distância
Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br
167 p. ; il.
CDD 170
Carga horária: 60
Créditos: 04
Conteúdo programático
Bibliografia Básica
Bibliografia Complementar
NASH, L. Ética nas empresas: boas intenções à parte. São Paulo: Makron Books,
2001. 359p.
Palavra da Reitora
Sumário
Apresentação da Disciplina
Caro aluno,
Mas porque este interesse tão grande sobre a ética? A ética, mais do que
qualquer outra disciplina, está diretamente relacionada à nossa experiência
cotidiana. Ela nos conduz a uma reflexão crítica acerca dos valores adotados por
nós, o sentido dos atos praticados e a forma pela qual as nossas decisões são
tomadas e que tipo de responsabilidade devemos ter sobre elas. A ética é um
campo de estudo altamente controverso e absolutamente relevante para nossa
época.
Desejando ou não, todos nós somos confrontados por questões éticas a cada
dia. Cada vez mais somos sobrecarregados de perguntas que, no fundo, são
estritamente éticas. Vemo-nos cercados por decisões acerca de como devemos
viver e de que tipo de pessoas devemos ser. De certa forma, possuímos consciência
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
de que o que fazemos e quem somos são coisas absolutamente relevantes para
nossa conduta enquanto ser social. Diante dessa perspectiva, estamos todos, de
certa forma, refletindo sobre a ética.
Neste sentido, é concebível afirmar que a ética está tão próxima de nós quanto
estamos próximos dela. Contudo, o estudo da ética não se deve limitar em discutir
e apresentar apenas os seus pressupostos fundamentais. Necessitamos ir sempre
além deles, promovendo em nossa prática cotidiana os elementos que nos
conduzirão a sermos indivíduos mais atentos com os valores básicos de nossa
sociedade, e assim, tornando-nos capazes de possuirmos responsabilidade sobre
nossas ações a fim de torná-las eticamente possíveis. Por isso, espera-se que o
estudo da ética não seja tomado somente como exigência acadêmica. A ética é
muito mais do que isso!
Bons estudos!
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Plano da Disciplina
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Objetivo: refletir sobre a nossa prática cotidiana e avaliar a direção para a qual
nossos valores éticos dirigem-se no mundo em que vivemos hoje.
Esta unidade versará sobre problemática relativa à distinção aos valores sociais
da profissão. Trata-se, portanto, de debater a essência da ética profissional.
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Fundamentos da Ética e da
Objetivos da unidade
Plano da unidade
Bons Estudos!
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IMPORTANTE:
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entender o modo confuso e equivocado com que as duas palavras são usadas: os
homens modernos não gostam de dizer que suas ações são morais, pois isto
equivaleria a dizer que elas são corretas apenas porque são conformes ao costume
e à tradição. Preferem dizer que agem segundo uma ética para denotar um
suposto caráter independente, reflexivo e filosófico de sua posição existencial e
política.
Diante disso, o apelo por mais ética na política nada mais é do que um apelo
por mais fidelidade aos antigos valores morais do mundo ocidental. Desta forma, lá
onde se alardeia uma novidade, produto de uma reflexão "filosófico-ética" original,
nada mais há do que valores antigos sob novos nomes ou "novas fachadas". Por
outro lado, há níveis de complexidade dos problemas humanos reais e concretos
que já não são tão facilmente resolvidos com base nos costumes tradicionais.
Veja-se que ninguém precisa fazer apelo à reflexão ética para dizer que "é
imoral um vizinho roubar o cachorro do outro e dá-lo de presente a um amigo". Em
geral, poder-se-ia dizer que a lei moral "não roubarás" surgiu neste mesmo
contexto elucidativo, ou seja, problemas humanos antigos continuam sendo
suficientemente bem resolvidos pela moral tradicional. Logo, um dos grandes
dilemas dos estudos da moral na atualidade pode ser resumido nas seguintes
questões: existem ou não valores morais válidos para todos os homens? Como
justificar a classificação das ações em moralmente corretas ou incorretas, boas ou
más?
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Portanto, não cabe à ética formular juízos de valor sobre a prática moral de
outras sociedades ou épocas, mas sim explicar a razão de ser destas mudanças de
moral, esclarecendo o fato de o homem ter recorrido a práticas morais diferentes e
até opostas. É importante notar que a ética não deve ser confundida com moral,
como podem induzir expressões correntes como “ética católica” ou “ética do
capitalismo”.
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Neste regime, o trabalho era garantido pelos servos, possibilitando aos nobres uma
vida dedicada ao ócio e à guerra. A moral cavalheiresca deriva e baseia-se no
pressuposto da superioridade da nobreza, exaltando a virtude da lealdade e da
fidelidade — suporte do “sistema de suserania”. Em contraposição, o trabalho é
desvalorizado e restrito aos servos. Esta situação foi alterada substantivamente com o
aparecimento da burguesia, a qual, formada pelos antigos servos libertos, tendeu a
valorizar o trabalho e criticar a ociosidade (Cf. ARANHA, 2003).
IMPORTANTE:
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Contudo, ainda que a moral mude historicamente, e uma mesma norma moral
possa apresentar um conteúdo diferente em diferentes contextos sociais, a função
social da moral em seu conjunto ou de uma norma particular é a mesma, isto é,
regular as ações dos indivíduos nas suas relações mútuas ou as do indivíduo com a
comunidade, objetivando preservar a sociedade no seu conjunto ou a integridade
do grupo social.
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A ética é a ciência da moral, ou seja, de uma Embora a moral possua um caráter social, o
esfera do comportamento humano. Neste individuo tem um papel fundamental, pois a
sentido, a ética não é moral nem a moral é moral exige a interiorização das normas e
científica. deveres.
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Mesmo considerando a origem divina das ideias morais, por intermédio das
quais os indivíduos teriam adquirido a consciência dos meios adequados à sua
elevação ao plano espiritual dos valores perenes, a investigação do problema da
moral não pode desprezar os processos históricos responsáveis pelos mecanismos
de criação, funcionamento e aplicação dos padrões e das regras morais. Todas as
sociedades humanas possuem valores padrões, normas de conduta e sistemas que
garantem a aplicação e o funcionamento das mesmas.
IMPORTANTE:
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Mas o que é imoral e amoral? No sentido geral, o termo imoral significa algo
que é contrário à moral. Especificamente, diz respeito a uma conduta ou regra que
contraria a moral prescrita pela sociedade. Em outras palavras, entende-se por
imoral tudo aquilo que uma sociedade (em um determinado espaço e tempo)
consensualmente não admite ou julga ser correto ou justo em relação à conduta
ou ao comportamento social de um indivíduo e um grupo de indivíduos que
pertencem a ela.
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Cabe notar que a partir desta consideração, Vázquez entra em uma calorosa
discussão entre as teses metafísicas e historicistas sobre a origem da moral, o que
nos conduz a uma reflexão sobre os seus fundamentos, ou seja, uma discussão a
respeito da legitimidade com que a moral se impõe aos indivíduos. Se a moral
possui uma origem metafísica, não está ao alcance do
homem modificar seus postulados fundamentais, tais Barbárie: estado ou
como, o princípio "faça o bem e evite o mal". Um princípio condição de bárbaro.
metafísico como este garante por si mesmo uma forte
fundamentação teórica para o ordenamento moral da
sociedade. Se concepções historicistas da origem da moral estiverem certas, a
moral a que estamos submetidos relativiza-se os nossos próprios atos, o que torna
um desafio repensar os seus fundamentos.
Com efeito, torna-se possível não apenas reformá-la, mas fazê-la com a
consciência de que ela é apenas um produto humano. Isto retira boa parte de sua
força de imposição e legitimidade proveniente da ideia de sua origem metafísica,
transcendente e sagrada. O que acontece com o indivíduo e com a sociedade que
dessacraliza sua moral? Surge o risco da desordem e da desestruturação da
sociedade? Desestruturar a sociedade é correr risco de voltarmos para a
animalidade, para a barbárie.
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Por conta disso, o âmbito da moral passar a existir como um traço de formação
que todo homem recebe do processo de interação. Essa formação é inteiramente
não-religiosa na sua própria justificação: por isso se diz que a moral do homem
moderno é laicizada. Os valores morais não são reconhecidos como revelados por
uma um origem divina, ou seja, trata de valores que não são sagrados. Ao
contrário, estes valores são resultantes do processo histórico de sua
dessacralização. A eles recusa-se qualquer transcendência, qualquer caráter
sagrado. Mas existem objetivamente e sua existência pode até ser estatisticamente
verificada, ou seja, justificada através de critérios científicos.
Não é somente o critério científico que a moral justifica-se. Ela pode ainda ser
justificada pelos seguintes critérios:
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Por essa razão, existe uma estreita vinculação entre os conceitos morais e as
realidades humana e social, sujeitas historicamente à mudança. Com efeito, as
doutrinas éticas não podem ser consideradas isoladamente, mas dentro de um
processo de mudança e de sucessão que constitui propriamente a história. Ética e
história, portanto, relacionam-se duplamente: com a vida social e com a sua
própria história, uma vez que cada doutrina ética está em conexão com as
anteriores.
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A ética surgiu na Grécia, no século V a.C., com o surgimento dos sofistas e com
a atitude de reação aos sofistas por parte de Sócrates. A sofística aparece num
momento cultural e político muito específico da história e cultura grega. No
período clássico grécia, os sofistas rejeitam a tradição mítica ao considerar que os
princípios morais resultam de convenções humanas. Embora na mesma linha de
oposição aos fundamentos religiosos, Sócrates se contrapõe aos sofistas ao buscar
explicar os princípios morais não nas convenções, mas na natureza humana.
Um sofista era um professor e, por este motivo, a palavra sophistés era utilizada
para se referir aos poetas, que foram os primeiros educadores na Grécia. Em
princípio, a palavra sofista não possui um sentido pejorativo que veio adquirir mais
tarde, em Atenas, quando os seus inimigos os acusavam de charlatães e
mentirosos. O que ensinavam os sofistas? Os sofistas ensinavam a arte de
argumentar e persuadir, arte decisiva para quem exerce a cidadania em uma
democracia direta.
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IMPORTANTE:
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Para Kant, esse ato de autonomia e de poder agir publicamente, sem ser
acusado por ninguém, é a fonte da satisfação moral. Essa atitude moralmente
válida decorre unicamente do uso de nossa capacidade racional, da liberdade da
nossa vontade e, sobretudo, da orientação que, por educação, imprimimos à nossa
vontade para que se torne boa ou para que seja absolutamente boa.
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Nessa perspectiva, o inimigo não é mau: "Em Homero, tanto o grego quanto o
troiano são bons. Não passa por mau aquele que nos inflige algum dano, mas
aquele que é desprezível". Ao fazer a crítica da moral tradicional, Nietzsche
preconiza a "transvaloração de todos os valores" e denuncia a falsa moral,
"decadente", "de rebanho", "de escravos", cujos valores seriam a bondade, a
humildade, a piedade e o amor ao próximo. Também, contrapõe a ela a moral "de
senhores", uma moral positiva que visa à conservação da vida e dos seus instintos
fundamentais. A “moral de senhores” é positiva, porque baseada no sim à vida e se
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Estes modos dos valores são possibilidades de realização dessa vida para
Nietzsche. Estes, por estarem articulados com o próprio modo de dar-se da vida,
isto é, com o movimento da vontade, são sempre passíveis de apreensão através
de duas disposições fundamentais: as disposições afirmativas e reativas.
Respectivamente, aquelas que indicam sintonia e dissintonia com a compreensão
de vida como valor. No primeiro caso, a disposição afirmativa surge na sintonia
com uma perspectiva que se constrói a partir do “aquecimento” do modo de ser
sempre eterno da gênese de realidade, celebrando a vida enquanto experiência de
criação (Cf. MACHADO, 1999, p. 78).
O que Nietzsche revela com isso é que os escravos negam os valores vitais e
resulta na passividade, na procura da paz e do repouso. Nesta perspectiva, o
homem se torna enfraquecido e diminuído em sua potência.
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IMPORTANTE:
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SUGESTÃO DE FILME
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LEITURA COMPLEMENTAR
VALLS, Á. L.M. O que é ética. 9a edição. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1996. 84p.
É HORA DE SE AVALIAR!
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Exercícios - unidade 1
3ª QUESTÃO: Segundo Robert Srour: “Enquanto a moral tem uma base histórica, o
estatuto da ética é teórico, corresponde a uma generalidade abstrata e formal”
(SROUR, 2000, p. 270). Seguindo a afirmativa de Srour, indique qual das alternativas
abaixo corresponde ao correto sentido da ‘moral’.
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5ª QUESTÃO: Não é somente o critério científico que a moral justifica-se. Ela pode
ainda ser justicada por alguns critérios. Entre estes critérios podemos apontar:
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b) que devemos agir de acordo com o coração e a mente e não pensar nas
consequências das nossas ações.
c) que devemos agir de acordo com o Dever e não pensar nas consequências das
nossas ações.
e) que devemos agir apenas em função do nosso interesse pessoal. Para esta a
única obrigação moral é promovermos o nosso próprio bem-estar.
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Objetivos da unidade
Plano da unidade
Bons estudos!
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os valores não são coisas. Não podem ser percebidos como se percebe as
coisas, pois os valores são qualidades que as coisas têm, mas que não estão
nas coisas de modo real e sensível, como estão a figura, o peso, a cor, etc;
Neste momento, você deve estar indagando sobre o que é um juízo. Pois bem,
juízos são avaliações e apreciações da melhor ou pior forma de vida e da boa ou
má ação. No entanto, podemos identificar dois tipos principais de juízos. Por
exemplo: se dissermos “está amanhecendo”, estaremos enunciando um
acontecimento constatado por nós e o juízo proferido é um juízo de fato. Se,
porém, falarmos “o amanhecer é bom para os animais” ou “o amanhecer é
esplêndido”, estaremos interpretando e avaliando um acontecimento. Nesse caso,
proferimos um juízo de valor.
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Os juízos de fato são aqueles que dizem o que as coisas são, como são e por
que são. Em nossa vida cotidiana, mas também na metafísica e nas ciências, os
juízos de fato estão presentes. Diferentemente deles, os juízos de valor —
avaliações sobre coisas, pessoas e situações — são proferidos na moral, nas artes,
na política e na religião. Estes juízos avaliam coisas, pessoas, ações, experiências,
acontecimentos, sentimentos, estados de espírito, intenções e decisões como bons
ou maus, desejáveis ou indesejáveis.
Todos os juízos éticos de valor são normativos, isto é, enunciam normas que
determinam o dever ser de nossos sentimentos, nossos atos e nossos
comportamentos. Estes juízos determinam obrigações e avaliam intenções e ações
segundo o critério do correto e do incorreto. Por outro lado, os juízos éticos
normativos nos dizem quais sentimentos, intenções, atos e comportamentos
devemos ter ou fazer para alcançarmos o bem e a felicidade. Além disso, enunciam
que atos, sentimentos, intenções e comportamentos são condenáveis ou
incorretos do ponto de vista moral vigente.
IMPORTANTE:
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Com efeito, para que haja conduta ética, é preciso que exista o
agente consciente (a consciência moral), isto é, aquele que conhece
a diferença entre bem e mal, certo e errado, permitido e proibido,
virtude e vício. A consciência moral não só conhece tais diferenças,
mas também se reconhece como capaz de julgar o valor dos atos e
das condutas e de agir em conformidade com os valores morais,
sendo por isso responsável por suas ações e seus sentimentos e
pelas consequências do que faz e sente. Consciência e
responsabilidade são condições indispensáveis da vida ética (Cf.
VÁZQUEZ, 2001).
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IMPORTANTE:
Vamos retomar o que o filósofo entende por disposição de caráter para que
possamos entender o que seja a excelência moral ou virtude do homem. Ora,
disposições de caráter são “os estados de alma em virtude dos quais estamos bem
ou mal em relação às emoções” (ARISTÓTELES, 2001, p. 40). Isto nada mais seria que
a nossa disposição em relação às coisas, ou melhor, como sentimos, encaramos a
realidade que nos cerca, com certo grau de intensidade e ou indiferença.
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Assim nos deparamos com a necessidade de, a cada ação, fazer a escolha e o
desafio é o de fazer a escolha certa. É, portanto, mais difícil, pois exige de nós uma
atitude ativa e não simplesmente passiva diante da vida e das coisas e escolhas que
nos cercam. Veja como poder escolher e, portanto, poder errar é sempre o que
acaba por inibir as pessoas. Precisamos refletir e desenvolver nossa capacidade de
análise da realidade, pois isso depende exclusivamente de nós. E como o mundo
que nos cerca é também o mundo das relações humanas, saber escolher é um
desafio constante e que diante das escolhas que fizermos não há retrocesso. Para o
pensamento aristotélico, tudo isso diretamente relacionado com o fato de eu viver
na pólis, ou seja, “viver em sociedade”.
IMPORTANTE:
Para o mundo grego, a ética e a política estão juntas, pois entendem
que a comunidade social é o lugar necessário para a vivência ética. O homem só
pode viver e buscar sua finalidade, que para Aristóteles é a felicidade, na
comunidade social, pois é um animal político, ou seja, social. Portanto, não pode o
homem levar uma vida moral como indivíduo isolado, pois vive e é membro de
uma comunidade. E como a vida moral não é um fim em si mesmo, mas um meio
para se alcançar a felicidade, não se pensa a ética fora dos limites das relações
sociais, ou seja, não se pressupõe a ética sem a política. É por isso que, segundo
Savater (2002, p. 16), “(...) os antigos gregos chamavam quem não se metia em
política de idiotés, palavra que significava pessoa isolada, sem nada a oferecer às
demais, obcecada pelas mesquinharias de sua casa e, afinal de contas, manipulada
por todos”.
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Mas o que nos torna bons, segundo Aristóteles, é o fato de agirmos de forma
certa, buscando em tudo o equilíbrio em nossas ações e diante de nossas emoções.
A amizade está relacionada a esta ação, equilíbrio por ter como características e
causas a boa disposição e a sociabilidade, pois “(...) as pessoas boas são ao mesmo
tempo agradáveis e úteis”. (ARISTÓTELES, 2001, p. 160).
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A maioria das pessoas, por causa de sua ambição, parece que prefere ser
amada a amar, e é por isso que a maioria gosta de ser adulada; efetivamente, o
adulador é um amigo de qualidade inferior, ou que tem a pretensão de ser amigo e
quer estimar mais do que ser estimado; ser estimado é quase a mesma coisa que
receber honrarias, e são a estas que a maioria das pessoas aspira. (ARISTÓTELES,
2001).
IMPORTANTE:
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Havendo então três motivos pelos quais as pessoas amam, a palavra “amizade”
não se aplica ao amor às coisas inanimadas, já que neste caso não há reciprocidade
de afeição, e também não haverá o desejo pelo bem de um objeto (...) mas em
relação a um amigo dizemos que devemos desejar-lhe o que é bom por sua causa.
Entretanto, àqueles que desejam o bem desta maneira atribuímos apenas boas
intenções se o desejo não é correspondido; quando há reciprocidade, a boa
intenção é a amizade. (ARISTÓTELES, 2001, p. 155). A amizade, segundo Aristóteles,
pressupõe reciprocidade. É um sentimento específico para os nossos semelhantes,
pois precisamos que nosso sentimento seja correspondido. É por isso que muitos
intérpretes de Aristóteles e do pensamento grego afirmam que a amizade para os
gregos é o “(...) que torna, entre si, semelhantes e iguais” (VERNANT, 1973).
Então, segundo Aristóteles, “(...) para que as pessoas sejam amigas deve-se
constatar que elas têm boa vontade recíproca e se desejam bem reciprocamente”.
(ARISTÓTELES, 2001, p. 155). Havendo então três motivos pelos quais as pessoas
amam, a palavra “amizade” não se aplica ao amor às coisas inanimadas, já que
neste caso não há reciprocidade de afeição e também não haverá o desejo pelo
bem de um objeto (...) mas em relação a um amigo dizemos que devemos desejar-
lhe o que é bom por sua causa. Entretanto, àqueles que desejam o bem desta
maneira atribuímos apenas boas intenções se o desejo não é correspondido;
quando há reciprocidade, a boa intenção é a amizade. (ARISTÓTELES, 2001, p. 155).
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As pessoas boas são aquelas que possuem uma vida orientada pela busca do
agir ético, visam ao equilíbrio em suas ações e emoções. Então, quando a amizade
é por prazer ou por interesse, mesmo duas pessoas más podem ser amigas, ou
então uma pessoa boa e outra má, ou uma pessoa que não é nem boa nem má
pode ser amiga de outra qualquer espécie; mas pelo que são em si mesmas é óbvio
que somente pessoas boas podem ser amigas. Na verdade, pessoas más não
gostam uma da outra a não ser que obtenham algum proveito recíproco
(ARISTÓTELES, 2001).
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De acordo com Ross (1987, p. 34), “Aristóteles fala da amizade que se dá pelo
prazer ou interesse e a que se dá pelo que as pessoas são em si mesmas. Considera
que a que se dá por prazer ou interesse poderá existir entre as pessoas más”. Mas a
amizade perfeita só poderá ocorrer entre as pessoas boas e semelhantes pelo fato
de que amam a pessoa em si mesma. Você já deve ter ouvido muito o ditado
popular: “Diga-me com quem andas e te direi quem és”. Esse ditado popular é
muito usado quando nos orientam a respeito de nossas amizades, de nossas com-
panhias. Ele traduz o que nos ensina Aristóteles a respeito da amizade. Pois,
podemos estar andando com pessoas más sem percebermos que o que em nós as
atrai não é o que somos, mas o que lhes oferecemos ou temos a oferecer.
Citemos a filósofa:
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Segundo este:
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Isto é tão ilógico e irracional para La Boétie que ele assim pergunta: “Quem
acreditaria nisso se em vez de ver apenas ouvisse dizer?” (LA BOÉTIE, 2001, p. 14). O
filósofo está falando diretamente a seus contemporâneos, procurando sensibilizá-
los a lutar pela liberdade, a romperem com a servidão. Passa a indicar o que no seu
entendimento faz com que os homens estejam sobre pesados jugos, afirmando
que:
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La Boétie afirma que são os próprios homens quem se fazem dominar, pois
bastariam rebelar-se que teriam de volta a liberdade que lhes fora roubada. Nesse
sentido, este trabalha com uma ideia revolucionária, que é o fato de atribuir ao
povo, à população, o papel de sujeito da própria História. Por conseguinte, alerta
para o fato de que se não o faz, talvez o seja pela segurança que sente sob o jugo
do poder dos reis e príncipes. Porém, ao agir dessa forma, os homens vivem como
se fossem bichos. E qual seria a causa de todas as mazelas que o homem sofre no
seu dia-a-dia?
Segundo La Boétie:
A liberdade, todavia um bem tão grande e tão
aprazível que, uma vez perdido, todos os males seguem
de enfiada; e os próprios bens que ficam depois dela
perdem inteiramente seu gosto e sabor, corrompidos
pela servidão. Só a liberdade os homens não desejam;
ao que parece não há outra razão senão que, se a
desejassem, tê-la-iam; como se se recusassem a fazer
essa; bela aquisição só porque ela é demasiado fácil. (LA
BOÉTIE, 2001, p. 15).
O filósofo insiste na ideia de que se não temos liberdade é porque não a que-
remos. E que todos os males que sofremos são decorrência de a havermos perdido
e, no entanto, não nos dispomos a recuperá-la. Para sermos felizes, segundo ele,
bastaria que “(...) vivêssemos com os direitos que a natureza nos deu e com as
lições que nos ensina seriamos naturalmente obedientes aos pais, sujeitos à razão e
servos de ninguém” (LA BOÉTIE, 2001, p. 17).
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IMPORTANTE:
Com efeito, o filósofo procura ser mais enfático ao falar daqueles que são
instrumentos da tirania:
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Para o existencialismo, o homem ao nascer não está definido, mas irá através
de sua existência fazer-se homem. Quando nasce, diferente dos demais animais, o
homem tem em suas mãos o que poderá tornar-se. Como afirma Silva “(...)
liberdade implica que posso sempre ser um outro projeto, porque nenhuma
escolha é em si justificada”. Sendo que “(...) nenhuma escolha decidirá sobre a
própria liberdade, porque não posso escolher ser livre” (SILVA, 2004, p. 144).
Sartre alerta para o fato de que mesmo que a escolha seja subjetiva,
ou seja, individual, o homem está sempre relacionado aos limites da pró-
pria realidade humana. Assim, escolher ser isto ou aquilo é afirmar,
concomitantemente, o valor do que estamos escolhendo, pois não
podemos nunca escolher o mal; o que escolhemos é sempre o bem e
nada pode ser bom para nós sem o ser para todos. Se, por outro lado, a
existência precede a essência, e se nós queremos existir ao mesmo
tempo em que moldamos nossa imagem, essa imagem é válida para
todos e para toda a nossa época. (SARTRE, 2004, p. 6-7).
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O que, na realidade, Silva busca alertar é para o fato de que não há um valor
em absoluto e que a cada escolha, ao instituir-se valores, ocorre a anulação dos
demais critérios utilizados anteriormente. Na discussão da responsabilidade, e
tendo claro que “(...) toda decisão é sempre decisão de criar valores (...) não é
possível não escolher, não é possível não assumir responsabilidade pelas escolhas”.
(SILVA, 2004, p. 150-151).
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É interessante destacar que toda essa discussão histórica tem uma forte
conotação ética por se tratar de valorar as ações dos homens diante de um
acontecimento considerado hediondo, pelo fato de estender a responsabilidade a
toda a população e ter saído do corriqueiro que é atribuir apenas aos governantes
e aos que estavam a serviço do poder, mas também ao cidadão comum que se
portou de forma indiferente ao que ocorria em sua pátria naquele momento. Para
Sartre, o homem é liberdade.
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
O desamparo se dá pelo fato de o homem saber-se só. É por isso que Sartre diz
que “(...) o homem está condenado a ser livre”. (SARTRE, 2004, p. 9). Pois não há
nenhuma certeza, não há nenhuma segurança e tudo o que fizer é de sua irrestrita
responsabilidade. De fato o homem, sem apoio e sem ajuda, está condenado a “(...)
inventar o homem a cada instante”. (SARTRE, 2004, p. 9). Diante da constatação de
que “(...) somos nós mesmos que escolhemos nosso ser”. (SARTRE, 2004, p. 12),
surge o outro sentimento: o desespero. O que marca o desespero é o fato de que
só podemos contar com o que depende da nossa vontade ou com o conjunto de
probabilidades que tornam a nossa ação possível. Quando se quer alguma coisa, há
sempre elementos prováveis.
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Segundo Borheim (2000, p. 23), “uma vez que não existe para cada um senão
aquilo que faz, ou seja, o resultado de suas ações; a vida é, portanto, a somatória
dos próprios atos”. Sendo assim, Sartre destaca a ideia de que o homem é levado a
agir, pois é por meio do engajamento que direciona seus atos em relação aos
outros homens. Alerta Sartre que não se nasce herói, covarde ou gênio, mas é o
engajamento que faz com que assim se torne. Isso se dá pelo fato de que:
IMPORTANTE:
Ao falar da condição do homem, Sartre apresenta o que delimita o
agir. Portanto, para este cada um enfrentará os limites de sua própria
existência que está dada em sua condição e diante da qual “(...) a escolha é possível,
em certo sentido, porém o que não é possível é não escolher. Eu posso sempre
escolher, mas devo estar ciente de que, se não escolher, assim mesmo estarei
escolhendo.” (SARTRE, 2004, p. 17). É interessante que as escolhas são ativas ou
passivas e a responsabilidade pesa sobre elas, seja qual delas for. É verdade no
sentido em que, cada vez que o homem escolhe o seu engajamento e o projeto
com toda a sinceridade e toda a lucidez, qualquer que seja, aliás, esse projeto, não
é possível preferir-lhe um outro; é ainda verdade na medida em que nós não
acreditamos no progresso; o progresso é uma melhoria; o homem permanece o
mesmo perante situações diversas e a escolha é sempre uma escolha numa
situação determinada (SARTRE, 2004, p. 18).
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Quando recusou o prêmio Nobel de literatura, o fez por entender que nin-
guém poderia valorar, ou seja, julgar a sua obra. Para o existencialismo, o
humanismo está dado na realização da própria vida, em que por meio das escolhas
e diante das circunstâncias e condições o homem realiza sua existência por meio
da liberdade.
SUGESTÃO DE FILME
LEITURA COMPLEMENTAR
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
SAVATER, F. Ética para meu filho. São Paulo: Martins Fontes, 2002. 189p.
É HORA DE SE AVALIAR!
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Exercícios - unidade 2
a) V, V, F.
b) V, V, V.
c) F, V, F.
d) V, F, F
e) F, F, F.
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10ª QUESTÃO: Todos os juízos éticos de valor são normativos, isto é, enunciam
normas que determinam o “dever ser” de nossos sentimentos, nossos atos, nossos
comportamentos. Com base no que você estudou nesta unidade, discorra sobre as
especificidades dos juízos éticos de valor normativos.
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Objetivos da unidade
Plano da unidade
Bons estudos!
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
“Uma vez que a atividade empresarial tem uma função social que a
legitima, a empresa que esquece este aspecto não logra esta
legitimação. Desta forma, os consumidores são interlocutores válidos
e constitui-se uma exigência para a ética da empresa ter em conta
seus interesses através de mecanismos de participação efetiva”;
Com isso, pode-se concluir que, de acordo com Toffler, uma empresa ou
organização que atua de forma eticamente adequada é a que persegue os
objetivos pelos quais realmente existe, isto é, satisfazer as necessidades humanas e
caracteriza-se fundamentalmente pela agilidade e iniciativa, pelo fomento da
cooperação entre seus membros, pela solidariedade, pelo “risco racional” e pela
“co-responsabilidade”. Contudo, todas estas evidências devem ocorrer dentro dos
parâmetros da justiça, sem o qual a organização estaria em desacordo com os
princípios éticos e morais da sociedade em que está inserida (TOFFLER, 1993, p. 56).
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Em 1890, nos Estados Unidos, vigorou a lei denominada Sherman Act a qual
passou a proteger a sociedade contra acordos entre empresas contrárias ou
restritivas da livre concorrência. Ainda nos Estados Unidos, foi promulgada, no
começo do século XX, a Lei Clayton, modificada na década de 30, mediante a
emenda Pattman Robison. Essa lei complementou a Sherman Act, proibindo a
prática de discriminação de preço por parte de uma empresa em relação aos seus
clientes.
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Com efeito, foi somente na segunda metade do século XX que o tema da ética
empresarial de fato ganhou importância fora do meio acadêmico. Como exemplo,
podemos citar o ano de 1972 quando a organização das nações unidas (ONU)
realizou em Estocolmo, na Suécia, a conferência internacional sobre o meio-
ambiente. Este evento serviu para alertar todos os segmentos sociais, inclusive as
empresas, sobre a necessidade de se preservar a proteger o nosso planeta. Depois
dessa conferência, quase todos os países do mundo adotaram ou reforçaram as
suas leis, subordinando a atividade econômica à proteção do meio ambiente.
91
Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Cabe salientar que, em 1992, a Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, criou o
(CENE), isto é, o Centro de Estudos de Ética nos Negócios. Depois de vários projetos
de pesquisa desenvolvidos com empresas, os próprios estudantes da Escola de
Administração de Empresas de São Paulo (EAESP) e da Fundação Getúlio Vargas
(FGV) solicitaram a ampliação dos objetivos do CENE para incluir organizações do
governo e não-governamentais. A partir de 1997, o CENE passou a ser denominado
Centro de Estudos de Ética nas Organizações e introduziu novos projetos em suas
atividades contribuindo decisivamente para os estudos da ética empresarial no
Brasil (Cf. ARRUDA, 2002).
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
IMPORTANTE:
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Para tanto, é fundamental que a empresa defina regras claras para a condução
dos seus negócios e para o relacionamento entre as pessoas que compõem as
equipes de trabalho, buscando promover a participação de todos na discussão dos
“limites éticos na organização”.
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Uma empresa ética cultiva valores, define suas estratégias de acordo com
princípios, possui responsabilidade social baseado em juízos estritamente
racionais, enquanto a empresa antiética não se pauta por valores e nem possui
responsabilidade alguma. A empresa ética propõe valores, como a integridade,
honestidade, transparência, qualidade do produto, eficiência do serviço, respeito
ao consumidor, entre outros. Por outro lado, na empresa antiética, o comprador se
envolve com o fornecedor e acaba favorecendo-o mesmo sem a intenção de fazê-
lo.
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
internalizar;
exteriorizar;
objetivar.
Estes princípios são passíveis de análise crítica, pois são eles que distinguirão a
ética do lucro ou a ética construída no dia-a-dia, a partir do envolvimento daqueles
que compõem a empresa.
Obviamente, diz Camargo (2006), uma empresa que prima por bons princípios
éticos procura, no funcionário, um “ser crítico”. A consciência crítica é fundamental
para a construção da ética e, se viver em sociedade constitui um preceito para a
condição humana, a empresa é uma das instituições mais relevantes para fornecer
credibilidade e moral à constituição de uma ética fundamentada.
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
IMPORTANTE:
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Max Weber foi um dos principais responsáveis pela formação do pensamento social
contemporâneo, sobretudo do ponto de vista metodológico, quanto à constituição de uma
epistemologia das ciências sociais que, segundo sua visão, deve ter um modelo de explicação próprio
diferente do das ciências naturais. É de grande importância sua distinção entre a razão instrumental e
a razão valorativa, sendo que os juízos de valor não podem ter sua origem nos dados empíricos. Em
sua análise da formação da sociedade contemporânea, Weber investigou os traços fundamentais do
Estado moderno, da sociedade industrial que o caracteriza e da burocracia que tem nele um papel
central.
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Daí, as pessoas serem levadas a uma busca incessante pelo “ter”, pelo
“acumular”, numa corrida desenfreada em que os fins sempre justificarão
os meios. É um verdadeiro “vale-tudo”, em que ficam para trás valores como
honestidade, lealdade, solidariedade e outros, a menos que estes se subordinem à
ideia do “útil”, quando, então, deixarão de ser legítimos.
Essa situação remete-nos à principal reflexão Srour sobre a ética nos negócios,
na medida em que, para este, nos momentos de decisão e condução de um
negócio, o agente deve saber o que é certo fazer em relação ao lucro ou a utilidade.
Todavia, o limiar desta transição pode modificar-se, fazendo com que o agente (o
empresário) deixe de tomar a decisão certa, justificando-se mediante as possíveis
vantagens que vislumbrou diante do desconhecimento do outro e, a partir daí,
“fazendo deslizar na incerteza moral às vezes peculiar do comportamento
humano” (Cf. SROUR, 2000).
100
Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Para Srour (2000, p. 274), existem três inferências que nos ajudam a entender
uma situação como esta: as pessoas não são legítimas, isto é, totalmente boas ou
totalmente más; não basta enunciar normas morais e
pautas de decência para que os agentes ajam com Pragmático: relacionado à
O autor mostra sua visão sobre este paradigma Paradigma: modelo padrão.
dos negócios:
A razão de ser desta “reflexão ética” mencionada pelo autor mostra-nos que as
empresas possuem tendências a não operarem mais com tomadas de decisões em
curto prazo e sem preocupação em agir de forma ética, principalmente, aquelas
que podem expor ao risco a sua imagem publicamente. Cada vez mais as ações e
decisões das empresas, consideradas com responsabilidade social, são submetidas
ao crivo do cidadão disposto a retaliar as empresas que negligenciem a confiança e
credibilidade dos seus parceiros e sociedade.
101
Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Ainda se pode afirmar que as decisões das empresas não são em totalidade
imorais e morais em sentido forte do termo, pois suas atividades não estão acima
do bem e do mal. Se desta forma fossem, as operações econômicas ilícitas seriam
legitimadas dentro da normalidade do mercado e os efeitos colaterais gerados de
seus produtos seriam desconsiderados e sem repercussão da responsabilidade
caso atingisse de forma maléfica o meio ambiente ou o ser humano.
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Diante dos fatos, não podemos imaginar que todas as empresas agem de
acordo com a ética em seus negócios. O meio capitalista é regido em um ambiente
hostil e as organizações se movimentam mostrando suas forças e presença nos
negócios e, se não fizer, certamente será dominada por outras ou mesmo padecer
diante do mercado.
Evidencia-se, com isso, o alto risco que uma empresa enfrenta quando orienta-
se pela “maximização dos lucros”, sobretudo, pelas pressões que a sociedade e o
“sistema capitalista social” exercem atuando como legítimos indicadores e
controladores da gestão dos negócios de uma empresa. Por outro lado, quando
uma empresa por si mesma encontra o equilíbrio entre o lucro, sobrevivência e a
responsabilidade social, esta acaba formando a sua identidade ética que terá
reflexos expressivos nos seus negócios e na sua “imagem corporativa”.
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Depois de tudo que você leu fica fácil compreender como as relações
empresarias concretizam-se no sentido de propagar uma ética no mundo dos
negócios, sintonizadas com as mudanças ocorridas na sociedade e de acordo com
as exigências da competição que embala a discussão pela aprovação de “novos
padrões comportamentais” para as empresas e seus administradores.
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Este relatório, aprimorado pelas críticas e sugestões, irá servir de suporte para
a definição de “padrões de comportamento e responsabilidades” que nortearão a
elaboração dos artigos constitutivos e definitivos do código de ética profissional.
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
toda empresa que no futuro objetiva ter bons profissionais não pode
prescindir do desenvolvimento ético dos mesmos. Um profissional,
tecnicamente bem preparado, pode ser perigoso se seu nível ético,
por desconhecimento ou má fé, for reduzido ou limitado.
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
SUGESTÃO DE FILME
LEITURA COMPLEMENTAR
ARRUDA, M.C.C. Código de Ética: Um instrumento que adiciona valor. 1ª. ed.
São Paulo: Negócio, 2002. 390p.
DISKIN, L.; MARTINELLI, M.; MIGLIORI, R.F.; SANTO, R.C.E. Ética, Valores
humanos e Transformação. 1ª. ed. São Paulo: Fundação Petrópolis, 1998. 200p.
NASH, L. Ética nas empresas: boas intenções à parte. São Paulo: Makron
Books, 2001. 359p.
SROUR, H.S. Ética Empresarial. 8ª. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000. 389p.
110
Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
SÁ, A. L. de. Ética profissional. 4 ª edição: São Paulo: Ed. Atlas, 2001. 296p.
É HORA DE SE AVALIAR!
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Exercícios - unidade 3
112
Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
b) ser desleal.
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
4 Ética profissional e
responsabilidade social
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Objetivos da unidade
Plano da unidade
Bons estudos!
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Você tem ideia do que significa ética profissional? Bem, antes de discutirmos o
que é efetivamente ética profissional começaremos definindo o que é uma
‘profissão’ e o seu significado intrínseco. Vamos lá!
Toda profissão possui, além de sua utilidade para o indivíduo, uma expressão
moral e social. De fato, se acompanharmos a vida de um profissional, desde a sua
formação escolar, percebemos, claramente, o quanto ele produz e recebe de
utilidade da sua profissão.
pela profissão que todo indivíduo pode ser útil a sua comunidade e
nela elevar-se e destacar-se na prática pelos seus valores e
reconhecimentos.
119
Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Você deve estar se perguntando: como assim? O que uma coisa tem a ver com
outra? Ora, a conduta do profissional aliada aos deveres básicos de todo
profissional expõe uma relação intrínseca entre valores sociais e a profissão. Ou
seja, esta relação indica uma correspondência entre a sociedade e os valores
profissionais.
Uma das estratégias oferecidas para realçar esta relação está em abordar tal
assunto sob o prisma da “dignidade da pessoa”. Para tanto, faz-se necessário
explorar o que se entende por ‘pessoa’, ‘dignidade’ e ‘respeito’.
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
IMPORTANTE:
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
IMPORTANTE:
Portanto, as empresas que se pautam pela ética devem levar em conta a noção
de “estarmos juntos”, isto é, da convivência e da sociabilidade, pois na sociedade
existem relações que se articulam em diferentes grupos sociais. Como cada pessoa
elege uma forma de sociabilidade, existem lógicas diferentes na articulação das
relações sociais. Sendo assim, a empresa ou a organização torna-se o espaço de
confrontação entre as várias pretensões de sociabilidade.
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
IMPORTANTE:
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Agir eticamente dentro (ou fora) da empresa sempre foi e será uma decisão
pessoal. Uma vez que você tenha despertado para o assunto, mais e mais ele tende
a ser considerado nas decisões, num processo permanente, sem fim. É claro que
sempre estamos sujeitos a deslizes e equívocos. Nunca se esqueça, porém, de que
esse costuma ser um caminho sem volta. Para o bem ou para o mal.
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Por outro viés, nas palavras de Boff (2003, p. 9), “responsabilidade é dar-se
conta das consequências que advêm de nossos atos”. Sabendo-se que a ética está
presente em todos e quaisquer relacionamentos que envolvem o ser humano,
levá-la em consideração é uma necessidade também nos negócios. Desse modo,
age eticamente e com responsabilidade social a empresa que:
respeita a dignidade de seus empregados, não os vendo como
meros recursos;
não agride o meio ambiente;
não infringe os direitos do consumidor;
não compromete as necessidades, as utilidades e os interesses
públicos quando objetiva usufruir benefícios fiscais;
valoriza verdadeiramente o seu quadro de pessoal, promovendo o
seu desenvolvimento;
não coloca a busca do lucro acima da legitimidade e justiça dos
interesses do homem e da sociedade.
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Diante da definição de vontade referida acima, podemos notar que esta refere-
se tão-somente ao ato moral e racional praticado em vistas ao bem. Por
conseguinte, a noção de bem deve ser sempre acompanhada pela noção de mal.
Desse modo, o bem e o mal se encontram em uma relação recíproca e constituem
um par de conceitos axiológicos inseparáveis e opostos. Toda concepção de bom
implicará na definição de mal. Contudo, atualmente, em função da pluralidade de
formas de vida, de sociabilidade e das formações culturais é difícil constatar um
consenso sobre o que é bem e o que é mal. Na verdade, nem na Antiguidade
clássica houve um consenso a respeito dos critérios para se avaliar o que é bem e o
que mal.
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Toda escolha que fazemos envolve um fim ao qual visamos. Para realizar uma
ação, é preciso competência e coragem para realizá-la. A essência das atividades
administrativas é, fundamentalmente, um processo de tomada de decisão e este,
por sua vez, o ato de decidir é essencialmente uma ação humana e
comportamental. Ela envolve a seleção consciente de determinadas ações entre
aquelas que são fisicamente, moralmente e racionalmente possíveis para o agente
e para aquelas pessoas sobre as quais ele exerce influência e autoridade.
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
SUGESTÃO DE FILME
LEITURA COMPLEMENTAR
DISKIN, L.; MARTINELLI, M.; MIGLIORI, R.F.; SANTO, R.C.E. Ética, Valores
humanos e Transformação. 1ª. ed. São Paulo: Fundação Petrópolis, 1998, p. 66
144
Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
SROUR, H.S. Ética Empresarial. 8ª. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000. 389p.
SÁ, A. L. de. Ética profissional. 4ª edição: São Paulo: Ed. Atlas, 2001. 296p.
É HORA DE SE AVALIAR!
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Como esta é nossa última unidade de estudo, gostaria de registrar que foi um
imenso prazer tê-lo como aluno. Esperamos, sinceramente, que a perspectiva
aberta pela ética possa contribuir para o sucesso da sua prática profissional e para
um relacionamento pessoal e existencial mais tolerante e aberto, com a difícil e, ao
mesmo tempo, fascinante oportunidade que a vida nos oferece de conviver e de
aprender com a diferença e os múltiplos valores sociais com os quais nos
relacionamos constantemente.
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Exercício – unidade 4
2ª QUESTÃO: O emprego, pela primeira vez, do termo pessoa fora dos sentidos
restritos que lhe eram fornecidos pelo teatro se deve a:
a) Kant.
b) Foucault.
c) Sartre.
d) Boécio.
e) Maquiavel.
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
a) demissões e permissões.
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
7ª QUESTÃO: Toda “tomada de decisão” envolve escolhas. Por sua vez, as escolhas
envolvem critérios gerais ou particulares os quais são determinados pela nossa
vontade. Neste sentido, é fácil perceber que o processo de decisão moral está
intimamente associado ao tema da vontade. Por vontade, entende-se:
e) a capacidade que o ser humano possui de deliberar e escolher as ações que irá
realizar, pois tão-somente o ser humano possui a capacidade de deliberar e
escolher as ações que irá realizar.
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Considerações finais
Enfim, uma vida melhor depende de uma vida com ética e responsabilidade
social.
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Conhecendo o autor
154
Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Referências
ARRUDA, M.C.C. Código de Ética: Um instrumento que adiciona valor. 1ª. ed.
São Paulo: Negócio, 2002. 390p.
Hoje se fala muito em ética: ética na política, nas relações compre entre
pessoas, grupos e povos. Mas, o que seria propriamente a ética? O que a distingue
de outras ciências humanas? Ética nas empresas: o que é? Como, entretanto, a ética
vê o premiado ser humano? Este pequeno e denso livro propõe-se a responder
estes questionamentos aos estudantes que dão os primeiros passos no
Fundamentos da Ética Geral e Profissional.
155
Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
DISKIN, L.; MARTINELLI, M.; MIGLIORI, R.F.; SANTO, R.C.E. Ética, Valores
humanos e Transformação. 1ª. ed. São Paulo: Fundação Petrópolis, 1998, 200p.
156
Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
STANLEY J. GRENZ & JAY T. SMITH . Dicionário de Ética. 1ª Edição. São Paulo:
Brochura, 2005. 184p.
Este dicionário de ética tem por objetivo ajudar o leitor a se tornar um bom
eticista. Os autores desejam contribuir com esse objetivo grandioso fornecendo ao
leitor um instrumento para que venha a ser um eticista mais bem informado. Para
isso, apresentam definições ou descrições breves de alguns dos termos e nomes
mais importantes encontrados em livros e em debates no vasto domínio da ética.
Apesar de não serem exaustivas, essas definições visam a fornecer um
conhecimento funcional básico dos conceitos fundamentais que se ligam a
conversas em torno de ética. Entre os mais de 300 definições, você encontrará -
termos, como altruísmo e virtude; Assuntos controversos, como eutanásia e guerra;
Cosmovisão, como aristotelismo e utilitalismo; áreas de competição de valores e
idéias, como ética publicitária e tecnológica.
304p.
158
Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Neste livro, as autoras propõem uma introdução à Filosofia tanto para alunos
do Ensino Médio e dos ciclos básicos universitários, quanto para aqueles que
desejam um conhecimento mais sistemático dos variados pensamentos filosóficos.
O livro possui trinta e três capítulos distribuídos em seis unidades. Cada capítulo
inicia-se com um texto básico contando ainda, a maioria deles, com leituras
complementares que visam ampliar o conhecimento de textos de outros autores.
No final de cada capítulo, há questões de interpretação para aprofundamento. O
livro traz também projetos de trabalhos, filmografia, quadro cronológico,
vocabulário dos principais conceitos filosóficos utilizados, orientação bibliográfica
e índice de nomes.
VALLS, Á. L.M. O que é ética. 9a edição. São Paulo: Ed.Brasiliense, 1996. 84p.
Não existe povo ou lugar que não tenha noções de bem e mal, de certo e
errado. Da Grécia Antiga aos nossos dias, a ética é um conceito que sempre esteve
presente em todas as sociedades. Mas apesar disso, as dúvidas são muitas. Seria a
ética apenas um conjunto de convenções sociais? Teria ela um princípio supremo
que atravessa toda a história da humanidade? E numa sociedade capitalista, qual a
relação entre ética e lucro?
SROUR, H.S. Ética Empresarial. 8ª. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000. 389p.
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
'Eu crio a minha própria moral e o mundo que se dane!' Quem define assim a
própria 'liberdade' de agir e pensar desconhece que a moral carrega uma
contradição - ela nasce da interação dialética entre seu caráter social (herança
preservada pela comunidade) e a convicção pessoal, alimentada por todos nós, de
que o 'bom' para uns pode não ser bom para outros, e vice-versa. A moral tem,
portanto, duas faces - pode servir à reação conservadora ou a postura
revolucionária.
NASH, L. Ética nas empresas: boas intenções à parte. São Paulo: Makron
Books, 2001. 359p.
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SÁ, A. L. de. Ética profissional. 4 ª edição. São Paulo: Ed. Atlas, 2001. 296p.
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
SAVATER, F. Ética para meu filho. São Paulo: Martins Fontes, 2002. 189p.
Como falar de ética a adolescentes sem cair na simples crônica das idéias
morais ou na doutrinação casuística sobre questões práticas? Este livro não
pretende resolver este problema nem ser um manual escolar de moralidade.
Procura contribuir, filosófica e literalmente, para colocar da melhor maneira essa
preocupação. Dirige-se especialmente aos leitores entre quatorze e dezesseis anos
e nem tanto aos professores deles.
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Tugendhat iniciou seus trabalhos sobre filosofia prática após quinze anos de
trabalho teórico. Dessa nova fase já resultaram suas dezoito "Lições sobre ética",
que compõem, segundo o autor, sua obra mais expressiva. Nela ele aplica toda a
sua capacidade em debates da ética contemporânea, com uma vitalidade
empolgante.
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Anexos
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Gabaritos
Unidade 1
1. c
2. d
3. a
4. e
5. a
6. e
7 a
8 c
9 R: A moral refere-se ao conjunto de regras de conduta consideradas como
válidas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou
pessoa determinada.
10 R: Para o autor, a ética relaciona-se com qualquer teoria científica. Sendo
assim, seu papel é de explicar esclarecer ou investigar uma determinada realidade,
elaborando os conceitos correspondentes.
Unidade 2
1. b
2. a
3. b
4. b
5. c
6. a
7 e
8 a
9 R: O ato normativo é constituído pelas normas ou regras de ação e pelos
imperativos que enunciam algo que deve ser.
10 R: Estes juízos que enunciam obrigações e avaliam intenções e ações segundo
o critério do correto e do incorreto. Os juízos éticos de valor nos dizem o que são o
bem, o mal e a felicidade.
166
Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
Unidade 3
1. a
2. a
3. c
4. c
5. c
6. c
7 e
8 e
9 R: Um código de ética profissional é um acordo explícito entre membros de
um grupo social, isto é, de uma categoria profissional, de um partido político ou de
uma associação civil.
10 R: O objetivo primordial do código de ética profissional é expressar e
encorajar no sentido da justiça e decência em cada membro do grupo organizado,
deve indicar um novo padrão de conduta interpessoal na vida de cada profissional
que esteja exercendo qualquer cargo na organização.
Unidade 4
1. d
2. d
3. e
4. c
5. c
6. a
7 e
8 d
9 R: Decisão em condições de incerteza ou em condições de ignorância ocorre
quando não se obteve informações e dados sobre os estados da natureza do
processo decisório, ou mesmo em relação à parcela desses estados. A empresa
possui dados e informações parciais, obtidos com probabilidade incerta ou é
desconhecida a probabilidade associada aos eventos que estão provocando a
decisão.
10 R: Este princípio pressupõe que não se deve atuar cegamente, pois conhece o
fim a que tende; sabe dos meios de que necessita para atingir o fim; tem noção das
consequências que resultarão da decisão tomada; pode ser orientada.
167