O esposo – a seguir o pastor tem, caso seja casado, como prioridade sua
família. Deve dar a atenção devida à esposa e o acompanhamento espiritual e responsável
dos filhos. Conheci e tenho muitos amigos os quais, mesmo sendo filhos de pastor, não
suportam frequentar uma igreja evangélica; outros ainda que tomaram uma opção até
beligerante contra a instituição. Em vários casos a queixa de ter sido trocados pela igreja ou
cobrados em demasia é uma constante. O fato é que não adianta salvar vidas em nosso
bairro ou no mundo e perder nossos filhos em casa. Essa ameaça, sutil, muitas vezes
imperceptível, mas extremamente danosa de substituir a nossa família pela igreja, é uma
sombra que paira sobre a vida de todos nós que, hoje, exercemos o ministério. Paulo
escrevendo aos candidatos ao episcopado fala do cuidado que devem ter com sua própria
casa (1Tm 3.4). Tal cuidado se faz por meio de um diálogo franco e cuidado com o cônjuge
e, também, do reconhecimento de que a família pastoral não é uma superfamília e, por isso,
isenta de defeitos.
O ministro – por fim, temos a questão do pastorado em si. Talvez para alguns
seja estranho que esse papel apareça em último, mas é exatamente seguindo a
recomendação paulina (1Tm 4.16) sobre o cuidar primeiro de si e depois da doutrina. Após
lutar por sua vida devocional e cuidar de sua casa, o ministro deve lembrar, para um
saudável exercício pastoral, que ele não faz nada sozinho, compartilhando seu trabalho com
aqueles que podem ajudá-lo. Também deve manter seu programa pessoal de estudo, como
forma de se capacitar ao trabalho e oxigenar seus estudos e pregações. Ainda sobre leitura,
Martin Loyd-Jones fala em pelo menos três tipos de leituras que devem constar na vida do
ministro: a devocional, a teológica e aquela sobre assuntos que ele goste (particularmente
gosto de ler literatura, algo que aparentemente não tem nada com meu universo pastoral ou
do direito). O benefício da leitura para a mente é conhecido (para ver sobre os benefícios
acesse: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2016/12/7-provas-de-que-ler-faz-
bem-para-sua-saude.html )