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O transporte marítimo como força motriz para desenvolvimento da economia mundial

Criado em 18-03-2010
O Conselho Nacional de Carregadores é o órgão responsável por
promover o desenvolvimento das operações de comércio e transporte
marítimo e controlar a sua execução de acordo com as políticas e
procedimentos estabelecidos, no sentido de estudar, propor e divulgar
medidas que contribuam para estabilidade e economia dos fretes e
sobretaxas marítimas.

Com este desiderato, temos a oportunidade de colocar à disposição de todos intervenientes no tráfego
marítimo informações sobre o desenvolvimento da indústria de transporte marítimo, no contexto
económico mundial (Globalização), a inter modalidade como força motriz das principais tendências a
nível mundial do sector marítimo–portuário e das vantagens económicas que proporciona.

Os factores de qualidade do transporte marítimo, apresenta como vantagem competitiva a capacidade de


deslocar grandes quantidades de mercadorias a grande distância, por baixo custo e como desvantagem a
velocidade reduzia em relação a outros modos de transportes, tais como, aéreo, ferroviário e rodoviário.

Para melhor responder às exigências do mercado, assiste-se desde há alguns anos a uma grande
especialização da indústria marítima, por tipos de navios; graneleiros, petroleiros, transportadores de gases
liquefeitos, transportadores de automóveis e outros veículos, navios frigoríficos, navios para transporte de
animais vivos, e navios porta-contentores com capacidade até 6.000 TEUs.

A importância do transporte marítimo não precisa de facto de ser demonstrada, mas se se quiser recorrer a
linguagem dos números verifica-se que mais de 80 por centos dos produtos objecto do comercio
internacional são transportados por mar, percentagem essa que vai para mais de 90 por centos quando se
trata de matérias-primas.

O transporte marítimo não se limita apenas ao próprio acto de transporte em si, mas abarca inúmeras outras
actividades imprescindíveis, como; agenciamento, transitários, despachantes, operadores portuário, seguros
entre outras.

O Transporte Marítimo, a perspectiva da actuação multimodal integrante de todo o sistema de transporte


coloca grandes desafios aos portos e pressão no sentido de assegurarem maiores níveis de eficiência na
ligação entre os modos, pela especialização dos seus terminais, serviços, acessibilidades e sistemas de
informação.

O Transporte Marítimo é o modo mais económico de transportar grandes quantidades de mercadorias e


matérias-primas.

A globalização da indústria de transporte marítimo


A Globalização corresponde ao crescimento e integração internacional dos mercados de bens, serviços e
capital. Alterando de maneira fundamental o cenário económico mundial, ela é resultado da tendência
generalizada de liberalização do comércio e dos mercados de capitais, da crescente internacionalização das
estratégias de produção e distribuição das empresas, bem como de avanços tecnológicos que estão
rapidamente aluindo as barreiras ao comércio internacional de bens e serviços e a mobilidade do capital; na
descida sustentada dos custos de transportes, comunicações e informática.

Hoje em dia, com o desenvolvimento acelerado dos sistemas de comunicações e de transportes, com a
proliferação de redes e informação entre as instituições internacionais e com os esbatimentos das fronteiras
económicas nacionais na sequência de acordos internacionais como o da União Europeia, existe uma
grande liberalização do comércio mundial e para a liberdade de circulação de pessoas, bens, serviços e de
capitais à escala planetária.

Do ponto de vista económico o transporte tem uma tarefa bem específica a desempenhar no processo global
de produção, na medida em que dá à mercadoria um acrescido valor económico, através da aproximação da
mercadoria aos centros utilizadores ou consumidores, e a criação de oportunidade de negócio à escala
mundial, gera a necessidade de deslocação de grandes volumes de matérias primas e a consequente
movimentação dos bens transformados e de consumo.

Os navios de linhas regulares (shipping)


Os Navios de Linha Regular (Liner Shipping) têm uma rota fixa, escalando determinados portos com
intervalos regulares, e têm tarifas publicadas e estáveis por período longo e não podem ser alterados sem
pré-aviso de seis meses.

Os navios de tramp
Os navios de Tramp não têm destinos fixos e transportam qualquer carga para qualquer lugar. Este tipo de
navio transportam carga a granel, (petróleo, cereais, mineiros,) etc. A carga dos navios de Tramp
geralmente pertence a um só cliente e as tarifas são variáveis.

Enquanto o mercado de Linha Regular oferece estabilidade à indústria de Shipping, o mercado Tramp
oferece a flexibilidade tão necessária para fazer face a compromissos a curto prazo que surgem de quando
em vez.

Os fretes nos mercados de linhas regulares e tramp


O frete é o preço cobrado pelo transportador pelo carregamento e entrega de mercadoria em boas
condições.

A determinação dos preços de serviços prestados por navios de carga depende das condições do mercado
(oferta e procura).

A procura de transporte marítimo é uma procura derivada da própria procura dos produtos transportados.

No mercado de Linhas Regulares, o frete é fixado segundo o valor da mercadoria transportada; mercadorias
de valor mais elevado pagam mais frete do que as mercadorias mais baratas, mesmo que tenham o mesmo
volume e a mesma tonelagem.

No mercado de Linhas Regulares devido ao facto de existirem inúmeros carregadores possuindo cada uma
parcela pequena de carga, o cliente não tem grande poder de negociar o frete.

No mercado Tramp, onde as grandes quantidades de carga são movimentadas e onde o carregador é só um.
Além da lei da procura e oferta, a quantidade de carga e o tipo de contrato são factores importantes na
fixação do frete, portanto nesse mercado o frete é variável e o cliente tem grande poder de negociar o
frete.

O factores que influenciam o nível do frete, no caso dos portos angolanos são:

As condições de carga e descarga nos portos de origem e destino de carga.


A necessidade de equipamento ou outras facilidades adicionais para acomodar a carga.
Custos do combustível.
Acordos com outros operadores.
Existência de congestionamento nos portos de escala.

Verifica-se que as actuais condições operativas e produtivas dos portos angolanos estão na origem dos
elevados níveis dos fretes e das sobretaxas aplicadas pelos armadores.

As taxas de frete marítimo já não são publicadas devido ao desaparecimento das conferências marítimas e
face ao surgimento da liberalização dos serviços do comércio internacional e de transporte marítimo. Elas
são consideradas confidenciais ou secretas.

Durante o ano 2009, o Porto de Luanda, devido aos grandes investimentos que o país está a realizar em
todo sector socio-económico, a partir de Fevereiro/2009, o fluxo de navios aumentou consideravelmente
em relação ao ano anterior, o que provocou um grande congestionamento de navios na costa.

Nesse período de congestionamento os armadores praticavam taxas de frete muito altas em relação as que
cobravam anteriormente, e não eram iguais para todos armadores, cada um praticava uma taxa de
concorrência segundo a procura e oferta.

A plataforma de frete ou estação de mercadorias tem um impacto importante na plataforma logística que é
uma zona delimitada no interior da qual se exercem, por distinto operadores, todas as actividades relativas a
logística, transporte e distribuição de mercadorias, quer do tráfego nacional quer internacional.

Esses operadores podem ser proprietários, arrendatários ou simplesmente utilizadores dos edifícios e das
instalações que foram construídas dentro de plataforma (armazéns, cais de fraccionamento, áreas de
armazenamentos, escritórios, parqueamento, estacionamento e áreas comerciais.

Os portos secos são plataformas inter modais de mercadorias situadas no interior do país que se encontram
ligadas por via ferroviária a um porto de origem ou porto destino das mercadorias, e dispõem de uma área
inter modal rodo-ferroviária como área funcional principal ainda que possam estar associadas a outras áreas
funcionais, o que minimiza o congestionamento dos contentores e outras cargas convencionais no recinto
portuário.

José Pedro Gonçalves

Chefe de Departamento de Operações do CNC

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