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ESPAÇOS NÃO FORMAIS DE

ENSINO:
CONTRIBUIÇÕES DE
PROFESSORES DE CIÊNCIAS
E BIOLOGIA EM
FORMAÇÃO

Job Antonio Garcia Ribeiro


Organizador

BAURU – SP
2013

54
Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

GABRIEL VICTORIANO et al.

ESPAÇOS NÃO FORMAIS DE ENSINO:


CONTRIBUIÇÕES DE PROFESSORES DE
CIÊNCIAS E BIOLOGIA EM FORMAÇÃO

1ª Edição

JOB ANTONIO GARCIA RIBEIRO


Organizador

Bauru – SP
Faculdade de Ciências – Câmpus de Bauru
2013
Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Espaços não formais de ensino : contribuições de professores de


Ciências e Biologia em formação / Gabriel Victoriano... [et al.] ; Job
Antonio Garcia Ribeiro (organizador). – Bauru : UNESP/FC, 2013
86 p.

ISBN 978-85-99703-77-9

Inclui bibliografia

1. Ciência – Estudo e ensino. 2. Espaços não escolares. 3.


Professores - Formação. I. Victoriano, Gabriel. II. Ribeiro, Job Antonio
Garcia.
Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Prefácio

“[…] no se ve ya en las plantas más que unos instrumentos de nuestras


pasiones, no se encuentra ya ningún placer auténtico en su estudio, […]
limitándose todo lo más a la botánica de gabinete y de jardín, en lugar de
observar los vegetales en la naturaleza” (ROSSEAU, 2006, p.42).

A arte de ensinar implica na capacidade de emocionar-se e provocar emoções.


Não é possível desejar um ensino, ignorando os sentimentos e sensações. Da mesma
maneira, não é possível ignorar o que o aluno já sabe sobre o assunto e o que ele
deseja saber.
O aluno conhece plantas desde a mais tenra idade, em diferentes circunstâncias.
Observa e tem inúmeras chances de com elas conviver e aprende, informalmente o
que lhe convém. No entanto, raras vezes no ensino formal de botânica, o aluno tem
chance de exercitar estes sentimentos e interesses.
É com grande satisfação que atendo ao convite feito pelo Prof. Job Antonio
Garcia Ribeiro para escrever este prefácio. Meu aluno e orientado desde a graduação
até o doutorado, aprendeu a aprender botânica envolvendo-se emocionalmente com
as plantas e exercitando as sensações que os ambientes naturais oferecem. Participou
do projeto “Passeando e aprendendo no cerrado” desde a sua origem e ainda hoje,
luta para mantê-lo.
Não se equiparou ao seu orientador. Se assim fosse, de nada valeria estes anos
de orientação, discussões e longas conversas. Valeu a pena porque ultrapassou-me em
vários aspectos do entendimento da arte de ensinar ciências. Além de tornar-se um
excelente pesquisador, demonstra uma incrível e emocionante capacidade de ensinar.
O resultado disso é este livro, produto do trabalho de seus alunos, graduandos
em Licenciaturas em Ciências Biológicas, que parecem também ter-se contagiados com
o entusiasmo do professor em ensinar botânica e ecologia. Reconheceram a
importância de aulas de campo no ensino destas disciplinas e sentiram-se no dever de
organizar este texto que disponibiliza aos professores de Ciências e Biologia,
ambientes na região de Bauru, onde poderão desenvolver suas atividades práticas de
campo.
Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Assim, parabenizo ao Prof. Job e aos demais co-autores pela iniciativa e desejo a
todos, muito sucesso em suas vidas acadêmicas. Reconheço-os como parte dos alunos
que ainda me faz acreditar que, apesar das adversidades que desmerecem o trabalho
do professor, o entusiasmo e espírito elevado de cidadania e compromisso por uma
educação melhor, encontrará uma oportunidade de exercício digno do educador.

Bauru, outono de 2013

Osmar Cavassan
Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Agradecimentos

Este trabalho não poderia ter sido realizado sem a colaboração dos seguintes
profissionais: professora Rosa Maria F. Scalvi, coordenadora do Observatório Didático
de Astronomia “Lionel José Andriatto”; professor e biólogo Vinícius Sementille
Cardoso, funcionário e monitor do Jardim Botânico Municipal; bióloga Samantha
Pereira Lima, coordenadora do Centro de Educação Ambiental do Zoológico Municipal;
e professora Isabela Beraldo de Souza monitora e coordenadora do Projeto
“Passeando e aprendendo no cerrado” no ano de 2012.
Estendemos nosso muito obrigado aos coordenadores e/ou responsáveis dos
demais espaços não formais que gentilmente concederam-nos informações
importantes presentes nessa obra.
Deixamos registrado também nossos votos de agradecimentos ao vice-diretor da
Faculdade de Ciências – UNESP, Câmpus de Bauru, Prof. Paulo Noronha Lisboa Filho
pelo apoio e encorajamento de publicar essa obra.
Agradecemos em especial ao professor Osmar Cavassan pelas contribuições e
sugestões, bem como pelas palavras contidas no prefácio deste trabalho.
A todos vocês, nossos sinceros agradecimentos!

Os autores
Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Apresentação

Esta obra é fruto de um trabalho conjunto realizado entre professor, monitores e


estudantes durante a disciplina “O ensino de Ciências e Biologia em espaços não
formais”, lecionada ao quinto ano do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do
período noturno, na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, UNESP,
campus de Bauru.
Na referida disciplina, que possui como objetivo promover o estudo prático e
crítico de situações que caracterizam o trabalho educativo em espaços não formais, e
desenvolver conhecimentos e habilidades que capacitem o licenciando a planejar e
executar ações didáticas, uma das metodologias utilizadas foi o trabalho colaborativo.
E foi essa a dinâmica priorizada no desenvolvimento desse livro.
Após exposições dialogadas, leituras de textos e discussões a respeito de
algumas perspectivas teóricas dentro do contexto de ensino de Ciências, os estudantes
puderam juntos planejar atividades de ensino e aprendizagem em quatro locais do
município de Bauru, previamente escolhidos pelo professor responsável: Jardim
Botânico Municipal, Zoológico Municipal, Projeto “Passeando e aprendendo no
cerrado” e Observatório Didático de Astronomia “Lionel José Andriatto”.
Na fase de planejamento os futuros professores foram orientados a escolher os
temas e conceitos científicos a serem trabalhados de acordo com o que o espaço
visitado pudesse oferecer. Ficou a cargo dos estudantes, que contavam também com o
auxílio dos monitores de cada espaço não formal, a seleção das instalações do local, os
objetivos da atividade, a metodologia, a previsão do tempo de duração e o papel de
cada sujeito durante a visita (do monitor, do professor e dos alunos).
O próprio processo de planejamento e execução das atividades elaboradas por
cada grupo com os colegas de sala já seria suficiente para cumprir os objetivos da
disciplina, no entanto, no decorrer do semestre (2º semestre de 2012), novas ideias
surgiram e a todo o momento foram compartilhadas e discutidas com os alunos.
Como as propostas foram muito bem avaliadas por aqueles que participaram da
visita, julgamos pertinente divulgá-las a um público maior, aos demais colegas de
profissão; afinal, um trabalho de disciplina que fica engavetado na mesa do professor e
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tem finalidade somente avaliativa, pouco contribui para a motivação de qualquer


profissional.
Decidi então, valorizar os esforços dos estudantes e transformar aqueles
trabalhos acadêmicos em uma coletânea de relatos de experiências a serem
compartilhadas com outros professores. Todavia, produzir uma obra contendo apenas
quatro relatos era ainda simplificar todo o processo de discussão a respeito do ensino
de Ciências e Biologia em espaços não formais.
Foi assim que surgiram os dois primeiros capítulos (construídos, lidos e relidos
por todos os estudantes), no qual passamos a discutir a respeito do processo de
construção do conhecimento fora da sala de aula e da necessidade de um bom
planejamento quando se pretende realizar atividades dessa natureza.
Outra ideia que surgiu foi modificar as propostas iniciais de seminários. Pretendia
que os estudantes apresentassem, na forma expositiva, outros locais não formais onde
fosse possível o ensino e a aprendizagem de conceitos científicos. Tais seminários
foram então transformados em 12 breves capítulos (um deles elaborado pelo próprio
professor da disciplina) onde os alunos apresentam informações relevantes sobre
outros espaços situados no município de Bauru, em outras cidades da região e na
capital do Estado de São Paulo.
Dentre as informações reunidas, as quais o leitor terá acesso estão: breve
descrição do local e das atividades e instalações existentes, presença ou não de
monitores, forma de agendamento, contatos, horário de atendimento, público a qual
se destina, duração da atividade, custos e localização.
Deste modo, o objetivo da presente obra é possibilitar aos professores da rede
pública e particular de ensino, e dos diferentes níveis escolares, um material no qual
possam ter acesso às práticas elaboradas e aplicadas pelos alunos nos espaços não
formais já citados, como também utilizar das informações compiladas sobre outros
locais situados nos municípios paulistas para programarem visitas futuras, a fim de
potencializarem a melhoria de suas atividades no ensino de Ciências.

Job Antonio Garcia Ribeiro


Organizador
Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Sumário

Espaços não formais: breves considerações............................................................. 09


Referências................................................................................................................. 14

Elaborando atividades formais em espaços não escolares: algumas informações


relevantes................................................................................................................... 16
Planejando a atividade................................................................................................ 17
Executando a atividade proposta............................................................................... 19
Atividades subsequentes............................................................................................ 21
Referências................................................................................................................. 21

Conhecendo a Astronomia
Anderson Prestes, Daniel Marutani Tamashiro, Elsie Leticia Turini, Gabriel
Victoriano, Leandro Gonzaga, Paula Nascimento Antonio e Sarah El Chamy
Maluf.......................................................................................................................... 23
Introdução.................................................................................................................. 23
Desenvolvimento........................................................................................................ 23
Resultados e considerações finais.............................................................................. 27
Informações adicionais............................................................................................... 28

Explorando os sentidos no Jardim Botânico


André Luiz Gobatto, Beatriz Daniele Pavan, Elisabeth Giordani, Fernanda
Marcelino Galvani, Isabela Karoline Ribeiro Dias, Mariana Priscila Veneziani de
Toledo, Mariane Santos Ducatti e Raquel Aparecida Passaretti................................. 30
Introdução.................................................................................................................. 30
Desenvolvimento........................................................................................................ 31
Resultados e considerações finais.............................................................................. 34
Informações adicionais............................................................................................... 35

Investigando recintos no Zoológico


Ananda de Barros Barban, Luisa Bontorin Beltrame, Mariana Gomes Poiato, Nádia
Ghinelli Amôr, Natalia Zorzette Sangaletti e Régis Augusto Pescinelli....................... 36
Introdução.................................................................................................................. 36
Desenvolvimento........................................................................................................ 37
Resultados e considerações finais.............................................................................. 38
Informações adicionais............................................................................................... 41

Aprendendo no Cerrado
Ana Flávia Chaparro Viana, Ariane Marumoto, Camila Ramalho Bonturi, Fabiane
Cristina da Fonseca, Isabela Beraldo de Souza, Juliana da Silva Borba, Larissa Saia
Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Morotti e Poliana Teixeira.......................................................................................... 42


Introdução.................................................................................................................. 42
Desenvolvimento........................................................................................................ 43
Resultados e considerações finais.............................................................................. 44
Informações adicionais............................................................................................... 49

Sugestões de espaços não formais........................................................................... 50

Catavento Cultural e Educacional


Ana Flávia Chaparro Viana, Fabiane Cristina da Fonseca, Isabela Beraldo de Souza
e Poliana Teixeira........................................................................................................ 53

Centro Ambiental Rio Batalha e Estação de Tratamento de Água (ETA) de Bauru


Beatriz Danielle Pavan e Mariane Santos Ducatti....................................................... 56

Centro de Divulgação de Astronomia (CDA)


Elsie Leticia Turini, Paula Nascimento Antonio e Sarah El Chamy Maluf.................... 59

Centro Experimental de Bioenergia


Mariana Gomes Poiato e Nádia Ghinelli Amôr........................................................... 62

Fundação CEU – Centro de Estudos do Universo


Ariane Marumoto, Camila Ramalho Bonturi, Juliana da Siva Borba e Larissa Saia
Morotii........................................................................................................................ 64

Instituto Butantan
Natalia Zorzette Sangaletti e Régis Augusto Pescinelli............................................... 67

Instituto Lauro de Souza Lima


Job Antonio Garcia Ribeiro.......................................................................................... 71

Museu de Anatomia Humana “Professor Alfonso Bovero”


Daniel Marutani Tamashiro e Gabriel Victoriano ...................................................... 74

Museu de Paleontologia de Marília


Anderson Prestes e Leandro Gonzaga......................................................................... 76

Museu de Paleontologia "Professor Antonio Celso de Arruda Campos"


André Luiz Gobatto, Elisabeth Giordani e Isabella Karoline Ribeiro Dias.................... 78
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Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo


Fernanda Marcelino Galvani, Mariana Priscila Veneziani de Toledo e Raquel
Aparecida Passaretti................................................................................................... 80

Museu Ferroviário Regional de Bauru


Ananda de Barros Barban e Luisa Bontorin Beltrame................................................. 84
Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Espaços não formais: breves considerações

O Ensino de Ciências nas escolas tem se caracterizado, frequentemente, por


fazer uso de métodos tradicionalistas onde o papel desempenhado pelo professor é o
de somente transmitir conhecimentos (GUIMARÃES, 2004). Neste ensino, as aulas são
transmitidas oralmente e os conceitos são ouvidos e memorizados para
posteriormente serem repetidos. No entanto, o que ocorre é que raramente essas
palavras condizem com a realidade do aluno (COLL; SOLÉ, 1996), e se tornam
desconexas e irrelevantes (KRASILCHIK, 2009).
Como consequência, quando o professor apresenta ao aprendiz determinado
significado, o estudante acaba por desviar sua atenção para uma área simbólica
totalmente desconectada do real e constituída por termos que serão memorizados até
o momento da avaliação, para então desaparecerem. A explicação de alguns conceitos
atribuídos pelo professor, sem nenhuma relação com o cotidiano dos alunos, deixa de
possibilitar aos aprendizes momentos adequados para que possam fazer seus próprios
questionamentos, explorarem suas ideias e demonstrarem o resultado de suas
aprendizagens (COLL; SOLÉ, 1996).
Nesse sentido, uma estratégia interessante para que se alcance resultados
positivos nos processos de ensino e de aprendizagem, que supere os do ensino
tradicionalista, aproximando os conceitos tratados em aula com a realidade vivenciada
pelo aluno, e seja mais motivador, tem sido a utilização de espaços não formais.
Espaços ou ambientes não formais de ensino, também denominados de espaços
não escolares, referem-se a locais que não são sedes destinadas especificamente para
o funcionamento da instituição escolar, onde é facultativa a intencionalidade de
ensino e aprendizagem. Como exemplo, podemos considerar como espaços não
formais todos aqueles situados fora dos limites geográficos da escola, tais como: uma
praça, uma avenida, centros comerciais, uma indústria, centros de pesquisa, reservas
naturais, museus, centros de ciências, feiras, parques, entre outros ambientes
urbanos, rurais ou naturais.
Segundo o Non-Formal Education Management Information System ou Sistema
Informativo de Gestão em Educação não formal, da UNESCO (ARAÚJO; CALUZI;

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

CALDEIRA, 2006), existem quatro modalidades de aprendizagem, as quais buscamos


sintetizar e clarificar:
 A aprendizagem ao acaso, correspondente à aprendizagem não intencional
que ocorre em qualquer hora e em qualquer lugar ao longo da vida. Nesse sentido,
podemos dizer que estamos a todo o momento aprendendo.
 A aprendizagem informal, que é intencional, mas menos organizada e
estruturada, podendo incluir atividades de aprendizagem (e também de ensino) que
ocorrem, por exemplo, na família, no trabalho ou no cotidiano. Neste processo são
necessários dois agentes: um com a intencionalidade de ensinar e outro com a
intencionalidade de aprender.
 A educação formal, oferecida pelas instituições de ensino, como escolas e
universidades, que geralmente se constituem numa “escada” contínua de ensino;
educação esta orientada por um currículo. E por fim,
 A educação não formal, que corresponde a qualquer atividade organizada
intencionalmente que não necessariamente pertença à educação formal. Pode ocorrer
tanto dentro de instituições educacionais quanto fora delas e pode atender a todas as
pessoas, sem restrições de idade. Para Connal (2005) compreende, por exemplo, os
programas educacionais que atendem à alfabetização de adultos, educação básica
para crianças fora da escola, competência para a vida, para o trabalho e cultura em
geral. Esses programas não precisam seguir o sistema de “escada”, uma vez que
possuem duração variável e podem, ou não, emitir certificação da aprendizagem
obtida.
Outros autores, no entanto, fazem uso de diferentes terminologias e categorias
(SIMSON et al., 2001; COLLEY et al., 2002; GASPAR, 2002; GOHN, 2006), pois as
classificações variam em função dos diversos critérios adotados e de suas
combinações, tornando-se difícil o reconhecimento dos limites entre uma modalidade
e outra. Assim, fica a critério do professor adotar o referencial teórico mais apropriado
às suas convicções e maneira de pensar.
Araújo e colaboradores (2006), por exemplo, utilizam como principal critério a
intencionalidade clara e explícita da ação de ensinar e, portanto, consideram duas
formas de ensino: a formal e a informal. A aprendizagem informal, a educação não
formal e a aprendizagem ao acaso, entrariam na mesma categoria, ou seja, na de
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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

ensino informal, pois não haveria nessas modalidades um objetivo formativo e didático
explícito como há no ensino formal.
No entanto, para efeito de discussão, nesse trabalho que está centrado nas
atividades de ensino formal em espaços não formais, utilizaremos as seguintes
categorias, elaboradas a partir das discussões e leituras realizadas em sala de aula:
ensino informal, ensino não formal e ensino formal, onde a palavra ensino pressupõe
processo, isto é, a participação de dois sujeitos, um que aprende e outro que ensina.
Nesse caso, excluímos a categoria aprendizagem ao acaso que ocorre individualmente.
Vale ressaltar, como colocam Araújo e colaboradores (2006), que o debate sobre
as conceituações das modalidades de ensino, aprendizagem e educação estão longe de
se esgotarem devido à arbitrariedade nas escolhas dos critérios de classificação.
Todavia, apresentamos nossa maneira de visualizar a questão.
Entendemos como ensino informal aquele que acontece a partir das
experiências do dia a dia e que não é organizado, estruturado ou sistematizado, onde
não há um objetivo didático explícito. Este ensino é frequentemente não intencional e
acidental, no sentido que ocorre espontaneamente nas relações interpessoais.
Já o ensino não formal refere-se àquelas atividades que, embora sejam
organizadas, operam fora do sistema educacional formal. Esta modalidade de ensino,
diferentemente do ensino informal, é organizada e pode ser designada para servir a
interesses particulares e necessidades de aprendizagem de subgrupos específicos,
como, por exemplo, um curso de artesanato ou um minicurso em um congresso.
Por sua vez, o ensino formal, em nossa concepção, refere-se ao sistema
educacional organizado, hierarquicamente e cronologicamente estruturado, que vai
dos primeiros anos escolares até a universidade. Esta modalidade confere graus,
certificados ou diplomas; possui objetivos claros e específicos, e depende de uma
diretriz educacional centralizada como o currículo. É o caso das atividades organizadas
pelas instituições escolares que são inseridas no cronograma da escola.
Entendemos que essas modalidades podem ainda ocorrer tanto no espaço físico
escolar (também denominado de espaço formal) como no espaço não escolar (ou
simplesmente espaço não formal). Assim, temos a seguinte organização (tabela 01):

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Tabela 01: Categorias/modalidades de ensino de acordo com o espaço físico utilizado.


ESPAÇO ENSINO INFORMAL ENSINO NÃO FORMAL ENSINO FORMAL
ENSINO
ESPAÇO ESCOLAR Ensino informal em Ensino não formal em Ensino formal em
(ESPAÇO FORMAL) espaço escolar espaço escolar espaço escolar
ESPAÇO NÃO ESCOLAR Ensino informal em Ensino não formal em Ensino formal em
(ESPAÇO NÃO FORMAL) espaço não escolar espaço não escolar espaço não escolar

Autores como Araújo e colaboradores (2006), optam pelo uso da expressão


espaço não escolar para se referirem a outros ambientes que não os escolares, tais
como cinemas, teatros, zoológicos, museus, centros de ciências, parques, jardim
botânicos, ambiente naturais, observatórios etc. No entanto, encontramos na
literatura o uso frequente da expressão espaço não formal e, por conseguinte,
adotamos ambas como sinônimas.
Podemos dizer, então, que no espaço escolar (ou formal) pode haver tanto
ensino formal e ensino informal quanto ensino não formal. Do mesmo modo, em um
espaço não escolar ou não formal, as três formas de ensino podem estar presentes.
Nesse sentido, quando dizemos espaço não escolar fazemos referência a
ambientes que não estão incluídos dentro da estrutura física oficial da escola. Quando
um professor organiza uma visita com seus alunos a esses locais, está fazendo um
ensino formal (se o conteúdo e atividades lá desenvolvidas fazem parte do seu plano
de disciplina)1. Porém, quando uma família comparece a um zoológico, dizemos que
está ocorrendo um ensino informal em espaço não escolar.
No entanto, os profissionais da educação podem se perguntar: quais as
contribuições desses espaços para o processo de ensino e aprendizagem e, em
especial, para o ensino de Ciências? Dentre vários pontos podemos destacar:
 a expectativa criada em torno de atividades fora da sala de aula desencadeia
maior motivação nos alunos;
 essas atividades são importantes por potencializar condições de aprendizagem
e também por oferecer experiências socioculturais (ARAÚJO et al., 2006);
 os espaços não formais permitem, muitas vezes, complementar as lacunas
deixadas pela educação escolar e as atividades ali realizadas podem ser entendidas

1
Muitas escolas buscam espaços não escolares, para atividades lúdicas, comemorativas, ou até mesmo,
recompensadoras por boa disciplina da turma. Nesse caso, seria um ensino informal.

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

como uma maneira diferenciada de trabalhar, paralela aos conteúdos curriculares


(SIMSON et al., 2001).
 Frequentemente esses espaços possibilitam a apresentação de fenômenos
naturais e, consequentemente, a construção de representações particulares por parte
dos estudantes. Por que não conhecer a vegetação de cerrado in loco, por exemplo, e
deixar que os alunos elaborem suas próprias representações do que seja um caule
suberoso ou uma folha coriácea? Seria o livro didático, com imagens e textos,
suficiente para caracterizar essa vegetação?
 Em atividades práticas, por exemplo, os estudantes são levados a observar,
experimentar, buscar explicações para os processos ao seu redor e analisar suas
implicações para a melhoria das condições de vida individual e coletiva (KRASILCHIK,
2009).
 Para Caldeira (2005), é no confronto com a experiência que se propicia um
saber reflexivo e prolífero para a elaboração de posteriores relações significativas.
Dessa forma, o ensino de Ciências deve permitir ao aluno a elaboração de sua própria
interpretação e os espaços não formais podem propiciar isso.
 Atividades como as realizadas em ambientes naturais vão além de uma simples
aula prática, pois permitem que os estudantes raciocinem sobre e através dos
fenômenos com um diferencial, o de estarem no ambiente a ser estudado (PINHEIRO
DA SILVA et al., 2009).
Portanto, foi a partir dessas colocações que verificamos a necessidade de
discutirmos um pouco mais sobre a importância de atividades realizadas em espaços
não formais.
Embora alguns profissionais critiquem essa forma de abordagem, julgando-a
como uma perda de tempo, pois “atrapalha” a sequência dos conteúdos propostos nos
livros-textos, temos observado que uma atividade bem planejada, em que o aluno
possa participar de maneira efetiva, onde visualize fenômenos que não veria em sala
de aula e tenha contato com outros conhecimentos que não somente aqueles
específicos de uma disciplina, pode ser muito produtiva e permitir a otimização do
tempo disponível (PEREIRA; PUTZKE, 1996).
Defendemos que nesses espaços o professor pode retomar conteúdos já
trabalhados e adiantar outros, de acordo com as situações de aprendizagem que
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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

surgem, possibilitando assim um “ganho de tempo” e não um “atraso da matéria”.


Para Krasilchik (2009), ao despertar a curiosidade e a motivação dos alunos o professor
os capacita a estudar e pesquisar sozinhos, visto que é impossível dar todo o conteúdo
e cobrir todo o campo de conhecimento.
Em suma, podemos concluir que atividades desenvolvidas em espaços não
formais ou não escolares podem ser uma metodologia eficaz na superação da
fragmentação e ineficácia das aulas teóricas tradicionais. Como destacam Pinheiro da
Silva e colaboradores (2009), essas atividades permitem a experiência de vivenciar o
contexto, fazer associações, levantar hipóteses, estimular a criatividade e a motivação.
Portanto, “não dar aos alunos a oportunidade de acesso a um ensino de Ciências [...]
com tais características, é também lhes negar a participação em um mundo em franca
modernização tecnológica, cuja maior e mais valiosa riqueza é o conhecimento”
(PINHEIRO DA SILVA et al. 2009, p.301).
Dito isso e adicionando nossas observações que apontam uma escassez de
materiais que orientem os profissionais da educação nos trabalhos fora da sala de aula
buscamos, por meio deste livro, proporcionar aos professores dos ensinos
fundamental, médio e superior, sugestões de roteiros práticos e acessíveis, bem como
apresentar alguns pontos relevantes a serem considerados no planejamento e na
execução de atividades em espaços não formais, tema este do próximo capítulo.

Referências
ARAÚJO, Elaine Sandra Nicolini Nabuco de; CALUZI, João José; CALDEIRA, Ana Maria de
Andrade. Divulgação e Cultura Científica in ARAÚJO, Elaine Sandra Nicolini Nabuco de;
CALUZI, João José; CALDEIRA, Ana Maria de Andrade (orgs.). Divulgação científica e
ensino de Ciências: estudos e experiências. São Paulo: Escrituras Editora, 2006.

CALDEIRA, Ana Maria de Andrade. Semiótica e a relação pensamento e linguagem no


ensino de Ciências. Tese (Livre-Docência). Faculdade de Ciências, Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, UNESP, Bauru, 2005.

COLL, César; SOLÉ, Isabel. A interação professor/aluno no Processo de Ensino e


Aprendizagem. In: COLL, César; PALACIOS, Jesús; MARCHESI, Álvaro (orgs.).
Desenvolvimento psicológico e educação: psicologia da educação. Porto Alegre: Artes
Médicas Sul, 1996, v.2, p. 281-297.

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

COLLEY, Helen; HODKINSON, Phil; MALCOLM, Janice. Non-formal learning: mapping


the conceptual terrain. A consultaion report. Leeds: University of Leeds Lifelong
Learning Institute, 2002.
Disponível em:
<http://youth-partnership-eu.coe.int/export/sites/default/youth-partnership/TALE-
Documentation/Documents/Phase_3/ELU_5/Tale_ELU5_NFL_Mapping_the_conceptu
al_terrain.pdf> Acesso em 17 jan. 2013.

CONNAL; SAUVAGEOT. NFE-MIS Handbook developing a sub-national non-formal


management information system. França: Graphoprint, Unesco, 2005.
Disponível em:
< http://unesdoc.unesco.org/images/0014/001457/145791e.pdf> Acesso em 13 out.
2012.

GASPAR, Alberto. A educação formal e a educação informal e Ciências In: Massarani,


Luisa; MOREIRA, Ildeu de Castro; BRITO, Fátima (orgs.). Ciência e Público: caminhos da
divulgação científica no Brasil. Rio de Janeiro: UFRJ, 2002.

GOHN, Maria da Glória. Educação não formal, participação da sociedade civil e


estruturas colegiadas nas escolas. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação,
Rio de Janeiro, v.14, n.50, pp.27-38, 2006.

GUIMARÃES, Valter Soares. Formação de professores: saberes, identidade e


profissão. Campinas, SP: Papirus, 2004.

KRASILCHICK, Miriam. Biologia – ensino prático In: ARAÚJO, Elaine Sandra Nicolini
Nabuco de; CALDEIRA, Ana Maria de Andrade (orgs.). Introdução à Didática da
Biologia. São Paulo: Escrituras Editora, 2009.

PEREIRA, Antonio Batista; PUTZKE, Jair. Ensino de Botânica e Ecologia: proposta


metodológica. Porto Alegre: Sagra: DC Luzzatto, 1996.

PINHEIRO DA SILVA, Patrícia Gomes; CAVASSAN, Osmar. Os ambiente naturais e a


Didática das Ciências Biológicas in ARAÚJO, Elaine Sandra Nicolini Nabuco de;
CALDEIRA, Ana Maria de Andrade (orgs.). Introdução à Didática da Biologia. São Paulo:
Escrituras Editora, 2009.

SIMSON, Olga R. de Moraes von; PARK, Margareth Brandini; FERNANDES, Renata Sieiro
(orgs.). Educação não formal: cenários da criação. Campinas: Editora da
Unicampo/Centro de Memória, 2001.
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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Elaborando atividades formais em espaços não escolares:


algumas informações relevantes

Sabemos que são várias as motivações que levam os professores a promoverem


atividades em espaços não escolares. Ora as utilizam para complementar ou iniciar
conteúdos ministrados em sala de aula, ora como uma forma de abordagem
multidisciplinar de conteúdos relacionados ao cotidiano dos alunos (ARAÚJO, 2009).
No entanto, sejam como atividades motivadoras ou complementares, as visitas aos
espaços não formais devem ser bem planejadas para se evitar contratempos e,
principalmente, para que o objetivo principal seja atingido: contribuir para o processo
de ensino e aprendizagem.
Em um exemplo citado por Araújo (2009), a autora discorre sobre os momentos
que envolveram a visita de um grupo de estudantes a um zoológico. Muita ansiedade e
inquietação por parte dos alunos e do docente, pois ninguém conhecia aquele espaço.
Embora o professor tenha tomado todas as precauções formais, como requisitar a
autorização dos responsáveis e fazer o agendamento prévio, pouco se dedicou ao
planejamento didático da atividade. Como resultado, os alunos acharam que tiveram
um dia diferente, pois passearam; e o professor teve a certeza de que “aquela sala não
participaria dessa atividade no próximo ano”.
Embora seja uma situação fictícia, a autora utiliza esse exemplo para ilustrar o
que frequentemente ocorre quando alguns profissionais se propõem a realizar aulas
fora do ambiente escolar. Muitas vezes não há uma organização prévia e quando há,
esta se baseia somente em aspectos logísticos (“hoje a prefeitura liberou ônibus”, “já
temos a autorização dos pais”, “lá tem monitores” etc.) e disciplinares (“esse aluno
vai”, “esse não merece”, “essa sala dá trabalho” etc.).
Para que não ocorra inquietação por parte dos alunos é necessário orientação
prévia, o que permitirá aos estudantes se atentarem aos fenômenos que serão
abordados. Assim, devemos levar em conta a importância de um roteiro, claro e
objetivo, mas também flexível para que não impeça a criatividade do aluno e sua
participação. Vale lembrar que o roteiro é apenas uma parte de uma organização
maior a qual o professor deve se dedicar.

16
Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Mediante tais observações, apontamos a seguir alguns pontos que julgamos


desejáveis e pertinentes ao se planejar e executar atividades de ensino em espaços
não formais. Tratam-se de sugestões e não de sequências rígidas, tais como de uma
receita metodológica. Portanto, nossas indicações podem (e devem) sofrer alterações
e acréscimos de acordo com o contexto didático e as considerações experienciais do
professor.

Planejando a atividade
Primeiramente devemos delimitar os objetivos da atividade, de acordo com o
assunto ou conteúdo que desejamos trabalhar ou estamos trabalhando, bem como de
acordo com a faixa etária dos estudantes que levaremos para a visita. Ao traçarmos o
objetivo é como se perguntássemos: “o que quero com isso?”. Assim, podemos ter
várias respostas, entre as quais: “que meus alunos compreendam esse ou aquele
fenômeno”; “que relacionem este conteúdo com o que estamos estudando”; “que
possam ter a oportunidade de observar in loco o que temos trabalhado nos livros-
textos” etc.
Após delimitarmos os objetivos, o próximo passo é a escolha do local para o
desenvolvimento da atividade, compatível com o que pretendemos. É importante
conhecer previamente a estrutura e a organização do local (KRASILCHIK, 2009),
analisando atentamente se o espaço físico é adequado, quais as exposições e/ou as
atividades que são oferecidas naquele ambiente, e até mesmo se o mesmo possui
acessibilidade aos portadores de deficiência.
É fundamental a visita antecipada (e agendada) ao espaço escolhido, pois isso
nos permitirá conhecer as dificuldades e limitações do lugar. Nesse momento de
reconhecimento é possível estabelecermos contato com o(s) responsável(eis) pelo
local e com os monitores (se houver), que podem descrever quais atividades já são
realizadas, propor novas ideias ou adaptar as já existentes ao nosso objetivo. Esta
comunicação nos auxilia a definir melhores estratégias didáticas, fazendo-nos refletir
se nossa proposta inicial é viável ou não e se o tempo será adequado.
Após conhecido o local poderemos dar início a elaboração de um roteiro. Esta
etapa é indispensável, pois o roteiro permite sequenciar o desenvolvimento da visita e
evita que o professor e os alunos percam o foco do objetivo principal da atividade.
17
Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

É interessante discutirmos previamente esse roteiro com os estudantes, quais


são os objetivos, quais fenômenos deverão ser prioritariamente observados, quais os
aspectos físicos do local etc., pois isso permitirá que, na execução, os alunos estejam
cientes do funcionamento da atividade.
Juntamente com o roteiro, se necessário, devemos solicitar previamente que os
alunos preparem-se de acordo com a atividade a ser realizada, como por exemplo,
façam uso de filtro solar, boné, calçados fechados e roupas adequadas, entre outros; e
providenciem materiais auxiliares como lápis e caderno de anotações (se for o caso).
Não podemos esquecer de verificar a viabilidade (distância e custo) e a
disponibilidade do local escolhido (horário e dias de visitação). A questão da
locomoção dos alunos até o local é imprescindível e envolve muitas vezes o
planejamento dos custos e o agendamento de transportes. Podem existir locais que
ofereçam veículos próprios para o transporte dos estudantes da escola ao espaço
visitado, mas são exceções.
Também se faz necessário pesquisar sobre as condições meteorológicas do dia
em que a atividade será realizada, principalmente quando se tratar de locais abertos,
verificando qual(is) outro(s) tipo(s) de atividade(s) o local oferece caso o tempo não
seja favorável. É comum e frustrante vermos os estudantes chegarem para a visita e
terem que retornar para a escola, pois a única atividade possível de ser realizada era
fora das estruturas físicas, em um ambiente natural, por exemplo.
Por tratar-se de uma atividade fora da sala de aula devemos, na medida do
possível, evitar aulas meramente expositivas, buscando explorar ao máximo o que o
local oferece e a motivação dos alunos por estarem no ambiente a ser estudado,
fazendo-os perceber que também participam do processo de construção do
conhecimento. Assim, devemos nos precaver para que a atividade não se torne um
“prolongamento disfarçado” da sala de aula (KÖPTCKE, 2003).
Não estamos aqui defendendo uma abolição das aulas expositivas nem
tampouco a defesa de que se aprende mais em espaços não escolares. O que
queremos dizer é que ambas as metodologias são importantes, pois há momentos em
que o professor necessita expor algo, esclarecer dúvidas ou demonstrar um
procedimento. No entanto, como bom profissional, o professor deve considerar que

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

existem outras formas de trabalhar um conteúdo e aqui está, como outra possibilidade
(mas não a única opção), a aula em espaços não formais.
Um último aspecto, mas não menos importante, que devemos considerar antes
da execução é a responsabilidade de sair da sala de aula com uma turma de alunos.
Por isso é imprescindível a prévia notificação dos pais destes estudantes a respeito da
atividade que será desenvolvida, o local em que vai ocorrer, o dia, o meio de
transporte e o objetivo proposto, além de solicitarmos por meio da direção escolar
uma autorização dos responsáveis.

Executando a atividade proposta


Depois de feito todo o planejamento, o roteiro e o agendamento, daremos início
à atividade propriamente dita, sendo este o momento que exige mais empenho para
nos determos aos objetivos traçados inicialmente. Nesta fase muitos problemas
podem surgir e devemos estar preparados para contorná-los. Como salientam Pinheiro
da Silva e colaboradores (2009), desenvolver uma aula em espaços que não o escolar
requer um professor apto a orientar e conduzir os alunos e seus questionamentos.
Um dos problemas mais frequentes, caso a atividade não tenha contemplado os
passos anteriores, é a dispersão dos alunos e o desinteresse. No entanto, tais
comportamentos estão diretamente ligados à ausência de um roteiro diretivo. Afinal,
muitos são os estímulos e se não direcionarmos a atenção dos estudantes e não os
deixarmos participar ativamente, a tendência é que fiquem dispersos.
Cabe destacar que o excesso de a motivação, a curiosidade e a vontade de
explorar não podem ser confundidas com indisciplina. A inquietação é uma reação
normal, pois o aluno sente que a rotina foi quebrada e se depara com uma grande
quantidade de estímulos nos espaços não escolares.
Uma observação frequente relatada por alguns professores que visitam o Projeto
“Passeando e aprendendo no cerrado”2 é que muitos daqueles alunos rotulados como
desinteressados em sala de aula são os mais participativos em atividades fora do
espaço escolar. Tal colocação nos permite questionar se o problema não estaria no uso

2
Projeto de extensão realizado em parceria com o antigo Centro de Divulgação e Memória da Ciência e
Tecnologia (CDMCT), vinculado ao curso de Pós-Graduação em Educação para a Ciência da UNESP
campus de Bauru. Será abordado mais detalhadamente nos próximos capítulos.

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

da metodologia expositiva como única possibilidade de ensino e se não deveríamos,


como professores, contemplar diferentes formas metodológicas de ensinar e, assim,
suprir os distintos modos de aprender.
O aproveitamento de informações ou situações novas durante o
desenvolvimento da atividade não deve ser descartado, principalmente, se este evento
momentâneo despertar o interesse dos alunos. Frequentemente alguns professores se
prendem exclusivamente ao roteiro e quando surge um evento inesperado o deixam
passar por não estar contemplado na sequência da atividade. Alertamos que esta não
é uma atitude adequada, pois aí está a riqueza das aulas em espaços não escolares - a
imprevisibilidade. E cabe ao professor, selecionar aqueles momentos que sejam
interessantes para uma discussão com os alunos, mesmo sendo algo não contemplado
pelo roteiro. Esta flexibilidade do professor para enfrentar novos desafios e fazer
adaptações é muito importante para o sucesso da atividade.
Outro aspecto a ser levado em conta é que a qualidade da atividade pode decair
naturalmente com o passar do tempo. Por isso, embora uma visita tenha todo um
período (manhã ou tarde) para ser executada, não é aconselhável prolongar a
atividade ou desenvolver um mesmo assunto durante todo o tempo. Assim, fazem-se
necessários alguns momentos de “descanso mental” como uma parada para um
lanche.
É interessante também que o professor chegue ao local com um “plano B” para
solucionar os problemas já citados. Por mais bem planejada que a atividade seja, no
decorrer da execução, o tempo previsto pode acabar sendo diferente. Por exemplo, se
a atividade terminar muito rápido é interessante ter uma proposta extra, ou então
utilizar este tempo para uma conclusão do trabalho.
Devemos estar cientes de que o desenvolvimento de uma atividade dessa
natureza, muitas vezes exige mais do que um responsável, principalmente quando
envolver muitos alunos. Esta questão pode ser resolvida desenvolvendo a atividade em
conjunto com outro professor de uma área correlata ou, quando possível, com auxílio
de monitores do próprio local.
No entanto, a existência de monitores não significa que o professor terá com
quem dividir a tarefa de “tomar conta” dos alunos ou que tais profissionais serão os

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

responsáveis por responder todas as questões dos estudantes (ARAÚJO, 2009). Trata-
se de uma ação conjunta em que ambos se auxiliam, professor e monitor.

Atividades subsequentes
Após a execução da atividade podemos resgatar e compartilhar com os
estudantes o que foi observado durante a visita. Discutir tais informações de maneira
conjunta auxilia na fixação do conhecimento e na elaboração de interrelações.
Nossa sugestão é que o resgate de conteúdos e conceitos seja feito por meio de
depoimentos dos alunos, através de relatórios ou seminário em grupos. O importante
é que a visita não seja algo isolado e pontual, mas sim uma atividade motivadora que
promova reflexões que se estendam para a sala de aula.
Por se tratar de uma atividade distinta de uma aula expositiva, a avaliação
também deverá ser diferente de maneira a contemplar a participação dos alunos e
todo o processo de ensino e aprendizagem. Não faria sentido, elaborar uma avaliação
na qual o professor avalie somente habilidades “memorísticas” de modo pontual e
deixe de lado todo o processo de construção e participação estudantil.
No entanto, pensar em avaliação não diz respeito somente à avaliação dos
alunos. Devemos, na medida do possível, nos reunirmos com os demais profissionais
que acompanharam a visita e discutir o que funcionou, o que não foi pertinente e o
que podemos melhorar nas próximas atividades. Neste momento também é
interessante ouvir as críticas e sugestões dos alunos.
Embora não seja algo comum, devemos expor aos demais professores, aos
membros da direção e aos pais e responsáveis, os resultados da atividade realizada no
espaço visitado. Isso nos permite iniciar uma cultura de participação de toda
comunidade escolar no processo de ensino e aprendizagem, assim como valorizar o
uso desse procedimento metodológico tão rico que favorece a construção do
conhecimento científico fora da sala de aula.

Referências
ARAÚJO, Elaine Sandra Nicolini Nabuco de. Ensino de Biologia em espaços não formais
In: ARAÚJO, Elaine Sandra Nicolini Nabuco de; CALDEIRA, Ana Maria de Andrade
(orgs.). Introdução à Didática da Biologia. São Paulo: Escrituras Editora, 2009.

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

KÖPTCKE, Luciana Sepúlveda. Parceria museu e escola como experiência social e


espaço de afirmação do sujeito. In: GOUVÊIA, Guaracira; MARANDINO, Marta, LEAL,
Maria Cristina. (orgs.). Educação e Museu: a construção social do caráter educativo
dos museus de ciências. Rio de Janeiro: Editora Acess, 2003, pp.107-128.

KRASILCHICK, Miriam. Biologia – ensino prático In: ARAÚJO, Elaine Sandra Nicolini
Nabuco de; CALDEIRA, Ana Maria de Andrade (orgs.). Introdução à Didática da
Biologia. São Paulo: Escrituras Editora, 2009.

PINHEIRO DA SILVA, Patrícia Gomes; CAVASSAN, Osmar. Os ambiente naturais e a


Didática das Ciências Biológicas in ARAÚJO, Elaine Sandra Nicolini Nabuco de;
CALDEIRA, Ana Maria de Andrade (orgs.). Introdução à Didática da Biologia. São Paulo:
Escrituras Editora, 2009.

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Conhecendo a Astronomia
Anderson Prestes, Daniel Marutani
Tamashiro, Elsie Leticia Turini, Gabriel
Victoriano, Leandro Gonzaga, Paula
Nascimento Antonio e Sarah El Chamy
Maluf

Introdução
O Observatório Didático de Astronomia "Lionel José Andriatto” localizado no
campus de Bauru da UNESP, proporciona um ambiente de aprendizagem e de
observação do céu para aqueles que o visitam e, de maneira estimulante, busca
aproximar as pessoas do conhecimento de Astronomia.
Apresenta-se como um ambiente não formal, onde são realizadas atividades
variadas, tais como: oficinas de construção de lunetas, palestras, aulas teóricas e aulas
práticas. Todas essas atividades encontram-se disponíveis à comunidade de Bauru e
região que pode agendar previamente visitas monitoradas.
Este capítulo tem como objetivo relatar a execução de uma atividade realizada
nesse Observatório com os alunos do 5º ano do curso de Licenciatura em Ciências
Biológicas. A visita foi planejada antecipadamente pelos presentes autores,
juntamente com auxílio da professora Dra. Rosa Maria F. Scalvi, coordenadora do
projeto.
Cabe dizer que a atividade elaborada permite alterações ou adaptações em seu
planejamento ou execução de acordo com o conteúdo a ser abordado nos diferentes
níveis de ensino e conforme o objetivo traçado pelo professor. Esta é apenas uma, das
diversas formas possíveis, de se utilizar um espaço não formal de ensino e orientar os
estudantes durante a visita, para que a mesma não represente somente uma “saída da
escola” ou um mero passeio.

Desenvolvimento
A atividade foi organizada em dois momentos. O primeiro teve como objetivo
específico verificar os conhecimentos de Astronomia a partir da utilização de dois

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

jogos: Velha astronômica e Batalha espacial. E o segundo momento, pautou-se na


observação e discussão a respeito das manchas solares.

Primeiro momento: os jogos


Baseando-se nos principais erros conceituais encontrados em livros didáticos3,
foram elaboradas questões sobre os seguintes temas: fases da lua, eclipse, estações do
ano, estrelas, origem do Universo, planetas e corpos celestes. Elaboramos, então, dez
questões para cada tema, que foram utilizadas para aplicação dos jogos.
Os alunos foram separados em grupos de duas cores: verde e rosa, distinguidos
por coletes entregues aleatoriamente na chegada. Assim que os grupos foram
formados na sala de palestra, os responsáveis posicionaram as cadeiras num canto da
sala.
Para definir o grupo iniciante do jogo, foi elaborada uma atividade sobre a ideia
de proporção; quem a vencesse iniciaria os jogos. Cabia aos grupos relacionarem
proporcionalmente o tamanho da Terra com o tamanho do Sol, a partir de um modelo.
Utilizamos um bexigão de festa já cheio representando o Sol e entregamos massa de
modelar aos grupos. Para cumprir a atividade, era necessário que os grupos
utilizassem a massa de modelar para criar uma Terra que tivesse uma relação
aproximada de tamanho em relação ao astro rei.
Os grupos não necessitaram realizar cálculo algum, apenas se basearam em seus
conhecimentos para realizar a tarefa. Para confirmarmos o vencedor bastou realizar
um cálculo simples: com o uso de uma regra de três calcula-se o tamanho
proporcional, utilizando o diâmetro do sol (1.392,684km), o diâmetro da Terra
(12.756,28km) e o diâmetro da bexiga (50cm). Considerando que o sol é,
aproximadamente, 109 vezes maior que a Terra, chega-se ao tamanho aproximado de
nosso globo de massa de modelar, que deveria apresentar um diâmetro de 0,45cm.
Após a definição do grupo iniciante, prosseguimos com os jogos Velha
astronômica e Batalha espacial, cujas regras e funcionamento descrevemos a seguir.

3
Conferir o trabalho dos professores Rodolfo Langhi e Roberto Nardi intitulado “Ensino de Astronomia:
erros conceituais mais comuns presentes em livros didáticos de ciências”, publicado no Caderno
Brasileiro de Ensino de Física, v. 24, n. 1, p. 87-111, abr. 2007. Disponível em:
http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/6055/12760

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

 Velha astronômica (baseado no jogo da velha)


Primeiramente os alunos devem ser divididos em dois grupos, procurando
utilizar algum recurso que os identifique como grupos distintos. Nesse caso optamos
por utilizar coletes de duas cores (verde e rosa) confeccionados com tecido TNT.
Nove cadeiras devem ser posicionadas formando um quadrado de 3 x 3 cadeiras
(três colunas e três fileiras), as quais formarão o campo do jogo.
Nessa atividade foram elaboradas dez perguntas referentes aos seguintes temas:
planetas, estações do ano, lua, eclipse e sol. Foi dado cerca de 30 segundos para que
cada grupo pudesse elaborar uma resposta para a pergunta lançada.
Cada resposta certa dava o direito da equipe marcar um dos campos no jogo, ou
seja, um dos participantes sentava em uma das cadeiras escolhidas por ele. No
entanto, caso a resposta fosse errada o grupo passava o direito de resposta para o
outro time, e caso esse errasse também a pergunta era respondida pelo organizador
da atividade.
Lembramos que a cada questão respondida, os alunos-monitores faziam
colocações explicativas sobre o tema, de modo a introduzir os conceitos de
Astronomia e discuti-los com os estudantes da turma.
Nesse jogo a equipe ganhadora é aquela que formar uma sequência de três
integrantes de sua equipe sentados de forma consecutiva, independente da orientação
desses (horizontal, vertical ou diagonal).
Caso a sequência de três não seja atingida (“dar velha”), o próximo grupo que
acertar uma questão pode retirar um participante da equipe adversária e, na próxima
vez que acertar colocar um participante de sua equipe. O jogo assim continua até que
a sequência seja alcançada por alguma equipe.

 Batalha espacial (baseado no jogo “batalha naval”).


A sala deve ter à disposição o dobro de cadeiras em relação ao número de
alunos, o que aumenta a dificuldade em acertar as “naves” os lançamentos (“tiros”).
Deve-se, ainda, dividir as cadeiras em dois campos iguais e nomear as fileiras com
números e as colunas com letras. Exemplo: 20 alunos participantes e 20 cadeiras para
cada lado, distribuídas em oito fileiras (1, 2, 3 , 4, 5, 6, 7 e 8) e cinco colunas (A, B, C, D
e E) (figura 01).

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

As duas equipes devem escolher um aluno responsável pelos “tiros” no campo


adversário, sendo esse vendado previamente e ficando um pouco distante dos campos
para não saber o posicionamento dos alunos ao formarem as naves. Os outros alunos
irão se posicionarem no campo relativo à sua equipe formando naves de tamanhos
pré-estabelecidos (três ou duas peças).

Figura 01 – Exemplo de distribuição das carteiras no jogo Batalha espacial, com a participação de 20
alunos.

Essas naves devem-se posicionar de tal forma que dificulte os lançamentos feitos
pelo representante da outra equipe. Na atividade desenvolvida, cada equipe possuía
seis alunos que formariam as naves, e um aluno responsável pelos “tiros”. Foi
previamente estabelecido que deveriam formar uma nave com três alunos justapostos
(verticalmente ou horizontalmente, não se aceitando posições diagonais), e outras
duas naves com dois alunos cada, obedecendo às mesmas regras de posicionamento.
No entanto, isso fica a cargo do professor e alunos decidirem.
A seguir, apresentamos como ficaria a disposição da sala com a participação de
20 alunos (sendo que destes, dois estariam vendados e fora do esquema) (figura 02).

Figura 02 – Exemplo de distribuição dos dois grupos de alunos (verde e rosa) no jogo Batalha espacial.

Na atividade realizada também foram elaboradas dez perguntas por tema


envolvido (planetas, estações do ano, lua, eclipse e sol) para serem respondidas por
cada equipe. Foram dados 30 segundos para elaborarem a resposta.

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Cada resposta certa dava o direito do representante da equipe que acertou


lançar um “tiro” na outra equipe. Esse lançamento consistia em passar uma
coordenada referente à linha e coluna da equipe adversária (Ex: Coordenada A1 –
Cadeira na coluna A e fileira 1). Caso essa coordenada fosse uma cadeira ocupada, a
nave era atingida e o participante retirava-se do jogo. Esse participante não poderia
mais participar da discussão para as futuras respostas. Caso o grupo não acertasse a
questão, o direito do lançamento ia para o representante da outra equipe, se
respondesse a pergunta corretamente.
O jogo termina quando todas as naves de uma das equipes forem “abatidas”, ou
seja, não havendo mais alunos ocupantes no campo adversário. Se acabassem as
perguntas elaboradas, a equipe vencedora era a que “abatesse” o maior número de
naves (representadas pela quantidade de alunos).

Segundo momento: visualizando as manchas solares


Ao final dos jogos, acompanhamos os alunos até a cúpula do observatório onde
pudemos conhecer o telescópio lá existente. Como ele, os estudantes observaram
naquele momento três manchas solares que se formam devido à diferença de
temperatura entre o local da mancha (mais frio) e o restante do Sol (mais quente).
Cada estudante pôde observar a mancha solar e assim discutir sobre esse fenômeno
com o grupo responsável. Em seguida os alunos tiveram a oportunidade de conhecer o
planetário decorado do Observatório.

Resultados e considerações finais


As atividades ocorreram de acordo com o previsto e os alunos foram bem
participativos. Isso ocorreu devido ao planejamento e à organização. Entendemos,
assim, que é importante conhecer o local com antecedência, conversar com os
coordenadores e elaborar a visita de acordo com as propostas e possibilidades
disponíveis.
Levar alunos para um local novo requer maior atenção e as atividades
necessitam ser bem elaboradas para que se tenha o retorno desejado. Por isso faz-se
necessário uma articulação entre escola e monitores.

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Confessamos que a escolha do Observatório foi uma atividade desafiadora,


porém proveitosa, pelo fato de abordar assuntos que muitas vezes não são
contemplados na grade curricular dos cursos de licenciaturas (Biologia e Física). Apesar
de ser difícil elaborar atividades para se realizar durante o dia num Observatório
Astronômico, vimos que isso é possível. Acreditamos que as atividades dos jogos Velha
astronômica e Batalha espacial, podem ser uma boa ferramenta para a aprendizagem
de um tema complexo e, portanto, as enxergamos como novas possibilidades de
ensino em um espaço não formal.

Exemplos de questões que podem ser utilizadas nos jogos


Tema: Fases da Lua e marés
 A Lua tem quatro fases e cada fase dura sete dias. Está correto? Justifique.
 Nunca vemos a Lua Cheia durante o dia? Justifique.
 Não vemos a Lua nova porque ela está na sombra da Terra? Verdadeiro ou
falso?
 Por que a crosta da Lua é cheia de crateras?
 Quanto tempo dura o movimento completo de translação?
 Por que podemos dizer que “sempre olhamos para o mesmo lado da Lua”?
 As marés acontecem exclusivamente por efeito da atração gravitacional
que a lua exerce sobre a Terra? Justifique.

Informações adicionais
 Localização do Observatório Didático de Astronomia "Lionel José Andriatto”
O acesso se dá pela Avenida Municipal José Sandrin, sentido Instituto de
Pesquisas Meteoreológicas (IPMet), Bauru – SP .

 Agendamento de visitas e solicitação de monitoria


As inscrições para os cursos e oficinas, bem como agendamentos para visitas de
escolas ou grupos, devem ser feitos através do e-mail astronomia@unesp.br ou
através do telefone: (14) 3103 6030 – ramal 151 (Observatório).

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

 Horário de funcionamento
Os horários especiais para visitas abertas ao público, podem ser visualizados no
site do Observatório. Para turmas agendadas, os horários são definidos no
agendamento.

 Site
http://UNESP.br/astronomia/index_cat3_areas.php

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Explorando os sentidos no Jardim Botânico


André Luiz Gobatto, Beatriz Daniele
Pavan, Elisabeth Giordani, Fernanda
Marcelino Galvani, Isabela Karoline
Ribeiro Dias, Mariana Priscila Veneziani
de Toledo, Mariane Santos Ducatti e
Raquel Aparecida Passaretti.

Introdução
O Jardim Botânico Municipal de Bauru (JB), fundado em 1994, possui um
importante papel na conservação de ecossistemas naturais e sua área, de 321 hectares
(ha), é um dos últimos fragmentos protegidos de vegetação nativa da região.
Embora a vegetação predominante seja o cerrado, o JB conta com fragmentos de
mata de brejo e floresta estacional semidecídua4 (mata atlântica), que abrigam muitas
espécies de mamíferos, aves, répteis, anfíbios e insetos.
Além de contribuir com a conservação da flora regional, promove pesquisas
científicas e proporciona momentos de lazer por meio da visitação gratuita, sendo um
local que oferece diferentes espaços para o desenvolvimento de atividades voltadas
para a educação ambiental e o ensino de Ciências, como a trilha ecológica, o viveiro de
mudas, o jardim sensorial, entre outras instalações.
É com a finalidade de ensino que apresentamos a atividade “Explorando os
sentidos no Jardim Botânico”, como uma sugestão metodológica que pode ser
utilizada por professores de Ciências e Biologia que visitam o local.
Uma vez que existe uma grande variedade de atividades que podem ser
desenvolvidas nesse espaço não escolar, decidimos selecionar alguns pontos
específicos para a execução de nossa proposta, os quais: a trilha ecológica e o jardim
sensorial.
Nesse sentido, cabe salientar que o professor não necessita explorar com seus
estudantes todas as instalações do JB, mas pode organizar suas atividades de acordo
com o fenômeno, conceito ou conteúdo que pretende abordar.

4
Refere-se à parte lenhosa de uma comunidade vegetal, que perde parte de suas folhas nos períodos
desfavoráveis. Decídua quer dizer “que deixa cair suas folhas”, equivale à expressão caducifólia.

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Para a execução desta proposta, traçamos como objetivo explorar as fisionomias


vegetais de cerrado e mata atlântica. Assim, fazendo uso de outros sentidos, além da
visão, realizamos atividades relacionadas à ecologia, à morfologia e à fisiologia vegetal.
Para o planejamento da atividade, contamos com a colaboração do biólogo
Vinícius Sementille Cardoso, funcionário e monitor do local. Essa parceria foi muito
importante, pois a experiência desse profissional facilitou o trabalho da proposta
elaborada e deu maior suporte para a abordagem do tema.
Embora a proposta tenha sido planejada para os alunos do 5° ano do curso de
Licenciatura em Ciências Biológicas da UNESP de Bauru, a dinâmica utilizada pode ser
adaptada a qualquer grupo escolar de acordo com o nível de ensino no qual se
encontram. O importante é manter a ideia central, de explorar a natureza e aprender
com outros sentidos que não o da visão. Portanto, esse relato de experiência visa
apresentar uma possibilidade de trabalho e não uma sequência rígida a ser seguida.

Desenvolvimento
Iniciamos os trabalhos com uma breve explanação das informações contidas no
quadro abaixo (figura 02), com o intuito de compartilharmos com os demais alunos
nossos objetivos, dentre os quais: discutir o uso dos sentidos no processo de ensino e
aprendizagem de conceitos ecológicos.

Como utilizamos nossos sentidos?

Aprendemos Retemos
1,0% pelo paladar 10% do que lemos
1,5% pelo tato 20% do que escutamos
3,5% pelo olfato 30% do que vemos
11,0% pela audição 50% do que vemos e ouvimos
83,0% pela visão 60% do que ouvimos e discutimos
70% do que vemos, ouvimos e discutimos
90% do que vemos, ouvimos, discutimos,
realizamos
Figura 02 – quadro síntese sobre o uso dos sentidos5

5
Informações disponíveis em:
http://arquivos.unama.br/nead/pos_graduacao/direito_processual/met_ens_sup/aula4/oque.htm

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Essa introdução fez-se necessária uma vez que buscamos explorar cada sentido
individualmente mostrando a relação entre as diferentes sensações e seus estímulos
dentro da natureza.
Em seguida, caminhamos em direção ao Jardim Sensorial, onde executamos a
primeira atividade de nosso plano de aula. Nesse momento, a turma com 26
estudantes, foi separada em pequenos grupos e a cada um deles foi atribuído um
monitor (membro da equipe).
Após algumas orientações sobre como guiar um deficiente visual, dadas pelo
monitor do JB, os participantes dos grupos foram vendados e, fazendo uso do piso tátil
presente em grande parte do Jardim Sensorial, cada grupo se aproximou de pelo
menos três canteiros de plantas.
Por meio do tato, deveriam descrever as plantas apontadas pelo monitor
(principalmente as formas e as texturas das folhas) e através do olfato tentar adivinhar
quais vegetais estavam analisando. Também tentaram identificar o nome das plantas
nas placas em relevo e em braile.
Nesse momento, pudemos constatar certa euforia por parte dos alunos, bem
como as dificuldades que sentiram ao terem suprimido o sentido da visão.
Demonstraram, por exemplo, perda da noção de espaço e muita dificuldade em se
locomoverem com os olhos vendados. Também foi possível constatar que os alunos
aumentaram a percepção auditiva e tátil, ou seja, passaram a prestar mais atenção em
outros sentidos que muitas vezes são sobrepostos pela visão.
Esse contato mais profundo com os sentidos, que raramente são explorados em
aulas que ocorrem no espaço escolar, é proveitoso e de grande valor para o próprio
autoconhecimento e para ampliar a capacidade de entender os fenômenos naturais.
Após essa primeira atividade, os estudantes puderam perceber o quão
raramente utilizam os sentidos do tato e do olfato na caracterização morfológica dos
vegetais e o quanto dependem da visão. Essa discussão possibilitou com que os alunos
aguçassem os demais sentidos na atividade da trilha ecológica, realizada em
sequência.
Outro aspecto que poderia ser discutido, mas que, no entanto, não foi o foco da
proposta é a questão da acessibilidade e inclusão social. Tivemos a informação de que
a escola visitante pode agendar uma visita ao Jardim Sensorial, monitorada por

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

voluntários do Lar Escola Santa Luiza para Cegos, entidade que oferece assistência aos
deficientes visuais de Bauru-SP. Fica aqui nossa sugestão aos professores.
Continuando a atividade, os alunos tiraram as vendas e seguimos para a trilha
ecológica. Nela havíamos definido previamente alguns pontos de parada, onde a
observação dos alunos pudesse ser direcionada através das seguintes instruções e
questionamentos:
 observar/sentir a umidade presente no solo da entrada da trilha, antes de se
aproximarem do córrego.
 Observar as espécies vegetais que ali se encontram, tentando estabelecer
alguma relação com a característica do solo.
 Colocar a mão no chão e observar a textura e a umidade do solo, de modo a
utilizar o tato.
 Observar a umidade do terreno antes e depois da ponte. Buscar fazer relações
com a profundidade do lençol freático.
 Fechar os olhos e tentar ouvir a grande quantidade de folhas que estão caindo.
Questionar qual a relação dessa queda de folhas com a denominação dada a este tipo
de vegetação (mata estacional semidecídua).
 Durante a trilha é essencial que o professor oriente os alunos para que utilizem
a visão e o tato, e reflitam como estes sentidos nos possibilitam caracterizar os dois
tipos de vegetação predominantes na trilha (mata estacional semidecídua e cerrado).
 Destacar a presença de serrapilheira6 e a variedade de folhas presentes no solo
(formato e textura).
 Pela manhã é possível observar a presença de orvalho no caule das goiabeiras.
Os troncos ficam molhados e é um momento propício para se trabalhar o tema sobre
condensação.
 Sentir a textura das folhas (cartáceas, membranáceas ou coriáceas) e comparar
se há diferenças entre as plantas de cerrado e de mata.
 Observar os troncos, mais eretos e menos espessos na região de mata e mais
tortuosos e suberosos na região de cerrado.

6
Cobertura que se forma na superfície do solo composta por restos de vegetação, como folhas, caules e
cascas de frutos em diferentes estágios de decomposição. Fazem parte dela também restos de animais e
suas fezes. Esta camada é a principal fonte de nutrientes para ciclagem em ecossistemas florestais,
enriquecendo o solo e sustentando a vegetação presente nele.

33
Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

 A visão também possibilita observar o porte das árvores dessas duas


composições vegetais (mata estacional semidecídua e cerrado).
 Através do olfato é possível sentir odores característicos de frutos e flores,
como o fruto da espécie Siparuna guianensis (nome popular: cafezinho fedido ou
limãozinho bravo).
Em dois momentos distintos, vendamos um aluno voluntário antes de chegar a
um ponto pré-determinado. Este aluno recebeu uma prancheta com uma folha, lápis e
borracha e ficou posicionado de costas para uma determinada planta/vegetação e
outro estudante descreveu a árvore/paisagem da melhor maneira possível para que o
primeiro desenhasse.
Essa atividade possibilitou o desenvolvimento de habilidades, como descrição,
interpretação de dados e abstração de informações. A mesma foi concluída
satisfatoriamente, pois as espécies vegetais foram descritas de forma clara,
possibilitando a representação assertiva pelo aluno ouvinte.
Em outro momento, um aluno voluntário foi vendado e percorreu parte da trilha
guiado com a ajuda de um dos monitores. A intenção foi que posteriormente o
estudante descrevesse sua experiência sensorial naquele ambiente, ao ter o sentido da
visão suprimido.

Resultados e considerações finais


Ao longo do desenvolvimento da atividade, notamos que os alunos participaram
bastante, interagindo de forma satisfatória com o que foi proposto. Reforçamos que a
visita ao local pelo professor antes da realização da aula é imprescindível. Através dela
pudemos aproveitar melhor o que o Jardim Botânico de Bauru oferece, além de
calcularmos melhor o tempo gasto com cada situação.
Vimos que o momento mais propício para sua aplicação é o período da manhã.
Por ser um local aberto, em dias quentes o calor excessivo pode atrapalhar o
desempenho dos alunos, deixando-os cansados antes da finalização dos trabalhos. É
importante também que os alunos sejam orientados quanto à vestimenta e uso de
protetor solar, além de se manterem sempre hidratados.

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

A atividade no jardim sensorial foi bastante marcante. Muitos alunos ficaram


impressionados em como a imaginação pode fluir quando não estamos vendo o local
onde estamos. Muitos imaginaram que os canteiros fossem diferentes antes de vê-los
e também perceberam que é possível aprender sem utilizar o sentido da visão. Os
pontos na trilha ecológica em que um aluno desenhou uma planta/vegetação com a
descrição dada por outro colega também foram interessantes.
No ato de encerramento da atividade discutimos brevemente uma crônica de
Rubem Alves que trata da importância dos sentidos, O sexto sentido7. Nela o educador,
descreve que os cinco sentidos (tato, paladar, audição, olfato e visão) nos permitem
conhecer o mundo e nos informam sobre ele. No entanto, haveria outro, que ao
contrário dos demais sentidos, não exige a presença do objeto a ser conhecido. Este
sentido que, segundo Rubem Alves, tem propriedades “mágicas” tem também o poder
de chamar à existência coisas que não existem e de tratar coisas que existem como se
não existissem. Seu nome é “pensamento” e, portanto, a função da educação estaria
em introduzir os estudantes no mundo mágico do pensamento, nosso sexto sentido!

Informações adicionais
 Localização
Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros, Km 232, Bairro Tangarás. Acesso
pela entrada do Zoológico Municipal de Bauru-SP.

 Agendamento de visitas e solicitação de monitoria


De segunda à sexta-feira, das 8h às 16h através do telefone (14) 3281-3358.

 Horário de funcionamento
Todos os dias, das 8h às 16h30, inclusive aos sábados, domingos e feriados. A
trilha ecológica também está aberta a visitações todos os dias, porém das 8h às 16h.

 Site/blog
www.jardimbotanicobauru.com.br / www.jbbauru.blogspot.com

7
Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/sinapse/sa2607200506.htm.

35
Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Investigando recintos no Zoo


Ananda de Barros Barban, Luisa
Bontorin Beltrame, Mariana Gomes
Poiato, Nádia Ghinelli Amôr, Natalia Zor
zette Sangaletti e Régis Augusto
Pescinelli.

Introdução
Com o objetivo de atender diferentes públicos e com roteiros distintos
adequados à faixa etária e às perspectivas dos visitantes, o Zoológico Municipal de
Bauru apresenta um Programa de Visitas Monitoradas que aborda questões
relacionadas à fauna, à conservação da natureza, à utilização responsável dos recursos
naturais e à interferência do homem no meio ambiente.
Trata-se de um excelente espaço não formal para a execução de diversas
atividades por ser um ambiente diferenciado, com diversos atrativos e que permite
integrar conteúdos teóricos e trabalhos práticos. Além disso, possibilita a execução de
atividades relacionadas a diversas áreas do conhecimento, demonstrando que as
disciplinas não se encontram isoladas em “gavetas” e, tampouco, devem ser
trabalhadas de maneira fragmentada.
Este capítulo tem como objetivo relatar a execução de uma atividade realizada
no Zoológico Municipal de Bauru (Zoo) com alunos do 5º ano do curso de Licenciatura
em Ciências Biológicas. Esta visita foi previamente planejada com o auxílio da bióloga
Samantha Pereira Lima, coordenadora do Centro de Educação Ambiental da
Instituição.
Vale ressaltar que a atividade apresentada a seguir pode sofrer adaptações,
adequando, assim, o conteúdo abordado aos diversos níveis de ensino. Somente
buscamos fornecer um exemplo de atividade direcionada para que outros professores
possam tornar a visita a este espaço a mais produtiva possível em termos de
conhecimento.

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Desenvolvimento
A atividade teve como objetivo específico estudar a ecologia, o comportamento
e a fisiologia dos animais em relação aos seus ambientes naturais e cativos8, bem
como, possibilitar discussões comparativas entre os estudantes a respeito desses
ambientes.
Foram escolhidos dois animais de cada grupo (répteis, aves e mamíferos) a partir
das condições dos recintos que habitavam. Os critérios de escolha foram as condições
do local (dimensões e características compatíveis com o hábitat natural).
Selecionamos um recinto ideal e outro que necessitava de melhorias, segundo
nossos conhecimentos biológicos. Por recinto ideal, entendemos o espaço no qual o
animal tem possibilidade de sentir-se como em seu hábitat natural, ou seja, um local
que apresente características e condições mais próximas do ambiente de origem do
animal (como vegetação, sombreamento, lagos, poleiros ou qualquer outro tipo de
ambientação).
O tema foi trabalhado na forma de gincana na qual, através de dicas, os alunos
deveriam chegar ao recinto de certo animal (determinados previamente pelos
monitores). A atividade possuía a seguinte finalidade: o grupo que utilizasse a menor
quantidade de dicas para chegar aos seis animais (dois mamíferos, duas aves e dois
répteis), seria vencedor.
As etapas da gincana foram:
 A divisão dos alunos em três grupos, que ficaram sob a orientação de dois
monitores incumbidos de fornecer as dicas. Ainda na entrada do zoológico, cada grupo
recebeu a primeira dica referente ao “animal-alvo” (por exemplo, o grupo que teria
que encontrar o recinto do camelo, recebeu a dica: “Minha pelagem é esparsa e suave
para me ajudar a sobreviver em lugares onde a variação da temperatura é grande”).
 Em seguida, os estudantes se reuniam e discutiam as possibilidades (de qual
animal se trata?) e em comum acordo, nomeavam um animal e, acompanhados pelos
monitores, dirigiam-se até o recinto da espécie escolhida.
 Caso não acertassem o animal, uma nova dica era fornecida e seguia-se o
mesmo padrão citado anteriormente;

8
Cativo se refere a cativeiro; animais cativos = animais de cativeiro.

37
Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

 Caso acertassem, recebiam a dica do próximo animal, até que encontrassem os


seis animais9. Em todos os locais visitados, breves discussões etológicas, fisiológicas e
ecológicas eram feitas, principalmente sobre o recinto no qual os animais se
encontravam, independente de o mesmo estar adequado ou não (os monitores
questionavam o porquê de terem escolhido aquele animal e quais as características os
faziam pensar se aquele recinto era ideal ou não e quais as melhorias poderiam ser
feitas).
 Pedimos também os alunos para que desenhassem como seria o recinto ideal
de três animais escolhidos previamente, conforme recebiam as dicas. Se a dica
fornecida fosse “o animal é capaz de voar”, eles podiam inferir, por meio do desenho,
que o mesmo necessitava de uma jaula ampla que permitisse tal habilidade. Ao final,
comparávamos o desenho feito com a realidade encontrada no Zoo.
Depois de percorrido todos os recintos (atividade que durou cerca de uma hora e
meia), os três grupos foram reunidos no anfiteatro do Zoológico. Os desenhos dos
grupos foram comparados entre si e houve a contabilização das dicas utilizadas por
cada grupo. Em seguida, anunciamos a equipe campeã, aquela que havia utilizado a
menor quantidade de dicas.

Resultados e considerações finais


O planejamento e a organização das atividades foram fundamentais para o
desenvolvimento da mesma. Assim, ressaltamos e sugerimos que os professores
visitem o local antecipadamente e, juntamente sob as orientações do responsável pela
instituição, elabore a visita.
Reiteramos que as atividades relatadas podem ser ajustadas conforme o nível de
conhecimento dos alunos. Como exemplo, o professor pode escolher apenas um
táxon, ao invés dos três, para abordar questões evolutivas e outras relacionadas ao
hábitat de cada animal. Salientamos que esta atividade é adaptável.
O Zoológico Municipal foi escolhido, pois permite que os temas abordados
possam ser desenvolvidos de forma contextualizada. Além disso, trata-se de um
espaço onde os estímulos visuais, auditivos e sensoriais podem ajudar os alunos na

9
Embora alguns grupos chegassem ao animal, fazendo uso de poucas dicas, quando o animal era
descoberto, todas as demais dicas eram lidas e discutidas pelos monitores.

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

construção do conhecimento, através da curiosidade e da oportunidade de suprir, ao


menos em parte, algumas das carências do ensino em espaços escolares.
Destacamos que as atividades foram executadas sem contratempos, devido à
quantidade suficiente de monitores para um número reduzido de alunos, cerca de
vinte estudantes.
Estamos cientes das limitações nas escolas, onde muitas vezes o professor realiza
essas visitas com um número elevado de alunos, sem o apoio de funcionários. Para
tentar superar essa dificuldade indicamos, além do contato prévio com a equipe de
monitores, um planejamento multidisciplinar entre os professores, pois o local permite
discussões de conceitos não apenas biológicos, mas também geográficos e histórico-
culturais, como exemplo uma abordagem sobre os locais de origem dos animais ali
presentes.
Assim, um estudo formal em um ambiente não escolar deve ser orientado e
planejado de maneira coletiva, para que a visita não se torne somente uma atividade
lúdica ou apenas um passeio.

Exemplos de dicas da Gincana


 Espécie 1: Camelo (Camelus bactrianus) - Grupo Animal: Mamíferos
Dicas fornecidas aos estudantes
1. Minha pelagem é esparsa e suave para me ajudar a sobreviver em lugares onde a
variação da temperatura é grande.
2. Minha dentição é caracterizada pela presença de dois caninos e de dois incisivos
no maxilar superior.
3. Alimento-me principalmente de plantas suculentas rasteiras ou arbustivas.
4. Caminho a uma velocidade média de 5 km/h, mas posso alcançar até 65 km/h.
5. Minhas patas tem a base larga para impedir entrada de areia.
6. Tenho pestanas longas para proteger os olhos.
7. Meus eritrócitos são ovalados e mais estáveis a fim de suportar melhor a variação
osmótica.
8. Tenho músculos nasais que permitem abrir e fechar as narinas quando necessário.
9. Em períodos escassos, posso sobreviver a uma perda de 20% da minha massa
corporal.

39
Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

10. Sou o único mamífero que possui o diafragma ossificado.


11. Posso alcançar até 100 km sem beber uma gota d’água.
12. Tenho pescoço longo e lábio fendido verticalmente.
13. Sou um animal típico do deserto.
14. Minha principal característica é a presença de duas corcovas.

 Espécie 2: Onça Parda (Puma concolor) - Grupo Animal: Mamíferos


Dicas fornecidas aos estudantes
1. Sou grande e solitário, mas aqui no zoológico fico em um recinto com uma fêmea
de minha espécie.
2. O nome da minha espécie faz referencia a minha cor de pelagem.
3. Sou do continente americano e tenho a maior área de distribuição entre todos os
grandes mamíferos terrestres do hemisfério ocidental.
4. Sou territorialista e tenho hábito noturno (predominantemente), minha área de
vida tem em média 100 km². Durante o forrageamento posso viajar cerca de 9 km por
noite.
5. Vivo em florestas tropicais e subtropicais, caatinga, cerrado e pantanal, tanto em
áreas primárias quanto secundárias, desde o nível do mar até altitudes de 4.500m,
desde que tenha cobertura vegetal adequada.
6. Quanto a minha alimentação, compreende uma grande diversidade de animais,
incluindo desde presas grandes, como veados, até presas de pequeno porte, como
roedores e invertebrados. No Brasil me alimento de animais de pequeno a médio
porte, pois vivo em competição com uma “prima distante”... Eu escondo a carcaça com
folhas e galhos, para me alimentar dela por vários dias.
7. Meu corpo é longo e esguio, com membros fortes e cauda longa.
8. Tenho patas grandes o que me permite dar grandes saltos, tanto em distância
quanto em altura, atingir grandes velocidades em distâncias curtas, escalar com exímia
destreza e, também, eventualmente, deslocar-me com facilidade na copa das árvores.
9. Tenho cinco garras retráteis nas patas dianteiras (sendo uma delas um esporão) e
quatro nas patas traseiras.
10. Sou um escalador capaz, posso saltar do nível do chão até 5,5 m numa árvore e
também posso nadar, mas não gosto muito...

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

11. Não posso esturrar, nem urrar. Minha vocalização é similar a um miado...
12. Minha pelagem varia do castanho-avermelhado ao cinza-azulado, sendo
esbranquiçada no focinho, garganta, peito, ventre e na parte interior das patas.
13. Minha espécie foi classificada, em 2009, como ameaçada de extinção pelo
Ministério do Meio Ambiente do Brasil.

Informações adicionais
 Localização do Zoológico de Bauru
Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros, Km 232, Vargem Limpa – Bauru, SP.

 Agendamento de visitas e solicitação de monitoria


O agendamento de excursões é destinado somente para escolas e deverá
obrigatoriamente ser realizado com antecedência pelo telefone (14) 3203-5229 ou (14)
3231-2632. As excursões agendadas acontecem de terça a sexta-feira.
No site encontram-se as fichas de inscrição e formulários para agendamento, no
link “Visite o Zoo”.

 Horário de funcionamento e Ingressos


Segunda a Sexta-feira: 8h às 16h. Sábado, Domingo e Feriados: 8h às 17h.
Valor do ingresso: R$ 4,00 (crianças a partir de cinco anos pagam ingresso e
idosos à cima de 60 anos: pagam meio ingresso). Para excursões agendadas com
antecedência: isento o valor do ingresso.

 Site
http://zoobauru.com.br

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Aprendendo no cerrado
Ana Flávia Chaparro Viana, Ariane
Marumoto, Camila Ramalho Bonturi,
Fabiane Cristina da Fonseca, Isabela
Beraldo de Souza, Juliana da Silva Borba,
Larissa Saia Morotti e Poliana Teixeira.

Introdução
O cerrado é um tipo de vegetação muito antiga, com cerca de 70 milhões de
anos. Cobre dois milhões de km² do território brasileiro, ocupando aproximadamente
23% da superfície do país.
No estado de São Paulo, está representado por fragmentos que se concentram
principalmente ao longo das cuestas basálticas que separam a depressão periférica
paulista do planalto ocidental. Especificamente no município de Bauru, o cerrado
ocorre a sudeste do centro da cidade, sendo os remanescentes desta vegetação
preservados na Reserva Legal da UNESP, Jardim Botânico Municipal e Reserva
Ecológica da Sociedade Beneficente Enéas de Aguiar. Áreas estas que totalizam cerca
de 834 hectares (ha.)10.
Buscando aproximar os estudantes dessa vegetação, e ao mesmo tempo
oferecer aos professores um ambiente diferente do escolar no qual pudessem
desenvolver conteúdos de Ciências e Biologia, foi organizado o projeto “Passeando e
aprendendo no cerrado”, no ano de 2006, sob a coordenação do professor Osmar
Cavassan. Esse projeto de extensão é até hoje realizado e está vinculado ao curso de
Pós-Graduação em Educação para a Ciência da UNESP campus de Bauru, em parceria
com o antigo Centro de Divulgação e Memória da Ciência e Tecnologia (CDMCT).
Nesse capítulo, descrevemos uma atividade realizada no citado projeto com
estudantes do 5º ano de Licenciatura em Ciências Biológicas, com o intuito de fornecer
um exemplo de proposta metodológica àqueles professores que desejam trabalhar a
temática do cerrado e/ou visitar a trilha do “Passeando e aprendendo no cerrado”.

10
Essas e outras informações podem ser consultadas na obra “Conhecendo Botânica e Ecologia no
Cerrado”, organizada pelos professores Osmar Cavassan, Ana Maria de Andrade Caldeira, Veridiana de
Lara Weiser e Fernanda da Rocha Brando.

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Desenvolvimento
Anteriormente à execução, o grupo responsável pela organização da atividade
realizou duas visitas ao projeto, acompanhadas da monitora Isabela Beraldo de Souza
(também aluna da disciplina), a fim de elaborarem o roteiro e selecionarem os
assuntos pertinentes a serem trabalhados com a turma.
Nessas incursões ao local, foi definido que faríamos primeiramente uma
introdução sobre os principais conceitos que envolvem o tema cerrado e, em um
segundo momento, o percurso da trilha onde é possível visualizar in loco algumas das
características discutidas. Ao final, planejamos uma atividade de recapitulação dos
conteúdos trabalhados, por meio de uma gincana.
Durante a trilha, os alunos-monitores fizeram a demonstração de algumas
características da fauna e, principalmente, da flora do local, problematizando e
fazendo questionamentos constantes, com o intuito de instigar os demais estudantes a
construírem a resposta mais adequada. Essas informações foram trabalhadas não
somente de maneira expositiva e com demonstrações, mas também com o auxílio de
um roteiro pré-elaborado, pelo qual os alunos se orientavam e faziam as anotações
pertinentes.
Foram abordados assuntos sobre as espécies endêmicas e exóticas do cerrado,
como também a respeito de suas principais características morfológicas, fisiológicas
fitoterápicas e algumas curiosidades.
Ressaltamos que em alguns momentos trabalhamos assuntos que não estavam
presentes no roteiro, isso porque, quando estamos em um ambiente natural, várias
situações surgem e não podemos prever e impedir que algum fenômeno natural
apareça e incite novas discussões (a presença de uma ave, por exemplo).
Ao final do percurso da trilha, propomos uma gincana onde a sala foi dividida em
dois grupos que competiram entre si, respondendo questões acerca dos conceitos
vistos na trilha. Essa atividade também foi planejada previamente pelos alunos-
monitores e buscou recapitular e discutir de maneira descontraída assuntos sobre a
vegetação de cerrado e suas principais características.
Essa gincana foi organizada em três etapas referentes a três diferentes
atividades, as quais:

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

 Soletrando: onde os estudantes deveriam soletrar as palavras sorteadas


referentes às espécies ou características encontradas no cerrado. Essa atividade foi
elaborada com o objetivo de auxiliar os estudantes na grafia correta dos termos, pois
muitas vezes em uma aula fora do espaço formal, as anotações dos alunos não são
supervisionadas pelo professor e aqueles acabam por reproduzir erros ortográficos em
momentos posteriores.
 Ligue-ligue: nessa atividade os participantes recebiam alguns cartões com
vários nomes de espécies e outros contendo as características principais das mesmas.
Esses cartões eram misturados e os estudantes deveriam organizá-los de forma com
que cada espécie ficasse relacionada com sua respectiva característica.
 Jogo de perguntas e respostas: nesse jogo participavam também um membro
de cada grupo. Os estudantes, então, respondiam perguntas de múltipla escolha, de
verdadeiro ou falso, ou questões abertas relacionadas à temática do cerrado. O direito
de resposta era dado ao aluno que mais rapidamente estourasse uma bexiga. Caso
respondesse a questão corretamente seu grupo era pontuado; no entanto, se a
resposta não fosse correta a equipe adversária recebia a pontuação.
Cada atividade possuía um valor de pontuação e, ao final, os pontos foram
contabilizados para se determinar o grupo vencedor.

Resultados e considerações finais


Buscamos, por meio dessa sequência de atividades, proporcionar aos estudantes
o conhecimento da biodiversidade do cerrado, além de contextualizar conceitos
botânicos e ecológicos vistos em sala de aula. Com essa atividade em um espaço não
formal, pudemos aguçar a percepção, o senso estético e a curiosidade desses alunos,
motivando-os para o aprendizado na escola, para a busca de informações por conta
própria e para, de alguma forma, terem atitudes mais responsáveis frente a este
ambiente.
As atividades planejadas e descritas nesse capítulo foram realizadas sem nenhum
fato que precisasse ser ajustado. Os alunos ficaram bastante animados ao saber que
haveria uma brincadeira no final da trilha e que, por isso, eles teriam que prestar

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

atenção durante todo o trajeto, pois tudo que fosse visualizado e comentado poderia
ser utilizado ao final da atividade.
De modo geral, não houve dispersão e os alunos conseguiram acompanhar os
colegas monitores que ficaram espalhados em pontos distintos na trilha: três
monitores no começo, dois no meio e dois no final. Os alunos fizeram algumas
perguntas pertinentes e se preocuparam em acompanhar o roteiro que os foi
entregue. No entanto, outros preferiram responder às questões contidas no roteiro na
hora que as perguntas eram proferidas.
No final da atividade houve certo alvoroço pelo fato de todos quererem ganhar a
“brincadeira” e receber o prêmio final. Como acreditamos que nessa atividade todos
eram vencedores por terem participado, o prêmio foi distribuído a todos os
integrantes igualmente. Quando questionamos sobre a importância de trazer os
alunos na trilha ao se trabalhar a temática do cerrado e, se eles tinham gostado da
atividade, a resposta foi positiva e unânime.
Eles disseram que puderam aprender algumas coisas não vistas na sala de aula e
que o jogo no fim possibilitou que eles relembrassem o que havia sido discutido. Além
disso, como todos puderam desfrutar da experiência de aprender fora do ambiente
escolar, passaram a considerar a incorporação desse tipo de atividade em suas práticas
docentes.
Relembramos que nossa sugestão, para que aulas dessa natureza sejam
organizadas com sucesso e obtenham maior êxito, é que o professor antes da visita ao
projeto “Passeando e aprendendo no cerrado”, faça um breve levantamento das
concepções prévias que os alunos possuem sobre o tema, a fim de adequar as
atividades de acordo com os conhecimentos reais dos estudantes, e que informe isso
aos monitores.

Roteiro utilizado durante o percurso na trilha


Este roteiro destaca os pontos principais que foram trabalhados com os alunos
do Curso de Ciências Biológicas, no entanto, pode (e deve) ser adaptado de acordo
com o nível de escolaridade das turmas visitantes. Nele encontram-se os
questionamentos feitos pelos alunos-monitores a respeito das espécies e fenômenos
naturais encontrados.

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

 Copaíba (Copaifera langsdorffii)


- Em que momento e porque as folhas da Copaíba se apresentam na cor avermelhada?

 Braquiária (Brachiaria sp.)


- Como se dispersam as sementes de braquiária?
- A braquiária é uma espécie exótica. Saberiam dizer qual é sua origem? Que
desvantagens sua presença traz para as espécies nativas do cerrado?

 Pau-de-tucano ou Cinzeiro (Vochysia tucanorum)


- Os frutos dessa espécie são classificados como deiscentes, o que isso significa?
- A Vochysia tucanorum é considerada uma planta alumínio-dependente, o que isso
nos diz sobre sua distribuição espacial no cerrado?

 Jenipapo-bravo (Tocoyena formosa)


- Assim como muitas espécies vegetais, o Jenipapo-bravo apresenta folhas pilosas.
Quais hipóteses podemos levantar para justificar esse tipo de estrutura?

 Formigas (Saúvas – gênero Atta)- Como ocorre o ciclo de vida dessas formigas
(ovos, tanajuras e bitus)?
- Por que elas levam as folhas até o formigueiro?
- Cite uma importância ecológica das formigas.

 Araticum do campo (Annona coriacea)


- Haveria alguma relação entre as características dessa planta e o nome dado a ela?

 Café fedido ou limãozinho bravo (Siparuna guianensis)


- O que sentem quando maceramos uma de suas folhas?
- Qual relação podemos estabelecer entre as características dessa planta e o processo
de herbivoria?

 Trepadeira (Smilax poliantha)


- Quais suas principais características morfológicas?
- Que nome é dado à espécie vegetal na qual essa planta se apoia?

 Murici-do-cerrado (Byrsonima coccolobifolia)


- Quais as principais características morfológicas dessa planta?

 Gochnatia (Gochnatia barrosii)


- Destaque os principais aspectos morfológicos da planta. Como são suas folhas?

 Folha-de-bolo (Coccoloba mollis)

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

- Qual a característica desse vegetal o diferencia significativamente das outras espécies


encontradas no cerrado?

 Peroba-do-cerrado (Aspidosperma tomentosum)


- Observem que ao se retirar uma folha dessa planta, grande quantidade de látex é
produzida. Qual seria a importância dessa substância?

 Angico (Anadenanthera falcata)


- Observe a estrutura do tronco desta árvore e descreva suas características.

 Pequi (Caryocar brasiliense)


- Você conhece alguma utilidade comercial do Pequizeiro, além do uso de seu fruto na
culinária?
- Observe as folhas desta planta. Quais suas características?

 Barbatimão (Stryphnodendron sp.)


- Você conhece alguma utilidade comercial dessa planta?

 Quaresmeira- branca (Miconia albicans)


- Esta planta é endêmica do cerrado?
- Em qual tipo de ambiente é mais comum encontrá-la? Na submata ou na borda de
mata?
- Observe e descreva a folha desta espécie.

 Figueira (Ficus sp.)


- As figueiras possuem uma estrutura bem peculiar, chamada sicônio. Do que se trata
essa estrutura?
- Como ocorre a polinização das figueiras?
- Observe que a figueira estabelece uma interação com outra planta. Que tipo de
interação é esta?

 Galha
-O que é a galha?
-Qual é o tipo de interação entre a galha e a planta?

Algumas questões utilizadas nas atividades da gincana


 Os solos do bioma cerrado são:
(A) Possuem alto teor de matéria orgânica
(B) Profundos, bem drenados, arenosos e com concentrações de Alumínio.
(C) Possuem alta capacidade de retenção de água

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

(D) Quanto às características químicas são bastante ácidos, com pH que pode variar de
8 a 12 (o correto seria de 4 a 5, acima de 7 é básico e não ácido)

 Porque a Aspidosperma tomentosum não sofre frequentemente com


herbivoria?
R. Porque a planta é leitosa, ou seja, produz látex, que é uma adaptação do vegetal
contra herbivoria. O látex apresenta alta toxicidade para os herbívoros.

 É comum vermos em noticiários queimadas, principalmente nas regiões de


cerrado. Segundo um dos especialistas em cerrado, Leopoldo Magno Coutinho, há uma
relação entre as queimadas, a vegetação e alguns animais. Explique, qual seria essa
relação?
R. Segundo Coutinho, o fogo no cerrado acelera alguns processos das plantas,
fazendo com que algumas espécies comecem a florescer antes mesmo de formarem os
órgãos reprodutivos. O fogo ainda pode acarretar com aumento de animais, devido ao
aumento na quantidade de folhas. Existem pesquisas que comprovam que as folhas
após uma queimada no cerrado, podem ainda se apresentar mais macias e nutritivas.

 Essa planta pertence a família Malpighiaceae tem destaque, por possuir frutos
altamente nutritivos, que servem para alimentar muitos animais do cerrado. É decídua,
ou seja, perde suas folhas em determinadas épocas, e o seu nome em tupi-guarani,
significa “árvore pequena”. Estamos falando da:
a) Solanum licocarpum
b) Mauritia flexuosa
c) Byrsonima coccolobifolia
d) Anona cassiflora
e) Caryocar brasiliense

 Qual destas características está presente nas folhas do Pequi?


a) folhas simples
b) folhas pilosas
c) ausência de nervuras
d) folhas pequenas

Soletrando: Xylopia aromatica; Caryocar brasiliense; Vochysia tucanorum; Smilax


polyantha; Gochnatia barrosii; Coccoloba mollis; Aspidosperma tomentosum; Miconia
albicans; Magnoliophyta.

Ligue-ligue
Tronco vermelho Copaíba
Toca da saúva Teiú
Tronco suberoso Angico

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Caroço espinhoso Pequi


Cheiro desagradável Siparuna guianensis
Maior folha do cerrado Folha de bolo
Favas (vagem) tóxica Barbatimão
Apresenta látex Peroba do Cerrado
Hemiepífita Figueira
Pilosidade esbranquiçada Quaresmeira

Informações Adicionais
 Localização do Projeto “Passeando e aprendendo no cerrado”
A trilha está localizada na Praça de Esporte do Departamento de Educação Física,
da Faculdade de Ciências, UNESP, Bauru - SP. O acesso se pela Avenida Municipal José
Sandrin, sentido Instituto de Pesquisas Meteoreológicas (IPMet).

 Agendamento de visitas e solicitação de monitoria


O agendamento deve ser realizado com antecedência pelo telefone (14) 3103-
6078 ramal 7881 (Prof. Dr. Osmar Cavassan), pelo endereço eletrônico
passeandoeaprendendo.cerrado@gmail.com ou pelo site do Projeto.

 Horário de funcionamento
As turmas visitantes são atendidas de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das
14h às 17h, de acordo com a disponibilidade dos monitores.

 Site
https://sites.google.com/site/projetopasseandoeaprendendo/

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Sugestões de espaços não formais

Nessa seção o leitor encontra pequenos textos informativos também elaborados


pelos alunos do quinto ano de Licenciatura em Ciências Biológicas, da UNESP campus
de Bauru, durante a disciplina “O ensino de Ciências e Biologia em espaços não
formais”.
Neles, os estudantes buscaram destacar informações relevantes, consultadas
através de visitas, contatos e por endereço eletrônico, sobre alguns espaços não
escolares situados no município de Bauru, em cidades da região e na capital do Estado
de São Paulo, que podem ser utilizados como ferramentas para o ensino formal.
A fim de manter a particularidade de redação e organização de cada grupo, que
buscava contemplar as informações cedidas por cada local, optamos por não
padronizar os tópicos dos capítulos.
A seguir encontra-se um quadro síntese com as principais informações de cada
local atualizadas em junho de 2013 e, acrescido das respectivas páginas.

50
Local Cidade/UF Funcionamento Valores Endereço eletrônico Contato Pág.
R$6,00
(inteira) (11) 3315-0051
Catavento Cultural e São 3ª à domingo das 9h http://www.cataventocultural.org.br/
R$3,00 (meia). de 2ª à 6ª, das 54
Educacional Paulo/SP às 17h
Consultar 11h às 17h
isenções
Centro Ambiental Rio (14) 3235-6177
2ª à 6ª, das
Batalha e Estação de http://www.daebauru.sp.gov.br/7dc/index.php de 2ª à 6ª, das
Bauru/SP 8h:30min às 12h e Gratuito 57
Tratamento de Água 8h às 12h e das
das 14h às 16h
(ETA) 14h às 17h
4 ª das 9h às 11h e
das 19h30min às
(16) 3373-9191,
21h30min.
Centro de Divulgação São http://www.cdcc.usp.br/cda/ de 2ª a 6ª, das
5ª das 14h às 16h e Gratuito 60
de Astronomia (CDA) Carlos/SP 8h às 12h e das
das 19h30min às
13h às 17h.
21h30min (grupos
escolares)
(14) 3285-1210
ou (14) 3285-
Centro Experimental de Cabrália 3ª à 6ª, das 8h às http://www.etecabralia.com.br/
Gratuito 1147 das 8h às 63
Bioenergia Paulista/SP 17h
12h e das 13h às
17h
Entre R$15,00
Fundação CEU (Centro Horários variados e R$30,00 (14) 3653-4466
http://www.fundacaoceu.org.br/
de Estudos do Brotas/SP (consultar (varia de ou (14) 3653- 65
Universo) disponibilidade) acordo com as 8712
atividades)
R$2,50
(11) 2627-9536
São 3ª à domingo das 9h p/pessoa http://www.butantan.gov.br/home/
Instituto Butantan de 2ª a 6ª, das 68
Paulo/SP às 16h30min (consultar
9h às 16h30min.
isenções)

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Local Cidade/UF Funcionamento Valores Endereço eletrônico Telefone(s) Pág.


Instituto Lauro de http://www.ilsl.br/
Bauru/SP Horários a agendar Gratuito (14) 3103-5867 72
Souza Lima
R$5,00 p/
pessoa
Museu de Anatomia 2ª à 6ª, das 9h às
São (Consultar http://www.icb.usp.br/museu/
Humana “Professor 11h e das 13h30min (11) 3091-7360 75
Paulo/SP valores
Alfonso Bovero” às 15h30min.
especiais p/
escolas)
Para grupos
(14) 3413-6238
Museu de escolares, visitas em http://dinosemmarilia.blogspot.com.br
Marília/SP Gratuito 2ª à 6ª, das 8h 77
Paleontologia dois horários: às
às 17h30min.
9h30 e às 14h30.
3ª à 6ª, das 8h às R$2,00 por
Museu de
11h e das 13h às 17h aluno (escola http://www.montealto.sp.gov.br/index.php?url (16) 3242-1123
Paleontologia
Monte (com monitores). privada). =cidade/paleontologia ou (16) 3242-
"Professor Antonio 79
Alto/SP Aos sábados e Escolas 6808. 2ª à 6ª
Celso de Arruda
domingos das 13h às públicas das 8h às 17h.
Campos"
17h isentas
R$6,00 (11) 2065-8140,
2ª à 6ª, das 09h às
Museu de Zoologia da (inteira) de 2ª à 6ª, das
São 17h (atividades http://www.mz.usp.br/
Universidade de São R$3,00 (meia). 9h às 12h e das 81
Paulo/SP educativas). Conferir
Paulo Consultar 13h30min às
as demais
isenções 17h
3ª à 6ª, das
8h30mim às 12h e http://hotsite.bauru.sp.gov.br/museuferroviari
Museu Ferroviário das 13h30min às o/Default.aspx
Bauru/SP Gratuito (14) 3212-8262 85
Regional 17h. Sábados, das
8h:30min às
13h30min

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Catavento Cultural e Educacional
Por
Ana Flávia Chaparro Viana, Fabiane
Cristina da Fonseca, Isabela Beraldo de
Souza e Poliana Teixeira.

O Catavento está localizado no Palácio das Indústrias, no Parque Dom Pedro II,
centro da cidade de São Paulo. Refere-se a um museu com inúmeras atrações
interativas que abrangem assuntos ligados às artes, à história, às ciências e à geografia.
Fundado em 2009, o museu possui quatro mil m² e recebe dois mil visitantes por
dia em suas 250 instalações. Tem como objetivo apresentar à população infantil,
juvenil e, também, aos adultos, conhecimentos científicos e culturais, aprimorando o
desenvolvimento sociocultural da população.
Trata-se de um espaço rico em ambientes interativos e informais de
aprendizagem que desperta a curiosidade e o interesse pela ciência de um modo
atraente e participativo.
No catavento podemos encontrar quatro seções:
 Universo: trata de questões referentes ao espaço sideral à Terra.
 Vida: aborda elementos dos primeiros seres vivo até o homem.
 Engenho: mostra as criações do homem dentro da ciência.
 Sociedade: apresenta os problemas da convivência organizada do homem.

Visitação
A visita é recomendada para crianças acima de 7 anos de idade e possui duração
aproximada de 2h30min, sendo dividida em quatro períodos:
 8h30 às 10h50  13h00 às 15h20
 10h30 às 12h50  15h00 às17h20

Para informações a respeitos dos horários em dias de feriado, deve-se consultar


o link "Notícias do Catavento“ no site da instituição.

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Aos Finais de Semana, para participar das sessões nas salas descritas a seguir é
necessária a retirada de senhas na bilheteria do Catavento, pois a capacidade de
público por sala é limitada:
Nanotecnologia: 36 pessoas
Laboratório de Química: 44 pessoas
Prevenindo a Gravidez Juvenil: 20 pessoas

Horários, valores e instalações


 Aberto de terça à domingo das 9 às 16hs – com permanência até 17h.
 Entrada: R$ 6,00 (entrada inteira, pagamento somente em dinheiro)*.
 Valor do estacionamento: carros e utilitários R$ 10,00; ônibus e vans R$ 20,00.
Esses valores referem-se a uso por 4 horas do estacionamento. Excedendo esse
horário há um adicional de R$ 2,00 por hora.
 Acesso para pessoas com deficiência locomotora.
 O local dispõe de lanchonete.
 As escolas e instituições visitantes devem vir com um acompanhante
responsável para cada grupo de 20 pessoas.

*O Catavento oferece isenção do pagamento de ingresso nos seguintes casos:


 Escolas públicas estaduais e municipais do Estado de São Paulo previamente
agendadas com roteiro programado.
 Diretores, Coordenadores e Professores da rede pública do Estado de São
Paulo (municipal e estadual) com apresentação de holerite atualizado.
 Crianças até 3 anos e 11 meses.
 Monitor ou guia de turismo, apresentando a carteirinha da EMBRATUR.
 Funcionários da Secretaria Estadual da Cultura, apresentando o crachá de
identificação profissional.
 Bombeiros, policiais civis, militares, guardas civis, técnico-científicos e seus
familiares.
 Artesãos portadores da carteira emitida pelo cadastro estadual da SUTACO.

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 Taxistas, frentistas de postos de gasolina, agentes de limpeza pública, agentes


da CET, agentes da segurança do metrô e seus familiares.

Regras para visitação


 Não são permitidos alimentos, bebidas, fumo e celulares ligados.
 São permitidos blocos e lápis para anotações, câmeras fotográficas e
filmadoras.

Agendamento
O agendamento deve ser feito com no mínimo 45 dias de antecedência. Deve-se
preencher o formulário especifico no site.
 Há horários e roteiros pré-fixados para as visitas com monitoria
 Deve-se aguardar a confirmação pelo Catavento (por telefone e email) que
ocorre aproximadamente com 30 dias de antecedência
 O Catavento envia, também por e-mail, o comprovante do agendamento e as
regras da visita. Este mesmo e-mail deverá ser apresentado impresso ao monitor no
momento da visita.

Escolas Estaduais
 O Catavento proporciona ônibus para as escolas públicas estaduais do Estado
de São Paulo, que estejam distantes no máximo 80 km (ida e volta).
 Todos os alunos de Escolas Estaduais recebem um lanche.

Mais informações
Essas e outras informações podem ser acessadas no site
www.cataventocultural.org.br ou através do telefone: (11) 3315-0051 de 2ª a 6ª, das
11h às 17h.

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Centro Ambiental Rio Batalha e Estação de Tratamento de


Água (ETA) de Bauru

Por
Beatriz Danielle Pavan e Mariane Santos
Ducatti.

A cidade de Bauru, localizada do interior do estado de São Paulo, conta com a


autarquia denominada Departamento de Água e Esgoto (DAE), responsável por gerir,
administrar e desenvolver os serviços públicos de água e esgoto na cidade.
O município de Bauru abastece 100% de sua população com água tratada, graças
aos 29 poços profundos (mananciais subterrâneos) e a captação de água do Rio
Batalha (manancial superficial).
Visando a orientação da população para a formação de atitudes para a prática da
cidadania e buscando uma sociedade sustentável, o DAE criou o Centro Ambiental Rio
Batalha.
Este Centro está situado em espaço contíguo à área de captação das águas do
Rio Batalha, localizado na divisa dos municípios de Bauru e Piratininga, a cerca de 10
km da zona urbana de Bauru. O local é composto por vários elementos naturais que
podem despertar a curiosidade e ilustrar diferentes discussões sobre as questões
ambientais.
Em uma área de 217 m2 o Centro Ambiental foi planejado com uma sede para
receber os visitantes. Nela existe uma sala de treinamento onde são ministrados
cursos de conhecimentos na área de educação ambiental, e onde as crianças recebem
as informações, através de projeção de vídeos, sobre a captação, o tratamento e a
distribuição de água na cidade de Bauru. Informações a respeito do consumo racional
de água também são trabalhadas.
Os visitantes podem conhecer o viveiro de mudas com espécies nativas da
região, que fazem parte da vegetação ciliar do Rio Batalha. Podem também aprender
sobre as etapas de produção dessas mudas.
Para que seja possível visualizar o sistema de captação, tratamento e distribuição
da água, foi confeccionada uma maquete que reproduz toda a operação deste sistema.

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Este mesmo processo pode ser observado in loco na Estação de Tratamento de Água
(ETA) por meio do acompanhamento de monitores.

Visitação
As visitas podem ocorrer de segunda à sexta-feira, das 8h:30min às 12h e das
14h às 16h, e o estabelecimento lista alguns procedimentos que devem ser
considerados antes e durante a visita:
 O professor deverá programar a data de visita para agendamento após ou
durante o período em que o assunto (água) estiver sendo discutido em sala de aula,
para que os alunos entendam o motivo da visita.
 A escola deverá enviar o número de professores ou monitores necessários para
acompanhamento dos alunos.
 Os alunos deverão ficar sempre em grupo, em fila e sem se dispersarem,
acompanhando o monitor do DAE para seguirem as explicações.
 Recomenda-se, na visita ao lago da captação, a não aproximação dos visitantes
das margens da lagoa, onde não há gradil.
 Na casa de bombas, o grupo deve ficar junto com os monitores, pois os
equipamentos instalados são de grande voltagem elétrica.
 Solicita-se que, no caso de alunos levarem lanche, que este esteja em
recipientes não descartáveis. O DAE disponibilizará água para os visitantes.
 O DAE não se responsabilizará pelos visitantes que não cumprirem estas
regras.
 Recomenda-se a leitura destes procedimentos em sala de aula, antes da
realização da visita.
Não há custos para a visita à estação, mas a escola necessita providenciar o
transporte dos alunos e o lanche.

Público-alvo
Alunos de Ensino Fundamental II – 6º ao 9º ano.

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Agendamento
Para agendar as visitas o professor deve entrar em contato através do telefone
(14) 3235-6177 (falar com Carmem).
Localização
A ETA está localizada ao final da Avenida Comendador José da Silva Martha s/n,
já o Centro Ambiental, localiza-se ao lado da Captação de água do Rio Batalha. Esses
espaços estão interligados por uma trilha percorrida durante as visitas agendadas.

Mais informações
Outras informações podem ser obtidas no site http://www.daebauru.sp.gov.br

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Centro de Divulgação de Astronomia (CDA)


Por
Elsie Leticia Turini, Paula Nascimento
Antonio e Sarah El Chamy Maluf

O Centro de Divulgação de Astronomia (CDA) faz parte do setor de Astronomia


do Centro de Divulgação Científica Cultural (CDCC), pertencente à Universidade de São
Paulo e vincula-se à Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária e aos Institutos de
Física e Química de São Carlos.
O CDA foi inaugurado no dia 10 de abril de 1986, ano da passagem do Cometa
Halley, e tem como atividade principal a divulgação da Astronomia à comunidade.
Este Centro recebe visitas de grupos de rede de ensino e instituições em vários
horários, nos períodos diurno e noturno, de terça a sexta-feira. É permitido o número
máximo de 50 participantes (ou 40, para escolas conveniadas ao FDE*) e a duração
máxima da visita é de aproximadamente duas horas. Toda visitação é gratuita.

Agendamento
Deve-se realizar o agendamento previamente pelo telefone do Observatório (16)
3373-9191, de segunda-feira à sexta-feira das 8h às 12h e das 14h às 17h, com o Sr.
Josué Enéas de Abreu ou, na ausência deste, com os Srs. Jorge Hönel ou André Luiz da
Silva.
As visitas com grupos escolares ocorrem às quartas-feiras, das 9h às 11h e das
19h30min às 21h30min. De quinta-feira são realizadas das 14h às 16h e das 19h30min
às 21h30min.
Vale ressaltar que o CDCC tem um convênio com a Fundação para o
Desenvolvimento da Educação (FDE*) para executar o Programa Cultura é Currículo,
Projeto Lugares de Aprender: A Escola Sai da Escola, destinado as Escolas Estaduais
cadastradas. Nesse caso instituição escolar deve entrar em contato com a Diretoria de
Ensino da São Carlos e fazer o agendamento.
Para qualquer visita orientada é solicitado o preenchimento de uma ficha de
atividades que deve ser enviada com uma semana de antecedência ao seguinte
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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

endereço eletrônico: cda@cdcc.usp.br. Esta ficha está disponível no site


http://www.cdcc.usp.br/cda/atividades/vo/, link “Ficha de Atividades” e tem por
finalidade avaliar a intenção da visita e determinar os melhores procedimentos da
equipe de atendimento do Observatório Astronômico do CDCC em corresponder aos
objetivos esperados pela escola.

Programação
Como nos informa o site da Instituição, a programação do CDA envolve, no
mínimo: uma palestra (a critério da equipe ou a pedido da instituição solicitante por
meio da ficha de atividades) e/ou um documentário educacional; uma descrição das
instalações do Observatório (“passeio interno”); e por fim, se as condições
atmosféricas forem favoráveis, a observação com os telescópios. Se for desejo do
professor a visita poderá ser ajustada com a grade curricular da escola, no sentido de
complementar os temas nela abordados.

Tópicos das palestras


 Estações do Ano  Evolução Estelar: nascimento, vida
 Fases da Lua e morte das estrelas
 Eclipses do Sol e da Lua  A Via Láctea: a nossa Galáxia
 As marés  Interestelar: os objetos da nossa
 Constelações e reconhecimento do Galáxia
céu  Cosmologia: a origem e evolução
 Coordenadas celestes: localizando do Universo
os astros  Astronáutica: a humanidade no
 O Sol: a nossa estrela espaço
 Sistema Solar: a família do Sol  Telescópios

Localização
O Observatório Astronômico Dietrich Schiel dispõe de prédio situado no Câmpus
da USP em São Carlos, localizado na Avenida Trabalhador São Carlense nº 400 – CEP

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

13566-590. Dentro do campus a entrada de pedestres próxima ao Observatório está


na Av. Dr. Carlos Botelho, esquina com a Rua Visconde de Inhaúma.

Mais informações
Essas e outras informações podem ser acessadas no site
http://www.cdcc.usp.br/cda/ ou através do telefone (16) 3373-9191, de 2ª a 6ª feiras
das 8h às 12h e das 14h às 17h.

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Centro Experimental de Bioenergia


Por
Mariana Gomes Poiato e Nádia Ghinelli
Amôr.

Inaugurado em 29 de agosto de 2009 na Escola Técnica (Etec) “Astor de Mattos


Carvalho” de Cabrália Paulista, interior de São Paulo, o Centro Experimental de
Bioenergia tem como principal componente o biodigestor. Trata-se de um projeto
pioneiro no Brasil, pois é o primeiro biodigestor anaeróbico criado para avaliar a
viabilidade tecnológica deste tipo de geração de energia, proporcionando a análise dos
custos da construção em escala industrial.
Resultado da parceria entre a Embrapa de São Carlos-SP, a Firestone Building
Products Latin America & Caribbean, a empresa Ecosys de Bauru e a Prefeitura
Municipal de Cabrália Paulista, o projeto conta com a participação de professores da
Instituição, alunos do Ensino Médio e estudantes dos cursos técnicos em Agricultura e
Informática.
O equipamento possui 50 metros de comprimento e quatro de largura, com 250
m3 de capacidade de armazenamento de líquidos, o suficiente para produzir
diariamente 13 m3 de biogás e 6 m3 de biofertilizante. Essa tecnologia foi desenvolvida
com a proposta de realizar o tratamento básico de resíduos orgânicos em uma
pequena comunidade rural e, assim, promover sua sustentabilidade social, econômica
e ambiental.

Descrição da atividade
Sugerimos que a visita seja executada como uma aula prática que possua como
tema central os movimentos de matéria e energia dos materiais na natureza. Para que
a atividade seja bem aproveitada, é importante discutir previamente o assunto com os
alunos.

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Apesar dos estudantes não participarem efetivamente do procedimento, eles


podem acompanhar todo o processo que envolve a formação do biogás, passando por
todas as etapas.
A aula é guiada pelo professor responsável pelo projeto, professor Daniel do
Carmo de Camargo, que faz uma descrição do que ocorre em cada parte do
equipamento. A atividade tem como objetivo mostrar a importância do
aproveitamento dos compostos orgânicos provenientes de suínos e humanos e seus
benefícios para natureza.
Essa atividade pode ser considerada multidisciplinar, pois envolve não apenas a
disciplina de Biologia, mas também conteúdos de Física e Química. É possível ainda
abordar temáticas a respeito dos fatores histórico-sociais e ecológicos envolvidos no
uso de combustíveis.

Visitação
Essa atividade, que dura em torno de 2 horas, é preferencialmente indicada a
estudantes do Ensino Médio. Os horários de atendimento são de terça à sexta, das 8h
às 17h.

Agendamento
O agendamento deve ser feito por telefone com a diretora da escola Gláucia
Rachel, através dos números (14) 3285-1210 e (14) 3285-1147 em horário comercial.

Localização
A Etec “Astor de Mattos Carvalho” fica localizada na cidade de Cabrália Paulista-
SP, a cerca de 45 km de distância de Bauru. O endereço completo é Bairro Restinga -
Zona Rural - s/nº; CEP 17480-000.

Mais informações
Outras informações podem ser acessadas no site: www.etecabralia.com.br

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Fundação CEU – Centro de Estudos do Universo


Por
Ariane Marumoto, Camila Ramalho
Bonturi, Juliana da Siva Borba e Larissa
Saia Morotii.

A Fundação CEU, Centro de Estudos do Universo, é uma fundação sem fins


lucrativos voltada para a divulgação e o ensino de Astronomia, Astronáutica, Geologia
e Ciências afins. Trata-se de um dos maiores complexos do gênero no Brasil e já
atendeu, desde sua inauguração em 2001, milhares de pessoas.
Além do reconhecimento pelo trabalho educacional que realiza, a Fundação CEU
desenvolve também, através da Infinity Studios, seu departamento de criação
multimídia, material audiovisual de alta qualidade para Instituições do Brasil e do
exterior.
Sua equipe é formada por jovens recrutados das grandes Universidades e conta
ainda com um grupo multidisciplinar de educadores que desenvolve projetos especiais
voltados para as mais diversas áreas do conhecimento (Geologia, Astronomia, Física,
Química, História entre outras).
O CEU conta com um anfiteatro multimídia, um observatório com telescópio
robotizado, sala de planetário, base de lançamento de mini-foguetes, entre outras
instalações.

Projetos
Dentre os projetos que são desenvolvidos e que estão descritos no site da
Instituição destacam-se:
 Projeto Cosmos: Astronomia e Astronáutica  Trata-se de um conjunto de
atividades que engloba o estudo de conceitos de Astronomia e Ciências
correlacionadas, onde o aluno tem a chance de vivenciar conteúdos de várias áreas,
tais como Física, Química, Biologia, Matemática, entre outras. Compreende uma ampla
diversidade de atividades, incluindo sessões de cine-dome (planetário digital),
palestras com recursos audiovisuais, oficinas interativas e observações do céu.

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

 Projeto Gaia: Geologia e Paleontologia  Este projeto é voltado para o estudo


de Geologia e temas correlacionados com os eixos temáticos "Terra e Universo" e
"Vida e Ambiente" dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de Ciências Naturais,
que visam explicar a origem e a estrutura de nosso planeta. O projeto é composto por
atividades como apresentações multimídia, oficinas interativas, sessões de cine-dome
(planetário digital) e espetáculos noturnos.
 Projeto Vida: Biologia e Meio Ambiente  Baseia-se nos eixos temáticos “Vida
e Ambiente” e “Ser humano e Saúde” dos PCNs e traz atividades para contemplar toda
a grade curricular nas áreas de Ciências do corpo humano para o Ensino Fundamental
e Biologia par ao Ensino Médio. As atividades propõem o estudo desde a unidade
básica da vida, a célula, englobando os diversos sistemas do corpo humano e seu
funcionamento até a influência do ser humano no meio ambiente, e discute as quais as
consequências dessas intervenções.

Apoio didático
O CEU oferece, através de um coordenador pedagógico, todo o suporte
necessário para os educadores que já fizeram ou farão atividades na Fundação. Se
você é educador, pode tirar dúvidas sobre as atividades, pedir sugestões sobre como
utilizar o conteúdo em sala de aula, além de solicitar material de apoio.

Visitação e agendamento
O público a que se destina a fundação vai do ensino primário e fundamental até
aos alunos de graduação. Os horários de visitação podem variar, pois já existe um pré-
estabelecido para grupos aleatórios no sábado a noite das 20h30min às 22h30min.
Caso a visita seja feita em um grupo de no mínimo 25 pessoas, é possível ligar e
agendar o dia e o horário da visita. O valor varia de R$15,00 a R$30,00 por pessoa, pois
depende das atividades selecionadas e podem variar de acordo com a faixa etária.
O agendamento pode ser realizado pelo endereço eletrônico
ceu@fundacaoceu.org.br. Para atendimento aos educadores, junto ao coordenador
pedagógico, sugerimos enviar um e-mail para praticas@fundacaoceu.org.br.

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Localização
A Fundação CEU está localizado na Rua Emilio Dalla Dea Filho, s/nº, Portão 4, no
município de Brotas.

Mais informações
Outras informações podem ser obtidas no site http://www.fundacaoceu.org.br/
ou pelo telefone (14) 3653-4466.

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Instituto Butantan
Por
Natalia Zorzette Sangaletti e Régis
Augusto Pescinelli.

O Instituto Butantan, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, é


um dos maiores centros de pesquisa biomédica do mundo, responsável por mais de
93% do total de soros e vacinas produzidas no Brasil, entre elas, vacina contra difteria,
tétano, coqueluche, hepatite B, influenza sazonal e H1N1.
Está localizado na Av. Vital Brasil, 1500, bairro Butantã na cidade de São Paulo-
SP, 05503-900, e desenvolve estudos e pesquisa básica na área de Biologia e
Biomedicina, relacionadas direta ou indiretamente com a saúde pública.
Existem três museus vinculados ao instituto que permitem trabalhos de ação
educativa e que são abertos a visitação: o Museu Biológico, que apresenta animais
peçonhentos como serpentes, escorpiões, aranhas, entre outros; o Museu de
Microbiologia que apresenta alguns seres microscópicos relacionados a doenças; e o
Museu Histórico, o qual apresenta uma parte da história do próprio Butantan.

Valores e horários de atendimento


O ingresso adquirido na bilheteria do parque no valor de R$2,50 permite a
entrada nos três museus (ver critérios de isenção no site). Além disso, os ingressos são
séries colecionáveis com imagens e informações sobre ciência, história e meio
ambiente.
O horário de funcionamento dos museus é das 09h00min às 16h30min, de terça
a domingo. Às quartas-feiras a entrada é gratuita para estudantes, sendo necessária a
apresentação da carteirinha estudantil.
O valor do transporte saindo do município de Bauru sai em média R$ 45,00 por
aluno. São aceitos no máximo 40 alunos por museu, e em cada um dos museus a visita
tem duração aproximada de 30 minutos, dispondo de 10 minutos suplementares para
o deslocamento entre os museus.

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Recomenda-se chegar com 30 minutos de antecedência ao local. Esse tempo


deverá ser usado para se familiarizar com o espaço, idas aos toaletes, bebedouro e
divisão dos grupos. A visita completa tem duração de 2h10.

Instalações
O Museu de Microbiologia visa estimular a curiosidade científica nos jovens e
propiciar oportunidades de aproximação entre a cultura científica e o público em geral,
por meio da produção de conhecimento, da pesquisa científica e da educação, além de
se constituir em um importante espaço de divulgação das atividades desenvolvidas
pelo Instituto. Abriga também uma exposição de longa duração onde equipamentos,
painéis, modelos tridimensionais de bactérias, vírus e protozoários explicam as bases
da Microbiologia.
De maneira interativa, é possível manipular microscópios e observar
microrganismos vivos em uma gota de água não tratada. Neste mesmo espaço
encontramos uma série de computadores apresentando filmes, animações, atividades
interativas, entre outros.
O Museu de Microbiologia possui também um auditório com 40 lugares onde
palestras, filmes e material audiovisual complementam as informações recebidas.
Inicialmente, é realizada uma projeção de vídeo, escolhido de acordo com a faixa
etária, e, posteriormente, os estudantes são conduzidos à exposição de longa duração.
Monitores do museu permanecem à disposição do grupo para possíveis
esclarecimentos.
Outro museu visitado pelos alunos é o Museu Biológico, primeiro museu do
Instituto Butantan. O local é reconhecido internacionalmente por ser um dos únicos
museus do mundo a apresentar uma exposição viva e permanente. Seu rico acervo é
composto por serpentes, aranhas, escorpiões e iguanas..
Sua coleção original teve início nos primórdios do século XX, com Vital Brazil,
fundador do Instituto, que mais tarde a utilizou com o objetivo de difundir a Ciência à
comunidade externa. Seu acervo foi crescendo a cada ano e hoje localiza-se na antiga
cocheira de imunização construída em 1920. O Museu ganhou recentemente um
berçário, onde apresenta aos visitantes seus filhotes. Tem como objetivos a difusão de

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

conhecimentos zoológicos através de painéis explicativos, além de desempenhar um


importante papel na desmistificação das serpentes.
E por fim, o Museu Histórico (MHIB) tem como objetivo a pesquisa, a
preservação e a divulgação da história das Ciências e da saúde, especialmente do
Instituto Butantan. Em conjunto com o Museu Biológico e o Museu de Microbiologia, o
MHIB está comprometido com a responsabilidade social de ampliação do acesso aos
acervos institucionais, atendimento e fortalecimento da relação com o público
visitante. A exposição, com cerca de 280 m2, apresenta parte do piso e parede
originais, objetos dos laboratórios de pesquisa e da produção do Instituto.

Agendamento
O agendamento para grupos acima de 15 pessoas pode ser feito pelo e-mail
agendamento@butantan.gov.br ou pelo telefone (11) 2627-9536 de segunda a sexta
das 09h00min às 16h30min.

Suporte técnico
Todos os museus têm uma equipe de educadores preparada para o acolhimento
dos grupos e condução da visita. Ao chegar ao Instituto o grupo é recepcionado pela
equipe de orientadores no estacionamento ao lado do Museu de Microbiologia. Os
estudantes são, posteriormente, encaminhados para a bilheteria para a compra de
ingressos e orientados quanto à ordem de visitação aos museus, previamente
agendada.

Sugestões
Os museus podem ser visitados tanto por alunos do ensino fundamental, quanto
do ensino médio. É recomendado que o professor conheça as exposições do Instituto
antes da visita, ou caso seja de outra cidade e não seja possível a visita prévia do
professor, é ideal que ele se informe sobre como será conduzida a visita, e quais os
conteúdos serão abordados pelos monitores e educadores próprios do local. Dessa
forma será possível planejar a melhor forma de inserir a visita dentro do planejamento

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

pedagógico da disciplina, relacionando o conteúdo visto dentro dos museus com


aqueles tratados em sala de aula.
Não é recomendado aos alunos que façam anotações durante o percurso da
visita educativa, pois as anotações feitas durante a visita ao espaço expositivo
comprometem o tempo do percurso. Na volta à sala de aula recomenda-se que o
professor retome os assuntos tratados durante a visita para o melhor aproveitamento
dessa atividade dentro dos objetivos pedagógicos escolares.

Mais informações
Outras informações podem ser obtidas no site: http://www.butantan.gov.br

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Instituto Lauro de Souza Lima


Por
Job Antonio Garcia Ribeiro.

O Instituto Lauro de Souza Lima foi fundado em 1933 com o nome de Asilo-
Colônia Aimorés, onde eram internados os portadores de hanseníase da região de
Bauru, Estado de São Paulo. Inicialmente o tratamento dessa doença dava-se pelo
isolamento do paciente da sociedade, e por isso a criação dos asilos-colônias11.
Em 1949 o Asilo-Colônia foi transformado em Sanatório e somente com a
reorganização da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, em 1969, passou a se
chamar Hospital Aimorés de Bauru. Em 1974, homenageando um dos grandes
hansenologistas do Brasil o hospital passa a se chamar Hospital Lauro de Souza Lima.
A partir de 1989, o hospital transforma-se em Instituto de Pesquisa, passando a
ser denominado Instituto Lauro de Souza Lima (ILSL), como é conhecido.
Atualmente, o Instituto é um centro de referência nacional na área de
Dermatologia Geral e realiza atividades voltadas à pesquisa, ensino, extensão,
reabilitação física, terapia ocupacional, fisioterapia e cirurgias plásticas corretivas.
Oferece cursos regulares de Hansenologia, prevenção de incapacidades, reabilitação e
educação em hanseníase para profissionais da saúde, bem como residência médica,
aprimoramento, estágios e cursos.

Instalações
Os grupos que visitam o ILSL podem apreciar as instalações internas do Instituto,
bem como suas instalações externas. As primeiras referem-se aos laboratórios de
Pesquisa e ao Centro de Documentação e Ensino. Guiados por um profissional, os
visitantes adquirem informações a respeito do funcionamento dos setores de
Dermatologia, Reabilitação, Enfermagem e Epidemiologia. Visitam também a
Biblioteca do Instituto e seu acervo.

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Eram cinco asilos-colônia no Estado de São Paulo, localizados nas cidades de Mogi das Cruzes (Santo
Ângelo), Itu (Pirapitingui), Guarulhos (Padre Bento), Casa Branca (Cocais) e Bauru (Aimorés). Essas
informações são provenientes da visita feita pelo autor ao Instituto, assessorada pela pesquisadora
Noêmi Garcia Galan.

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Dentre as instalações externas, encontram-se o Museu e o sítio arquitetônico do


Instituto. Este museu, instalado em uma das construções do antigo Asilo, contém um
dos mais importantes acervos documentais e tridimensionais, que retratam a política
de saúde pública do Estado de São Paulo desde a década de 20 do ano de 1900. Neste
espaço, o visitante tem acesso a documentos impressos como livros, cadernos de
registros e prontuários dos habitantes e pacientes do Asilo-colônia, e pode visualizar
antigos equipamentos e objetos técnico-hospitalares.
O sítio arquitetônico do Instituto revela a construção de um mundo a parte, no
qual muitas pessoas passaram toda sua vida. Esse Asilo-colônia, assim como os demais
que existiram no Estado, foi inspirado em um modelo norte-americano que previa uma
rígida divisão espacial, o modelo das Carvilles.
Era dividido em Zona Sã e Zona doente, tendo entre elas uma Zona
intermediária. A primeira era destinada ao pessoal técnico e administrativo sadios.
Nela se encontravam a portaria, o almoxarifado, a garagem, a administração e os
demais serviços. A Zona intermediária, em geral, abrigava o pavilhão de economia
geral, o posto de fiscalização de visitas e o parlatório. Por sua vez, a Zona Doente
abrigava o asilo propriamente dito e ali estavam instalados o Hospital, o pavilhão de
clínicas, os dormitórios coletivos, as casas para doentes casados, a cadeia, o cine-
teatro, a igreja e a parte esportiva.
Tratava-se de uma comunidade autossuficiente, onde havia uma grande área
reservada para atividades agropecuária, destinada a prover grande parte do consumo
alimentar necessário. Era ainda dotado de pequenas fábricas, oficinas e também áreas
de lazer. Muitas dessas infraestruturas construídas na década de 1930 podem ser
visualizadas pelos visitantes, como é o caso da praça poliesportiva, do coreto, da
igreja, do cine-teatro, da praça pública e de algumas residências.
Visitar essas instalações é como voltar no tempo e se informar a respeito dos
diferentes períodos que marcaram as políticas de controle profilático. Assim, podemos
dizer que a relevância desse espaço está em representar parte importante da história
da hanseníase e das políticas públicas paulistas de saúde.
Toda a histórica arquitetônica e a documentação reunida permite que se
desenvolvam importantes estudos tanto na área biomédica como também, reveste-se
de grande importância histórico-cultural para a sociedade, em especial para os

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

estudantes. Nesse sentido, o Instituto Lauro de Souza Lima se constitui como um


espaço não escolar propício para se discutir temas biológicos e históricos, como
também aspectos relacionados à exclusão social possibilitando, através da informação,
a quebra de estigmas e preconceitos.

Visitas e agendamento
O ILSL recebe estudantes de todos os níveis de ensino (fundamental, médio e
superior). No entanto, informamos que o melhor aproveitamento das informações
trabalhadas nas instalações internas, onde se localizam os laboratórios de pesquisa, se
dá com estudantes do nível médio e superior. O que não quer dizer que a visita com
alunos do ensino fundamental seja inviabilizada. Para esse público, a equipe do
Instituto realiza outras abordagens educativas por meio de dinâmicas.
A duração da visita varia de acordo com os temas de interesse da turma e do
professor, que deve informar no momento do agendamento a temática e as
instalações que gostaria de visitar. Em média, as visitas possuem duração de duas a
três horas.
Os interessados devem enviar solicitação de visita aos cuidados do Dr. Somei
Ura, Diretor da Divisão de Pesquisa e Ensino do ILSL para o endereço eletrônico
pesquisa@ilsl.br com cópia para ensino@ilsl.br, com antecedência de 30 dias. Neste
ofício deve ser mencionado o objetivo da visita, o dia e o horário pretendido, categoria
dos visitantes, número de pessoas (no máximo 20 pessoas) e o responsável que virá
acompanhando o grupo.

Localização
O Instituto Lauro de Souza Lima localiza-se na Rodovia Comandante João Ribeiro
de Barros, Km 225/226, Bauru-SP.

Mais informações
Outras informações podem ser obtidas no site do Instituto http://
http://www.ilsl.br/ ou pelo telefone (14) 3103-5867 (falar com Valéria ou Rosangela).

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Museu de Anatomia Humana “Professor Alfonso Bovero”


Por
Daniel Marutani Tamashiro e Gabriel
Victoriano.

O Museu de Anatomia Humana da USP surgiu a partir da preocupação do


professor italiano Alfonso Bovero em criar um acervo de peças anatômicas, que
servissem de material de apoio didático nas aulas de anatomia. Com o passar do
tempo, os alunos também começaram a contribuir com preparações anatômicas para
o Instituto de Ciências Biomédicas, vinculado à Faculdade de Medicina da USP
(FMUSP), campus de São Paulo.
Atualmente, o Museu possui o maior acervo anatômico da América Latina,
contando com 1500 peças separadas e catalogadas de acordo com os diversos
sistemas e aparelhos do corpo humano: ósseo, articular, muscular, respiratório,
cardiovascular, digestório, endócrino, urogenital e nervoso. Cada sistema é
apresentado com peças anatômicas em diferentes cortes e preparações, evidenciando
estruturas em formas variadas. As peças ficam dispostas em caixas de vidro,
impregnadas por diferentes fixadores.
No acervo, também existem peças raras que merecem destaque na coleção,
como a obra original de Andreas Vesalius, intitulada “De Humanis corporis fabrica”,
datada de 1543 e considerada fundamental para o desenvolvimento da anatomia
moderna e da medicina.
Ao longo do espaço do museu, também há cartazes com figuras e textos
explicativos apresentando os diferentes sistemas.

Visitas e Valores
O Museu de Anatomia Humana recebe visitas de segunda à sexta-feira, nos
seguintes horários: manhã, das 9 horas às 11 horas e tarde, das 13h30min às
15h30min. Não são realizadas atividades aos sábados, domingos e feriados.
As instituições que visitarão o local devem estar atentas às seguintes
recomendações:
 o acesso ao museu é permitido somente aos maiores de 10 anos de idade.

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

 Não é permitido o ingresso dos visitantes no museu portando máquinas


fotográficas, celulares ou qualquer objeto reprodutor de imagens.
 Não é permitido tocar nos objetos expostos no acervo.
 Não é permitida a entrada dos visitantes no museu portando bolsas, malas ou
similares.
 Não é permitido o consumo de alimentos e/ou bebidas no interior das
instalações do Museu.
 Cada visitante é responsável pelos danos materiais que eventualmente causar
ou forem causados por seus convidados ao museu.
Os valores para visitação variam de acordo com o grupo de pessoa interessadas.
- Individual: R$5,00
- Grupos de escolas particulares: R$3,00 (por pessoa)
- Grupos de escolas públicas: R$2,00 (por pessoa)
- Gratuito para a comunidade da USP

Agendamento
Os agendamentos são realizados pelo telefone (11) 3091-7360, somente para
instituições de ensino e grupos acima de 10 pessoas. Visitas individuais não necessitam
de agendamento.

Localização
O museu de Anatomia localiza-se no Edifício Biomédicas III (ICB III), do Instituto
de Ciências Biomédicas (ICB), entre a Faculdade de Odontologia (FOUSP) e o Hospital
Universitário (HU), na Av. Prof. Lineu Prestes, n. 2.415, Butantan, na Cidade
Universitária, São Paulo Capital.

Mais informações
Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 3091-7360, pelo e-mail
musanato@icb.usp.br, ou pelo site http://www.icb.usp.br/museu

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Museu de Paleontologia de Marília


Por
Anderson Prestes e Leandro Gonzaga.

Instalado no prédio anexo à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo da cidade


de Marília, o Museu de Paleontologia ocupa uma área de aproximadamente 50 metros
quadrados e abriga dezenas de fósseis, dois quais 40 estão em exposição.
Foi inaugurado em 25 de novembro de 2004 sob a coordenação do paleontólogo
William Nava, a partir de vários achados paleontológicos feitos na região de Marília,
incluindo ossos de dinossauros, crocodilomorfos e ovos.
Entre os objetivos do museu estão: a pesquisa, a coleta e a preparação de fósseis
extraídos de rochas sedimentares em sítios paleontológicos da região e de outras
áreas do interior paulista; a exposição do acervo desses fósseis, sua proteção e guarda;
a divulgação junto à comunidade, escolas, universidades e público em geral, além do
incentivo e incremento às novas descobertas.

Acervo
Dentre os acervos disponíveis para a visualização do público estão:
 Grupo dos Titanosaurídeos, Mariliasuchus e Adamantinasuchus navae.
 Parte do esqueleto de um titanossauro que havia sido encontrado em abril de
2009.
 Ossos, ovos fossilizados e réplicas em tamanho natural dos pequenos
crocodilos.
 Fragmentos de troncos de árvores petrificadas.
 Painéis e banners ilustrativos que contam um pouco da história evolutiva da
Terra, fotos de escavações e de fósseis encontrados na região.

Visitação e agendamento
O Museu está aberto para visitação de segunda à sexta feira das 8h às
17h:30min, e aos sábados das 14h às 18h (nesse dia, sem a presença de monitores).

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Para grupos escolares as visitas ocorrem em dois horários: às 9h30 e às 14h30, com
duração aproximada de 50 min. Vale lembrar que não são cobradas taxas de entrada.
As visitas podem ser agendadas pelo telefone: (14) 3413-6238, com o
paleontólogo William Nava ou com os monitores do Museu, de segunda à sexta, das
8h às 17h30min.

Localização
O Museu de Paleontologia está localizado na Avenida Sampaio Vidal, n. 245,
esquina com Avenida Rio Branco, anexo ao prédio da Biblioteca Municipal no centro da
cidade de Marília.

Mais informações
Outras informações podem ser consultadas no site
http://dinosemmarilia.blogspot.com.br/ ou obtidas pelo telefone (14) 3413-6238.

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Museu de Paleontologia "Professor Antonio Celso de


Arruda Campos"
Por
André Luiz Gobatto, Elisabeth Giordani e
Isabella Karoline Ribeiro Dias.

A cidade de Monte Alto, distante cerca de 200 km de Bauru, está assentada


sobre rochas que se formaram a partir do final do período Cretáceo (entre 65 e 85
milhões de anos atrás), era geológica que representa o fim dos grandes répteis.
O grande número de fósseis encontrados casualmente a partir de escavações na
região levou à criação, em 1922, do Museu de Paleontologia de Monte Alto. Em 27 de
junho de 2011 o Museu foi nomeado com o nome de seu fundador, passando a se
chamar Museu de Paleontologia "Professor Antonio Celso de Arruda Campos".
A Instituição realiza pesquisa científica e divulga a Paleontologia e a Geologia
entre os estudantes, promovendo palestras e debates sobre o assunto, buscando
despertar o interesse por essas ciências.
Possui também um convênio de intercâmbio científico com a Universidade
Federal do Rio de Janeiro e, atualmente, pode ser considerado um Centro de Pesquisas
Paleontológicas, pois além das atividades de busca e preparação de fósseis,
desenvolve trabalhos de produção científica e divulgação.
O acervo do Museu, distribuído em cerca de 85 vitrines, é composto
basicamente de ossos de dinossauros saurópodes, moluscos bivalves, tartarugas e
crocodilos recolhidos nos afloramentos da região. Conta também com fósseis da
Chapada do Araripe, no Ceará, e de outras localidades do Brasil, recebidos por doações
de amigos e professores.
Ao visitar o museu, o visitante também tem acesso a fotos e painéis explicativos
e às reconstruções artísticas de animais pré-históricos.

Visitas e agendamento
As visitas ocorrem de terça a sexta-feira, das 8h às 1h e das 13h às 17h com a
presença de monitores. Aos sábados e domingos o Museu está aberto ao público das
13h às 17h. Às segundas-feiras o local é fechado para a manutenção do acervo.
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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

São cobrados R$2,00 por aluno no caso de se tratar de escolas privadas. As


escolas públicas estão isentas.
Visitas monitoradas para escolas devem ser previamente agendadas pelos
telefones: (16) 3242-1123 ou (16) 3242-6808, de segunda à sexta, das 8h às 17h.

Localização
O Museu de Paleontologia está localizado na Praça do Centenário, ao lado do
Teatro Municipal e do Conservatório Municipal.

Mais informações
Outras informações podem ser consultadas no site
http://www.montealto.sp.gov.br/index.php?url=cidade/paleontologia, através do
telefone (16) 3242-7845 ou pelo e-mail mpaleo@montealto.sp.gov.br.

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo


Por
Fernanda Marcelino Galvani, Mariana
Priscila Veneziani de Toledo e Raquel
Aparecida Passaretti.

Localizado na cidade de São Paulo, mais precisamente na Avenida Nazaré, 481,


bairro do Ipiranga, o Museu de Zoologia da USP é mais uma opção para o
enriquecimento do ensino de conteúdos de Ciências e Biologia.
O museu teve seu início em 1890 quando o conselheiro Francisco Mayrink doou
uma coleção de história natural para o Governo do Estado de São Paulo. Nesta época o
local era denominado Museu Paulista. Nos anos seguintes, foram desenvolvidos
diversos trabalhos e o acervo do museu aumentou, agregando coleções zoológicas,
botânicas, etnográficas e históricas.
Então, em janeiro de 1939 foi criado o Departamento de Zoologia e com isso
projetado o novo prédio que abrigaria somente as coleções de animais. Em 1941 as
coleções foram transferidas para o novo prédio, que em 1969 foi integrado à
Universidade de São Paulo e recebeu seu nome atual.
Hoje, além de manter e conservar coleções zoológicas, este espaço tem como
objetivo promover o ensino em diversos níveis, desenvolver ações de difusão cultural e
prestar serviços à comunidade em sua área de atuação. São realizadas pesquisas
científicas, relacionadas à fauna da América do Sul e América Central, principalmente
nas áreas de taxonomia, sistemática, evolução e biogeografia. O Museu também atua
em pós-graduação, oferece algumas disciplinas de graduação, cursos de extensão,
estágios de aperfeiçoamento e iniciação científica.
As coleções de animais presentes no museu podem ser divididas em dois grandes
grupos: Invertebrados (aracnídeos, crustáceos, insetos, moluscos e invertebrados
marinhos) e Vertebrados (anfíbios, aves, mamíferos, peixes e répteis).
Tal coleção é considerada o maior acervo mundial da fauna da Região
Neotropical.
No museu de Zoologia da USP é possível abordar uma grande gama de
conteúdos, em diversos níveis de ensino. A articulação de temas teóricos com as

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

coleções disponíveis no Museu facilita o aprendizado e auxilia na desmistificação do


trabalho científico. Além disso, a exemplificação do conteúdo com peças reais
enriquece o ensino e torna a atividade mais estimulante aos alunos.

Visitação
A visita que abrange atividades educativas, acesso a materiais didáticos e à
biblioteca do Museu, tem duração aproximada de uma hora e meia para cada grupo
de, no máximo, 40 alunos e pode ser agendada para os seguintes períodos:
 9h30 às 11h00.
 10h30 às 12h00.
 13h30 às 15h00.
 15h00 às 16h00 (neste último horário a visita terá duração de apenas uma
hora).

Dias e horários de atendimento


 Exposições: de terça-feira a domingo, das 9h00 às 17h00. A exposição envolve
uma apresentação da história dos animais da Terra e as atividades de pesquisa do
museu. Há também, periodicamente, exposições temporárias.
 Serviço de atividades educativas: de segunda a sexta-feira, das 09h00 às
17h00. Este serviço organiza atividades educativas para os visitantes, orienta
estagiários voluntários, professores e estudantes para visitas. Também prepara
materiais didáticos para uso no museu e nas escolas.
 Biblioteca: de segunda a sexta-feira, das 08h00 às 18h00. A biblioteca é
especializada em Zoologia e está aberta a todos para consultas e levantamentos
bibliográficos.

Valores
 Ingresso individual: R$ 6,00.
 Meia entrada: R$ 3,00 (estudantes e professores, mediante apresentação de
comprovante).

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

 Gratuidade: primeiro domingo do mês, crianças com 6 anos ou menos, adultos


acima de 60 anos, 1 professor ou 1 monitor acompanhante para a cada 20 alunos,
deficientes físicos, mentais e visuais, membros do ICOM (mediante comprovação),
membros da comunidade da USP e guias de turismo credenciados no Ministério do
Turismo. A entrada no museu também é gratuita todo dia 25 de janeiro e 7 de
setembro.
 Pedidos de isenção para grupos de visitas devem ser encaminhados por escrito
para a coordenação da Divisão de Difusão Cultural do Museu.

Estacionamento
O museu não conta com estacionamento próprio, entretanto, os ônibus podem
ser estacionados na pista esquerda da Avenida Nazaré, sentido centro-bairro ou em
ruas próximas. Por segurança, sugere-se que o embarque e desembarque de grupos
sejam feitos na Rua Padre Marchetti.

Informações para visitação


 Não é permitida a entrada de mochilas. A administração do museu aconselha
que elas sejam deixadas no ônibus.
 Para cada 20 alunos deve haver pelo menos um professor responsável.
 Os estagiários que acompanham as escolas são estudantes de biologia
voluntários, por isso, a presença dos mesmos não é garantida em todas as visitas.
Desta forma, é extremamente importante que o professor conheça bem o local.
 É permitido o uso de câmera fotográfica e filmadora.

Agendamento
O agendamento deve ser feito com antecedência através do telefone (11) 2065-
8140, de segunda a sexta-feira, das 09h00 às 12h00 e das 13h30 às 17h00.
Podem ser agendadas também oficinas pedagógicas, porém elas acontecem
somente as terças e quartas-feiras, às 09h00 e às 13h30, para grupos de no máximo 40
alunos.

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Mais informações
Essas e outras informações podem ser acessadas no site www.mz.usp.br.
Quaisquer dúvidas podem ser sanadas pelo telefone (11) 2065-8100 ou através
do e-mail mz@edu.usp.br.

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Museu Ferroviário Regional de Bauru


Por
Ananda de Barros Barban e Luisa
Bontorin Beltrame.

Criado em 11 de julho de 1969, durante a gestão do prefeito Alcides Franciscato,


o Museu Ferroviário Regional, só entrou em funcionamento 20 anos depois com a
inauguração da primeira exposição permanente, no prédio situado na Rua Primeiro de
Agosto, centro de Bauru, ao lado da Estação Ferroviária, num complexo de quatro
salas e um auditório.
Renomeado como Museu Regional Ferroviário de Bauru, pois o mesmo passou a
abrigar acervos das ferrovias Estrada de Ferro Sorocabana, Estrada de Ferro Noroeste
do Brasil e Companhia Paulista de Estrada de Ferro, sua principal finalidade, na época,
era acolher e preservar o material ferroviário para exibição ao público.
Em 2005, o Museu passou por um processo de reforma em sua estrutura física,
ganhando no seu espaço interno uma praça, com palco, bancos e parte de um carro de
passageiro reformado, área esta destinada a eventos culturais dentro do Museu.
Na área expositiva encontram-se fotografias, documentos, peças originais,
mobiliário, maquetes e a recriação de ambientes que nos remetem aos anos de 1930,
1940 e 1950. Aos domingos, conforme agenda divulgada pela Secretaria Municipal de
Cultura, temos os passeios numa Maria-Fumaça, parte integrante do projeto “Ferrovia
para Todos”.
Atualmente o Museu conta com a exposição permanente denominada, "As
ferrovias e o desenvolvimento urbano", o qual retrata a importância das ferrovias
como alavanca de progresso e influência social das regiões onde estavam instaladas.
Esse espaço também executa a segunda etapa do Projeto da Fundação de
Desenvolvimento Educacional “Cultura é Currículo”, onde alunos das escolas estaduais
de Bauru e região visitam o Museu para conhecer a história da ferrovia.
O Museu integra o complexo de Museus da Secretaria Municipal de Cultura, que
inclui o Museu Histórico Municipal e o Museu da Imagem e do Som.

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Espaços não formais de ensino: contribuições de professores de Ciências e Biologia em formação

Visitas e agendamento
O Museu funciona de segunda à sexta-feira, das 8h30min às 12h e das 13h30min
às 17h, e aos sábados, das 8h30min às 13h30min. Para o agendamento de visitas,
deve-se entrar em contato pelo telefone (14) 3212-8262. Não são cobradas taxas de
visitação.

Localização
O Museu está localizado na Rua Primeiro de Agosto, quadra 01, ao lado da
Estação Ferroviária.

Mais informações
Essas e outras informações podem ser consultadas no site
http://hotsite.bauru.sp.gov.br/museuferroviario/Default.aspx

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