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Coimbra, 2018
Escola Superior de Educação Instituto Politécnico de Coimbra
Objetivos
Este trabalho tem como objetivo a recriação do som de um violino através de síntese
áudio, mais concretamente, a síntese subtrativa. Pretende-se aplicar os conhecimentos teóricos
sobre a caracterização do som de um violino e sobre síntese subtrativa e de formantes, usando
instrumentos sintetizadores digitais.
1 Introdução Teórica
A síntese subtrativa consiste numa filtragem seletiva duma onda complexa com bastantes
harmónicos. Esta filtragem pretende atenuar ou eliminar completamente zonas do espetro de
frequências e, graças a isso, permite a criação de sons muito próximos aos de instrumentos reais.
Este tipo de síntese torna-se bastante eficiente se for interpolada com uma etapa de análise, onde
são considerados os diferentes componentes do som e as diferentes frequências, e ajustá-los de
modo a obtermos o som que pretendemos. A aplicação de envolventes, como a ADSR, e outros
parâmetros, permitem a sintetização de um som seja muito mais realista (Henrique, 2002).
O violino é o instrumento clássico que possui mais estudos realizados acerca da sua
forma, construção, materiais utilizados, natureza das cordas, o efeito do cavalete, o arco, a
posição e movimento da arcada, os efeitos das diferentes arcadas, os efeitos como pizzicato e
vibrato, etc..
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corda. Ao tocar, o arco aplica uma força de deslocamento na corda e, graças ao atrito, esta
acompanha o arco e é esticada até ao ponto em que a força de restituição da corda passa a ser
maior (ver Figura 1), o que faz com que esta tente voltar à sua posição de repouso. Devido ao
momentum que é criado, a corda vai ultrapassar o seu ponto de repouso e vai se mover até ao
ponto em que a tensão diminui, onde é novamente "agarrada" pelo arco, e o processo repete-se.
Visto que a corda não vibra livremente, pois está sempre em contacto com o arco, a onda
viaja de forma circular na corda (ver Figura 2 abaixo), e a velocidade à qual esta viaja, ou seja, o
que determina a sua frequência, é exatamente a mesma que a de uma corda que vibra livremente,
o que permite que as notas em pizzicato sejam iguais às notas com arco (Reid, 2003b).
Em relação à posição da arcada relativa à corda, se esta for feita precisamente a meio,
todos os harmónicos pares serão anulados, uma vez que estes necessitam que o centro da corda
esteja em repouso, o que não acontece quando está a ser excitada pelo arco. Se se fizer a arcada
a um terço da corda, o 3o , 6, 9o , e outros harmónicos múltiplos de 3 também serão anulados.
O mesmo acontece aos harmónicos múltiplos de 4o , se a arcada for feita a um quarto da corda.
Portanto, se a arcada for feita numa zona arbitrária todos os harmónicos serão mais ou menos
excitados. Mesmo assim, para determinar a forma de onda criada pelo instrumento, é necessário
considerar as forças aplicadas no cavalete (Henrique, 2002).
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Quando o arco move a corda, as forças resultantes movem o cavalete e puxam-no para
fora da sua posição de repouso. Depois, quando a corda tenta voltar à sua posição inicial,
o cavalete volta progressivamente também à sua posição de repouso. Estes dois movimentos
sugerem que o cavalete provoca uma onda dente-de-serra, e académicos, que investigaram as
forças aplicadas no cavalete e no resto do instrumentos, descobriram que o som de um ins-
trumento de cordas friccionadas pode ser muito bem representado por ondas dente-de-serra.
Apesar de se saber que forma de onda representa os instrumentos de corda friccionada, existem
muitos fatores secundários que influenciam a forma de onda criada pelo cavalete.
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• Visto que ambos instrumentos de cordas dedilhada e friccionada são excitados por ondas
dente-de-serra, é necessário diferenciá-los recriando a ação da arcada.
• O espetro de resposta final é importante, uma vez que o som do violino é determinado
pelas zonas de formantes dominantes.
• Por fim, é necessário ter em conta os efeitos que um instrumentista adiciona na sua exe-
cução, tal como o vibrato e o portamento, de modo à recriação ser mais realista.
2 Procedimento
Para a recriação do som de um violino necessitei de utilizar a DAW (digital audio works-
tation) Pro Tools, uma vez que os sintetizadores disponíveis não possuem parâmetros suficientes
para a recriação do som. Após a criação de uma pista de instrumento virtual estéreo, inseri dois
plug-ins necessários:
Apesar do primeiro plug-in a aparecer na zona dos inserts do instrumentos ser o CS-80
V3, comecei a tratar primeiro do EQ III 7-Band, visto que o equalizador será utilizado apenas
para a criação das zonas de formantes do violino e para aplicar um filtro passa-alto e passa-
baixo. De modo a evidenciar as zonas de frequência destacadas pelas formantes do violino,
utilizei 3 bandas diferentes. A primeira enfatiza a frequência de 300Hz cerca de 4dB, com um
nível de ressonância baixo; a segunda realça a frequência de 700Hz cerca de 5dB, também com
um nível de ressonância baixo; a terceira banda evidencia a zona de frequência perto da de 3kHz
cerca de 7dB com um nível de ressonância médio. O filtro passa-alto começa a atuar a partir
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dos 150Hz e o filtro passa-baixo atua a partir dos 16kHz, ambos com uma redução de 12dB por
oitava (ver Figura 4).
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Por último, inseri um pouco de portamento. Num instrumento de cordas sem trastos nem
mesmo o melhor instrumentista consegue tocar todas as notas no sítio exato e, portanto, fazem
pequenos ajustes à medida que tocam. Para recriar isso no CS-80 V3 utilizei a funcionalidade
de portamento. Escolhi a opção de Portamento On e defini o seu tempo para 19,60ms (ver
Figura 9). Com isto, o som sintetizado final já se encontra mais parecido com o som real (Reid,
2003a).
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3 Conclusão
Após um procura de bibliografia sobre o tema, foi, minimamente, fácil a realização prá-
tica do exercício. Apesar de não existir nenhum sintetizador que possuísse todos os parâmetros
necessários para a recriação do som, esta foi fazível com o auxílio de outro plug-in. Com uma
parametrização básica foi possível a criação de um som elementar, razoavelmente parecido ao
som real de um violino.
Referências
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Licenciatura em Música Síntese Áudio
Reid, G. (abril, 2003b). Synthesizing bowed strings: The violin family. Sound on
Sound. www.soundonsound.com/techniques/synthesizing-bowed-strings-violin-family Con-
sultado em: novembro de 2018.
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