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- portugal-bras
JÚLIO DANTAS
Sócio efectivo da Academia das Sciências de Lisboa
Da Academia Brasileira de Letras
Os pios de Apollo
2. MILHAR
HSBOl.
PORTUGAL -BRASIL LIMITADA
SOCIEDADE rDITOSA
58 — RUA GAPRf TT — 60
Reservados todos os direitos de reprodução : cm
Portugal, conforme preceituam as disposições do
Código Civil Português; no Brasil, nos termos do
convénio de 9 de Setembro de 1S89 e lei n.o 2:577
de 17 de Janeiro de 1912 nos países convenciona-
;
tei-o efusivamente —
pela obra e pelo mode-
lo. Mas —
o que são as surpresas de atelier!
— o mestre dos Oleiros olhou-me e encolheu
os ombros:
— Ora! Afinal, era como todas as outras!
— Quê? Fugiu?
— Peor
— Casou-se ?
— Muito peor.
— Morreu ?
— Ainda peor, meu amigo
— Então, que lhe aconteceu ?
— Pintou-se de loiro.
O HOMEM DOS CRAVOS VERDES
Os pezinho da cabôca,
Quando dansava o baião,
Parecia dois pombinho
A marisca pulo chão!
Todo enterrado
Na sombra escura
Dum parque triste,
Mortificado • .
y y
d'autres fois elle ne s afftrme qu au cours ou
a la fln du paragraphe poétique». Isto é : se
60 OS GALOS DE APOLLO
5
ARTE BRASILEIRA
n
vessa neste momento a indústria do livro,
duvido muito de que o sejam, ao menos por
agora. O que podemos desde já afirmar é que
o elenco dos nossos reis-literatos tem mais
um nome a enriquecê-lo. Ao lado de D. Di-
nis, o lírico do «verde-pino» e da «baylia
d'amor»; de D. João I, o saboroso prosador
do Livro de Altaneria; de D. Duarte, o filósofo
do Leal Conselheiro; do próprio D. Luís, tra-
dutor de Shakespeare, — fica bem D. Pedro V,
escritor juvenil e profundo, singular figura de
príncipe, tao grande pelo talento como pela
bondade.
A DANSA NO SÉCULO XVIII
A EMBAIXATRIZ 141
professor, —
um homem de bem. Enterrava-
158 OS GALOS DE APOLLO
11
TRAPOS VELHOS
coberturas de selas, —
de que variadas mara-
vilhas, de que preciosidades arrancadas aos
teares portugueses, aos tirazes árabes de
Alméria, da Sicília, de Bagdad, às manu-
facturas riquíssimas da Flandres, aos mer-
cados bizantinos de Palermo, se ornou, se
drapejou, se revestiu a humanidade gótica,
supersticiosa e semi-bárbara do Portugal de
Mumadona e de S. Frei Gil, de D. Dinis e do
Chanceler Julião, de Santa Isabel e do Bispo
Negro, da Ribeirinha e do Feudo-Tirou, de
Bonamys e de Afonso IV São, ao acaso dos
!
como prosador —
A Dança; outra, Granada,
em alexandrinos que me fizeram lembrar a
policromia ofuscante dos azulejos mosárabes,
acabou de convencer-me de que a obra deste
moço e glorioso poeta permanecerá, nas duas
literaturas, como uma das mais fortes expres-
sões do génio lírico da raça.
Martins Fontes é um arqui-parnasiauo des-
lumbrado de cor, de ritmo e de som. As suas
ce !» —
aconselha Verlaine, interpretando, no
Jadis et Nagucrc, a poética gagaista de Rim-
baud. Martins Fontes parece ter definitiva-
mente abandonado a nuance (com que talento
ele no-la soube dar, nesse adorável poemeto
que se chama Simplicidade !), e trabalha hoje,
nas suas largas pinturas verbais, por pasta-
das de cor viva, álacre, gritante, coruscante,
como se as páginas magistrais dos alexandrinos
de Granada fossem grandes manchas lumino-
sas de ZuJoaga, de Sorolla, dos espanhóis mo-
dernos. Procedem assim, de resto, quási to-
dos os líricos brasileiros, ardentes e hiper-
-sensuais, dum objectivismo que lhes permite
utilizar prodigiosamente todas as riquezas da
língua, vascularizaudo-as, virilizando-as, sa-
cudindo-as, transfundindo-lhes energias no-
vas, fazendo-as rutilar em fulgurações que
nos dão a impressão do «português ao ru-
bro».
Ainda eu há pouco o dizia ao culto Henri-
que de Holanda e ao scintilante Mateus de
Albuquerque, quando eles me deram o pra-
zer de tomar uma çhícara de chá em minha
174 OS GALOS DE APOLLO
OS CASTELOS 181
A MORTE DO INFANTE
— Arreda, arreda
O povo não lhe queria mal, e afastava se,
— cheio de simpatia por aquele pobre prín-
cipe fainéant que não sabia senão guiar car-
ros, mas que, em compensação, era um ho-
mem honrado, simples, leal, sem outras
preocupações que não fossem a de viver,
dentro dos modestos recursos da sua lista
civil e do seu soldo militar, entre as cavala-
Alentejo.
Visitei-a ontem. Ocupa quatro dependên-
cias da antiga igreja conventual, hoje em
ruínas: a ábside, duas capelas do transepto
norte, e a antiga sacristia. Não pode conside-
rasse numerosa: mas é muito interessante.
Os tapetes apresentados, entre os quais há
alguns de proveniência espanhola, fáceis de
reconhecer pelas direcções múltiplas dos pon-
tos, pelos motivos ornamentais e pela tintu-
raria característica, encontram-se, ou arma-
dos nas paredes sob pequenos florões de ta-
190 OS GALOS DE APOLLÓ
CRISE DE PRESTÍGIO
O CÃO E O PORCO
21 OS GALOS DE APOl.LO
Os imitadores 7
O modelo 13
O homem dos cravos verdes 19
Gomes Leal 25
A última romântica 31
Fieirot 37
Catullo Cearense 43
Ramalho 49
A nova poética 55
O principe de Mónaco 61
Arte brasileira fi7
Junqueiro 75
D. Pedro V, literato 81
A dansa no século xvm 89
Campo de ruínas 97
Os dois Franz Hals 103
Como se faz uma peça? 109
As mulheres e o Cancioneiro 117
Malheiro Dias 125
Literatura médica 131
A embaixatriz 137
Soldado que vais á guerra 143
220 índice