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CREA

REVISTA DO CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DA BAHIA ISSN 1679-2866

v. 16, n. 62,
Quarto trimestre
de 2018

Indústria 4.0 exige atualização


constante dos profissionais

Veja as propostas de mudança


para o ensino de Engenharia
Benefícios
para sua qualidade de vida

Construa Já
reforma ou construção,
equipamentos, móveis planejados e
pagamento de mão de obra

Empreendedorismo
investimentos fixos/capital de giro

Educação
auxílio para educação continuada

Propriedade Intelectual
custear despesas com registros de marcas, patentes, direitos autorais,
softwares e demais áreas da propriedade industrial e intelectual
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-BA
Foto: Clara Feliciano

ISSN 1679-2866
v. 16, n. 62,
quarto trimestre de 2018

PRESIDENTE
Eng. Civil Luís Edmundo Prado de Campos

CHEFE DE GABINETE
Eng. Civil Valter Sarmento

DIRETORIA 2018
1º. Vice-Presidente: Eng. Agr. Jonas Dantas dos Santos
2º. Vice-Presidente: Eng. Civil Karen Daniela Melo Miranda
1º. Diretor Administrativo: Eng. Seg. Rodrigo Lobo Braga de Morais

EDITORIAL
2º. Diretor Administrativo: Eng. Agrim. Márcia Virgínia Cerqueira Santos
1º. Diretor Financeiro: Eng. Elet. Natalino Medeiros do Bem
2º. Diretor Financeiro: Eng. Ftal Dalton Longue Júnior
3º. Diretor Financeiro: Eng. Sanit. Mariluce Domingos Sousa Santos

CONSELHO EDITORIAL
Amigo leitor,
Victor Lopes – Gerente de Marketing e Projetos Estratégicos
Giesi Nascimento – Assessor Técnico
O ano já acabou, não é mesmo? Se estamos com uma sensação que ele passou
Karen Daniela – Engenharia Civil
rápido, é porque foi um período de muito trabalho, dedicação e realizações. Paulo Baqueiro – Agronomia
Foi o que vivenciamos também no Conselho Regional de Engenharia e Rodrigo Lobo – Engenharia de Segurança do Trabalho
Eduardo Sousa – Engenharia Mecânica
Agronomia da Bahia, com um trabalho voltado para melhorar o atendimento Joseval Carqueija – Engenharia de Agrimensura
aos profissionais e à sociedade, além de tornar eficaz a gestão financeira e Marjorie Nolasco – Geologia
Cristina Abreu – Engenharia Elétrica
administrativa, pautados nos conceitos da transparência, economicidade e Luis Filipe Freitas – Engenharia Química
gestão. Nesta edição, falamos sobre as Campanhas Concilia e Compromisso, Assessora de Comunicação
dois exemplos claros do Crea-BA que estamos construindo. Daniela Biscarde

Mas, a nossa revista vai além das paredes do Conselho, afinal, é um produto Elaboração
Ecomunicação
de comunicação social, que deve interessar a todos. Então, aproveitamos
Jornalista
esta edição pra discutir as novas diretrizes do ensino de engenharia. O Adelmo Borges
assunto é pauta de um debate nacional e é preciso a participação de todos no
Colaboração
processo. E você? O que pensa sobre o tema? Se na edição passada ouvimos Carlos Baungartem
os candidatos ao governo do estado, nesta fomos atrás dos deputados Projeto gráfico e diagramação
eleitos que são profissionais ligados ao Sistema Confea/Crea. A conversa Autor Visual/Perivaldo Barreto

com eles é importante para que a gente possa acompanhar o mandato e


buscar ações que valorizem a classe.
A tecnologia é uma aliada da engenharia e essa relação tem se fortalecido a
cada minuto. Este ano tivemos a alegria de lançar o aplicativo do Crea-BA.
Nosso endereço
Essa revista, inclusive, está disponível lá! Não tem mais volta, estamos na Av. Professor Aloisio de Carvalho Filho, 402, Engenho Velho de Brotas
CEP: 40243-620 – Salvador/Bahia
Era 4.0. Você já está preparado? Confira também esta reportagem. Aproveite
Tels.: (71) 3453-8989/Telecrea: (71) 3453-8990
a Revista do Crea-BA e esperamos a sua contribuição. Contribua conosco E-mail: revista@creaba.org.br
através de sugestões, críticas, elogios e comentários. Nossa revista e nosso www.creaba.org.br

Conselho crescem com o seu engajamento. As opiniões emitidas nas matérias e artigos
são de total responsabilidade de seus autores.
Desejo a todos um Feliz Natal e um 2019 de muita esperança e sucesso,
reafirmando sempre que o nosso compromisso é com os profissionais e
Revista CREA-BA/Conselho Regional de Engenharia e
com a sociedade. Agronomia da Bahia. Nº 62 (Quarto trimestre de 2018).
Salvador: CREA-BA, 2006 - ISSN 1679-2866
Boa leitura! Trimestral

1.Engenharia. I. Conselho Regional de Engenharia e


Agronomia da Bahia
Luis Edmundo Prado de Campos
CDU 72:63 (813.8)
Engenheiro civil, professor e presidente do Crea-BA CDD 720
CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018 3
Foto: EMAF

06 44
Mudanças no ensino Aumento de demanda
Veja o que deve mudar no currículo Cresce procura pelo gás natural veicular

16 36
FPI Cultural Salário Mínimo
Órgãos que abrigam nossa história são fiscalizados
Profissional
Sindicato pode receber denúncia anônima

21
Engenharia de Controle
e Automação
Saiba mais sobre essa profissão

26
Indústria 4.0
Engenheiros precisam se atualizar
ESPAÇO
DO LEITOR
Elogio à revista
Muito interessante a reportagem sobre os
candidatos ao governo do Estado, pois irão definir
o futuro da Engenharia bem como o incremento de
ações de motivação no âmbito desse processo de
transição política. E que reportagens como esta
possam dirimir dúvidas referentes à política de
Diferentes profissionais
nosso estado.
Pode haver vinculação na ART de diferentes
Parabéns. profissionais?

Clóvis Inácio - Feira de Santana/BA José Luís Almeida - Ilhéus

Sim. Pode haver vinculação na ART de diferentes


profissionais, nas seguintes situações:

1. Quando se deseja anotar a co-responsabilidade


Registro de ART técnica, ou seja, atividades realizadas
conjuntamente por vários profissionais,
Estou executando uma obra em minha própria observadas as atribuições;
residência e sou engenheiro. Preciso registrar ART?
2. Quando houver a necessidade de informar a
José Bispo - Salvador participação técnica de mais de um profissional
no desenvolvimento das atividades técnicas,
Sim. A ART deve ser registrada sempre que é objeto de um único contrato;
realizada uma atividade de Engenharia e Agronomia,
mesmo que o responsável seja dono do imóvel ou 3. Estes tipos de vínculo permitem a identificação
propriedade rural. Nenhuma obra ou serviço poderá da rede de responsabilidades técnicas envolvidas
ter início sem o registro da ART. na execução de determinado empreendimento.

Assessoria Técnica do Crea-BA Assessoria Técnica do Crea-BA

FALE CONOSCO
Envie sua mensagem com nome completo, e-mail e telefone para os endereços eletrônicos: revista@creaba.org.br.
Lembramos que as mensagens poderão ser resumidas ou adaptadas ao espaço da revista.
Siga o Crea-BA nas redes sociais www.facebook.com/creabahia e Twitter: @CreaBahia.
Para anunciar, ligue para (71) 98888-1479. Edição online no site: www.creaba.org.br.

CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018 5


#ENSINO DE ENGENHARIA

Foto: Sokulski Engineering

MUDANÇAS NO ENSINO
DE ENGENHARIA
Propostas visam preparar melhor o aluno
para o mercado de trabalho
6 CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018
ENSINO DE ENGENHARIA

C
om alto índice de evasão (cerca de 50%) e um ensino
defasado em relação às novas tecnologias, os cursos
de Engenharia estão prestes a passar por uma grande
transformação. O Conselho Nacional de Educação (CNE)
analisa uma proposta de reformulação da grade, visando
incluir mais atividades práticas, inovação e empreendedorismo
ao currículo. Com a crise econômica, o recém-formado que não
tiver tido experiência extra de estagiário ou trainee está fadado
a entrar nas estatísticas de desempregados, pois somente a
Universidade não tem conseguido preparar adequadamente os
profissionais para o mercado.

A proposta de mudança no currículo do Crea-BA, Luís Edmundo Prado de


tem sido discutida entre a Associação Campos, o ensino de Engenharia precisa
Brasileira de Educação em Engenharia mudar em função dos alunos que estão
(Abenge), a Confederação Nacional chegando, antenados com as novas
da Indústria (CNI) e a Secretaria de tecnologias e com um perfil bem dife-
Educação Superior do Ministério da rente do estudante do século passado.
Educação (Sesu/MEC). Atualmente está “Antigamente era preciso decorar muita
aberta uma consulta pública sobre o coisa, fazer cálculos matemáticos na
tema e, caso as mudanças sejam apro- mão. Hoje, com os recursos da infor-
vadas, os cursos terão dois anos para mática, isso não é mais preciso e os
realizarem as adaptações decorrentes estudantes querem um ensino mais
dessas novas diretrizes. próximo de sua realidade.”
O objetivo é que as instituições de en- O perfil da juventude mudou. É uma
sino superior consigam integrar teoria geração que não se apega. “Quando
e prática e formem engenheiros que comecei a ensinar, as pessoas tinham
não sejam apenas bons em cálculos como sonho entrar em uma empresa e
matemáticos, mas que tenham tam- se aposentar nela. Hoje, o jovem quer
bém outras habilidades valorizadas pelo mudar o tempo todo, experimentar ou-
mercado, como liderança e trabalho tras coisas, não tem medo de novos
em equipe. desafios.”
Na opinião do professor da Universidade O professor, que tem 38 anos de ma-
Federal da Bahia (Ufba) e presidente gistério, acredita que o currículo precisa

Hoje o jovem quer mudar o tempo


todo, experimentar outras coisas, não
tem medo de novos desafios
Luís Edmundo Prado de Campos, professor da Universidade
Federal da Bahia (Ufba) e presidente do Crea-BA

CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018 7


#ENSINO DE ENGENHARIA

VEJA 1. Formação deixa de ser baseada em conteúdo


para priorizar as competências;
2. O conhecimento será oferecido de maneira
contextualizada e sempre procurando problemas

O QUE
e situações reais;
3. O estudante será estimulado a atuar como
gestor e empreendedor no campo da Engenharia
e, ainda, como formador de novos engenheiros;

PODE 4. Pesquisa e prospecção de novas soluções


e tecnologias;
5. Criação de programas de acolhimento que
tratem não só do nivelamento de conhecimento

MUDAR dos alunos, principalmente de matemática,


física e química, mas também dos aspectos
psicopedagógicos relacionados à metodologia
de ensino/aprendizagem;
6. Incentivo à interação da Universidade com
as empresas.

8 CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018


ENSINO DE ENGENHARIA

mudar, englobando não só a técnica,


mas também a parte social, de rela-
cionamentos humanos. “O ambiente
de trabalho exige que se tenha um
bom relacionamento e um coeficiente
emocional elevado. Isso também tem
que ser desenvolvido na Universidade”,
destaca.
Luís Edmundo acredita que o ciclo bá-
sico inicial de Engenharia, no qual o
aluno estuda, nos dois primeiros anos,
matemática, física e cálculos, deve con-
tinuar, só que de uma forma diferente,
mais integrado à realidade, envolvendo
tecnologia e humanidades.
“Temos hoje um ensino do século XIX, Foto: Agência Brasil

professores do século XX e alunos do


século XXI. Esses três séculos não se co-
municam e é preciso mudar isso.” Para Precisamos mesclar: não
Luís Edmundo, é necessário adequar
os cursos à nova realidade tecnológi- podemos ter só professor com
ca, mas sem perder os fundamentos
da Engenharia, que tem como base a
dedicação exclusiva e nem só
matemática e a física. docentes em tempo parcial
Luís Edmundo Prado de Campos,
Avaliação por professor da Ufba

competência Luís Edmundo lembra que antigamente Colégio de Presidentes, em Manaus, o


os professores de Engenharia na Bahia presidente do Crea-BA, que já foi diretor
Nesse processo, Luís Edmundo acredita
trabalhavam nas empresas e ensina- acadêmico da Abenge, fez uma proposta
que o professor também precisa mudar.
vam na Universidade. A partir da déca- de criar uma comissão para discutir a
“Ele deixa de ser uma luz que ilumina
da de 1990, começaram a predominar formação profissional. “Essas mudanças
os alunos para ser um parceiro, um fa-
professores de carreira, aqueles que, vão impactar no futuro engenheiro e
cilitador. Em vez de avaliar o aluno em
após a graduação, fazem Mestrado e temos que adequar nosso sistema para
função do conteúdo que ele aprendeu, é
Doutorado e vão ensinar. “Precisamos receber esses novos profissionais”, des-
preciso avaliar também por competên-
mesclar: não podemos ter só professor taca Luís Edmundo, acrescentando que
cia.” Luís Edmundo acredita que não é
com dedicação exclusiva e nem só do- essa comissão vai analisar também os
preciso mudar as disciplinas em si, mas
centes em tempo parcial.” cursos a distância.
a metodologia de ensino. “Precisamos
despertar nos alunos um maior engaja- Para o professor, a Universidade pública, Houve, inclusive, em Salvador, este ano,
mento, um maior comprometimento.” infelizmente, valoriza muito a pesqui- o XLVI Congresso Brasileiro de Educação
sa e não tanto a parte educacional. “O em Engenharia (Cobenge), que debateu
Os alunos hoje são mais dinâmicos,
professor cresce mais na carreira pro- o tema. Na discussão, temas como as
rápidos e multitarefas. “Eles não são
duzindo artigos para revistas científicas novas diretrizes curriculares do ensino
melhores nem piores que os alunos an-
do que desenvolvendo um trabalho de de Engenharia e as atualizações diante
tigos. Eles são diferentes e não adianta
extensão que traga algo de bom para da dinâmica do mercado e dos avanços
tentar impor uma metodologia antiga
a sociedade.” da indústria 4.0 no mundo.
que não vai funcionar.”
O professor lembra que outros cursos, Para Luís Edmundo, as atualizações
como Medicina, já fizeram a mudan- Participação do devem ser feitas a partir do diálogo,
ça e aplicam a metodologia ativa há
bastante tempo. “É preciso repensar o
Sistema Confea/Crea para que as diretrizes curriculares es-
tejam conectadas com as atribuições
papel do professor, a forma de ensinar O Sistema Confea/Crea está atento a profissionais que são concedidas pelo
e também o próprio sistema de ensino.” esse processo. Na última reunião do Conselho.

CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018 9


#ENSINO DE ENGENHARIA Foto: Adelmo Borges

Gabriel Malaquias, Matheus Lopes e Jenifer Neri, estudantes de Engenharia de Produção

Alunos apoiam as mudanças


P
Guilherme Sanjuan, estudante
ara o estudante de Engenharia Civil da riam ser optativas, como Eletricidade, de Engenharia Civil da Ufba
Ufba Guilherme Sanjuan, 25 anos, as por exemplo. Além disso, ele reclama
mudanças são bem-vindas. Cursando o do ciclo básico “muito maçante”. Os de melhoria do ambiente de trabalho.
último semestre, ele destaca que o curso é quatro primeiros semestres são muito “Fazemos a gestão da própria empre-
muito focado em edificação e os alunos que têm teóricos, poderiam ser associados a algo sa Júnior e isso é muito gratificante.”
interesse em outras áreas ficam prejudicados. mais prático para ficar interessante. O estudante de Engenharia Civil da
Ele mesmo se interessa por pavimentação e Esse excesso de teoria está quase levan- Universidade Católica do Salvador
não viu muita coisa sobre o assunto no curso. do Matheus Lopes, 19 anos, a desistir do Pedro Garrido destaca que a sala de
Acredita que o conteúdo da disciplina Física curso de Engenharia de Produção e pas- aula é muito teórica, mas os estudantes
3 não tem muita aplicação durante o curso. sar para Administração de Empresas. não aprendem na prática como executa.
Além disso, sentiu falta de matérias menos Ele não vê como vai usar esse conteúdo “Aprendemos muito mais no estágio do
técnicas. “Relações interpessoais e gestão de teórico na sua profissão, pois pretende que na universidade.” Segundo ele, a
equipe são muito importantes para o enge- trabalhar com gestão. faculdade deveria promover mais ati-
nheiro”, assegura o estudante, que viu essa Jenifer Neri, 20 anos, do mesmo curso, vidades de campo para os alunos.
necessidade de perto quando estagiou na área lembra que teve uma colega que desistiu Alguns poucos professores se preocupam
de reforma de imóveis. nos primeiros semestres por causa do ex- em levar os alunos para uma obra e mos-
O estudante do curso de Engenharia de Produção cesso de teoria. Ela, junto com os colegas, trar como é na prática. “Isso é consenso
da Ufba Gabriel Malaquias, 19 anos, também atua na empresa júnior da Ufba e essa entre os meus colegas: a Engenharia que
acha que a grade curricular poderia mudar. experiência tem ajudado muito na parte você vê em sala de aula é totalmente
Ele acredita que matérias obrigatórias pode- prática. Eles fazem, por exemplo, projetos diferente daquela executada no campo.”

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ENSINO DE ENGENHARIA
Foto: Adelmo Borges

Rafael Araújo, professor da Unifacs


e conselheiro do Crea-BA

Última revisão foi há 16 anos


P
rofessor da Unifacs e conselheiro que o egresso possa, por exemplo, estar tema com viabilidade econômica, ambiental,
do Crea-BA, o engenheiro eletri- apto para conceber e operar sistemas ética e social. Ou seja, ele precisa ter diversas
cista Rafael Araújo acredita que complexos, trabalhar em equipes multi- competências que devem ser desenvolvidas
os cursos de Engenharia precisam de disciplinares e adaptar-se a ambientes ao longo do curso.
uma atualização, pois a última revisão de trabalho em constante mudança. “O mercado não procura o egresso que teve
ocorreu há 16 anos. Rafael, que é dou- apenas boas notas”, diz o professor, acrescen-
torando no Programa de Pós-Graduação
em Engenharia Industrial da Ufba, tem
Problemas do tando que é preciso promover o desenvolvi-
mento da comunicação nas formas escrita,
pesquisa e tese orientada para a edu- mundo real oral e gráfica; do pensamento lógico e objetivo;
cação em Engenharia. Segundo ele, no do domínio de ambientes computacionais e
O conselheiro do Crea-BA ressalta que linguagens de programação; de habilidades
contexto da 4ª Revolução Industrial,
quando o aluno aprende um conteú- de gestão, liderança, negociação e tomada de
aliados a fatores socioeconômicos, geo-
do ou alguma técnica, isso, por si só, decisões; do compartilhamento informações e
políticos e demográficos, os currículos
não o habilita a resolver problemas do cooperação com colegas de trabalho; da apro-
precisam de atualização.
mundo real. Rafael dá o exemplo de priação de novos conhecimentos de forma
“A ideia central é substituir o modelo uma indústria que precisa eficientizar autônoma e independente; além da consciência
baseado em conteúdo pelo modelo ba- o uso de energia. Além de aplicar co- social, ambiental, ética e responsabilidade pro-
seado em competências desenvolvidas nhecimentos de Matemática, Física, fissional. “Ou seja, com essas competências, as
pelo estudante”, destaca o professor, Ciências e Engenharia, o profissional instituições de ensino formarão profissionais
acrescentando que é preciso promover precisa conhecer a regulação do setor, de Engenharia mais completos e antenados
e reforçar a interdisciplinaridade para usar novas tecnologias e projetar o sis- com o mercado de trabalho atual.”

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#ENSINO DE ENGENHARIA

Vanderli Fava de Oliveira, professor titular convidado da Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF

Estudante será estimulado a ser


gestor e empreendedor
O
professor Vanderli Fava de Oliveira, da aspectos referentes à necessidade Engenharia terão dois anos para realiza-
Universidade Federal de Juiz de Fora de mudanças nos cursos passaram a rem as adaptações decorrentes destas
– UFJF e presidente da Associação ser discutidos. novas DCN. “A proposta atual é bastante
Brasileira de Educação em Engenharia O professor conta que, depois de flexível e permitirá às IES realizarem
(Abenge), está engajado nesse movimento muitas discussões, em janeiro de as adaptações com tranquilidade”,
de mudança no ensino de Engenharia desde 2018 a Abenge e a MEI (Mobilização garante.
o começo. Coordenador adjunto do Colégio Empresarial pela Inovação, da CNI) Sobre a abrangência da nova deter-
de Entidades Nacionais (Cden) do Confea, levaram suas propostas à CES/CNE minação, o professor esclarece que
ele conta que as discussões sobre novas (Comissão de Educação Superior do os cursos de Engenharia Agronômica,
diretrizes curriculares têm sua origem prin- Conselho Nacional de Educação). Estas Agrícola, Pesca, Florestal, Geológica, de
cipal quando da tentativa de implementa- propostas divergiam em apenas dois Computação e de Software, por possuí-
ção dos Referenciais Curriculares Nacionais aspectos: o tempo de duração e a carga rem diretrizes próprias, não são subme-
dos Cursos de Bacharelado e Licenciatura, horária dos cursos. Em março de 2018, tidos à CNE/CES e só aderem às novas
elaborados pela Diretoria de Regulação e Abenge e MEI convergiram e apresen- DCNs se assim desejarem.
Supervisão da Educação Superior, que con- taram proposta única para a CES/CNE, Uma das principais mudanças desta-
sistia em diminuir o número de denominações que foi a base da proposta que a CES cadas pelo professor é na formação,
de cursos de Engenharia, condensando-os em colocou em consulta pública no mês de atualmente baseada em conteúdos,
28 modalidades. agosto de 2018. para uma formação por competências.
Houve reação a esta proposta, principal- Segundo o professor, após aprovada Outra mudança visa capacitar o estu-
mente por parte da Abenge, e tais referen- pelo CNE e homologada pelo ministro dante a ser gestor e empreendedor no
ciais não foram implementados. A partir de da Educação, a resolução passa a vigo- campo da Engenharia, além do estímulo
então, em todos os eventos da entidade, rar assim que publicada. Os cursos de à pesquisa de novas tecnologias.

12 CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018


Foto: Adelmo Borges #ENTREVISTA

Naquela época, os
engenheiros saíam
politécnicos, com
um conhecimento
de todos os
procedimentos
que compunham
uma Construção
Civil

Eduardo Valente, Empresário visionário, olhar quando o assunto é


empresário ainda mantém o brilho no Construção Civil

“O MERCADO EXIGE QUE OS


EMPREENDIMENTOS SEJAM
CADA VEZ MAIS INTEGRADOS
ÀS INOVAÇÕES”

A
os 83 anos, sendo 61 de profissão, o empresário Eduardo Valente, fundador da
construtora Civil, é um exemplo para as novas gerações. Empresário visionário,
ainda mantém o brilho no olhar quando o assunto é Construção Civil, paixão de
muitos anos, conforme o leitor vai perceber na entrevista a seguir, concedida
com exclusividade para a Revista do Crea-BA.

CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018 13


#ENTREVISTA Foto: Divulgação

O que fizemos foi não arriscar


mais do que conseguíamos
amealhar das receitas obtidas
com o trabalho

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de
lm
oB
org
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O que o levou a optar Como era a
pela profissão? faculdade de
Observava, desde muito jovem, a ati- Engenharia na
vidade dos construtores que, de um
terreno totalmente limpo, conseguiam sua época de
erigir uma obra, saindo do “nada” para
‘algo´. Isso sempre me fascinou. estudante? Quais Eduardo Valente, empresário

as principais Como foi o início da


Onde trabalhou diferenças para os empresa, quais as
antes de começar dias atuais? 
com a Civil? principais dificuldades
A Escola Politécnica da Ufba contava
Antes de fundar a empresa, estagiei por com um corpo docente da melhor qua- e oportunidades?
três anos na Construtora Odebrecht, lidade, com uma plêiade de professores A Civil iniciou suas atividades em ou-
onde permaneci como engenheiro civil ilustres, respeitados por todos, preo- tubro de 1961, com a sua primeira obra,
por mais três anos, completando seis cupados em transmitir seus conheci- um galpão para oficinas da Frutos Dias
anos de aprendizado. Pude participar mentos aos alunos ávidos pelo saber! S.A. em estrutura metálica com arcos
de todas as fases de uma construção, Naquela época, os engenheiros saíam de 30m de vão livre, que hoje ainda se
desde as fundações até a entrega da politécnicos, com um conhecimento encontra em perfeitas condições de
obra, consolidando sobremaneira os de todos os procedimentos que com- funcionamento, apesar dos seus 57
meus conhecimentos. punham uma construção civil. anos de construído.

14 CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018


PING-PONG

Durante esses anos passamos por diver- levam em conta esse A empresa já trabalha
sas crises econômicas e foi necessário ter
solidez, segurança e flexibilidade para aspecto? com a tecnologia BIM?
se adaptar e sobreviver. Durante essas Com toda certeza. Além de contribuir Sim. A tecnologia BIM, como todas as
crises, procuramos olhar à frente e en- para a preservação dos recursos naturais novidades que surgem, é examinada
contramos novos posicionamentos, como e meio ambiente, os empreendimentos pela equipe da Civil e julgada antes da
construir prédios para locação e aten- da Civil, sendo sustentáveis e renová-
der a clientes terceiros com Engenharia plena utilização nos nossos processos
veis, aproveitam muitos outros benefí-
completa, que apoia desde a compra do construtivos. Hoje temos um núcleo
cios, diminuindo o consumo e utilizando
terreno até as últimas licenças. BIM que está aplicando suas funciona-
seus recursos de forma mais inteligente.
lidades na obra do Jazz (empreendi-
mento residencial na Graça).
Existe algum segredo O sr. poderia citar
para uma empresa algum projeto O sr. tem planos de se
durar tanto tempo? inovador da Civil? aposentar? Já pensa
Se existe um segredo, ninguém me
contou! O que fizemos foi não arriscar
Seja em termos de em sucessão? 
mais do que conseguíamos amealhar conceito ou uso de A aposentadoria é a consequência da
das receitas obtidas com o trabalho.
materiais?  incapacidade de prestar bons serviços,
seja ela de forma física ou mental.
Cite algumas Sim. Temos o Civil Towers, empresa-
rial localizado no Costa Azul. São duas
Espero agora poder ainda transmitir
aos que me cercam conhecimentos
diferenças da torres– Nimbus e Cirrus – que prio- que a experiência me concedeu.
rizam eficiência energética, sistemas
Engenharia Civil que de uso eficiente de água e automação
Quanto à sucessão já há alguns anos
venho pensando...
predial. No Towers, todas as fachadas
se fazia em sua época são 100% de alumínio composto e vi-
de recém-formado dro, fixadas pelo sistema unitized, ou O que o sr. diria para
seja, são moduladas, montadas nos
para a atualidade. andares e erguidas já prontas. Todas um engenheiro civil
as divisões internas são com drywall e
Se considerarmos que o construtor
as lajes não possuem vigas, permitindo
que está começando
sempre segue as recomendações das
normas e da boa técnica, que visa um
vãos livres em pavimentos inteiros. As a carreira? O que ele
salas são adaptáveis para piso elevado,
produto de excelência, não existe ne-
nhuma diferença na Engenharia Civil,
oferecendo flexibilidade no layout e fácil precisa para ser um
manutenção.
uma vez que as normas são alteradas
As esquadrias foram importadas da
bom profissional? 
à medida que surgem tecnologias mo-
dernas para construções, visando qua- Europa, com durabilidade e alta qua- Qualquer profissão que se queira se-
lidade, economia e adequações. Sem lidade, que se estendem, também, ao guir, há que se conhecê-la bem para que
dúvida, o mercado exige e os empreen- hall dos elevadores, compostos com se possa exercê-la com segurança. O
dimentos são cada vez mais integrados madeira e inox. Além disso, o empreen- bom serviço decorrerá do conhecimento
nestas inovações para o melhor uso dos dimento foi contemplado pelo IPTU pleno da profissão, o que se consegue
edifícios e obras em geral. Verde, programa da prefeitura que ga-
através do preparo básico adquirido
rante desconto sobre esse imposto, pela
nos meios acadêmicos, fundamentos
implantação de energia solar e eólica,
Como a Civil atua com a substituição de todas as lâmpa-
indispensáveis ao aprofundamento
das incandescentes por LED. Além disso, profissional. Devemos separar a téc-
na questão da introduzimos uma concepção arquite- nica da prática, ambas necessárias ao

sustentabilidade? Os tônica que proporciona conforto tér- desempenho do trabalho. A técnica é


conhecimento e a prática é o exercício
mico, por meio do uso de pele de vidro
empreendimentos e alumínio na área externa do prédio. do conhecimento adquirido.

CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018 15


#NOTÍCIAS DO CREA-BA

CREA COMPROMISSO

Melhorar o atendimento e a prestação de serviços na sede e interior. Este é o objetivo da Campanha Crea Compromisso,
lançada no dia 14 de novembro para o corpo funcional. O presidente Luís Edmundo e toda a diretoria participaram do lan-
çamento e ressaltaram a importância da adesão de todos para melhorar o atendimento prestado aos profissionais. Foram
lançados um guia de serviços e peças publicitárias informativas, que ressaltam as principais dificuldades enfrentadas pelos
profissionais ao acessar os serviços do Crea.

PRESIDENTE DO CONFEA NA BAHIA

O presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), engenheiro civil Joel Kruger, participou da pe-
núltima Reunião Plenária Ordinária de 2018, dia 12 de novembro. Ele esteve em Salvador para participar da reunião da
Cimeira Bilateral. Kruger explicou o funcionamento da Cimeira Bilateral e noticiou a regularização de 2.500 engenheiros
brasileiros para atuar no mercado profissional de Portugal e de 300 engenheiros portugueses para atuar no Brasil, por
meio do Termo de Reciprocidade.

16 CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018


NOTÍCIAS DO CREA-BA

CREA CONCILIA
O Conselho lançou a Campanha Crea Concilia, cujo objetivo é facilitar a regularização dos débitos junto ao órgão, permitindo
que o profissional, empresa ou cidadão quite seus débitos com a redução em até 90% do valor dos juros e correções, além
da facilidade de dividir em até sete vezes no cartão de crédito.

INSPETORES REALIZAM ENCONTRO EM


FEIRA DE SANTANA

Os inspetores do Crea-BA participaram, dias 23 e 24 de novembro, em Feira de Santana, do 2° encontro da categoria. Na


oportunidade, foram discutidos o papel desses profissionais, a importância dos convênios entre Crea e órgãos públicos e
esclarecimentos sobre a atuação do Corpo de Bombeiros. O evento serviu também para aprovar o Projeto de Combate a
Incêndio e Pânico. O prefeito da cidade, Colbert Martins, fez uma breve participação no evento.

ABENC-BA PROMOVE CURSO COM APOIO DO CREA-BA


O engenheiro civil Dickran Berberian, especialista em Fundações, Patologia de Estruturas e Geotecnia e professor da UnB,
ministrou dois cursos em Salvador e Feira de Santana, para engenheiros civis. Promovido pela Associação Brasileira de
Engenheiros Civis – Departamento da Bahia (Abenc-BA), com o apoio do Crea-BA e parceria da Mútua-BA, o curso foi um
sucesso de público. Segundo a presidente da Abenc-NA, Rute Carvalhal, por trazer exemplos práticos sobre fundações e
patologia das estruturas, o curso teve uma grande adesão, além de o preço ter sido subsidiado pelo Crea-BA e Mútua-BA.
Cerca de 250 pessoas participaram dos dois cursos.

CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018 17


#FPI CULTURAL

Foto: Ascom Crea BA

DE OLHO EM NOSSO
PATRIMÔNIO CULTURAL
Órgãos de fiscalização visitam prédios
que abrigam objetos e documentos de
valor histórico em Salvador
18 CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018
TECNOLOGIA
FPI CULTURAL

O
Fot
o:
Ad
el m
incêndio que destruiu o Museu Nacional do Rio de oB

or
ge
Janeiro, em setembro, disparou o sinal de alerta para

s
a necessidade de se olhar com a atenção devida para
as condições de preservação do nosso acervo cultural,
histórico e artístico.

Por iniciativa do Conselho Regional para subsidiar os responsáveis pelos


de Engenharia e Agronomia da Bahia equipamentos e imóveis fiscalizados
– Crea-BA, foi deflagrada uma ação do que foi verificado para que eles pos-
conjunta envolvendo vários órgãos e sam realizar as adequações”, destaca
entidades para verificar a estrutura físi- Sarmento, acrescentando que serão
ca e medidas de prevenção a danos di- encaminhadas as medidas preventivas
versos nos equipamentos destinados à e corretivas, tanto do ponto de vista da Valter Sarmento, chefe de
guarda e manutenção do nosso acervo. manutenção das instalações e equipa- Gabinete do Crea-BA
A ação, denominada FPI – Fiscalização mentos, quanto dos próprios acervos,
Preventiva Integrada de museus, biblio- que necessitam ser tomadas. Dos três locais visitados, a Biblioteca
tecas e arquivos da Bahia, aconteceu Central do Estado da Bahia e o Arquivo
O chefe de Gabinete lembra que o Crea-
no dia 3 de outubro e um relatório foi Histórico Municipal da Cidade do
BA tem uma larga experiência em FPI,
elaborado com as não conformidades Salvador, da Fundação Gregório de
destacando as do Rio São Francisco e
encontradas. Mattos, tinham acervo bibliográfico, que
da Bacia do Paraguaçu. Ele esclarece
é o foco do Conselho de Biblioteconomia.
Entre os parceiros estão o Ministério que essa FPI realizada em Salvador é
A coordenadora destaca que foram ve-
Público do Estado da Bahia, o Corpo de especial, inédita no Estado e, provavel-
rificados problemas na conservação do
Bombeiros Militar do Estado da Bahia, o mente, no Brasil, pois foi realizada de
acervo, nos equipamentos utilizados e
Conselho Regional de Biblioteconomia forma integrada por diversos órgãos
na infraestrutura, como o não funciona-
– CRB, a Associação dos Arquivistas da e instituições, visando a preservação
mento de ar-condicionado e elevadores.
Bahia, a Defesa Civil de Salvador – Codesal, dos bens culturais e documentos e dos
o Instituto do Patrimônio Histórico e imóveis que os abrigam. “Esta parceria com o Crea-BA é funda-
Artístico Nacional – Iphan, o Instituto do mental para fomentar a discussão sobre
Os critérios para a escolha dos locais le-
Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia – a questão da proteção do patrimônio
varam em conta a relevância de cada um
IPAC e o Conselho Regional de Arquitetura histórico-cultural contra sinistros e a
deles na preservação de nossa cultura.
e Urbanismo – CAU. necessidade de um maior comprome-
Sarmento destaca que a segunda etapa
timento das pessoas e das instituições
A FPI atuou no sentido de verificar os do trabalho já está sendo planejada.
envolvidas nesta questão”, destaca
estados das instalações elétricas e hi-
Tatiana Nascimento.
dráulicas; de conservação do acervo;
existência de projetos e planos de segu- Preservação Durantes as visitas, a equipe do Corpo
rança e de combate a incêndio e pânico,
além da situação geral de manutenção
da memória de Bombeiros fiscalizou sobretudo as
saídas de emergência e extintores, além
dos prédios visitados. A coordenadora da Comissão de de verificar se os estabelecimentos pos-
Fiscalização do Conselho Regional de suíam projetos de segurança e combate
De acordo com o chefe de Gabinete do
Biblioteconomia, Tatiana Nascimento, a incêndio e pânico. “A nossa fiscaliza-
Crea-BA, Valter Sarmento, Salvador,
destaca que essa ação é fundamental ção está baseada na Lei 13.425/2017
primeira capital do Brasil e um grande
para preservar e cuidar da manutenção e na necessidade de adequação das
polo cultural do país, possui um rico e
do patrimônio cultural, “garantindo a edificações à regulamentação que já
variado acervo que necessita de atenção
permanência da nossa identidade e da vem sendo fiscalizada pela corporação”,
especial na sua preservação.
nossa memória coletiva”. disse o capitão Leandro Costa.
Ele informa que a ação gerou um rela-
tório, consolidado pelo Crea-BA a partir
das contribuições de todos os agentes O relatório servirá para dar
envolvidos, que será enviado aos res-
ponsáveis pelos alvos visitados com conhecimento à sociedade da ação e
as identificações das medidas a serem
tomadas pelos mesmos.
subsidiar os órgãos fiscalizados
Valter Sarmento, chefe de Gabinete do Crea-BA
“Esse relatório servirá não só para dar
conhecimento à sociedade da ação, mas CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018 19
#INSTITUTO POLITÉCNICO DA BAHIA – Engenharia Aplicada

EXPERTISE
E ÁREAS DO
SABER
Logística nos
canteiros de obras
- Rosana Leal
Oportunidades de evolução nos processos produtivos nos canteiros de
obra se mostram presentes no atual cenário do país. A busca de soluções
visando à redução de custos na aquisição e movimentação de materiais, no
ENGENHARIA E MERCADO desperdício de insumos e na geração de resíduos torna-se objetivo primordial
para a garantia da saúde financeira das empresas.
Novos horizontes para Engenharia O IPB tem desenvolvido para grandes empresas da Construção Civil estudos
consultiva em 2019 – Lenaldo Almeida logísticos para a implantação e operacionalização dos canteiros de obras, que
potencializam a execução de construções planejadas, controladas, nas quais
No dia 6 de novembro, o IPB realizou um seminário Interno para discutir o a redução de acidentes, de gastos energéticos, respeitando as unidades que
Plano Estratégico de 2019 à luz do novo cenário político nacional. Durante compõem o entorno, deixam de ser tratadas como elemento coadjuvante e
o evento foi destacado que a instituição possui um corpo técnico de alta passam a compor a equação que alimenta a produtividade e a lucratividade.
senioridade (200 profissionais) mesclado com todas as empresas juniores
de Engenharia da Ufba e Escritório Público de Engenharia. Assim, o IPB se
afirma como a organização baiana de base da Engenharia mais completa
para servir às demandas brasileiras, dentro da visão desenvolvimentista
com uso da Engenharia Aplicada.

MEIO AMBIENTE
Avanços e
desafios na
Política Nacional
de Resíduos TECNOLOGIA
Sólidos – Rosa Antecipando a crise hídrica do
Amália Campos oeste da Bahia - George Gurgel
A Lei Federal Nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que trata de A avaliação do potencial hídrico do oeste da Bahia coloca-se
saneamento básico no Brasil, possibilitou a integração dos componentes como importante elemento estratégico para o desenvolvimento
de saúde, meio ambiente e planejamento. Sendo assim, os Planos de regional. Nesse contexto, a realização do Seminário de
Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – PGIRS tornaram-se exigência da Avaliação Técnica do Estudo do Potencial Hídrico da Região
Politica Nacional de Resíduos Sólidos, através da Lei Nº 12.305/2010. Oeste da Bahia, objetivando a Quantificação e Monitoramento
O IPB está elaborando para a Prefeitura de Salvador uma proposta de Disponibilidade dos recursos do Aqüífero Urucuia e
contemplando os avanços desta Lei inovadora para os resíduos sólidos. superficiais das Bacias dos rios Corrente e Grande, realizado em
Entre os destaques estão a eliminação dos lixões, a responsabilidade novembro, em Salvador, foi uma importante contribuição.
compartilhada, a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos, O IPB destaca não só a importância de se conhecer o potencial
o incentivo às cooperativas de catadores e a implantação da hídrico da região oeste, como também os seus múltiplos usos,
logística reversa. entre os quais destacam-se: agricultura. industrial, consumo
O IPB está propondo um adequado gerenciamento dos resíduos sólidos humano, turismo e muitos outros.
com a adoção de um modelo gerencial capaz de atender à hierarquia Assim, a multiplicidade dos usos coloca a governança do
deste processo: não geração, redução, reutilização, reciclagem, processo como questão fundamental na gestão do potencial
tratamento e disposição final adequada dos rejeitos. do oeste da Bahia.

20 CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018


Rua Prof. Severo Pessoa, 31, Bairro Federação – Salvador-BA – CEP 40210-700 – Telefax (71) 3331-8481
www. ipolitecnicobahia.org | e-mail: secretaria@ipolitecnicobahia.org | https://youtu.be/4-YNzte5HnE
PROFISSÃO: ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO#

ENGENHARIA
MULTIFACETADA
Profissionais têm a oportunidade
de lidar com áreas de interseção Engenheiro de Controle e
Automação Vitor Reis

com outras engenharias

Q
uem pretende seguir carreira na área de Engenharia de Controle e
Automação e acredita que a formação está basicamente vinculada à
área de Mecatrônica pode se surpreender ao longo do curso. Na verdade,
essa área acaba sendo uma interseção com outras áreas da Engenharia,
incluindo Mecânica, Engenharia Elétrica e de Processos.

“Quando disse que ia cursar Engenharia Esse perfil multifacetado atrai profis- que tenta buscar hoje os processos de
de Controle e Automação me pergun- sionais interessados em uma forma- desenvolvimento de produtos da manei-
taram se eu ia construir a armadura ção que se caracteriza por uma certa ra mais eficiente. “E essa eficiência vem
do Iron Man”, brinca Isabela Almeida, multidisciplinaridade, como explica o de tarefas automatizadas, que permi-
aluna do 8º semestre do curso na Escola coordenador do curso na Ufba, Raony tem a liberação dos recursos humanos
Politécnica da Universidade Federal da Fontes. “A Engenharia de Controle e a conceber e aprimorar técnicas mais
Bahia (Ufba). Automação junta a ideia do contro- robustas de controle e automação, por
Isabela conta que, quando estava no le, que é você poder medir, processar meio de algoritmos, técnicas matemá-
ensino médio, já tinha afinidade com e comparar com uma referência para ticas e desenvolvimento de hardware
ciências exatas, mas não queria cur- atuar sobre esse sistema, mantendo-se e software.”
sar uma área “clássica” da Engenharia. dentro desse ponto de referência.”
“Percebi que a Engenharia de Controle e
Automação era uma área de interseção
Na visão do vice-coordenador do curso
da Ufba, Márcio Martins, essa área da
Perfil
entre outras duas que me interessavam: engenharia surge de uma demanda de Para além do perfil multifacetado, é
Elétrica e Mecânica.” mercado, especialmente na indústria, importante que quem optar por seguir
carreira nessa área tenha em mente a
necessidade de ter afinidades com de-
Percebi que a Engenharia de terminadas áreas imprescindíveis para
sua atuação. O professor Raony Fontes
Controle e Automação era uma destaca que é fundamental o profissional
ter uma forte base em Matemática, em
área de interseção entre outras Física e Computação (software e hard-

duas que me interessavam: ware), além de Eletrônica, Mecânica e


Engenharia de Processos, do ponto de
Elétrica e Mecânica vista mais profissionalizante.
Isabela Almeida, aluna da Escola Politécnica
da Universidade Federal da Bahia (Ufba) CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018 21
#PROFISSÃO: ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO

Fotos: Carlos Baumgarten


Professores da Ufba Raony Fontes e Márcio Martins

Raony destaca ainda que, no mercado, “Mas existem oportunidades, por Engenharia de Controle e Automação
esses profissionais podem ser absor- exemplo, no Polo Petroquímico, que essa possibilidade. “É uma área na qual
vidos tanto pela indústria, quanto pela é propício ao profissional, seja atuan- me sinto mais confortável. Conheço
área de serviços, especialmente na área do direta ou indiretamente no local. colegas que trabalham principalmente
de Tecnologia da Informação (TI). “O Muitos egressos estão atuando no polo, no controle de processos de plantas
engenheiro de Controle e Automação onde podem atuar, por exemplo, com industriais, que é a principal deman-
pode atuar na parte de automação resi- a produção contínua (petroquímica da absorvida pelo Polo de Camaçari.
dencial e predial, a chamada ‘domótica’. e refinaria).” Outra área que visualizo também uma
Hoje em dia, as pessoas já têm acesso Sendo um curso relativamente novo, ampla demanda é a de programação”,
a lâmpadas com acesso remoto, por que na Ufba foi implantado em 2009, conta o estudante.
exemplo, por meio do celular. É possível a formação em Engenharia de Controle
monitorar equipamentos a distância, e Automação atrai muitos jovens pela
apenas com acesso à internet. Tudo afinidade que eles possuem com área
isso tem a contribuição do engenheiro ligadas à tecnologia. Mas todos reiteram
de Controle e Automação”, explica o que, de forma mais ampla, essa forma-
coordenador. ção traz uma visão aprofundada da área
Ele complementa, destacando também de controle de processos.
alunos que atuam na área econômica, Lucas Mascarenhas, também estu-
especialmente lidando com aspectos de dante do 8º semestre, conta que que-
gestão e também na parte de controle ria dar continuidade à sua formação
de processo. técnica em eletrônica e encontrou na
Sobre a restrição ao mercado, Márcio
Martins explica que há uma retração Lucas Mascarenhas, aluno do
que não é uma realidade apenas para 8º semestre do curso na Escola Politécnica
o engenheiro de Controle e Automação. da Universidade Federal da Bahia (Ufba)
22 CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018
PROFISSÃO: ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO

“Basicamente, trabalhamos com oti-


mização de processos voltadas para
É fundamental que o profissional mobilidade. Começamos com um pro-

de controle e automação saiba duto para roteirização de distribuição


e logística e hoje oferecemos outras
atuar em equipe soluções especialmente para essa área.”
Recentemente, a Interakt venceu um
Professor Raony Fontes
edital da prefeitura de Salvador para
trazer soluções sustentáveis para área
de mobilidade. “A ideia é a do “car share”,
que seria um sistema de compartilha-
mento de veículos, que gera o incentivo
Espaço para Durante o curso, Vitor, com outros co-
legas da área de Engenharia Mecânica,
para que a pessoa apenas utilize o carro,
e que não seja de sua posse. A esti-
pesquisa e participou de um programa de acele- mativa é que, com esse sistema, seja
ração de startups da Renault. Por esse possível diminuir o número de veículos
desenvolvimento programa, Vitor e seus colegas desen- nas ruas. Nossa ideia é trabalhar com
Tanto Márcio quanto Raony destacam volveram um sistema que possibilitava uma frota de carros elétricos”, conclui.
que, além do mercado, há ainda um o monitoramento e rastreamento de
espaço significativo para pesquisa e
desenvolvimento na área de Engenharia
veículos, avisando ao dono, em tempo
real, se ele esqueceu alguém (como
Equipe
de Controle e Automação. Foi o cami- uma criança) dentro do veículo. O multidisciplinar
nho para o qual enveredou Ângelo dispositivo alerta ainda sobre furtos
Dentro de todas as possibilidades, o
Gabriel dos Santos, de 22 anos. Ele se e roubos; e envia mensagens a números
professor Raony Fontes reitera que
formou no primeiro semestre de 2018 cadastrados (como polícia, serviços de
um dos pontos mais importantes para
e já emendou direto para o mestra- emergência, familiares e amigos) em
esse profissional é saber trabalhar em
do. “Ainda estou desenvolvendo meu caso de acidente.
equipe. “É importante reforçar que o de-
projeto de pesquisa, mas a minha área O projeto foi também contemplado senvolvimento de produtos e soluções
seria o sistema de controle aplicado à
com o Prêmio Arlindo Fragoso, em envolve uma equipe multidisciplinar, na
robótica”, conta.
2017, promovido pelo Crea-BA e pelo qual todos dão a sua contribuição. Por
Como muitos estudantes da área, a Instituto Politécnico da Bahia. O ponto isso, é fundamental que o profissional
escolha de Ângelo Gabriel se deu por de partida para a criação da empre- de controle e automação saiba atuar
conta de ser uma área mais aberta e sa também se deu neste mesmo ano. em equipe”, conclui.
que envolvesse também a parte de me-
cânica e elétrica. No entanto, Ângelo
não descarta a possibilidade de atuar
profissionalmente. “Quero levar a minha
pesquisa para aplicação no mercado. O
meu plano é fazer alguns processos de
seleção para trainee e, mais adiante,
pretendo voltar à universidade para
fazer doutorado.”

Empreendedorismo
Além de todas as possibilidades de mer-
cado, há ainda quem encontra espaço
para empreender na área de controle
e automação. Foi o caso de Vitor Reis,
formado pela Ufba também no primeiro
semestre de 2018, e, hoje, à frente da
empresa Interakt. “Eu fiz o curso técnico
em controle e automação no Ifba e já Isabela Almeida, aluna do 8º semestre do curso na Escola Politécnica da
tinha interesse na área”, lembra Vitor. Universidade Federal da Bahia (Ufba)
CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018 23
TECNOLOGIA

Larvas que comem plástico


A pesquisadora espanhola Federica Bertocchini descobriu, por acaso,
que larvas de mariposa conseguem comer plástico. Essa constatação
pode contribuir para diminuir o impacto ambiental desses produtos
industrializados no meio ambiente. A descoberta foi por acaso. A
cientista colocou em um saco plástico lagartas da espécie Galleria
mellonella, que estavam devorando colmeias de abelhas que tinha em
casa. Em pouco tempo, as lagartas haviam feito buracos no plástico.
Federica e outros colegas da Espanha e do Reino Unido iniciaram então
uma pesquisa sobre isso na Universidade de Cambridge. Os cientistas
descreveram como, ao colocar cem lagartas em uma sacola de compras
comum, de polietileno, buracos começaram a aparecer em 40 minutos.
Após 12 horas, a sacola estava bastante rasgada. Após vários testes, os
pesquisadores concluíram que as larvas não só comiam, como digeriam
o plástico. Algo no sistema digestivo dessa espécie é capaz de quebrar
as ligações químicas que formam esse tipo de material.

Maior ciclovia do mundo


Abraçando uma tendência mundial, a China tem investido em vias alternativas de
transporte para diminuir a presença de carros nas ruas. Seguindo essa linha, a cidade de
Xiamen inaugurou a primeira ciclovia elevada do país, com oito quilômetros de extensão.
O equipamento apresenta 13 conexões com o transporte público ao longo do trajeto e
a expectativa é de que 3,5 milhões de pessoas utilizem a ciclovia entre 6h30 e 22h30.

Roupa especial para a


terceira idade
Com o envelhecimento crescente da população, a indústria vem
desenvolvendo produtos para essa população há muitos anos.
Uma das apostas é uma roupa especial que promete estimular a
força do usuário, ao mesmo tempo em que o mantém confortável.
A vestimenta é equipada com o equivalente a “músculos elétricos”
na altura das articulações, que realizam contrações semelhantes ao
funcionamento do corpo. Os “músculos” são ativados por meio de
um software que rastreia os movimentos do usuário. Por enquanto,
o produto estará disponível apenas no Reino Unido, Estados
Unidos e Japão e depois deve chegar a outras localidades.

24 CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018


TECNOLOGIA

Minicarros
elétricos
Uma empresa canadense criou um carro
de espaço reduzido (dois lugares) que não
emite poluição e ocupa menos espaço nos
estacionamentos e nas ruas. Batizado de Solo, o
veículo elétrico possui três rodas e lembra uma
motocicleta. Seu motor fica na roda traseira e
a velocidade máxima que ele atinge é de 130
km/ h, com autonomia de 161 km. Seu preço
é de US $ 15.500 nos Estados Unidos.

Pivô movido a energia solar


Uma empresa brasileira desenvolveu um pivô para irrigação que funciona 24 horas por
meio de energia gerada por painéis fotovoltaicos. A invenção economiza energia elétrica
e foi desenvolvida por engenheiros da própria empresa. A novidade, apresentada na
Agrishow de Ribeirão Preto (São Paulo), será instalada em fazendas do Mato Grosso.

Carro voador
O ex-dançarino Kyxz Mendiola realizou o sonho
de construir seu próprio carro voador, batizado
de Koncepto Milenya. O veículo segue o modelo
multicóptero, com 16 hélices semelhante às
encontradas em drones comerciais e é capaz de
elevar-se seis metros no ar, voando a uma velocidade
máxima de 60 km/h. A sua primeira viagem durou
apenas dez minutos, de sua casa para o centro de
Manila, capital das Filipinas. Para passar o Koncepto
Milenya para a produção em série, o inventor já
tem o apoio técnico de uma firma australiana
especializada em veículos ecológicos, a Star8.

CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018 25


#TECNOLOGIA

26 CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018


TECNOLOGIA

OS DESAFIOS DA

Foto: Thinkstock Photos


INDÚSTRIA 4.0
Engenheiros precisam se capacitar para
atender às demandas de uma indústria
mais flexível e eficiente

CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018 27


#TECNOLOGIA

A
quarta revolução industrial (chamada de indústria 4.0) traz mudanças
profundas nos processos de manufatura, englobando várias inovações
tecnológicas a partir da internet das coisas. Entre essas tecnologias
destacam-se a virtualização dos processos, realidade aumentada,
comunicação máquina-máquina, robótica autônoma e inteligência
computacional. A tendência é que as etapas de produção se tornem cada vez mais
eficientes, autônomas e personalizadas, exigindo do profissional de Engenharia
novas competências e habilidades.

Lara Rego Sorensen, engenheira eletricista e ge- (ruptura dos padrões estabelecidos) com a intro-
rente da área de mercado e automação elétrica do dução dessas novas tecnologias, importantes para
Senai Cimatec, em Salvador, acredita que as mudan- aumentar a produtividade e o controle sobre todas
ças estão levando a indústria e os serviços para um as etapas do processo produtivo. Esse controle pas-
outro patamar, mais ágil e autônomo. “Basicamente sa a se estender a todo o ciclo de vida dos produtos,
é uma indústria mais flexível e eficiente, onde as já que estes também ganham a capacidade de
máquinas se comunicam e a inteligência artificial interagir com o usuário, o ambiente e o fabricante.
é usada para a tomada de decisões.” “Produtos conectados ensejam novas experiências
A engenheira, que possui Mestrado pelo ITA de uso, informam sobre sua saúde e orientam com
(Instituto Tecnológico de Aeronáutica), destaca dados para seu aperfeiçoamento e desenvolvimento
que a indústria 4.0 traz uma mudança disruptiva de novos produtos e serviços.”

Basicamente é uma indústria


mais flexível e eficiente, onde
as máquinas se comunicam e
a inteligência artificial é usada
para a tomada de decisões
Lara Rego Sorensen,
engenheira eletricista

28 CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018


Foto: Adelmo Borges TECNOLOGIA

Lara Rego Sorensen, engenheira eletricista e gerente da área de mercado e automação elétrica do Senai Cimatec

O conceito de indústria 4.0 foi cunha- rativos, criados para atuar junto com o uma inteligência vai interpretar esses
do em 2011, na Feira de Hannover, na ser humano e até a aprender com ele.” dados. O interessante é que as próprias
Alemanha, e se espalhou pelo mun- A gerente do Senai Cimatec destaca máquinas podem aprender com esse
do. Nos Estados Unidos é chamada de que, como já vem acontecendo desde processo e tomar decisões de forma
Advanced Manufacturing (manufatura as primeiras iniciativas em automação, autônoma.
avançada), mas o princípio é o mesmo.
há uma diminuição nos postos de tra-
Lara acredita que, mesmo com toda a
tecnologia envolvida nesse processo,
balho no chão de fábrica, entretanto, Capacitação e
os engenheiros que projetam os siste-
a presença humana continua sendo mas, gerenciam sistemas complexos, apoio à indústria
indispensável, porém o perfil exigido criam novos produtos e soluções e vão
do profissional é outro. Os processos O Senai Cimatec começou a atuar na
se tornar cada vez mais importantes. capacitação e orientação para a indús-
repetitivos, que não exigem raciocínio
“Os profissionais precisam se atualizar, tria 4.0 em 2012 por meio de projetos
do operador, são substituídos por ro-
pois a velocidade das mudanças é muito de inovação e na formação de pessoal
bôs ou tecnologias que executem essa
grande e rapidamente o conhecimento qualificado para esta nova configuração.
função. “O ser humano continua sendo
fica defasado”. Como o papel da instituição é apoiar a
necessário para modelar os sistemas,
para participar na tomada de decisões, Um exemplo simples de aplicação de indústria no seu processo de moderniza-
para criar e inovar”, destaca a engenhei- tecnologia da indústria 4.0 é a inter- ção, ela forma pessoal qualificado, desde
ra, acrescentando que antigamente o net das coisas: são instalados sensores os cursos técnicos até a pós-graduação.
robô era limitado, não podia trabalhar em máquinas e equipamentos e dados O Senai Cimatec possui um MBA em
junto com o homem, devido ao risco de passam a ser coletados. Os sensores se manufaturas avançadas e mestrados
colisão. “Agora, já existem robôs colabo- comunicam entre si em redes e depois e doutorados na área tecnológica.
CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018 29
#TECNOLOGIA

Tem ainda um laboratório voltado es-


pecificamente para essa nova indústria,
Antes essa operação dependia de
logo na entrada do prédio. várias pessoas e agora pode ser feita
A unidade é usada para treinamento,
mas também para desenvolver projetos. remotamente e por um único profissional.
Possui uma célula flexível com várias
estações, com impressora 3D, robôs Isso traz redução de custo e agilidade
e equipamentos de última geração. Lara Rego Sorensen, engenheira eletricista
Tudo isso para testar aplicações para
a indústria. Lara enfatiza que uma empresa que pessoa que vai carregar um celular no
Uma equipe do Senai Cimatec pode faz uso de realidade aumentada para computador que pode estar infecta-
também ir até a empresa que quer se assistir operações de manutenção, por do por vírus. Isso pode comprometer
modernizar, avaliar o estágio atual e exemplo, já está se inserindo nesse novo toda rede. “Não é porque a rede está
sugerir uma estratégia de migração modelo de produção. “Antes essa opera- fora da nuvem que o sistema é seguro”,
para a indústria 4.0. A gerente do Senai ção dependia de várias pessoas e agora lembra ela.
Cimatec lembra que a unidade execu- pode ser feita remotamente e por um Por enquanto, poucas empresas na
ta projetos de inovação sob demanda. único profissional. Isso traz redução de Bahia usam essas novas tecnologias,
“Digamos que determinada empresa custo e agilidade.” mas o Senai possui diversos projetos
precise de uma solução que ainda não Um dos pilares da indústria 4.0 é a de inovação voltados para a indústria
existe no mercado. Podemos desenvol- segurança cibernética. Quando os dis- 4.0. “Alguns empresários na Bahia estão
ver um projeto para aquela realidade.” positivos começam a se conectar, isso buscando se adaptar, tanto que temos
Para os empresários do ramo industrial pode trazer vulnerabilidade ao sistema. recebido muitas demandas de pessoas
que pensam em passar para esse novo “É importante que quando a rede de co- querendo entender o processo e saber
patamar tecnológico, Lara lembra que a municação passe a se comunicar com a como iniciar nessa jornada.” Lara fi-
transformação não precisa ser radical. “A de TI, a empresa tenha dispositivos que naliza dizendo que esse processo de
empresa pode começar por uma célula, blindem o sistema. Aqui no laboratório, mudança está começando no mundo
instalando alguns sensores, e depois vai inclusive, fazemos simulações dessas todo. “Há então uma excelente oportu-
evoluindo de forma gradual, podendo invasões”, destaca Lara, lembrando que nidade para a nossa indústria alcançar
até agregar inteligência virtual”, ressalta o monitoramento deve ser constante. e até ultrapassar a concorrência usando
a gerente. Ela dá um exemplo simples de uma a agilidade e criatividade brasileiras.”

30 CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018


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CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018 31


#TECNOLOGIA

Foto: Adelmo Borges


Empresa incubada faz
Túlio Cervilho, Luan Saldanha e
Waldemar Medeiros, sócios da
4iEngenharia

projetos inovadores
A
indústria 4.0 já é uma realidade Waldemar informa que além de desen- O engenheiro acredita que a indústria
nos Estados Unidos e alguns volver projetos inovadores, a empresa tem agora um nível de entendimento
países da Europa e Ásia. Aqui é a única no Nordeste que representa maior das necessidades do consumidor
no Brasil existem somente alguns es- um dos mais requisitados softwares de e pode entregar o produto que ele de-
forços nesse sentido. Na Bahia não é Engenharia para a indústria 4.0, o Solid seja. Óculos, por exemplo, podem ser
diferente. Algumas companhias, como Works. O engenheiro explica que o estilo totalmente customizados pelo clien-
a Deten Química, já estão migrando de consumo tem mudado muito nos úl- te por meio do site do fabricante, que
para sistemas mais inteligentes e timos anos e isso impacta diretamente precisa adaptar sua linha de produção
eficientes. Existem ainda empresas para entregar o produto. E não estamos
no modo de produção da indústria, que
que desenvolvem projetos de inova- falando apenas da cor e modelo, mas o
precisa fazer mercadorias customizadas
ção para as indústrias que desejam site pode permitir que o cliente coloque
e não mais em escala.
otimizar seus processos com o uso óculos virtualmente no rosto (por meio
das novas tecnologias. A 4iEngenha- “A ideia por trás dessa nova indústria é de realidade virtual) e decidir se ficou
ria, que fica no Parque Tecnológico integrar os sistemas para permitir que bom ou não. Só nesse exemplo, estão
da Bahia, em Salvador, é uma des- a produção seja flexível, atendendo a envolvidos vários aspectos da indústria
sas empresas. Finalista da primeira um mercado em constante mutação”, 4.0. como customização, realidade au-
edição do Prêmio Arlindo Fragoso, destaca Waldemar, reforçando que a mentada e virtualização.
promovido pelo Crea-BA, tem quatro indústria 4.0 incorpora tecnologias que Mas para não ter prejuízo, a indústria
sócios, todos formados em Engenharia já existiam, só que agora são integradas, precisa fazer a integração e investir em
Mecânica: Waldemar Medeiros, como a virtualização, a simulação, a infraestrutura para que a fábrica tenha
Túlio Cervilho, Luan Saldanha e impressão em 3D, a internet das coisas, a flexibilidade necessária para atender
Bernardo Bastos. Big Data e realidade aumentada. à demanda.
32 CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018
TECNOLOGIA

Depois da virtualização, podemos, com


óculos de realidade aumentada, entrar
na peça e identificar o componente que
precisa de manutenção ou reparo
Waldemar Medeiros, engenheiro mecânico

Início pode ser podemos, com óculos de realidade au-


mentada, entrar na peça e identificar
cidade, a tendência é termos unidades
menores, que se comunicam entre si,
gradual o componente que precisa de manu- produzindo de acordo com as necessi-
tenção ou reparo”, destaca Waldemar. dades regionais e organizando os supri-
Waldemar lembra que a indústria não
Em relação ao preço desse tipo de so- mentos de acordo com essa demanda”,
precisa ser totalmente 4.0 para poder
lução, o engenheiro mecânico ressalta diz Waldemar, acrescentando que não
usufruir dos benefícios das novas tec-
que uma empresa não precisa virtuali- existem soluções prontas, mas arranjos
nologias. Uma fábrica tradicional, cujos
equipamentos estejam armazenados zar e transformar em 3D todas as suas tecnológicos de acordo com a demanda
em arquivo de papel, todo em 2D, pode máquinas. Inicialmente ela pode fazer de cada segmento.
virtualizá-los, passando para o contexto com os equipamentos mais críticos. O consumidor mudou, a tecnologia evo-
tridimensional, armazenando os dados “Fazemos uma análise junto com o luiu e o processo de produção tem ten-
na nuvem ou em um servidor. cliente para que ele mesmo veja se o tado acompanhar todo esse processo. O
Isso permite um acesso integral aos retorno justifica o investimento”, garan- engenheiro talvez seja um dos elemen-
equipamentos, garantindo uma tomada te outro sócio da empresa, Túlio Cervino. tos mais importantes nessa cadeia, pois
de decisão mais assertiva em relação à O conceito envolvido na indústria 4.0 é é quem vai pensar as soluções e usar
manutenção e eventuais problemas de flexibilização e distribuição. “Em vez de as ferramentas tecnológicas adequadas
desempenho. “Depois da virtualização, uma fábrica grande, localizada em uma para atingir os objetivos estabelecidos.
Foto: Allison Okamura

CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018 33


#TECNOLOGIA

Indústria química usa sensores


para monitorar equipamentos
A
Deten Química S.A., localiza- de manutenção preventiva. Sensores
da no Polo Petroquímico de instalados nos equipamentos estarão
Camaçari, já está implementan- monitorando a temperatura, desempe-
do processos típicos da Indústria 4.0. nho, eficiência e outras variáveis. Esses
As modificações começaram em 2016, dados serão enviados para a nuvem
segundo informa o diretor-geral, enge- e de lá trabalhados em uma machi-
nheiro químico José Luís Gonçalves de ne learning (inteligência artificial que
Almeida. Ele explica que a transforma- identifica padrões e toma decisões sem
ção digital na empresa está aconte- a intervenção humana). e com isso não será preciso pagar hora
cendo em cinco dimensões: tecnolo- extra, pois será evitada uma eventual
“O algoritmo vai me dizer, com um de-
gia; cultura e comportamento; com- parada intempestiva do equipamento.”
terminado grau de precisão, quando
petências técnicas e administrativas; esse equipamento vai quebrar”, destaca Como a indústria trabalha 24 horas por
modificação nos processos internos e dia, durante todo o ano, a economia na
José Luís, acrescentando que com isso
capacidade adaptativa. manutenção é significativa. “A ideia
se espera ter uma economia importante
é colocar sensores em todos os equi-
Principal fabricante nacional de LAB em peças de reposição e uma dimi- pamentos críticos”, ressalta o diretor,
(Linear Alquilbenzeno) e LAS (Ácido nuição de estoque, comprando apenas enfatizando que em um futuro próximo
Linear Alquilbenzeno Sulfônico), ma- quando necessário. “Posso programar a empresa terá uma rede interna indus-
térias-primas usadas para detergentes uma equipe de manutenção para traba- trial que vai coletar as informações de
biodegradáveis, a Deten Química S.A. lhar no equipamento monitorado uma todos os sensores, 24 horas por dia, e
desenvolve um projeto piloto na área semana antes de acontecer o problema mandar para a nuvem.
Foto: divulgação

34 CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018


TECNOLOGIA

Fo
to
s:
A

Transformação dos recolhe a mostra e coloca o resultado

de
lm
oB
no sistema. Com isso, os analistas pas-

org
analistas

es
saram para um outro patamar, com
noções de rede, linguagem de máquina
A indústria química precisa analisar o
e automação, além de calibrar os equi-
tempo todo o que está sendo produzido.
pamentos.
Em uma planta convencional, o analis-
ta vai na área, pega uma mostra, leva “Estamos desenvolvendo sensores que
para o laboratório, faz análise, coloca fazem a análise em segundos, utilizando
no computador e depois de um tempo inteligência artificial para minimizar os
o resultado é disponibilizado. erros”, ressalta José Luís, lembrando que
assim o tempo de espera do resultado
Na Deten Química S.A, tudo é feito au-
diminui significativamente.
tomaticamente. O próprio equipamento
Outra novidade nessa área é o contrato José Luís Gonçalves de Almeida,
que se pretende realizar com o Senai diretor-geral da Deten
Cimatec, para o desenvolvimento de
uma espécie de jogo, cujo elemento vai precisar ir à biblioteca pegar a planta em
principal é a operação da planta. Os 2D; todos os dados estarão disponíveis virtual-
operadores da Deten Química S.A. vão mente”, ressalta José Luís.
treinar nesse jogo, que terá fases difíceis Outras dimensões
e bônus, como qualquer aplicativo desse Além desses aspectos ligados à indústria 4.0,
gênero. “Eles irão aprender jogando”, a empresa desenvolve outras dimensões em
destaca o execultivo, acrescentando que paralelo. Uma delas é adaptar as pessoas às
a premiação final será a realização de novas tecnologias. “Vamos ter que trabalhar
requisitos internos de treinamento que em equipes, aprender a ouvir o outro. Estamos
possibilitará a sua promoção. Os colabo- utilizando profissionais e empresas especializa-
radores irão se deparar com situações das, com psicólogos para ajudar nesse sentido.”
reais de uma planta industrial, como A ideia é que os funcionários estejam adapta-
a falta de energia, e buscar soluções. dos para trabalhar em uma empresa conso-
Existe um projeto também de se tra- nante com as tecnologias de 2030.
balhar com realidade aumentada. “A Outro pilar são as competências. A intenção é
ideia é que possamos entrar na planta que os engenheiros e técnicos de nível médio
com óculos de realidade virtual. Dessa sejam capazes de dialogar com fornecedo-
forma, o engenheiro toca no equipa- res de alta tecnologia. “Estamos promovendo
mento e tem acesso à folha de dados, um curso para o pessoal entender a base da
todo o histórico de manutenção e suas Inteligência artificial, em três módulos.”
especificações.” Esse sistema vai estar O executivo acredita que essas mudanças apro-
interligado a diversos bancos de dados ximam cada vez mais a empresa da indústria
da companhia, (manutenção, engenha- 4.0, aumentando a produtividade e tornando
ria, segurança, etc.). “O engenheiro não os processos mais seguros.
CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018 35
#SALÁRIO MÍNIMO PROFISSIONAL

ENGENHEIROS QUE
TRABALHAM REGIDOS PELA
CLT TÊM DIREITO AO SALÁRIO
MÍNIMO PROFISSIONAL
Sindicato recebe denúncia anônima de
profissionais que recebem abaixo do piso

36 CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018


SALÁRIO MÍNIMO PROFISSIONAL

T
Fo
to
:F
odos os engenheiros  empregados  que atuam em i

se
ng
e
empresas públicas regidas pela CLT (Consolidação das
Leis Trabalhistas) ou da iniciativa privada têm direito
ao Salário Mínimo Profissional (SMP), que é de seis
salários mínimos para seis horas diárias. Somente os
profissionais que atuam no serviço público em regime jurídico
único não se enquadram na lei.

Ubiratan Félix,
presidente do sindicato
dos engenheiros

CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018 37


#SALÁRIO MÍNIMO PROFISSIONAL

colocam na licitação o valor da mão de


obra técnica abaixo do piso. Isso gera
um passivo e o sindicato atua para evi-
tar essas distorções. “A empresa tem
que negociar com o poder público um
valor para pagar os profissionais de
acordo com a legislação vigente”, en-
fatiza Ubiratan Félix.  
A prefeitura de Salvador, graças a uma
ação do sindicato, resolveu a questão, dan-
do um complemento salarial como grati-
ficação. Hoje nenhum engenheiro no ser-
viço municipal ganha menos que o SMP.

Rescisão no
sindicato
Muitas vezes o Senge-BA só fica sa-
bendo que uma empresa paga abaixo
do SMP quando ocorre a demissão e o
profissional vai homologar a rescisão no
Foto: Freepik sindicato. “Na qualidade de substituto
processual, entramos com uma ação

As atribuições profissionais coletiva para que a empresa obedeça a


lei”, ressalta o advogado, lembrando que
é que caracterizam se ele é o profissional não precisa ser filiado ao
sindicato para fazer a denúncia.
engenheiro e não a nomenclatura Pedro Ferreira dá o exemplo da Embasa,
Ubiratan Félix, presidente do onde apenas metade dos profissionais
sindicato dos engenheiros ganha o SMP. “Entramos com uma ação
em 2014 pedindo que todos fossem
Caso o engenheiro não esteja recebendo feita uma consulta antes da abertura contemplados e ganhamos. Já esta-
o piso, ele pode entrar em contato com de um processo contra a empresa.  Ele mos no início da execução da sentença”,
o sindicato, pelo site ou por telefone, e dá o exemplo de uma companhia de lembra o advogado, ressaltando que a
fazer a denúncia, que pode ser anônima. telefonia em Salvador que declarou, ação tem efeito retroativo de cinco anos
Além do Senge-BA, o profissional pode após ser questionada pelo sindicato, que e envolve, inclusive, ex-funcionários e
procurar o Crea-BA, que encaminha a não tinha engenheiro, apenas analista aposentados.
reclamação ao sindicato. de planejamento. “Uma forma clara de
De acordo com o presidente do sindicato burlar a legislação”, ressalta. Fot
o:
Ad
el m
oB
dos engenheiros, Ubiratan Félix (mais O sindicato, então, entrou com uma
or

ação na Justiça para que a empresa


ge

conhecido como Bira), um dos artifícios


s

que as empresas privadas usam para reconhecesse todos os engenheiros do


burlar a lei é não contratar o profissional quadro e pagasse o SMP.
como engenheiro, mas como técnico Nas prefeituras, o Senge-BA faz um tra-
em planejamento ou analista técnico. balho de convencimento para o prefeito
“As atribuições profissionais é que ca- pagar o SMP. “Algumas têm apenas um
racterizam se ele é engenheiro e não a ou dois engenheiros e não justifica não
nomenclatura”, ressalta Ubiratan Félix, pagar o piso mínimo”, ressalta Ubiratan
acrescentando que o sindicato recebe Félix, acrescentando que a entidade
muitas demandas de trabalhadores manda cartas para as prefeituras ex-
buscando informações sobre o assunto. plicando a lei.
O assessor jurídico do sindicato, Pedro Existe outra situação envolvendo em-
Ferreira, ressalta, entretanto, que é presas que trabalham para o Estado e Pedro Ferreira, advogado do Senge
38 CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018
SALÁRIO MÍNIMO PROFISSIONAL

Nesse ponto, o presidente do Senge res- As horas que extrapolam esse período
salta a importância do apoio do Crea-BA na
localização dos profissionais. Isso porque
passaram a ser motivo de polêmica a
partir da Constituição de 1988, que es-
Lei é fruto da
muitas vezes a empresa não apresenta tabelece, no artigo 7, que os vencimen- mobilização
todos os engenheiros do quadro, omitindo tos não podem ser pagos em número
não só quem está na ativa, mas também de salários mínimos. No próprio artigo, da categoria
aposentados e demitidos e o sindicato tem porém, existe um parágrafo que fala da Inspirada pelo engenheiro
dificuldade de localizar estes profissionais. possibilidade de se pagar a partir de
e político brasileiro Rubens
O advogado do sindicato lembra que a pisos salariais.
Paiva, a Lei 4.950-A de
Embasa já deveria ter fornecido a relação Como o salário mínimo sempre teve um
desde maio, quando o sindicato ganhou a 1966, que instituiu o Salário
reajuste menor que vencimento da maio-
ação. “Estamos tentando formar a base de Mínimo Profissional, é de au-
ria das categorias, para o empregador era
cálculo e não conseguimos ainda.” toria do então deputado e
conveniente reajustar pela lei de 1966.
Outro caso parecido aconteceu com uma advogado Almino Affonso.
Com a chegada de Lula à presidência, em
ação ganha pelo sindicato contra a Coelba. 2002, a política mudou e o salário mínimo Foi aprovada pelo Congresso
Houve muita dificuldade de localizar as passou a ser reajustado acima da infla- Nacional em 1966, quando
pessoas que tinham direito a receber os ção. Os empregadores passaram então a o presidente era Castelo
valores. Como a ação durou 27 anos, o en- questionar a lei e essa discussão chegou Branco, que vetou a lei. As
dereço e o telefone de muitos beneficiários ao Judiciário. entidades de Engenharia e
estavam defasados. “Levamos dois anos
O Tribunal Superior do Trabalho (TST), dos engenheiros brasileiros
para pagar a ação ao último beneficiado”,
por meio de um entendimento pacificado, então se mobilizaram para
recorda Ubiratan Félix.
criou uma solução, aceita pelo Supremo pressionar os parlamenta-
O presidente do sindicato destaca que é
Tribunal Federal (STF). Ficou estabelecido res e conseguiram derrubar o
comum o profissional, mesmo depois de
que as empresas devem pagar o SMP na veto presidencial. Em 1969, o
desligado de uma empresa, ter medo de
admissão, mas está vedada a indexação Senado validou a lei, excluin-
entrar com uma ação por receio de ficar
dos reajustes com base no salário mínimo. do apenas o setor público.
marcado. “Essas pessoas precisam nos
Na prática, a remuneração inicial é de seis
procurar, mesmo de forma anônima”, diz A lei estabelece o piso sala-
salários mínimos por seis horas e mais
Ubiratan Félix. rial para engenheiros, agrô-
25% de hora adicional e os reajustes de-
verão ser respeitar os índices da categoria nomos, geólogos e demais
Cálculo do Salário predominante do empregado. Por exem- modalidades profissionais
de nível superior regulamen-
Mínimo Profissional plo: o índice do engenheiro civil será es-
tabelecido pelo Sintracom (Sindicato dos tados pelo Conselho Federal
A Lei estabelece que o SMP é de seis sa- Trabalhadores na Indústria da Construção de Engenharia e Agronomia.
lários mínimos para seis horas diárias. e da Madeira da Bahia).

PERGUNTAS FREQUENTES
A Lei se aplica aos profissionais do setor público e do privado?
Sim, desde que contratados sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). São os chamados celetis-
tas. Em casos de descumprimento, os trabalhadores devem procurar o sindicato. A legislação não se aplica aos
empregados da administração pública contratados pelo Regime Jurídico Único.
No cálculo do SMP entram as gratificações?
Não. A Lei estabelece apenas o mínimo a ser pago, sem levar em conta comissões, gratificações e adicionais.
O Salário Mínimo Profissional vale para jornada de trabalho inferior a seis horas diárias?
Sim. A Lei não prevê piso para jornadas inferiores a seis horas. No entanto, entende-se que o piso previsto pela Lei é
para jornadas de trabalho de até seis horas. As que extrapolarem esse limite sofrerão o acréscimo definido pela lei.
Quais são os órgãos responsáveis pela fiscalização do cumprimento do SMP?
Além do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE), cabe aos Creas fiscalizarem o cumprimento do SMP. Essa
determinação está disposta na Resolução nº 397 do Confea, de 11 de agosto de 1995.
Fonte: Fisenge
CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018 39
SALÁRIO MÍNIMO PROFISSIONAL:
O PAPEL DE CADA UM
1. GOVERNO (MINISTÉRIO DO TRABALHO E Ou seja, não cabe aos Conselhos exercer a fiscalização sobre outras
EMPREGO - MTE) entidades de direito público, sejam elas federais, estaduais ou municipais.
Portanto, os Conselhos não são parte de ações de cumprimento do Salário
Cabe ao MTE, por meio de suas Delegacias Regionais do Trabalho, fiscalizar Mínimo Profissional que tramitam na esfera do Direito Trabalhista.
o cumprimento da legislação trabalhista por parte das empresas, cabendo
autuação e multa, caso elas não estejam cumprindo a lei. No caso da A fiscalização exercida pelos Creas encontra-se, desta forma, limitada pelos
fiscalização do cumprimento do SMP, é importante que, se possível, seja condicionantes acima expostos, e tem por norma de conduta a Resolução
solicitada ou feita a denúncia do seu descumprimento, preferencialmente, do Confea 397/95. Desta forma, os Conselhos podem colaborar com as
pelo sindicato da respectiva categoria profissional. Isso poderá conferir entidades sindicais e profissionais, sendo mais um fator importante para
maior poder de pressão sobre o empregador em questão. garantir o cumprimento do Salário Mínimo Profissional.

2. SINDICATOS E FEDERAÇÕES SINDICAIS: 5. MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO:


Cabe aos sindicatos: O Ministério Público do Trabalho é um órgão do Ministério Público
da União, composto por Procuradores que atuam no cumprimento e
a) Defender os direitos e interesses individuais e coletivos da categoria observância das leis trabalhistas, defendendo os direitos e interesses
representada, inclusive em questões judiciais e administrativas, individuais, coletivos e difusos dos trabalhadores.
especialmente no que diz respeito às relações de trabalho;
Uma das suas atribuições é exigir o cumprimento das leis trabalhistas
b) Representar judicial ou extrajudicialmente os interesses individuais por parte de empregados e empregadores. Neste sentido, o MPT pode ser
e coletivos da categoria, podendo atuar, inclusive, como substituto acionado para atuar como árbitro ou mediador na questão do piso salarial,
processual de seus representados; quando não observado pelas empresas, ou, ainda, caso entenda cabível,
c) Promover e participar das Negociações Coletivas de Trabalho, poderá ajuizar ação
com vistas à celebração de Convenções, de Acordos e de Contratos judicial na Justiça
Coletivos de Trabalho, podendo suscitar Dissídio Coletivo de Trabalho do Trabalho,
e Protestos Judiciais; a fim de que
a lei seja
d) Propiciar a organização da categoria e a ampliação da sua atuação; cumprida.
e) Promover a solidariedade entre seus representados e destes com as
demais categorias de trabalhadores.
No que diz respeito ao salário mínimo profissional, sendo ele definido
em lei e, por isso se constituindo num direito dos profissionais, cabe aos
sindicatos defender o cumprimento da lei do salário mínimo profissional,
utilizando-se de todos os recursos judiciais e extrajudiciais, de forma
individual ou coletiva, para exigir o cumprimento da lei, por parte dos
empregadores.

3. ENTIDADES ASSOCIATIVAS NÃO SINDICAIS:


Ainda que estas entidades não tenham atribuições legais para agirem
como partes em ações na Justiça Trabalhista, representando os seus
associados, estas podem, a exemplo dos Conselhos, atuar em apoio
aos sindicatos e federações sindicais, promovendo ações unitárias que
apontam no sentido do fortalecimento da luta pelo cumprimento
da Lei 4.950-A/66.

4. CONSELHOS PROFISSIONAIS:
Entre outras atribuições, compete aos Creas fiscalizar o cumprimento
do Salário Mínimo Profissional, através das leis 5.194/66 e 4.950-A/66.
O não-cumprimento da legislação sobre o Salário Mínimo Profissional,
e outras, importa em auto de infração, seguido de multa. As multas
estipuladas pelo Confea são aplicáveis às penalidades impostas pelos Creas.
A atuação dos Conselhos se dá na defesa do Direito Administrativo, sendo
limitada pelo Parecer L-38/74 da Consultoria Geral da República, que diz
que o Estado é inimputável.

40 CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018


SALÁRIO MÍNIMO PROFISSIONAL

Multa por descumprimento


da lei é de R$ 657,00
por empregado Juvenal Neiva, procurador
chefe do Crea-BA

O
Procurador-chefe do Crea-BA, O presidente do Crea-BA, engenheiro “Os prefeitos têm que entender que
Juvenal Neiva, lembra que civil e professor da Ufba Luís Edmundo engenheiros qualificados ganhando o
compete ao Conselho fiscali- Prado de Campos, destaca que o Salário piso darão retorno ao município.”
zar o cumprimento do Salário Mínimo Mínimo Profissional é uma conquista Em relação aos engenheiros que es-
Profissional. Caso as empresas não que os engenheiros devem lutar para colhem a carreira de professor, Luís
cumpram o que determina a Lei 4.950- preservar. Ele lembra que algumas pre- Edmundo esclarece que as instituições
A, de 22 de abril de 1966, cabe ao Crea feituras do interior da Bahia não pagam de nível superior têm uma tabela de
autuar e multá-las. Atualmente a multa o piso. Algumas delas chegam a anun- pagamento, que remunera por categoria
é de R$ 657,00, sendo que esse valor é ciar uma remuneração de apenas R$ de professor e não por profissão. Nesse
por empregado que não recebe o SMP. 1.500,00 para um engenheiro. caso, portanto, elas não são obrigadas a
Juvenal destaca que o Crea-BA tem Luís Edmundo acha isso um desrespeito pagar o SMP aos funcionários formados
recebido denúncias de engenheiros que com um profissional de nível superior. em Engenharia.
acusam algumas prefeituras baianas
de não cumprirem a legislação e abrem
concurso oferecendo rendimentos abai- Os prefeitos têm que entender que
xo do SMP. Nesses casos, o Crea-BA
encaminha um ofício para o órgão que
engenheiros qualificados ganhando o
está realizando o concurso e esclarece
a legislação.
piso darão retorno ao município
Luís Edmundo Prado de Campos,
presidente do Crea-BA

CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018 41


#LEGISLATIVO

ENGENHEIROS NO
LEGISLATIVO
Parlamentares baianos com formação
em Engenharia falam o que pretendem
fazer pelo setor

P
assadas as eleições, é tempo de avaliar as propostas de
deputados e senadores que se elegeram. A Revista do
Crea-BA ouviu parlamentares eleitos ou reeleitos para a
próxima legislatura que têm formação em alguma área
de Engenharia para saber qual o compromisso de cada
um deles com o setor. Foi feita uma mesma pergunta a todos:
“Qual o seu compromisso com a área tecnológica e o que pretende
fazer pelo setor, considerando a sua formação?”
Maria Del Carmen – deputada
Até o fechamento desta edição, quatro parlamentares enviaram suas respostas, estadual, engenheira civil
que podem ser conferidas a seguir:
O meu compromisso com a Engenharia
é continuar mantendo e buscando o
fortalecimento desta área que é tão
importante para o desenvolvimento
do país. Sou presidente da Comissão
Especial de Desenvolvimento Urbano
da Assembleia Legislativa da Bahia,
criada por meio de meu mandato na
Casa Legislativa, com forte apoio de mo-
vimentos sociais e entidades técnicas.
A CEDUrb é um espaço de discussão,
elaboração e fiscalização da política
urbana e metropolitana no estado da
Bahia. Além de integrar fóruns e con-
selhos, somada às ações legislativas, a
Comissão atua na promoção de debates,
na mediação de conflitos entre socie-
dade civil e Estado, presta assessoria
técnica a movimentos sociais e comu-
nidades em situação de vulnerabilida-
de. Enquanto engenheira e deputada
42 CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018
LEGISLATIVO

estadual, eu trabalho para garantir a


existência da Frente Parlamentar em
Defesa da Engenharia e das áreas tec-
nológicas na Assembleia. A Frente serve
como um elemento de articulação entre
o Legislativo e os órgãos que represen-
tam a Engenharia e as áreas de ciência
e tecnologia na Bahia. O meu papel é
utilizar o mandato como instrumento de
luta para o desenvolvimento desta área,
incluindo o trabalho para a aplicação de
mais recursos e orçamentos do Estado
para o desenvolvimento tecnológico.

Eduardo Salles – deputado


estadual, engenheiro
agrônomo

do mundo, no sentido de podermos Marcelo Nilo – deputado


avançar em todas as condições que federal, engenheiro civil
apareçam para promover o avanço da
tecnologia no setor agropecuário.

Josias Gomes – deputado


federal, engenheiro agrônomo

Sem dúvida, a questão tecnológica


é pauta permanente dentro do setor
agropecuário. Eu, enquanto engenheiro
agrônomo, com mestrado e, agora, fa-
zendo doutorado, tenho compromisso Fui eleito deputado federal para a pró-
com o setor agropecuário. Sou presi- xima legislatura. Chegando em Brasília,
dente da Comissão de Agricultura da minha prioridade será tratar de assun-
Assembleia Legislativa do Estado da tos ligados à estrutura hídrica, no que
Bahia, fui Secretário de Agricultura Sempre atuei na Comissão de diz respeito ao abastecimento de água
durante seis anos, e nós temos traba- Agricultura da Câmara e o mandato e ao esgotamento sanitário. Grande
lhado isso, inclusive, em parcerias com sempre esteve muito voltado para ques- parte do território da Bahia pertence
diversos outros países, para buscar para tões relacionadas ao setor da Bahia. Na ao semiárido. Então, você encontra, a
o nosso estado o que há de novo em ter- última legislatura, eu não estava na 30 km ou 40 km de distância do Rio
mos tecnológicos. O meu compromisso Câmara, pois ocupei uma Secretaria São Francisco, pessoas passando sede
é constante e acho que a dinâmica hoje de Estado. Mas, no meu retorno, irei e fome. É inaceitável e inacreditável
do mundo não permite que a gente voltar a atuar e favor do setor, tratando que, em um país como o nosso, não se
possa parar de avançar na tecnologia, de um lado de questões relacionadas procure construir adutoras e desen-
para poder ter competitividade dentro à agricultura familiar e, do outro, de volver sistemas de abastecimento de
do mundo atual. Esse é o meu objetivo assuntos relacionados à agricultura água e de esgotamento sanitário, es-
e eu estarei lutando na Assembleia para empresarial. O mandato continuará à pecialmente em áreas que sofrem com
aprimorar as leis, para estarmos sempre disposição para contribuir com o avanço essa situação.
alinhados com o Brasil e com o resto do setor agropecuário.
CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018 43
#GÁS NATURAL Foto: Luciano Belford

44 CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018


GÁS NATURAL

DEMANDA PELO GÁS


NATURAL VEICULAR
CRESCE 12% EM UM ANO
Câmara Especializada de Engenharia
Mecânica do Crea-BA atualiza resolução
sobre atribuições dos profissionais do setor

A
instalação do kit de Gás Natural Veicular (GNV) está em alta no Brasil.
Mesmo após a greve dos caminhoneiros, quando a falta de gasolina
e etanol nos postos fez os motoristas buscarem a alternativa do gás,
o setor continuou aquecido. A Associação Brasileira das Empresas
Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) projeta um crescimento
de 12% este ano em relação a 2017. No ano passado, foram realizadas 127 mil
conversões para GNV no Brasil.

Nesse sentido, a atividade surge como Nacional de Metrologia, Qualidade e de. Ele explica que um cilindro de GNV
uma oportunidade para os engenhei- Tecnologia). Essa determinação, por opera com 200 kg/cm² de pressão e o
ros mecânicos, únicos profissionais sua vez, é baseada na Resolução 458, equipamento precisa ser testado hi-
habilitados a responder pelas ativi- de 2001, do Confea, que dispõe sobre drostaticamente com 300 kg /cm² a
dades do setor. Sobre esse tema, a a fiscalização do exercício profissional cada cinco anos para receber um selo
Câmara Especializada de Engenharia referente à inspeção técnica de veículos. de conformidade.
Mecânica (CEEM) do Crea-BA atuali- Raimundo Caetano, que também é O conselheiro do Crea-BA ressalta que
zou este ano uma decisão de 2008, Engenheiro de Segurança do Trabalho, toda empresa de inspeção de seguran-
da própria Câmara, incluindo a exigên- lembra que a atualização feita pela ça veicular precisa ter no seu quadro
cia desse profissional nas atividades CEEM foi necessária por causa do um engenheiro mecânico e no mínimo
de inspeção, projeto e requalificação grande risco envolvendo essa ativida- dois técnicos em mecânica para obter a
de cilindros de armazenamento de
Sistemas de GNV. Toda empresa de inspeção de segurança
O engenheiro mecânico e conselheiro do
Crea-BA, Raimundo Caetano de Moura, veicular precisa ter no seu quadro um
esclarece que a necessidade de um res-
ponsável técnico da área de Mecânica
engenheiro mecânico e no mínimo dois
nessa atividade é uma exigência do técnicos em mecânica
Denatran (Departamento Nacional Raimundo Caetano de Moura, engenheiro
de Trânsito) e do Inmetro (Instituto mecânico e conselheiro do Crea-BA
CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018 45
#GÁS NATURAL

concessão do Denatran. O Inmetro faz


uma auditoria de Conformidade Legal
O sistema é seguro, tanto que
anualmente em todos os estabeleci-
mentos de inspeção de segurança vei-
não se tem notícias de acidentes
cular, acreditados no Brasil. envolvendo o kit gás, quando o
Responsável técnico há seis anos por
uma empresa de inspeção de seguran- motorista segue as normas de
ça veicular, em Salvador, Raimundo
Caetano informa que, depois da gre-
segurança, que são internacionais
Raimundo Caetano de Moura, engenheiro
ve dos caminhoneiros, percebeu um mecânico e conselheiro do Crea-BA
aumento na demanda pelo kit gás,
cujo preço varia de R$ 2.600,00 a
R$ 4.800,00, a depender do modelo
escolhido.
Kit é recomendado para
O conselheiro lembra que a Resolução carros mais potentes
280/08 do Contran (Conselho Nacional Segundo informa Armando Arouca, funcionário de uma empresa que instala
de Trânsito) obriga os proprietários dos kit gás em Salvador, o motorista que pretende instalar o kit gás precisa de
veículos com kit gás a fazerem uma uma autorização do Detran e fazer vistoria anual.
inspeção anual e o documento de li-
A manutenção, segundo ele, geralmente é simples. O mais comum é trocar
cenciamento do veículo está atrelado a
mangueira ou válvula e o custo não é muito alto. O kit gás é mais recomen-
esse procedimento. O valor da inspeção
dado para quem possui carro com motor a partir de 1.6. Armando diz que
varia entre R$ 250,00 e R$ 280,00
veículos 1.0 não são indicados para esse tipo de procedimento, pois perdem
em média.
a potência, sobretudo em ladeiras.
Quem não segue a legislação fica im-
O motorista de aplicativo Aldo José, que tem um kit gás instalado, diz que
pedido de obter a documentação para
para ele é vantagem o equipamento porque ele roda bastante durante o
circular com o veículo e pode ocorrer
dia. Segundo ele, para quem circula muito e faz 5 mil quilômetros por mês
o risco de vazamento no kit e conse-
o retorno do investimento é mais rápido. Mas para o motorista comum, que
quentemente um incêndio no veícu-
roda cerca de mil quilômetros mensais, vai demorar anos para ter o capital
lo. Na opinião de Raimundo Caetano,
de volta, sobretudo agora que o preço do etanol está baixando.
o sistema é seguro, tanto que não se
tem notícias de acidentes envolvendo Mas ele lembra que o motorista deve ficar atento, pois a mala vai perder
o kit gás, quando o motorista segue as espaço (a não ser que o cilindro seja instalado na parte de baixo do carro) e
normas de segurança, que são inter- também não são todos os postos que têm o produto para abastecer.
nacionais.
Foto: Adelmo Borges

46 CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018 Raimundo Caetano de Moura, engenheiro mecânico e conselheiro do Crea-BA
Mútua-BA acredita e investe na
capacitação de seus associados
As novidades na área tecnológica não param. Por essa razão, é importante que os
profissionais estejam sempre atualizados e alinhados às mudanças do mercado. É
justamente por isso que a Mútua-BA investe em seus associados, oferecendo bolsas para
capacitação e em cursos de pós-graduação de empresas parceiras conveniadas.
A Mútua quer o melhor para os seus associados. E a prova disso é que, desde 2015, já
foram sorteadas mais de 60 bolsas, com descontos que podem chegar a 100% do valor das
inscrições e mensalidades. “Sempre buscamos contrapartidas das empresas conveniadas e
estratégias que preparem os associados da melhor maneira para enfrentar os desafios
profissionais atuais”, explica o diretor geral da Regional, Emanuel Alves.
E não acaba aí: para os períodos de descanso e diversão, os sócios também podem ser “Participar do curso de sistemas
beneficiados com ingressos para eventos e estadias em hotéis da região. fotovoltaicos foi bem gratificante”
A Mútua-BA é sua parceira. Participe e aproveite as vantagens.

"O curso TPM - Manutenção da Produ- voltados para o setor de energia empresa parceira, pude realizar o
tividade Total, me proporcionou solar, além de interagir com pessoas curso de Auditor Interno ISO
conhecimento e agregou valor ao da área.” 9001:2015. Fiquei muito feliz com o
meu desempenho profissional. Além Álvaro Curaçá, engenheiro civil resultado alcançado, pois considero
do networking, a participação no que o curso atingiu a todas as minhas
curso me incentivou a investir mais “Gostaria de agradecer a equipe expectativas pessoais e profissionais.”
em minha formação e realizar outros Mútua pela oportunidade de partici- Thiago Figueiredo,
cursos. Isso mostra o quanto a Mútua par do curso de Auditor Interno da engenheiro ambiental e sanitarista
está atenta às nossas necessidades. Qualidade ISO 9001:2015. Estou
Parabéns para a equipe.” satisfeito com os conhecimentos
Tatiane Nascimento, teóricos adquiridos no curso e espero “Fiquei muito feliz por assistir o show
técnica em Edificações que a concessão de bolsas continue. Motumbaxé. Acho muito interessante
Parabéns pela iniciativa.” a Mútua fazer esses sorteios, principal-
"Gostaria primeiramente de agradecer Fabio Nazareno, mente agora, no verão. Parabenizo a
à Mútua por me proporcionar a bolsa engenheiro de Produção toda equipe e agradeço por terem me
para o curso. Também parabenizo toda aguardado para retirar o ingresso
a equipe pela iniciativa e organização. “Foi muito bom ser contemplada com após horário de expediente.”
Agora tenho uma visão ampliada do uma bolsa da Mútua e participar do Marcus Dorea,
Failure Mode And Effects Analysis curso. Vou aplicar os conhecimentos engenheiro civil
(FMEA). Estou extremamente satisfeito adquiridos no dia a dia do escritório.”
e com a certeza de que agreguei muito Tamiris Pinheiro, "Aproveitei o Carnaval de Salvador em
à minha competência profissional.” engenheira civil um dos melhores camarotes do
Felipe Martins, circuito barra-ondina e sai satisfeitíssi-
engenheiro mecânico “É gratificante adquirir novos conheci- mo com a estrutura do local. Agrade-
mentos e acredito que um bom profis- ço à Mútua por se preocupar sempre
“Participar do curso de sistemas sional deve se capacitar constante- conosco e realizar parcerias como essa
fotovoltaicos foi bem gratificante. No mente e se atualizar para as novas para os associados.”
curso, tive a oportunidade de adqui- práticas norteadoras do mercado do Gabriel Almeida,
rir conhecimentos teóricos e práticos trabalho. Graças à Mútua e à uma engenheiro eletricista

CENTRAL DE RELACIONAMENTO
0800 61 0003
www.mutua.com.br
Rua Prof Aloísio de Carvalho Filho, nº 402 mutua-ba@mutua.com.br
Bairro Engenho Velho de Brotas facebook.com/MutuadeAssistencia
Salvador-BA - CEP: 40.243-620 twitter.com/comunicaMutua
CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018 47
Fone: (71) 3453-8946 / (71) 3453-8945
#INSPETORIAS DO CREA-BA

Alagoinhas Ilhéus Paulo Afonso


Rua Dantas Bião, s/n, sala 52, Laguna Praça Rui Barbosa nº 32 - Centro Rua Carlos Berenhauser, 322 - Térreo, Alves
Shopping - Centro. CEP: 48030-030 CEP 45.653-340 de Souza. CEP: 46.608-080
Tel: (75) 3421-5638 Tel: (73) 3634-1158 Tel: (75) 3281-4887
E-mail: creaba.alag@redecreaba.org.br E-mail: creaba.ilheus@redecreaba.org.br E-mail: creaba.pafonso@redecreaba.org.br
Inspetor: Eng. Agrônomo Luis Augusto dos Inspetor: Eng. Eletricista Mario Jorge Inspetor: Eng. Mecânico e Eng. Seg. Trabalho
Santos de Saldanha Salomão Silva Glaucio Augusto Lima Bezerra
Barreiras Irecê Ribeira do Pombal
Rua Maria Mendes Ferreira, nº21, Sandra Avenida Tertuliano Cambuí, n° 350, Centro Av. Oliveira Brito, 310, Ed. Bruna Center, salas
Regina. CEP: 47.802-022 CEP: 44.900-000 09 e 10, Centro. CEP: 48.400-000
Tel: (77) 3611-2720/3612-3700 Tel: (74) 3641-3708 / 1957 Tel: (75) 3276-3896
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Inspetor: Eng. Eletricista Délio Rangel de Inspetor: Eng. Civil Amanda Batista Neiva Inspetor: Eng. Eletricista Gutemberg
Oliveira Menezes Ribeiro
Itaberaba
Bom Jesus da Lapa Santa Maria da Vitória
Praça Flávio Silvany, 130, sala 105, Edf.
Avenida Manoel Novaes,nº 1586, Centro, Empresarial João Almeida Mascarenhas Rua 06 de outubro, S/Nº, Centro
Edifício Avenida Center, Sala 6B, Bom Jesus Centro. CEP: 46880-000 CEP: 47.640-000
da Lapa - BA. CEP: 47.600-000. Tel: (75) 3251-3213 / 1812 Tel: (77) 3483-1090 Fax: 3483-1110
Tel: (77) 3481-0301 E-mail: creaba.itaberaba@redecreaba.org.br E-mail: creaba.smv@redecreaba.org.br
E-mail: creaba.bjlapa@redecreaba.org.br Inspetor: Eng. eletricista Jayme Carneiro Inspetor: Eng. Sanitarista e Ambiental
Inspetor: Eng. Agrim. Luiz Eustaquio Diniz Calmon Neto Luan Sodré Matos
Bastos
Itabuna Santo Antônio de Jesus
Brumado
Avenida Princesa Izabel, 395, Condomínio Av. Roberto Santos, 88, Ed. Cruzeiro do Sul,
Praça Coronel Zeca Leite, 460, Centro. Itabuna Trade Center, sala 202, bairro São salas 103 e 104, Centro. CEP: 44572-060
CEP: 46.100-000 Caetano. CEP: 45.607-291 Tel: Fax: (75) 3631-4404
Tel: (77) 3441-3326 Tel: (73) 3211-9273 E-mail: creaba.saj@redecreaba.org.br
E-mail: creaba.brumado@redecreaba.org.br E-mail: creaba.itabuna@redecreaba.org.br Inspetor: Eng. Agrim. Carlos Roberto
Inspetor: Eng. Mecânico Ettore Meira Costa Inspetor: Eng. Ambiental Marcio Canuto Ribeiro
Massayoshi Watanabe
Camaçari Seabra
Jacobina
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Pacific Center, salas Q e R, 1º andar. Rua Duque de Caxias, 400A – Estação CEP: 46900-000
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E-mail: creaba.camacari@redecreaba.org.br E-mail: creaba.jacobina@redecreaba.org.br Inspetor: Eng. Civil Marcos Vinicius dos
Inspetor: Eng. Ambiental Claudia Jussiara Inspetor: Tecnólogo G. Ambiental Santos Silva
Gomes do Nascimento Almacks Luiz Silva
Teixeira de Freitas
Cruz das Almas Jequié
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Rua Cícero Nazareno, nº 172, Centro. Rua Frederico Costa, 61 - Centro. CEP 45203630 Edificio Esmeralda - salas 203, 204 e 205
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Inspetor: Eng. Agrônomo e Seg. Trabalho Inspetor: Eng. Civil Deusdedith Lima Souza Filho E-mail: creaba.tfreitas@redecreaba.org.br
Adson Barbosa Melo dos Santos Inspetor: Eng. Agrimensor e Eng. Seg.
Juazeiro
Trabalho Nilton Silva Correia
Eunápolis
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Valença
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Inspetor: Eng. Civil Vitor Grimaldi Inspetor: Eng. Civil Hemerson Cardoso Tel: (75) 3641-3111
Carneiro Lopes Guimarães E-mail: creaba.valenca@redecreaba.org.br
Inspetora: Engª sanitarista e ambiental
Feira de Santana Lauro de Freitas
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Vitória da Conquista
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Guanambi
Willams Leal Brandão E-mail: creaba.conquista@redecreaba.org.br
Av. Messias Pereira Donato, 495, Aeroporto Inspetor: Engª Civil Nelma Moraes Santos
Luis Eduardo Magalhães
Velho. CEP: 46430-000
Tel: (77) 3451-1964 Av. JK, nº 1973, Salas 1 e 3, Centro.
E-mail: creaba.guanambi@redecreaba.org.br CEP: 47850-000
Inspetor: Eng. Civil Cristiano Meira Magalhães Tel: (77) 3628-6755
E-mail: creaba.lem@redecreaba.org.br
Inspetor: Eng. Agrônoma Daniella Aparecida
das Virgens Cantelli
48 CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 62, quarto trimestre de 2018
COMPARTILHANDO CONHECIMENTO#

MANUAL DE
DESENHO TÉCNICO PRINCÍPIOS DE
INTRODUÇÃO À PROCESSAMENTO E
MECÂNICA PARA PARA ENGENHARIA ENGENHARIA DE
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA TRANSMISSÃO DE
ENGENHARIA - FUNDAÇÕES
ENGENHARIA MECÂNICA GÁS NATURAL
ESTÁTICA, V.1

Esta segunda Livro traz tópicos


Esta é a sétima edição de Manual O livro aborda os relacionados a
Indicado para Publicação que traz
edição do volume de Desenho Técnico aspectos práticos propriedades
alunos do primeiro uma abordagem
1 de Mecânica para para Engenharia – do transporte e de geotécnicas do
semestre de todas introdutória ao
Engenharia e traz Desenho, Modelagem processamento de solo, depósitos
as engenharias. campo da Engenharia
a estática como e Visualização traz, gás natural, além de de solo natural e
A proposta dessa Mecânica, proporciona
principal foco. Os de forma didática, a uma discussão única exploração de subsolo
introdução é oferecer aos estudantes uma
leitores encontrarão teoria da projeção. de novas tecnologias e fundações rasas.
uma abordagem visão de como os
recursos didáticos que Tem ainda um energeticamente Aborda ainda vários
simples e adequada à engenheiros devem
estimulam o estudo, capítulo especial em eficientes. Esta temas importantes da
cultura das faculdades projetar máquinas
além de exemplos que o projeto assistido segunda edição área, como aumento
brasileiras. O autor, e equipamentos. O
e problemas que por computador é fornece uma da tensão vertical
que possui muitos livro traz resolução de
abordam casos reais abordado com ênfase plataforma ideal no solo, recalque
anos de experiência problemas, análise e
da Engenharia. Os em modelagem para engenheiros, das fundações rasas,
em sala de aula, se execução de projetos,
autores fundamentam paramétrica. Além tecnólogos e pessoal fundações em radier,
propõe a explicar, aplicações ao mundo
os conceitos disso, essa edição tem de operações que empuxo lateral de
de forma didática, o real e à tecnologia
mantendo o equilíbrio 30 folhas de trabalho trabalham na terra, muros de arrimo,
básico da profissão. prática.
entre os conteúdos. para o desenho à mão indústria do gás melhoramento do
livre. natural. solo e modificação do
Autor: Luis Fernando terreno.
Autor: Jonathan Wickert
Espinosa Cocian Autor: L. G. Kraige
Editora: Cengage do Autor: James M. Leake Autor: Marshall Poe
Editora: Bookman Editora: LTC
Brasil Editora: LTC Autor: M. Braja
Companhia Editora: Elsevier Editora
Páginas: 412
Páginas: 376 Páginas: 396 Editora: Cengage Do
Páginas: 296 Páginas: 848
Edição: 2016 Brasil
Edição: 2015 Edição: 2015
Edição: 2016 Edição: 2014
Páginas: 360
Edição:2016

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