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REVOLUÇÃO FRANCESA E PERÍODO NAPOLEÔNICO

1. Introdução:
O que foi: Foi a grande revolução que pôs fim ao Antigo Regime na França, destruindo as estruturas sociais daquele
regime e levando a burguesia ao poder. Apesar dos principais eventos terem ocorrido em Paris e no interior do país, ela se
espalhou por toda a Europa e influenciou todo o mundo no século XIX.
. A sociedade francesa: O estado monárquico francês dividia a sociedade em três estados, que na verdade não
correspondiam à realidade sócio-econômica daquele país. O primeiro estado é constituído por todos membros do clero. O
segundo, pelos nobres, tanto do interior como da Corte. O terceiro estado era o resto da sociedade e era o único que
pagava impostos, sendo que muitas vezes o 1o e 2o estados eram sustentados por esses tributos.
. Subprodução e fome: Apesar de a economia francesa ter se desenvolvido bastante no século XVIII, nos anos
imediatamente anteriores à Revolução, assistiu-se a uma grande seca no campo, que levou à fome no país. Isso vai ser um
dos fatores imediatos para a Revolução.
. Crise financeira da Coroa: As freqüentes guerras e a extravagante corte tinham deixado o Estado francês extremamente
endividado, levando a uma série crise financeira da Coroa. Luís XVI, o rei francês do período, tentou fazer uma reforma
tributária onde o 1o e 2o estado pagassem impostos, mas esta foi barrada por estes.
Dá-se uma crise política que leva o Rei a convocar os Estados Gerais, órgão consultivo do rei que era dividido entre os
três estados, com um voto para cada um. A decisão final, no entanto, seria sempre do monarca.
. Divisão cronológica da Revolução: A Revolução Francesa é dividida geralmente em três períodos. A Era das Instituições
(1789-92), onde a burguesia chega ao poder; a Era das Antecipações (1792-4), onde são antecipadas práticas políticas
igualitárias; e a Era das Consolidações (1794-1815), onde a alta burguesia se consolida no Estado.
2. A Era das Instituições:
. A Assembléia Constituinte: Em maio de 1789, são convocados os Estados Gerais. Tudo o que o terceiro estado propunha
era barrado pelo clero e pela nobreza. O Terceiro Estado se isola e declara-se Assembléia Constituinte, dando um golpe no
poder da nobreza e do clero, é a chamada Revolução dos Advogados.
. A tomada da Bastilha: Como o rei e os dois primeiros estados, desconfiados, colocam o exército de prontidão, a
população de Paris, apoiando a Assembléia, toma a prisão da Bastilha. Nessa prisão havia armas, com as quais a
população se armou para defender a Assembléia Constituinte.
. O grande Medo: Enquanto isso, em algumas partes do interior da França, os camponeses ocupam as terras dos senhores
(clero e nobreza) e queimam seus títulos de propriedade em um sentido de destruir a ordem senhorial no campo. Eles
fazem uma divisão da terra entre eles, é o Grande Medo.
. Constituição jurada: Em agosto do mesmo ano, é promulgada a Declaração dos Direitos Humanos. Os bens da Igreja são
confiscados e no final do ano, promulga-se uma Constituição que o Rei é obrigado a assinar. Institucionaliza-se uma
monarquia constitucional.
. Guerra: As monarquias vizinhas à França, preocupadas com a agitação no país, resolvem invadir o país para restituir
Luís XVI ao seu cargo. O exército francês, liderado por um general leal ao Imperador, sofre sucessivas derrotas, deixando
a população desconfiada. Descobre-se um acordo entre o rei e os exércitos estrangeiros, levando à condenação de Luís
XVI à guilhotina em 1792. Tem fim a monarquia constitucional, dá-se a República.
3. A Era das Antecipações:
. A nova Assembléia: Uma nova assembléia é constituída por sufrágio universal com uma divisão clara entre os
girondinos – compostos pela alta burguesia – à direita e os jacobinos – compostos pela população média e pobre de Paris
– à esquerda, além da planície, no centro.
. Golpe jacobino: Diante das tropas estrangeiras à porta de Paris, os jacobinos dão um golpe de Estado estabelecendo
medidas emergenciais: tabelam os alimentos a preços baixos, empreendem uma ampla reforma agrária no campo, criam
um novo exército composto por voluntários para combater na frente, acabam com a escravidão nas colônias. Além disso,
os jacobinos, para se manter no poder, perseguiam duramente seus adversários políticos, mandando-os para a guilhotina,
assim, morreram quase todos girondinos. É o chamado Terror.
. Nove Termidor: Os exércitos revolucionários conseguem sucessivas vitórias e conseguem expulsar os invasores para
além da fronteira original francesa. Com a reversão da situação de emergência, os jacobinos levam um golpe de Estado
dado pelos termidorianos – compostos pela alta burguesia – sendo levados à guilhotina em sua maioria.
4. A Era das Consolidações:
. O Diretório: Os termidorianos estabelecem o seu governo, revertendo as medidas dos jacobinos. Eles restabelecem o
sufrágio censitário, liberalizam os preços dos alimentos – prejudicando as classes pobres das cidades francesas – e fazem
uma árdua proteção da propriedade, principalmente no campo. Com a vitória inicial dos exércitos revolucionários, a
França começa uma grande expansão militar com certa estabilidade interna.

O Império Napoleônico e o Congresso de Viena


1. O governo de Napoleão:
. Dezoito Brumário: Mesmo com o sufrágio censitário, os termidorianos ainda sofrem com uma oposição dentro da
Assembléia e decidem então pelo golpe militar. Chamam o jovem general Napoleão Bonaparte para dar esse golpe. Em
1799 é dado o golpe, consolidando o governo da alta burguesia com uma ditadura.
O Império napoleônico, plano interno: O governo de Napoleão é dividido em dois períodos, o Consulado que vai até 1804
e o Império, até 1815. Internamente, Napoleão executou uma série de reformas que beneficiavam a burguesia: reformulou
o sistema bancário criando uma moeda nacional francesa, o franco, e o Banco da França; criou as escolas normais, com
ensino laico por toda a França; criou o Código Civil; tentou retornar a escravidão nas colônias, não conseguindo e
perdendo a colônia do Haiti; fez ainda um amplo incentivo à indústria e o comércio nacional da França.
. O Império napoleônico, plano externo: Por volta de 1805, Napoleão tinha subjugado toda a Europa continental, tendo
reinos controlados por parentes seus e outros subordinados à França. Napoleão, no entanto, não conseguia vencer a
Inglaterra por não ter uma marinha capaz de derrotar a frota britânica.
. Bloqueio Continental: Napoleão criou em 1806 o Bloqueio Continental que proibia qualquer país do continente europeu
de comerciar com a Grã-Bretanha. Isso visava fomentar a indústria francesa, provendo o continente de produtos
industrializados e também visava liquidar o poderio industrial e naval inglês. Porém, a indústria francesa não dava conta
de suprir todo o continente como a Inglaterra supria. Além disso, as ilhas britânicas eram grandes compradoras de cereais
e outros produtos primários da Europa continental, o que a França não era, pois era auto-suficiente na produção agrícola.
Isso desagrada fortemente os países que eram antigos exportadores de produtos primários para a Inglaterra. Alguns países
vão renunciar ao Bloqueio, sofrendo a conseqüente invasão francesa, é o caso de Portugal em 1807 e da Rússia em 1812.
A família real portuguesa transfere a sede do Estado português para o Rio de Janeiro, fugindo das tropas francesas.
. A campanha da Rússia: No entanto, na Rússia, Napoleão sofre sérias perdas humanas e militares, levando à quase total
destruição do exército napoleônico devido às estratégias do exército russo e ao rigoroso inverno daquele país. Em 1814,
forma-se um exército conjunto europeu para destruir o exército francês, liquidando Napoleão e seu Império.
. O restabelecimento do Antigo Regime na França: Em 1815, Luís XVIII é posto no trono francês pelas tropas vencedoras
das guerras. A França ficará sob ocupação militar até 1820 e as questões territoriais européias serão resolvidas no
Congresso de Viena. O Antigo Regime na França tem vida curta, visto que suas bases sociais tinham sido destruídas.
2. O Congresso de Viena e a Santa Aliança:
. O Congresso de Viena: Os líderes europeus se reuniram em 1815 em Viena para decidir o que fazer do mapa geopolítico
europeu. Quem dava as cartas no encontro eram a Áustria, a Prússia, a Rússia e Inglaterra, os vencedores das guerras
napoleônicas. Todos esses quatro países vão anexar territórios e crescer no cenário europeu. A Rússia que tinha o maior
exército da Europa e vários planos expansionistas para o Ocidente, anexa vários territórios na Europa Oriental. Também, a
Áustria e a Prússia vão anexar amplas regiões, criando a semente para os grandes impérios centrais, o Alemão e o Austro-
Húngaro, existentes na Europa no final do século XIX.
. A Santa Aliança: É uma aliança militar constituída inicialmente por Áustria, Prússia e Rússia e depois, por Inglaterra e
França que visa a repressão de movimentos radicais tais como a Revolução Francesa. Essa aliança foi ativa nas
revoluções de 1820, porém teve fim durante as revoluções de 1830 devido a discordâncias entre seus membros, não
atingindo seus objetivos.

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