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São Paulo, .... de novembro de ..........

Á
AGÊNCIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL DE ........ (APS - .........)

A/c
Perícia Medica do INSS – Impugnação NTEP (Nexo Técnico Previdenciário)

Ref.:
CAT nº ............................
NIT nº ......................... - BENEFÍCIO nº ............................
Segurado ..................................

................................................................................, inscrita no
CNPJ/MF sob o nº ..................................., por seu advogado subscritor desta,
vem, respeitosamente, à presença deste órgão administrativo, com observân cia aos
termos do art. 7º, da Instrução Normativa INSS/PRES nº 31/2008, apresentar
IMPUGNAÇÃO ao resultado da Perícia Técnica, de forma a afastar a eventual
caracterização de Nexo Técnico Epidemiológico (NTEP), que possa influir nos
números disponibilizados pela Previdência Social e vinculados à ora impugnante,
relacionados aos parâmetros para fins de cálculo do respectivo Fator Acidentário de
Prevenção – FAP, pelos motivos de fato e de direito a seguir declinados.

I - PRELIMINARMENTE

Traz a contribuinte ao contexto do presente procedimento, desde logo


e de forma sintetizada, os elementos caracterizadores da nulidade de caracterização
de Nexo Técnico Epidemiológico (NTEP), o que tecnicamente inviabiliza a geração
de quaisquer dos efeitos de direito que lhes são inerentes.

Afinal, para que o NTEP possa afetar o contribuinte, resta indiscutível a


necessidade de preencher diversos requisitos e exigências, inclusive formais, sob
pena de, na impossibilidade de correspondente saneamento, se r imperioso seu
cancelamento, por vício de nulidade.
E, verifica-se ocorrerem na hipótese previdenciária do acidente ora
impugnado vícios de nulidade, passando o contribuinte, objetivamente, a apontá -
los.

II - DOS FATOS

Causa surpresa o teor da decisão administrativa recorrida, pois


chancela a absoluta despreocupação da Administração com o efetivo atendimento
das regras legais e administrativas que disciplinam as formalidades procedimentais
inerentes aos atos administrativos de natureza tributária com o in casu .

Assim, com base nos argumentos a serem doravantes expostos,


assevera o Contribuinte/Recorrente que Decisão Notificação recorrida é nula de
pleno de direito e, caso insista o órgão de julgamento administrativo em sua
manutenção, caberá ao Judiciário o decreto de sua correspondente nulidade.

III.d.3.1 - DOS ACIDENTES CONSIDERADOS COMO DO TRABALHO,


POR PRESUNÇÃO JURÍDICA (ART. 21 DA LEI 8.213/91) - DA
INEXISTÊNCIA DE QUALQUER POSSIBILIDADE DE GESTÃO OU PREVENÇÃO
PELA EMPRESA-EMPREGADORA, QUANTO A OCORRÊNCIA DE TAIS
EVENTOS, CONSIDERADOS NA METODOLOGIA/FAP

De acordo com o que foi abordado anteriormente, da letra do artigo


22, II, da Lei 8.212/91, denota-se que as contribuições nele instituídas serão
devidas para o financiamento dos benefícios “concedidos em razão do grau de
incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do
trabalho”. Também considerando os riscos ambientais do trabalho, é
confeccionado o art. 10, da Lei 10.666/03.

Sob este prisma, as contribuições sociais, diferentemente dos


impostos, possuem destinação específica, relacionando -se inexoravelmente à
concessão e manutenção de benefícios expressamente previstos em Lei. Com
efeito, ante os questionamentos apresentados por esta inaugural à chamada

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metodologia/FAP, será argumentada no presente tópico, a correlação entre os
pagamentos dos benefícios conceitualmente tidos como acidentários e o seu
custeio correspondente, por meio da chamada contribuição/SAT, agora
potencializada pelo índice/FAP.

Somente poderá haver, pois, nos termos do artigo 22, II, da Lei
8.212/91 c.c. artigo 10 da Lei 10.666/03, vinculação da arrecadação da
contribuição/SAT para pagamento dos casos de doenças / afastamentos
(temporários ou permanentes) decorrentes dos riscos ambientais do trabalho.

Por força da lei, portanto, está inibida a majoração de alíquotas para


situações diversas, devendo a metodologia de cálculo seguir esta diretriz, sob
pena de ilegalidade.

Destarte, extensões do conceito de acidente do trabalho, criados por


presunções ou ficções jurídicas, mas que não decorreram da efetiva exposição aos
riscos ambientais, distorcem a estrutura fiscal decorrente do binômio custeio -
benefício atrelado à contribuição/SAT, e, por conseqüência, ao serem consideradas
tais extensões na metodologia/FAP, maculam-na completamente sob o prisma das
regras fiscais.

Ora, mesmo que por razões de política social devam integrar o


sistema de proteção conferindo guarida às imposições constitucionais relativas aos
direitos sociais (art. 6º da CF), tais situações assemelhadas por força de lei ao
„acidente de trabalho‟ (art. 21, da Lei 8213/91) não deverão afetar a esfera
jurídico-tributária do empregador-contribuinte, com uma majoração da alíquota
fiscal.

Pode-se ter como juridicamente correta a utilização de tais situações


(art. 21, Lei 8213/91) perante as regras inerentes à acidentalidade no ambiente de
trabalho, mas, certamente, sob o prisma da mensuração de uma obrigação fiscal
não há a menor juridicidade a tanto.

Deveras, é extenso o rol de situações assemelhadas ao acidente do


trabalho e assim definidas pelo art. 21, da 8.213/91, por PRESUNÇÃO JURÍDICA,
sem que se verifique a colaboração do empregador para a sua consumação, ou

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mesmo, sem permitir que o empregador possa exercer qualquer atitude preventiva
para evitar a sua ocorrência.

Nesse sentido, para melhor aclarar o quanto se argumenta neste


tópico, transcreve-se o artigo 21 da Lei 8.213/91, pedindo-se vênia para destacar
situações em que a dissociação entre ação ou omissão da empr esa e concessão de
eventual benefício tido como acidentário se apresenta com maior relevo, in verbis :

Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho,


para efeitos desta Lei:
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha
sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do
segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho,
ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no
horário do trabalho, em conseqüência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado
por terceiro ou companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por
motivo de disputa relacionada ao trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de
terceiro ou de companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos
fortuitos ou decorrentes de força maior;
III - a doença proveniente de contaminação acidental do
empregado no exercício de sua atividade;
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do
local e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob
a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à
empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para
estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor
capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de

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locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou
deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive
veículo de propriedade do segurado.
§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou
por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local
do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício
do trabalho.

Ora, da simples leitura do extenso rol de situações eleitas pela Lei


como hábeis de serem tidos como assemelhadas aos acidentes de trabalho, é de
se admitir que, para fins de legislação previdenciária (parte -benefícios), há uma
razoabilidade jurídica de assim serem considerados. Mas, é evidente que não se
pode admitir que, para o custeio previdenciário, divers as das situações
então arroladas, SE PRESTEM COMO FATORES DE MAJORAÇÃO DE UMA
OBRIGAÇÃO FISCAL DE RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR.

CONSIDERAR OS EVENTOS CONTEMPLADOS PELO ART. 21 DA


LEI 8213/91, COMO SITUAÇÕES PASSÍVEIS DE GERAREM A MAJORAÇÃO
DE UMA CORRESPONDENTE OBRIGAÇÃO FISCAL DO EMPREGADOR –
CONTRIBUINTE, É PERMITIR A INTERFERÊNCIAS DOS CASOS FORTUITOS
E DE CAUSA MAIOR, NA MENSURAÇÃO DO CUSTO FISCAL DE UMA
EMPRESA, ASPECTO ESTE QUE AGRIDE FRONTALMENTE A ESTRUTURA
FISCAL BRASILEIRA.

E, a confirmação de que tais eventos encontram-se inseridos no


contexto intrínseco da metodologia/FAP está contemplada no item 2.1 da
Resolução 1308//09, que estabelece serem considerados para tanto:

“(...) os registros de benefício das espécies de natureza


acidentária: B91 - Auxílio- Doença Acidentário, B92 - Aposentadoria
por Invalidez Acidentária, B93 - Pensão por Morte Acidentária e B94 -
Auxílio-Acidente Acidentário e as Comunicações de Acidente de
Trabalho – CAT”. (destacamos)

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Evidente, pois, que além dos benefícios tidos como acidentários,
serão considerados na metodologia/FAP, aqueles envolvidos nas
Comunicações de Acidente de Trabalho – CATs firmadas pelas empresas, o
que incluí, invariavelmente, os eventos considerados no art. 21, da Lei
8213/91.

Portanto, dar validade ao conteúdo das Resoluções


1308/1309/09, é dar guarida aos riscos de ser a contribuição/SAT de
responsabilidade do empregador, MAJORADA POR UM DOS EVENTOS
CONTEMPLADOS PELO EXTENSO ROL DO ART. 21, OU SEJA, DEIXAR DE
DECLARAR A INVALIDADE DE TAIS RESOLUÇÕES É PERMITIR QUE
PRESUNÇÕES, MESMO QUE DECORRENTES DE LEI, SEJAM CONSIDERADAS
COMO COMPONENTES DA COMPLETITUDE DE UMA ESPECÍFICA
OBRIGAÇÃO FISCAL.

Assim, também pela consideração de presunções, mesmo que com


esteio na lei, como elementos componentes da mensuração de uma obrigação
fiscal, e, de forma cumulativa às demais inconsistências já argumentadas nesta
inaugural, desprovida de um mínimo de juridicidade é tal metodologia/FAP, sendo
de direito, pois, a concessão de liminar suspendendo a sua aplicação para fins de
multiplicação da alíquota/SAT de responsabilidade da autora, de forma tal a que
sejam definitivamente reconhecidas e declaradas como inválidas aos fins
pretendidos, as debeladas Resoluções CNPS.

III.d.3.2 - DO NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO - DA PRESUNÇÃO


POR ATO MÉDICO A CARACTERIZAR O ACIDENTE DE TRABALHO

Mostra-se, ainda relevante a se ter como inadequad a a


metodologia/FAP como um fator a majorar a obrigação fiscal -previdenciária da
empresa no âmbito de suas contribuições/SAT, o disposto no artigo 21 -A da Lei
8.213/91, que estabeleceu o Nexo Técnico Epidemiológico – NTEP, ou seja,
instituiu um verdadeiro critério de PRESUNÇÃO A SER EXERCIDO PELA PERÍCIA
MÉDICA PREVIDENCIÁRIA.

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O NTEP foi inicialmente aventado pela MP 316, de 11 de agosto de
2006 (convertida na Lei 11.430, de 26 de dezembro de 2006), que acrescentou o
artigo 21-A à Lei 8.213/91, com a seguinte redação:

Art. 21-A. A perícia médica do INSS considerará


caracterizada a natureza acidentária da incapacidade quando
constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho
e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da empresa e a
entidade mórbida motivadora da incapacidade elencada na
Classificação Internacional de Doenças - CID, em conformidade com o
que dispuser o regulamento.
§ 1 o A perícia médica do INSS deixará de aplicar o
disposto neste artigo quando demonstrada a inexistência do nexo de
que trata o caput deste artigo.

§ 2 o A empresa poderá requerer a não aplicação do nexo


técnico epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso com efeito
suspensivo, da empresa ou do segurado, ao Conselho de Recurs os da
Previdência Social.

Conforme se denota da leitura do transcrito texto legal, o NTEP


presta-se à formação do nexo entre a doença e a atividade por meio DE UMA
PRESUNÇÃO RELATIVA E SUJEITA A REVISÃO.

Significa dizer que, UM ATO ADMINISTRATIVO CA LCADO


NUMA PRESUNÇÃO RELATIVA LEVADA A EFEITO PELA PERÍCIA MÉDICA DA
PREVIDÊNCIA SOCIAL, TERÁ REPERCUSSÕES FISCAIS.

ORA, A OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA DEVE SER CERTA, E, ESTABELECIDA


EM REGRAS LEGAIS, NÃO PODENDO TER AS SUAS ALÍQUOTAS
CORRESPONDENTES, SUSCETÍVEIS A OSCILAÇÕES DECORRENTES DE
PRESUNÇÕES DE PERÍCIAS MÉDICAS, MORMENTE QUANDO TAL
OSCILAÇÃO DECORRE DE METODOLOGIA DEFINIDA POR ATOS
MERAMENTE ADMINISTRATIVOS.

Inadmissível, pois, sob o raciocínio das regras fiscais disciplinadas

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pelo CTN e pela própria CF/88, o contido nos itens 2.1 e 2.1.3 da Resolução
1308/09, que, justamente, estabelece a utilização do NTEP para cômputo do SAT,
in verbis :

2.1 Fontes dos dados


Para os cálculos dos índices de freqüência, de gravidade
e de custo, foram definidas as seguintes fontes de dados: Registros
da Comunicação de Acidentes de Trabalho – CAT relativo a cada
acidente ocorrido; Registros de concessão de benefícios acidentários
que constam nos sistemas informatizados do Instituto Nacional de
Seguro Social - INSS concedidos a partir de abril de 2007 sob a nova
abordagem dos nexos técnicos aplicáveis pela perícia médica do
INSS, destacando-se aí o Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário
– NTEP.

2.3.1 Índice de Freqüência


Indica a incidência da acidentalidade em cada empresa.
Para esse índice são computadas as ocorrências acidentárias
registradas por meio de CAT e os benefícios das espécies B91 e B93
sem registro de CAT, ou seja, aqueles que foram estabelecidos por
nexos técnicos, inclusive por NTEP. Podem ocorrer casos de
concessão de B92 e B94 sem a precedência de um B91 e sem a
existência de CAT e nestes casos serão contabilizados como registros
de acidentes ou doenças do trabalho. (grifamos)

O NTEP (metodologia de caracterização de acidente de


trabalho por presunção levada a efeito pela perícia médica do INSS – art.
21-A, lei n8213/91) a exemplo das presunções legais estabelecidas pelo
artigo 21 da Lei 8.213/91 (argumentadas no tópico anterior), impacta
diretamente na relação tributária vinculada à contribuição/SAT, por estar
expressamente contemplada na metodologia/FAP, o que, desde logo,
percebe-se como nitidamente atentatório aos primados do bom direito na
seara do custeio previdenciário.

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O acidente do trabalho, conforme se depreende dos artigos 19 e 20
da Lei 8.213/91, é toda lesão ocasionada ao trabalhador decorrente da sua
atividade laboral, demandando dois requisitos para que se configure: (a) a LESÃO
(dano); e (b) o NEXO CAUSAL entre a lesão e a atividade profissional.

O NTEP, conforme debatido, atua por seu turno, como mera


presunção legal exercitada pela perícia previdenciária, fazendo pressupor o
nexo entre a doença e a atividade. Denotam-se, portanto, os reflexos do NTEP no
custeio dos benefícios acidentários por meio da utilização da metodologia/FAP, ou
seja, A PRESUNÇÃO DO ACIDENTE DO TRABALHO POR ATO MÉDICO
(quando da perícia previdenciária) IMPLICARÁ NA FIXAÇÃO DA ALÍQUOTA
DO SAT NUM PERCENTUAL SUPERIOR AQUELE ESTIPULADO PELO INCISO
II, DO ART. 22, DA LEI 8212/91.

A presunção, conquanto calcada em dados recorrentemente


verificados, não corresponde à realidade, mas a juízo ou opinião que se forma
sobre começo de prova 1, sendo que o intérprete conjectura sobre relações que
acredita serem notáveis e as estabelece como enunciados. Poderá, obviamente,
coincidir com o fato ocorrido no plano fenomênico, mas com ele não se confunde.

Portanto, não podem a eventualidade e os desdobramentos de


atividades presumidas, mesmo que presunções decorrentes de atos de
médicos por peritos especializados na acidentalidade previdenciária, se
prestarem como elemento intrínseco da composição e mensuração de uma
obrigação ao final de índole fiscal, como é o caso da contribuição/SAT.

Em síntese, verifica-se que a presunção calcada nos


critérios/NTEP reflete na seara do direito tributário, por meio da
alteração da alíquota da contribuição/SAT, o que não pode ser
juridicamente aceito, pois o resultado variável de atos administrativos
firmados com base no exercício da presunção NÃO PODE SE PRESTAR
PARA A EXATA DEFINIÇÃO DO MONTANTE DE OBRIGAÇÃO FISCAL QUE
SERÁ SUPORTADA, NO CASO, PELO CONTRIBUINTE – EMPREGADOR.

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Segundo CALDAS AULETE presunção é “juízo, opinião que se forma sôbre indícios ou começos de provas;
suspeita, conjectura. ║ (Jur.) O que se supõe verdadeiro até à prova em contrário; suspeita, conjectura tirada de
indícios: julgar por presunção”. In Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa, IV volume. Rio de
Janeiro: Editora Delta S.A., 1958, p. 4067.

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Ora, a certeza na quantificação do tributo é, além de essencial, fator
determinante à legalidade e à segurança da relação Administração x
administrados, na qual há a interferência, pelo ente estatal, na iniciativa e na livre
gestão do patrimônio do particular (por meio da imposição do tributo).

A certeza na quantificação do tributo, alcançável por regras ob jetivas


e sem a inclusão de variáveis e presunções, insere -se no conceito de justiça e é
fundamento de validade do Estado Democrático de Direito, CONCLUSÃO ESTA
QUE, ISOLADAMENTE, FULMINA DE MORTE A METODOLOGIA, SOB O SEU VIÉS
FISCAL, O QUE NÃO PODE SER NEGADO PELAS AUTORIDADES PREVIDENCIÁRIAS
RESPONSÁVEIS PELA GESTÃO E APLICAÇÃO DA METODOLOGIA/FAP NO MUNDO
JURÍDICO.

Afinal, é certa a utilização de presunções jurídicas em todos


os ramos do direito, mas, não como um dos componentes da completa
definição da obrigação fiscal, inclusive no seu aspecto quantitativo.

Com efeito, a presunção estabelecida pelo NTEP impacta com


a ordem jurídico-tributária ao gerar incerteza ao contribuinte, que terá
tributo majorado sem a efetiva ocorrência de um fato concretame nte
verificado, o que culmina por caracterizar, igualmente a outros tantos
aspectos já levantados e ainda por levantar nesta inaugural declaratória,
mais uma ofensa às regras fiscais pátrias, decorrentes dos critérios
intrínsecos à chamada metodologia/FAP, viabilizando que o Judiciário
declare, por primeiro em sede liminar e após em decisão terminativa, a
invalidade das debeladas Resoluções a contemplar tal indigitada
metodologia/FAP.

Desta feita, diante dos argumentos acima sopesados, acompanhados


da consistente arcabouço argumentativo, hábil a demonstrar uma inexplicável
irregularidade nos dados que compõem o FAP, impõe-se ao fisco promover os atos
necessários ao saneamento de tal irregularidade, sob pena de patrocinar o
processamento de cobrança previdenciária revestida de nulidade.

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No mais, permanece o Contribuinte a disposição das autoridades
administrativa para o que, a seu alcance, restar-lhes útil e/ou necessário, na
tentativa de se chegar ao mais adequado deslinde que a presente questão está a
exigir.

Desta feita, com as conclusões acima aventadas, resta evidente a


absoluta improsperidade do FAP do ora Recorrente que, em respeito aos primados
da legalidade e do Estado de Direito, deve ser cancelado na sua plenitude e excluída
do mundo jurídico, se não for devidamente sanado.

III - CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sendo, pois, os argumentos que entendia o ora Recorrente sustentar


no atual momento, resguardando-se no direito de apresentar novas provas e
elementos no curso do processamento deste feito administrativo, fica na expectativa
de seu correspondente acolhimento.

Todo o ângulo através do qual se analise a questão debelada in casu ,


caminha no sentido de ser absolutamente improcedente este labor administrativo
que não merece qualquer perspectiva de prosperidade.

Imprestável, pois, o resultado da Decisão-Notificação nº


.............................., que deve ser revista, pelo escopo maior de ser restabelecida
a ordem jurídica neste expediente administrativo.

Desta forma, inexistem argumentos hábeis a impedir a reverificação da


situação fiscal-previdenciária do contribuinte-recorrente, pelos argumentos
expostos, postulando-se, pois, o pleno provimento deste recurso, seja diante do
acolhimento dos vícios de nulidade suscitados em preliminar, seja no contexto do
acolhimento dos argumentos de improcedência deste ato administrativo de índole
previdenciária, suscitados no âmbito do meritum causae.

Por fim, pugna-se pela posterior juntada o instrumento de procuração


e atos constitutivos da empresa recorrente.

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No mais, permanece o contribuinte à inteira disposição desta
Autarquia, destacando que qualquer comunicado advindo do quanto ora argüido,
poderá ser encaminhado ao escritório profissional do ora subscritor, situado na
Alameda Santos, nº 2222/24, 2º andar, Jardins, São Paulo/SP, sem prejuízo de
eventuais ciências hábeis de ocorrerem através de rotineiras diligências junto às
competentes repartições públicas.

Termos em que
Pede deferimento.

Theodoro Vicente Agostinho


OAB/SP nº 262.896

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