Manual Pedagógico
50 Horas
Data: 15/09/2014
Duração: 50 Horas
Âmbito do manual
Objetivos
Conteúdos programáticos
Noção de documento
Partes constitutivas de um documento
Nota de encomenda, requisição, nota de venda, etc.
Guia de remessa
Fatura
Documentos retificativos
Recibo
Cheque
Letra
Livrança
Proposta de desconto
Proposta de cobrança
Circuito da correspondência
o Receção
o Abertura / registo
o Distribuição
o Expedição
Carga horária
50 horas
Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
1.Noção de documento
Nos termos da definição legal, documento é Qualquer objeto elaborado por uma pessoa
com o fim de reproduzir ou representar uma pessoa, coisa ou facto.
Trata-se de uma noção muito ampla nos termos da qual qualquer objeto (uma fotografia,
um filme, uma gravação de áudio, etc.) desde que tendo o fim de reproduzir algo (uma
pessoa, uma coisa ou, em termos mais genéricos, um facto), constitui um documento.
De entre estes são os documentos escritos os que apresentam maior importância já que
é neles que se baseia a maior parte das operações comerciais.
Além disso, existem inúmeras situações nas quais a elaboração de documentos escritos
é obrigatória.
Na verdade, os documentos autênticos fazem prova plena dos factos que referem e só
podem ser postos em causa se se demonstrar que o documento é falso.
Quanto aos documentos particulares, o seu valor probatório será maior ou menor
consoante a letra e as assinaturas que nele constam tenham sido ou não reconhecidas
perante o notário.
Finalmente, no que respeita aos documentos autenticados, estes têm força de prova
igual à dos documentos autênticos mas, aspeto muito importante, não substituem os
documentos autênticos quando estes forem legalmente exigidos.
Dos documentos originais podem fazer-se cópias, as quais podem ser classificadas em
graus ou em atenção à sua estrutura material.
As cópias dos documentos particulares têm, em geral, o mesmo valor atribuído aos
originais. Diferentemente, no que respeita às cópias dos documentos autênticos, é
necessário distinguir as certidões e as públicas-formas.
A estrutura dos documentos está diretamente dependente do seu conteúdo, pelo que
não existe uma estrutura tipo para os documentos em geral.
Contratos
Menções essenciais:
• Tipo/designação/nome de contrato;
• Identificação das partes
• Nome, estado civil e domicílio (no caso das pessoas singulares);
• Número, data e local de emissão do Bilhete de Identidade;
• Firma ou denominação social e sede (para as pessoas coletivas);
• Número de identificação fiscal;
• Cláusulas descritivas do negócio contido no contrato;
• Local e data da celebração;
• Selo;
• Assinaturas (sobre o selo; em alguns casos as assinaturas poderão ter de ser
notarialmente reconhecidas).
Requerimentos
Menções essenciais:
• Tipo de requerimento;
• Identificação da entidade a quem o requerimento é dirigido;
• Identificação do requerente
• Nome, estado civil e domicílio (no caso das pessoas singulares);
• Número, data e local de emissão do Bilhete de Identidade;
• Firma ou denominação social e sede (para as pessoas coletivas);
• Número de identificação fiscal;
• Descrição precisa do que se requer (quando possível completada com a
indicação das normas legais que fundamentam o requerimento);
• Local e data do requerimento;
• Assinatura precedida da expressão «o requerente».
Atas
Menções essenciais:
• Número da ata;
• Dia, mês, ano e hora em que se realiza a reunião documentada na ata;
• Local da reunião;
• Menção das características da reunião (por exemplo, assembleia geral ordinária
ou extraordinária);
• Nome do presidente da mesa e dos secretários;
• Ordem de trabalhos;
• Lista de presenças;
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• Indicação da existência de “quórum”;
• Nome dos intervenientes e resumo das suas intervenções;
• Resultado de quaisquer votações efetuadas e eventuais declarações de voto
proferidas;
• Outras menções relativas a outras situações ocorridas no decurso da reunião;
• Menção de que a ata foi lida e votada na reunião;
• Assinatura do presidente e dos secretários;
• Assinatura dos presentes.
Impressos
Todo o papel, cartão ou cartolina no qual figura uma parte impressa - dados fixos - e
outra parte preenchida pela recolha de informação - dados variáveis.
Estrutura
CABEÇALHO
Título
Data
Destinatário
Remetente
CORPO
Contém as mais variadas rubricas
FÓRMULA FINAL
Data
Assinaturas
Vistos
Nestas situações tudo se inicia com a nota de encomenda, a qual valerá, juridicamente,
como um contrato.
Ou seja, as partes são livres para estipular o conteúdo da nota de encomenda desde
que a informação nela contida lhes permita, a ambas, realizar o controlo e gestão da
encomenda.
Elementos necessários das notas de encomenda são:
• Nome, firma ou denominação social, sede ou domicílio e número de
identificação fiscal da empresa que faz a encomenda;
• Nome, firma ou denominação social, sede ou domicílio e número de
identificação fiscal do fornecedor;
• Especificação dos bens, com a indicação das quantidades;
• Número e data da encomenda;
• Preço dos bens encomendados;
• Condições de pagamento;
• Data de entrega;
• Indicações específicas relacionadas com o transporte dos bens;
• Outras indicações julgadas úteis por ambas as partes;
• Assinatura da empresa que faz a encomenda.
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Em muitos casos, as notas de encomenda apresentam ainda, impressas no verso, as
condições gerais de compra que definem os termos do contrato de fornecimento.
Como mero exemplo, a nota de encomenda poderia ser feita em seis exemplares:
• Original para o fornecedor;
• Cópia a ser devolvida ao comprador, confirmando a recepção da encomenda;
• Cópia para o serviço da empresa compradora que fez o pedido de compra;
• Cópia para o serviço de recepção das encomendas para que este possa
planificar a sua atividade;
• Cópia para a contabilidade;
• Cópia para arquivo geral.
Neste ponto (tal como acontece, aliás, com os restantes documentos a analisar) existe
uma única certeza: no mínimo, os documentos devem existir em duplicado (original e
cópia).
ORIGINAL
ENCOMENDA
MATERIAL
PREVI CONSULT
NÚMERO DATA
Consultoria e serviços, SA 2 09/05/2010
Av. Do Uruguai, 560 5º fr sala D
1300-000 Lisboa
DATA INFORM
Equipamento informático, Lda
Nº CLIENTE V/ NIPC
Rua Alves da Cruz, 677 B
1900-000 Lisboa
2554 520998996
PAGAMENTO 30 dias
Vence a 08/06/2010
4.Guia de remessa
A guia de remessa constitui o documento de entrega dos bens a fornecer. Isto não
significa que o Documento de Entrega não se possa apresentar sob outra forma; por
exemplo, o fornecedor ao entregar os bens pode solicitar que a recepção dos mesmos
lhe seja confirmada na Nota de encomenda.
Ainda assim, a guia de remessa é o documento específico a utilizar para esta finalidade.
Por vezes também se fala em guias de entrega/recepção; trata-se de documentos com
a mesma função das guias de remessa e que, portanto, deverão ter o mesmo conteúdo.
As guias de remessa devem conter, pelo menos, os seguintes elementos:
• Nome, firma ou denominação social, sede ou domicílio e número de
identificação fiscal do remetente;
• Nome, firma ou denominação social, sede ou domicílio e número de
identificação fiscal do destinatário ou adquirente;
• Número e data da guia;
• Especificação dos bens, com a indicação das quantidades;
• Locais de carga e descarga e data e hora de início do transporte, quando forem
utilizadas como documento de transporte.
ORIGINAL
GUIA DE REMESSA
DATA INFORM
NÚMER DATA
O
Equipamento Informático, Lda. 2 09/05/2010
Rua Alves da Cruz, 677 B
1900-000 Lisboa
Exmos Srs.
PREVICONSULT
Consultoria e serviços, SA
Os fornecedores de bens e serviços são obrigados a emitir uma fatura por cada
transmissão de bens ou prestação de serviços realizados.
Por essa razão, em caso de extravio de uma fatura o procedimento correto é emitir uma
nova fatura e anular a anterior, referindo expressamente que se trata de fatura em
substituição e nunca emitir uma 2ª via da fatura.
A violação do dever de emitir ou exigir faturas, ou a sua emissão fora de prazo, está
sujeita à aplicação de coimas, para além das consequências nefastas que pode ter em
sede de relações com a Administração Fiscal.
Exemplo de Fatura
ORIGINAL
FATURA
DATA INFORM
NÚMERO DATA
Equipamento Informático, Lda. 1 12/05/2010
Rua Alves da Cruz, 677 B
1900-000 Lisboa
PREVICONSULT
Consultoria e serviços, SA
Nº CLIENTE V/ NIPC
Av. Do Uruguai, 560 5º fr sala D
1300-000 Lisboa
2554 598 333 450
PAGAMENTO 30 dias
Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
Vence a 11/06/2010
6.Documentos retificativos
Nessa situação, não se encontrando incluídas na fatura, o fornecedor emitirá uma nota
de débito, através da qual cobra ao comprador o montante dessas despesas.
Uma outra situação que pode justificar a emissão de notas de débito é aquela em que a
empresa pretende praticar atos não incluídos no seu objeto social. Pode ocorrer, por
exemplo, que uma empresa que se dedica à atividade de fornecimento de bens
informáticos, pretendendo renovar o seu mobiliário de escritório, decida vender o
mobiliário existente.
Trata-se de uma venda de peças de mobília (em 2ª mão), ato que não cabe na previsão
do seu objeto social razão pela qual a empresa não pode cobrar o preço através da
emissão de fatura. Neste caso, o documento apropriado é a nota de débito.
ORIGINAL
NOTA DE DÉBITO
DATA INFORM
NÚMER DATA
O
Equipamento Informático, Lda. 1 22/05/2010
Rua Alves da Cruz, 677 B
1900-000 Lisboa
Exmos Srs.
PREVICONSULT
Consultoria e serviços, SA
Nº CLIENTE V/ NIPC
2554 598 333 450
PAGAMENTO 30 dias
Vence a 21/06/2010
Notas de crédito
Por sua vez, as notas de crédito são utilizadas para titular um movimento de sentido
inverso. Ou seja, não se trata aqui de debitar (cobrar) uma importância ao comprador
mas sim de lhe creditar (devolver) um determinado montante.
A emissão de uma nota de crédito pode, por exemplo, ser justificada pelo facto de, ao
emitir a fatura o fornecedor se ter esquecido de fazer um desconto por pagamento a
pronto e em dinheiro.
ORIGINAL
NOTA DE CRÉDITO
DATA INFORM
NÚMER DATA
O
Equipamento Informático, Lda. 1 29/05/201
0
Rua Alves da Cruz, 677 B
1900-000 Lisboa
Exmos Srs.
PREVICONSULT
Consultoria e serviços, SA
Nº CLIENTE V/ NIPC
2554 598 333 450
MAT nº 2336 CONS. REG COM. de Lisboa Capital Social 20 000€ NIPC
520 998 996
Paga a fatura, aquele que pagou (o comprador) tem direito a que lhe seja dada quitação
do pagamento.
ORIGINAL
RECIBO
DATA INFORM
NÚMERO DATA
Equipamento Informático, Lda. 1 22/07/201
0
Rua Alves da Cruz, 677 B
1900-000 Lisboa
Exmos Srs.
PREVICONSULT
Consultoria e serviços, SA
TOTAL 165,22
VALOR EXTENSO (EUROS)
Centro e sessenta e cinco euros e vinte e dois cêntimos
Este acordo entre o Banco e o cliente pode ser expresso mas, na maior parte dos casos,
é tácito: no momento da abertura de conta na instituição bancária, o Banco coloca à
disposição do cliente uma caderneta de cheques, ato que tem subjacente a possibilidade
de emissão dos mesmos.
Neste ponto, o aspeto que importa salientar é o que se prende com o facto de o Banco
colocar fundos à disposição do seu cliente. Significa isto que o Banco tem uma provisão
ao dispor do cliente, a qual pode resultar, por exemplo e para citar apenas duas das
situações mais comuns:
Da existência de um depósito à ordem que o Banco se obrigou a restituir ao
cliente de acordo com as instruções deste (designadamente através da emissão
de cheques);
Da existência de um crédito, concedido pelo Banco ao cliente, em termos que
admitam a emissão de cheques.
Em primeiro lugar, tem sido verificada, em Portugal, nos últimos anos, a emissão de um
elevado número de cheques sem provisão (vulgarmente conhecidos como «cheques
sem cobertura» ou «cheques carecas»). Mas verifica-se, igualmente, que a maior
percentagem desses cheques é emitida por pessoas que são reincidentes nessa prática
(ou seja, que já anteriormente emitiram cheques sem provisão).
Ora, o controlo da identidade destes indivíduos está ao fácil alcance das empresas e
comerciantes: o Banco de Portugal emite uma listagem dos titulares de cheques que
infringem a lei, listagem essa que pode ser solicitada pelos comerciantes ao seu Banco.
Por outro lado, o incorreto tratamento jornalístico de algumas decisões judiciais recentes
veio contribuir para criar na opinião pública, em geral, e nos comerciantes, em particular,
a ideia de que teria havido uma despenalização da emissão de cheques sem provisão,
ou seja, que essa prática teria deixado de constituir crime.
Isto não corresponde à verdade. Apenas deixou de ser punida como crime a emissão
de cheques sem provisão pós-datados (os cheques emitidos com data posterior à da
sua entrega ao tomador).
Esta descriminalização do cheque pós-datado tem uma razão de ser. Na verdade, nos
últimos anos vinha ocorrendo que muitos cheques eram emitidos, não apenas como
meio de pagamento imediato de uma dívida já existente mas, como instrumentos de
garantia penal do pagamento de dívidas futuras.
Vamos passar a enunciar esses elementos com o auxílio de um exemplo: o Sr. José
Silva e Silva, titular de uma conta no Banco Típico Português, vai emitir um cheque a
favor da Sra. Maria Silva e Silva, no valor de cem mil contos.
Apalavra «cheque», inserida no próprio texto e expressa na língua empregue para a sua
redação (no nosso caso, o português);
O nome de quem deve pagar: o sacado (trata-se do Banco no qual o sacador tem conta
aberta);
A indicação do lugar no qual o pagamento se deve efetuar (em geral, indicado do lado
direito em relação ao nome do sacado);
Nota: nos novos cheques, a data é escrita em quadrículas pré-definidas para o efeito
(segundo a regra um algarismo por cada quadrícula), pela ordem Ano, Mês e Dia.
A assinatura de quem passa o cheque (sacador); a assinatura deve ser sempre idêntica
à que consta da ficha de assinatura de cliente existente no Banco;
Finalmente, para além das menções obrigatórias, que o cheque deverá conter para que
o Banco aceite pagá-lo, deve ainda ter-se em conta que o cheque não pode estar
rasurado e deve encontrar-se em bom estado de conservação por forma a permitir a sua
leitura ótica.
Designação do beneficiário
No que se refere à designação do beneficiário, pode verificar-se uma de três situações
possíveis:
O cheque contém o nome do beneficiário, pessoa a quem deve ser pago, caso em que
se fala de cheque à ordem;
O cheque contém o nome do beneficiário, pessoa a quem deve ser pago, seguido da
indicação «não à ordem»: trata-se do cheque nominativo;
Analisemos, de forma muito sucinta as diferenças entre estes três tipos de cheques.
No caso do cheque ao portador, qualquer pessoa que se apresente no Banco munida
do cheque tem direito ao pagamento da quantia nele inscrita.
Assim, o cheque à ordem pode ser transmitido por endosso e o cheque nominativo não
pode ser transmitido por endosso.
Note-se, ainda assim, que é prática normal dos Bancos exigirem a assinatura
(habitualmente no verso do cheque) aos apresentantes de cheque ao portador de modo
a permitir a sua posterior identificação.
Além disso, em certos casos, os Bancos podem exigir dos portadores do cheque um
recibo, assinado e selado, do valor do cheque.
Se contiver a indicação do nome da pessoa a quem deve ser pago (cheque à ordem), o
cheque só pode ser transmitido através do endosso.
Recorde-se que o cheque nominativo não pode ser transmitido por endosso e
acrescente-se que a menção «não à ordem» pode ser introduzida não apenas pelo
sacador mas por qualquer endossante, sempre com o mesmo efeito: a partir do
momento em que essa menção surja no cheque, este deixa de poder ser endossado.
O número de conta consta da parte inferior do cheque, ladeado pelas referências à zona
interbancária e ao número do cheque.
Deve notar-se que o cheque é sempre pagável à vista, ou seja, no momento da sua
apresentação a pagamento.
Esta questão relaciona-se com os chamados cheques pós-datados (aqueles que são
emitidos com uma data posterior à da sua entrega ao tomador).
O sacador e o tomador do cheque podem acordar no seu preenchimento com uma data
posterior à da emissão do cheque (por exemplo, o cheque é emitido em 5 de Janeiro
com data de 5 de Fevereiro), habitualmente para permitir ao sacador reunir os fundos
suficientes para pagar a quantia em causa ao beneficiário do cheque.
Assim,
• A suspensão tem efeitos imediatos e impede o pagamento do cheque até se
verificar que ele se encontra na posse do seu legítimo portador,
• A revogação anula a ordem de pagamento e só produz efeitos a partir do final
do prazo de apresentação (oito dias).
Cruzamento
O cheque é cruzado quando na sua face aparecem desenhados no canto superior
direito, dois traços paralelos e transversais, como a seguir se mostra:
Se não houver nada escrito entre os dois traços paralelos, diz-se que estamos perante
um cruzamento geral.
Mas no cheque pode ser inscrito um cruzamento especial: neste caso, além dos dois
traços paralelos e transversais, aparecerá entre eles a designação do nome de um
Banco.
O cruzamento no cheque significa que este só pode ser pago pelo Banco a um seu
cliente ou a outro Banco.
Essa segurança resulta ainda acrescida no caso do cheque com cruzamento especial.
Ao indicar, entre os traços, o nome de um Banco onde o portador tem conta, o sacador
obriga a que o cheque seja depositado nesse Banco, só depois podendo ser
movimentado.
Levar em conta
Os cheques podem igualmente conter a expressão «levar em conta», escrita pelo
sacador em qualquer local na face do cheque (desde que de forma legível e sem
esconder as restantes menções).
Por uma questão de facilidade é habitual a expressão «levar em conta» surgir inscrita
no canto superior esquerdo do cheque, muitas vezes colocada entre dois traços
paralelos (o que também não é obrigatório).
Mais uma vez, a segurança na circulação do cheque resulta reforçada pois será sempre
possível determinar o percurso feito pelo cheque e identificar o seu depositante.
Cheque visado
O cheque visado é um meio de garantir o pagamento e pode ser utilizado pelo sacador
quando essa garantia lhe seja pedida (é comum a solicitação de cheques visados, pelos
mais diversos tipos de comerciantes, quando o montante em causa ultrapasse
determinado valor).
Assim, a pedido do sacador, o Banco, ao visar o cheque, garante a existência da
provisão necessária para o seu pagamento.
Sujeitos da letra
Assim, no que respeita aos sujeitos intervenientes na emissão da letra, identificamos:
• Sacador - o credor, pessoa que dá a ordem de pagamento ou, numa expressão
tecnicamente mais correta, a pessoa que saca a letra;
• Sacado - o devedor, pessoa a quem é dada a ordem de pagar a quantia
mencionada na letra;
• Tomador - a pessoa a quem, ou à ordem de quem, a letra deve ser paga (e que
pode ser o próprio sacador);
Portador; em sentido técnico, a pessoa que apresenta a letra a pagamento; em
sentido mais genérico, qualquer pessoa que, em certo momento, tem a letra em
seu poder.
Deve notar-se que, ao contrário do que por vezes se pensa, a letra pode ser utilizada
por quaisquer pessoas, e não necessariamente por comerciantes, como instrumento de
crédito.
Para além das letras de utilização geral, é permitido às empresas emitirem as suas
próprias letras (letras de emissão particular) em impressos selados pela Imprensa
Nacional - Casa da Moeda, que contenham estampadas, por qualquer forma, as iniciais
ou firmas das pessoas ou sociedades, ou a designação das casas ou estabelecimentos
a que respeitarem.
Modelo de letra
Menções obrigatórias
Enquanto documento normalizado, a letra deve conter, obrigatoriamente, certas
indicações escritas:
Nota: nas novas letras, o montante é escrito em quadrículas pré-definidas para o efeito
(segundo a regra um algarismo por cada quadrícula); depois de escrito o montante, as
quadrículas restantes devem ser inutilizadas através de um traço.
Nota: nas novas letras, a data é escrita em quadrículas pré-definidas para o efeito
(segundo a regra um algarismo por cada quadrícula), pela ordem Ano, Mês e Dia.
Como vimos, a propósito da análise dos modelos de letra, estas já contêm as seguintes
indicações:
• Referência de «local e data de emissão (ano, mês, dia)», para preenchimento;
• Referência à «importância, em escudos ou em euros, consoante o caso», para
preenchimento;
• Referência ao «saque nº ...», para preenchimento;
• Referência ao «vencimento (ano, mês, dia)», para preenchimento;
• Referência ao «valor», para preenchimento;
• A expressão «No seu vencimento, pagará (ão) V. Exª por esta única via de letra
a...», para completar;
• Referência ao «local de pagamento/domiciliação (banco/localidade)», para
preenchimento;
• Referência ao «NIB (número de identificação bancária)», para preenchimento;
• Espaço para a assinatura do sacador;
• Referência ao «número de contribuinte do sacado», para preenchimento;
• Referência ao «aceite nº...», para preenchimento;
• Referência ao «nome e morada do sacado», para preenchimento;
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• Referência (junto à margem esquerda, centrado e em
posição vertical) ao «Aceite», para preenchimento e assinatura;
• Referência ao «nome e morada ou carimbo do sacador, bem como o respectivo
número de contribuinte», para preenchimento
(no canto superior esquerdo) a representação da estampilha fiscal, em formato
reduzido, levando em rodapé o valor da taxa respetiva, em algarismos;
• (imediatamente à direita do retângulo do vencimento), uma letra, que
corresponderá ao código do escalão da selagem.
Mas a letra continua a valer como documento no qual se faz prova (ou uma das provas
possíveis) da existência de um crédito e de uma dívida.
À semelhança do que vimos acontecer com o cheque, também no caso da letra o saque
não pode ser sujeito a qualquer tipo de condição. Como consequência, se o documento
não apresentar uma ordem, pura e simples, de pagamento, ele não será qualificado
como letra.
Entretanto, os impressos ainda existentes que não obedeciam aos requisitos agora em
vigor poderão continuar a ser utilizados até 31 de Dezembro de 1999.
Sujeitos da livrança
A propósito da livrança vamos usar terminologia ligeiramente diferente da que
estudámos a propósito do cheque e da letra. Assim, no que respeita aos sujeitos
intervenientes na emissão da livrança, identificamos:
Subscritor/emitente - a pessoa que emite a livrança, prometendo proceder ao
seu pagamento;
Tomador/beneficiário - a pessoa a quem, ou à ordem de quem, a livrança deve
ser paga;
Portador - em sentido técnico, a pessoa que apresenta a livrança a pagamento,
em sentido mais genérico, qualquer pessoa que, em certo momento, tem a
livrança em seu poder,
Menções obrigatórias
Enquanto documento normalizado, a livrança deve conter, obrigatoriamente, certas
indicações escritas.
Menções facultativas
As menções facultativas são aquelas que devem constar da livrança mas cuja ausência
não invalida a sua existência como título executivo:
• Nome e morada do subscritor;
• Número da livrança;
• Valor (motivo que originou a emissão da livrança).
11.Proposta de desconto
Contrato de desconto
O contrato de desconto pode ser descrito como uma operação bancária na qual
• A quantia inscrita num título de crédito ainda não vencido,
• É paga ao portador do título,
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• Diminuída dos juros até ao vencimento e das
comissões a que houver lugar,
• Aceitando o portador transferir o título, mediante endosso (preenchido ou em
branco), para o Banco.
O contrato de desconto bancário tem natureza formal, para cuja validade e prova é
exigida:
• A entrega ao Banco dos títulos de crédito a descontar;
• A existência de um escrito que contenha a assinatura da entidade cedente,
embora tal escrito possa ter a natureza de documento particular.
Impresso
Não existe um impresso único, normalizado, de proposta de desconto: cada instituição
bancária dispõe do seu próprio modelo.
Ainda assim, é possível precisar que a proposta deve ser subscrita pelo cedente
(entidade que pede o desconto bancário) dela podendo constar, pelo menos, as
seguintes informações:
• A data da proposta;
• O nome e assinatura do cedente (o portador da letra que a entrega ao Banco);
• O número de conta do cedente;
• A data dos títulos de crédito a descontar (também chamados efeitos);
• O montante dos títulos;
• As datas de vencimentos dos títulos;
• O nome do sacado;
• Os nomes e moradas de todos os intervenientes nos títulos;
• O local de pagamento dos títulos;
• A indicação da ordem na sucessão dos endossos.
Encargos
Conforme referimos inicialmente, a operação de desconto está sujeita a encargos.
Designadamente, a entidade cedente, terá de pagar:
• Juros;
• Comissão de cobrança e/ou outras.
Juros
No caso das letras, o Banco cobrará os juros antecipadamente, em relação à data do
vencimento da letra, no momento em que a importância seja posta à disposição do
cedente. Ou seja, quando o dinheiro é depositado na conta da entidade cedente já lhe
foi deduzida a importância relativa aos juros e comissão.
Comissões de cobrança
Na operação de desconto, o Banco toma posse do título. Na data do vencimento, o
Banco, que entretanto pagou o montante do título à entidade cedente, terá de proceder
à sua cobrança, situação que lhe acarreta despesas. Por essa razão, o banco pode
cobrar à entidade cedente as chamadas comissões de cobrança.
Além disso, todo o processo de desconto origina custos administrativos, razão pela qual
o Banco pode cobrar à entidade cedente uma comissão de desconto (ou outra
equivalente).
13.1.Recepção
A separação
A separação da correspondência precede a sua abertura, no caso de se tratar de uma
carta, podendo esta ser classificada em:
Comercial ou oficial – neste caso, estas podem ser subdivididas em:
o Patente – documentos relacionados com a atividade diária da empresa,
como por exemplo, faturas, cartas comerciais, recibos, etc.
o Confidencial ou secreta – Cartas ou documentos de carácter sigiloso.
Estas cartas nunca devem ser abertas por quem as recebe, mas sim
conduzidas diretamente à direção. A entrada destas cartas deve ser
registada em livro próprio.
Particular ou pessoal – Neste caso as cartas não devem ser abertas e devem ser
dirigidas aos respectivo destinatários.
A correspondência acima referida como patente será aquela que prosseguirá no circuito
a seguir descrito.
A abertura
Nesta fase, pode efetuar-se a abertura da correspondência anteriormente designada
como patente.
Outro cuidado tem a ver com a inutilização do sobrescrito. Antes de o fazer, deve
verificar-se se a carta contém a data, o nome e o endereço do remetente. Caso tal não
se verifique, o envelope deve ser agrafado à carta.
Por vezes, utiliza-se um livro de registo para registar a correspondência recebida, quer
por carta, quer por fax. Neste livro constam:
O número de entrada
A data de recepção
A entidade que enviou a correspondência
O número do documento
O assunto ou classificação atribuídos de acordo com um plano de classificação
da empresa
O destino do documento.
13.3.Distribuição
13.4.Expedição
O microsoft word, juntamente com o microsoft excel e o microsoft acess são alguns
destes exemplos. Com recurso a estas ferramentas é possível, através da impressão
em série, criar cartas de formulário, etiquetas de endereço, envelopes, bem como
efetuar a distribuição de correio eletrónico e de faxes em grande número, num curto
espaço de tempo, desde que as moradas estejam em suporte informático.
Caso o registo seja com aviso de recepção, após a sua devolução pelo destinatário com
a sua assinatura, deve também ser arquivado juntamente com a cópia da
correspondência.
Legislação