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HORAS PASSADAS

Naquele tépido prazer do toxicoma


Eu vi as formas onde não existia nada
E vi o nada consumindo as formas
Sem nunca aprender p’ra que servia
Permanecer no nada atado e vil
Se alguma coisa aprendi nessa jornada
Foi que de fato não servia para nada
Mas quero ainda saber como sorrir
Não quero ainda tirar férias de existir
Quero comer da amarga broa até ao fim
E persistir em dizer não
Ao que pareceria óbvio dizer sim.

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