E que depois se esqueceram do fim Perco-me a imaginar Coisas Castelos Sonhos e imagens fugazes Se diluem com o sopro da brisa Que de uma janela De repente aberta Soprou.
Belezas incomensuráveis nascem
E os homens como vermes Não sabem de que maneira apreciá-las. O mundo em guerra constante Desperdiçando vidas a todo instante Não sabe o que fazer com todos esses dons Que a natureza Por vontade de um ente Imensamente grande Criou. Ao seu dispor Colocou.
Seria válido imaginá-las
Criadas para o nada? Seria sensato imaginá-las Criadas para o nada? E mais nada? Ou será para serem usadas?
As mãos do homem que constrói
São por Deus abençoadas. Rios de realizações que podem daí advirem No entanto, num piscar Estão acabadas
Na imensidão de uma planície
Dos homens totalmente isolada Cresce uma palmeira Que da terra Suga a seiva da vida. De um instante pra outro Alguém que da vida tem rancor Olha para aquela palmeira Decide: Morra.
É tão fácil destruir e exterminar
Entretanto, como e difícil repor. É tão fácil acabar com uma vida Entretanto, gerá-la requereu um Deus A bondade suprema de imaginá-la.
Como é simples a vida depois de pronta.
E como é complexa para estar pronta.
Não importa a coisa feita
Importa em fazê-la Criar e muito mais digno que o continuar. Mãos que destroem Mãos que constroem Que abismo separa as duas.
(MASCARENHAS, Marcio. O outro coração, Ed. Number One, Belo Horizonte, 1994, poema nº 28)
FEIJÓ, Jandira - FRANCO, Augusto (2007) (Orgs.) - Olhares Sobre A Experiência Da Governança Solidária Local de Porto .... Porto Alegre CMDC EdiPUCRS, 2007