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Meio Ambiente – Protocolo de Kyoto – ATUALIDADES

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MEIO AMBIENTE – PROTOCOLO DE KYOTO, COP E IPCC

No ano de 2015 aconteceu, em Paris, a COP 21, em um clima de apreensão


por terem ocorrido, uma semana antes, os seis atentados terroristas do dia 13 de
novembro, na França. No final do ano de 2016 acontecerá a COP 22 na capital
do Marrocos, Rabat. Em 1992, no Rio de Janeiro, na Rio 92 ficou decidido que
essa conferência aconteceria de dez em dez anos. Alguns cientistas, porém,
questionaram essa data ao afirmarem que dez anos é um prazo muito longo para
discutir alterações climáticas e aquecimento global. Então, ficou decidido que a
partir do ano de 1995 ocorreriam anualmente debates sobre o meio ambiente. A
COP 3 foi a mais importante das conferências ambientais, por ter ocorrido nela a
assinatura do Protocolo de Kyoto.

COP (Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas)

A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, também


conhecida como UNFCCC (do original em inglês United Nations Framework Con-
vention on Climate Change) ou Convenção Quadro das Nações Unidas para as
Alterações Climáticas (CQNUAC, em Portugal), é um tratado internacional resul-
tante da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvi-
mento (CNUMAD), informalmente conhecida como a Cúpula da Terra, realizada
no Rio de Janeiro em 1992.
Esse tratado foi firmado por quase todos os países do mundo e tem como
objetivo a estabilização da concentração de gases do efeito estufa (GEE, que
são CO2 e CH4) na atmosfera em níveis tais que evitem a interferência perigosa
com o sistema climático. Esse nível de concentração segura para o clima ainda
não é conhecido, mas a maior parte da comunidade científica considera que,
se a emissão destes gases continuar crescendo no ritmo atual, trarão danos ao
meio ambiente.
O tema ‘aquecimento global’ não guarda consenso entre a comunidade cien-
tífica, sendo muito controverso. Um terço dos estudiosos, por exemplo, afirma
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que a ação antrópica não possui influência nas atividades globais, como o aque-
cimento global. A outra parte dos cientistas afirma que o homem possui uma par-
cela de culpa pelo aumento da temperatura global.

Protocolo de Kyoto

Esse Protocolo tem como objetivo firmar acordos e discussões internacionais


para conjuntamente estabelecer metas de redução na emissão de gases-estufa
na atmosfera, principalmente por parte dos países industrializados, além de criar
formas de desenvolvimento de maneira menos impactante àqueles países em
pleno desenvolvimento.
O Protocolo de Kyoto divide o mundo entre dois grupos: Anexo 1 e Não Anexo
1. O Anexo 1 é composto por países ricos, desenvolvidos e industrializados,
integrado por Estados Unidos, Canadá, Japão, Austrália e toda a Europa. O Não
Anexo 1 é constituído de países em desenvolvimento, como China, Índia, Brasil,
Turquia, Argentina e outros. O Protocolo de Kyoto responsabiliza as nações
desenvolvidas do Anexo 1 por boa parte da poluição mundial e pelos efeitos das
alterações climáticas.
Diante da efetivação do Protocolo de Kyoto, metas de redução de gases
foram implantadas, algo em torno de 5,2% entre os anos de 2008 e 2012, sendo
posteriormente prorrogado. O Protocolo de Kyoto foi implantado de forma efetiva
em 1997, na cidade japonesa de Kyoto, nome que deu origem ao protocolo. Na
reunião, oitenta e quatro países se dispuseram a aderir ao protocolo e o assina-
ram, dessa forma, comprometeram-se a implantar medidas com intuito de dimi-
nuir a emissão de gases.
A assinatura de grandes acordos em âmbito mundial não é feita apenas pelos
presidentes dos países. É necessário que também os congressos dos respecti-
vos países ratifiquem o acordo. Portanto, nas conferências os presidentes assi-
nam o acordo e posteriormente o apresentam para que o congresso ratifique e
o torne lei, tornando assim o país oficialmente comprometido com tal programa.
Os principais gases que causam o efeito estufa são o dióxido de carbono CO2
e o metano CH4. As principais atividades econômicas que liberam CO2 na atmos-
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fera são indústrias movidas a carvão, automóveis e queimadas, sendo estas últi-
mas as responsáveis por fazerem do Brasil o campeão em emissão de dióxido
de carbono através de queimadas. O metano é emitido na atmosfera através da
pecuária de bovinos e aterros sanitários.
As metas de redução de gases não são homogêneas a todos os países,
colocando níveis diferenciados de redução para os 38 países que mais emitem
gases, o protocolo prevê ainda a diminuição da emissão de gases dos países que
compõe a União Europeia em 8%, já os Estados Unidos em 7% e Japão em 6%.
Países em franco desenvolvimento como Brasil, México, Índia e, principalmente,
China, não receberam metas de redução, pelo menos momentaneamente.

Protocolo de Kyoto 2

Cerca de 200 países concordaram, na Conferência da ONU sobre Mudanças


Climáticas (COP 18), em Doha, no Qatar, em estender a validade do Protocolo
de Kyoto. O acordo, assinado em 1997 e que se expiraria no final de 2012, é a
única ferramenta que compromete os países industrializados a reduzir os gases
de efeito estufa.
O alcance do novo acordo, no entanto, é ainda menor do que o Protocolo de
Kyoto era. Japão, Rússia, Canadá e Nova Zelândia se recusaram a assiná-lo
porque queriam que países emergentes como a Índia, a China e o Brasil também
tivessem metas a cumprir, o que não é previsto pelo documento. Os Estados
Unidos nunca ratificaram o Protocolo de Kyoto.

IPCC

Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, mais conhecido pelo


acrônimo IPCC (da sua denominação em inglês Intergovernmental Panel on Cli-
mate Change) é uma organização científico-política criada em 1988 no âmbito
das Nações Unidas (ONU) pela iniciativa do Programa das Nações Unidas para
o Meio Ambiente (PNUMA) e da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
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Tem como objetivo principal sintetizar e divulgar o conhecimento mais avan-


çado sobre as mudanças climáticas que hoje afetam o mundo, especificamente, o
aquecimento global, apontando suas causas, efeitos e riscos para a humanidade
e o meio ambiente, e sugerindo maneiras de combater os problemas. O IPCC
não produz pesquisa original, mas reúne e resume o conhecimento produzido por
cientistas de alto nível independentes e ligados a organizações e governos.

Relatório de mudanças climáticas do IPCC ganha versão em português

O relatório, feito pelo painel de pesquisadores reunidos pela ONU, resume a


visão científica sobre o fenômeno e suas consequências - inclusive para o Brasil.
O Relatório trouxe ainda mais certeza sobre a contribuição do homem nas
mudanças climáticas que já estão ocorrendo no planeta. Os cientistas concluí-
ram que o homem, com 95% de certeza, está contribuindo com a maior parte do
aquecimento global. O relatório também traz um pouco de otimismo, pois consi-
dera que ainda é possível manter o aquecimento em até 2ºC (meta estabelecida
durante a COP-15 de Copenhague, em 2009) até 2100, mas para isso medidas
urgentes e ousadas devem ser tomadas nos próximos anos.
O relatório é enfático ao mostrar que as mudanças climáticas já estão ocor-
rendo, que os extremos climáticos serão mais frequentes e que todo o planeta
sofrerá com as consequências, e se nada for feito elas serão catastróficas não
só para os países menos resistentes (como pequenas ilhas, por exemplo), mas
para toda a população e para toda a economia mundial.

Previsões para a América do Sul

O Relatório apresenta dados generalistas e pouco específicos de cada país.


Porém, podemos ressaltar que o IPCC deixa claro que o Brasil (e toda Amé-
rica do Sul) sofrerá graves impactos, relacionados principalmente com saúde e
alimentação, pois novas características climáticas trarão consequências para a
produção agrícola desses países.
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A floresta amazônica pode também sofrer um processo de savanização, o


que influenciaria todo o clima no País. As regiões Sul e Sudeste podem ter extre-
mos climáticos mais acentuados, principalmente, chuvas mais intensas podendo
ocasionar graves deslizamentos, como os ocorridos no Rio de Janeiro, em 2011.
O Brasil possui desde 2009 (a partir da Política Nacional de Mudanças Climáti-
cas) o Painel Brasileiro sobre Mudanças Climáticas, que lançou em 2015 o seu
primeiro relatório com dados sobre os impactos e possíveis medidas de mitiga-
ção e adaptação no Brasil, envolvendo o trabalho de 360 especialistas. O Brasil
é considerado uma potência global em relação ao meio ambiente.

Cresce o desmatamento na Amazônia

Em um ano, o desmatamento na Amazônia aumentou mais de 200%. O


número foi calculado pela organização não governamental Imazon. O instituto de
pesquisa Imazon, em Belém, monitora o desmatamento na Amazônia há mais de
20 anos. No levantamento divulgado no primeiro semestre de 2015, foram derru-
bados 1.700 km² de floresta nativa, entre agosto de 2014 e fevereiro deste ano.
A área desmatada é maior que a cidade de São Paulo. Comparando essa der-
rubada com o período anterior, o desmatamento na Amazônia aumentou 215%.
Segundo o Imazon, quase a metade do desmatamento ocorreu em áreas
particulares, onde a floresta veio abaixo para a expansão da pecuária, principal-
mente no Mato Grosso. No Pará, o desmatamento foi provocado em grande parte
pela grilagem, que é a invasão de terras públicas. Já em Rondônia, segundo os
ambientalistas, as árvores vêm sendo destruídas para dar lugar à agricultura.
Do total desmatado nos últimos sete meses, o estado que mais destruiu a flo-
resta foi Mato Grosso (35%), depois Pará (25%) e Rondônia (20%). Os analistas
também fazem outro alerta: como os satélites do Imazon só detectam o desma-
tamento em áreas acima de dez hectares, os números da derrubada da floresta
podem ser ainda mais altos.
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