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Módulo 1

PRINCÍPIOS
BÁSICOS
DE
HIDRÁULICA

Centro de Treinamento do Produto


2002
FLUIDO

Qualquer substância não sólida, capaz de escoar e assumir a


forma do recipiente que o contém.

líquidos gasosos

Ênfase para os fluidos líquidos


Fluido ideal;
Fluido incompressível;
Líquido perfeito.
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2002
PESO ESPECÍFICO; MASSA ESPECÍFICA; DENSIDADE

- Peso específico

peso da
substância

γ= G
Peso
específico V
volume

Unidades usuais: kgf/m 3; kgf/dm 3; N/m 3 (SI); lbf/ft3; ...


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2002
PESO ESPECÍFICO; MASSA ESPECÍFICA; DENSIDADE

- Relação entre peso específico e massa específica

massa
específica

Peso
γ= ρ x g
específico aceleração
da gravidade
(9,81 m/s2)

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2002
PESO ESPECÍFICO; MASSA ESPECÍFICA; DENSIDADE

- Densidade

γ
γ
fluido
d=
fluido padrão
ρ
ρ
fluido
d=
fluido padrão

A densidade é um índice adimensional


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2002
VISCOSIDADE

Propriedade física que exprime sua resistência ao cisalhamento


interno.

Importante influência no fenômeno do escoamento, no


que diz respeito as perdas de pressão dos fluidos;
Depende da temperatura e da natureza do fluido;

A temperatura tem grande influência na viscosidade.

Diminui para líquidos


Aumentando a temperatura
a viscosidade
Aumenta para gases

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2002
LEI DE NEWTON

A tensão de cisalhamento é proporcional ao gradiente de


velocidade.

Tensão de
τ =µ dv
dy
gradiente de
velocidade

cisalhamento

coeficiente
de proporcionalidade

Fluidos Newtonianos - obedecem esta lei.


Fluidos não Newtonianos - não obedecem esta lei.

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2002
VISCOSIDADE DINÂMICA OU ABSOLUTA

Exprime a medida das forças internas de atrito do fluido e é


justamente o coeficiente de proporcionalidade entre a tensão
de cisalhamento e o gradiente de velocidade da Lei de Newton.

Indicamos pela letra grega “ mü ” µ

Unidades usuais: centiPoise (cP); Poise ( 98,1 P = 1 kgf.s/m 2;


Pascal segundo ( 1Pa.s = 1 N.s/m 2 - SI ).
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2002
VISCOSIDADE CINEMÁTICA

µ
υ=
ρ
υ viscosidade cinemática (nü)
µ viscosidade dinâmica
ρ massa específica

Unidades usuais: centiStoke (cSt); 1 St = a cm2/s; m2/s - SI.


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2002
PRESSÃO

força

pressão F
P=
A
área

Unidades usuais: kgf/cm 2; kgf/m 2; bar; psi; Pa; atm; mca;


mmHg; ...

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2002
LEI DE PASCAL

A pressão aplicada sobre um fluido contido em um recipiente


fechado age igualmente em todas as direções do fluido e
perpendicularmente às paredes do mesmo.

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2002
TEOREMA DE STEVIN

A diferença de pressão entre dois pontos de um fluido em


equilíbrio é igual ao produto do peso específico do fluido pela
diferença de cota entre os dois pontos.

pB - pA = γ x h

patm

pA = patm +γ x h

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2002
TEOREMA DE STEVIN

Importante:

♦ pA = pB
♦ pC = pD
♦ pA - pC = pB - pD = γxh

A pressão de dois pontos na mesma cota é a mesma, não


importa a distância entre eles;
A pressão entre pontos na mesma cota é a mesma;
A pressão independe do formato, do volume ou da área da
base do reservatório.
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2002
CARGA DE PRESSÃO / ALTURA DE COLUNA DE LÍQUIDO

pressão (kgf/cm 2)

acerto de
p unidade
carga
10
h= γ
x
de
pressão

peso específico (kgf/dm 3)

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2002
INFLUÊNCIA DO PESO ESPECÍFICO

100 m

100 m

100 m
água salmora gasolina
γ = 1,0 γ = 1,2 γ=0,75

10 kgf/cm2 12 kgf/cm2 7,5 kgf/cm2

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2002
INFLUÊNCIA DO PESO ESPECÍFICO

100 m

133,33 m
83,33 m
gasolina
água
γ = 0,75
γ = 1,0 salmora
γ = 1,2

10 kgf/cm2 10 kgf/cm2
10 kgf/cm2

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2002
ESCALAS DE PRESSÃO

Pressão medida em relação ao vácuo total


absoluta - Pabs

Pressão exercida pelo peso da atmosfera.


atmosférica - Patm

Pressão
medida, adotando-se como
manométrica - Pman
referência a pressão atmosférica.

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2002
PRESSÃO ATMOSFÉRICA

varia com a altitude

varia com as condições meteorológicas.

Patm = 1,033 kgf/cm 2 = 760 mmHg = 1,033 x 105 N/m 2 =


2,1116 x 103lb/pé2 = 29,92 polegadas de Hg.

RELAÇÃO ENTRE PRESSÕES

Pabs = Patm + Pman

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2002
ESCALAS DE REFERÊNCIA PARA MEDIDAS DE PRESSÃO
A

pressão relativa pressão relativa positiva


correspondente correspondente
ao ponto A ao ponto A
pressão absoluta
correspondente
ao ponto A
pressão atm local
erro desprezível
atmosfera técnica
pressão relativa pressão relativa negativa
correspondente correspondente
Hb = 10,33 mca ao ponto B ao ponto B
10 mca

pressão absoluta
B correspondente
ao ponto B linha de
pressão nula
0 % de atmosferas 100 % de vácuo

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2002
ESCOAMENTO

Regime permanente

As condições do fluido, como temperatura, peso específico,


velocidade, pressão, etc, são invariáveis com o tempo.

Regime laminar

Regime turbulento

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2002
NÚMERO DE REYNOLDS

Osborne Reynolds, em 1883, realizou experiências para


identificar o tipo de regime.
líquido
colorido água tubo
transparente

válvula

Filete líquido colorido

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2002
NÚMERO DE REYNOLDS

v x D
Re =
υ

Re número de Reynolds (adimensional)


v velocidade de escoamento do fluido
D diâmetro interno da tubulação
υ viscosidade cinemática do fluido

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2002
NÚMERO DE REYNOLDS

Limites do número de Reynolds para tubos

Re ≤ 2000 escoamento laminar

2000 < Re ≤ 4000 escoamento transitório

Re > 4000 escoamento turbulento

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2002
VAZÃO E VELOCIDADE

Vazão volumétrica

V
Q=
t

Unidades usuais: m 3/h; l/s; m 3/s; gpm

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2002
VAZÃO E VELOCIDADE

Vazão mássica

m
Qm =
t

Unidades usuais: kg/h; kg/s; t/h; lb/h.

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2002
VAZÃO E VELOCIDADE

Vazão em peso

G
Qp =
t

Unidades usuais: kgf/h; kgf/s; tf/h; lbf/h.

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2002
RELAÇÃO ENTRE VAZÕES

Qm Qp
Q =
ρ
=
γ

Em nossos estudos, daremos ênfase à vazão volumétrica,


a qual designaremos apenas por vazão (Q).

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2002
VELOCIDADE

Relação entre vazão, velocidade, e área da seção transversal


de uma tubulação.

Q velocidade
diâmetro área

Q
Q = vxA v =
A
A=
π xD
2

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4
2002
EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE
A2 v2

A1

v1
Qm1 = Qm2

Q1 = Q2 Q1 = v1 x A1 = Q2 = v2 x A2
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2002
ENERGIA
- Princípio da conservação de energia

A energia não pode ser criada , nem destruída, mas apenas


transformada. A energia total é constante.

Apresenta-se de diversas formas, mas estudaremos somente


as de nosso interesse.

potencial, de posição ou geométrica (Hgeo)

Energia de pressão (Hpr)

cinética ou de velocidade (Hv)

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2002
ENERGIA

-energia potencial, de posição ou geométrica (Hgeo)

Hgeo

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2002
ENERGIA

-energia de pressão (Hpr)

Hpr
p
Hpr =
γ
Hpr

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2002
ENERGIA

-energia de velocidade (Hv)

v2
Hv =
2g Hv

Hv

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2002
TEOREMA DE BERNOUILLI
-líquidos perfeitos
plano de carga total
v 12 v 22
2g linha piezométrica 2g

p2
p1 γ
γ

carga total
v2

Z2

Z1
v1
plano de referência
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2002
TEOREMA DE BERNOUILLI
-líquidos perfeitos

p1 v 12 p2 v 22
Z1 + + = Z2 + +
γ 2g γ 2g

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2002
TEOREMA DE BERNOUILLI
-líquidos reais
plano de carga total
linha de ca
v 12 rga total Hp
v 22
2g linha piezométrica
2g
p2
p1 γ
γ

carga total
v2

Z2

Z1
v1
plano de referência
Centro de Treinamento do Produto
2002
TEOREMA DE BERNOUILLI
-líquidos reais

p1 v 12 p2 v 22
Z1 + + = Z2 + + + Hp
γ 2g γ 2g

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2002
PERDAS DE CARGA EM TUBULAÇÕES

Atrito entre as partículas fluídas com as


Perda de carga paredes do tubo

Atrito do fluido com o próprio fluido.

Perda de energia ou perda de pressão

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2002
PERDAS DE CARGA EM TUBULAÇÕES

- Tipos de perda de carga

Distribuída
L

P1 P1 > P2 P2

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2002
PERDAS DE CARGA EM TUBULAÇÕES

- Tipos de perda de carga

Localizada
P1
P1 > P2

P2

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2002
PERDAS DE CARGA EM TUBULAÇÕES

- Tipos de perda de carga

Total P1 P2

P3

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2002
FÓRMULAS DE PERDAS DE CARGA - Distribuída

FLAMANT (1892)

Hp 4b v7
J = =
L D D

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2002
FÓRMULAS DE PERDAS DE CARGA

- Coeficientes de Flamant

MATERIAL b
ferro fundido ou aço 0,00023
concreto 0,000185
chumbo 0,000140
plástico (PVC) 0,000135

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2002
FÓRMULAS DE PERDAS DE CARGA - Distribuída

FAIR - WHIPPLE - HSIAO (1930)

Tubo de ferro Hp Q 1,88


galvanizado J = = 0,002021 X
L D 4,88

Tubo de cobre
Hp Q 1,75
J = = 0,0086 X
ou latão L D 4,75
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2002
FÓRMULAS DE PERDAS DE CARGA - Distribuída

HAZEN - WILLIANS

Hp
J = = 10,643 X Q 1,85 X C -1,85 X D - 4,87
L

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2002
Coeficiente de MATERIAL C
Hazen-Willians Aço corrugado (chapa ondulada) 060
Aço com juntas "Look-Bar" novas 130
Aço galvanizado novo e em uso 125
Aço rebitado novo 110
Aço rebitado em uso 085
Aço soldado novo 120
Aço soldado em uso 090
Aço soldado com revestimento esp. novo e em uso 130
Chumbo 130
Cimento amianto 140
Cobre 130
Concreto bem acabado 130
Concreto acabamento comum 120
Ferro fundido novo 130
Ferro fundido em uso 090
Ferro fundido revestido de cimento 130
Grés cerâmico vidrado (Manilha) 110
Latão 130
Madeira em aduelas 120
Tijolos condutos bem executados 100
Centro de Treinamento do Produto Vidro 140
2002 Plástico 140
Coeficiente de Hazen-Willians

TIPO DE TUBO IDADE/ANOS DIÂMETRO (mm) C


Até - 100 118
100 - 200 120
NOVO
200 - 400 125
400 - 600 130
Até - 100 107
100 - 200 110
10 ANOS
200 - 400 113
FERRO 400 - 600 115
FUNDIDO
PICHADO Até - 100 89
100 - 200 93
20 ANOS
200 - 400 95
400 - 600 100
Até - 100 65
100 - 200 75
30 ANOS 200 - 400 80
400 - 600 85
Centro de Treinamento do Produto
2002
Coeficiente de Hazen-Willians

Até - 100 120


FERRO FUNDIDO 100 - 200 130
CIMENTO AMIANTO NOVO OU
USADO 200 - 400 135
400 - 600 140
AÇO REVESTIDO NOVO OU 500 - 1000 135
INTERNAMENTE USADO > 1000 140
Até 50 125
NOVO OU
PVC 50 - 100 135
USADO
100 - 300 140
TUBO DE CONCRETO ARM. NOVO OU Até 600 = fe. f. cime.
PROTENDIDO CENTRIFUG. USADO > 600 = aço revest.
AÇO S/ REVESTIMENTO NOVO = Ferro fundido novo pichado
SOLDADO USADO Ferro fundido usado pichado
AÇO S/ REVESTIMENTO NOVO = Ferro fundido com 10 anos
REBITADO USADO no mín. = Ferro f. com 20 anos

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2002
FÓRMULAS DE PERDAS DE CARGA - Distribuída

DARCY-WEISBACK
coeficiente de atrito

L v2
Hp = f X X

D 2g

- Reynolds (Re)

- rugosidade relativa (k/D)

rugosidade da parede do tubo (m)


diâmetro do tubo (m)
Centro de Treinamento do Produto
2002
Rugosidade das paredes dos tubos

MATERIAL k (m) - TUBOS NOVOS k (m) - TUBOS VELHOS


Aço galvanizado 0,00015 - 0,00020 0,0046
Aço rebitado 0,0010 - 0,0030 0,0060
Aço revestido 0,0004 0,0005 - 0,0012
Aço soldado 0,00004 - 0,00006 0,0024
Chumbo lisos lisos
Cimento amianto 0,000013 ---------
Cobre ou latão lisos lisos
Concreto bem acabado 0,0003 - 0,0010 ---------
Concreto ordinário 0,0010 - 0,0020 ---------
Ferro forjado 0,00004 - 0,00006 0,0024
Ferro fundido 0,00025 - 0,00050 0,0030 - 0,0050
Madeira com aduelas 0,0002 - 0,0010 ---------
Manilhas cerâmicas 0,0006 0,0030
Vidro lisos lisos
Plástico lisos lisos

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2002
DIAGRAMA DE MOODY - ROUSE

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2002
DIAGRAMA DE MOODY - ROUSE

Ex. de determinação do coeficiente de atrito “ f ”, por Moody:

Fluido Água a 200C;


Material da tubulação Ferro fundido novo;
Diâmetro 200 mm;
Vazão 0,0616m 3/s;
Viscosidade cinemática 0,000001 m 2/s.

1- Determina-se a velocidade média do escoamento : v(m/s)

π x D2 4 x 0,0616
Q= v x A Q= v x v = v = 1,961m/s
4 π x 0,22

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2002
DIAGRAMA DE MOODY - ROUSE

2- Determina-se o número de Reynolds: Re

Re = v D
Re = 1,961 x 0,2
x
Re = 3,92 . 10 5
υ 0,000001

Re = 392200 escoamento turbulento

3- Determina-se a rugosidade relativa: k/D


- para ferro fundido novo, podemos adotar: k = 0,00025 m.

k 0,00025
= 0,00125
D 0,2

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2002
DIAGRAMA DE MOODY - ROUSE

0,021

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2002

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