FARMACOLOGIA 2016
Arlindo Ugulino Netto.
PRESCRIÇÃO MÉDICA
No intuito de curar ou trazer alívio ao paciente, o médico deve instruí-lo a um tratamento adequado, que pode ser
medicamentoso, cirúrgico, fisioterápico, radioterápico, etc. A prescrição médica (conhecida informalmente como receita
médica) consiste na indicação escrita de medicamentos ou medidas que um paciente deve tomar para alcançar um
determinado objetivo terapêutico. É indicado pelos médicos, dentistas ou veterinários e compete aos farmacêuticos a
venda ou entrega dos medicamentos.
Obviamente, para prescrever corretamente tais medicamentos, o paciente deve ser bem examinado, bem
avaliado e ter sua doença devidamente diagnosticada; da mesma forma, o paciente deve seguir a risca o que está
prescrito para garantir um bom resultado da terapêutica proposta.
No Brasil, os medicamentos podem ser prescritos, basicamente, nos seguintes tipos de documento: Receitas
Simples, Receita de Controle Especial em duas vias e as Notificações de Receita (NR). As listas que agrupam os
medicamentos na referida Portaria e seus respectivos talonários para prescrição são:
Listas Talonários
Listas A1, A2: Entorpecentes NR Amarela: A1, A2 e A3.
Listas A3, B1 e B2: Psicotrópicos NR Azul: B1, B2.
Lista C1: Outras substâncias sujeitas a controle especial. NR Especial (Branca): C2, C3.
Lista C2: Retinoides de uso sistêmico Receituário de controle especial: C1, C5
Lista C3: Imunossupressores e Antibióticos.
Lista C5: Anabolizantes.
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Tarja preta: a coloração preta indica nos medicamentos a indicação de risco médico e deve ser vendido
somente com receita e retenção desta.
Tarja vermelha: a tarja vermelha indica ausência de perigo à saúde do paciente em relação a risco de morte,
porém estes contêm efeitos colaterais e a receita deve ser apresentada no ato da compra.
Sem tarja: Não é necessário apresentação de receitas.
RECEITA SIMPLES
A receita simples pode ser feita em uma folha de um bloco de notas comum, geralmente timbrado, com as
informações do médico e/ou da instituição de saúde de origem. É utilizada para prescrição de medicamentos anódinos
(analgésicos e anti-inflamatórios, essencialmente) e os medicamento de tarja vermelha, com os dizeres venda sob
prescrição médica. A prescrição é exigida na Lei 5.991/1973. Ela serve para prescrever, por exemplo, medicações como
anti-hipertensivos, antidiabéticos orais, anti-inflamatórios, anti-histamínicos, fitoterápicos, dentre outros.
Não há uma padronização obrigatória para seu modelo. Entretanto, a referida Lei aventa para as seguintes
obrigatoriedades:
Deve ser escrita a tinta, por extenso e de modo legível, observados a nomenclatura e o sistema de pesos e
medidas oficiais;
Deve conter o nome e o endereço residencial do paciente e, expressamente, o modo de usar a medicação;
Deve contar a data e a assinatura do profissional, endereço do consultório ou da residência, e o número de
inscrição no respectivo Conselho profissional.
Ex:
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OBS²: Ainda hoje, alguns médicos utilizam o símbolo “℞” como uma evocação a Esculápio (ou Asclépio, na mitologia
grega), o deus romano da Medicina, para que a receita traga “a cura ou alívio da doença”. O culto a Esculápio foi muito
prestigiado no mundo antigo. Os santuários erigidos em sua homenagem se converteram em sanatórios. Na Ilíada de
Homero, Esculápio é apresentado como um hábil cirurgião. Píndaro e Hesíodo detalham que Zeus acabou por fulminar
Esculápio com um raio (consta que a atitude do deus aconteceu porque Esculápio pretendia igualar-se aos deuses
tornando os seres humanos imortais por ter o poder de curar os enfermos). Inclusive, o bordão de Esculápio é adotado
como o símbolo da medicina (um cajado rodeado por uma serpente apenas). Obviamente, este item não é obrigatório
em nenhum tipo de receita – trata-se apenas de uma tradição histórica da medicina.
Utilizada para a prescrição de medicamentos à base de substancias sujeitas a controle especial (Listas C1),
anabolizantes (Lista C5). Permite a compra de medicação para 60 dias de tratamento, a receita deve estar datada e tem
validade de 30 dias.
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PRESCRIÇÃO EM ENFERMARIAS
A prescrição médica na enfermaria representa um elemento fundamental para o manejo do paciente internado.
Ela determina todas as condutas a serem tomadas para com o paciente nas próximas 24h após sua confecção, incluindo
a administração de medicamentos, dados sobre dieta e hidratação venosa, condutas gerais (manipulação de drenos e
sondas, fisioterapia, cuidados com curativos, tipo de decúbito, etc.), parecer de especialistas, etc.
Não existe um padrão predefinido para a organização dos elementos que configuram a prescrição médica, e
cada serviço hospitalar adota uma forma individual para organizar os itens. De um modo geral, a maioria dos serviços
segue uma ordem baseada nas classes de fármacos a serem prescritos; já outros, adotam uma regra baseada na via
pela qual os medicamentos são administrados (primeiramente, os endovenosos, seguidos pelos administrados pelas
vias intramuscular, subcutânea e, por fim, via oral).
De forma didática, apresentamos o seguinte padrão:
1. Dieta e suporte nutricional
2. Hidratação e reposição de eletrólitos
3. Medicações de rotina
4. Medicações profiláticas
5. Medicações sintomáticas
6. Cuidados gerais
7. Monitorização
8. Observações finais
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Ex: Seu Francisco Dantas, 58 anos, com diagnóstico de pneumonia adquirida na comunidade.
LEGIBILIDADE
A prescrição médica ilegível é um problema que pode acarretar prejuízos aos pacientes. O Conselho Federal de
Medicina do Brasil publicou a Resolução nº 1.601/2000 que, em seu artigo 39, determina que as receitas médicas sejam
escritas por extenso e de forma legível.
Além disso, tem-se ainda o Código de Ética Médica, que em seu terceiro capítulo trata da responsabilidade
profissional, proibindo o médico de receitar ou atestar de forma secreta ou ilegível. Não são raros os médicos multados
por receitarem de forma ilegível.