Você está na página 1de 410

Responsável

Técnico – RT
SEST – Serviço Social do Transporte
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte

Curso on-line – Responsável Técnico – RT – Brasília:


SEST/SENAT, 2016.

410 p. :il. – (EaD)

1. Transporte de carga. 2. Transporte rodoviário. I.


Serviço Social do Transporte. II. Serviço Nacional de
Aprendizagem do Transporte. III. Título.

CDU 656.025.4

ead.sestsenat.org.br
Sumário

Apresentação 15

Módulo 1 – Parte 1 18

Unidade 1 | O Transporte Rodoviário de Cargas 19

1 Importância do Transporte Rodoviário de Cargas 20

2 Modalidades de Transporte 21

2.1 Modo Rodoviário 22

2.2 Modo Ferroviário 23

2.3 Modo Aquaviário 23

2.4 Modo Aeroviário (ou Modo Aéreo) 24

2.5 Modo Dutoviário 24

3 Intercâmbio de Cargas entre Regiões 25

3.1 A Importância da Integração entre as Regiões Brasileiras 25

3.2 O Histórico da Integração Nacional 26

3.3 Integração entre as Regiões nos Dias de Hoje 27

Atividades 30

Referências 31

Unidade 2 | Tipos de Cargas, Carrocerias e Veículos 34

1 Classificação dos Caminhões 35

2 Tipos de Carroceria 37

3 Classificação das Mercadorias 39

3.1 Carga Geral 39

3.2 Carga a Granel 40

3.3 Carga Frigorificada 40

3.4 Neo-granel 40

3
3.5 Produto Perigoso 41

Atividades 42

Referências 43

Unidade 3 | Embalagens e Símbolos de Segurança 46

1 Importância da Embalagem 47

2 Classificação das Embalagens 48

3 Tipos de Embalagem 50

Atividades 54

Referências 55

Módulo 1 – Parte 2 58

Unidade 4 | Noções de Livre Concorrência e Mercado Regulado 59

1 O Princípio da Livre Concorrência 60

2 Concentração na Oferta ou na Demanda 62

2.1 Monopólios e Oligopólios 62

2.2 Monopsônios e Oligopsônios 64

3 Mercado Regulado 65

Atividades 68

Referências 69

Unidade 5 | Entidades Envolvidas na Prestação do Serviço de Transporte 72

1 Entidades e Agentes Públicos 73

1.1 Agente Público Responsável pelo Planejamento dos Transportes 73

1.2 Agente Público Responsável pela Infraestrutura de Transportes 74

1.3 Agente Público Responsável pela Regulação 74

1.4 Agente Público Responsável pela Fiscalização de Normas Agropecuárias 75

2 Entidades e Agentes Privados 75

2.1 Embarcador ou Expedidor 75

4
2.2 Transportador 76

2.3 Operadores Logísticos 77

2.4 Estações Aduaneiras de Interior (EADI) 77

2.5 Despachante Aduaneiro 78

2.6 Operador de Transporte Multimodal (OTM) 78

Atividades 79

Referências 80

Módulo 2 – Parte 1 83

Unidade 1 | Legislação Específica Do Transporte Rodoviário De Cargas – Parte 1 84

1 Órgãos Reguladores e Fiscalizadores 85

2 Legislação do Transporte Rodoviário de Cargas 86

3 Vale-Pedágio Obrigatório 87

4 Implantação do Vale-Pedágio Obrigatório 87

5 Principais Aspectos da Regulamentação 88

6 Benefícios do Uso do Vale-Pedágio 90

7 Fiscalização do Vale-Pedágio 91

Atividades 93

Referências 94

Unidade 2 | Legislação Específica do Transporte Rodoviário de Cargas – Parte 2 98

1 Pagamento Eletrônico de Frete 99

1.1 Implantação do Pagamento Eletrônico de Frete 99

1.2 Definições 101

1.3 Formas de Pagamento 103

1.4 Empresas Habilitadas para Receber o Pagamento 104

Atividades 105

Referências 106

5
Unidade 3 | Legislação Específica do Transporte Rodoviário De Cargas – Parte 3 110

1 Noções de Transporte Rodoviário Internacional de Cargas 111

2 Regulamentação do TRIC 113

2.1 Habilitação 113

3 Legislação Básica e Simbologia dos Produtos Perigosos 115

Glossário 119

Atividades 120

Referências 121

Unidade 4 | Documentação e Responsabilidade Penal do Motorista 125

1 Documentação Exigida 126

1.1 Motorista 126

1.1.1 Jornada de Trabalho do Motorista 126

1.2 Veículo 127

1.3 Mercadorias em Geral 128

1.4 Produtos Perigosos 129

2 Responsabilidade Civil e Criminal do Condutor 130

3 Documentação Estadual e Tributos Relativos ao Transporte Rodoviário de Cargas 131

3.1 Código Fiscal de Operação Presente no CTRC 131

3.2 ISS ou ICMS? 133

3.3 Tributação pelo ICMS 134

4 Tributos Que Recaem sobre o Transporte Rodoviário de Cargas 136

Atividades 137

Referências 138

Unidade 5 | Legislação Referente a Dimensões, Peso e Altura dos Veículos 142

1 Capacidade Máxima de Peso e Altura da Carga no Brasil 143

2 Capacidade Máxima de Peso e Altura da Carga no Mercosul 145

6
Atividades 147

Referências 148

Módulo 2 – Parte 2 152

Unidade 6 | Legislação Fiscal e Contrato de Seguro de Cargas 153

1 Obrigações Fiscais para Autônomos e Empresas 154

1.1 Empresas e Cooperativas 154

1.2 Autônomos 157

2 Legislação Fiscal Varia de Acordo com o Porte da Empresa 157

3 Consequências do Descumprimento da Legislação Fiscal 159

4 Contrato de Seguro de Cargas 159

4.1 Seguros nas Operações de Transporte 160

4.2 A Responsabilidade pelo Seguro 161

4.3 Seguros de Transportes de Carga 161

4.4 Seguros de Responsabilidade Civil do Transporte de Carga 162

Atividades 163

Referências 164

Unidade 7 | Legislação do Operador de Transporte 168

1 Transporte Multimodal X Transporte Intermodal 169

2 Composição de Cadeias Multimodais 170

3 A Legislação para o Operador de Transporte Multimodal (OTM) 171

4 Documentos Exigidos para o Transporte de Cargas 172

4.1 Conhecimento de Embarque 172

Atividades 174

Referências 175

Módulo 3 – Parte 1 179

Unidade 1 | Normas no Manuseio e Armazenagem de Carga 180

7
1 Normas de Higiene 181

2 Segurança das Cargas e dos Trabalhadores 183

Atividades 186

Referências 187

Unidade 2 | Normas de Movimentação e Acondicionamento de Cargas 188

1 Layout Interno de Armazenagem 189

2 Montagem e Preparação de Pedidos 191

Atividades 193

Referências 194

Módulo 3 – Parte 2 195

Unidade 3 | Unitização de Cargas 196

1 Artefatos de Unitização de Cargas 197

2 Paletes e Contêineres 198

3 Identificação dos Artefatos de Unitização e suas Cargas 200

Atividades 201

Referências 202

Unidade 4 | Processos de Armazenamento de Produtos Materiais 203

1 Arrumação dos Materiais no Armazém 205

2 Métodos para Alocação de Produtos 205

2.1 Alocação de Produtos Segundo a Rotatividade do Item 206

2.2 Alocação de Produtos Segundo o Tamanho do Item 206

2.3 Índice de Volume por Pedido (IK) 207

2.4 Agrupamento em Famílias 207

3 Endereçamento dos Produtos no Armazém 208

Atividades 211

Referências 212

8
Módulo 3 – Parte 3 213

Unidade 5 | Dimensionamento da Frota 214

1 Dimensionamento da Frota 215

2 Roteiro para o Dimensionamento da Frota 217

3 Gestão da Frota para Atendimento da Demanda 218

3.1 Parcerias 218

3.2 Terceirização 218

3.3 Franquias ou Franchising 219

Atividades 220

Referências 221

Unidade 6 | Adequação de Veículos e Equipamentos 222

1 A Logística e o Planejamento do Transporte 223

2 Planejamento das Escalas de Trabalho 224

3 O Nível de Serviço Considerado no Planejamento 225

3.1 Disponibilidade 225

3.2 Confiabilidade 226

3.3 Desempenho Operacional 226

Atividades 228

Referências 229

Unidade 7 | Manutenção da Frota 230

1 Manutenção e Manutenabilidade 231

2 Manutenção Preventiva e Corretiva 232

3 Manutenção Decorrente de Falhas no Equipamento 233

Atividades 236

Referências 237

Módulo 3 – Parte 4 238

9
Unidade 8 | Fatores Operacionais que Interferem no
Planejamento da Operação do Transporte 239

1 Fatores Operacionais que Devem ser Considerados para Desenvolver


o Plano de Viagem 240

1.1 Veículo 240

1.2 Condutor 242

1.3 Cargas e Carrocerias 243

1.4 Manutenção 244

1.5 Tecnologia 245

1.6 Infraestrutura Viária 245

2 Plano de Viagem ou Rotograma 247

2.1 Dados que Devem Constar no Rotograma ou Plano de Viagem 247

Atividades 251

Referências 252

Unidade 9 | Procedimentos do Condutor para a Preparação da Viagem 253

1 Procedimentos Iniciais 254

2 Interpretação e Leitura de Mapas 257

3 Identificando as Rotas nos Mapas 262

4 Interpretação e Leitura de Guias Rodoviários 263

Atividades 267

Referências 268

Unidade 10 | Custos de Transportes 269

1 Modelos de Custos e Tarifação dos Serviços de Transporte 270

2 Variáveis Importantes – Cálculo dos Custos e Definição das Tarifas 271

2.1 Custos Fixos 271

2.2 Custos Variáveis 272

3 Gestão dos Custos e Formação de Preço 273

10
4 Controle de Custo Operacional 273

5 Como Dimensionar o Custo do Km Rodado 274

5.1 Custos Fixos 274

5.2 Custos Variáveis 277

Atividades 281

Referências 282

Unidade 11 | Elaboração de Contrato e Conhecimento de Transporte 283

1 Agentes Envolvidos na Prestação do Serviço de Transporte Rodoviário de Cargas 284

2 Fatores que Influenciam o Valor do Frete 285

3 Contratos de Transporte Rodoviário de Cargas 286

4 Conhecimento de Transporte Rodoviário de Carga (CTRC) 288

Atividades 291

Referências 292

Módulo 3 – Parte 5 293

Unidade 12 | Procedimentos de Conferência da Carga e da Nota Fiscal 294

1 Conferência da Carga 295

2 Pedido de Mercadorias 297

3 Nota Fiscal 298

4 Definição ou Verificação da Rota de Coleta ou Entrega 299

4.1 Etapas da Roteirização 301

5 Lacres de Segurança 301

Atividades 303

Referências 304

Unidade 13 | Procedimentos de Carga e Descarga 305

1 Recebimento das Mercadorias nos Depósitos ou Armazéns 306

2 Ferramentas e Processos Necessários para a Descarga do Caminhão 307

11
2.1 Manual 307

2.2 Mecânica 308

2.3 Automática 308

3 Expedição das Mercadorias dos Depósitos ou Armazéns 309

4 Arrumação Adequada das Cargas nos Veículos 310

5 Condições e Dicas para a Operação dos Veículos 312

5.1 Tacógrafo 313

5.2 Uso do Conta-Giros 314

5.3 Regras Obrigatórias para Operação pelos Motoristas de Veículos de Transporte 314

Atividades 316

Referências 317

Módulo 4 – Parte 1 318

Unidade 1 | Estatísticas e Causas de Acidentes Rodoviários com Caminhões 319

1 Estatísticas de Acidentes nas Rodovias Brasileiras 320

2 Causas de Acidentes em Rodovias 323

Atividades 326

Referências 327

Unidade 2 | Meio Ambiente e o Cidadão 329

1 A Relação entre o Homem e o Meio Ambiente 330

2 Consumo Sustentável: Ações que Podem Ajudar o Meio Ambiente 331

3 Combate à Prostituição Infantil 334

Atividades 335

Referências 336

Unidade 3 | Normas e Procedimentos de Segurança 338

1 Segurança no Trabalho 339

2 Equipamento de Proteção Individual (EPI) 340

12
3 Procedimentos de Segurança em Situações de Emergência 341

Atividades 346

Referências 347

Unidade 4 | Saúde no Trabalho 349

1 Saúde Física e Mental do Trabalhador 350

2 Ergonomia no Ambiente de Trabalho 351

3 Alimentação, Trabalho e Saúde 354

Atividades 356

Referências 357

Unidade 5 | Noções de Combate a Incêndio 359

1 Fogo x Incêndio 360

2 Classes de Incêndios 361

3 Equipamentos de Combate ao Incêndio 362

4 Primeiros Socorros em Caso de Incêndio 364

Atividades 366

Referências 367

Módulo 1 – Parte 2 369

Unidade 6 | Conceito de Logística e de Cadeia Logística 370

1 Logística 371

2 Atividades nas Cadeias Logísticas 372

3 Fluxo de Produtos e Serviços nas Cadeias Logísticas 373

4 O Papel das Empresas e Cooperativas de Transporte de Cargas


nas Cadeias Logísticas 375

Atividades 376

Referências 377

Unidade 7 | Organização e Controle da Operação de Transporte


em Terminais de Cargas e Armazéns 379

13
1 Importância do Transporte 381

2 Tipos de Terminais e Armazéns 381

3 Atividades Realizadas nos Terminais e Armazéns 383

4 Controle de Chegadas e Manobras dos Veículos 385

Atividades 388

Referências 389

Unidade 8 | Noções de Gestão do Transporte 391

1 Tecnologias para a Gestão da Frota 392

2 Tecnologia para a Transmissão de Dados 393

3 Sistemas de Rastreamento e Comunicação 394

4 Gestão da Operação do Veículo 395

5 Qualificação e Treinamento de Funcionários e Prestadores de Serviço 397

Atividades 398

Referências 399

Unidade 9 | Adequação e Manutenção de Instalações Operacionais 401

1 Layout das Áreas de Recebimento e Expedição 402

2 Recomendações para o Layout Externo 403

Atividades 405

Referências 406

Gabarito 408

14
Apresentação

Prezado(a) aluno(a),

Seja bem-vindo(a) ao curso Responsável Técnico – RT!

Neste curso, você encontrará conceitos, situações extraídas do cotidiano e, ao final de


cada unidade, atividades para a fixação do conteúdo. No decorrer dos seus estudos,
você verá ícones que têm a finalidade de orientar seus estudos, estruturar o texto e
ajudar na compreensão do conteúdo.

Este curso possui carga horária total de 125 horas e foi organizado em 4 módulos,
conforme a tabela a seguir.

Módulos Unidades Carga Horária

Unidade 1 | O Transporte Rodoviário de Cargas 2h

Parte 1 Unidade 2 | Tipos de Cargas, Carrocerias e Veículos 2h

Unidade 3 | Embalagens e Símbolos de Segurança 2h

Módulo 1 Unidade 4 | Noções de Livre Concorrência e


2h
Mercado Regulado
Parte 2
Unidade 5 | Entidades Envolvidas na Prestação do
2h
Serviço de Transporte

Carga Horária Total do Módulo 1 10h

Unidade 1 | Legislação Específica do Transporte


4h
Rodoviário de Cargas – Parte 1

Unidade 2 | Legislação Específica do Transporte


4h
Rodoviário de Cargas – Parte 2

Unidade 3 | Legislação Específica do Transporte


Parte 1 4h
Rodoviário de Cargas – Parte 3

Módulo 2 Unidade 4 | Documentação e Responsabilidade


4h
Penal do Motorista

Aula 5 | Legislação Referente a Dimensões, Peso e


4h
Altura dos Veículos

Unidade 6 | Legislação Fiscal e Contrato de Seguro


4h
Parte 2 de Cargas

Unidade 7 | Legislação do Operador de Transporte 4h

Carga Horária Total do Módulo 2 28h

15
Unidade 1 | Normas Sanitárias e de Segurança no
3h
Manuseio e Armazenagem de Cargas
Parte 1
Unidade 2 | Normas de Movimentação e
4h
Acondicionamento de Cargas

Unidade 3 | Embalagem e Unitização de Cargas 4h

Parte 2 Unidade 4 | Processos de Armazenamento de


4h
Produtos e Materiais

Unidade 5 | Dimensionamento da Frota 4h

Parte 3 Unidade 6 | Adequação de Veículos e Equipamentos 4h

Unidade 7 | Manutenção da Frota 4h


Módulo 3
Unidade 8 | Fatores Operacionais que Interferem
4h
no Planejamento da Operação do Transporte

Unidade 9 | Procedimentos do Condutor para a


4h
Parte 4 Preparação da Viagem

Unidade 10 | Custos de Transportes 4h

Unidade 11 | Elaboração de Contrato e


4h
Conhecimento de Transporte

Unidade 12 | Procedimentos de Conferência da


4h
Parte 5 Carga e da Nota Fiscal

Unidade 13 | Procedimentos de Carga e Descarga 4h

Carga Horária Total do Módulo 3 51h

Unidade 1 | Estatísticas e Causas de Acidentes


4h
Rodoviários com Caminhões

Unidade 2 | Meio Ambiente e o Cidadão 4h


Parte 1
Unidade 3 | Normas e Procedimentos de Segurança 4h

Unidade 4 | Saúde no Trabalho 4h

Unidade 5 | Noções de Combate a Incêndio 4h

Módulo 4 Unidade 6 | Conceito de Logística e de Cadeia


4h
Logística

Unidade 7 | Organização e Controle da Operação de


4h
Parte 2 Transporte em Terminais de Cargas e Armazéns

Unidade 8 | Noções de Gestão do Transporte 4h

Unidade 9 | Adequação e Manutenção de


4h
Instalações Operacionais

Carga Horária Total do Módulo 4 36h

16
Fique atento! Para concluir o curso, você precisa:

a) navegar por todos os conteúdos e realizar todas as atividades previstas nas


“Aulas Interativas”;

b) responder à “Avaliação final” e obter nota mínima igual ou superior a 60;

c) responder à “Avaliação de Reação”; e

d) acessar o “Ambiente do Aluno” e emitir o seu certificado.

Este curso é autoinstrucional, ou seja, sem acompanhamento de tutor. Em caso de


dúvidas, entre em contato através do e-mail suporteead@sestsenat.org.br.

Bons estudos!

17
Responsável
Técnico – RT

MÓDULO 1 –
PARTE 1
UNIDADE 1 | O TRANSPORTE
RODOVIÁRIO DE CARGAS

19
Unidade 1 | O Transporte Rodoviário de Cargas

Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à unidade 1 do curso Responsável Técnico – RT! O


transporte possibilita o deslocamento das pessoas e a movimentação de cargas. Ele
ajuda a melhorar a integração entre regiões e permite que pessoas e cargas possam
ser transportadas de um país para outro. Nesta unidade, vamos conhecer mais sobre a
importância do transporte e algumas de suas características. Bons estudos!

1 Importância do Transporte Rodoviário de Cargas

Você já parou para pensar na importância do transporte para o desenvolvimento de


uma sociedade? Ele é o responsável direto pelo desenvolvimento.

O que isso quer dizer?

Isso significa que, quanto melhor for o sistema de transporte de um país, maior será o
seu desenvolvimento. Você sabe por quê?

Porque a agropecuária, a indústria, o comércio e outros serviços dependem diretamente


do transporte de matérias-primas e de produtos, bem como do deslocamento das
pessoas até o mercado de consumo. Além disso, ele permite o acesso das pessoas ao
trabalho, ao lazer, à saúde, à educação, à cultura e à informação.

No Brasil, a movimentação dos produtos é realizada por todas as modalidades, mas, o


modo rodoviário é o mais utilizado, sendo responsável por mais de 60% de toda a carga
movimentada no país. Observe a figura.

Figura 1: Movimentação de produtos no Brasil

20
O caminhão é o veículo mais utilizado no transporte rodoviário de cargas. Sua
característica principal é a flexibilidade para realizar o transporte “porta a porta”, ou
seja, tem a capacidade de coletar a mercadoria no local de produção e levá-la até o
destino final.

Na verdade, o transporte rodoviário deveria ser utilizado para movimentar mercadorias


em pequenas e médias distâncias ou servir de transporte complementar aos modos
ferroviário e aquaviário. Isso porque sua capacidade de carga é pequena. Assim sendo,
cabe bem menos carga em um caminhão do que em um trem ou em um navio.

Segundo dados da ANTT (2017), o transporte rodoviário é realizado por mais de 500
mil transportadores no Brasil, aproximadamente:

• 417.046 mil autônomos;

• 118.496 mil empresas;

• 282 cooperativas.

Como podemos perceber, o transportador é um agente de grande importância no


sistema de transporte brasileiro. Ele possibilita que as mercadorias sejam movimentadas
entre as empresas e os consumidores.

Agora vamos conhecer as diferentes modalidades de transporte de cargas.

2 Modalidades de Transporte

Cinco modalidades ou modos de transporte são utilizados para o deslocamento das


pessoas e para a movimentação de cargas. São eles: rodoviário, ferroviário, aquaviário,
aéreo e dutoviário.

Você já tinha ouvido falar de todos eles?

21
2.1 Modo Rodoviário

Este modo é utilizado tanto para o transporte


de passageiros quanto para a movimentação de
cargas. A infraestrutura utilizada é composta
por vias urbanas e rurais. Podemos destacar,
também, o uso dos terminais rodoviários e pontos
de parada no transporte de passageiros, e dos
armazéns, depósitos e centros de distribuição no
transporte de cargas.

A infraestrutura rodoviária é composta por 1.721.088,7 km de

ee rodovias: pavimentadas federais, estaduais e municipais (12 %),


não pavimentadas (78,58 %) e planejadas (9,14 %) (CNT, 2017).

Existem equipamentos e instalações de apoio que ajudam a


viabilizar as operações de transporte. Por exemplo: semáforos,
centrais de monitoramento, postos de pesagem, centros de
fiscalização, postos de contagem e postos da Polícia Rodoviária,
dentre outros.

gg
No site do Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (DNIT), você vai encontrar mais informações a
respeito da infraestrutura de transporte. Confira!

http://www.dnit.gov.br/

22
2.2 Modo Ferroviário

Corresponde a todo transporte que é feito sobre


trilhos. Exemplos: trem, metrô, VLT (Veículo
Leve sobre Trilhos). No modo ferroviário,
são transportados passageiros e cargas. A
infraestrutura é composta basicamente pelas
estradas de ferro, os trilhos e os equipamentos
de apoio, além das estações, terminais e centros
de controle e monitoramento das viagens.

hh
De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres
(ANTT), o sistema ferroviário brasileiro tem mais de 29 mil
quilômetros de trilhos. Ele está presente em todas as regiões,
mas se concentra no Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil.

2.3 Modo Aquaviário

Abrange o transporte que é feito por mar,


rios e lagos. No modo aquaviário, podem ser
transportados passageiros e cargas. Este modo
pode ser dividido em:

• Transporte hidroviário, no qual as vias são os


rios, lagos e lagoas.

• Transporte marítimo, no qual as vias são os


oceanos e mares.

O Brasil possui mais de 40 mil quilômetros de rios que são vias navegáveis, além de
mais de 7 mil quilômetros de costa (litoral) para a navegação de cabotagem (transporte
ao longo da costa).

23
gg
Você pode encontrar mais detalhes sobre a malha hidroviária
brasileira no site da Agência Nacional de Transportes Aquaviários
(ANTAQ). Confira!

http://www.antaq.gov.br/

2.4 Modo Aeroviário (ou Modo Aéreo)

No modo aéreo, são os aviões que transportam


passageiros e cargas. As rotas aéreas são as vias
pelas quais as aeronaves trafegam, e são conhecidas
como aerovias. A infraestrutura conta, ainda, com
os aeroportos, que são terminais de decolagem e
aterrissagem de aviões.

gg
Você pode descobrir mais detalhes sobre o transporte aéreo no
site da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Confira!

http://www.anac.gov.br/

2.5 Modo Dutoviário

Este modo é utilizado exclusivamente para


movimentar mercadorias. Ele é composto por dutos
(uma espécie de tubulação), que são as vias por
onde as cargas são movimentadas.

Os dutos utilizados neste modo podem ser


classificados em:

24
• Oleodutos: transportam petróleo, óleo combustível, gasolina, diesel, álcool, Gás
Liquefeito de Petróleo (GLP), querosene dentre outros.

• Minerodutos: transportam minério de ferro, concentrado fosfático e outros


minerais.

• Gasodutos: transportam o gás natural e outros gases.

3 Intercâmbio de Cargas entre Regiões

As mercadorias produzidas nos mais


variados locais podem ser distribuídas e
consumidas em todo o território nacional.
Isso é possível graças aos avanços
tecnológicos aplicados ao transporte
e à abrangência de suas diversas
modalidades nos estados e regiões
brasileiras. A essa troca de mercadorias
entre produtores e consumidores,
chamamos intercâmbio de cargas.

3.1 A Importância da Integração entre as Regiões Brasileiras

O setor de transportes deve ser visto de forma global. Nesse sentido, não há como
dissociar o planejamento de transportes do planejamento econômico e social do país,
tema que envolve decisões quanto à localização das indústrias, ao suprimento de
insumos e à distribuição de produtos, ou seja, aspectos relacionados ao planejamento
logístico (SCHROEDER; CASTRO, 1996).

Como sabemos, o desenvolvimento dos diversos setores que compõem a economia de


um país requer a oferta de meios adequados e eficientes de transporte. No entanto,
Galvão (1996) ressalta que os transportes constituem apenas um fator de facilitação, e
não necessariamente funcionam como causa ou pilar do crescimento econômico.

25
O lento processo de integração dos estados brasileiros e as profundas desigualdades
inter-regionais de desenvolvimento podem ser corrigidos com o desenvolvimento de
sistemas eficientes de transporte que permitam melhor comunicação entre as regiões
e a redução das desigualdades regionais.

Um detalhe importante que deve ser considerado quando falamos em integração


regional e intercâmbio de cargas pelo território nacional é a crescente interiorização
da produção agroindustrial.

Nas últimas décadas, a fronteira agrícola e pecuária vem se

ee expandindo para as regiões Centro-Oeste e Norte, enquanto a


indústria de base e de bens de consumo cresce bastante na
região Nordeste.

Segundo Vilaça (2013), essas mudanças fizeram com que a


distância média percorrida para a distribuição de cargas no
Brasil aumentasse em 11% nas ferrovias e em 16% nas rodovias,
entre 2006 e 2012. Ou seja, estamos indo mais longe em busca
de mercadorias e transportando produtos por todo o território
nacional.

3.2 O Histórico da Integração Nacional

A integração entre os estados e regiões sempre foi uma preocupação no Brasil. Por
ser um país de grandes dimensões e de baixa densidade, os vazios territoriais levaram
ao isolamento econômico e geográfico, dificultando o intercâmbio entre produtores
e consumidores brasileiros. Como ressalta Galvão (1996), essa é uma preocupação
antiga, presente desde os tempos coloniais.

No século XIX, alguns planos de transporte foram elaborados com o propósito de


interligar as distantes e isoladas províncias em busca da constituição de uma nação
verdadeiramente unificada. Galvão (1996) destaca que, décadas mais tarde, no século
XX, o Brasil ainda possuía regiões economicamente isoladas, fato que resultou na
ideologia nacionalista de marcha para o Oeste. Na época, o Governo Federal buscou a
integração nacional por meio de grandes obras rodoviárias e da construção de Brasília.

26
Na primeira metade do século XX o Brasil sofria de relativo isolamento entre as
economias regionais, e a produção industrial se encontrava bastante concentrada em
pequena área do território nacional.

Você sabe como as cargas eram distribuídas


pelo Brasil em tal período?

A cabotagem era o único sistema de


transporte de caráter nacional e, em muitos
casos, a única modalidade de comunicação
entre as regiões. As ferrovias também
chegaram a exercer um papel relevante,
embora em grau menor, na unificação dos
mercados de certas partes das economias de
regiões diferentes (GALVÃO, 1999).

Já na segunda metade do século XX, foi possível notar uma intensificação das ligações
inter-regionais. Apesar de ainda haver grande concentração industrial, as trocas de
mercadorias entre regiões iniciaram um crescente processo de integração. Galvão
(1999) ressalta que, após a efetivação de um programa nacional de construção de
rodovias nas décadas de 1950 e 1960, o Brasil reduziu o isolamento das economias
regionais. Assim, a expansão do comércio inter-regional foi resultado do avanço no
processo da integração econômica do país, com a formação de um mercado nacional
unificado.

3.3 Integração entre as Regiões nos Dias de Hoje

Um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) (2014) aponta que a baixa


qualidade dos serviços logísticos no Brasil repercute diretamente na competitividade
do produto nacional e na atração de novos investimentos. Dessa forma, estradas de má
qualidade, portos ineficientes, cabotagem pouco expressiva, escassez de ferrovias e
de áreas de armazenagem, entre outros fatores, afetam a indústria e a sua capacidade
de integração às cadeias globais de produção.

Ou seja, as ligações existem, mas elas poderiam estar muito melhores...

27
A CNI (2014) destaca que a indústria brasileira precisa de redes integradas de
transportes e sistemas logísticos eficientes para possibilitar maior crescimento. Nesse
sentido, Silveira (2013) afirma que as diversas cadeias de produção, de comércio e
de serviços são cada vez mais dependentes dos sistemas de transportes, pois uma
boa conexão entre as redes de transporte e as atividades econômicas resulta em
diminuição significativa de custos. Essa ligação transparece na formação de eixos
territoriais de intenso adensamento de atividades econômicas e populacionais, como
também em expressivas interações espaciais, frutos de movimentações financeiras, de
mercadorias, de pessoas e de informações entre as regiões.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2014), a


distribuição espacial das redes de transportes no território brasileiro revela uma
predominância do modo rodoviário, em especial na região Centro-Sul, com destaque
para o estado de São Paulo.

O IBGE destaca que o estado de São Paulo é o que


apresenta melhor infraestrutura de transportes
entre as cidades do interior e a capital, incluindo
rodovias duplicadas, ferrovias e a hidrovia do
Tietê. Ademais, localizam-se nesse estado o maior
aeroporto do país, Guarulhos, instalado na região
metropolitana da capital, e o porto organizado
com maior movimentação de cargas, o Porto de
Santos.

Apesar de sua desigual distribuição pelo território brasileiro, a malha rodoviária


possui vascularização e densidade muito superiores aos demais modos de transporte
em praticamente todos os estados. Isso mostra a predominância dessa modalidade
para a circulação de mercadorias e pessoas no país, à exceção da região amazônica,
onde a circulação por vias fluviais tem papel importante, uma vez que a densidade
da rede fluvial é naturalmente propícia a esse tipo de transporte. Estudos do IBGE
(2014) destacam também a alta densidade de ligações de transporte nas Regiões
Metropolitanas do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.

Você sabe dizer porque essas regiões possuem uma malha de transportes mais adensada?

Um dos fatores para a concentração está relacionado à produção das mercadorias. São
Paulo abriga a maior parte das indústrias do país. Por esse motivo, muitas rodovias
federais ligam a capital paulista a outras capitais, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte
e Curitiba. Tais rodovias reúnem os maiores fluxos de mercadorias e pessoas, ligando

28
também o Oeste paulista, o Triângulo Mineiro, o Noroeste paranaense e o estado de
Mato Grosso do Sul, caracterizados pela elevada produção agropecuária associada ao
agronegócio (IBGE, 2014).

Outro fator preponderante está ligado à produção agropecuária. A Região Sul, o


Centro-Oeste e o estado de São Paulo se destacam, o que pode ser confirmado pela
concentração espacial dos principais armazéns de grãos, uma vez que eles tendem a se
localizar próximo às áreas produtoras.

Segundo o IBGE (2014), a ligação entre Recife e João Pessoa, entre Brasília e Goiânia, o
entorno de Salvador e o de São Luís também se destacam pela elevada acessibilidade.
Por outro lado, é interessante notar alguns “vazios logísticos” onde a rede de transporte
é mais escassa, como: o interior do Nordeste; a região do Pantanal, excetuando-se a
área de influência da hidrovia do Paraguai; e o interior da floresta amazônica, à exceção
do entorno das hidrovias Solimões-Amazonas e o do Madeira.

As áreas adensadas e os vazios logísticos são resultado da dinâmica de produção e de


distribuição de mercadorias no Brasil. Elas interferem nos fluxos de mercadorias e no
grau de integração entre as regiões.

E como podemos reduzir essas lacunas de integração?

Para ampliar o intercâmbio de mercadorias é importante investir na ampliação das


infraestruturas, bem como no acesso às informações, pois a falta de infraestrutura
eleva o valor dos produtos, fazendo com que eles se tornem menos competitivos no
comércio nacional e internacional.

29
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. De acordo com o IBGE, o estado
de São Paulo é o que apresenta melhor infraestrutura de
transportes entre as cidades do interior e a capital, incluindo
rodovias duplicadas, ferrovias e a hidrovia do Tietê.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. Nas últimas décadas, a fronteira


agrícola e pecuária vem se expandindo para a região
Nordeste, enquanto a indústria de base e de bens de consumo
cresce bastante nas regiões Centro-Oeste e Norte.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

30
Referências

ANDRADE, R. E. A regulação da concorrência: uma visão panorâmica. In: Rogério Emílio


de Andrade. (Org.). Regulação pública da economia no Brasil, Campinas, Edicamp, v.
1, 1. ed., p. 131-151, 2003.

ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores. Anuário


da Indústria Automobilística Brasileira. São Paulo: ANFAVEA, 2014. Disponível em:
<http://www.anfavea.com.br/anuario.html>. Acesso em: dez. 2014.

ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres. Resolução n° 4.799, de 27 de


julho de 2015. Regulamenta procedimentos para inscrição e manutenção no Registro
Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas, RNTRC; e dá outras providências.
Brasília, 2015. Disponível em: <http://www.antt.gov.br/>. Acesso em: dez. 2015.

_______. Entraves burocráticos, exigências legais e tributárias do transporte


multimodal. Brasília, 2011. Disponível em: < http://www.antt.gov.br/backend/galeria/
arquivos/entravesburocraticosexigenciaslegaisetributariasdotm_1.pdf>. Acesso em:
maio 2017.

_______. RNTRC em números. Brasília, 2017. Disponível em: <http://appweb2.antt.


gov.br/rntrc_numeros/rntrc_emnumeros.asp>. Acesso em: set. 2017.

BAGNOLI, V. Direito econômico. São Paulo: Atlas, 2005.

BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. 5.


ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.

BASTOS, C. R. Curso de direito econômico. São Paulo: Celso Bastos, 2004.

BOWERSOX, D. J.; CLOSS. D. J. Logística empresarial: o processo de integração de


cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2001.

BRASIL. Lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito


Brasileiro. Brasília, 1997. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em:
dez. 2014.

_______. Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001. Dispõe sobre a reestruturação dos


transportes aquaviário e terrestre, cria o Conselho Nacional de Integração de Políticas
de Transporte, a Agência Nacional de Transportes Terrestres, a Agência Nacional de

31
Transportes Aquaviários e o Departamento Nacional de Infraestruturas de Transportes
e dá outras providências. Brasília, 2001. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10233.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 9.611, de 19 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre o transporte


multimodal de cargas e dá outras providências. Brasília, 1998. Disponível em: < http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9611.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990. Define crimes contra a ordem


tributária, econômica e contra as relações de consumo, e dá outras providências.
Brasília, 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8137.htm>.
Acesso em: maio 2017.

CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Perguntas gerais sobre defesa


da concorrência. Brasília, 2016. Disponível em: <http://www.cade.gov.br/servicos/
perguntas-frequentes/perguntas-gerais-sobre-defesa-da-concorrencia>. Acesso em:
maio 2017.

CNI – Confederação Nacional da Indústria. Eixos logísticos: os projetos prioritários da


indústria. Brasília: CNI, 2014.

CNT – Confederação Nacional do Transporte. Boletim estatístico. Brasília, 2015.


Disponível em: <http://www.cnt.org.br/Boletim/boletim-estatistico-cnt>. Acesso em:
maio 2017.

DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Quadro de


fabricantes de veículos. Brasília, 2012. Disponível em: <http://www1.dnit.gov.br/
Pesagem/peso_maximo_QFV.htm>. Acesso em: maio 2017.FERNANDES, M. As agências
reguladoras no contexto do estado democrático de direito. In: PEREIRA, C. (Org). O
novo direito administrativo brasileiro. Belo Horizonte: Fórum, 2003, p. 181-204.

GALVÃO, O. J. A. Comércio interestadual por vias internas e integração regional no


Brasil: 1943-69. Revista Brasileira de Economia, Rio de Janeiro, v. 53, n. 4, out./
dez. 1999. Disponível em: <http://www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_arttext&pid
=S003471401999000400005>. Acesso em: ago. 2015.

_______. Desenvolvimento dos transportes e integração regional no Brasil: uma


perspectiva histórica. Planejamento e políticas públicas, n. 13, jun. 1996.

32
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Logística dos Transportes no
Brasil. Mapa Logística dos Transportes no Brasil. Brasília, 2014. Disponível em: <http://
www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/imprensa/ppts/0000001970441112201
4440525174699.pdf>. Acesso em: ago. 2015.

MAYER, G. Regulação portuária brasileira: uma reflexão sob a luz da análise econômica
do direito. Tese – Curso de Pós-Graduação em Direito, do Setor de Ciências Jurídicas da
Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2009.

MOURA, R. A.; BANZATO, J. M. Embalagem: acondicionamento, unitização e


conteinerização. São Paulo: IMAM, 1990.

PANTONI, R. A. Livre iniciativa e livre concorrência na obra “A riqueza das nações”


de Adam Smith. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIV, n. 84, jan. 2011. Disponível
em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/ index.php?n_link=revista_artigos_
leitura&artigo_id=8807>. Acesso em: set. 2015.

ROBINSON, J. Imperfect competition revisited. In: Collected Papers, v. 2, Oxford: Basil


Blackwell, 1960.

SCHROEDER, E. M.; CASTRO, J. C. Transporte rodoviário de cargas: situação atual e


perspectivas. Revista do BNDES, dez. 1996. Disponível em: <http://www.bndes.gov.
br/conhecimento/ revista/carga.pdf>. Acesso em: ago. 2015.

SILVA, F. Q. Agências reguladoras. Curitiba: Juruá, 2002.

SILVEIRA, M. R. Infraestruturas e logística de transportes no processo de integração


econômica e territorial. Mercator, Fortaleza, v. 12, número especial (2), p. 41-53, set.
2013.

VARIAN, H. Microeconomia: princípios básicos. Uma abordagem Moderna. Rio de


Janeiro: Elsevier, 2006.

VILAÇA, R. Infraestrutura e competitividade logística. Tecnologística Online,


2013. Disponível em: <http://www.tecnologistica.com.br/artigos/infraestrutura-e-
competitividade-logistica/>. Acesso em: 21 ago. 2015.

33
UNIDADE 2 | TIPOS DE CARGAS,
CARROCERIAS E VEÍCULOS

34
Unidade 2 | Tipos de Cargas, Carrocerias e Veículos

Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à unidade 2! O transporte de cargas pode ser efetuado
por diferentes tipos de veículos. No transporte rodoviário, o principal veículo é o caminhão,
que pode apresentar diferentes composições. Nesta unidade, vamos conhecer os principais
tipos e suas aplicações na movimentação de cargas. Bons estudos!

1 Classificação dos Caminhões

Você sabe que existem diversos modelos de caminhões e que cada um é utilizado
para um serviço de transporte específico. Existem algumas maneiras para classificar
os caminhões de carga. Uma delas consiste em dividi-los entre veículos rígidos e
articulados.

Mas, o que são veículos rígidos?

São aqueles que trazem o motor e a unidade de transporte em um só veículo. São os


caminhões chamados de “tocos ou trucks”.

E os articulados?

São aqueles que têm a cabine com o motor separada do reboque. Em geral, são
formados por um cavalo mecânico e uma carreta.

35
Os veículos também podem ser classificados em função do peso máximo transmitido
ao pavimento. Esta classificação é apresentada pela Associação Nacional dos
Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA):

Tipo de veículo Peso transmitido


Semileves 3,5t < PBT < 6t
Leves 6t < PBT < 10t
Médios 10t < PBT < 15t
Semipesados

Caminhão-chassi PBT > 15t e CMT < 45t

Caminhão-trator PBT > 15t e PBTC < 40t


Pesados

Caminhão-chassi PBT > 15t e CMT > 45t

Caminhão-trator PBT > 15t e PBTC > 40t

Legenda:

Peso Bruto Total (PBT): Peso máximo que o veículo transmite ao pavimento,
constituído da soma da tara mais a lotação.

Peso Bruto Total Combinado (PBTC): Peso máximo transmitido ao pavimento pela
combinação de um caminhão-trator mais seu semirreboque, ou do caminhão mais o
seu reboque ou reboques.

Capacidade Máxima de Tração (CMT): É o peso que a unidade de tração é capaz de


tracionar, indicado pelo fabricante, com base em condições sobre suas limitações
de geração e multiplicação de momento de força e resistência dos elementos que
compõem a transmissão.
Fonte: Adaptado de ANFAVEA (2014) e Brasil (2007)

36
gg
A Portaria do Denatran nº 63/09 e suas alterações, homologa os
veículos e as combinações de veículos de transporte de carga e
de passageiros, com seus respectivos limites de comprimento,
Peso Bruto Total (PBT) e Peso Bruto Total Combinado (PBTC)
para circulação nas vias públicas. Mais detalhes estão no site do
Denatran. Confira!

www.denatran.gov.br

Outra classificação é a apresentada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura


de Transportes (DNIT) na qual os veículos são classificados de acordo com seus eixos
(DNIT, 2012). As variações são muitas, sendo que atualmente os caminhões podem ter
entre dois e nove eixos!

2 Tipos de Carroceria

Os caminhões podem apresentar diferentes tipos de carroceria, sendo que cada modelo
é usado para transportar cargas específicas. A variedade é grande, mas existem alguns
que são mais utilizados.

Veja a seguir uma lista, com exemplos de caminhões, organizada em função do tipo de
carroceria. Certamente você já dirigiu pelo menos um deles!

37
Definição e tipos de cargas
Ilustração Tipo de carroceria
transportadas

Usados para mercadorias que não


estragam nem perdem a qualidade
Caminhões abertos quando transportadas ao ar livre. Em
caso de chuva, são usadas lonas para
proteger a carga.

Em geral apresentam o formato de


Caminhões cobertos um vagão para proteger as cargas
das condições climáticas adversas.

A carroceria possui um refrigerador


para conservar a temperatura
Caminhões
interior. Utilizados no transporte
refrigerados
de carne, derivados do leite,
medicamentos, dentre outros.

A carroceria tem o formato de um


tanque. Utilizados para o transporte
Caminhões-tanques
de produtos líquidos, como
combustível.

A carroceria cilíndrica tem estrutura


Caminhões-tanques reforçada para suportar a pressão
para gás a granel dos gases transportados, como GLP
e amônia.

Usados para transportar contêineres,


Caminhões de
engradados amarrados com cordas
plataforma ou estrado
ou correntes, entre outros produtos.

Caminhões- Utilizados para o transporte de


cegonheiros diversos tipos de veículos.

São caminhões basculantes,


Caminhões de
utilizados no transporte de entulhos,
caçamba
terra, cascalho.

38
Caminhões para
Usados no transporte de botijões de
transporte de botijões
gás.
de gás

Caminhões Usados para o transporte de cana-de-


canavieiros açúcar.

Caminhões para
Usados para o transporte de bovinos,
transporte de animais
equinos e outros animais.
vivos

Usados para o transporte de bebidas,


Caminhões para
geralmente acondicionadas em
transporte de bebidas
engradados.

3 Classificação das Mercadorias

Veja algumas formas de agrupar conceitualmente as mercadorias.

3.1 Carga Geral

Carga embarcada, com marca de identificação e contagem de unidades, podendo ser


soltas ou unitizadas:

• Soltas (não unitizadas): itens avulsos, embarcados separadamente em embrulhos,


fardos, pacotes, sacas, caixas, tambores etc.

• Unitizadas: agrupamento de vários itens em unidades de transporte.

39
3.2 Carga a Granel

Carga líquida ou seca (sólida) embarcada e


transportada sem acondicionamento, sem marca de
identificação e sem contagem de unidades. Exemplos:
petróleo, minérios, trigo, farelos, grãos etc.

3.3 Carga Frigorificada

Carga que necessita ser refrigerada ou congelada para


conservar as qualidades essenciais do produto durante
seu transporte e sua armazenagem. Exemplos: frutas
frescas, laticínios, pescados, carnes etc.

3.4 Neo-granel

Carregamento formado por conglomerados


homogêneos de mercadorias de carga geral sem
acondicionamento específico, cujo volume ou
quantidade possibilita o transporte em lotes, em um
único embarque. Exemplo: transporte de veículos.

40
3.5 Produto Perigoso

Carga composta por produtos que, por sua natureza


físico-química, podem provocar acidentes, danificar
outras cargas ou os meios de transporte ou, ainda,
gerar riscos para as pessoas.

41
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. De acordo com a Anfavea, o
caminhão classificado como leve tem peso transmitido de 6 t
< PBT < 10 t.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. Os caminhões cegonheiros são


usados para transportar contêineres, engradados amarrados
com cordas ou correntes, entre outros produtos.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

42
Referências

ANDRADE, R. E. A regulação da concorrência: uma visão panorâmica. In: Rogério Emílio


de Andrade. (Org.). Regulação pública da economia no Brasil, Campinas, Edicamp, v.
1, 1. ed., p. 131-151, 2003.

ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores. Anuário


da Indústria Automobilística Brasileira. São Paulo: ANFAVEA, 2014. Disponível em:
<http://www.anfavea.com.br/anuario.html>. Acesso em: dez. 2014.

ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres. Resolução n° 4.799, de 27 de


julho de 2015. Regulamenta procedimentos para inscrição e manutenção no Registro
Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas, RNTRC; e dá outras providências.
Brasília, 2015. Disponível em: <http://www.antt.gov.br/>. Acesso em: dez. 2015.

_______. Entraves burocráticos, exigências legais e tributárias do transporte


multimodal. Brasília, 2011. Disponível em: < http://www.antt.gov.br/backend/galeria/
arquivos/entravesburocraticosexigenciaslegaisetributariasdotm_1.pdf>. Acesso em:
maio 2017.

_______. RNTRC em números. Brasília, 2017. Disponível em: <http://appweb2.antt.


gov.br/rntrc_numeros/rntrc_emnumeros.asp>. Acesso em: set. 2017.

BAGNOLI, V. Direito econômico. São Paulo: Atlas, 2005.

BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. 5.


ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.

BASTOS, C. R. Curso de direito econômico. São Paulo: Celso Bastos, 2004.

BOWERSOX, D. J.; CLOSS. D. J. Logística empresarial: o processo de integração de


cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2001.

BRASIL. Lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito


Brasileiro. Brasília, 1997. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em:
dez. 2014.

_______. Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001. Dispõe sobre a reestruturação dos


transportes aquaviário e terrestre, cria o Conselho Nacional de Integração de Políticas
de Transporte, a Agência Nacional de Transportes Terrestres, a Agência Nacional de

43
Transportes Aquaviários e o Departamento Nacional de Infraestruturas de Transportes
e dá outras providências. Brasília, 2001. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10233.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 9.611, de 19 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre o transporte


multimodal de cargas e dá outras providências. Brasília, 1998. Disponível em: < http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9611.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990. Define crimes contra a ordem


tributária, econômica e contra as relações de consumo, e dá outras providências.
Brasília, 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8137.htm>.
Acesso em: maio 2017.

CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Perguntas gerais sobre defesa


da concorrência. Brasília, 2016. Disponível em: <http://www.cade.gov.br/servicos/
perguntas-frequentes/perguntas-gerais-sobre-defesa-da-concorrencia>. Acesso em:
maio 2017.

CNI – Confederação Nacional da Indústria. Eixos logísticos: os projetos prioritários da


indústria. Brasília: CNI, 2014.

CNT – Confederação Nacional do Transporte. Boletim estatístico. Brasília, 2015.


Disponível em: <http://www.cnt.org.br/Boletim/boletim-estatistico-cnt>. Acesso em:
maio 2017.

DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Quadro de


fabricantes de veículos. Brasília, 2012. Disponível em: <http://www1.dnit.gov.br/
Pesagem/peso_maximo_QFV.htm>. Acesso em: maio 2017.FERNANDES, M. As agências
reguladoras no contexto do estado democrático de direito. In: PEREIRA, C. (Org). O
novo direito administrativo brasileiro. Belo Horizonte: Fórum, 2003, p. 181-204.

GALVÃO, O. J. A. Comércio interestadual por vias internas e integração regional no


Brasil: 1943-69. Revista Brasileira de Economia, Rio de Janeiro, v. 53, n. 4, out./
dez. 1999. Disponível em: <http://www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_arttext&pid
=S003471401999000400005>. Acesso em: ago. 2015.

_______. Desenvolvimento dos transportes e integração regional no Brasil: uma


perspectiva histórica. Planejamento e políticas públicas, n. 13, jun. 1996.

44
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Logística dos Transportes no
Brasil. Mapa Logística dos Transportes no Brasil. Brasília, 2014. Disponível em: <http://
www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/imprensa/ppts/0000001970441112201
4440525174699.pdf>. Acesso em: ago. 2015.

MAYER, G. Regulação portuária brasileira: uma reflexão sob a luz da análise econômica
do direito. Tese – Curso de Pós-Graduação em Direito, do Setor de Ciências Jurídicas da
Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2009.

MOURA, R. A.; BANZATO, J. M. Embalagem: acondicionamento, unitização e


conteinerização. São Paulo: IMAM, 1990.

PANTONI, R. A. Livre iniciativa e livre concorrência na obra “A riqueza das nações”


de Adam Smith. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIV, n. 84, jan. 2011. Disponível
em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/ index.php?n_link=revista_artigos_
leitura&artigo_id=8807>. Acesso em: set. 2015.

ROBINSON, J. Imperfect competition revisited. In: Collected Papers, v. 2, Oxford: Basil


Blackwell, 1960.

SCHROEDER, E. M.; CASTRO, J. C. Transporte rodoviário de cargas: situação atual e


perspectivas. Revista do BNDES, dez. 1996. Disponível em: <http://www.bndes.gov.
br/conhecimento/ revista/carga.pdf>. Acesso em: ago. 2015.

SILVA, F. Q. Agências reguladoras. Curitiba: Juruá, 2002.

SILVEIRA, M. R. Infraestruturas e logística de transportes no processo de integração


econômica e territorial. Mercator, Fortaleza, v. 12, número especial (2), p. 41-53, set.
2013.

VARIAN, H. Microeconomia: princípios básicos. Uma abordagem Moderna. Rio de


Janeiro: Elsevier, 2006.

VILAÇA, R. Infraestrutura e competitividade logística. Tecnologística Online,


2013. Disponível em: <http://www.tecnologistica.com.br/artigos/infraestrutura-e-
competitividade-logistica/>. Acesso em: 21 ago. 2015.

45
UNIDADE 3 | EMBALAGENS E
SÍMBOLOS DE SEGURANÇA

46
Unidade 3 | Embalagens e Símbolos de Segurança

Caro(a) aluno(a), bem-vindo(a) à unidade 3! Cada produto deve ter a embalagem que se
adapte melhor a ele. É preciso observar a maneira como o produto será transportado e os
danos que podem ocorrer. A seguir vamos compreender melhor o papel da embalagem.
Bons estudos!

1 Importância da Embalagem

A principal função da embalagem é proteger contra danos. Mas ela tem outras funções,
como: conter o produto para ele não vazar; facilitar o transporte e o consumo; tornar
o produto mais atraente.

Para a maioria dos produtos, a embalagem deve funcionar como uma barreira contra
fatores como: temperatura, odores, animais, luz, oxigênio e umidade. Se a embalagem
não for corretamente projetada, podemos ter a qualidade do produto comprometida,
principalmente se ele for perecível.

Além da função de proteção ao produto, as embalagens permitem a inclusão de


tecnologias de rastreamento do produto.

Você sabe o que é rastreamento?

É um serviço que permite acompanhar o histórico do produto ao longo da cadeia


logística. É possível conhecer suas características, saber por onde ele passou e qual
sua localização exata no momento da consulta.

O rastreamento é um serviço que disponibiliza as informações

ee necessárias para o acompanhamento completo do processo de


fabricação, desde a aquisição e análise das matérias-primas, até
o processamento e destino final de cada item.

47
2 Classificação das Embalagens

Figuras Tipo Descrição


Embalagem que entra
em contato direto com
o produto. Deve haver
Embalagem de compatibilidade entre os
contenção ou primária materiais do produto e
os da embalagem, para
que o produto não seja
comprometido.

Embalagem utilizada para


Embalagem de
apresentar o produto
apresentação ou
ao usuário, no ponto de
secundária
venda.

As embalagens quaternárias e quintenárias são muito utilizadas para a unitização de


cargas.

Figuras Tipo Descrição


Embalagem que tem a função
de proteger várias unidades
Embalagem de de produtos. As embalagens
comercialização ou de comercialização,
terciária agrupadas em quantidades
predefinidas, formam uma
unidade de movimentação.
Formada por um conjunto
de embalagens de
Embalagem de comercialização, para que
movimentação ou possa ser movimentada por
quaternária equipamentos mecânicos,
como paleteiras e
empilhadeiras.

48
Embalagem utilizada para
dar maior agilidade à carga,
descarga e transporte de
longa distância. Importantes
Embalagem para na arrumação das cargas
o transporte ou em armazéns e veículos,
quintenária pois oferecem segurança
na movimentação, proteção
contra avarias e melhor
ocupação dos espaços de
armazenagem.
Fonte: Adaptado de Moura e Banzato (1990)

Você sabe o que é a unitização?

A unitização é o processo de agrupamento de embalagens ou volumes em uma carga


maior, ou seja, é a arrumação de pequenos volumes de mercadorias em unidades
maiores e padronizadas, para que possam ser movimentadas mecanicamente.

Os equipamentos de unitização mais utilizados são os paletes e os contêineres.

O palete pode ser feito de madeira,


aço, alumínio, plástico ou papelão.

Já o contêiner é uma estrutura


sempre metálica, muito utilizada para
o transporte rodoviário, ferroviário e
aquaviário.

49
O processo de unitizar cargas traz muitas vantagens para o transporte:

• Permite a movimentação de cargas maiores;

• Reduz o tempo de carga e descarga;

• Permite melhor ocupação dos armazéns e veículos;

• Reduz a probabilidade de danos nos materiais estocados.

3 Tipos de Embalagem

Existe grande variedade de tipos, formas e modelos de embalagem que podem ser
utilizadas para envolver, conter ou proteger produtos.

Para cada tipo de produto são indicadas embalagens específicas, que devem ser
projetadas e fabricadas da maneira mais compatível possível com as características das
mercadorias: forma, peso, dimensões, material, perecibilidade, fragilidade, dentre
outras.

Embalagem Tipo Descrição

Recipiente geralmente
fabricado em madeira,
Barril alumínio ou plástico,
destinado a conter
produtos líquidos.

Recipiente cilíndrico
Botijão usado para
armazenagem de gás.

50
Recipiente
normalmente utilizado
para produtos maiores
Caixa de madeira e mais pesados,
que não podem ser
transportados em caixas
de papelão ou plástico.
Embalagem não
retornável com laterais
coladas, grampeadas
ou fixadas. Utilizada
Caixa de papelão para mercadorias
ondulado de consumo e bens
industriais variados,
para estocagem,
movimentação e
transporte.
Geralmente
reutilizável, encaixável
e confeccionada em
polietileno de alta
Caixa plástica
resistência. Seu uso
mais frequente é para
produtos agrícolas,
pesca e avicultura.
Recipiente geralmente
fabricado em vidro,
com boca estreita,
Frasco
destinado a acomodar
líquidos (medicamentos,
perfumes).

Engradado de madeira
ou material plástico
Garrafeira
destinado a conter
garrafas.

51
Normalmente possuem
corpo cilíndrico,
com tampa e fundo.
Latas Utilizadas para
acomodar líquidos,
pastas ou sólidos em
conserva.
Moldados em
diferentes formas e
tamanhos, utilizados
Potes plásticos principalmente para
armazenar alimentos,
tais como iogurtes e
margarinas.
Embalam materiais de
construção (cimento,
Sacos de papel
cal), produtos químicos,
multifolhados
açúcar, café, farelos,
cacau, sal.
Utilizados para embalar
produtos agrícolas
que necessitam de
Sacos têxteis ventilação. Embalam
também produtos
industrializados como
açúcar e farinha.
Utilizados para embalar
principalmente
cereais. Fabricados
de polipropileno em
diversos tamanhos,
possuem resistência
Sacos plásticos
superior à de outros
sacos. Muito utilizados
para acondicionar
fertilizantes, rações e
produtos granulados,
dentre outros.

52
Utilizado para
acondicionar materiais
líquidos ou sólidos,
em grãos ou em
Tambor
pó. Adequado para
acondicionar tintas,
sólidos, pastas, pós e
produtos químicos.

Fonte: Adaptado de Moura e Banzato (1990)

53
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. A unitização é o processo de
agrupamento de embalagens ou volumes em uma carga
maior.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. Para cada tipo de produto são


indicadas embalagens específicas, que devem ser projetadas
e fabricadas da maneira mais compatível possível com as
características das mercadorias.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

54
Referências

ANDRADE, R. E. A regulação da concorrência: uma visão panorâmica. In: Rogério Emílio


de Andrade. (Org.). Regulação pública da economia no Brasil, Campinas, Edicamp, v.
1, 1. ed., p. 131-151, 2003.

ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores. Anuário


da Indústria Automobilística Brasileira. São Paulo: ANFAVEA, 2014. Disponível em:
<http://www.anfavea.com.br/anuario.html>. Acesso em: dez. 2014.

ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres. Resolução n° 4.799, de 27 de


julho de 2015. Regulamenta procedimentos para inscrição e manutenção no Registro
Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas, RNTRC; e dá outras providências.
Brasília, 2015. Disponível em: <http://www.antt.gov.br/>. Acesso em: dez. 2015.

_______. Entraves burocráticos, exigências legais e tributárias do transporte


multimodal. Brasília, 2011. Disponível em: < http://www.antt.gov.br/backend/galeria/
arquivos/entravesburocraticosexigenciaslegaisetributariasdotm_1.pdf>. Acesso em:
maio 2017.

_______. RNTRC em números. Brasília, 2017. Disponível em: <http://appweb2.antt.


gov.br/rntrc_numeros/rntrc_emnumeros.asp>. Acesso em: set. 2017.

BAGNOLI, V. Direito econômico. São Paulo: Atlas, 2005.

BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. 5.


ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.

BASTOS, C. R. Curso de direito econômico. São Paulo: Celso Bastos, 2004.

BOWERSOX, D. J.; CLOSS. D. J. Logística empresarial: o processo de integração de


cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2001.

BRASIL. Lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito


Brasileiro. Brasília, 1997. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em:
dez. 2014.

_______. Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001. Dispõe sobre a reestruturação dos


transportes aquaviário e terrestre, cria o Conselho Nacional de Integração de Políticas
de Transporte, a Agência Nacional de Transportes Terrestres, a Agência Nacional de

55
Transportes Aquaviários e o Departamento Nacional de Infraestruturas de Transportes
e dá outras providências. Brasília, 2001. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10233.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 9.611, de 19 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre o transporte


multimodal de cargas e dá outras providências. Brasília, 1998. Disponível em: < http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9611.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990. Define crimes contra a ordem


tributária, econômica e contra as relações de consumo, e dá outras providências.
Brasília, 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8137.htm>.
Acesso em: maio 2017.

CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Perguntas gerais sobre defesa


da concorrência. Brasília, 2016. Disponível em: <http://www.cade.gov.br/servicos/
perguntas-frequentes/perguntas-gerais-sobre-defesa-da-concorrencia>. Acesso em:
maio 2017.

CNI – Confederação Nacional da Indústria. Eixos logísticos: os projetos prioritários da


indústria. Brasília: CNI, 2014.

CNT – Confederação Nacional do Transporte. Boletim estatístico. Brasília, 2015.


Disponível em: <http://www.cnt.org.br/Boletim/boletim-estatistico-cnt>. Acesso em:
maio 2017.

DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Quadro de


fabricantes de veículos. Brasília, 2012. Disponível em: <http://www1.dnit.gov.br/
Pesagem/peso_maximo_QFV.htm>. Acesso em: maio 2017.FERNANDES, M. As agências
reguladoras no contexto do estado democrático de direito. In: PEREIRA, C. (Org). O
novo direito administrativo brasileiro. Belo Horizonte: Fórum, 2003, p. 181-204.

GALVÃO, O. J. A. Comércio interestadual por vias internas e integração regional no


Brasil: 1943-69. Revista Brasileira de Economia, Rio de Janeiro, v. 53, n. 4, out./
dez. 1999. Disponível em: <http://www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_arttext&pid
=S003471401999000400005>. Acesso em: ago. 2015.

_______. Desenvolvimento dos transportes e integração regional no Brasil: uma


perspectiva histórica. Planejamento e políticas públicas, n. 13, jun. 1996.

56
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Logística dos Transportes no
Brasil. Mapa Logística dos Transportes no Brasil. Brasília, 2014. Disponível em: <http://
www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/imprensa/ppts/0000001970441112201
4440525174699.pdf>. Acesso em: ago. 2015.

MAYER, G. Regulação portuária brasileira: uma reflexão sob a luz da análise econômica
do direito. Tese – Curso de Pós-Graduação em Direito, do Setor de Ciências Jurídicas da
Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2009.

MOURA, R. A.; BANZATO, J. M. Embalagem: acondicionamento, unitização e


conteinerização. São Paulo: IMAM, 1990.

PANTONI, R. A. Livre iniciativa e livre concorrência na obra “A riqueza das nações”


de Adam Smith. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIV, n. 84, jan. 2011. Disponível
em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/ index.php?n_link=revista_artigos_
leitura&artigo_id=8807>. Acesso em: set. 2015.

ROBINSON, J. Imperfect competition revisited. In: Collected Papers, v. 2, Oxford: Basil


Blackwell, 1960.

SCHROEDER, E. M.; CASTRO, J. C. Transporte rodoviário de cargas: situação atual e


perspectivas. Revista do BNDES, dez. 1996. Disponível em: <http://www.bndes.gov.
br/conhecimento/ revista/carga.pdf>. Acesso em: ago. 2015.

SILVA, F. Q. Agências reguladoras. Curitiba: Juruá, 2002.

SILVEIRA, M. R. Infraestruturas e logística de transportes no processo de integração


econômica e territorial. Mercator, Fortaleza, v. 12, número especial (2), p. 41-53, set.
2013.

VARIAN, H. Microeconomia: princípios básicos. Uma abordagem Moderna. Rio de


Janeiro: Elsevier, 2006.

VILAÇA, R. Infraestrutura e competitividade logística. Tecnologística Online,


2013. Disponível em: <http://www.tecnologistica.com.br/artigos/infraestrutura-e-
competitividade-logistica/>. Acesso em: 21 ago. 2015.

57
Responsável
Técnico – RT

MÓDULO 1 –
PARTE 2
UNIDADE 4 | NOÇÕES DE LIVRE
CONCORRÊNCIA E MERCADO
REGULADO

59
Unidade 4 | Noções de Livre Concorrência e
Mercado Regulado

Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à unidade 4! Um dos aspectos importantes que devem
ser conhecidos pelos profissionais e pelas empresas de transporte está relacionado ao
funcionamento do mercado em que atuam. É necessário compreender as diferenças entre
mercados de livre concorrência e mercados regulados, além de compreender as dinâmicas
dos mercados de transporte de cargas. Bons estudos!

1 O Princípio da Livre Concorrência

Você sabe o que significa dizer que existe livre concorrência?

A livre concorrência é imprescindível para o funcionamento do sistema capitalista. Ela


existe quando se pode verificar a presença de diversos produtores ou fornecedores de
um mesmo produto ou serviço concorrendo entre si (PANTONI, 2011).

E por que a livre concorrência pode ser benéfica?

Quando duas ou mais empresas concorrem entre si, elas são forçadas a aprimorar seus
métodos e técnicas, impactando positivamente nos custos e nos preços cobrados dos
consumidores. Em situações como esta, em geral, os consumidores são beneficiados e
a economia de mercado alcança maior êxito.

A concorrência é um dos alicerces da economia liberal e tem por finalidade assegurar


o regime de economia de mercado. Segundo Pantoni (2011), um dos pressupostos da
concorrência é a não existência de monopólio ou qualquer outra forma de distorção do
mercado livre, como os oligopólios ou monopsônios. A livre concorrência traz consigo
a ideia de competição entre pessoas e empresas na busca de um do mesmo objetivo ou
vantagem, desde que estejam atuando em condições de igualdade.

Para Pantoni (2011), na área econômica, este conceito representa a disputa entre
as empresas para atender a uma maior quantidade de consumidores, e assim fazer
crescer e obter maior e melhor espaço no mercado. Bagnoli (2005, p. 61) esclarece

60
que o mercado com livre concorrência é aquele que apresenta condições para que os
agentes econômicos (empresas, fornecedores, vendedores) tenham oportunidade de
competir de forma justa no mercado, destacando-se por sua qualidade e eficiência.

No entanto, nem sempre o fato de ter um mercado com muitos competidores faz dele
um mercado livre. Nesse sentido, devemos diferenciar a livre concorrência da livre
iniciativa.

A livre iniciativa significa a possibilidade de os agentes


econômicos entrarem no mercado sem que o Estado crie
obstáculos. Já a livre concorrência significa que os agentes
econômicos competem entre si em condições de igualdade.

Portanto, é muito mais simples garantir a livre iniciativa do que a livre concorrência!

Pantoni (2011) ressalta que, apesar de distintos, a


livre iniciativa e a livre concorrência são conceitos
complementares. Só há livre concorrência quando
existe livre iniciativa (BASTOS, 2004, p. 144). Segundo
esta autora, a livre iniciativa caracteriza-se pela
liberdade individual de ação no plano da economia. Já
a livre concorrência se apresenta como o “princípio econômico” pelo qual o livre jogo
das forças determina os preços praticados.

Como assim?

Ora, em um mercado de livre concorrência os preços são estabelecidos de acordo com


uma concorrência entre as empresas. Quanto maior a concorrência, menores tendem
a ser os preços.

Segundo Andrade (2003, p. 131-151), em um mercado ideal, ou seja, onde ocorre


concorrência, as empresas têm dimensão pequena em relação ao tamanho do
mercado em que atuam. Por este motivo, nenhuma empresa tem condições de definir
isoladamente os preços no mercado.

61
2 Concentração na Oferta ou na Demanda

Nem todos os mercados funcionam em ambientes de concorrência perfeita, sendo,


alguns, imperfeitos (monopólios, oligopólios, monopsônios, oligopsônios). Nesses
casos, existe apenas uma ou poucas empresas que abastecem o mercado ou apenas
um ou poucos consumidores para um mesmo produto.

2.1 Monopólios e Oligopólios

No monopólio, existe apenas uma empresa que vende determinado produto ou


serviço. Ela atua sem qualquer tipo de concorrência, ou seja, ela tem maior poder
de estabelecer seus preços, pois os consumidores só possuem uma alternativa para
a compra. Por esta razão, o preço será em geral mais alto, e a produção, menor, o
que resulta em situação de ineficiência. Nesses casos, o monopolista pode optar por
diminuir sua produção para elevar os preços até atingir o ponto em que a quantidade
produzida gere à empresa o lucro máximo (CADE, 2015).

Apesar de trabalhar sem concorrentes, não é incorreto dizer que

ee a empresa pode colocar qualquer preço. Segundo Varian (2006),


mesmo em situação de monopólio, ela sempre dependerá da
existência de consumidores dispostos a pagar o preço desejado
pela empresa.

Além dos preços mais elevados, o monopólio tem outros efeitos


negativos. Mayer (2009) ressalta que, por dominar o mercado, o
monopolista não possui interesse em buscar ou implementar
inovações tecnológicas, seja para reduzir seus custos, seja para
melhorar o serviço que oferece ou o produto vendido a seus
consumidores.

Mas não é apenas o consumidor que sai perdendo...

62
No longo prazo, o monopolista permanece estagnado e afeta sua própria capacidade
de monopólio. Por não acompanhar as constantes evoluções na produção, ele abre
espaço para que empresas mais modernas entrem no mercado e acabem com o
monopólio.

Talvez você já tenha ouvido falar, também, dos monopólios naturais. Neste tipo
de mercado, os investimentos iniciais necessários são muito elevados e os custos
marginais são muito baixos. O alto valor do investimento inicial faz com que apenas
uma ou poucas empresas tenham força e capacidade para implementar a infraestrutura
mínima necessária. Uma vez construída a rede de fornecimento, que representa o
maior investimento, os custos de uma unidade adicional (uma expansão, por exemplo)
são proporcionalmente baixos.

Os monopólios naturais são caracterizados, por serem bens exclusivos, e com muito
pouca ou nenhuma rivalidade. Esses mercados são geralmente regulamentados
pelos governos e possuem prazos de retorno muito grandes, por isso funcionam
melhor quando são protegidos, ou seja, quando o governo concede exclusividade na
exploração de determinado serviço durante um longo tempo, com a finalidade de
garantir o retorno dos investimentos. Geração e distribuição de energia elétrica e
fornecimento de água são exemplos clássicos de monopólios naturais.

Em geral, o monopólio natural é a forma mais eficiente de se produzir um bem ou


serviço. Essa situação é geralmente observada quando existem elevadas economias de
escala ou de escopo em relação ao tamanho do mercado (CADE, 2015).

Nos mercados do tipo oligopólio não há exclusividade. Nesses casos, existem poucas
empresas relativamente grandes, sendo que cada uma delas representa um percentual
elevado do mercado. No entanto, mesmo que não exista exclusividade, essas poucas
empresas possuem grande poder de mercado e uma grande fatia de consumidores
garantida.

hh
É importante ressaltar que existem diferenças entre o oligopólio
e o cartel. Ambas as formas são combatidas, pois o oligopólio
tende a levar o mercado a uma situação de ineficiência e preços
mais elevados. Mas, o Cartel é crime!

63
O oligopólio é algo espontâneo e se caracteriza pela junção de
alguns produtores que têm a percepção de que é mais lucrativo
agir de maneira interdependente do que de forma solitária. Ele
prejudica os consumidores por não terem muitas alternativas de
escolha e deve ser evitado.

A Constituição Federal protege a livre iniciativa, os direitos dos consumidores e a


liberdade de trabalho, combatendo o monopólio e o oligopólio por serem prejudiciais
para os consumidores, mas entende que estas não são situações ilegais. Por outro lado,
a Constituição Federal (CF) criminaliza práticas de dumping, e cartéis, entre outras, que
incidem de forma negativa sobre a ordem econômica, situações previstas no artigo 4
da Lei nº 8.137/90 (BRASIL, 1990).

O dumping se caracteriza por ser a venda de um produto por um


valor menor que o de mercado e o de custo, de forma a eliminar
a concorrência. O cartel é uma união de empresas que tem como
objetivo aumentar o preço dos produtos ou restringir a oferta
para os consumidores, dominando assim o mercado e suprimindo
a livre iniciativa.

2.2 Monopsônios e Oligopsônios

Uma quantidade pequena de empresas e a falta de concorrência afetam o funcionamento


do mercado. Além disso, são ainda consideradas estruturas de concorrência imperfeita
os casos em que a quantidade de consumidores é pequena e capaz de influenciar
fortemente os preços de mercado. Essas estruturas são chamadas monopsônios e
oligopsônios e foram explicadas pela primeira vez por Robinson (1960).

Monopsônios são as estruturas de mercado que possuem


inúmeros vendedores, mas apenas um comprador, chamado de
monopsonista.

64
O monopsônio é inverso ao caso do monopólio, no qual existe apenas um vendedor e
vários compradores. Um comprador monopsonista tem grande poder de mercado e
pode influenciar os preços de um determinado bem, variando apenas a quantidade
comprada.

Tal situação ocorre, por exemplo, quando uma


grande empresa de molho de tomate compra
sozinha toda a produção de tomates de uma
localidade. Se ela for a única empresa de molho da
região, os produtores são praticamente obrigados
a vender toda a sua produção pelo preço que a
empresa oferece. Eles até poderiam vender para
outra empresa, localizada mais distante, mas, os
custos da operação e do transporte acabariam inviabilizando o negócio e trazendo
riscos de perda da safra.

Condição semelhante também pode ser encontrada em mercados com mais de um


comprador (mais de uma empresa que compre os mesmos produtos), mas cuja
quantidade de compradores seja suficientemente pequena o suficiente para lhes
garantir o poder de compra. O conjunto de poucas empresas compradoras acaba sendo
mais forte do que o conjunto de muitos produtores. Nesse caso, o mercado é chamado
de oligopsônio.

O oligopsônio é inverso ao caso do oligopólio, este caracterizado pela existência


de apenas alguns vendedores e vários compradores. Os oligopsonistas têm poder
de mercado e podem influenciar os preços de determinado bem, variando apenas a
quantidade comprada. Essa estrutura é intermediária entre a de monopsônio e a de
mercado plenamente competitivo.

3 Mercado Regulado

O princípio da livre concorrência está previsto no artigo 170, inciso IV da Constituição


Federal (CF) e baseia-se no pressuposto de que a concorrência não pode ser restringida
por agentes econômicos com poder de mercado (CADE, 2015). Nesse sentido, a

65
Regulação dos mercados tem como principal intuito garantir a livre concorrência,
ou seja, garantir que todos os agentes econômicos possam atuar em condições de
igualdade.

É importante esclarecer que a Constituição não condena o exercício do poder


econômico. Ela busca evitar situações de abuso, as quais devem ser alvo de intervenção
estatal, coibindo excessos, tais como os cartéis e monopólios de fato, que possam
atrapalhar o livre funcionamento das estruturas do mercado.

Na década de 1990, o Brasil passou por uma Reforma Administrativa que alterou
algumas relações do Estado com a sociedade. Um dos aspectos principais foi a criação
de Agências Reguladoras, que têm a atribuição de fiscalizar e regularizar setores da
economia no Brasil. Com a criação das agências, a prestação direta de alguns serviços
públicos foi repassada à iniciativa privada, ficando estas com a tarefa de monitorar
o funcionamento dos serviços, e de regular o setor quando necessário (FERNANDES,
2003).

O Estado preservou a atuação direta em algumas atividades, como o poder de polícia e


a regulação econômica. Nas demais atividades, o Estado transferiu a tarefa de prestar
o serviço para a iniciativa privada e passou a aprimorar a regulação em diversos setores
por meio da atuação das Agências Reguladoras (SILVA, 2002).

O CADE (2015) pontua algumas vantagens do mercado regulado. Segundo o Conselho,


em um mercado em que há concorrência entre os produtores de um bem ou serviço,
os preços praticados tendem a manter-se nos menores níveis possíveis. Portanto, para
conseguirem permanecer no mercado, as empresas precisam buscar constantemente
formas de se tornarem mais eficientes, e assim aumentar os seus lucros. À medida que
tais ganhos de eficiência são conquistados e difundidos entre os produtores, ocorre
uma readequação dos preços, que beneficia o consumidor.

A livre concorrência não garante apenas que os consumidores


sejam beneficiados com preços menores. Mercados nos quais as
empresas são obrigadas a competir estimulam a criatividade e a
inovação das empresas.

66
No entanto, nem toda norma dirigida aos agentes econômicos pode ser considerada
uma atividade regulatória. As Agências precisam assegurar a prestação de serviços
adequados, de qualidade, não se limitando a normas negatórias, e devendo ser
prescritivas, identificando especificamente o que a empresa regulada pode e deve
fazer (SILVA, 2002).

Fernandes (2003) ressalta que a atividade econômica não precisa apenas ser regulada. É
necessário que existam mecanismos regulatórios que garantam a adequada prestação
de serviços públicos. Assim, percebe-se a nítida intervenção estatal regulatória a partir
das prescrições de normas, processos técnicos, e padrões mínimos a que os agentes
econômicos, que desejem atuar no respectivo setor econômico regulado, devem
obedecer (SILVA, 2002).

67
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. Monopsônios são as estruturas
de mercado que possuem inúmeros vendedores, mas apenas
um comprador, chamado de monopsonista.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. A livre concorrência não


garante apenas que os consumidores sejam beneficiados
com preços menores.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

68
Referências

ANDRADE, R. E. A regulação da concorrência: uma visão panorâmica. In: Rogério Emílio


de Andrade. (Org.). Regulação pública da economia no Brasil, Campinas, Edicamp, v.
1, 1. ed., p. 131-151, 2003.

ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores. Anuário


da Indústria Automobilística Brasileira. São Paulo: ANFAVEA, 2014. Disponível em:
<http://www.anfavea.com.br/anuario.html>. Acesso em: dez. 2014.

ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres. Resolução n° 4.799, de 27 de


julho de 2015. Regulamenta procedimentos para inscrição e manutenção no Registro
Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas, RNTRC; e dá outras providências.
Brasília, 2015. Disponível em: <http://www.antt.gov.br/>. Acesso em: dez. 2015.

_______. Entraves burocráticos, exigências legais e tributárias do transporte


multimodal. Brasília, 2011. Disponível em: < http://www.antt.gov.br/backend/galeria/
arquivos/entravesburocraticosexigenciaslegaisetributariasdotm_1.pdf>. Acesso em:
maio 2017.

_______. RNTRC em números. Brasília, 2017. Disponível em: <http://appweb2.antt.


gov.br/rntrc_numeros/rntrc_emnumeros.asp>. Acesso em: set. 2017.

BAGNOLI, V. Direito econômico. São Paulo: Atlas, 2005.

BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. 5.


ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.

BASTOS, C. R. Curso de direito econômico. São Paulo: Celso Bastos, 2004.

BOWERSOX, D. J.; CLOSS. D. J. Logística empresarial: o processo de integração de


cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2001.

BRASIL. Lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito


Brasileiro. Brasília, 1997. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em:
dez. 2014.

_______. Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001. Dispõe sobre a reestruturação dos


transportes aquaviário e terrestre, cria o Conselho Nacional de Integração de Políticas
de Transporte, a Agência Nacional de Transportes Terrestres, a Agência Nacional de

69
Transportes Aquaviários e o Departamento Nacional de Infraestruturas de Transportes
e dá outras providências. Brasília, 2001. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10233.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 9.611, de 19 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre o transporte


multimodal de cargas e dá outras providências. Brasília, 1998. Disponível em: < http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9611.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990. Define crimes contra a ordem


tributária, econômica e contra as relações de consumo, e dá outras providências.
Brasília, 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8137.htm>.
Acesso em: maio 2017.

CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Perguntas gerais sobre defesa


da concorrência. Brasília, 2016. Disponível em: <http://www.cade.gov.br/servicos/
perguntas-frequentes/perguntas-gerais-sobre-defesa-da-concorrencia>. Acesso em:
maio 2017.

CNI – Confederação Nacional da Indústria. Eixos logísticos: os projetos prioritários da


indústria. Brasília: CNI, 2014.

CNT – Confederação Nacional do Transporte. Boletim estatístico. Brasília, 2015.


Disponível em: <http://www.cnt.org.br/Boletim/boletim-estatistico-cnt>. Acesso em:
maio 2017.

DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Quadro de


fabricantes de veículos. Brasília, 2012. Disponível em: <http://www1.dnit.gov.br/
Pesagem/peso_maximo_QFV.htm>. Acesso em: maio 2017.FERNANDES, M. As agências
reguladoras no contexto do estado democrático de direito. In: PEREIRA, C. (Org). O
novo direito administrativo brasileiro. Belo Horizonte: Fórum, 2003, p. 181-204.

GALVÃO, O. J. A. Comércio interestadual por vias internas e integração regional no


Brasil: 1943-69. Revista Brasileira de Economia, Rio de Janeiro, v. 53, n. 4, out./
dez. 1999. Disponível em: <http://www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_arttext&pid
=S003471401999000400005>. Acesso em: ago. 2015.

_______. Desenvolvimento dos transportes e integração regional no Brasil: uma


perspectiva histórica. Planejamento e políticas públicas, n. 13, jun. 1996.

70
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Logística dos Transportes no
Brasil. Mapa Logística dos Transportes no Brasil. Brasília, 2014. Disponível em: <http://
www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/imprensa/ppts/0000001970441112201
4440525174699.pdf>. Acesso em: ago. 2015.

MAYER, G. Regulação portuária brasileira: uma reflexão sob a luz da análise econômica
do direito. Tese – Curso de Pós-Graduação em Direito, do Setor de Ciências Jurídicas da
Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2009.

MOURA, R. A.; BANZATO, J. M. Embalagem: acondicionamento, unitização e


conteinerização. São Paulo: IMAM, 1990.

PANTONI, R. A. Livre iniciativa e livre concorrência na obra “A riqueza das nações”


de Adam Smith. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIV, n. 84, jan. 2011. Disponível
em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/ index.php?n_link=revista_artigos_
leitura&artigo_id=8807>. Acesso em: set. 2015.

ROBINSON, J. Imperfect competition revisited. In: Collected Papers, v. 2, Oxford: Basil


Blackwell, 1960.

SCHROEDER, E. M.; CASTRO, J. C. Transporte rodoviário de cargas: situação atual e


perspectivas. Revista do BNDES, dez. 1996. Disponível em: <http://www.bndes.gov.
br/conhecimento/ revista/carga.pdf>. Acesso em: ago. 2015.

SILVA, F. Q. Agências reguladoras. Curitiba: Juruá, 2002.

SILVEIRA, M. R. Infraestruturas e logística de transportes no processo de integração


econômica e territorial. Mercator, Fortaleza, v. 12, número especial (2), p. 41-53, set.
2013.

VARIAN, H. Microeconomia: princípios básicos. Uma abordagem Moderna. Rio de


Janeiro: Elsevier, 2006.

VILAÇA, R. Infraestrutura e competitividade logística. Tecnologística Online,


2013. Disponível em: <http://www.tecnologistica.com.br/artigos/infraestrutura-e-
competitividade-logistica/>. Acesso em: 21 ago. 2015.

71
UNIDADE 5 | ENTIDADES
ENVOLVIDAS NA PRESTAÇÃO
DO SERVIÇO DE TRANSPORTE

72
Unidade 5 | Entidades Envolvidas na Prestação do
Serviço de Transporte

Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à unidade 5! No Brasil, diversas instituições estão


envolvidas direta ou indiretamente com a operação, o uso ou a regulação dos diferentes
modos de transporte disponíveis para mercadorias. A seguir, vamos conhecer as principais
entidades, suas características e sua participação nas operações de transporte rodoviário
de mercadorias. Bons estudos!

1 Entidades e Agentes Públicos

Vamos começar esta unidade falando dos diversos agentes públicos que estão
envolvidos com a prestação dos serviços de transporte de cargas, tanto no
planejamento de sistemas e da infraestrutura, quanto na regulamentação, fiscalização
e normatização dos variados fatores que regem a atividade.

1.1 Agente Público Responsável pelo Planejamento dos


Transportes

O Ministério dos Transportes (MT), o Ministério da Defesa (MD) e o Ministério do


Orçamento Planejamento e Gestão (MPOG) são as entidades públicas envolvidas no
planejamento dos transportes brasileiros.

O MT ocupa o mais alto nível da organização da área de transporte, sendo responsável


por determinar a política nacional de transporte. A preocupação maior do Ministério
centra-se na formulação, coordenação e supervisão de políticas e participação no
planejamento estratégico (ANTT, 2011).

73
1.2 Agente Público Responsável pela Infraestrutura de
Transportes

No transporte rodoviário, a responsabilidade pela infraestrutura de transportes, de


acordo com a legislação vigente, está sob a custódia do Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (DNIT).

O DNIT foi criado com o objetivo de implementar,


em sua esfera de atuação, a política formulada para a
administração da infraestrutura do Sistema Federal de
Viação, compreendendo sua operação, manutenção,
restauração ou reposição, adequação de capacidade,
e ampliação mediante construção de novas vias e
terminais (ANTT, 2011).

1.3 Agente Público Responsável pela Regulação

As Agências Reguladoras distinguem-se pela independência administrativa, autonomia


financeira e funcional e mandato fixo de seus dirigentes. A ANTT é o órgão responsável
pela regulação e fiscalização dos transportes terrestres em território nacional. Suas
atribuições estão relacionadas à concessão, permissão e autorização. A ANTT possui
competências para atuar nos seguintes seguimentos de transporte (ANTT, 2011):

• Ferroviário: exploração da infraestrutura ferroviária concedida; prestação do


serviço público de transporte ferroviário de cargas e de passageiros.

• Rodoviário: exploração da infraestrutura rodoviária concedida; prestação do


serviço público de transporte rodoviário de cargas e de passageiros.

• Dutoviário: cadastro de dutovias.

• Multimodal: promoção do transporte multimodal e habilitação do Operador de


Transportes Multimodal (OTM).

• Terminais e vias: concessão da exploração.

74
1.4 Agente Público Responsável pela Fiscalização de Normas
Agropecuárias

A missão conferida ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) é a


formulação e a implementação de políticas para o desenvolvimento do agronegócio,
integrando os aspectos de mercado tecnológicos, organizacionais e ambientais com o
atendimento dos consumidores do País.

No contexto do sistema de transporte de cargas, o Ministério

ee determina a exigência de diversos documentos específicos, a


depender da carga a ser transportada.

São exemplos de documentos exigidos: o documento para o


controle do trânsito de animais, Guia de Trânsito Animal (GTA), e
o controle do trânsito de produtos de origem animal, que pode
ser o Certificado de Inspeção de Produtos, a Guia de Trânsito de
Produtos ou o Certificado de Inspeção Sanitária (CIS).

2 Entidades e Agentes Privados

Vamos conhecer agora quais são as principais entidades privadas envolvidas com a
prestação dos serviços de transporte rodoviário de mercadorias.

2.1 Embarcador ou Expedidor

O embarcador é normalmente o dono das mercadorias. Em geral, ele representa a


empresa que necessita do deslocamento de produtos entre dois pontos em uma
cadeia de suprimentos. Também conhecido como expedidor ou remetente de cargas,
é ele quem está despachando a carga, ou seja, quem está expedindo a nota fiscal.

75
Podemos dizer que o expedidor é o responsável pela entrega da carga ao transportador,
a qual deverá estar devidamente acondicionada/embalada, acompanhada dos
documentos necessários ao cumprimento das formalidades legais perante a fiscalização
tributária, alfandegária, de polícia e de saúde, nos âmbitos Federal, Estadual ou
Municipal. Portanto, o expedidor é a pessoa física ou jurídica que celebra o contrato de
transporte com o transportador.

O expedidor é responsável pela

ee exatidão
declarações
das indicações
constantes
ou
nos
documentos necessários à emissão
do Conhecimento de Carga, bem
como pelos danos resultantes de
declarações ou indicações inexatas, irregulares e/ou
incompletas.

2.2 Transportador

O transportador é aquele responsável pelo transporte da carga, ou seja, empresas


ou autônomos que possuem transporte a oferecer. Portanto, os transportadores
rodoviários são aqueles que realizam movimentação de cargas por meio do modo
rodoviário, seja a carga a transportar própria ou não (ANTT, 2011).

De acordo com a legislação brasileira, o exercício da atividade de transporte rodoviário


de cargas por conta de terceiros é efetuada mediante remuneração e o transportador
deve estar previamente inscrito e habilitado no Registro Nacional de Transportadores
Rodoviários de Cargas (RNTRC).

76
2.3 Operadores Logísticos

Segundo a ANTT (2011), os operadores logísticos são


empresas especializadas que prestam serviços que
integram atividades de armazenagem, processamento
de pedidos, movimentação de cargas, gerenciamento de
estoques, sistemas de distribuição e de gerenciamento
de transporte, entre outras atividades.

Para facilitar a vida das empresas, os operadores são


contratados para realizar funções de gestão e distribuição dos materiais e, em alguns
casos, também fornecem suporte físico e a infraestrutura necessária para a realização
das operações.

2.4 Estações Aduaneiras de Interior (EADI)

Os Portos Secos, como são conhecidas as EADI, são recintos alfandegados de uso
público, nos quais são executadas as operações de movimentação, armazenagem e
despacho aduaneiro de mercadorias e de bagagem.

Como ressalta a ANTT (2011), alguns portos secos apresentam maior importância
para o transporte intermodal, já que servem de plataformas de integração dos modos
de transporte. As características inerentes dos portos secos que agregam também
serviços como armazéns, pátios para contêineres, sistemas informatizados, agilidade
nas operações, trâmites alfandegários e outros, representam um atrativo para os
usuários de transporte, bem como para os operadores.

77
2.5 Despachante Aduaneiro

É o profissional que representa o importador ou exportador na intermediação dos


serviços aduaneiros. Deve estar credenciado pela Secretaria da Receita Federal para o
exercício das atividades, órgão que dispõe sobre a forma de investidura nas funções de
despachante aduaneiro e de ajudante de despachante aduaneiro.

2.6 Operador de Transporte Multimodal (OTM)

A figura do OTM foi definida na Lei n° 9.611, de 19 de fevereiro de 1998. Este operador é
a pessoa jurídica contratada como principal para a realização do Transporte Multimodal
de Cargas da origem até o destino, por meios próprios ou por intermédio de terceiros.
O Operador de Transporte Multimodal poderá ser transportador ou não transportador,
sendo que o exercício de suas atividades depende de prévia habilitação na ANTT. Cabe
a ele emitir o Conhecimento de Transporte Multimodal de Carga.

Quando o OTM puder habilitar-se para operar em outros países, ele deverá atender,
além das normas estabelecidas pela ANTT, todos os requisitos que forem exigidos
em tratados, acordos ou convenções firmadas pelo Brasil com o país de destino da
mercadoria.

78
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. O expedidor é o responsável
pela entrega da carga ao transportador, a qual deverá estar
devidamente acondicionada/embalada, acompanhada dos
documentos necessários ao cumprimento das formalidades
legais perante a fiscalização tributária, alfandegária, de
polícia e de saúde, nos âmbitos Federal, Estadual ou
Municipal.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. O despachante aduaneiro é o


profissional que representa o importador ou exportador na
intermediação dos serviços aduaneiros.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

79
Referências

ANDRADE, R. E. A regulação da concorrência: uma visão panorâmica. In: Rogério Emílio


de Andrade. (Org.). Regulação pública da economia no Brasil, Campinas, Edicamp, v.
1, 1. ed., p. 131-151, 2003.

ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores. Anuário


da Indústria Automobilística Brasileira. São Paulo: ANFAVEA, 2014. Disponível em:
<http://www.anfavea.com.br/anuario.html>. Acesso em: dez. 2014.

ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres. Resolução n° 4.799, de 27 de


julho de 2015. Regulamenta procedimentos para inscrição e manutenção no Registro
Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas, RNTRC; e dá outras providências.
Brasília, 2015. Disponível em: <http://www.antt.gov.br/>. Acesso em: dez. 2015.

_______. Entraves burocráticos, exigências legais e tributárias do transporte


multimodal. Brasília, 2011. Disponível em: < http://www.antt.gov.br/backend/galeria/
arquivos/entravesburocraticosexigenciaslegaisetributariasdotm_1.pdf>. Acesso em:
maio 2017.

_______. RNTRC em números. Brasília, 2017. Disponível em: <http://appweb2.antt.


gov.br/rntrc_numeros/rntrc_emnumeros.asp>. Acesso em: set. 2017.

BAGNOLI, V. Direito econômico. São Paulo: Atlas, 2005.

BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. 5.


ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.

BASTOS, C. R. Curso de direito econômico. São Paulo: Celso Bastos, 2004.

BOWERSOX, D. J.; CLOSS. D. J. Logística empresarial: o processo de integração de


cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2001.

BRASIL. Lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito


Brasileiro. Brasília, 1997. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em:
dez. 2014.

_______. Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001. Dispõe sobre a reestruturação dos


transportes aquaviário e terrestre, cria o Conselho Nacional de Integração de Políticas
de Transporte, a Agência Nacional de Transportes Terrestres, a Agência Nacional de

80
Transportes Aquaviários e o Departamento Nacional de Infraestruturas de Transportes
e dá outras providências. Brasília, 2001. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10233.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 9.611, de 19 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre o transporte


multimodal de cargas e dá outras providências. Brasília, 1998. Disponível em: < http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9611.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990. Define crimes contra a ordem


tributária, econômica e contra as relações de consumo, e dá outras providências.
Brasília, 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8137.htm>.
Acesso em: maio 2017.

CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Perguntas gerais sobre defesa


da concorrência. Brasília, 2016. Disponível em: <http://www.cade.gov.br/servicos/
perguntas-frequentes/perguntas-gerais-sobre-defesa-da-concorrencia>. Acesso em:
maio 2017.

CNI – Confederação Nacional da Indústria. Eixos logísticos: os projetos prioritários da


indústria. Brasília: CNI, 2014.

CNT – Confederação Nacional do Transporte. Boletim estatístico. Brasília, 2015.


Disponível em: <http://www.cnt.org.br/Boletim/boletim-estatistico-cnt>. Acesso em:
maio 2017.

DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Quadro de


fabricantes de veículos. Brasília, 2012. Disponível em: <http://www1.dnit.gov.br/
Pesagem/peso_maximo_QFV.htm>. Acesso em: maio 2017.FERNANDES, M. As agências
reguladoras no contexto do estado democrático de direito. In: PEREIRA, C. (Org). O
novo direito administrativo brasileiro. Belo Horizonte: Fórum, 2003, p. 181-204.

GALVÃO, O. J. A. Comércio interestadual por vias internas e integração regional no


Brasil: 1943-69. Revista Brasileira de Economia, Rio de Janeiro, v. 53, n. 4, out./
dez. 1999. Disponível em: <http://www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_arttext&pid
=S003471401999000400005>. Acesso em: ago. 2015.

_______. Desenvolvimento dos transportes e integração regional no Brasil: uma


perspectiva histórica. Planejamento e políticas públicas, n. 13, jun. 1996.

81
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Logística dos Transportes no
Brasil. Mapa Logística dos Transportes no Brasil. Brasília, 2014. Disponível em: <http://
www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/imprensa/ppts/0000001970441112201
4440525174699.pdf>. Acesso em: ago. 2015.

MAYER, G. Regulação portuária brasileira: uma reflexão sob a luz da análise econômica
do direito. Tese – Curso de Pós-Graduação em Direito, do Setor de Ciências Jurídicas da
Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2009.

MOURA, R. A.; BANZATO, J. M. Embalagem: acondicionamento, unitização e


conteinerização. São Paulo: IMAM, 1990.

PANTONI, R. A. Livre iniciativa e livre concorrência na obra “A riqueza das nações”


de Adam Smith. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIV, n. 84, jan. 2011. Disponível
em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/ index.php?n_link=revista_artigos_
leitura&artigo_id=8807>. Acesso em: set. 2015.

ROBINSON, J. Imperfect competition revisited. In: Collected Papers, v. 2, Oxford: Basil


Blackwell, 1960.

SCHROEDER, E. M.; CASTRO, J. C. Transporte rodoviário de cargas: situação atual e


perspectivas. Revista do BNDES, dez. 1996. Disponível em: <http://www.bndes.gov.
br/conhecimento/ revista/carga.pdf>. Acesso em: ago. 2015.

SILVA, F. Q. Agências reguladoras. Curitiba: Juruá, 2002.

SILVEIRA, M. R. Infraestruturas e logística de transportes no processo de integração


econômica e territorial. Mercator, Fortaleza, v. 12, número especial (2), p. 41-53, set.
2013.

VARIAN, H. Microeconomia: princípios básicos. Uma abordagem Moderna. Rio de


Janeiro: Elsevier, 2006.

VILAÇA, R. Infraestrutura e competitividade logística. Tecnologística Online,


2013. Disponível em: <http://www.tecnologistica.com.br/artigos/infraestrutura-e-
competitividade-logistica/>. Acesso em: 21 ago. 2015.

82
Responsável
Técnico – RT

MÓDULO 2 –
PARTE 1
UNIDADE 1 | LEGISLAÇÃO
ESPECÍFICA DO TRANSPORTE
RODOVIÁRIO DE CARGAS –
PARTE 1

84
Unidade 1 | Legislação Específica Do Transporte
Rodoviário De Cargas – Parte 1

Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) ao Módulo 2 do curso Responsável Técnico – RT!


Como sabemos, o transporte rodoviário de cargas é uma atividade que necessita de
acompanhamento constante do governo. A seguir, vamos conhecer os principais órgãos
que atuam no setor e a legislação que deve ser obedecida para realizar essa atividade.
Bons estudos!

1 Órgãos Reguladores e Fiscalizadores

Fique atento! Cada órgão possui atribuições específicas com o objetivo de garantir o
bom funcionamento do transporte.

ÓRGÃO ATRIBUIÇÕES
Habilitar os transportadores por
Agência Nacional meio do Registro Nacional do
de Transportes Transportador Rodoviário de Cargas
Terrestres (RNTRC). Monitorar o valor do frete
(ANTT) cobrado. Formular normas, operação e
fiscalização.
Assegurar a livre circulação nas
rodovias federais, realizando
patrulhamento, cumprindo e fazendo
Polícia
cumprir a legislação especificada pelo
Rodoviária
Código de Trânsito Brasileiro e de-
Federal (PRF)
mais normas. Inspecionar e fiscalizar
o trânsito, assim como aplicar multas
impostas por infrações de trânsito.
Ministério da
Estabelecer regras e inspecionar as
Agricultura,
condições de acondicionamento de
Pecuária e
produtos agropecuários durante o
Abastecimento
transporte.
(MAPA)

85
Estabelecer regras e fiscalizar as
Agência Nacional
condições de acondicionamento
de Vigilância
de produtos como alimentos,
Sanitária
medicamentos e agrotóxicos, dentre
(ANVISA)
outros.
Fiscalizar a arrecadação dos impostos
que recaem sobre a prestação dos
serviços de transportes e sobre
Órgãos os produtos transportados. No
Fazendários contexto do transporte de cargas de
importação e exportação, esse papel
é exercido pela Secretaria da Receita
Federal.

2 Legislação do Transporte Rodoviário de Cargas

As principais regras que compõem a legislação do transporte rodoviário de cargas no


Brasil são determinadas pela Lei nº 11.442/07 e pela Resolução nº 4.799/2015, da
ANTT. Não podemos nos esquecer, também, da Lei nº 13.103/15, que regula e disciplina
a atuação do motorista profissional.

LEI DESCRIÇÃO
Determina que o transporte rodoviário de cargas poderá
ser exercido por pessoa física ou jurídica e a necessidade de
inscrição prévia do interessado no RNTRC (Registro Nacional
Lei nº 11.442/07
do Transportador Rodoviário de Cargas) da ANTT. A Lei
também dispõe sobre as regras de operação, principalmente
no que diz respeito à responsabilidade do transportador.
Detalha os critérios para a inscrição no RNTRC, além de
Resolução nº tratar de questões sobre a identificação dos veículos, o
4.799/15 conhecimento de transportes, as infrações e as penalidades
que podem recair sobre o transportador.
Dispõe sobre o exercício da profissão de motorista. Tem o
Lei nº 13.103/15 objetivo principal de regular e disciplinar a jornada de trabalho
e o tempo de direção do motorista profissional.

86
3 Vale-Pedágio Obrigatório

O Vale-Pedágio obrigatório veio atender a uma antiga reivindicação das empresas


de transporte rodoviário de cargas e dos caminhoneiros autônomos, que se sentiam
penalizados com os custos de pedágio em suas viagens. Sua regulamentação estabelece
as normas de fornecimento do Vale-Pedágio e institui: os procedimentos de habilitação
das empresas fornecedoras em âmbito nacional; a aprovação de modelos e sistemas
operacionais; as infrações e suas respectivas penalidades.

4 Implantação do Vale-Pedágio Obrigatório

Instituído pela Lei nº 10.209, de 23 de março de 2001, o Vale-Pedágio obrigatório foi


criado com o objetivo de atender a uma das principais reivindicações dos
transportadores — a desoneração do transportador quanto ao pagamento de pedágio.

Com a criação desse dispositivo legal, os


embarcadores ou equiparados passaram a ser os
responsáveis pelo pagamento antecipado do pedágio
e pelo fornecimento do respectivo comprovante de
pagamento ao transportador. Até então, o custo
do pedágio era frequentemente incluído no valor
do frete contratado, obrigando o transportador a
assumir essa despesa, nem sempre repassada pelo
embarcador.

Ou seja, muitas vezes o embarcador considerava que o frete já tinha incluso o valor do
pedágio. Em outros casos, a empresa de transporte cobrava o custo do pedágio do dono
da carga, mas não transferia o valor correspondente para o transportador autônomo.
Além disso, mesmo quando recebia de volta o valor devido, o ressarcimento se fazia
moroso. O transportador pagava o pedágio ao realizar a viagem e só era reembolsado
algum tempo depois.

Tais distorções foram minimizadas quando o pagamento antecipado do pedágio


tornou-se obrigatório, e passou a realizar-se por meio do fornecimento de um Vale-
Pedágio.

87
Até 2002, as atividades de regulamentação, coordenação, delegação, fiscalização e
aplicação das penalidades pelo não fornecimento do Vale-Pedágio eram atividades
desempenhadas pelo Ministério dos Transportes. No entanto, a Medida Provisória nº
68/02, convertida na Lei nº 10.561/02, transferiu à ANTT essas competências.

Atualmente, o Vale-Pedágio obrigatório é regulamentado pela Resolução nº 2.885,


publicada no Diário Oficial da União em 23 de setembro de 2008. Essa resolução alterou
as regulamentações anteriores com o objetivo de estabelecer uma definição mais
precisa do papel de cada agente envolvido nas operações de transporte rodoviário de
carga (transportador, embarcador, operadoras de pedágio e empresas habilitadas a
fornecer o Vale-Pedágio obrigatório), quanto à responsabilidade e custos.

5 Principais Aspectos da Regulamentação

As definições de maior relevância presentes na Resolução nº 2.885 podem ser


resumidas nos seguintes itens:

• Definição mais precisa das responsabilidades pela instalação e operação do


sistema e modelos de Vale-Pedágio, e de seus custos;

• Possibilidade de utilização de quaisquer modelos e sistemas de Vale-Pedágio


obrigatório de empresas habilitadas pela ANTT;

• Disciplinamento das operações financeiras entre embarcador (dono da carga),


operador (de rodovias sob pedágio) e a empresa fornecedora do Vale-Pedágio
(empresa habilitada pela ANTT);

• Conforme art. 26 da Resolução nº 2.885, de 9 de setembro de 2008, o Regime


Especial para o Vale-Pedágio obrigatório foi extinto, ficando vedadas novas
concessões.

A Resolução ANTT nº 150, de 7 de janeiro de 2003, instituiu o Regime Especial. Com


ele, a empresa de transporte que fazia, para um só embarcador, transporte de carga
fechada ou de lotação, poderia solicitar Regime Especial, desobrigando o embarcador
da antecipação do Vale-Pedágio. Caso autorizado pela ANTT, o Vale-Pedágio era
desvinculado do valor do frete, ficando o embarcador obrigado a ressarcir seu valor
posteriormente.

88
E se a concessão para o Regime Especial ainda estiver válida?

A Resolução nº 2.885 determina que os beneficiários do Regime Especial, cujos


certificados se encontrem dentro do prazo de validade, devem anotar no Conhecimento
de Transporte o respectivo número.

Caso seja parado pela fiscalização, o transportador deverá

ee apresentar o número do certificado do Regime Especial anotado


no Conhecimento de Transporte. A fiscalização verificará sua
validade.

Aqueles que já o solicitaram e ainda não receberam o resultado


da análise devem informar no Conhecimento de Transporte o
número do protocolo da solicitação até a notificação de
deferimento ou indeferimento do pedido. Esse número também
será verificado pela fiscalização.

Veja a seguir alguns importantes aspectos regulamentados pela Lei nº 10.209,


Resolução ANTT nº 106/2002 e Resolução ANTT nº 149/2003.

• Subcontratação: A empresa de transporte que subcontratar o serviço fica


obrigada a repassar o Vale-Pedágio que recebeu do embarcador nos casos de
transporte de carga fechada ou lotação, e a adquirir e entregar ao transportador
(empresa subcontratada ou autônomo) nos casos de transporte de carga
fracionada.

• Carga fracionada: No transporte de carga fracionada não existe a obrigatoriedade


da entrega do Vale-Pedágio por parte do embarcador à empresa de transporte. O
pedágio deve ser cobrado mediante rateio, destacado no conhecimento e pago
com o frete. A empresa de carga fracionada que utiliza veículo próprio não está
obrigada a utilizar o Vale-Pedágio.

• Internacional: O transporte internacional rodoviário de carga, assim considerado


aquele em que o mesmo veículo inicia o transporte em um determinado país e
encerra a viagem em país diverso, não está sujeito à aplicação da lei do Vale-
Pedágio.

89
6 Benefícios do Uso do Vale-Pedágio

Com as mudanças na regulamentação e a efetiva implantação do Vale-Pedágio


obrigatório, todos são beneficiados: caminhoneiros, embarcadores e operadores de
rodovias.

Você sabe por quê?

Primeiro, os transportadores rodoviários de carga,


principalmente os autônomos, deixam, efetivamente, de
assumir o custo do pedágio. Apesar de estarem amparados
na legislação federal, é fato que alguns embarcadores
acabavam embutindo o valor da tarifa na contratação
do frete, obrigando o transportador a pagar o pedágio
indevidamente.

Como a negociação do Vale-Pedágio obrigatório não será mais feita em espécie, essa
possibilidade torna-se inviável.

Os embarcadores ou equiparados passam a ter maior controle sobre os itinerários


seguidos e garantem mais segurança no transporte de suas mercadorias. Fornecendo
o Vale-Pedágio obrigatório ao transportador rodoviário, o embarcador ou equiparado
determina o roteiro a ser seguido, pois o vale obedece ao preço do pedágio de cada
praça.

hh
Para fazer uso do Vale-Pedágio, o transportador deverá passar
pelas rodovias previamente determinadas. Escolhendo o roteiro,
o embarcador corre menor risco com relação ao roubo de cargas.

Os Operadores de Rodovias pedagiadas também saíram ganhando!

Com o roteiro preestabelecido pelo embarcador, as operadoras de rodovias sob


pedágio garantem a passagem do veículo pela praça de pedágio, diminuindo o uso
das rotas de fuga para evitar o pagamento da tarifa. Isso representa uma redução
significativa de evasão de receitas.

90
Devemos nos lembrar, ainda, que as rodovias pedagiadas muitas

ee vezes oferecem condições mais adequadas de tráfego para os


veículos. Isso significa que os transportadores vão utilizar vias
melhores e seus caminhões sofrerão menores danos no médio e
longo prazos.

7 Fiscalização do Vale-Pedágio

A fiscalização do cumprimento da legislação do Vale-Pedágio é feita de duas formas:


direta ou provocada.

A direta é feita por iniciativa do fiscal junto ao embarcador, equiparado ou transportador


nas rodovias. É também realizada por meio de fiscalização direta junto às operadoras de
rodovias para a verificação da aceitação obrigatória do Vale-Pedágio e do cumprimento
das demais obrigações previstas na legislação. Já a fiscalização provocada é feita a
partir de denúncias sobre a existência de possíveis infratores.

A fiscalização da ANTT é feita nas rodovias federais. As demais

ee rodovias são fiscalizadas pelos órgãos competentes estaduais


ou municipais, através das secretarias de governo ou agências
reguladoras estaduais.

As principais infrações relativas ao Vale-Pedágio são:

• O embarcador não antecipar o Vale-Pedágio obrigatório ao transportador;

• O embarcador não registrar as informações sobre a aquisição do Vale-Pedágio


obrigatório no documento de embarque;

• As operadoras de rodovias sob pedágio não aceitarem o Vale-Pedágio obrigatório.

Verificada a infração, o órgão fiscalizador notifica o infrator sobre pagamento da multa


ou apresentação de defesa. Ao embarcador ou equiparado será aplicada multa por cada
veículo que participe da infração e para cada viagem na qual não fique comprovada a

91
antecipação do Vale-Pedágio obrigatório. Já a operadora de rodovia sob pedágio que
não aceitar o Vale-Pedágio obrigatório será penalizada com o pagamento de multa
referente a cada dia que deixar de aceitar os modelos habilitados pela ANTT.

92
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. A legislação do transporte
rodoviário de cargas no Brasil é determinada pela Lei nº
11.442/2007 e pela Resolução nº 2.550/2008 da ANTT.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. Vale-Pedágio obrigatório foi


criado com o objetivo de atender a uma das principais
reivindicações dos caminhoneiros autônomos — a
desoneração do transportador quanto ao pagamento de
pedágio, beneficiando apenas os caminhoneiros autônomos.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

93
Referências

ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres. Resolução ANTT nº 106 de


17/10/2002. Aprova os atos relativos à regulamentação da implantação do vale-
pedágio obrigatório. Brasília, 2002. Disponível em: <https://www.legisweb.com.br/
legislacao/?id=98525>. Acesso em: maio 2017.

_______. Resolução ANTT n° 4.799, de 2015, e suas alterações. Dispõe sobre o exercício
da atividade de transporte rodoviário de carga por conta de terceiros e mediante
remuneração e estabelece procedimentos para inscrição no Registro Nacional de
Transportadores Rodoviários de Carga RNTRC, e dá outras providências. Brasília, 2015.
Disponível em: <https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=287658>. Acesso em:
maio 2017.

_______. Resolução ANTT n° 3.632/11, de 9 de fevereiro de 2011. Altera o


Anexo da Resolução no 420, de 12 de fevereiro de 2004, que aprova as Instruções
Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos.
Brasília, 2011. Disponível em: <http://www.cidadesustentavel.org.br/treinamento/
Resolucao_ANTT_3632.pdf>. Acesso em: maio 2017.

_______. Resolução ANTT n° 420, de 12 de fevereiro de 2004, e suas alterações.


Aprova as Instruções Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de
Produtos Perigosos. Brasília, 2004. Disponível em: < https://www.diariodasleis.com.br/
busca/exibelink.php?numlink=1-8-34-2004-02-12-420>. Acesso em: maio 2017.

_______. Resolução ANTT nº 1474, de 31 de maio de 2006. Dispõe sobre os


procedimentos relativos à expedição de Licença Originária, de Autorização de Caráter
Ocasional, para empresas nacionais de transporte rodoviário de cargas autorizadas a
operar no transporte rodoviário internacional entre os países da América do Sul, e de
Licença Complementar, em caso de empresas estrangeiras, e dá outras providências.
Brasília, 2006. Disponível em: <https://www.diariodasleis.com.br/busca/exibelink.php?
numlink=1-8-34-2006-05-31-1474>. Acesso em: maio 2006.

_______. Resolução ANTT nº 2885, de 09 de setembro de 2008. Estabelece as normas


para o Vale-Pedágio obrigatório e institui os procedimentos de habilitação de empresas
fornecedoras em âmbito nacional, aprovação de modelos e sistemas operacionais, as

94
infrações e suas respectivas penalidades. Brasília, 2008. Disponível em: <https://www.
diariodasleis.com.br/busca/exibelink.php?numlink=1-8-34-2008-09-09-2885>. Acesso
em: maio 2008.

_______. Resolução ANTT nº 3826, de 29 de maio de 2012. Altera a Resolução nº


1.474, de 31 de maio de 2006, que dispõe sobre os procedimentos relativos à expedição
de Licença Originária, de Autorização de Caráter Ocasional, para empresas nacionais
de transporte rodoviário de cargas autorizadas a operar no transporte rodoviário
internacional entre os países da América do Sul, e de Licença Complementar, em caso
de empresas estrangeiras, e dá outras providências. Brasília, 2012. Disponível em: <
https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=241923>. Acesso em: maio 2017.

_______. TRIC: Transporte Rodoviário Internacional de Cargas. Brasília, 2017. Disponível


em: <http://portal.antt.gov.br/index.php/content/view/4966/TRIC___Transporte_
Rodoviario_Internacional_de_Cargas.html>. Acesso em: 05 setembro 2015.

_______. Vale-pedágio obrigatório. Brasília, 2017. Disponível em: <http://www.antt.


gov.br/cargas/ValePedagio_obrigatorio.html>. Acesso em: 28 agosto 2015.

BRASIL. Decreto nº 7.282, de 1º de setembro de 2010. Dispõe sobre a execução do


Acordo de Alcance Parcial nº 17 ao Amparo do Artigo 14 do Tratado de Montevidéu de
1980 (AAP/A14TM/17) — Acordo sobre Pesos e Dimensões de Veículos de Transporte
Rodoviário de Passageiros e Cargas —, assinado entre os Governos da República
Argentina, da República Federativa do Brasil, da República do Paraguai e da República
Oriental do Uruguai. Brasília, 2010. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7282.htm>. Acesso em: dez. 2014.

_______. Decreto nº 96.044, de 18 de maio de 1988. Aprova o Regulamento para o


Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos e dá outras providências. Brasília, 1988.
Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/antigos/d96044.htm>.
Acesso em: maio 2017.

_______. Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996. Dispõe sobre o imposto


dos Estados e do Distrito Federal sobre operações relativas à circulação de mercadorias
e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação, e dá outras providências (Lei Kandir). Brasília, 1996. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp87.htm>. Acesso em: maio 2017.

95
_______. Lei n° 11.442, de 05 de janeiro de 2007. Dispõe sobre o transporte rodoviário
de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração, entre outros. Brasília,
2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/
l11442.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o código de trânsito


Brasileiro. Brasília, 1997. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
L9503.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 10.209, de 23 de março de 2001. Institui o vale-pedágio obrigatório


sobre o transporte rodoviário de carga e dá outras providências. Presidência da
República. Brasília, 2001. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
LEIS_2001/L10209.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001. Dispõe sobre a reestruturação dos


transportes aquaviário e terrestre, cria o Conselho Nacional de Integração de Políticas
de Transporte, a Agência Nacional de Transportes Terrestres, a Agência Nacional de
Transportes Aquaviários e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes,
e dá outras providências. Brasília, 2007. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10233.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão


de motorista, para regular e disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direção do
motorista profissional; e dá outras providências. Brasília, 2015. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13103.htm. Acesso em: maio
2017.

CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito. Resolução nº 210, de 13 de novembro


de 2006. Estabelece os limites de peso e dimensões para veículos que transitem
por vias terrestres e dá outras providências. Brasília, 2006. Disponível em: <www.
denatran.gov.br/download/resolucoes/resolucao_210.rtf>. Acesso em dezembro de
2014.

KOBIELSKI, L. ICMS no transporte de cargas: armadilhas e oportunidades à vista.


Portal Affectum, out. 2012. Disponível em: <http://affectum.com.br/affectum_site/
index.php?option=com_content&view=article&id=175:icms-no-transporte-de-cargas-
armadilhas-e-oportunidades-a-vista&catid=7:artigos&Itemid=32>. Acesso em: set.
2015.

96
OLIVEIRA, O. A. Transporte rodoviário de carga: módulo documentos fiscais. Portal Guia
do TRC, 2017. Disponível em: <http://www.guiadotrc.com.br/arquivos/?arquivo=curso_
doc_ame=TRANSPORTE+RODOVIARIO+DE+CARGA+MODULO+DOCUMENTOS+FISC
AIS>. Acesso em: maio 2017.

RODOCRED. O que é o vale-pedágio obrigatório. Portal Rodocred, 2017. Disponível


em: <https://www.rodocred.com.br/ValePed%C3%A1gio/ValePed%C3%A1gioobrigat
%C3%B3rio/tabid/506/Default.aspx>. Acesso em: maio 2017.

QUALITYCONTABIL. Transporte: saiba quando aplicar o ISS ou ICMS. Site Quality


Contabil, 2017. Disponível em: <http://qualitycontabil.com.br/boletim/texto/647/
transporte-saiba-quando-aplicar-o-iss-ou-icms>. Acesso em: maio 2017.

97
UNIDADE 2 | LEGISLAÇÃO
ESPECÍFICA DO TRANSPORTE
RODOVIÁRIO DE CARGAS –
PARTE 2

98
Unidade 2 | Legislação Específica do Transporte
Rodoviário de Cargas – Parte 2

Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à unidade 2! Vamos continuar a conhecer a legislação


específica existente no país sobre o transporte rodoviário de cargas. Bons estudos!

1 Pagamento Eletrônico de Frete

1.1 Implantação do Pagamento Eletrônico de Frete

A legislação brasileira estabelece importantes aspectos relacionados ao pagamento


do frete do transporte rodoviário de cargas. A seguir vamos conhecer os principais
aspectos regulamentados.

A Lei nº 13.103/2015 regulamenta o art. 5º-A da Lei nº 11.442,

ee de 5 de janeiro de 2007, que dispõe sobre o transporte rodoviário


de cargas por conta de terceiros mediante remuneração.

A art. 5º-A da Lei nº 11.442/07 determina que o pagamento do


frete do transporte rodoviário de cargas ao Transportador
Autônomo de Cargas (TAC) deverá ser efetuado por meio de
crédito em conta mantida em instituição integrante do sistema
financeiro nacional, inclusive poupança, ou por outro meio de
pagamento regulamentado pela Agência Nacional de
Transportes Terrestres (ANTT).

O Artigo 5-A determina ainda que:

§ 1º A conta de depósitos ou o outro meio de pagamento deverá


ser de titularidade do TAC e identificado no conhecimento de
transporte.

99
§ 2º O contratante e o subcontratante dos serviços de transporte
rodoviário de cargas, assim como o consignatário e o proprietário
da carga, são solidariamente responsáveis pela obrigação prevista
no caput deste artigo, resguardado o direito de regresso destes
contra os primeiros.

§ 3º Para os fins deste artigo, equiparam-se ao TAC a Empresa de


Transporte Rodoviário de Cargas (ETC) que possuir, em sua frota,
até 3 veículos registrados no Registro Nacional de Transportadores
Rodoviários de Cargas (RNTRC) e as Cooperativas de Transporte
de Cargas.

§ 4º As Cooperativas de Transporte de Cargas deverão efetuar o


pagamento aos seus cooperados na forma do caput deste artigo.

§ 5º O registro das movimentações da conta de depósitos ou do


meio de pagamento de que trata o caput deste artigo servirá
como comprovante de rendimento do TAC.

§ 6º É vedado o pagamento do frete por qualquer outro meio


ou forma diverso do previsto no caput deste artigo ou em seu
regulamento.

§ 7º As tarifas bancárias ou pelo uso de meio de pagamento


eletrônico relativas ao pagamento do frete do transporte
rodoviário de cargas ao Transportador Autônomo de Cargas (TAC)
correrão à conta do responsável pelo pagamento.

100
1.2 Definições

Considerando a necessidade de garantir a


movimentação de bens em cumprimento a
padrões de eficiência e modicidade nos fretes,
e considerando os problemas causados ao
mercado de transporte rodoviário de cargas
pela adoção de sistemáticas ineficientes de
pagamento do frete, a ANTT regulamentou
o pagamento eletrônico do frete por meio da
Resolução nº 3.658/11.

O Art. 2º da Resolução traz algumas importantes definições. Para fins desta Resolução,
considera-se:

I. Operação de Transporte: viagem decorrente da prestação do


serviço de transporte rodoviário de cargas por conta de terceiros
e mediante remuneração.

II. Código Identificador da Operação de Transporte: o código


numérico obtido por meio do cadastramento da Operação de
Transporte nos sistemas específicos;

III. Contrato de Transporte: as disposições firmadas, por escrito,


entre o contratante e o contratado para estabelecer as condições
para a prestação do serviço de transporte rodoviário de cargas
por conta de terceiros e mediante remuneração;

IV. Contratante: a pessoa jurídica responsável pelo pagamento


do frete ao Transportador Autônomo de Cargas (TAC) ou a seus
equiparados, para prestação do serviço de transporte rodoviário
de cargas, indicado no cadastramento da Operação de Transporte;

V. Contratado: o TAC ou seu equiparado, que efetuar o


transporte rodoviário de cargas por conta de terceiros e mediante
remuneração, indicado no cadastramento da Operação de
Transporte;

VI. Subcontratante: o transportador que contratar outro

101
transportador para realização do transporte de cargas para o
qual fora anteriormente contratado, indicado no cadastramento
da Operação de Transporte;

VII. Consignatário: aquele que receberá as mercadorias


transportadas em consignação, indicado no cadastramento da
Operação de Transporte ou nos respectivos documentos fiscais;

VIII. Proprietário da carga: o remetente ou o destinatário da carga


transportada, conforme informações dos respectivos documentos
fiscais;

IX. Instituição de Pagamento Eletrônico de Frete: a pessoa


jurídica previamente habilitada junto ao Banco Central do Brasil
como Instituição de Pagamento e Emissor de Moeda Eletrônica,
e posteriormente habilitada junto à Agência Nacional de
Transportes Terrestres, por sua conta e risco;

X. Arranjo de Pagamento: conjunto de regras e procedimentos que


disciplina a prestação de determinado serviço de pagamento ao
público aceito por mais de um recebedor, mediante acesso direto
pelos usuários finais, pagadores e recebedores;

XI. Descrição dos Negócios: o(s) arranjo(s) de pagamento(s) do(s)


qual(is) fará(ão) parte, sistemática de funcionamento, indicação
dos serviços a serem prestados, público-alvo, área de atuação,
local da sede e das eventuais dependências;

XII. Instituidor de Arranjo de Pagamento: pessoa jurídica


responsável pelo arranjo de pagamento e, quando for o caso, pelo
uso da marca associada ao arranjo de pagamento; e

XIII. Emissor de Moeda Eletrônica: Instituição de Pagamento


que gerencia conta de pagamento de usuário final, do tipo
pré-paga, disponibiliza transação de pagamento com base em
moeda eletrônica aportada nesta conta, converte tais recursos
em moeda física ou escritural, ou vice-versa, podendo habilitar a
sua aceitação com a liquidação em conta de pagamento por ela
gerenciada.

102
1.3 Formas de Pagamento

O Art. 2º da Resolução nº 3.658/11 define como será efetuado o pagamento eletrônico


do frete. Segundo o artigo, o pagamento do frete do transporte rodoviário de cargas
ao TAC ou ao seu equiparado será efetuado obrigatoriamente por:

• Crédito em conta bancária, seja corrente ou poupança; ou

• Outros meios de pagamento eletrônico habilitados pela ANTT.

Esse artigo determina ainda que o contratante e o subcontratante dos serviços de


transporte rodoviário de cargas, assim como o consignatário e o proprietário da carga,
serão solidariamente responsáveis pela obrigação prevista neste artigo, resguardado
o direito de regresso destes contra os primeiros.

As Cooperativas de Transporte de Cargas (CTC) deverão efetuar

ee o pagamento do valor pecuniário devido aos seus cooperados


por um dos meios de pagamento regulamentados pela ANTT.

Na utilização de conta de depósito para o pagamento do frete,


o emissor do Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas
(CTRC) ou de seu documento substituto deverá fazer constar no
documento, além do Código Identificador da Operação de
Transporte (CIOT), as informações referentes a nome e número
da instituição bancária, número da agência e número da conta
de depósito onde será creditado o pagamento do frete.

É importante ressaltar que no recebimento do pagamento do frete por meio de


Pagamento Eletrônico de Frete (PEF), o TAC ou equiparado não terá despesas com:

• A habilitação e o recebimento da primeira via do cartão e de um cartão adicional


(que pode ser utilizado como cartão de débito)

• Consultas de saldo/extrato (desde que sem impressão)

• Transferência de valores para uma conta de depósito em qualquer instituição


bancária a cada quinze dias.

103
1.4 Empresas Habilitadas para Receber o Pagamento

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou a Resolução nº


4.592/2015, que trata do novo procedimento de habilitação de empresas
administradoras para Pagamento Eletrônico de Frete (PEF).

A nova norma alterou o processo de habilitação das


empresas para interessadas no PEF. De acordo com o
art. 12 da Resolução nº 4.592/2015, a ANTT habilitará
as instituições de pagamento eletrônico de frete –
antes denominadas de administradoras de meios de
pagamento eletrônico de frete – após a autorização
do Banco Central do Brasil (Bacen).

O Banco Central, para emitir o documento, faz uma série de exigências financeiras,
tecnológicas e documentais. A empresa interessada deve apresentar o pedido de
habilitação à ANTT, acompanhado de documentos como descrição do negócio,
indicação dos serviços a serem prestados, público-alvo, área de atuação, local da sede,
regularidade junto ao Bacen para funcionar como instituição de pagamento, etc.

As empresas já habilitadas terão um prazo de 180 dias para adequar-se ao novo


regramento.

104
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. O Vale-Pedágio obrigatório
veio atender a uma antiga reivindicação das empresas de
transporte rodoviário de cargas e dos caminhoneiros
autônomos, que se sentiam penalizados com os custos de
pedágio em suas viagens.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. Para fazer uso do Vale-Pedágio,


o transportador deverá passar pelas rodovias previamente
determinadas. Porém a escolha do roteiro, não diminui o
risco do embarcador corre com relação ao roubo de cargas.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

105
Referências

ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres. Resolução ANTT nº 106 de


17/10/2002. Aprova os atos relativos à regulamentação da implantação do vale-
pedágio obrigatório. Brasília, 2002. Disponível em: <https://www.legisweb.com.br/
legislacao/?id=98525>. Acesso em: maio 2017.

_______. Resolução ANTT n° 4.799, de 2015, e suas alterações. Dispõe sobre o exercício
da atividade de transporte rodoviário de carga por conta de terceiros e mediante
remuneração e estabelece procedimentos para inscrição no Registro Nacional de
Transportadores Rodoviários de Carga RNTRC, e dá outras providências. Brasília, 2015.
Disponível em: <https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=287658>. Acesso em:
maio 2017.

_______. Resolução ANTT n° 3.632/11, de 9 de fevereiro de 2011. Altera o


Anexo da Resolução no 420, de 12 de fevereiro de 2004, que aprova as Instruções
Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos.
Brasília, 2011. Disponível em: <http://www.cidadesustentavel.org.br/treinamento/
Resolucao_ANTT_3632.pdf>. Acesso em: maio 2017.

_______. Resolução ANTT n° 420, de 12 de fevereiro de 2004, e suas alterações.


Aprova as Instruções Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de
Produtos Perigosos. Brasília, 2004. Disponível em: < https://www.diariodasleis.com.br/
busca/exibelink.php?numlink=1-8-34-2004-02-12-420>. Acesso em: maio 2017.

_______. Resolução ANTT nº 1474, de 31 de maio de 2006. Dispõe sobre os


procedimentos relativos à expedição de Licença Originária, de Autorização de Caráter
Ocasional, para empresas nacionais de transporte rodoviário de cargas autorizadas a
operar no transporte rodoviário internacional entre os países da América do Sul, e de
Licença Complementar, em caso de empresas estrangeiras, e dá outras providências.
Brasília, 2006. Disponível em: <https://www.diariodasleis.com.br/busca/exibelink.php?
numlink=1-8-34-2006-05-31-1474>. Acesso em: maio 2006.

_______. Resolução ANTT nº 2885, de 09 de setembro de 2008. Estabelece as normas


para o Vale-Pedágio obrigatório e institui os procedimentos de habilitação de empresas
fornecedoras em âmbito nacional, aprovação de modelos e sistemas operacionais, as

106
infrações e suas respectivas penalidades. Brasília, 2008. Disponível em: <https://www.
diariodasleis.com.br/busca/exibelink.php?numlink=1-8-34-2008-09-09-2885>. Acesso
em: maio 2008.

_______. Resolução ANTT nº 3826, de 29 de maio de 2012. Altera a Resolução nº


1.474, de 31 de maio de 2006, que dispõe sobre os procedimentos relativos à expedição
de Licença Originária, de Autorização de Caráter Ocasional, para empresas nacionais
de transporte rodoviário de cargas autorizadas a operar no transporte rodoviário
internacional entre os países da América do Sul, e de Licença Complementar, em caso
de empresas estrangeiras, e dá outras providências. Brasília, 2012. Disponível em: <
https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=241923>. Acesso em: maio 2017.

_______. TRIC: Transporte Rodoviário Internacional de Cargas. Brasília, 2017. Disponível


em: <http://portal.antt.gov.br/index.php/content/view/4966/TRIC___Transporte_
Rodoviario_Internacional_de_Cargas.html>. Acesso em: 05 setembro 2015.

_______. Vale-pedágio obrigatório. Brasília, 2017. Disponível em: <http://www.antt.


gov.br/cargas/ValePedagio_obrigatorio.html>. Acesso em: 28 agosto 2015.

BRASIL. Decreto nº 7.282, de 1º de setembro de 2010. Dispõe sobre a execução do


Acordo de Alcance Parcial nº 17 ao Amparo do Artigo 14 do Tratado de Montevidéu de
1980 (AAP/A14TM/17) — Acordo sobre Pesos e Dimensões de Veículos de Transporte
Rodoviário de Passageiros e Cargas —, assinado entre os Governos da República
Argentina, da República Federativa do Brasil, da República do Paraguai e da República
Oriental do Uruguai. Brasília, 2010. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7282.htm>. Acesso em: dez. 2014.

_______. Decreto nº 96.044, de 18 de maio de 1988. Aprova o Regulamento para o


Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos e dá outras providências. Brasília, 1988.
Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/antigos/d96044.htm>.
Acesso em: maio 2017.

_______. Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996. Dispõe sobre o imposto


dos Estados e do Distrito Federal sobre operações relativas à circulação de mercadorias
e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação, e dá outras providências (Lei Kandir). Brasília, 1996. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp87.htm>. Acesso em: maio 2017.

107
_______. Lei n° 11.442, de 05 de janeiro de 2007. Dispõe sobre o transporte rodoviário
de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração, entre outros. Brasília,
2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/
l11442.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o código de trânsito


Brasileiro. Brasília, 1997. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
L9503.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 10.209, de 23 de março de 2001. Institui o vale-pedágio obrigatório


sobre o transporte rodoviário de carga e dá outras providências. Presidência da
República. Brasília, 2001. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
LEIS_2001/L10209.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001. Dispõe sobre a reestruturação dos


transportes aquaviário e terrestre, cria o Conselho Nacional de Integração de Políticas
de Transporte, a Agência Nacional de Transportes Terrestres, a Agência Nacional de
Transportes Aquaviários e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes,
e dá outras providências. Brasília, 2007. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10233.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão


de motorista, para regular e disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direção do
motorista profissional; e dá outras providências. Brasília, 2015. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13103.htm. Acesso em: maio
2017.

CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito. Resolução nº 210, de 13 de novembro


de 2006. Estabelece os limites de peso e dimensões para veículos que transitem
por vias terrestres e dá outras providências. Brasília, 2006. Disponível em: <www.
denatran.gov.br/download/resolucoes/resolucao_210.rtf>. Acesso em dezembro de
2014.

KOBIELSKI, L. ICMS no transporte de cargas: armadilhas e oportunidades à vista.


Portal Affectum, out. 2012. Disponível em: <http://affectum.com.br/affectum_site/
index.php?option=com_content&view=article&id=175:icms-no-transporte-de-cargas-
armadilhas-e-oportunidades-a-vista&catid=7:artigos&Itemid=32>. Acesso em: set.
2015.

108
OLIVEIRA, O. A. Transporte rodoviário de carga: módulo documentos fiscais. Portal Guia
do TRC, 2017. Disponível em: <http://www.guiadotrc.com.br/arquivos/?arquivo=curso_
doc_ame=TRANSPORTE+RODOVIARIO+DE+CARGA+MODULO+DOCUMENTOS+FISC
AIS>. Acesso em: maio 2017.

RODOCRED. O que é o vale-pedágio obrigatório. Portal Rodocred, 2017. Disponível


em: <https://www.rodocred.com.br/ValePed%C3%A1gio/ValePed%C3%A1gioobrigat
%C3%B3rio/tabid/506/Default.aspx>. Acesso em: maio 2017.

QUALITYCONTABIL. Transporte: saiba quando aplicar o ISS ou ICMS. Site Quality


Contabil, 2017. Disponível em: <http://qualitycontabil.com.br/boletim/texto/647/
transporte-saiba-quando-aplicar-o-iss-ou-icms>. Acesso em: maio 2017.

109
UNIDADE 3 | LEGISLAÇÃO
ESPECÍFICA DO TRANSPORTE
RODOVIÁRIO DE CARGAS –
PARTE 3

110
Unidade 3 | Legislação Específica do Transporte
Rodoviário De Cargas – Parte 3

Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à unidade 3! Atualmente o mercado internacional de


transporte rodoviário de mercadorias é atendido por mais de 100.000 empresas nacionais
e estrangeiras registradas no Brasil (ANTT, 2015). Pela dimensão e importância, é essencial
aos transportadores conhecerem sua regulamentação. Nesse sentido, a ANTT vem
simplificando os procedimentos para habilitação ao Transporte Rodoviário Internacional
de Cargas (TRIC) e, inclusive, ampliando as possibilidades de entrada de novos agentes no
mercado. Nessa unidade, veremos a terceira parte da legislação específica do transporte
rodoviário de cargas. Bons estudos!

1 Noções de Transporte Rodoviário Internacional de Cargas

Devido à sua posição geográfica na América do


Sul, o Brasil tem uma relação muito próxima
com diversos países vizinhos, com os quais
realiza grandes volumes de compra e venda
de mercadorias. Para a movimentação destas,
o transporte rodoviário é a modalidade
mais utilizada, ampliando sobremaneira o
intercâmbio de cargas.

Segundo a ANTT (2015), para a consecução dos intercâmbios, o Brasil mantém


historicamente acordos de transporte internacional terrestre com quase todos os
países da América do Sul. E, ainda conforme informações disponibilizadas pela Agência,
está em negociações com Colômbia, Equador, Suriname e Guiana Francesa.

Os acordos entre países buscam facilitar o incremento do

ee comércio, turismo e cultura no transporte de bens e pessoas,


permitindo que veículos e condutores de um país, contando com
trâmites fronteiriços simplificados, circulem com segurança nos
territórios dos demais países.

111
Contemplando as modalidades de transporte rodoviário e ferroviário, o Acordo sobre
Transporte Internacional Terrestre entre os Países do Cone Sul inclui Argentina, Bolívia,
Brasil, Chile, Peru, Paraguai e Uruguai, sendo que entre Brasil e Venezuela refere-se
apenas ao transporte rodoviário. A negociação que está em andamento com a Guiana
também alude apenas ao transporte rodoviário, o único disponível atualmente.

O Mercado Comum do Sul (Mercosul), que é um Tratado de

cc Integração, com maior amplitude entre Argentina, Brasil,


Paraguai e Uruguai, absorveu o Acordo de Transportes do Cone
Sul.

Para o crescimento do TRIC são realizadas negociações conjuntas


periódicas visando atender as crescentes necessidades dos
países, a incorporação dos avanços tecnológicos e operacionais,
maior grau de segurança e maior agilidade dos procedimentos
aduaneiros e imigratórios. Segundo a ANTT (2015), no caso do
Mercosul, os países-membros já atingiram estágio mais avançado
com a negociação e adoção de normas técnicas comunitárias.

Por meio das discussões e dos acordos firmados, os fluxos internacionais de bens e
pessoas tornam-se cada vez mais dinâmicos, competitivos e seguros, beneficiando as
empresas que importam e exportam mercadorias em diferentes países.

É importante ressaltar que, além dos acordos básicos citados, têm sido estabelecidos
acordos específicos no Mercosul, como o de Transporte de Produtos Perigosos e o
Acordo sobre Trânsito.

gg
Os atos legais e regulamentares, os procedimentos operacionais
e as informações estatísticas sobre o Transporte Internacional
Terrestre podem ser encontrados na página da ANTT. Confira!

www.antt.gov.br

112
2 Regulamentação do TRIC

Para regulamentar os procedimentos relativos ao TRIC, a ANTT publicou em 2006 a


Resolução nº 1474, que dispõe sobre os procedimentos relativos à expedição de
licenças e autorizações para a execução dos serviços de transporte internacional de
cargas. Essa regulamentação foi posteriormente alterada em 2012 pela Resolução
nº3826 da própria Agência.

As normas vigentes buscam garantir o cumprimento dos termos estabelecidos nos


acordos internacionais entre o Brasil e os demais países da América do Sul. Para isso, os
procedimentos contidos nessa resolução são para a expedição de Licença Originária,
de Autorização de Caráter Ocasional, para empresas nacionais de transporte rodoviário
de cargas, e de Licença Complementar, em caso de empresas estrangeiras.

Veja a seguir os principais aspectos relativos ao transporte rodoviário internacional de


mercadorias presentes na regulamentação.

2.1 Habilitação

Os procedimentos para uma empresa de


Transporte Rodoviário de Carga obter
autorização para o transporte internacional
estão regulamentados no Brasil por meio da
Resolução ANTT nº1.474, de 31 de maio de
2006. A habilitação para o transporte pode ser:

a) Licença Originária: Para habilitar-se ao


transporte rodoviário internacional de
cargas, a empresa deverá atender aos
seguintes requisitos:

• Ser constituída nos termos da legislação brasileira;

113
• Ser proprietária de uma frota que tenha capacidade de transporte dinâmica total
mínima de 80 (oitenta) toneladas, a qual poderá ser composta por equipamentos
do tipo trator com semirreboque, caminhões com reboque ou veículos do tipo
caminhão simples;

• Possuir infraestrutura composta de escritório e adequados meios de comunicação;

• Atender as especificações exigidas pela resolução Mercosul/GMC/Res. n° 25/11,


quanto aos veículos da frota a ser habilitada.

b) Autorização de Viagem de Caráter Ocasional: A empresa que solicitar


Autorização de Caráter Ocasional deverá apresentar as seguintes informações:

• Nome ou razão social da empresa responsável pela viagem ocasional;

• Origem e destino da viagem;

• Pontos de fronteira a serem utilizados durante o percurso;

• Tipo de carga a ser transportada, tanto na ida quanto no regresso;

• Relação dos veículos a serem utilizados e cópia autenticada dos respectivos


Certificados de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) e da apólice de
seguros de responsabilidade civil por lesões ou danos a terceiros;

• Cópia autenticada do certificado de inspeção técnica veicular periódica (CITV);

• Vigência pretendida para a autorização; e

• Número de inscrição do transportador no RNTRC, nos termos da resolução nº


437, de 2004.

c) Licença Complementar: A Licença Complementar autoriza, ainda, a entrada,


saída e trânsito dos veículos da empresa licenciada em território brasileiro,
através de pontos de fiscalização aduaneira.

O pedido de Licença Complementar será dirigido à ANTT, mediante requerimento de


representante legal da empresa no Brasil, ao qual deverão ser anexados os seguintes
documentos:

114
• Licença Originária e seus anexos, concedida há, no máximo, 120 dias pelo
organismo nacional competente, e legalizada na representação diplomática do
Brasil no país de origem; e

• Procuração por instrumento público, outorgada a representante legal, único,


perante a ANTT, residente e domiciliado em território brasileiro e com poderes
para representar a empresa e responder por ela em todos os atos administrativos
e judiciais, facultado o substabelecimento com reserva de poderes.

3 Legislação Básica e Simbologia dos Produtos Perigosos

A Regulamentação do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos tem como objetivo


proporcionar condições de segurança para todos os envolvidos no transporte, para
tanto seguem padrões internacionais ditados pela Organização das Nações Unidas
(ONU).

Em 1988, o governo federal aprovou o regulamento para o Transporte Rodoviário


de Produtos Perigosos com a publicação do Decreto nº 96.044/88, complementado
por algumas portarias do Ministério dos Transportes. Alguns anos mais tarde, a ANTT
atualizou estas normas por meio das Resoluções nº 420/04 e nº 3.632/11, dentre
outras.

A legislação sobre o transporte de produtos perigosos é complexa, pois para cada tipo
de produto há especificidades a serem consideradas. Veja a seguir uma lista com as 9
classes de Produtos Perigosos. Lembre-se de que cada classe deve ser identificada por
símbolos específicos.

115
Rótulos Classe
Classe 1: Explosivos
Subclasse 1.1:
Substâncias e artigos
com risco de explosão
em massa;

Subclasse 1.2:
Substâncias e artigos
com risco de projeção,
mas sem risco de
explosão em massa;

Subclasse 1.3:
Substâncias e artigos
com risco de fogo e
com pequeno risco
de explosão ou de
projeção, ou ambos,
Subclasses
mas sem risco de
explosão em massa;

Subclasse 1.4:
Substâncias e artigos
que não apresentam
risco significativo;

Subclasse 1.5:
Substâncias muito
insensíveis, com risco de
explosão em massa;

Subclasse 1.6: Artigos


extremamente
insensíveis, sem risco de
explosão em massa.

116
Classe 2: Gases

Subclasse 2.1: Gases


inflamáveis;

Subclasse 2.2: Gases não


Subclasses
inflamáveis, não tóxicos;

Subclasse 2.3: Gases


tóxicos.

Classe 3: Líquidos inflamáveis

Classe 4: Sólidos inflamáveis; substâncias sujeitas


à combustão espontânea; substâncias que, em
contato com água, emitem gases inflamáveis
Subclasse 4.1: Sólidos
inflamáveis, substâncias
autorreagentes e
explosivos sólidos
insensibilizados;

Subclasse 4.2:
Subclasses Substâncias sujeitas à
combustão espontânea;

Subclasse 4.3:
Substâncias que,
em contato com
água, emitem gases
inflamáveis.

117
Classe 5: Substâncias oxidantes e peróxidos
orgânicos

Subclasse 5.1:
Substâncias oxidantes;
Subclasses
Subclasse 5.2: Peróxidos
orgânicos.

Classe 6: Substâncias tóxicas e substâncias


infectantes

Subclasse 6.1:
Substâncias tóxicas;
Subclasses
Subclasse 6.2:
Substâncias infectantes.

Classe 7: Material radioativo

Classe 8: Substâncias corrosivas

Classe 9: Substâncias e artigos perigosos diversos

118
Volumes contendo substâncias que apresentem risco para o meio ambiente também
devem ser marcados com simbologia específica (ANTT, 2011). Veja:

Rótulos Classe

Símbolo para o transporte de substâncias


perigosas para o meio ambiente

Fonte: ANTT (2004; 2011)

Glossário

Autorização de Viagem de Caráter Ocasional: Licença concedida para a realização de


viagem não caracterizada como prestação de serviço regular e permanente, ou aquela
que vier a ser definida em acordos bilaterais ou multilaterais.

Licença Complementar: Ato expedido no Brasil, pelo qual a ANTT, atendidos os


acordos internacionais vigentes, autoriza empresas com sede em outro país à prestação
e operação de serviço de transporte rodoviário internacional de cargas.

Licença Originária: Autorização necessária para realizar transporte rodoviário


internacional de cargas.

Produtos Perigosos: Para fins de transporte, os Produtos Perigosos são as


substâncias encontradas na natureza ou produzidas por qualquer processo que, por
suas características físico-químicas, representem risco para a saúde de pessoas, para a
segurança pública e para o meio ambiente.

119
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. Os procedimentos para uma
empresa de Transporte Rodoviário de Carga obter autorização
para o transporte internacional estão regulamentados no
Brasil por meio da Resolução ANTT nº 1.474/2016.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. Os acordos entre países


buscam facilitar o incremento do comércio, turismo e cultura
no transporte de bens e pessoas, permitindo que veículos e
condutores de um país, contando com trâmites fronteiriços
simplificados, circulem com segurança nos territórios dos
demais países.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

120
Referências

ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres. Resolução ANTT nº 106 de


17/10/2002. Aprova os atos relativos à regulamentação da implantação do vale-
pedágio obrigatório. Brasília, 2002. Disponível em: <https://www.legisweb.com.br/
legislacao/?id=98525>. Acesso em: maio 2017.

_______. Resolução ANTT n° 4.799, de 2015, e suas alterações. Dispõe sobre o exercício
da atividade de transporte rodoviário de carga por conta de terceiros e mediante
remuneração e estabelece procedimentos para inscrição no Registro Nacional de
Transportadores Rodoviários de Carga RNTRC, e dá outras providências. Brasília, 2015.
Disponível em: <https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=287658>. Acesso em:
maio 2017.

_______. Resolução ANTT n° 3.632/11, de 9 de fevereiro de 2011. Altera o


Anexo da Resolução no 420, de 12 de fevereiro de 2004, que aprova as Instruções
Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos.
Brasília, 2011. Disponível em: <http://www.cidadesustentavel.org.br/treinamento/
Resolucao_ANTT_3632.pdf>. Acesso em: maio 2017.

_______. Resolução ANTT n° 420, de 12 de fevereiro de 2004, e suas alterações.


Aprova as Instruções Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de
Produtos Perigosos. Brasília, 2004. Disponível em: < https://www.diariodasleis.com.br/
busca/exibelink.php?numlink=1-8-34-2004-02-12-420>. Acesso em: maio 2017.

_______. Resolução ANTT nº 1474, de 31 de maio de 2006. Dispõe sobre os


procedimentos relativos à expedição de Licença Originária, de Autorização de Caráter
Ocasional, para empresas nacionais de transporte rodoviário de cargas autorizadas a
operar no transporte rodoviário internacional entre os países da América do Sul, e de
Licença Complementar, em caso de empresas estrangeiras, e dá outras providências.
Brasília, 2006. Disponível em: <https://www.diariodasleis.com.br/busca/exibelink.php?
numlink=1-8-34-2006-05-31-1474>. Acesso em: maio 2006.

_______. Resolução ANTT nº 2885, de 09 de setembro de 2008. Estabelece as normas


para o Vale-Pedágio obrigatório e institui os procedimentos de habilitação de empresas
fornecedoras em âmbito nacional, aprovação de modelos e sistemas operacionais, as

121
infrações e suas respectivas penalidades. Brasília, 2008. Disponível em: <https://www.
diariodasleis.com.br/busca/exibelink.php?numlink=1-8-34-2008-09-09-2885>. Acesso
em: maio 2008.

_______. Resolução ANTT nº 3826, de 29 de maio de 2012. Altera a Resolução nº


1.474, de 31 de maio de 2006, que dispõe sobre os procedimentos relativos à expedição
de Licença Originária, de Autorização de Caráter Ocasional, para empresas nacionais
de transporte rodoviário de cargas autorizadas a operar no transporte rodoviário
internacional entre os países da América do Sul, e de Licença Complementar, em caso
de empresas estrangeiras, e dá outras providências. Brasília, 2012. Disponível em: <
https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=241923>. Acesso em: maio 2017.

_______. TRIC: Transporte Rodoviário Internacional de Cargas. Brasília, 2017. Disponível


em: <http://portal.antt.gov.br/index.php/content/view/4966/TRIC___Transporte_
Rodoviario_Internacional_de_Cargas.html>. Acesso em: 05 setembro 2015.

_______. Vale-pedágio obrigatório. Brasília, 2017. Disponível em: <http://www.antt.


gov.br/cargas/ValePedagio_obrigatorio.html>. Acesso em: 28 agosto 2015.

BRASIL. Decreto nº 7.282, de 1º de setembro de 2010. Dispõe sobre a execução do


Acordo de Alcance Parcial nº 17 ao Amparo do Artigo 14 do Tratado de Montevidéu de
1980 (AAP/A14TM/17) — Acordo sobre Pesos e Dimensões de Veículos de Transporte
Rodoviário de Passageiros e Cargas —, assinado entre os Governos da República
Argentina, da República Federativa do Brasil, da República do Paraguai e da República
Oriental do Uruguai. Brasília, 2010. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7282.htm>. Acesso em: dez. 2014.

_______. Decreto nº 96.044, de 18 de maio de 1988. Aprova o Regulamento para o


Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos e dá outras providências. Brasília, 1988.
Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/antigos/d96044.htm>.
Acesso em: maio 2017.

_______. Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996. Dispõe sobre o imposto


dos Estados e do Distrito Federal sobre operações relativas à circulação de mercadorias
e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação, e dá outras providências (Lei Kandir). Brasília, 1996. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp87.htm>. Acesso em: maio 2017.

122
_______. Lei n° 11.442, de 05 de janeiro de 2007. Dispõe sobre o transporte rodoviário
de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração, entre outros. Brasília,
2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/
l11442.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o código de trânsito


Brasileiro. Brasília, 1997. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
L9503.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 10.209, de 23 de março de 2001. Institui o vale-pedágio obrigatório


sobre o transporte rodoviário de carga e dá outras providências. Presidência da
República. Brasília, 2001. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
LEIS_2001/L10209.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001. Dispõe sobre a reestruturação dos


transportes aquaviário e terrestre, cria o Conselho Nacional de Integração de Políticas
de Transporte, a Agência Nacional de Transportes Terrestres, a Agência Nacional de
Transportes Aquaviários e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes,
e dá outras providências. Brasília, 2007. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10233.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão


de motorista, para regular e disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direção do
motorista profissional; e dá outras providências. Brasília, 2015. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13103.htm. Acesso em: maio
2017.

CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito. Resolução nº 210, de 13 de novembro


de 2006. Estabelece os limites de peso e dimensões para veículos que transitem
por vias terrestres e dá outras providências. Brasília, 2006. Disponível em: <www.
denatran.gov.br/download/resolucoes/resolucao_210.rtf>. Acesso em dezembro de
2014.

KOBIELSKI, L. ICMS no transporte de cargas: armadilhas e oportunidades à vista.


Portal Affectum, out. 2012. Disponível em: <http://affectum.com.br/affectum_site/
index.php?option=com_content&view=article&id=175:icms-no-transporte-de-cargas-
armadilhas-e-oportunidades-a-vista&catid=7:artigos&Itemid=32>. Acesso em: set.
2015.

123
OLIVEIRA, O. A. Transporte rodoviário de carga: módulo documentos fiscais. Portal Guia
do TRC, 2017. Disponível em: <http://www.guiadotrc.com.br/arquivos/?arquivo=curso_
doc_ame=TRANSPORTE+RODOVIARIO+DE+CARGA+MODULO+DOCUMENTOS+FISC
AIS>. Acesso em: maio 2017.

RODOCRED. O que é o vale-pedágio obrigatório. Portal Rodocred, 2017. Disponível


em: <https://www.rodocred.com.br/ValePed%C3%A1gio/ValePed%C3%A1gioobrigat
%C3%B3rio/tabid/506/Default.aspx>. Acesso em: maio 2017.

QUALITYCONTABIL. Transporte: saiba quando aplicar o ISS ou ICMS. Site Quality


Contabil, 2017. Disponível em: <http://qualitycontabil.com.br/boletim/texto/647/
transporte-saiba-quando-aplicar-o-iss-ou-icms>. Acesso em: maio 2017.

124
UNIDADE 4 | DOCUMENTAÇÃO E
RESPONSABILIDADE PENAL DO
MOTORISTA

125
Unidade 4 | Documentação e Responsabilidade
Penal do Motorista

Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo à unidade 4! Vamos conhecer os documentos obrigatórios


do motorista e do veículo, a documentação estadual para o transporte, a legislação
específica para o exercício da profissão e a responsabilidade penal do motorista por crimes
praticados contra a Administração em geral. Bons estudos!

1 Documentação Exigida

1.1 Motorista

Você deve ter sempre em mãos sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH), que
deverá ser das categorias “C” ou “E”, conforme determina o CTB e deve apresentar o
documento original quando solicitado pelos órgãos fiscalizadores, como por exemplo,
a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

1.1.1 Jornada de Trabalho do Motorista

Para proteger a saúde dos trabalhadores, a Lei nº 13.103/15


regula a jornada de trabalho dos motoristas profissionais e o
tempo máximo que eles poderão ficar na direção do veículo
de maneira ininterrupta (BRASIL, 2015).

Essa lei ficou conhecida como “Lei do Caminhoneiro” e define


a quantidade máxima de horas seguidas que o motorista pode
dirigir, tornando obrigatórias as paradas de descanso, um
intervalo para as refeições e o tempo de descanso entre um
dia e outro de trabalho.

126
A jornada diária do motorista continua a ser de oito horas, com possibilidade de
duas horas extras, totalizando o máximo de dez horas. A cada seis horas ao volante,
o motorista deverá descansar 30 minutos. Esse tempo poderá ser fracionado, assim
como o de direção, desde que o tempo dirigindo seja limitado ao máximo de 5,5 horas
contínuas.

Lembre-se de que o intuito da lei é evitar a pressão das empresas transportadoras


sobre os motoristas profissionais para que eles trabalhem mais do que sua saúde física
e mental permite.

hh
No caso dos transportadores autônomos é preciso ter atenção
redobrada!

Você é seu próprio patrão, então, é o único responsável por


cuidar de sua saúde. Procure obedecer aos limites estabelecidos,
pois eles foram criados para proteger a saúde e a vida dos
trabalhadores.

1.2 Veículo

Em relação ao veículo, é exigido o Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo


(CRLV), que comprova que você pagou todos os impostos, taxas e multas, devendo ser
apresentado o documento original. Como você trabalha com o transporte remunerado
de cargas, é necessário apresentar também o registro do veículo no RNTRC.

127
1.3 Mercadorias em Geral

É exigido que você apresente:

DOCUMENTO DESCRIÇÃO
Comprova a posse da mercadoria e tem como principal
objetivo atender às exigências do Fisco quanto ao trânsito das
Nota Fiscal
mercadorias e das operações realizadas entre adquirentes e
fornecedores.
Comprova a contratação do transportador pelo embarcador
Conhecimento para a realização do serviço de transporte. Esse documento é
de Transporte emitido pelo transportador e indica que as mercadorias estão
Rodoviário sob sua responsabilidade para a entrega, de acordo com o que
está descrito no conhecimento.
Utilizada no transporte de carga a granel, de combustíveis
líquidos ou gasosos e de produtos químicos ou petroquímicos,
Autorização de quando, no momento da contratação do serviço, não
Carregamento forem conhecidos os dados relativos a peso, distância e
e Transporte valor da prestação do serviço. A utilização da autorização
de carregamento não dispensa a posterior emissão do
Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas.
Utilizada pelo estabelecimento transportador que executar
serviço de coleta de cargas no endereço do remetente, e
Ordem de
destina-se a acobertar a prestação de serviço, do endereço do
Coleta de
remetente até o do transportador, para emissão obrigatória
Carga
do Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas, no qual
será anotado o número da respectiva ordem de coleta.
Obrigatória somente no transporte rodoviário de carga
Manifesto de fracionada, sendo utilizado pelos transportadores de cargas
Carga que executarem serviço de transporte intermunicipal e
interestadual.

128
1.4 Produtos Perigosos

Se você estiver transportando algum tipo de Produto Perigoso, qualquer que seja sua
classe, serão exigidos também:

DOCUMENTO ADICIONAL DESCRIÇÃO


Compatíveis com a carga, original,
Certificado de capacitação do veículo
expedido pelo INMETRO ou entidade
e dos equipamentos
por ele credenciada.
Contendo o número ONU (número
especificado pela Organização das
Documento fiscal do produto
Nações Unidas), classe ou subclasse,
transportado
nome apropriado para o embarque, e a
quantidade total por produto.
Escrita nos idiomas dos países de
origem, trânsito e destino da carga,
contendo:

• Identificação do expedidor ou do
fabricante do produto que forneceu as
instruções;

• Identificação do produto ou grupo


de produtos a que as Instruções se
Ficha de emergência e envelope para aplicam;
transporte
• Natureza dos riscos apresentados
pelos produtos;

• Medidas a serem adotadas em caso de


emergência (medidas a adotar em caso
de contato com o produto, incêndio,
ruptura de embalagens ou tanques,
realização de transbordo e telefones
de emergência dos bombeiros, polícia
e defesa civil).

129
Com observação de habilitação
para produtos perigosos (curso
Carteira Nacional de Habilitação (CNH)
Movimentação e Operações de
Produtos Perigosos, MOPP).
Quando exigível (IBAMA, INMETRO,
Licença Especial
FEPAM, etc.).
Kit de emergência e EPI (Equipamento
Equipamentos de Segurança
de Proteção Individual).
Painel em formato de losango, onde
estão estipulados o símbolo gráfico e
Rótulo de Risco
a cor, que correspondem à classe do
produto perigoso transportado.
Painel retangular de cor laranja
contendo o número ONU e o número
Painel de Segurança
de risco do produto perigoso
transportado.

2 Responsabilidade Civil e Criminal do Condutor

A responsabilidade civil – prevista no Código Civil – determina que o culpado é


obrigado a indenizar financeiramente sua vítima, por exemplo, por acidentes ou danos
provocados durante o transporte, quaisquer que sejam os danos, materiais ou morais.

A responsabilidade criminal é aquela que zela pelo respeito – individual e/ou coletivo
– dos valores fundamentais de sociedade, tais como a vida, a segurança, a integridade
física, a saúde, entre outros. Para isso, o Direito Penal identifica as infrações penais e
especifica as respectivas penalidades.

Um crime pode ser praticado por omissão. Por exemplo, um

ee acidente que ocorre devido a uma falha no veículo que poderia


ter sido detectada durante os procedimentos de manutenção
preventiva.

130
De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) (BRASIL,
1997), ao proprietário do veículo caberá sempre a
responsabilidade por infrações referentes às condições do
veículo. Já ao condutor caberá a responsabilidade pelas infrações
decorrentes de atos praticados na direção do veículo.

Lembre-se de que o Art. 291 do CTB estabelece que aos crimes


cometidos na direção de veículos automotores aplicam-se as
normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal.

3 Documentação Estadual e Tributos Relativos ao Transporte


Rodoviário de Cargas

Vamos agora conhecer algumas particularidades referentes à documentação para o


transporte e à documentação fiscal que variam de um estado para outro.

3.1 Código Fiscal de Operação Presente no CTRC

Como sabemos, o Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas (CTRC) é


obrigatório no transporte da mercadoria. Ele deve ser emitido antes do início da
prestação do serviço pelo transportador.

131
No Conhecimento de Transporte existe um campo importante que deve ser preenchido
chamado Código Fiscal da Operação. Em algumas guias de CTRC esse campo se chama
CÓDIGO, enquanto em outras guias ele recebe a sigla CFOP. Tal código especifica o
tipo de serviço que está sendo realizado e a natureza fiscal do serviço.

Os códigos fiscais para serviços de transportes são:

5.351 (5.61) Prestação de Serviços de Transportes da


mesma natureza dentro do Estado

6.351 (6.61) Prestação de Serviços de Transportes da


mesma natureza para fora do Estado

5.352 (5.62) Prestação de Serviços de Transportes a


estabelecimento Industrial localizado no Estado. Incluindo
estabelecimento industrial de cooperativas.

6.352 (6.62) Prestação de Serviços de Transportes a


estabelecimento Industrial localizado fora do Estado. Incluindo
estabelecimento industrial de cooperativas.

5.353 (5.62) Prestação de Serviços de Transportes a


estabelecimento Comercial localizado no Estado. Incluindo
estabelecimento comercial de cooperativas.

6.353 (6.63) Prestação de Serviços de transportes a


estabelecimento Comercial localizado fora do Estado. Incluindo
estabelecimento comercial de cooperativas.

132
5.357 5.63) Prestação de Serviços de Transportes a não
contribuinte no Estado

6.357 (6.63) Prestação de Serviços de transportes a não


contribuinte fora do Estado

3.2 ISS ou ICMS?

A tributação pelo Imposto sobre Serviços


de Qualquer Natureza (ISS) ou Imposto
sobre Operações Relativas à Circulação de
Mercadorias e sobre Prestações de Serviços
de Transporte Interestadual, Intermunicipal e
de Comunicação (ICMS) não é uma escolha do
prestador ou do contratante do serviço, e sim
uma determinação das legislações relacionadas
aos tributos envolvidos. Por incidirem sobre o
mesmo serviço, definir qual imposto deve ser cobrado — se ICMS ou ISS, causa dúvidas
para os contribuintes e para os usuários do serviço de transporte.

Os serviços de transporte serão tributados ou pelo ISS ou pelo ICMS dependendo do


trajeto no qual sejam prestados. A tributação por um deles elimina a outra alternativa.

Para definir qual tributação é devida, se ISS ou ICMS, precisamos

ee primeiro identificar o início e o término do serviço de transporte,


para então concluir se o percurso é municipal, intermunicipal ou
interestadual.

O serviço de transporte tem início quando o prestador coleta efetivamente a carga a


ser transportada, e termina quando o prestador do serviço entrega a carga no local
determinado pelo contratante ou usuário do serviço.

Quando o transporte começa e termina dentro de um mesmo município, é preciso


recolher o ISS. Quando o serviço de transporte sai do município, é preciso recolher o
ICMS.

133
3.3 Tributação pelo ICMS

O ICMS foi definido pela chamada Lei Kandir, que corresponde à Lei Complementar nº
87, de 13 de setembro de 1996. Ela dispõe sobre o imposto dos Estados e do Distrito
Federal sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.

O segundo artigo da lei estabelece claramente as situações nas quais deve ser recolhido
o ICMS. Veja.

Art. 2º O imposto incide sobre:

I. Operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o


fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e
estabelecimentos similares;

II. Prestações de serviços de transporte interestadual e


intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias
ou valores;

III. Prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer


meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão,
a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de
qualquer natureza;

IV. Fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não


compreendidos na competência tributária dos municípios;

V. Fornecimento de mercadorias com prestação de serviços


sujeitos ao imposto sobre serviços, de competência dos municípios,
quando a lei complementar aplicável expressamente o sujeitar à
incidência do imposto estadual.

§ 1º - O imposto incide também:

I. Sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior,


por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte
habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade;

134
II. Sobre o serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha
iniciado no exterior;

III. Sobre a entrada, no território do estado destinatário, de


petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos
dele derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à
comercialização ou à industrialização, decorrentes de operações
interestaduais, cabendo o imposto ao estado onde estiver
localizado o adquirente.

Portanto, considerando apenas as situações que envolvem o serviço de transporte, o


ICMS é um imposto que deve ser recolhido quando tiver as seguintes características:

• Iniciar em um município e terminar em outro município: é o que chamamos de


serviço intermunicipal, ou seja, entre municípios;

• Iniciar em um estado e terminar em outro: é o que chamamos de serviço


interestadual, ou seja, entre estados; ou

• Iniciar fora do Brasil e ocorrer em um trecho intermunicipal ou interestadual no


Brasil.

O ICMS é devido ao estado onde for iniciada


a prestação do serviço, ou seja, deve ser
pago para o estado onde o caminhão for
carregado, exceto quando o início do
serviço de transporte acontecer fora do
Brasil. Nesse último caso, o ICMS será
devido ao estado onde o serviço terminar.

Alguns estados adotaram a isenção do


ICMS para algumas modalidades de
serviço. Portanto, dependendo do estado onde o transporte tenha iniciado, é preciso
verificar se existe ou não a isenção.

Um exemplo de isenção do ICMS no transporte ocorre no Estado do Rio Grande do Sul.


Todo transporte iniciado em território gaúcho, realizado por empresas transportadoras
nele sediadas, e cujo tomador (pagador) tenha inscrição estadual, está isento do
pagamento do ICMS.

135
Existem algumas situações em que, embora aparentemente seja uma prestação efetiva
de serviço de transporte, não o é. O simples fato de transportar uma mercadoria não
caracteriza a prestação de serviço de transporte para fins de tributação do ISS ou do
ICMS.

O transporte de carga própria, por exemplo, não é tributado com ICMS, pois não houve
efetiva prestação de serviço de transporte. Ou seja, nenhuma pessoa física ou jurídica
foi contratada para prestar o serviço de transporte propriamente dito.

4 Tributos Que Recaem sobre o Transporte Rodoviário de


Cargas

São muitos os tributos que incidem sobre a atividade de transporte rodoviário de


cargas. Porém, alguns merecem destaque. Veja.

TRIBUTOS DESCRIÇÃO
Imposto que é pago no início de cada ano
Imposto sobre Propriedade de Veículos
pelo proprietário do veículo e a cobrança é
Automotores (IPVA)
proporcional ao valor do veículo.
Proporcional ao valor do frete. Recai
Imposto sobre Circulação de Mercadorias sobre os serviços interestaduais e tem
e Serviços (ICMS) porcentagem variada de estado para
estado.
Proporcional ao valor do frete. Exclusivo
Imposto sobre Serviços de Qualquer para os casos de transporte intermunicipal
Espécie (ISS) e pode ser no máximo 5% do valor cobrado
pelo frete.
Tributo pago na compra de combustíveis
Contribuição de Intervenção sobre o e tem como finalidade investir os recursos
Domínio Econômico (CIDE) arrecadados na manutenção e construção
de rodovias.

136
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. A Lei do Caminhoneiro e define
a quantidade máxima de horas seguidas que o motorista
pode dirigir, tornando obrigatórias as paradas de descanso,
um intervalo para as refeições e o tempo de descanso entre
um dia e outro de trabalho.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. A responsabilidade criminal é


aquela que zela pelo respeito – individual e/ou coletivo e
determina que o culpado é obrigado a indenizar
financeiramente sua vítima, por exemplo, por acidentes ou
danos provocados durante o transporte, quaisquer que sejam
os danos, materiais ou morais.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

137
Referências

ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres. Resolução ANTT nº 106 de


17/10/2002. Aprova os atos relativos à regulamentação da implantação do vale-
pedágio obrigatório. Brasília, 2002. Disponível em: <https://www.legisweb.com.br/
legislacao/?id=98525>. Acesso em: maio 2017.

_______. Resolução ANTT n° 4.799, de 2015, e suas alterações. Dispõe sobre o exercício
da atividade de transporte rodoviário de carga por conta de terceiros e mediante
remuneração e estabelece procedimentos para inscrição no Registro Nacional de
Transportadores Rodoviários de Carga RNTRC, e dá outras providências. Brasília, 2015.
Disponível em: <https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=287658>. Acesso em:
maio 2017.

_______. Resolução ANTT n° 3.632/11, de 9 de fevereiro de 2011. Altera o


Anexo da Resolução no 420, de 12 de fevereiro de 2004, que aprova as Instruções
Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos.
Brasília, 2011. Disponível em: <http://www.cidadesustentavel.org.br/treinamento/
Resolucao_ANTT_3632.pdf>. Acesso em: maio 2017.

_______. Resolução ANTT n° 420, de 12 de fevereiro de 2004, e suas alterações.


Aprova as Instruções Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de
Produtos Perigosos. Brasília, 2004. Disponível em: < https://www.diariodasleis.com.br/
busca/exibelink.php?numlink=1-8-34-2004-02-12-420>. Acesso em: maio 2017.

_______. Resolução ANTT nº 1474, de 31 de maio de 2006. Dispõe sobre os


procedimentos relativos à expedição de Licença Originária, de Autorização de Caráter
Ocasional, para empresas nacionais de transporte rodoviário de cargas autorizadas a
operar no transporte rodoviário internacional entre os países da América do Sul, e de
Licença Complementar, em caso de empresas estrangeiras, e dá outras providências.
Brasília, 2006. Disponível em: <https://www.diariodasleis.com.br/busca/exibelink.php?
numlink=1-8-34-2006-05-31-1474>. Acesso em: maio 2006.

_______. Resolução ANTT nº 2885, de 09 de setembro de 2008. Estabelece as normas


para o Vale-Pedágio obrigatório e institui os procedimentos de habilitação de empresas
fornecedoras em âmbito nacional, aprovação de modelos e sistemas operacionais, as

138
infrações e suas respectivas penalidades. Brasília, 2008. Disponível em: <https://www.
diariodasleis.com.br/busca/exibelink.php?numlink=1-8-34-2008-09-09-2885>. Acesso
em: maio 2008.

_______. Resolução ANTT nº 3826, de 29 de maio de 2012. Altera a Resolução nº


1.474, de 31 de maio de 2006, que dispõe sobre os procedimentos relativos à expedição
de Licença Originária, de Autorização de Caráter Ocasional, para empresas nacionais
de transporte rodoviário de cargas autorizadas a operar no transporte rodoviário
internacional entre os países da América do Sul, e de Licença Complementar, em caso
de empresas estrangeiras, e dá outras providências. Brasília, 2012. Disponível em: <
https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=241923>. Acesso em: maio 2017.

_______. TRIC: Transporte Rodoviário Internacional de Cargas. Brasília, 2017. Disponível


em: <http://portal.antt.gov.br/index.php/content/view/4966/TRIC___Transporte_
Rodoviario_Internacional_de_Cargas.html>. Acesso em: 05 setembro 2015.

_______. Vale-pedágio obrigatório. Brasília, 2017. Disponível em: <http://www.antt.


gov.br/cargas/ValePedagio_obrigatorio.html>. Acesso em: 28 agosto 2015.

BRASIL. Decreto nº 7.282, de 1º de setembro de 2010. Dispõe sobre a execução do


Acordo de Alcance Parcial nº 17 ao Amparo do Artigo 14 do Tratado de Montevidéu de
1980 (AAP/A14TM/17) — Acordo sobre Pesos e Dimensões de Veículos de Transporte
Rodoviário de Passageiros e Cargas —, assinado entre os Governos da República
Argentina, da República Federativa do Brasil, da República do Paraguai e da República
Oriental do Uruguai. Brasília, 2010. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7282.htm>. Acesso em: dez. 2014.

_______. Decreto nº 96.044, de 18 de maio de 1988. Aprova o Regulamento para o


Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos e dá outras providências. Brasília, 1988.
Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/antigos/d96044.htm>.
Acesso em: maio 2017.

_______. Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996. Dispõe sobre o imposto


dos Estados e do Distrito Federal sobre operações relativas à circulação de mercadorias
e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação, e dá outras providências (Lei Kandir). Brasília, 1996. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp87.htm>. Acesso em: maio 2017.

139
_______. Lei n° 11.442, de 05 de janeiro de 2007. Dispõe sobre o transporte rodoviário
de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração, entre outros. Brasília,
2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/
l11442.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o código de trânsito


Brasileiro. Brasília, 1997. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
L9503.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 10.209, de 23 de março de 2001. Institui o vale-pedágio obrigatório


sobre o transporte rodoviário de carga e dá outras providências. Presidência da
República. Brasília, 2001. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
LEIS_2001/L10209.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001. Dispõe sobre a reestruturação dos


transportes aquaviário e terrestre, cria o Conselho Nacional de Integração de Políticas
de Transporte, a Agência Nacional de Transportes Terrestres, a Agência Nacional de
Transportes Aquaviários e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes,
e dá outras providências. Brasília, 2007. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10233.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão


de motorista, para regular e disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direção do
motorista profissional; e dá outras providências. Brasília, 2015. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13103.htm. Acesso em: maio
2017.

CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito. Resolução nº 210, de 13 de novembro


de 2006. Estabelece os limites de peso e dimensões para veículos que transitem
por vias terrestres e dá outras providências. Brasília, 2006. Disponível em: <www.
denatran.gov.br/download/resolucoes/resolucao_210.rtf>. Acesso em dezembro de
2014.

KOBIELSKI, L. ICMS no transporte de cargas: armadilhas e oportunidades à vista.


Portal Affectum, out. 2012. Disponível em: <http://affectum.com.br/affectum_site/
index.php?option=com_content&view=article&id=175:icms-no-transporte-de-cargas-
armadilhas-e-oportunidades-a-vista&catid=7:artigos&Itemid=32>. Acesso em: set.
2015.

140
OLIVEIRA, O. A. Transporte rodoviário de carga: módulo documentos fiscais. Portal Guia
do TRC, 2017. Disponível em: <http://www.guiadotrc.com.br/arquivos/?arquivo=curso_
doc_ame=TRANSPORTE+RODOVIARIO+DE+CARGA+MODULO+DOCUMENTOS+FISC
AIS>. Acesso em: maio 2017.

RODOCRED. O que é o vale-pedágio obrigatório. Portal Rodocred, 2017. Disponível


em: <https://www.rodocred.com.br/ValePed%C3%A1gio/ValePed%C3%A1gioobrigat
%C3%B3rio/tabid/506/Default.aspx>. Acesso em: maio 2017.

QUALITYCONTABIL. Transporte: saiba quando aplicar o ISS ou ICMS. Site Quality


Contabil, 2017. Disponível em: <http://qualitycontabil.com.br/boletim/texto/647/
transporte-saiba-quando-aplicar-o-iss-ou-icms>. Acesso em: maio 2017.

141
UNIDADE 5 | LEGISLAÇÃO
REFERENTE A DIMENSÕES,
PESO E ALTURA DOS VEÍCULOS

142
Unidade 5 | Legislação Referente a Dimensões,
Peso e Altura dos Veículos

Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo à unidade 5! Nesta unidade, discutiremos um pouco sobre
a legislação brasileira define dimensões, peso e altura máximos dos veículos que trafegam
nas rodovias brasileiras. Bons estudos!

1 Capacidade Máxima de Peso e Altura da Carga no Brasil

O que define a capacidade de carga é a maneira como os eixos se distribuem no veículo


e a distância entre os eixos. Os “Pesos Máximos por Eixo” são definidos pela Resolução
n° 210/06 do Contran:

ENTRE-
CARGA TOLERÂNCIA
EIXOS RODAGEM SUSPENSÃO EIXOS
(kg) (7,5 %)
(m)

Isolado simples direcional - 6.000(1) 6.450

Isolado simples direcional - 6.000(2) 6.450

Isolado dupla - - 10.000 10.750

Duplo simples direcional - 12.000 12.900

>1,20 ou
Duplo dupla tandem 17.000 18.280
≤ 2,40

não em >1,20 ou
Duplo dupla 15.000 16.130
tandem ≤ 2,40

Duplo simples+dupla especial < 1,20 9.000 9.680

>1,20 ou
Duplo simples+dupla especial 13.500 14.520
≤ 2,40

>1,20 ou
Duplo extralarga(4) pneumática 17.000 18.280
≤ 2,40

>1,20 ou
Triplo(3) dupla tandem 25.500 27.420
≤ 2,40

>1,20 ou
Triplo(3) extralarga(4) pneumática 25.500 27.420
≤ 2,40

143
(1) Para rodas com diâmetro inferior ou igual a 830mm

(2) Observada a capacidade e os limites de peso indicados pelo fabricante dos


pneumáticos e diâmetro superior a 830mm

(3) Aplicável somente a semirreboques

(4) Pneu single (385/65 R 22,5) aplicável somente a semirreboques e reboques


conforme a Resolução n. 62 de 22/05/98 do Contran
Fonte: Adaptado de Contran (2006) e DNIT (2012)

A Resolução nº 210/06 também estabelece as dimensões para veículos que transitem


por vias terrestres. O art. 1º estabelece as dimensões autorizadas para veículos, com
ou sem carga, sendo elas:

DIMENSÕES PERMITIDAS NO BRASIL


Largura máxima 2,60 metros
Altura máxima 4,40 metros
• Veículos não articulados: máximo de 14,00 metros;

• Veículos não articulados de transporte coletivo urbano de


passageiros que possuam 3º eixo de apoio direcional: máximo
de 15 metros;

• Veículos articulados de transporte coletivo de passageiros:


máximo 18,60 metros;
Comprimento total
• Veículos articulados com duas unidades, do tipo caminhão-
trator e semirreboque: máximo de 18,60 metros;

• Veículos articulados com duas unidades do tipo caminhão ou


ônibus e reboque: máximo de 19,80 metros;

• Veículos articulados com mais de duas unidades: máximo de


19,80 metros.
Nos veículos não articulados de transporte de carga, até
Comprimento
60 % (sessenta por cento) da distância entre os dois eixos,
máximo do balanço
não podendo exceder a 3,50 m (três metros e cinquenta
traseiro
centímetros)
Comprimento
O balanço dianteiro dos semirreboques deve obedecer à NBR
máximo do balanço
NM ISO 1726.
dianteiro
Fonte: Adaptado de Contran (2006)

144
2 Capacidade Máxima de Peso e Altura da Carga no Mercosul

Os veículos que circulam no Mercosul devem obedecer aos acordos firmados entre os
países membros. No Brasil, estes limites foram estabelecidos pelo Decreto nº 7.282
(BRASIL, 2010), que dispõe sobre o Acordo sobre Pesos e Dimensões de Veículos de
Transporte Rodoviário de Passageiros e Cargas.

Em seu Art. 4º, o Decreto nº 7.282 define os limites de pesos permitidos para a
circulação de veículos de transporte de carga no âmbito do Mercosul:

QUANTIDADE DE
EIXOS LIMITE (t)
RODAS
2 6
SIMPLES
4 10,5
4 10

DUPLO 6 14

8 18
6 14

TRIPLO 10 21

12 25,5

Fonte: Adaptado de Brasil (2010)

145
Já o art. 8º especifica as dimensões máximas permitidas:

DIMENSÕES PERMITIDAS NO MERCOSUL


• Caminhão simples: máximo de 14
metros

• Caminhão com reboque: máximo de


20 metros

Comprimento máximo • Reboque: máximo de 8,6 metros

• Caminhão-trator com semirreboque:


máximo de 18,6 metros

• Caminhão-trator com semirreboque e


reboque: máximo de 20,5 metros
Largura máxima (m) 2,60 metros
Altura máxima (m) 4,30 metros

Fonte: Adaptado de Brasil (2010)

146
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. O que define a capacidade de
carga é a maneira como os eixos se distribuem no veículo e a
distância entre os eixos.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. O Decreto nº 7.282 define os


limites de pesos permitidos para a circulação de veículos de
transporte de carga no âmbito do Mercosul.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

147
Referências

ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres. Resolução ANTT nº 106 de


17/10/2002. Aprova os atos relativos à regulamentação da implantação do vale-
pedágio obrigatório. Brasília, 2002. Disponível em: <https://www.legisweb.com.br/
legislacao/?id=98525>. Acesso em: maio 2017.

_______. Resolução ANTT n° 4.799, de 2015, e suas alterações. Dispõe sobre o exercício
da atividade de transporte rodoviário de carga por conta de terceiros e mediante
remuneração e estabelece procedimentos para inscrição no Registro Nacional de
Transportadores Rodoviários de Carga RNTRC, e dá outras providências. Brasília, 2015.
Disponível em: <https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=287658>. Acesso em:
maio 2017.

_______. Resolução ANTT n° 3.632/11, de 9 de fevereiro de 2011. Altera o


Anexo da Resolução no 420, de 12 de fevereiro de 2004, que aprova as Instruções
Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos.
Brasília, 2011. Disponível em: <http://www.cidadesustentavel.org.br/treinamento/
Resolucao_ANTT_3632.pdf>. Acesso em: maio 2017.

_______. Resolução ANTT n° 420, de 12 de fevereiro de 2004, e suas alterações.


Aprova as Instruções Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de
Produtos Perigosos. Brasília, 2004. Disponível em: < https://www.diariodasleis.com.br/
busca/exibelink.php?numlink=1-8-34-2004-02-12-420>. Acesso em: maio 2017.

_______. Resolução ANTT nº 1474, de 31 de maio de 2006. Dispõe sobre os


procedimentos relativos à expedição de Licença Originária, de Autorização de Caráter
Ocasional, para empresas nacionais de transporte rodoviário de cargas autorizadas a
operar no transporte rodoviário internacional entre os países da América do Sul, e de
Licença Complementar, em caso de empresas estrangeiras, e dá outras providências.
Brasília, 2006. Disponível em: <https://www.diariodasleis.com.br/busca/exibelink.php?
numlink=1-8-34-2006-05-31-1474>. Acesso em: maio 2006.

_______. Resolução ANTT nº 2885, de 09 de setembro de 2008. Estabelece as normas


para o Vale-Pedágio obrigatório e institui os procedimentos de habilitação de empresas
fornecedoras em âmbito nacional, aprovação de modelos e sistemas operacionais, as

148
infrações e suas respectivas penalidades. Brasília, 2008. Disponível em: <https://www.
diariodasleis.com.br/busca/exibelink.php?numlink=1-8-34-2008-09-09-2885>. Acesso
em: maio 2008.

_______. Resolução ANTT nº 3826, de 29 de maio de 2012. Altera a Resolução nº


1.474, de 31 de maio de 2006, que dispõe sobre os procedimentos relativos à expedição
de Licença Originária, de Autorização de Caráter Ocasional, para empresas nacionais
de transporte rodoviário de cargas autorizadas a operar no transporte rodoviário
internacional entre os países da América do Sul, e de Licença Complementar, em caso
de empresas estrangeiras, e dá outras providências. Brasília, 2012. Disponível em: <
https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=241923>. Acesso em: maio 2017.

_______. TRIC: Transporte Rodoviário Internacional de Cargas. Brasília, 2017. Disponível


em: <http://portal.antt.gov.br/index.php/content/view/4966/TRIC___Transporte_
Rodoviario_Internacional_de_Cargas.html>. Acesso em: 05 setembro 2015.

_______. Vale-pedágio obrigatório. Brasília, 2017. Disponível em: <http://www.antt.


gov.br/cargas/ValePedagio_obrigatorio.html>. Acesso em: 28 agosto 2015.

BRASIL. Decreto nº 7.282, de 1º de setembro de 2010. Dispõe sobre a execução do


Acordo de Alcance Parcial nº 17 ao Amparo do Artigo 14 do Tratado de Montevidéu de
1980 (AAP/A14TM/17) — Acordo sobre Pesos e Dimensões de Veículos de Transporte
Rodoviário de Passageiros e Cargas —, assinado entre os Governos da República
Argentina, da República Federativa do Brasil, da República do Paraguai e da República
Oriental do Uruguai. Brasília, 2010. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7282.htm>. Acesso em: dez. 2014.

_______. Decreto nº 96.044, de 18 de maio de 1988. Aprova o Regulamento para o


Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos e dá outras providências. Brasília, 1988.
Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/antigos/d96044.htm>.
Acesso em: maio 2017.

_______. Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996. Dispõe sobre o imposto


dos Estados e do Distrito Federal sobre operações relativas à circulação de mercadorias
e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação, e dá outras providências (Lei Kandir). Brasília, 1996. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp87.htm>. Acesso em: maio 2017.

149
_______. Lei n° 11.442, de 05 de janeiro de 2007. Dispõe sobre o transporte rodoviário
de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração, entre outros. Brasília,
2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/
l11442.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o código de trânsito


Brasileiro. Brasília, 1997. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
L9503.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 10.209, de 23 de março de 2001. Institui o vale-pedágio obrigatório


sobre o transporte rodoviário de carga e dá outras providências. Presidência da
República. Brasília, 2001. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
LEIS_2001/L10209.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001. Dispõe sobre a reestruturação dos


transportes aquaviário e terrestre, cria o Conselho Nacional de Integração de Políticas
de Transporte, a Agência Nacional de Transportes Terrestres, a Agência Nacional de
Transportes Aquaviários e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes,
e dá outras providências. Brasília, 2007. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10233.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão


de motorista, para regular e disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direção do
motorista profissional; e dá outras providências. Brasília, 2015. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13103.htm. Acesso em: maio
2017.

CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito. Resolução nº 210, de 13 de novembro


de 2006. Estabelece os limites de peso e dimensões para veículos que transitem
por vias terrestres e dá outras providências. Brasília, 2006. Disponível em: <www.
denatran.gov.br/download/resolucoes/resolucao_210.rtf>. Acesso em dezembro de
2014.

KOBIELSKI, L. ICMS no transporte de cargas: armadilhas e oportunidades à vista.


Portal Affectum, out. 2012. Disponível em: <http://affectum.com.br/affectum_site/
index.php?option=com_content&view=article&id=175:icms-no-transporte-de-cargas-
armadilhas-e-oportunidades-a-vista&catid=7:artigos&Itemid=32>. Acesso em: set.
2015.

150
OLIVEIRA, O. A. Transporte rodoviário de carga: módulo documentos fiscais. Portal Guia
do TRC, 2017. Disponível em: <http://www.guiadotrc.com.br/arquivos/?arquivo=curso_
doc_ame=TRANSPORTE+RODOVIARIO+DE+CARGA+MODULO+DOCUMENTOS+FISC
AIS>. Acesso em: maio 2017.

RODOCRED. O que é o vale-pedágio obrigatório. Portal Rodocred, 2017. Disponível


em: <https://www.rodocred.com.br/ValePed%C3%A1gio/ValePed%C3%A1gioobrigat
%C3%B3rio/tabid/506/Default.aspx>. Acesso em: maio 2017.

QUALITYCONTABIL. Transporte: saiba quando aplicar o ISS ou ICMS. Site Quality


Contabil, 2017. Disponível em: <http://qualitycontabil.com.br/boletim/texto/647/
transporte-saiba-quando-aplicar-o-iss-ou-icms>. Acesso em: maio 2017.

151
Responsável
Técnico – RT

MÓDULO 2 –
PARTE 2
UNIDADE 6 | LEGISLAÇÃO
FISCAL E CONTRATO DE
SEGURO DE CARGAS

153
Unidade 6 | Legislação Fiscal e Contrato de Seguro
de Cargas

Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo à unidade 6! Segundo a legislação brasileira, tanto as


empresas quanto os profissionais autônomos devem cumprir uma série de obrigações
até mesmo antes de começarem a oferecer seus produtos e serviços. E tais obrigações
se estendem a todo o período de operação, com ações que devem ser realizadas
periodicamente. A seguir vamos conhecer esses encargos e saber como atender à legislação
fiscal. Bons estudos!

1 Obrigações Fiscais para Autônomos e Empresas

Todos os contribuintes devem estar atentos às obrigações fiscais determinadas pela


legislação brasileira, a qual pode sofrer alterações anualmente. Portanto, conhecer a
legislação fiscal e atualizar-se é essencial para os transportadores de carga, sejam eles
profissionais autônomos, cooperativas ou empresas de transporte.

1.1 Empresas e Cooperativas

As pessoas jurídicas e equiparadas, perante a Legislação Comercial, Fisco Federal,


Ministério do Trabalho e Previdência Social, independentemente do seu enquadramento
jurídico ou da forma de tributação, estão obrigadas a cumprir com várias obrigações ou
normas legais.

Ao abrir uma empresa, o empreendedor deve registrá-la na Secretaria da Receita


Federal, na Secretaria de Estado e Fazenda e nas Prefeituras Municipais. Quando a
empresa estiver formalizada e operando, deve pagar tributos federais, estaduais e
municipais, que variam de acordo com a atividade, como ICMS, IPI, ISSQN, CSLL, PIS,
recolhimento de INSS, entre outros.

154
Além disso, as empresas são obrigadas pela legislação trabalhista a emitir corretamente
notas fiscais, apresentar escrituração de livros e fornecimento de informações aos
órgãos de fiscalização e controle. Veja as principais obrigações.

Folha de Pagamento
Estatuto ou Contrato Social Contabilidade
GPS
Balanço Livro Diário Livro-Razão
GFIP
Declaração Anual do Imposto de Renda
das Pessoas Físicas (para os sócios)
GRFC

Declaração de Bens e Direitos no Exterior CAGED


(DBE/BACEN)
RAIS
DIRF
Contribuição Sindical
Imposto de Renda Retido na Fonte e
Comprovante de Rendimentos e Retenção Contribuição Assistencial
do IRF
Contribuição Associativa
Livro de Inspeção do Trabalho
Norma Regulamentadora 7 (Ministério do
Livro-Registro de Duplicatas Trabalho)

Sped Fiscal/EFD Norma Regulamentadora 9 (Ministério do


Trabalho)
Sped Contábil/ECD
Informes de Rendimentos das Pessoas
Sped Imposto de Renda/ECF
Físicas Informes de Rendimentos
das Pessoas Jurídicas Publicações
Livro-Registro de Empregados
Obrigatórias nas Empresas Limitadas
Livro-Registro de Inventário
SISCOSERV

Recentemente algumas regras fiscais foram modificadas: foram implantadas novas


regras do Supersimples e foi extinta a declaração do Imposto de Renda pelas empresas.

Para as empresas, tanto a entrega da Declaração de Informações

cc Econômico-fiscais das Pessoas Jurídicas (DIPJ) quanto a


escrituração do Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) não
serão mais necessárias. Agora as empresas devem apresentar a
chamada Escrituração Contábil Fiscal (ECF).

155
Na ECF devem ser informadas todas as operações que influenciem a composição da
base de cálculo e o valor devido do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e
da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

hh
A Escrituração Contábil Fiscal deve ser transmitida anualmente
ao Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) até o último
dia útil do mês de setembro do ano seguinte ao ano-calendário
a que se refira.

A escrituração digital, que já era uma realidade para as empresas de maior faturamento,
agora foi estendida a todas as demais empresas, desde que exista distribuição de lucro
acima do limite legal. O prazo de entrega da ECF vence dois meses após a entrega da
Escrituração Contábil Digital (ECD), que deve ser feita até 30 de junho.

156
1.2 Autônomos

Os Autônomos e Profissionais Liberais estão sujeitos às seguintes obrigações:

CAGED

Declaração de Ajuste Anual do Imposto RAIS


de Renda das Pessoas Físicas
Contribuição Sindical
DIRF
Contribuição Confederativa
Imposto de Renda Retido na Fonte
Contribuição Assistencial
Livro de Inspeção do Trabalho Livro-
Registro de Empregados Folha de Contribuição Associativa
Pagamento
NR 7
GPS
NR 9
GFIP
Informes de Rendimentos das Pessoas
GRFC Físicas

Livro-Caixa

Portanto, se a empresa subcontrata profissionais autônomos, é importante saber se


eles estão atendendo corretamente à legislação fiscal. Lembre-se também de consultar
a legislação estadual e municipal, para cumprimento das obrigações fiscais (ICMS, ISS).

2 Legislação Fiscal Varia de Acordo com o Porte da Empresa

Em relação à legislação fiscal, os diversos enquadramentos para pessoas jurídicas e


equiparadas são:

157
• Empresas tributadas pelo Lucro Real, quer as com encerramento trimestral, quer
as empresas com encerramento anual, com pagamento mensal por estimativa ou
balanços de suspensão;

• Empresas tributadas pelo Lucro Presumido;

• Empresas optantes pelo Simples Nacional, quer sejam ME ou EPP,


independentemente da alíquota em que se encontrem;

• Pessoas Jurídicas isentas, assim definidas na legislação, como por exemplo, as


Associações Civis, Culturais, Filantrópicas e Recreativas, os Sindicatos etc.;

• Pessoas jurídicas imunes, assim definidas na legislação, como por exemplo, as


Instituições de Educação ou Assistência Social;

• As organizações dispensadas, também definidas na legislação, como por exemplo


os condomínios, que embora possuam inscrição no Cadastro Nacional das Pessoas
Jurídicas (CNPJ) , recebem um tratamento fiscal diferenciado.

Não podemos deixar de mencionar a figura do


contribuinte inativo (sem movimento) e do arbitrado. O
primeiro é aquele que não efetuou nenhuma operação
com sua empresa em um determinado período. O
segundo é aquele que teve a sua escrita desclassificada
pelo fisco, sofrendo tributação arbitrada.

Lembre-se de que as obrigações previstas na legislação fiscal variam de acordo com


o porte e o tipo de regime tributário adotado pela empresa – Lucro Real, Lucro
Presumido, Simples Nacional ou Microempreendedor Individual (MEI).

No caso do MEI, as obrigações fiscais mensais são cumpridas com o pagamento de


carnê de valor único (DAS-MEI). As empresas que aderem ao Simples também pagam
um único boleto, que inclui os tributos federais, estaduais e municipais e varia segundo
a faixa de rendimentos do negócio.

O Documento de Arrecadação Simplificada do MEI (DAS-MEI) é

cc o instrumento para se fazer o pagamento mensal das obrigações


tributárias do Microempreendedor Individual.

158
3 Consequências do Descumprimento da Legislação Fiscal

Como todos sabemos, sonegar impostos é crime! Mas, você sabia que essa não é a única
consequência do descumprimento da legislação fiscal?

A seguir, confira cinco motivos para obedecer à legislação fiscal à risca:

• A empresa que descumpre a legislação fiscal está sujeita a multas e processos


judiciais;

• Toda empresa que não estiver em ordem com a legislação fiscal fica impedida de
participar de processos de licitação abertos por órgãos públicos;

• Também fica impedida de contrair empréstimos e financiamentos junto a


instituições de crédito oficiais e os principais bancos privados, ficando sujeita a
condições mais desvantajosas de instituições menores;

• Quando a empresa conta com a cumplicidade de agentes fiscais corruptos para


descumprir a legislação fiscal, fica sujeita ao pagamento contínuo de propina, o
que muitas vezes pode até sair mais caro;

• Empresas que sofrem com processos judiciais por sonegação têm um grande
abalo na sua imagem, e o mesmo vale para o proprietário, que terá que conviver
com a imagem arranhada, mesmo em outros empreendimentos.

4 Contrato de Seguro de Cargas

O seguro de carga visa cobrir prejuízos que podem ocorrer durante o transporte, sendo
você o comprador ou o vendedor da carga. Como previsto na legislação, a contratação
de seguros é obrigatória, tanto por parte da transportadora, quanto do embarcador.
A seguir vamos entender melhor como funcionam os seguros e a importância de sua
contratação.

159
4.1 Seguros nas Operações de Transporte

As mercadorias transportadas por quaisquer meios de transporte devem ter a proteção


de dois seguros:

• De transporte, com contratação facultativa por parte do dono da carga para


garantir os bens; e

• De responsabilidade civil, de contratação obrigatória por parte do transportador


para garantir o compromisso de recebimento e a entrega da carga.

A primeira categoria se divide em seguro de transporte nacional (mercado interno) e


internacional (exportação e importação). A segunda, de responsabilidade civil, abrange
vários tipos de seguros, que garantem ao transportador o reembolso das indenizações
que ele é obrigado a pagar para reparar eventuais danos à carga que transporta.

Você sabe por que o seguro de transporte é importante?

Durante o transporte muitos imprevistos podem ocorrer, gerando prejuízos para o


transportador, que é o responsável pela mercadoria durante todo o trajeto. O motivo
principal a justificar a contratação do seguro talvez seja o risco de se ter a carga roubada,
e até mesmo de ser levada junto com o veículo. E há também os riscos de acidentes
com o veículo de transporte. Em ambos os casos pode ocorrer a perda parcial ou total
da mercadoria. Mesmo quando a carga não é afetada pelo impacto, são comuns os
saques aos veículos acidentados.

Tanto no transporte nacional quanto no internacional o seguro cobre prejuízos


causados a bens e mercadorias em viagens sobre a água, vias terrestres (rodoviárias
e ferroviárias) e aéreas, ou em percursos que utilizam mais de um meio de transporte
(multimodal).

As coberturas são definidas conforme a atividade da empresa, o

ee tipo de carga e percurso, oferecendo meios de gerenciar as


operações de transportes para diminuir as perdas e os danos às
mercadorias.

160
4.2 A Responsabilidade pelo Seguro

Você sabe quem é o responsável pela contratação do seguro?

Os seguros de transportes e o de
responsabilidade civil são distintos, com
contratos diferentes. De acordo com o
Decreto nº 61.867/67 (BRASIL, 1967), que
regulamenta os seguros obrigatórios no
país, tanto o proprietário da carga como o
transportador devem contratar seguro para a
operação de transporte. Os seguros de cada
uma das partes são específicos, daí que as
apólices têm características próprias e não se
confundem.

O seguro do dono da carga é um seguro de bens, destinado a garantir determinado


patrimônio físico durante o seu transporte, independentemente da modalidade.
Dependendo do percurso, uma única apólice pode admitir mais de uma modalidade de
transporte (multimodal).

O seguro de responsabilidade da operação de transporte, por sua vez, é um seguro


porta a porta. Garante os bens transportados desde o momento do embarque da
carga no veículo transportador até o desembarque, isto é, quando as mercadorias são
descarregadas do veículo no destino final. As operações de carregar e descarregar
as mercadorias, em todos os meios de transporte, também precisam de cobertura
adicional.

4.3 Seguros de Transportes de Carga

Basicamente, esse seguro cobre danos e prejuízos causados à carga transportada. As


apólices são contratadas para dois tipos distintos de seguro de transportes: nacional
e internacional.

161
No transporte nacional a contratação do seguro pode ser feita em apólices avulsas –
uma para cada viagem – ou por apólice “aberta”, quando são várias viagens, que são
comunicadas uma a uma, por averbação, à apólice. A cobertura cobre danos e prejuízos
causados à mercadoria durante o transporte, roubo das mercadorias por ação de assalto
à mão armada ou desaparecimento da carga (quando o veículo também é roubado). A
cobertura contra roubo, no entanto, precisa ser contratada adicionalmente.

No transporte internacional o contrato deve ser feito de acordo com o risco da viagem
e a condição de venda e/ou compra envolvida na negociação. Costuma-se contratar um
seguro multimodal ou intermodal para cobrir riscos que podem ocorrer em todos os
meios de transporte. Além da indenização para eventuais perdas e danos à mercadoria
transportada, esse tipo de seguro cobre impostos, frete, lucros esperados e despesas
diversas.

4.4 Seguros de Responsabilidade Civil do Transporte de


Carga

Nessa categoria existem seguros obrigatórios e outros facultativos. Os compulsórios


são os seguintes:

• RCTR-C: Seguro de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário de Carga

• RCA-C: Responsabilidade Civil do Armador (Cargas)

• RCTR-VI: Seguro Responsabilidade Civil do Transportador em Viagem


Internacional (Danos à Carga Transportada)

Além dos seguros obrigatórios, existem os que podem ser contratados voluntariamente.
Entre eles, destaca-se:

• RCF-DC: Responsabilidade Civil Facultativa do Transportador Rodoviário por


Desaparecimento de Carga.

162
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. Conhecer a legislação fiscal e
atualizar-se é essencial para os transportadores de carga,
sejam eles profissionais autônomos, cooperativas ou
empresas de transporte.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. O seguro de carga visa cobrir


prejuízos que podem ocorrer durante o transporte, sendo
você o comprador ou o vendedor da carga.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

163
Referências

ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres. Resolução ANTT nº 106 de


17/10/2002. Aprova os atos relativos à regulamentação da implantação do vale-
pedágio obrigatório. Brasília, 2002. Disponível em: <https://www.legisweb.com.br/
legislacao/?id=98525>. Acesso em: maio 2017.

_______. Resolução ANTT n° 4.799, de 2015, e suas alterações. Dispõe sobre o exercício
da atividade de transporte rodoviário de carga por conta de terceiros e mediante
remuneração e estabelece procedimentos para inscrição no Registro Nacional de
Transportadores Rodoviários de Carga RNTRC, e dá outras providências. Brasília, 2015.
Disponível em: <https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=287658>. Acesso em:
maio 2017.

_______. Resolução ANTT n° 3.632/11, de 9 de fevereiro de 2011. Altera o


Anexo da Resolução no 420, de 12 de fevereiro de 2004, que aprova as Instruções
Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos.
Brasília, 2011. Disponível em: <http://www.cidadesustentavel.org.br/treinamento/
Resolucao_ANTT_3632.pdf>. Acesso em: maio 2017.

_______. Resolução ANTT n° 420, de 12 de fevereiro de 2004, e suas alterações.


Aprova as Instruções Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de
Produtos Perigosos. Brasília, 2004. Disponível em: < https://www.diariodasleis.com.br/
busca/exibelink.php?numlink=1-8-34-2004-02-12-420>. Acesso em: maio 2017.

_______. Resolução ANTT nº 1474, de 31 de maio de 2006. Dispõe sobre os


procedimentos relativos à expedição de Licença Originária, de Autorização de Caráter
Ocasional, para empresas nacionais de transporte rodoviário de cargas autorizadas a
operar no transporte rodoviário internacional entre os países da América do Sul, e de
Licença Complementar, em caso de empresas estrangeiras, e dá outras providências.
Brasília, 2006. Disponível em: <https://www.diariodasleis.com.br/busca/exibelink.php?
numlink=1-8-34-2006-05-31-1474>. Acesso em: maio 2006.

_______. Resolução ANTT nº 2885, de 09 de setembro de 2008. Estabelece as normas


para o Vale-Pedágio obrigatório e institui os procedimentos de habilitação de empresas
fornecedoras em âmbito nacional, aprovação de modelos e sistemas operacionais, as

164
infrações e suas respectivas penalidades. Brasília, 2008. Disponível em: <https://www.
diariodasleis.com.br/busca/exibelink.php?numlink=1-8-34-2008-09-09-2885>. Acesso
em: maio 2008.

_______. Resolução ANTT nº 3826, de 29 de maio de 2012. Altera a Resolução nº


1.474, de 31 de maio de 2006, que dispõe sobre os procedimentos relativos à expedição
de Licença Originária, de Autorização de Caráter Ocasional, para empresas nacionais
de transporte rodoviário de cargas autorizadas a operar no transporte rodoviário
internacional entre os países da América do Sul, e de Licença Complementar, em caso
de empresas estrangeiras, e dá outras providências. Brasília, 2012. Disponível em: <
https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=241923>. Acesso em: maio 2017.

_______. TRIC: Transporte Rodoviário Internacional de Cargas. Brasília, 2017. Disponível


em: <http://portal.antt.gov.br/index.php/content/view/4966/TRIC___Transporte_
Rodoviario_Internacional_de_Cargas.html>. Acesso em: 05 setembro 2015.

_______. Vale-pedágio obrigatório. Brasília, 2017. Disponível em: <http://www.antt.


gov.br/cargas/ValePedagio_obrigatorio.html>. Acesso em: 28 agosto 2015.

BRASIL. Decreto nº 7.282, de 1º de setembro de 2010. Dispõe sobre a execução do


Acordo de Alcance Parcial nº 17 ao Amparo do Artigo 14 do Tratado de Montevidéu de
1980 (AAP/A14TM/17) — Acordo sobre Pesos e Dimensões de Veículos de Transporte
Rodoviário de Passageiros e Cargas —, assinado entre os Governos da República
Argentina, da República Federativa do Brasil, da República do Paraguai e da República
Oriental do Uruguai. Brasília, 2010. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7282.htm>. Acesso em: dez. 2014.

_______. Decreto nº 96.044, de 18 de maio de 1988. Aprova o Regulamento para o


Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos e dá outras providências. Brasília, 1988.
Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/antigos/d96044.htm>.
Acesso em: maio 2017.

_______. Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996. Dispõe sobre o imposto


dos Estados e do Distrito Federal sobre operações relativas à circulação de mercadorias
e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação, e dá outras providências (Lei Kandir). Brasília, 1996. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp87.htm>. Acesso em: maio 2017.

165
_______. Lei n° 11.442, de 05 de janeiro de 2007. Dispõe sobre o transporte rodoviário
de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração, entre outros. Brasília,
2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/
l11442.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o código de trânsito


Brasileiro. Brasília, 1997. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
L9503.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 10.209, de 23 de março de 2001. Institui o vale-pedágio obrigatório


sobre o transporte rodoviário de carga e dá outras providências. Presidência da
República. Brasília, 2001. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
LEIS_2001/L10209.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001. Dispõe sobre a reestruturação dos


transportes aquaviário e terrestre, cria o Conselho Nacional de Integração de Políticas
de Transporte, a Agência Nacional de Transportes Terrestres, a Agência Nacional de
Transportes Aquaviários e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes,
e dá outras providências. Brasília, 2007. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10233.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão


de motorista, para regular e disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direção do
motorista profissional; e dá outras providências. Brasília, 2015. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13103.htm. Acesso em: maio
2017.

CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito. Resolução nº 210, de 13 de novembro


de 2006. Estabelece os limites de peso e dimensões para veículos que transitem
por vias terrestres e dá outras providências. Brasília, 2006. Disponível em: <www.
denatran.gov.br/download/resolucoes/resolucao_210.rtf>. Acesso em dezembro de
2014.

KOBIELSKI, L. ICMS no transporte de cargas: armadilhas e oportunidades à vista.


Portal Affectum, out. 2012. Disponível em: <http://affectum.com.br/affectum_site/
index.php?option=com_content&view=article&id=175:icms-no-transporte-de-cargas-
armadilhas-e-oportunidades-a-vista&catid=7:artigos&Itemid=32>. Acesso em: set.
2015.

166
OLIVEIRA, O. A. Transporte rodoviário de carga: módulo documentos fiscais. Portal Guia
do TRC, 2017. Disponível em: <http://www.guiadotrc.com.br/arquivos/?arquivo=curso_
doc_ame=TRANSPORTE+RODOVIARIO+DE+CARGA+MODULO+DOCUMENTOS+FISC
AIS>. Acesso em: maio 2017.

RODOCRED. O que é o vale-pedágio obrigatório. Portal Rodocred, 2017. Disponível


em: <https://www.rodocred.com.br/ValePed%C3%A1gio/ValePed%C3%A1gioobrigat
%C3%B3rio/tabid/506/Default.aspx>. Acesso em: maio 2017.

QUALITYCONTABIL. Transporte: saiba quando aplicar o ISS ou ICMS. Site Quality


Contabil, 2017. Disponível em: <http://qualitycontabil.com.br/boletim/texto/647/
transporte-saiba-quando-aplicar-o-iss-ou-icms>. Acesso em: maio 2017.

167
UNIDADE 7 | LEGISLAÇÃO DO
OPERADOR DE TRANSPORTE

168
Unidade 7 | Legislação do Operador de Transporte

Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à unidade 7! A seguir vamos apresentar os principais


aspectos do planejamento das cadeias multimodais e suas diferentes composições, bem
como a legislação e as exigências legais em relação ao transporte multimodal. Queremos
que você esteja preparado para escolher as combinações entre os modos de transporte,
de acordo com as características da carga que pretende transportar, e que conheça as
questões legais e fiscais envolvidas com a combinação escolhida. Bons estudos!

1 Transporte Multimodal X Transporte Intermodal

Estes dois termos são muitas vezes confundidos. A multimodalidade e a intermodalidade


são operações que se realizam pela utilização de mais de uma modalidade de transporte.
Isto significa: “transportar uma mercadoria do seu ponto de origem até a entrega no
destino final utilizando veículos de modalidades diferentes”.

A intermodalidade utiliza dois ou mais modos, com emissão individual de documento


de transporte para cada modalidade, bem como pela divisão de responsabilidade entre
os transportadores dos diferentes modos.

A multimodalidade utiliza dois ou mais modos, porém é emitido apenas um documento


de transporte, cobrindo o trajeto total da carga, desde a origem até o destino.

Esse documento é emitido pelo Operador de Transporte Multimodal (OTM), que


também toma para si a responsabilidade total pela carga sob sua custódia, durante
todo o trajeto.

A principal diferença entre intermodalidade e multimodalidade

ee é que na intermodalidade cada modo de transporte possui


documento específico para realização do transporte e na
multimodalidade o documento é único e acompanha a carga do
começo ao fim da viagem.

169
2 Composição de Cadeias Multimodais

No transporte multimodal de cargas podemos


utilizar diferentes composições. Em princípio,
existe mais de uma dezena de combinações de
cadeias multimodais. São alguns exemplos:

• Ferroviário – Rodoviário

• Ferroviário – Hidroviário

• Ferroviário – Aéreo

• Ferroviário – Dutoviário

• Rodoviário – Aéreo

• Rodoviário – Hidroviário

• Rodoviário – Dutoviário

• Hidroviário – Aéreo

• Hidroviário – Dutoviário

• Aéreo – Dutoviário

Porém, utilizando mais de duas modalidades, há a possibilidade de montagem de


outras combinações de cadeias multimodais. Por exemplo:

• Ferroviário – Rodoviário – Hidroviário;

• Ferroviário – Dutoviário – Aéreo;

• Rodoviário – Hidroviário – Aéreo – Dutoviário;

• Dutoviário – Ferroviário – Rodoviário – Aéreo – Hidroviário.

170
3 A Legislação para o Operador de Transporte Multimodal
(OTM)

A Lei nº 9.611, de 19/02/98, trata do Transporte Multimodal de Cargas. Ela o define


como sendo:

“Aquele transporte que, regido por um único contrato, utiliza


duas ou mais modalidades de transporte, desde a origem até o
destino, e é executado sob a responsabilidade de um Operador de
Transporte Multimodal (OTM)”.

Além do transporte propriamente dito, esse tipo de operação inclui os serviços de


coleta, de unitização, de desunitização, de movimentação, de armazenagem e de
entrega de carga ao destinatário.

A Lei nº 9.611 define o Operador de Transporte Multimodal (OTM) como:

“Pessoa jurídica contratada como principal para a realização do


Transporte Multimodal de Cargas, da origem até o destino, por
meios próprios ou por intermédio de terceiros”.

Esta lei também determina a emissão do documento de transporte multimodal de


cargas, o qual evidencia o contrato e rege toda a operação. Nele, são mencionados os
locais de recebimento e entrega da mercadoria, sob responsabilidade total do OTM.

O OTM não precisa ser necessariamente um transportador, mas

ee assume, perante o contratante, a responsabilidade pela


execução do contrato de transporte multimodal, pelos prejuízos
resultantes de perda, por danos ou avarias às cargas sob sua
custódia, assim como por aqueles decorrentes de atraso em sua
entrega, quando houver prazo acordado.

171
O exercício da atividade do OTM depende de prévia habilitação e registro na Agência
Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). Caso o OTM deseje atuar em âmbito
internacional, deverá também licenciar-se na Secretaria da Receita Federal. O Decreto
Lei nº 3.411, de 12/04/2000, que regulamenta a Lei nº 9.611, define os requisitos
necessários para a obtenção das habilitações.

4 Documentos Exigidos para o Transporte de Cargas

Vamos relembrar quais são os principais documentos exigidos para a realização do


transporte.

4.1 Conhecimento de Embarque

É o documento fiscal de transporte de cargas emitido pela companhia transportadora,


que atesta o recebimento da carga, as condições de transporte e a obrigação de
entrega das mercadorias ao destinatário legal, no ponto de destino pré-estabelecido,
conferindo a posse das mercadorias. Geralmente, o conhecimento tem três vias: uma
pertence ao transportador, outra ao embarcador e a última segue com a carga.

Conhecimento de Transporte Multimodal de Cargas (CTMC): É


um documento fiscal de uso exclusivo do OTM utilizado na
execução do serviço de transporte intermunicipal, interestadual
e internacional. Evidencia o contrato de transporte multimodal
e rege toda a operação de transporte, desde o recebimento da
carga até a sua entrega no destino, podendo ser negociável ou
não negociável, a critério do expedidor.

172
O CTMC será emitido, no mínimo, em quatro vias, que terão a seguinte destinação: a
1ª via será entregue ao tomador do serviço; a 2ª via ficará fixa ao bloco para exibição
ao fisco; a 3ª via terá o destino previsto na legislação da unidade federada de início
do serviço; e a 4ª via acompanhará o transporte até o destino, podendo servir de
comprovante de entrega.

173
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. A intermodalidade utiliza dois
ou mais modos, com emissão individual de documento de
transporte para cada modalidade, bem como pela divisão de
responsabilidade entre os transportadores dos diferentes
modos.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. O Operador de Transporte


Multimodal precisa ser necessariamente um transportador.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

174
Referências

ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres. Resolução ANTT nº 106 de


17/10/2002. Aprova os atos relativos à regulamentação da implantação do vale-
pedágio obrigatório. Brasília, 2002. Disponível em: <https://www.legisweb.com.br/
legislacao/?id=98525>. Acesso em: maio 2017.

_______. Resolução ANTT n° 4.799, de 2015, e suas alterações. Dispõe sobre o exercício
da atividade de transporte rodoviário de carga por conta de terceiros e mediante
remuneração e estabelece procedimentos para inscrição no Registro Nacional de
Transportadores Rodoviários de Carga RNTRC, e dá outras providências. Brasília, 2015.
Disponível em: <https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=287658>. Acesso em:
maio 2017.

_______. Resolução ANTT n° 3.632/11, de 9 de fevereiro de 2011. Altera o


Anexo da Resolução no 420, de 12 de fevereiro de 2004, que aprova as Instruções
Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos.
Brasília, 2011. Disponível em: <http://www.cidadesustentavel.org.br/treinamento/
Resolucao_ANTT_3632.pdf>. Acesso em: maio 2017.

_______. Resolução ANTT n° 420, de 12 de fevereiro de 2004, e suas alterações.


Aprova as Instruções Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de
Produtos Perigosos. Brasília, 2004. Disponível em: < https://www.diariodasleis.com.br/
busca/exibelink.php?numlink=1-8-34-2004-02-12-420>. Acesso em: maio 2017.

_______. Resolução ANTT nº 1474, de 31 de maio de 2006. Dispõe sobre os


procedimentos relativos à expedição de Licença Originária, de Autorização de Caráter
Ocasional, para empresas nacionais de transporte rodoviário de cargas autorizadas a
operar no transporte rodoviário internacional entre os países da América do Sul, e de
Licença Complementar, em caso de empresas estrangeiras, e dá outras providências.
Brasília, 2006. Disponível em: <https://www.diariodasleis.com.br/busca/exibelink.php?
numlink=1-8-34-2006-05-31-1474>. Acesso em: maio 2006.

_______. Resolução ANTT nº 2885, de 09 de setembro de 2008. Estabelece as normas


para o Vale-Pedágio obrigatório e institui os procedimentos de habilitação de empresas
fornecedoras em âmbito nacional, aprovação de modelos e sistemas operacionais, as

175
infrações e suas respectivas penalidades. Brasília, 2008. Disponível em: <https://www.
diariodasleis.com.br/busca/exibelink.php?numlink=1-8-34-2008-09-09-2885>. Acesso
em: maio 2008.

_______. Resolução ANTT nº 3826, de 29 de maio de 2012. Altera a Resolução nº


1.474, de 31 de maio de 2006, que dispõe sobre os procedimentos relativos à expedição
de Licença Originária, de Autorização de Caráter Ocasional, para empresas nacionais
de transporte rodoviário de cargas autorizadas a operar no transporte rodoviário
internacional entre os países da América do Sul, e de Licença Complementar, em caso
de empresas estrangeiras, e dá outras providências. Brasília, 2012. Disponível em: <
https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=241923>. Acesso em: maio 2017.

_______. TRIC: Transporte Rodoviário Internacional de Cargas. Brasília, 2017. Disponível


em: <http://portal.antt.gov.br/index.php/content/view/4966/TRIC___Transporte_
Rodoviario_Internacional_de_Cargas.html>. Acesso em: 05 setembro 2015.

_______. Vale-pedágio obrigatório. Brasília, 2017. Disponível em: <http://www.antt.


gov.br/cargas/ValePedagio_obrigatorio.html>. Acesso em: 28 agosto 2015.

BRASIL. Decreto nº 7.282, de 1º de setembro de 2010. Dispõe sobre a execução do


Acordo de Alcance Parcial nº 17 ao Amparo do Artigo 14 do Tratado de Montevidéu de
1980 (AAP/A14TM/17) — Acordo sobre Pesos e Dimensões de Veículos de Transporte
Rodoviário de Passageiros e Cargas —, assinado entre os Governos da República
Argentina, da República Federativa do Brasil, da República do Paraguai e da República
Oriental do Uruguai. Brasília, 2010. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7282.htm>. Acesso em: dez. 2014.

_______. Decreto nº 96.044, de 18 de maio de 1988. Aprova o Regulamento para o


Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos e dá outras providências. Brasília, 1988.
Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/antigos/d96044.htm>.
Acesso em: maio 2017.

_______. Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996. Dispõe sobre o imposto


dos Estados e do Distrito Federal sobre operações relativas à circulação de mercadorias
e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação, e dá outras providências (Lei Kandir). Brasília, 1996. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp87.htm>. Acesso em: maio 2017.

176
_______. Lei n° 11.442, de 05 de janeiro de 2007. Dispõe sobre o transporte rodoviário
de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração, entre outros. Brasília,
2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/
l11442.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o código de trânsito


Brasileiro. Brasília, 1997. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
L9503.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 10.209, de 23 de março de 2001. Institui o vale-pedágio obrigatório


sobre o transporte rodoviário de carga e dá outras providências. Presidência da
República. Brasília, 2001. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
LEIS_2001/L10209.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001. Dispõe sobre a reestruturação dos


transportes aquaviário e terrestre, cria o Conselho Nacional de Integração de Políticas
de Transporte, a Agência Nacional de Transportes Terrestres, a Agência Nacional de
Transportes Aquaviários e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes,
e dá outras providências. Brasília, 2007. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10233.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Lei nº 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão


de motorista, para regular e disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direção do
motorista profissional; e dá outras providências. Brasília, 2015. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13103.htm. Acesso em: maio
2017.

CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito. Resolução nº 210, de 13 de novembro


de 2006. Estabelece os limites de peso e dimensões para veículos que transitem
por vias terrestres e dá outras providências. Brasília, 2006. Disponível em: <www.
denatran.gov.br/download/resolucoes/resolucao_210.rtf>. Acesso em dezembro de
2014.

KOBIELSKI, L. ICMS no transporte de cargas: armadilhas e oportunidades à vista.


Portal Affectum, out. 2012. Disponível em: <http://affectum.com.br/affectum_site/
index.php?option=com_content&view=article&id=175:icms-no-transporte-de-cargas-
armadilhas-e-oportunidades-a-vista&catid=7:artigos&Itemid=32>. Acesso em: set.
2015.

177
OLIVEIRA, O. A. Transporte rodoviário de carga: módulo documentos fiscais. Portal Guia
do TRC, 2017. Disponível em: <http://www.guiadotrc.com.br/arquivos/?arquivo=curso_
doc_ame=TRANSPORTE+RODOVIARIO+DE+CARGA+MODULO+DOCUMENTOS+FISC
AIS>. Acesso em: maio 2017.

RODOCRED. O que é o vale-pedágio obrigatório. Portal Rodocred, 2017. Disponível


em: <https://www.rodocred.com.br/ValePed%C3%A1gio/ValePed%C3%A1gioobrigat
%C3%B3rio/tabid/506/Default.aspx>. Acesso em: maio 2017.

QUALITYCONTABIL. Transporte: saiba quando aplicar o ISS ou ICMS. Site Quality


Contabil, 2017. Disponível em: <http://qualitycontabil.com.br/boletim/texto/647/
transporte-saiba-quando-aplicar-o-iss-ou-icms>. Acesso em: maio 2017.

178
Responsável
Técnico – RT

MÓDULO 3 –
PARTE 1
UNIDADE 1 | NORMAS NO
MANUSEIO E ARMAZENAGEM
DE CARGA

180
Unidade 1 | Normas no Manuseio e Armazenagem
de Carga

Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) ao Módulo 3 do curso Responsável Técnico – RT!


As normas de higiene e segurança para manuseio e armazenamento de cargas são
importantes e devem ser seguidas à risca. Seu descumprimento pode afetar a saúde e a
segurança das pessoas, não somente dos consumidores, mas também de todos aqueles
que manipulam e movimentam os produtos transportados. Nesta unidade, estudaremos
normas sanitárias de segurança no manuseio de armazenagem de cargas. Bons estudos!

1 Normas de Higiene

A higiene das cargas deve ser observada principalmente no transporte de perecíveis,


pois estes poderão sofrer alterações microbiológicas, dependendo dos cuidados
durante sua manipulação.

A alteração microbiológica ocorre quando o produto é


contaminado por microrganismos e tem suas propriedades
comprometidas, podendo acelerar a deterioração.

Um exemplo dessa mudança de qualidade ocorre quando produtos lácteos não são
armazenados na temperatura adequada. Quando a embalagem fica estufada significa
que o produto fermentou, ou seja, sofreu uma alteração microbiológica que a torna
inadequada para consumo.

No entanto, é preciso ficar atento mesmo quando não há nenhuma mudança no aspecto
do produto, já que os microrganismos que podem estar presentes, como o próprio
nome diz, são muito pequenos (micro), invisíveis a olho nu. O consumo de produtos
contaminados, dependendo do tipo de microrganismo, pode originar doenças muito
graves.

Voltando ao tema...

Qual é a primeira coisa que você pensa quando se fala em higiene? Limpeza?

181
Ter cuidados com a higiene das cargas é principalmente garantir que embalagens,
materiais, equipamentos e manipuladores estejam limpos.

Mas, esses cuidados são suficientes para garantir a integridade do produto?

É claro que manter tudo isso limpo já ajuda bastante, mas, temos de saber quais são as
outras condições que podem contribuir para a deterioração e perda de uma carga,
principalmente de produtos perecíveis, como é o caso de muitos alimentos (hortaliças,
frutas, verduras, produtos lácteos etc.).

Os produtos perecíveis possuem validade


limitada. Para garantir um consumo seguro
não adianta somente respeitar a data de
validade. É preciso ficar atento para outros
detalhes como: a temperatura e a umidade
de armazenamento e transporte, a violação
da embalagem, a exposição ao sol, o tipo de
veículo ou material usado para o transporte
e a armazenagem. Além disso, todos os
equipamentos e utensílios empregados
devem estar adequadamente limpos.

hh
Para garantir a higiene dos produtos, não basta cuidar da limpeza
nos armazéns e veículos. É importante garantir a higiene das
outras instalações envolvidas no processo, como banheiros,
vestiários e refeitórios.

É importante saber que todos os produtos devem ser acondicionados, armazenados


e transportados com higiene, sob pena de deterioração ou comprometimento
da qualidade. Para manter a competitividade de sua empresa, mantenha seus
equipamentos e armazéns limpos!

182
2 Segurança das Cargas e dos Trabalhadores

A segurança está relacionada, principalmente, aos riscos durante o manuseio e à


movimentação das cargas. Se algumas medidas de precaução não forem tomadas
podem ocorrer acidentes, principalmente com as pessoas que estão em contato
direto com os produtos, como motoristas e trabalhadores que circulam nos locais de
movimentação e armazenagem.

Vale lembrar que as quebras e avarias nas mercadorias ocorrem com maior frequência
nas operações de carga e descarga, pois nestas etapas a manipulação das mercadorias
é inevitável.

Saiba como reduzir essas avarias:

• Utilizando veículos adequados, que facilitem a carga e descarga;

• Unitizando a carga sempre que possível;

• Treinando o pessoal que trabalha nas funções de carga e descarga;

• Usando equipamentos apropriados;

• Racionalizando o layout do armazém.

A movimentação e o acondicionamento muitas


vezes envolvem o manuseio de cargas pesadas
em equipamentos como empilhadeiras,
caminhões e guindastes. Por isso, muita
atenção às instruções de segurança.

Os trabalhadores também precisam ser


protegidos!

A legislação brasileira orienta empresas e trabalhadores quanto aos procedimentos


que devem ser seguidos para garantir a adequada segurança na movimentação de
cargas, seja ela manual ou mecânica.

183
A NR-11 estabelece os requisitos de segurança a serem observados nos locais de
trabalho, no que se refere ao transporte, à movimentação, à armazenagem e ao
manuseio de materiais, tanto de forma mecânica quanto manual, objetivando a
prevenção de acidentes de trabalho. As principais orientações da NR-11 estão
resumidas a seguir (MTE, 1978c):

Atividade Norma de segurança


Os equipamentos utilizados na movimentação (guindastes,
empilhadeiras, esteiras rolantes e outros) devem ser calculados
e construídos para garantir resistência e segurança, além de
serem conservados em perfeitas condições de trabalho.
Operação de
elevadores, A carga máxima de trabalho do equipamento deve ser indicada
guindastes, em lugar visível.
transportadores Equipamentos de transporte motorizado devem possuir sinal
industriais e máquinas de advertência sonora (buzina).
transportadoras
Nos locais fechados ou pouco ventilados, a emissão de gases
tóxicos por máquinas transportadoras deverá ser controlada
para evitar concentrações, no ambiente de trabalho, acima dos
limites permissíveis.
A distância máxima para o transporte manual é de 60 metros.
Além do limite de 60 metros, o transporte deve ser realizado
mediante impulsão de vagonetes, carros, carretas, carros de
mão apropriados ou qualquer tipo de tração macanizada.
Transporte de sacos
O piso do armazém deverá ser constituído de material não
escorregadio ou molhados.
A empresa deverá providenciar cobertura apropriada dos
locais de carga e descarga da sacaria.
O peso do material armazenado não poderá exceder a
capacidade de carga calculada para o piso.
O material armazenado deverá ser disposto de forma a evitar
a obstrução de portas, equipamentos contra incêndio, saídas
de emergência etc.
Armazenagem de
O material empilhado deverá ficar afastado das estruturas
materiais
laterais do prédio a uma distância de pelo menos 0,5 m
A disposição de carga não deverá dificultar o trânsito, a
iluminação e o acesso às saídas de emergência.
O armazenamento deverá obedecer aos requisitos de
segurança especiais a cada tipo de material.

Fonte: MTE (1978c)

184
Você conhece a CIPA da sua empresa? A CIPA é a Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes.

Toda empresa que tenha um número superior a 20 funcionários

ee deve constituir essa comissão com representantes do


empregador e dos empregados, em números proporcionais à
quantidade de funcionários e de acordo com o grau de risco da
atividade.

Mesmo que na sua empresa não exista a CIPA, toda situação de risco deve ser
imediatamente relatada ao seu superior, para que medidas preventivas e corretivas
relacionadas à segurança possam ser tomadas de pronto.

185
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. Quando a embalagem fica
estufada, significa que o produto fermentou, ou seja, sofreu
uma alteração microbiológica que a torna inadequada para
consumo.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. Para garantir a higiene dos


produtos, basta apenas cuidar da limpeza nos armazéns e
veículos.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

186
Referências

ALVARENGA, A.; NOVAES, A. G. Logística aplicada. São Paulo: Pioneira, 2000.

BALLOU, R. R. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e


distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.

BRASIL. Lei nº 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão


de motorista, para regular e disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direção do
motorista profissional; e dá outras providências.

_______. Lei n° 11.442, de 05 de janeiro de 2007. Dispõe sobre o transporte rodoviário


de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração e revoga a Lei no6.813,
de 10 de julho de 1980. Brasília, 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11442.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 11 – Transporte, Movimentação,


Armazenagem e Manuseio de Materiais. Publicada em 08 de junho de 1978 e suas
alterações. Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E60
12BEF1FA6256B00/nr_11.pdf>. Acesso em: abr. 2015.

CENTODUCATO, D. O sonho de dez entre dez gestores de logística. Rev. Tecnologística


– Especial TI, ago. 2010. Disponível em: < http://www.gpspamcary.com.br/
tecnologistica_ed_especial_-_ago2010.pdf>. Acesso em: março 2015.

CNT — Confederação Nacional do Transporte. Pesquisa CNT de rodovias: 2014.


Brasília: CNT, 2014.

MOURA, R. A. Logística: suprimentos, armazenagem, distribuição física. São Paulo:


IMAM, 1989.

NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro:


Campus, 2001.

VALENTE, A. M.; NOVAES, A. G.; PASAGLIA, E.; VIEIRA, H. Gerenciamento de transporte


e frotas. São Paulo: Cengage Learning, 2008.

187
UNIDADE 2 | NORMAS
DE MOVIMENTAÇÃO E
ACONDICIONAMENTO DE
CARGAS

188
Unidade 2 | Normas de Movimentação e
Acondicionamento de Cargas

Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo à unidade 2! Todas as atividades desenvolvidas em


um armazém devem ser consideradas no momento da definição de seu layout. Mas,
para compreender melhor como são as operações nas áreas internas dos armazéns, é
essencial compreender três conceitos importantes, que veremos ao longo dessa unidade:
movimentação, acondicionamento e embalagem.

• Movimentação: mudança de mercadorias de um lugar para


outro.

• Acondicionamento: contenção de produtos (embalados ou


não).

• Embalagem: elemento que envolve, contém e protege os


produtos.

1 Layout Interno de Armazenagem

É a maneira como os homens, máquinas e materiais estão dispostos no interior de uma


instalação de armazenagem.

Os objetivos do layout são dois: (1) redução do custo e (2) maior produtividade das
máquinas, equipamentos, homens e espaços físicos. Para isso adotam-se as seguintes
medidas:

• Melhoria da utilização do espaço disponível;

• Redução da movimentação de material, equipamentos e pessoal;

• Definição de fluxo mais racional;

• Redução do tempo para o desenvolvimento dos processos;

189
• Oferta de melhores condições de trabalho.

Uma forma de organizar o layout de um armazém é dividi-lo conforme os serviços


realizados no processo de armazenagem. Os principais são:

Atividades do processo de armazenagem


Descarga, Retirada das mercadorias a serem armazenadas do
conferência e veículo transportador, inspeção e conferência das
recebimento mercadorias e da documentação na descarga.
Marcação e etiquetagem dos volumes recebidos,
Marcação e identificando o lote, data do recebimento, destino da
etiquetagem mercadoria e local onde será armazenada, identificação
de cargas perigosas etc.
Separação dos volumes conforme a natureza dos
produtos e as exigências de diferentes tipos de
Separação,
armazenagem. Ex: cargas perigosas, frigorificadas, cargas
segregação e
vivas etc. Em seguida, os produtos são encaminhados
endereçamento
aos seus respectivos endereços no armazém, onde
ficarão estocados.
Transferência adequada dos volumes, desde a área
Armazenagem
de recebimento do armazém até o local onde as
propriamente dita
mercadorias serão armazenadas.
Sequência de registros manuais, mecânicos ou
eletrônicos que relatem o histórico de ocorrências de
Registros e controle
cada lote de mercadorias, desde seu recebimento até
sua entrega final.
Montagem dos pedidos, a partir da requisição dos
materiais dos locais de armazenagem, de acordo com
Preparação de
os pedidos dos clientes. Envolve o empacotamento
pedidos
ou a unitização do pedido e seu envio para a doca de
expedição do armazém.
É feita a conferência da documentação de retirada, a
Preparação para a
identificação do lote no armazém, a transferência do
entrega
setor de armazenagem para o local da entrega etc.
Serviços adicionais prestados pelo armazém, além
Serviços acessórios das atividades básicas de armazenagem, tais como:
embalagem, montagem, limpeza, vigilância etc.

190
2 Montagem e Preparação de Pedidos

É a atividade do armazém na qual as cargas menores (colocadas em paletes,


contêineres etc.) são separadas para formar o pedido de um cliente. Sua finalidade
é atender ao pedido do cliente na cor, tamanho, estilo, sem danos, na data marcada
e na quantidade pedida, nem mais nem menos. Isso será verificado na conferência
qualitativa e quantitativa realizada antes de carregar a mercadoria no veículo de
transporte, tal qual se efetuou no momento da entrada dos produtos no armazém, na
fase de recebimento.

Na maior parte dos armazéns, depósitos e terminais, os produtos são trazidos do


estoque e, a seguir, são acondicionados em caixas, paletes, contêineres. Esses volumes
são então marcados externamente com o nome e endereço do destinatário, para
serem, depois, enviados à doca de embarque.

A preparação dos pedidos demanda os seguintes cuidados:

a. Para uma separação perfeita, é necessário que o pedido ou ordem de separação


seja preenchido e recebido corretamente;

b. O documento de separação deve conter o nome do destinatário ou um código


para o nome, o local exato onde o item está estocado, o nome do produto e a
quantidade para formar o pedido;

c. A identificação nas prateleiras, estantes ou paletes, deve ser idêntica à pedida no


documento de separação e ambas devem ser iguais à identificação do produto;

d. A separação de pedidos também pode ser controlada por computador. Ele envia
um alerta para cada separador, informando quais itens devem selecionar e a
quantidade de cada um;

e. A maioria das operações de separação de pedidos é a combinação de três


métodos: a) a separação em carga unitizada — feita quando uma carga paletizada
do produto é retirada do estoque; b) a separação em lote de caixas fechadas; c)
a separação em caixa aberta — feita quando o pedido do cliente não comporta
uma caixa fechada.

191
hh
A separação de pedidos pode ser manual, motorizada,
automática ou uma combinação desses métodos.

Sistemas empregados para separar pedidos


Utiliza carrinhos de mão, com duas os quatro rodas, que
Sistema manual são empurrados pelo separador ao longo do depósito e
carregados manualmente.
Utiliza veículos guiados ou não para transportar e/ou
elevar o empregado do armazém ao longo das linhas de
Sistema motorizado
separação. Os paletes, os carrinhos ou os contenedores
são carregados manualmente pelo separador de pedidos.
Faz uso do computador para conduzir o indivíduo até o
Sistema automático local de separação e orienta-lo sobre a separação dos
pedidos.

A forma de separar os pedidos pode ser dividida em separação descontínua ou em


lotes. Na separação descontínua é montado um único pedido por vez, para o qual
são recolhidos no depósito os itens necessários à formação daquele pedido. Uma vez
montado, o pedido é transportado até a área de preparação de pedidos, onde pode
ser consolidado com outros pedidos, recebe a identificação, o nome do destinatário, e
aguarda o envio para a doca de expedição.

Já a separação em lotes consiste na seleção simultânea de itens de vários pedidos.


Depois de coletados no depósito, os itens dos diversos pedidos são levados até a
área de preparação dos pedidos, sendo então fracionados nas quantidades de cada
pedido, consolidados com os outros itens do pedido, identificados com o nome do
destinatário e o código do pedido, e depois aguardam o momento de serem enviados
para a expedição.

Destaca-se que a unitização de cargas facilita bastante o processo de separação e


preparação de pedidos, pois as mercadorias de cada cliente ficam colocadas sobre um
palete ou contenedor, devidamente identificado e com endereçamento no local de
estocagem até chegar o momento de fazer a entrega das mercadorias para aquele
cliente.

Cada armazém ou depósito poderá ter um layout diferente. É importante, porém, que
os princípios para uma boa movimentação dos materiais e pessoas sejam seguidos, pois
o processo de separação de pedidos envolve muitos deslocamentos de funcionários no
interior dos locais de armazenagem.

192
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. A montagem e a preparação de
pedidos são atividades do armazém nas quais as cargas
menores (colocadas em paletes, contêineres etc.) são
separadas para formar o pedido de um cliente.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. Na maior parte dos armazéns,


depósitos e terminais, os produtos são trazidos do estoque
e, a seguir, são acondicionados em caixas, paletes,
contêineres.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

193
Referências

ALVARENGA, A.; NOVAES, A. G. Logística aplicada. São Paulo: Pioneira, 2000.

BALLOU, R. R. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e


distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.

BRASIL. Lei nº 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão


de motorista, para regular e disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direção do
motorista profissional; e dá outras providências.

_______. Lei n° 11.442, de 05 de janeiro de 2007. Dispõe sobre o transporte rodoviário


de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração e revoga a Lei no6.813,
de 10 de julho de 1980. Brasília, 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11442.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 11 – Transporte, Movimentação,


Armazenagem e Manuseio de Materiais. Publicada em 08 de junho de 1978 e suas
alterações. Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E60
12BEF1FA6256B00/nr_11.pdf>. Acesso em: abr. 2015.

CENTODUCATO, D. O sonho de dez entre dez gestores de logística. Rev. Tecnologística


– Especial TI, ago. 2010. Disponível em: < http://www.gpspamcary.com.br/
tecnologistica_ed_especial_-_ago2010.pdf>. Acesso em: março 2015.

CNT — Confederação Nacional do Transporte. Pesquisa CNT de rodovias: 2014.


Brasília: CNT, 2014.

MOURA, R. A. Logística: suprimentos, armazenagem, distribuição física. São Paulo:


IMAM, 1989.

NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro:


Campus, 2001.

VALENTE, A. M.; NOVAES, A. G.; PASAGLIA, E.; VIEIRA, H. Gerenciamento de transporte


e frotas. São Paulo: Cengage Learning, 2008.

194
Responsável
Técnico – RT

MÓDULO 3 –
PARTE 2
UNIDADE 3 | UNITIZAÇÃO DE
CARGAS

196
Unidade 3 | Unitização de Cargas

Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à unidade 3! Os artefatos de unitização de cargas e as


embalagens são fundamentais para dar maior agilidade às operações de carga, descarga e
de transporte de materiais. Eles também são importantes na arrumação das mercadorias,
tanto no interior do armazém como nos veículos, pois oferecem melhores condições
de segurança à carga quando de sua movimentação. Além da proteção, permitem uma
ocupação otimizada dos espaços de armazenagem.

No primeiro módulo do curso já estudamos os conceitos relacionados à unitização. Vamos


relembrar!

A unitização é o processo de agrupamento de embalagens ou


volumes em uma carga maior, ou seja, é a arrumação de pequenos
volumes de mercadorias em unidades maiores e padronizadas,
possibilitando movimentações mecânicas.

Nesta unidade, vamos aprofundar nossos conhecimentos sobre os artefatos empregados


na unitização de mercadorias. Bons estudos!

1 Artefatos de Unitização de Cargas

Você já imaginou como as operações de transporte e armazenagem ficariam complicadas


se grandes volumes de mercadorias não pudessem ser padronizados e unitizados?

Ficaria muito mais difícil calcular o peso das cargas e, consequentemente, determinar o
custo do seu transporte. Além disso, seria mais demorado prever o tempo a despender
em carregamento e descarregamento.

O processo de unitizar cargas traz muitas vantagens para a logística. Vamos conhecer
algumas!

• Permite movimentação de cargas maiores;

197
• Reduz o tempo de carga e descarga;

• Reduz o custo de movimentação e armazenamento de materiais;

• Permite maior ocupação volumétrica de armazéns e veículos;

• Melhora a organização do armazenamento;

• Facilita a localização de itens estocados;

• Facilita o inventário de materiais;

• Reduz a probabilidade de danos nos materiais estocados;

• Dificulta o furto de materiais estocados.

Porém, fazer uso de carga unitizada apresenta alguns inconvenientes. Veja os principais:

• Exige equipamentos especiais de movimentação e armazenamento;

• Dificulta a inspeção aleatória de carga;

• Os unitizadores precisam retornar ao proprietário.

Vamos conhecer as características dos dois principais artefatos de unitização de cargas!

2 Paletes e Contêineres

O palete é o elemento unitizador mais empregado e pode ser


feito de madeira, aço, alumínio, plástico e papelão.

Suas dimensões também podem variar, sendo que as mais comuns são:

• 0,80 m x 1,00 m

• 1,00 m x 1,00 m

198
• 1,00 m x 1,20 m

• 1,20 m x 1,20 m

A movimentação dos paletes

ee pode ser feita através de


empilhadeiras ou paleteiras
manuais ou elétricas. Lembre-se
de que os equipamentos elétricos
permitem a movimentação de
maiores quantidades em menor
tempo.

Os contêineres, também conhecidos como cofre de carga,


contentor ou contenedor, consistem em estruturas geralmente
metálicas, de grandes dimensões, que permitem acomodar,
estabilizar e proteger certa quantidade de materiais em seu
interior.

Esses equipamentos são habitualmente usados quando existe troca de modais de


transporte no percurso entre um fornecedor e o cliente, como na integração entre
navios e trens.

Existem contêineres para transporte terrestre, aéreo e

ee marítimo/fluvial, sendo mais utilizado o marítimo, que possui 20


ou 40 pés de medida.

Existem diversos modelos de


contêineres, podendo ser
refrigerados ou não, dependendo do
produto a ser transportado. Esses
grandes recipientes são também
utilizados como tanques de gases ou
líquidos para o transporte a granel.

199
3 Identificação dos Artefatos de Unitização e suas Cargas

Atualmente, tecnologias de código de barras e de etiquetas inteligentes estão


difundidas nas embalagens dos produtos e nos artefatos de unitização de cargas.
Elas contêm as informações necessárias para o gerenciamento dos fluxos logísticos
dos produtos no interior do armazém e nos veículos de transporte, mas também nos
outros pontos de comercialização e movimentação ao longo da cadeia logística.

Veja a seguir um exemplo de código de barras, presente em grande parte das


mercadorias atualmente comercializadas!

Os códigos de barras e as etiquetas inteligentes são fundamentais no processo


de rastreamento do produto durante a movimentação e a armazenagem entre o
fornecedor e o cliente. Com essa tecnologia, é possível conhecer a exata localização do
produto durante o seu deslocamento. Isso ajuda bastante no planejamento das vendas
e dos estoques, por exemplo.

200
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. Os artefatos de unitização de
cargas e as embalagens são fundamentais para dar maior
agilidade às operações de carga, descarga e de transporte de
materiais.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. O palete é o elemento


unitizador mais empregado e pode ser feito de madeira, aço,
alumínio, plástico e papelão.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

201
Referências

ALVARENGA, A.; NOVAES, A. G. Logística aplicada. São Paulo: Pioneira, 2000.

BALLOU, R. R. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e


distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.

BRASIL. Lei nº 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão


de motorista, para regular e disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direção do
motorista profissional; e dá outras providências.

_______. Lei n° 11.442, de 05 de janeiro de 2007. Dispõe sobre o transporte rodoviário


de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração e revoga a Lei no6.813,
de 10 de julho de 1980. Brasília, 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11442.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 11 – Transporte, Movimentação,


Armazenagem e Manuseio de Materiais. Publicada em 08 de junho de 1978 e suas
alterações. Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E60
12BEF1FA6256B00/nr_11.pdf>. Acesso em: abr. 2015.

CENTODUCATO, D. O sonho de dez entre dez gestores de logística. Rev. Tecnologística


– Especial TI, ago. 2010. Disponível em: < http://www.gpspamcary.com.br/
tecnologistica_ed_especial_-_ago2010.pdf>. Acesso em: março 2015.

CNT — Confederação Nacional do Transporte. Pesquisa CNT de rodovias: 2014.


Brasília: CNT, 2014.

MOURA, R. A. Logística: suprimentos, armazenagem, distribuição física. São Paulo:


IMAM, 1989.

NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro:


Campus, 2001.

VALENTE, A. M.; NOVAES, A. G.; PASAGLIA, E.; VIEIRA, H. Gerenciamento de transporte


e frotas. São Paulo: Cengage Learning, 2008.

202
UNIDADE 4 | PROCESSOS
DE ARMAZENAMENTO DE
PRODUTOS MATERIAIS

203
Unidade 4 | Processos de Armazenamento de
Produtos Materiais

Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à unidade 4! A alocação do espaço físico para os


produtos dentro de um armazém refere-se ao layout físico da mercadoria ou, em outras
palavras, à determinação do local do depósito em que serão colocados os vários produtos.
Ela visa minimizar as despesas de movimentação de materiais, obter melhor utilização
do espaço do armazém, além de satisfazer a certas restrições relativas à localização do
produto, tais como segurança, seguro contra incêndio e necessidades de preparação dos
pedidos.

Nos armazéns ou em seus pátios, a carga deve ser disposta e endereçada de forma racional
(organizada e coerente) para que os movimentos sejam minimizados, e para que os itens
sejam encontrados rapidamente quando forem solicitados. Além disso, o bom arranjo das
cargas evita que haja deterioração, danos, perdas e contaminação entre os produtos.

Nesta unidade, vamos conhecer algumas técnicas de disposição dos produtos no interior
dos almoxarifados como forma de melhorar o serviço ao cliente e tornar a empresa mais
competitiva. Bons estudos!

204
1 Arrumação dos Materiais no Armazém

A disposição dos produtos no armazém pode ser baseada em quatro critérios. Veja!

Critérios para arrumação de produtos nos armazéns


Define que os itens geralmente requisitados juntos
devem ficar armazenados em locais próximos no interior
Complementaridade
do armazém. Exemplo: lápis, canetas e borrachas
escolares.
Considera que há itens que não podem ser colocados
Compativilidade próximos a outros. Exemplo: produtos alimentícios e
produtos de limpeza.
Considera a rotatividade de diferentes produtos nos
armazéns. Assim, itens com alta rotatividade são
Popularidade chamados de itens populares e devem ficar localizados,
sempre que possível, próximos às áreas de saída para
evitar viagens longas dentro do armazém.
Determina que sejam armazenados os itens pequenos e
Tamanho e peso
leves próximos da saída do armazém.

Com base nesses critérios, foram desenvolvidos alguns métodos intuitivos, com o
objetivo de dividir o espaço disponível no armazém entre os vários tipos de produtos,
de uma maneira racional e organizada, o que é buscado pela gestão moderna dos
armazéns, sejam eles automáticos ou manuais. Vamos estudar essas técnicas de
disposição dos produtos mais profundamente.

2 Métodos para Alocação de Produtos

Existem alguns métodos para dividir o espaço disponível no armazém entre os vários
produtos, de maneira racional. Este é um dos problemas que vêm sendo estudados
pela gestão moderna dos armazéns, considerando tanto os sistemas de alocação e
movimentação automáticos quanto os manuais.

205
2.1 Alocação de Produtos Segundo a Rotatividade do Item

Neste sistema, divide-se o espaço do armazém de acordo com a rotatividade do item,


de forma a reduzir as distâncias de deslocamento pelas máquinas e pessoas e o tempo
de formação dos pedidos.

Para atingir os objetivos de redução de distâncias e tempos, é necessário que os


produtos com alta rotatividade (aqueles que têm alta movimentação, que vendem
mais) sejam posicionados próximo às áreas de recepção ou expedição de mercadorias.

2.2 Alocação de Produtos Segundo o Tamanho do Item

Neste método, separam-se os itens de pequenos volumes dos de grandes volumes, de


maneira a permitir que os primeiros estejam localizados perto dos pontos de entrada
de mercadorias (recepção). Dessa forma, a movimentação pode ser diminuída, já que
uma maior quantidade de itens pode ser localizada nas vizinhanças das zonas de
recebimento e expedição dos produtos.

206
2.3 Índice de Volume por Pedido (IK)

O método consiste em combinar tanto o movimento quanto o volume solicitado do


produto como fatores importantes para a alocação de produtos no armazém. O Índice
de volume por pedido é definido pela razão entre o volume solicitado do produto (V)
e a quantidade diária de pedidos em que se requisita esse produto (P). Ele é calculado
pela equação:

Ik=Vk/Pk

Onde: k representa a quantidade de produtos ( k = 1, 2, 3, ... n )

Produtos com baixo Índice Ik devem ser alocados próximo às docas de recepção e
expedição, o que assegura que o maior volume de estoque será movimentado por
menores distâncias.

2.4 Agrupamento em Famílias

Este sistema propõe que a alocação dos produtos no armazém siga o critério de
se agrupar em locais próximos itens que possuem características comuns, ou que
aparecem com frequência nos mesmos pedidos.

São exemplos de famílias: mesmo tipo de produtos (telhas de barro, de cimento e de


plástico), itens fabricados no mesmo material (objetos de madeira agrupados próximos,
objetos de plástico agrupados em outro local), itens normalmente comprados juntos
(material escolar, utensílios domésticos, materiais de limpeza). Com esses critérios a
busca dos itens para montagem dos pedidos será facilitada.

207
3 Endereçamento dos Produtos no Armazém

Você sabe como se faz para encontrar um produto ou para destiná-lo a um determinado
local de estocagem no depósito?

Isso funciona mais ou menos como a atividade de distribuição e coleta dos correios.
Cada espaço nas prateleiras do depósito deve ter um endereço, tal qual temos o
Código de Endereçamento Postal (CEP), para identificar o endereço exato de nossas
residências.

Assim que a carga é recebida, é importante identificar o local para sua estocagem.
Aliás, essa decisão deve, preferencialmente, ser tomada antes do recebimento das
mercadorias, evitando possíveis contratempos.

A questão da localização envolve os métodos básicos de endereçamento das


mercadorias no armazém, que são: o sistema de endereçamento fixo, o sistema de
endereçamento variável e o sistema misto.

a. Sistema de Endereços Fixos

É designada uma localização permanente para cada produto, aos quais são associados
códigos. A vantagem deste método é a facilidade de localização do produto no
momento em que será procurado, pois ele estará sempre estocado no mesmo local
dentro do armazém. Isso possibilita maior agilidade na formação do pedido, reduzindo
o tempo de carregamento e a entrega dos produtos ao cliente.

Por outro lado, o sistema apresenta a desvantagem de criar espaços ociosos,


principalmente quando os níveis de estoque são inferiores ao pico da demanda, pois o
espaço deve ser sempre suficiente para acomodar a demanda máxima de cada produto.

b. Sistema de Endereços Variáveis

O princípio desse sistema é colocar o produto em qualquer lugar disponível no


momento de sua chegada ao depósito. Ele proporciona uma melhor utilização da
área do almoxarifado, pois permite preencher os espaços de forma mais organizada e
racional.

208
No entanto, para que o sistema funcione corretamente sem causar anarquia, as
exigências de planejamento são maiores. É necessária uma codificação dos produtos
bastante completa e eficaz, sendo mais indicado o uso de sistemas de armazenagem
automatizados, que utilizam computadores e programas de informática para endereçar
os produtos.

Além disso, esse sistema poderá resultar em aumento dos deslocamentos no momento
da formação dos pedidos, tendo em vista que um único tipo de produto pode estar
disposto em vários locais dentro do depósito. Portanto, o endereçamento variável
pode ser prejudicial à empresa se ela não contar com um rígido controle automatizado
dos estoques.

c. Sistema de Endereçamento Misto

Baseado na utilização das características dos dois sistemas anteriores. Em outras


palavras, determinadas categorias de produtos são aqui confinadas em certas zonas
dentro do armazém (endereço fixo). No interior dessas zonas, os itens são colocados
onde houver espaço disponível (endereço variável).

O endereçamento misto mostrou-se bastante eficiente em armazéns paletizados (que


usam paletes para armazenar mercadorias), com grande volume de movimentação.

Sugestões para selecionar o sistema de endereçamento dos estoques:

• Realizar a estocagem em função das características do produto (forma


de acondicionamento, densidade, grau de periculosidade, perecibilidade,
fragilidade, compatibilidade entre cargas diversas, estado físico etc.);

• Usar grandes áreas para grandes lotes de carga e vice-versa;

• Usar os locais mais altos de estocagem para os produtos que lá possam ser
colocados com segurança e eficiência;

• Estocar os itens de maior peso nos pisos mais resistentes e mais próximos da
área de expedição;

• Estocar os itens leves sobre os pisos menos resistentes ou sobre os mezaninos;

• Localizar próximos os itens idênticos ou similares;

209
• Usar localizações distantes e altas para os itens inativos (fora de uso, obsoletos),
ou para itens mais fáceis de serem manuseados (leves, pequenos etc.);

• Estocar os itens que têm pouca rotatividade, ou que demorarão a ser utilizados,
em áreas mais distantes do recebimento e da expedição, e nas posições mais
altas do depósito;

• Colocar os itens de maior rotatividade, ou que serão entregues imediatamente,


perto da expedição ou mesmo próximo da doca de saída, e em localização mais
baixa.

Seja qual for o sistema escolhido, a utilização do código de barras e de etiquetas


inteligentes para identificar o produto e seu endereço traz resultados bastante
positivos na gestão dos estoques. Com o advento das novas tecnologias, como o código
de barras e os sistemas informatizados de gestão de depósitos, basta entrar com os
códigos do item no computador que o sistema indica rapidamente sua localização nas
prateleiras ou estantes do armazém.

210
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. Nos armazéns ou em seus
pátios, não é necessário que a carga seja disposta de forma
racional, pois de qualquer forma os itens serão encontrados
rapidamente quando forem solicitados.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. No sistema de alocação de


produtos segundo a rotatividade do item, divide-se o espaço
do armazém de acordo com a rotatividade do item, de forma
a reduzir as distâncias de deslocamento pelas máquinas e
pessoas e o tempo de formação dos pedidos.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

211
Referências

ALVARENGA, A.; NOVAES, A. G. Logística aplicada. São Paulo: Pioneira, 2000.

BALLOU, R. R. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e


distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.

BRASIL. Lei nº 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão


de motorista, para regular e disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direção do
motorista profissional; e dá outras providências.

_______. Lei n° 11.442, de 05 de janeiro de 2007. Dispõe sobre o transporte rodoviário


de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração e revoga a Lei no6.813,
de 10 de julho de 1980. Brasília, 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11442.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 11 – Transporte, Movimentação,


Armazenagem e Manuseio de Materiais. Publicada em 08 de junho de 1978 e suas
alterações. Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E60
12BEF1FA6256B00/nr_11.pdf>. Acesso em: abr. 2015.

CENTODUCATO, D. O sonho de dez entre dez gestores de logística. Rev. Tecnologística


– Especial TI, ago. 2010. Disponível em: < http://www.gpspamcary.com.br/
tecnologistica_ed_especial_-_ago2010.pdf>. Acesso em: março 2015.

CNT — Confederação Nacional do Transporte. Pesquisa CNT de rodovias: 2014.


Brasília: CNT, 2014.

MOURA, R. A. Logística: suprimentos, armazenagem, distribuição física. São Paulo:


IMAM, 1989.

NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro:


Campus, 2001.

VALENTE, A. M.; NOVAES, A. G.; PASAGLIA, E.; VIEIRA, H. Gerenciamento de transporte


e frotas. São Paulo: Cengage Learning, 2008.

212
Responsável
Técnico – RT

MÓDULO 3 –
PARTE 3
UNIDADE 5 |
DIMENSIONAMENTO DA FROTA

214
Unidade 5 | Dimensionamento da Frota

Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à unidade 5! A administração da frota é a gestão dos


veículos usados pela empresa, e envolve aspectos desde o dimensionamento adequado até
a sua manutenção de forma eficiente, incluindo a roteirização, que permite determinar
uma melhor sequência de visitas a um determinado número de clientes no interior de uma
zona de coleta ou de distribuição. Bons estudos!

1 Dimensionamento da Frota

Para o dimensionamento da frota, a primeira providência que se deve tomar é estimar


ou conhecer a demanda.

A demanda pode ser entendida como a quantidade (peso ou


volume) do produto que será movimentado em determinado
intervalo de tempo.

Entretanto, podemos saber qual a demanda atual do produto, mas não sabemos
precisamente como o mercado se comportará amanhã devido a uma série de elementos,
como:

• As pessoas podem consumir mais ou menos produtos, interferindo na necessidade


por transporte;

• Há muitas empresas concorrendo no mesmo mercado, ou seja, há muita oferta


para pouca demanda;

• Há outros modos de transporte que podem substituir o caminhão para executar


determinado serviço de movimentação;

• As características da carga mudam ao longo do tempo (contêineres, paletes etc.),


tornando os veículos inadequados para executar o serviço;

215
• A configuração das cadeias logísticas evolui com o tempo, exigindo o uso de
veículos de diferentes capacidades, de acordo com as formas adotadas para
distribuição.

Podemos dizer que há duas situações distintas com as quais as empresas se defrontam
por ocasião do processo de dimensionamento da frota: (i) demanda desconhecida ou
(ii) demanda conhecida.

A primeira situação é aquela que traz maiores


problemas. Nesse caso precisamos prever a demanda.
O complexo trabalho de previsão é feito, em geral,
por profissionais que trabalham com números,
como economistas, engenheiros ou estatísticos, que
possuem conhecimentos profundos em modelos
matemáticos e estatísticos aplicado ao transporte.

A determinação das equações matemáticas e modelos para calcular a demanda pelo


serviço de transporte não será abordada neste curso.

gg
O livro Gerenciamento de transportes e frotas (VALENTE et
al., 2008) é uma excelente referência bibliográfica para
aprofundar os seus conhecimentos sobre o assunto. Confira!

Sabendo ou prevendo a demanda, em ambos os casos é conveniente, antes de tudo,


dividir esta demanda por transporte em função das distâncias a serem percorridas entre
a origem e o destino das cargas. Esse fator determina o tamanho e as características do
veículo que serão utilizados.

Em geral, temos duas situações a considerar:

• Transporte de cargas de longo curso que, em geral, é realizado na área rural,


ligando duas cidades que não estão situadas na mesma aglomeração. Há nessa
situação uma distância significativa entre o ponto de origem e o de destino da
carga (podem-se adotar distâncias acima de 200 km); e

• Transporte de cargas no meio urbano — são as entregas e coletas realizadas nos


centros urbanos ou aglomerações.

216
Se a empresa trabalhar nos dois tipos de mercado (urbano e rural), ela precisa
dimensionar uma frota com veículos de diferentes tamanhos e características para
atender às necessidades dos dois mercados. Caso ela opere somente em um mercado,
poderá ter uma frota mais homogênea em termos de capacidade e características
mecânicas.

2 Roteiro para o Dimensionamento da Frota

Veja a seguir um roteiro que sua empresa pode adotar para o dimensionamento da
frota:

Passo a passo para o dimensionamento da frota

Passo Descrição

Determinar / estimar a demanda mensal de cargas e suas unidades


1. Estimativa de demanda
(volume, peso etc).

Fixar os dias de trabalho durante o mês e as horas de trabalho por


2. Definir os dias de trabalho
dia.

Verificar as rotas a serem utilizadas, analisando o relevo, as


3. Análise da rota condições de tráfego, as condições do pavimento, o tipo de
pavimento etc.

Determinar a velocidade média de deslocamento durante o


4. Definição da velocidade
percurso.

Determinar os tempos de carga, descarga, paradas em filas,


5. Definição dos tempos de
paradas para refeição e descanso dos motoristas, as horas em
percurso e outras atividades
manutenção etc.

Analisar as especificações técnicas de cada modelo de veículo,


6. Seleção de veículos para escolher o que melhor atende ás exigências do transporte
desejado.

7. Avaliação da capacidade Identificar a capacidade de carga útil do veículo pode realizar.

8. Cálculo de viagem Calcular o número de viagens / mês que cada veículo pode realizar.

Determinar a quantidade de carga transportada por veículo e por


9. Cálculo da produtividade
mês.

Calcular o número de veículos necessários dividindo-se a demanda


10. Definição da quantidade
mensal de carga pela quantidade transportada por veículo e por
de veículos necessários
mês.

Acrescentar, ao número de veículos calculados, veículos adicionais


11. Definição da frota
para substituir os caminhões em manutenção. avariados etc.

217
3 Gestão da Frota para Atendimento da Demanda

Todos sabemos que a demanda oscila ao


longo do tempo, principalmente em função
do desempenho da economia do país. Caso a
empresa que tem frota própria dimensione
seus veículos para a maior demanda mensal,
como, por exemplo, nos meses de novembro
e dezembro, poderá enfrentar meses de
subutilização (ociosidade) em determinado
período do ano. E, como sabemos, manter
esses veículos parados gera aumento dos
custos.

Na prática as empresas usam alguns artifícios ou técnicas de gestão da frota para


evitar esses períodos de ociosidade ou insuficiência de veículos. Veja alguns exemplos:

3.1 Parcerias

Elas ocorrem entre duas ou mais empresas que se juntam para realizar determinado
serviço de transporte. As demandas por serviços das empresas são unidas, assim como as
frotas de veículos. Desta maneira, podem ser racionalizados os recursos (funcionários,
equipamentos e veículos). Ao atuarem em parceria, as cargas das empresas podem ser
colocadas no mesmo veículo, otimizando a capacidade.

3.2 Terceirização

A terceirização é o uso de serviços de terceiros por uma empresa. Quando uma


empresa tem uma demanda elevada de serviços e não tem frota suficiente, ela pode
contratar um transportador autônomo, por exemplo, para realizar parte do transporte.

218
Se a empresa possuir motoristas em excesso, pode também locar outros veículos para
executar o serviço. A terceirização evita que a empresa tenha que adquirir veículos
novos quando a demanda é elevada e vendê-los quando a demanda volta ao normal.

3.3 Franquias ou Franchising

Esse sistema é muito utilizado pelas empresas de transporte para expandir sua área de
atuação no mercado. Elas possuem filiais que podem ser oferecidas a outras empresas
que estejam interessadas em atuar com o nome da empresa franqueadora, aproveitando
sua experiência, conhecimentos e contatos acumulados no setor. Assim, um agente
de carga ou mesmo outro transportador pode adquirir uma franquia e trabalhar em
mercados onde o franqueador não tem acesso ou condições de atendimento direto.

219
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. Não sabemos precisamente
como o mercado se comportará amanhã devido a uma série
de elementos, entre eles podemos citar as características da
carga que mudam ao longo do tempo, bem como outros
modos de transporte que podem substituir o caminhão para
executar determinado serviço de movimentação e mesmo o
aumento ou diminuição do consumo/demanda.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. Entre o passo a passo que pode


ser adotado para o dimensionamento da frota encontramos
itens como analisar as especificações técnicas de cada
modelo de veículo e determinar a velocidade média de
deslocamento durante o percurso.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

220
Referências

ALVARENGA, A.; NOVAES, A. G. Logística aplicada. São Paulo: Pioneira, 2000.

BALLOU, R. R. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e


distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.

BRASIL. Lei nº 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão


de motorista, para regular e disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direção do
motorista profissional; e dá outras providências.

_______. Lei n° 11.442, de 05 de janeiro de 2007. Dispõe sobre o transporte rodoviário


de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração e revoga a Lei no6.813,
de 10 de julho de 1980. Brasília, 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11442.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 11 – Transporte, Movimentação,


Armazenagem e Manuseio de Materiais. Publicada em 08 de junho de 1978 e suas
alterações. Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E60
12BEF1FA6256B00/nr_11.pdf>. Acesso em: abr. 2015.

CENTODUCATO, D. O sonho de dez entre dez gestores de logística. Rev. Tecnologística


– Especial TI, ago. 2010. Disponível em: < http://www.gpspamcary.com.br/
tecnologistica_ed_especial_-_ago2010.pdf>. Acesso em: março 2015.

CNT — Confederação Nacional do Transporte. Pesquisa CNT de rodovias: 2014.


Brasília: CNT, 2014.

MOURA, R. A. Logística: suprimentos, armazenagem, distribuição física. São Paulo:


IMAM, 1989.

NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro:


Campus, 2001.

VALENTE, A. M.; NOVAES, A. G.; PASAGLIA, E.; VIEIRA, H. Gerenciamento de transporte


e frotas. São Paulo: Cengage Learning, 2008.

221
UNIDADE 6 | ADEQUAÇÃO DE
VEÍCULOS E EQUIPAMENTOS

222
Unidade 6 | Adequação de Veículos e Equipamentos

Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à unidade 6! Para o responsável técnico, é imprescindível


conhecer as etapas do processo logístico de movimentação de cargas. Nesta unidade,
vamos estudar as atividades relacionadas ao planejamento da operação no transporte
rodoviário de cargas e discutir alguns aspectos do desempenho operacional. Por fim,
vamos conhecer aspectos do planejamento das escalas de trabalho dos condutores e do
uso dos veículos. Bons estudos!

1 A Logística e o Planejamento do Transporte

Como estudamos no Módulo 1, a logística é o processo de planejamento, implementação


e controle eficiente e eficaz do fluxo e armazenagem de mercadorias, serviços e
informações relacionadas. Este planejamento envolve o deslocamento da carga desde
o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender às necessidades
do cliente.

A logística envolve as atividades de comprar, receber, armazenar,

ee separar, expedir, transportar e entregar o produto/serviço certo,


na hora certa, no lugar certo, ao menor custo possível. Para isso,
é preciso contar com planejamento eficiente das atividades
logísticas!

O planejamento é responsável pelo bom andamento das atividades de movimentação


das mercadorias entre os pontos de fornecimento e os pontos de consumo. Mas isso
não é tudo! O planejamento deve preocupar-se, também, em oferecer ao consumidor
qualidade na prestação dos serviços, atendendo-o de acordo com suas necessidades.

hh
Para oferecer um serviço de qualidade, é imprescindível planejar
detalhadamente cada atividade logística!

223
2 Planejamento das Escalas de Trabalho

Esta atividade consiste, basicamente, em construir e organizar as sequências de viagens


que deverão ser executadas por cada um dos condutores, respeitando as restrições
legais, contratuais e sindicais. O resultado desse planejamento é um conjunto de
viagens programadas, que será executado em determinado período. Além disso, para
cada viagem programada deverá ser definido o motorista e o veículo que será utilizado.

Não se esqueça de respeitar os limites e diretrizes estabelecidos

ee pela Lei nº 13.103/15, que regula e disciplina a jornada de


trabalho e o tempo de direção dos motoristas profissionais.

O planejamento das escalas, seja ele semanal ou mensal,


pode ser abordado através de dois enfoques: cíclico ou
individualizado. O planejamento de escala cíclica consiste
em construir uma sequência contendo todas as jornadas
diárias de trabalho intercaladas por dias de folga. Esta
sequência constitui-se num ciclo de trabalho que é
repetida por todos os condutores, sendo que cada um a
inicia em uma posição diferente.

Já o planejamento individualizado consiste em construir


sequências individuais de jornadas de trabalho, levando
em consideração o histórico de cada condutor e horários
preferenciais individualizados.

No planejamento das escalas de trabalho, o objetivo principal da empresa não é de


economizar recursos humanos de forma indiscriminada, uma vez que o número de
condutores disponíveis está adequado às necessidades da empresa. A empresa deve
ter como foco principal a racionalização do processo de formação de escala de trabalho,
que resultará em benefícios tanto para os condutores quanto para a empresa.

224
3 O Nível de Serviço Considerado no Planejamento

A qualidade do gerenciamento dos fluxos de cargas e do gerenciamento dos serviços é


conhecida como nível de serviço logístico. Há três fatores fundamentais para identificar
o nível de serviço logístico ao cliente:

a. Disponibilidade

b. Confiabilidade

c. Desempenho

3.1 Disponibilidade

A disponibilidade compreende a capacidade da empresa de ter


o produto em estoque (disponível) no exato momento em que
ele é desejado pelo cliente.

Duas empresas vendem o mesmo produto e, no entanto, uma

cc delas não possui o produto em estoque quando o cliente vem


procurá-lo. Esta empresa não poderá atender o cliente no exato
momento em que ele efetivamente precisou do produto.

Neste caso, o cliente irá optar por comprar o produto na outra


empresa, que possui, em estoque, o produto necessário no
momento da procura. Caso este fato seja recorrente, o cliente
irá optar por procurar seus produtos diretamente na empresa
que terá o produto disponível no momento em que ele precisa.

225
3.2 Confiabilidade

Trata-se da variação de tempo em torno dos prazos fixados para o atendimento ao


cliente, para a entrega das mercadorias, etc.

A confiabilidade é a exatidão no cumprimento da programação


estabelecida para o serviço de transporte, além da manutenção
dos itinerários pré-fixados, caso sejam informados ao cliente.

Para o cliente, alguns atrasos eventuais decorrentes de situações inesperadas são


bastante compreensíveis. No entanto, quando estes atrasos passam a ser frequentes,
ou ocorrem situação especial em que o cliente dependa muito daquela entrega, ele
passa a não confiar mais no transporte.

hh
Uma empresa confiável é aquela que cumpre os prazos acordados
em contrato para disponibilizar o produto ao cliente!

3.3 Desempenho Operacional

Avalia se o nível de serviço oferecido ao cliente está de acordo com o que foi estipulado
no contrato. Ele pode ser medido por fatores como:

• Velocidade.

• Flexibilidade.

• Integridade das cargas transportadas.

Vamos compreender melhor o que é a flexibilidade. Este parâmetro está relacionado à


capacidade da empresa de lidar com solicitações extraordinárias de serviço dos clientes.
São exemplos: mudanças ocasionais nos serviços de entrega; entregas emergenciais; e
troca de produtos fornecidos com defeitos.

226
Para o cliente, o esclarecimento em relação a estas mudanças ocasionais é muitas
vezes mais importante do que a insatisfação pela ocorrência da mudança. Portanto,
caso as mudanças sejam necessárias, informe imediatamente ao cliente, justificando
os motivos e oferecendo as garantias de que ele será atendido da melhor maneira, tão
logo seja possível.

Como observamos, o planejamento e gestão do transporte rodoviário de cargas é uma


atividade ampla, ou seja, engloba um conjunto de atividades, para as quais é necessário
conhecimento abrangente para garantir o sucesso do planejamento do transporte.

Para o gestor é essencial a oferta de um bom nível de serviço logístico. Assim, o


planejador deve estar sempre atento à velocidade com que o sistema opera, à
flexibilidade oferecida pelos seus serviços e, principalmente, à garantia da integridade
das cargas transportadas.

227
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. Além de envolver as atividades
de comprar, receber, transportar e entregar o produto/
serviço, o planejamento logístico inclui a organização de
viagens a serem executadas por cada um dos condutores,
respeitando as restrições legais, contratuais e sindicais.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. Nível de serviço logístico é a


qualidade do gerenciamento dos fluxos de cargas e do
gerenciamento dos serviços. Disponibilidade, parcerias,
franquias e desempenho são alguns dos seus fatores
fundamentais para identificar o nível de serviço logístico ao
cliente.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

228
Referências

ALVARENGA, A.; NOVAES, A. G. Logística aplicada. São Paulo: Pioneira, 2000.

BALLOU, R. R. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e


distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.

BRASIL. Lei nº 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão


de motorista, para regular e disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direção do
motorista profissional; e dá outras providências.

_______. Lei n° 11.442, de 05 de janeiro de 2007. Dispõe sobre o transporte rodoviário


de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração e revoga a Lei no6.813,
de 10 de julho de 1980. Brasília, 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11442.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 11 – Transporte, Movimentação,


Armazenagem e Manuseio de Materiais. Publicada em 08 de junho de 1978 e suas
alterações. Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E60
12BEF1FA6256B00/nr_11.pdf>. Acesso em: abr. 2015.

CENTODUCATO, D. O sonho de dez entre dez gestores de logística. Rev. Tecnologística


– Especial TI, ago. 2010. Disponível em: < http://www.gpspamcary.com.br/
tecnologistica_ed_especial_-_ago2010.pdf>. Acesso em: março 2015.

CNT — Confederação Nacional do Transporte. Pesquisa CNT de rodovias: 2014.


Brasília: CNT, 2014.

MOURA, R. A. Logística: suprimentos, armazenagem, distribuição física. São Paulo:


IMAM, 1989.

NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro:


Campus, 2001.

VALENTE, A. M.; NOVAES, A. G.; PASAGLIA, E.; VIEIRA, H. Gerenciamento de transporte


e frotas. São Paulo: Cengage Learning, 2008.

229
UNIDADE 7 | MANUTENÇÃO DA
FROTA

230
Unidade 7 | Manutenção da Frota

Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à unidade 7! Nesta unidade, estudaremos a manutenção


veicular, que é um dos fatores que contribuem para a redução dos custos operacionais,
melhoria das condições de segurança e para a conservação do meio ambiente. Seu
objetivo é manter ou reestabelecer as condições operacionais de máquinas, equipamentos
e veículos, para que estes estejam adequadamente disponíveis para o transporte e a
movimentação das mercadorias ao longo das cadeias logísticas. Bons estudos!

1 Manutenção e Manutenabilidade

Uma manutenção bem executada é fundamental para que a vida útil prescrita de
um veículo ou de um equipamento seja maximizada, tanto no que se refere ao seu
desempenho quanto à sua disponibilidade. Os principais objetivos da manutenção são:

• Otimizar os insumos, garantindo segurança e reduzindo os impactos ambientais;

• Garantir a frota disponível para a operação do serviço; e

• Manter o controle do histórico da manutenção veicular no período de vida útil do


veículo.

É importante lembrar que nem sempre reaproveitar e recuperar um item é a melhor


decisão a ser tomada. Insistir no uso de peças, veículos e equipamentos que tenham
ultrapassado muito sua vida útil pode ser antieconômico e inseguro.

Outro conceito fundamental no processo de manutenção é a manutenabilidade.

A manutenabilidade refere-se à capacidade ou grau de facilidade


de o veículo ter sua manutenção executada de modo adequado.

Ela é expressa em facilidade e economia de manutenção, disponibilidade do


equipamento, segurança e precisão na execução de ações de manutenção. Tem a ver
com as condições da garagem, ferramentas, equipamentos e oficinas.

231
2 Manutenção Preventiva e Corretiva

A manutenção preventiva é frequentemente efetuada de acordo com os critérios


preestabelecidos para reduzir a probabilidade de falha do veículo ou a degradação de
algum serviço efetuado. Ela subdivide-se em:

• Manutenção sistemática: executada de acordo com o tempo de uso;

• Manutenção condicional: executada de acordo com o estado do equipamento


após a evolução de um sintoma significativo.

hh
Especialistas recomendam que a manutenção sistemática seja
adotada somente se sua utilização criar uma oportunidade para
reduzir falhas que não são detectáveis antecipadamente ou se
ela for imposta por exigência de produção ou segurança.

Um exemplo de manutenção preventiva em intervalos fixos é a


troca de óleo por quilometragem rodada.

Já a manutenção corretiva é aquela realizada, normalmente, após a ocorrência de


alguma falha. Esse tipo de manutenção é usado para corrigir as causas e efeitos de
ocorrências constatadas. Ela pode ser dividida em:

• Manutenção de melhoramento;

• Manutenção corretiva geral.

A manutenção de melhoramento é um
tipo de manutenção corretiva que reúne
ações corretivas para a melhoria dos
veículos, que passam a não precisar de
tanta manutenção devido ao aumento
da confiabilidade e desempenho. Ocorre
antes de a peça ou veículo quebrar, por
exemplo, quando o motorista comunica
que está percebendo um barulho estranho.

232
A manutenção corretiva geral acontece quando o caminhão quebra durante a operação.
Esse é o tipo de correção mais caro para a empresa pois, além de a peça quebrar, o
veículo fica parado e a carga não chega ao local combinado, o que deixa o cliente
insatisfeito.

Os custos da quebra não são apenas os da peça a ser trocada. Participam da composição
de custos, também: valor do guincho, assistência técnica, custo de veículo substituto,
mão de obra extra, entre outros. Devemos sempre evitar a manutenção corretiva!
Recomenda-se que a empresa efetue a manutenção de melhoramento, procurando
evoluir para a manutenção preventiva.

3 Manutenção Decorrente de Falhas no Equipamento

Quando o equipamento apresenta alguma falha que prejudique a operação, não há


saída. Ele precisará passar pela manutenção corretiva!

Uma falha ocorre quando o veículo apresenta um estrago,

cc avaria, pane, paralisação etc. — qualquer problema que impeça


o veículo de operar, ou que comprometa a segurança do
condutor ou da carga.

Quanto à velocidade ou forma de manifestação, as falhas podem ser:

• Falhas que ocorrem progressivamente;

• Falhas que ocorrem de forma repentina.

Quanto ao momento de aparecimento, podem aparecer falhas durante:

• O funcionamento do veículo;

• Após o veículo parar de funcionar.

Quanto ao grau de importância, podemos ter:

• Falhas parciais, comprometendo parcialmente o funcionamento do veículo;

233
• Falha completa, aquelas que param completamente o veículo.

Quanto à velocidade de aparecimento e grau de importância, podem ser:

• Por degradação e ao mesmo tempo progressiva e parcial;

• Catalítico, ao mesmo tempo repentino e total.

Quanto à origem, podem ser:

• Interna: relacionada à falha de um dos componentes do caminhão;

• Externa: causada por agente externo, por exemplo um acidente.

Quanto às consequências, as falhas podem ser:

• Crítica: suscetível a danos corporais ou de consequências inaceitáveis;

• Maior: de importância vital para a continuidade dos serviços;

• Menor: sem grandes consequências para a continuidade dos serviços

Quanto às características das falhas, estas podem ser classificadas em:

• Intermitente: perda repetitiva momentânea, completa ou parcial de função, que


aparece e desaparece;

• Fugitiva ou transitória: perda de curta


duração não repetitiva, completa ou
parcial de uma função requisitada;

• Sistemática: ligada a uma causa não


eliminável, a não ser por modificação
ou substituição de um determinado
componente;

• Reproduzível: que pode ser provocada ou induzida, simulando as suas prováveis


causas;

• De causa comum: que pode influenciar vários componentes do veículo.

234
Devemos, enfim, evitar o reaparecimento do defeito. Para isso, é necessário verificar as
causas das falhas e sua natureza (mecânica, elétrica, eletrônica, hidráulica, pneumática).
Quanto às causas, elas podem ser:

• Por fraqueza na concepção de fabricação;

• Por má utilização;

• Por má conservação;

• Por envelhecimento e desgaste;

• Primária: provocada por falha de apenas um componente;

• Secundária: ocorrida em um componente e causada por outro.

• Sabe-se ainda que cada modelo de falha degrada um item mecânico de modo
particular, mas geralmente os modos de falhas evoluem da seguinte forma:

Dentre os modos de falhas mecânicas em funcionamento, os principais são:

• Choque, geralmente provocado por acidente de comportamento;

• Sobrecarga: transportar acima do permitido levando a ruptura ou deformação;

• Fadiga: esforços alternados e repetitivos que levam à ruptura;

• Desgaste pelo uso: devido ao atrito, gera perda do material das superfícies;

• Abrasão: riscos por um corpo de dureza superior;

a. Erosão, devido a impacto de partículas em grandes velocidades;

b. Corrosões, de todas as naturezas (química, elétrica, bacteriana etc.); e

c. Fluência: deformação por tensão mecânica e térmica, que vira permanente.

A empresa deve buscar, na medida do possível, evitar que as falhas ocorram e, para isso,
a manutenção é um procedimento essencial. A avaliação dos efeitos e da eficácia da
manutenção para a gestão da frota é fundamental para que se possa buscar a melhoria
constante do processo e para garantir a confiabilidade e segurança da operação.
Como vimos, o tipo de manutenção deve ser, de preferência, preventivo, para evitar
a paralisação do veículo e seu impacto na qualidade do serviço e na rentabilidade da
empresa.

235
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. A "manutenção preventiva
condicional" se difere da "manutenção corretiva geral" por
ser executada após a evolução de um sintoma significativo e
não quando o caminhão quebra durante a operação.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. Dentre as falhas mecânicas


que podem acontecer durante a operação, podemos citar a
Fadiga por impacto de partículas em grandes velocidades e a
Sobrecarga de todas as naturezas (química, elétrica,
bacteriana etc.)

Verdadeiro
( ) Falso
( )

236
Referências

ALVARENGA, A.; NOVAES, A. G. Logística aplicada. São Paulo: Pioneira, 2000.

BALLOU, R. R. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e


distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.

BRASIL. Lei nº 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão


de motorista, para regular e disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direção do
motorista profissional; e dá outras providências.

_______. Lei n° 11.442, de 05 de janeiro de 2007. Dispõe sobre o transporte rodoviário


de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração e revoga a Lei no6.813,
de 10 de julho de 1980. Brasília, 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11442.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 11 – Transporte, Movimentação,


Armazenagem e Manuseio de Materiais. Publicada em 08 de junho de 1978 e suas
alterações. Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E60
12BEF1FA6256B00/nr_11.pdf>. Acesso em: abr. 2015.

CENTODUCATO, D. O sonho de dez entre dez gestores de logística. Rev. Tecnologística


– Especial TI, ago. 2010. Disponível em: < http://www.gpspamcary.com.br/
tecnologistica_ed_especial_-_ago2010.pdf>. Acesso em: março 2015.

CNT — Confederação Nacional do Transporte. Pesquisa CNT de rodovias: 2014.


Brasília: CNT, 2014.

MOURA, R. A. Logística: suprimentos, armazenagem, distribuição física. São Paulo:


IMAM, 1989.

NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro:


Campus, 2001.

VALENTE, A. M.; NOVAES, A. G.; PASAGLIA, E.; VIEIRA, H. Gerenciamento de transporte


e frotas. São Paulo: Cengage Learning, 2008.

237
Responsável
Técnico – RT

MÓDULO 3 –
PARTE 4
UNIDADE 8 | FATORES
OPERACIONAIS QUE INTERFEREM
NO PLANEJAMENTO DA
OPERAÇÃO DO TRANSPORTE

239
Unidade 8 | Fatores Operacionais que Interferem
no Planejamento da Operação do Transporte

Bem-vindo(a) à unidade 8! A operação do transporte deve ser realizada com planejamento


prévio para cumprir o contrato que foi estabelecido entre o dono da carga e a empresa
transportadora ou o transportador autônomo. Nesse sentido, diversos são os fatores que
interferem no planejamento da operação e no plano de viagem. Nesta unidade, iremos
estudá-los! Bons estudos!

1 Fatores Operacionais que Devem ser Considerados para


Desenvolver o Plano de Viagem

1.1 Veículo

Primeiramente, é necessário conhecer bem as


características da frota de veículos que se tem à
disposição para executar o serviço de transporte.
Por ocasião do dimensionamento da frota, chega-
se ao entendimento sobre as reais necessidades
em termos de equipamento (quantidade, tipo,
características operacionais, capacidade de carga,
entre outros aspectos) para atender à demanda
dos clientes.

São vários os tipos, tamanhos e marcas de veículos existentes no mercado e o


transportador deve estudar a composição adequada da frota, de modo a capacitá-la
para corresponder ao desempenho esperado.

De acordo com Valente, Novaes e Passaglia (2007), sinteticamente, pode-se dizer que
há duas situações distintas com as quais as empresas se defrontam por ocasião do
processo de dimensionamento da frota: demanda desconhecida e demanda conhecida.

240
A primeira situação, quando é preciso prever a demanda, é a que traz maiores problemas.
O complexo trabalho de previsão é, em geral, feito por profissionais que trabalham
com números – economistas, engenheiros de tráfego e transporte, estatísticos, entre
outras categorias profissionais – os quais possuem conhecimentos profundos em
modelos matemáticos e estatísticos.

Conhecendo ou prevendo a demanda, em ambos os casos é conveniente, antes de


tudo, classificá-la em função das distâncias a serem percorridas entre a origem e o
destino das cargas. Esse fator determina o tamanho e as características dos veículos
que serão utilizados.

Assim, teremos duas situações a considerar:

• Transporte de cargas de longo curso: em geral realizado na área rural, ligando


duas cidades que não estão situadas na mesma aglomeração. Há nessa situação
uma distância significativa entre o ponto de origem e o de destino da carga
(podem-se considerar distâncias acima de 200 km); e

• Transporte de cargas no meio urbano: são as entregas e coletas realizadas nos


centros urbanos ou aglomerações.

Se o transportador trabalha nos dois tipos de mercado (urbano


e rural), ele precisa de uma frota constituída por veículos
de diferentes tamanhos e características para atender às
necessidades dos dois mercados. Caso opere somente em um
mercado, pode ter uma frota mais homogênea em termos de
capacidade.

Um roteiro para o dimensionamento da frota de veículos é proposto por Valente,


Novaes e Passaglia (2007):

1. Determinar a demanda mensal de carga e sua unidade (volume, peso etc.).

2. Fixar os dias de trabalho durante o mês e as horas de trabalho por dia.

3. Verificar as rotas a serem utilizadas, analisando o relevo, as condições de tráfego,


as condições do pavimento, o tipo de pavimento etc.

4. Determinar a velocidade média de deslocamento durante o percurso.

241
5. Determinar os tempos de carga, descarga, paradas em filas, paradas para refeição
e descanso dos motoristas, as horas em manutenção etc.

6. Analisar as especificações técnicas de cada modelo de veículo, para escolher o


que melhor atende às exigências do transporte desejado.

7. Identificar a capacidade de carga útil do veículo escolhido.

8. Calcular o número de viagens/mês que cada veículo pode realizar.

9. Determinar a quantidade de carga transportada por veículo durante o mês.

10. Calcular o número de veículos necessários dividindo-se a demanda mensal de


carga pela quantidade transportada por veículo durante o mês.

11. Acrescentar ao número de veículos calculando unidades adicionais para


substituir os caminhões em manutenção, os avariados etc.

Veja que a definição do veículo ou da frota de veículos a se

ee utilizar para a execução do transporte influencia diretamente o


programa de manutenção que será adotado para os veículos
(marca, características operacionais, tipos etc.). E a frota já
estará direcionada ao transporte de uma carga específica, uma
vez que o transportador autônomo ou a empresa já terão
estudado seus mercados.

1.2 Condutor

O papel do condutor é fundamental na execução do transporte, além das características


técnicas exigidas para a condução dos diferentes tipos de veículos (toco, truck, reboque,
semirreboque) e de carrocerias (vários tipos de carga), ele precisa ter conhecimentos
adicionais de primeiros socorros, noções de meio ambiente e de saúde ocupacional,
para executar o planejamento da atividade de transporte com êxito.

242
Nesse sentido, os condutores precisam ter a habilitação exigida pela legislação para
os diferentes tipos de veículos e serem capacitados nos outros aspectos. Também
importante é a habilidade em utilizar as tecnologias embarcadas (GPS, computador
de bordo, botão de pânico etc.) para ajudar no gerenciamento da viagem e no
gerenciamento de risco (roubos, acidentes etc.).

Finalmente, os condutores necessitam ter conhecimentos básicos de manutenção e de


funcionamento dos veículos para poderem atuar em casos de emergência nas rodovias.

1.3 Cargas e Carrocerias

Vimos no Módulo 1 deste curso que há diferentes


tipos de carga. Cada tipo exige equipamento,
tecnologia, carrocerias e gerenciamento
adequados às suas características. É por isso,
por exemplo, que os produtos perigosos são
transportados em carrocerias e veículos bem
específicos, em função da classificação da
Organização das Nações Unidas (ONU) para essas
cargas.

Por outro lado, há cargas que exigem maiores cuidados por serem muito visadas por
ladrões. Esse fator exige que o motorista seja treinado especificamente para gerenciar
o risco e para utilizar diferentes tecnologias de apoio ao gerenciamento da viagem.

Outras mercadorias são perecíveis, e necessitam de carrocerias e cuidados especiais


por parte do condutor e do transportador, já que têm períodos curtos de validade,
precisando ser disponibilizadas aos clientes com maior rapidez e nos prazos combinados.

Também cabe destacar as cargas unitizadas em paletes e contêineres ou em outros


artefatos de unitização de cargas. Esse tipo de carga necessita de equipamentos
especiais para movimentação, carga e descarga nos caminhões.

Logo, a carga e o tipo de carroceria relacionam-se com os outros fatores operacionais


e influenciam diretamente o planejamento do transporte e as necessidades de
tecnologia e equipamentos específicos para a sua movimentação.

243
1.4 Manutenção

Os programas de manutenção da frota são vitais para o cumprimento dos níveis de


serviço prometidos aos clientes e são diretamente influenciados pelo tipo e pela
intensidade de uso do veículo. Também, dependem da forma de conduzir do motorista
e das condições de infraestrutura das vias.

Manutenção é um conjunto de ações para manter ou restabelecer


um bem em um estado específico, ou para assegurar um serviço.

Os programas de manutenção podem ser de três tipos:

• Manutenção corretiva

• Manutenção preventiva

• Manutenção preditiva

A manutenção corretiva é realizada,


normalmente, após uma falha. Esse tipo de
manutenção é usado para corrigir as causas e
efeitos de ocorrências já constatadas.

A manutenção preventiva é frequentemente


realizada de acordo com os critérios
preestabelecidos para reduzir probabilidades
de falha do veículo ou a degradação de um
serviço efetuado.

A manutenção condicional ou preditiva é fazer a manutenção quando o equipamento


realmente necessita.

A prática dessa manutenção exige mecânicos bem treinados e motoristas capacitados


para observarem qualquer alteração do veículo durante a operação. Além disso, é
fundamental uma integração entre a manutenção e a operação.

244
A base dessa prática está na inspeção com auxílio de equipamentos e/ou sentidos
humanos. Adicionalmente, é necessário conhecer os parâmetros de desempenho
de cada peça para um determinado ambiente de operação, de forma a identificar
problemas potenciais futuros e executar a manutenção antes.

1.5 Tecnologia

Atualmente, a tecnologia embarcada auxilia muito os transportadores e seus


condutores no planejamento e na execução da operação de transporte.

Hardwares como GPS, computador de bordo,


terminais de dados do motorista, entre outros,
permitem que o veículo seja acompanhado e
que se conheça, com precisão e de maneira
instantânea, sua localização geográfica, em
qualquer ponto do globo terrestre. Isso auxilia
as centrais de monitoramento a detectar
problemas como acidentes, roubos ou desvio
de rotas, por meio de informações passadas
por via satélite desde o veículo até a central.

As tecnologias embarcadas combinadas com sistemas modernos de transmissão


da informação permitem planejar melhor os deslocamentos, rastrear os veículos e
monitorá-los ao longo de todo o percurso.

1.6 Infraestrutura Viária

As rodovias ou estradas são os últimos fatores que têm influência e que precisam ser
obrigatoriamente considerados pela empresa ou pelo transportador autônomo nos
seus planos de viagem.

245
O tipo de rodovia, as condições de rodagem e de sinalização, os traçados e as
alternativas de caminhos diferentes para a execução da operação de transporte são
fundamentais para o cumprimento dos objetivos de atendimento aos clientes por
parte dos transportadores.

O estado de conservação e as características da infraestrutura viária têm efeitos na


forma de conduzir do motorista, na manutenção do veículo, no gerenciamento do risco
durante as viagens (roubos, acidentes, desvios de carga etc.) e no tempo de viagem.
Por esse motivo, o plano de viagem deve especificar com detalhes a infraestrutura
viária existente no trajeto do veículo.

Todos os fatores analisados têm inter-relação, e fornecem subsídios para a confecção


do plano de viagem.

Na sequência do curso, veremos como os diferentes fatores devem ser tratados no


plano de viagem ou rotograma.

246
2 Plano de Viagem ou Rotograma

A preparação dos dados necessários para o planejamento das operações de transporte


é de fundamental importância para o sucesso da execução do serviço de transporte.
Isso é conseguido com a elaboração do plano de viagem ou rotograma.

Rotograma ou plano de transporte é o instrumento que reúne


as informações relativas ao planejamento das viagens.

2.1 Dados que Devem Constar no Rotograma ou Plano de


Viagem

Os rotogramas representam o planejamento da viagem, o qual deve ser seguido


à risca pelos motoristas. Um rotograma deve obrigatoriamente conter as principais
informações sobre a rota: origem, destino, distância total, identificação do veículo,
modelo do veículo, tempo de viagem, velocidade média, pontos de referência, praças
de pedágio, postos policiais e de fronteira e pontos de entrega dos produtos aos
clientes.

Na melhor situação, o rotograma deve ainda conter as seguintes informações:

• Trechos de rodovia, indicando sigla, UF e nome das rodovias; extensão dos


trechos; tipo de pavimento (natural, pavimentado e duplicado); travessia de
balsas.

• Cidades mais próximas ao longo das rodovias, com prioridade para as cidades
maiores, com indicação da distância aproximada até o centro da cidade. No
caso de serviços na área rural, informações acerca da localização das fazendas e
propriedades rurais, das distâncias entre elas e entre a rodovia e as propriedades
etc., são de suma importância.

• Outras informações importantes ao longo da rota, tais como balanças, postos


fiscais, parques nacionais, pontes etc.

• Tempo de viagem e distância percorrida em cada trecho de rodovia ou estrada


rural.

247
Obeserve a seguir um modelo de rotograma, que será apresentado em duas partes.

248
249
Além desses dados, o cliente ou o embarcador deve: informar ao motorista as
características do produto que será entregue, a quantidade de itens, o peso ou volume
da carga, o endereço completo do(s) destinatário(s) da mercadoria; e fornecer toda a
documentação necessária para a viagem.

250
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. Determinar a velocidade média
de deslocamento durante o percurso faz parte do roteiro
para o dimensionamento da frota de veículos.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. A tecnologia embarcada não


auxilia os transportadores no planejamento e na execução
da operação de transporte.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

251
Referências

ALVARENGA, A.; NOVAES, A. G. Logística aplicada. São Paulo: Pioneira, 2000.

BALLOU, R. R. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e


distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.

BRASIL. Lei nº 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão


de motorista, para regular e disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direção do
motorista profissional; e dá outras providências.

_______. Lei n° 11.442, de 05 de janeiro de 2007. Dispõe sobre o transporte rodoviário


de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração e revoga a Lei no6.813,
de 10 de julho de 1980. Brasília, 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11442.htm>. Acesso em: maio 2017.

_______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 11 – Transporte, Movimentação,


Armazenagem e Manuseio de Materiais. Publicada em 08 de junho de 1978 e suas
alterações. Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E60
12BEF1FA6256B00/nr_11.pdf>. Acesso em: abr. 2015.

CENTODUCATO, D. O sonho de dez entre dez gestores de logística. Rev. Tecnologística


– Especial TI, ago. 2010. Disponível em: < http://www.gpspamcary.com.br/
tecnologistica_ed_especial_-_ago2010.pdf>. Acesso em: março 2015.

CNT — Confederação Nacional do Transporte. Pesquisa CNT de rodovias: 2014.


Brasília: CNT, 2014.

MOURA, R. A. Logística: suprimentos, armazenagem, distribuição física. São Paulo:


IMAM, 1989.

NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro:


Campus, 2001.

VALENTE, A. M.; NOVAES, A. G.; PASAGLIA, E.; VIEIRA, H. Gerenciamento de transporte


e frotas. São Paulo: Cengage Learning, 2008.

252
UNIDADE 9 | PROCEDIMENTOS
DO CONDUTOR PARA A
PREPARAÇÃO DA VIAGEM

253
Unidade 9 | Procedimentos do Condutor para a
Preparação da Viagem

A participação efetiva do condutor é fundamental para que o planejamento executado


para a viagem seja obedecido. Sem a consciência do papel do condutor para executar
o serviço, qualquer planejamento é fadado ao fracasso. Por isso, nesta unidade, vamos
destacar alguns cuidados e procedimentos que o motorista precisa realizar para seguir à
risca o plano de viagem. Bons estudos!

1 Procedimentos Iniciais

Antes de iniciar a viagem, é recomendável que o condutor adote alguns procedimentos


para que o percurso ocorra sem incidentes. Os seguintes cuidados podem ajudá-lo a
atingir esses objetivos:

• Procure conhecer bem o itinerário antes de iniciar a viagem.

• Verifique as condições de acondicionamento, distribuição e embalagem da carga.

• Identifique as paradas para embarque e desembarque de cargas.

• Observe os horários que devem ser cumpridos; nunca tente recuperar algum
tempo perdido.

• Conheça previamente o traçado das vias e rodovias pelas quais terá que passar.
Procure levar consigo um mapa com todas as vias e solicite informações do
trajeto quanto a: distância, locais de abastecimento, alimentação, repouso,
segurança da carga e do veículo, interrupção temporária ou definitiva do trecho
a ser percorrido, entre outras.

• Localize os postos da polícia rodoviária.

• Tenha sempre à mão os números de telefones úteis para qualquer emergência:

• Polícia Militar: 190; Polícia Rodoviária Federal: 191; SAMU: 192; e Corpo de
Bombeiros: 193.

254
Diretoria de Planejamento
SETOR DE TRANSPORTES
e Gestão
Pág: 1/1
FORMULÁRIO PLANO DE VIAGEM - F3 N.º: OPG_FORM_003
Rev: 00.01/12/11
TRANSPORTES

IDENTIDICAÇÃO DA VIAGEM
Protocólo da viagem Data de início da viagem: ___/___/____
Veículo utilizado: Responsável pela viagem:
Motorista(s) escalados:

INFORMAÇÕES OPERACIONAIS DA VIAGEM


Data de início da viagem: ___/___/____ Horário previsto de início da viagem: ___:____
Local de início da viagem: Número de passageiros:
Data de término da viagem: ___/___/____ Horário previsto de término da viagem: ___:____
Quilometragem inicial estimada: Quilometragem total a ser percorrida:
ROTA PROGRAMADA
TRANSPORTES

Origem Destino Via Km estimada

Existe trecho de terra a ser percorrido? ( ) Sim ( ) Não


Locais de abastecimento Estimativa de litros a serem abastecidos em cada evento

VISTORIA INICIAL
MOTORISTA E RESPONSÁVEL PELA VIAGEM

Item vistoriado Péssimo Ruim Regular Bom Ótimo


Limpeza interna do veículo
Limpeza externa do veículo
Integridade dos equipamento de segurança
Integridade dos componentes do interior do ônibus
Funcionamento do banheiro
Documentação OK NÃO OK Equipamentos OK NÃO OK
F1 - Solicitação e autorização Macaco
F2 - Lista de passageiros Extintor
F3 - Plano de viagem Triângulo
F4 - Relatório de viagem Chave de roda
F5 - Relarório de anomalias Pneu de suporte
CRLV
Registro da descrição do estado geral do veículo no início da viagem:

_____________________________ _____________________________
Assinatura do motorista Assinatura do servidor responsável

___/___/_____ ___/___/_____

hh
Quando dirigir em estradas e rodovias, é recomendável que se
faça, antes da viagem, uma avaliação das condições da estrada.
Busque informações junto ao Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (DNIT), à Polícia Rodoviária ou a
algum órgão regional responsável pelas rodovias.

Complementarmente, o plano de viagem deve ser apoiado pelo porte dos documentos
obrigatórios para o transporte de cargas, por parte do motorista.

255
Assim, deve-se sempre conferir a posse dos seguintes documentos relativos à carga:

• Nota fiscal

• Conhecimento de transporte rodoviário

• Autorização de carregamento e transporte

• Ordem de coleta de carga

• Manifesto de carga

Por outro lado, é necessário conferir a


documentação do condutor e do veículo. Para
o condutor é necessária a Carteira Nacional
de Habilitação (CNH) nas categorias “C” ou
“E” e, eventualmente, também a carteira
de identidade. Já para o veículo é exigido
o Certificado de Registro e Licenciamento
do Veículo (CRLV) e o registro do veículo
no Registro Nacional de Transportadores
Rodoviários de Cargas (RNTRC).

É ainda muito importante que o Responsável Técnico ou o responsável pela expedição


e o motorista realizem a conferência da carga com a descrição apresentada na nota
fiscal, para se ter certeza de que a empresa está realmente transportando o que
está descrito na nota. Além disso, é necessário conferir as informações da carga
que constam no conhecimento de embarque, tais como peso, volume e quantidade,
evitando problemas no momento da entrega.

Nos casos de carga fracionada, conferir o manifesto é um procedimento muito


importante. Assim, é possível ter certeza de que a empresa não está deixando de
transportar nenhuma carga. Antes de sair, o motorista deverá verificar o lacre, para
assegurar que ele não estava violado antes do transporte.

Por fim, o motorista deverá conferir o roteiro e as estradas que irá seguir. O caminho
vai ajudar, inclusive, na disposição das mercadorias dentro do veículo.

256
2 Interpretação e Leitura de Mapas

Conhecer mapas e guias rodoviários e saber interpretá-los é de fundamental


importância para o trabalho do motorista. A leitura correta de um mapa permite, por
exemplo, que se utilize uma rota mais curta, mais segura e de melhor qualidade no
pavimento.

Um mapa é uma representação gráfica do conjunto de


municípios, estados, regiões ou países. Quando contém os
limites geográficos da área em questão, é chamado de mapa
político-administrativo.

O mapa político-administrativo ainda pode conter a representação das rodovias


federais, estaduais e municipais, das hidrovias, ferrovias, aeroportos e portos da área
representada.

Veremos aqui como interpretar os mapas rodoviários, pois você trabalha nesse
ambiente. Para isso, tomemos como exemplo o mapa rodoviário do Distrito Federal.

257
-48°10' -48° -47°50' -47°40' -47°30' -47°20' -47°10'

!
"
116

!
"
430

!
" 430

080 PLANALTINA

G O I Á S DE GOIÁS
¬

DISTRITO FEDERAL
118

!
"534 010

!
" 430

251

!
-15°30'
!
! ! ! ! -15°30'
Rio

!
!

!
STA. CRUZ CÓRREGO DO OURO

Rio Piripipau

!
Ma
!

OU URBANO !
" Rio Maranhão 6

2
do ra
*
E
131
12 SONHÉM DE BAIXO nh

5
Ri o
!
"
*
E

2
OLHOS D'ÁGUA
*
E 330
!
" MARIA VELHA
!
"

2
*
E ão 128 205
*
E LIMOEIRO *
E
!
CAVAS

3
CURRALINHO

!
3
*
E
3

*
E
10
SONHÉM DE CIMA
!
"

!
8 *
E
JACARÉ
DOIS
IRMÃOS
!
"
330 *
E
!
" 205
17
205
!

!
" !
"

3
*
E
!

205 7
!
" 205

!
205

!
! 4

!
"205
MONJOLO
*
E
BONSUCESSO

!
8

*
E

!
" ¬

5
110
251 FAZENDA LARGA
!
"

4
ALMÉCEGAS 128 *
E
PALMEIRAS *

8
*
E

!
"170
*
E

VÃO DO BURACO
E
!
"
131 345
010 SÍTIO NOVO
!
" 205
! *
E

7
080 PALMAS OU DOS ANGICOS
!
"

Ri b
405

R ibei r
*
E

6
m
ge
*
E

ei
8


ta
PIPIRIPAU II

o
on
ão
!

Sa
4
CATINGUEIRO

aC
12 A

nt
S. DOMINGOS OS

a
d
*
E
030

da
020

R
RM

irão
Lagoa Mestre

i ta
BOA VISTA RESERVA BIOLÓGICA DE *
E OU BUENOS AIRES FO

Ri be
D'Armas
BARREIRO LAJES P alm
*
E

2
*
E *
E ou Bonita ÁGUAS EMENDADAS I
7

!
* 030
a E

!
!
18 5 3 020

!
1

!
C 5 1

!
H BURACO 2 020 030
!
"

!
APA

!
A

!
P 205
!

*
E

!
A
D
A
!
"
205 18
3
!
"
335

!
"
S. JOSÉ
5
!
"
325 RESERVA 030 410
*
E

2
3 020
BIOLÓGICA
!
" 010

!
11 220 8
MINISTÉRIO
7

6
!
*
E

!
"
!

D
RADIOBRÁS 001 A DA AGRICULTURA
!
"
105

9
*
E
*
E
5 6 SARANDI
FERCAL *
E

8
*
E
4 NÚCLEO RURAL *
E
S.RITA
4

8
3
2 PRF MORADA DOS C
O
! TAQUARA - PIPIRIPAU
!
"110
VENDINHA PASSÁROS
!
"

!
N RETIRO DO MEIO 100
TA
*
E *
E 21 G 14
!
"
!

*
E
E 410
TORRE * M PLANALTINA
!

*
E

!
"
E
128 PIPIRIPAU
!
" 001
!
" 150 NÚCLEO RURAL
SOBRADINHO II 10
!
"
345 *
E

!
4

!
251 10

!
"
7
!
"
415 *
E
!
"325 6
!
"
3
!

415 230

!
6
7
4
!
" 230
3

030 TAQUARA
ARAPOANGA !
"
230
4

!
020
!

CHAPADINHA
BUCANHÃO FLONA ÁREA 4 LAGO OESTE 010 4 *
E
2 au
*
E
!
"
230

!
!
"
* *

!
"
E E * 14

!
E
Có 230 ipip 230
COLÉGIO
* !
E
rre SOBRADINHO Pir

Rio Preto
NÚCLEO RURAL SOBRADINHO II
4

go
!
" AGRÍCOLA *E *
E Rio

11
*
E
Trê 440

!
Ri o
GOIASCOP

!
BRASLÂNDIA *
!
" CAPÃO GRANDE

15
E
s Bar 230 !
3

080
*
E
!
"
445
ho Co
zido ra s
3
*
E
4

C ó rrego Mil

1
!

6
2 !
6 6
!
"
430 ! MESTRE D'ARMAS !
" 105
!

-15°40' SALVIA
*
E -15°40'
!
" Represa Santa Maria BARRAGEM
!
" VALE DO

3
430 *
E
128
*
E RODEADOR STA. MARIA
*
E
AMANHECER

9
*
E 13
CHAPADINHA 4
!
"
! "
)
!

!
110

JIBÓIA
o

!
*
E
PARQUE NACIONAL DE BRASÍLIA

!
!
"
Rio D es cob ert

BRAZLÂNDIA 3
5
1

r
INCRA ado
001 PARQUE RODOVIÁRIO
!
"
330 *
E
*
E

!
de
*
E 2
E DER-DF
!
Ro
* PEDRA
!
"

!
2

LARGA OU

!
18
445 Rib ei OLHOS D'ÁGUA
PARANOAZINHO MINISTÉRIO DA AERONÁUTICA

!
rão
Ri
o
SANTA MARIA Banana
l
R ib
e ir !
" 440 *
E
FUNDAMENTAL *
E
250
479 5 *
E
!
"100
FLONA ÁREA 3
*
E ! ão
To
rt o
003
450 *
E
NÚCLEO RURAL !
"
130
*
E

!
"
435
11
SOBRADINHO 6
3

9
3 5 1

!
azinh
o
TORTO VARJÃO 1
*
E
S. JOSÉ OU
!
"
*
E
SANTOS
5

435

!
!
" Jatob *
E

!
445 ego DUMONT 4 CURRAL QUEIMADO

!
! Córr

!
*
E
1

!
13

1
!
"

!
4

!
440
!
"
007 1 4 2
2

!
!
"
!
10 250
3

310
! 2

!
479
APA NACIONAL DA BACIA DO RIO DESCOBERTO !
VÁRZEA DO BURACO 479

!
"
001 R io Sobrad inh o
! 6
*
E
7 479

!
250
BANANAL
!
" !
"
!

5 5 5 LAGO NORTE 005 479 320 Ri b e


!

251