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REINO METAZOA

ARANEAE
latim: aranea = aranha

nome popular: aranha

Filo Arthropoda
Subfilo Chelicerata
Classe Arachnida
Ordem Araneae

Número de espécies
No mundo: @ 38.000
No Brasil: @ 4.000
Estimadas no estado de São Paulo: 1.000 - 1.200 Enoploctenus cyclothorax
Conhecidas no estado de São Paulo: @ 800

ordem Araneae diferencia-se das outras ordens de Arachnida por


apresentar fiandeiras na região posterior do abdômen, glândulas de
veneno conectadas às quelíceras e os pedipalpos dos machos modificados
em órgãos copuladores. A ordem compreende as subordens Mesothelae,
Mygalomorphae e Araneomorphae. Existem 106 famílias no mundo, das quais cerca de 70
possuem registro no Brasil. Em São Paulo, existem cerca de 50 famílias representadas em
coleções científicas. O Brasil é uma das áreas com maior diversidade de espécies no mundo,
mas acredita-se que sejam conhecidos apenas 30% da sua fauna de aranhas. A fauna
araneológica das regiões sul e sudeste é a mais bem representada em coleções científicas,
enquanto que a fauna das regiões centro-oeste, nordeste e norte encontra-se ainda muito mal
inventariada. As melhores coleções científicas do país estão sediadas no Rio Grande do Sul,
São Paulo e Rio de Janeiro. O estado de São Paulo deve ter hoje cerca de 700 espécies
descritas. Apesar do grande número de exemplares nas coleções, as áreas estão
subamostradas, pois são poucas as amostragens extensivas de grandes áreas fitogeográficas,
havendo uma predominância de coletas aleatórias. As áreas mais bem estudadas no país,
atualmente, são a da Floresta Amazônica e a da Floresta Atlântica litorânea da Região
Sudeste.
As aranhas são na maioria noturnas e ocupam quase todos os ambientes naturais.
Possuem grande plasticidade adaptativa, colonizando inclusive os ambientes urbanos e áreas
de cultivos. Alimentam-se quase que exclusivamente de insetos. Espécies das famílias
Araneidae e Tetragnathidae, por exemplo, capturam seu alimento em teias orbiculares
construídas com seda liberada pelas fiandeiras.
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ARANEAE

ANTONIO DOMINGOS BRESCOVIT

Lababoratório de Artrópodes, Instituto Butantan,


Av. Vital Brasil, 1500, Butantã, 05503-900 São Paulo, SP, e-mail: adbresc@usp.br

1. Introdução

A ordem Araneae divide-se usualmente em três subordens. As Mesothelae são caracterizadas por terem
caracteres primitivos, como a pseudosegmentação no abdômen, sendo suas espécies exclusivas da região asiática.
As Mygalomorphae (migalomorfas), popularmente conhecidas como caranguejeiras ou aranhas-peludas, possuem
como característica principal as quelíceras dispostas paralelamente e somente quatro fiandeiras. As Araneomorphae
(araneomorfas ou aranhas-verdadeiras) englobam cerca de 90% das aranhas conhecidas e caracterizam-se por
apresentar as quelíceras verticais, opondo-se uma em relação a outra, e normalmente seis fiandeiras (Foelix,
1996).
As aranhas perdem em número de espécies apenas para a ordem Acari (Arachnida) e para cinco ordens de
insetos, sendo consideradas o sétimo maior grupo de artrópodes (Parker, 1982). Cerca de 38.000 espécies estão
distribuídas dentro das 106 famílias, conhecidas até 1995 (Platnick, 1997). Investigações mais recentes apresentam
estimativas de que apenas um terço das espécies de aranhas é conhecido atualmente. Apesar da alta diversidade
nas regiões tropicais e subtropicais, estas áreas são pouco estudadas no que se refere à fauna araneológica. As
aranhas encontradas na Região Neotropical estão pouco representadas nas coleções sul-americanas. Calcula-se
que 60 a 70% do material sul-americano depositado em coleções seja constituído de espécies novas (Coddington
& Levi, 1991).
O precursor da araneologia no Brasil é o aracnólogo Cândido Firmino de Mello-Leitão, natural de Campina
Grande, Paraíba, que trabalhou entre os anos de 1915 e 1951 no Museu Nacional do Rio de Janeiro. Este
pesquisador publicou cerca de 300 trabalhos, com descrições de mais de 1.500 espécies novas de aracnídeos da
América do Sul, das quais cerca de 700 de aranhas. A maioria dos tipos, das espécies de aranhas descritas está
conservada na coleção aracnológica do Museu Nacional. Uma parte do material, que pertencia a sua coleção
particular, infelizmente foi perdida e hoje a maior parte das espécies descritas entre os anos de 1915 e 1930 é
reconhecível apenas através das descrições originais. Mello-Leitão não deixou seguidores no Rio de Janeiro.
Após seu falecimento, o seu lugar no Museu foi ocupado pela Dra Anna Timotheo da Costa, que trabalhou até
recentemente na curadoria das coleções e principalmente com aranhas Mygalomorphae.
Em São Paulo os trabalhos com aranhas iniciaram-se na década de 20 com Jean Vellard, no Instituto
Butantan (Vellard, 1925). Posteriormente, na década de 40, Wolfgang Bücherl iniciou os estudos com caranguejeiras,
também no Instituto Butantan (Bücherl, 1947a,b). No Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, Benedito
A. M. Soares começou a divulgar seus trabalhos com aranhas das famílias Thomisidae e Salticidae na década de
40 (Soares, 1942). Depois destes surgiram outros nomes, como: S. Toledo Piza, Vera Regina D. von Eickstedt e
Sylvia M. Lucas, em São Paulo; Lúcia Garcia-Neto, no Rio de Janeiro; Arno Antonio Lise e Erica Helena
Buckup, no Rio Grande do Sul, com grande atuação nas décadas de 60-80. Uma geração mais nova tem sido
formada por estes pesquisadores durante os anos 90. O Brasil conta hoje com cerca de quinze aracnólogos,
entre formados e alunos, dedicados à taxonomia e sistemática.
Nossa intenção com este trabalho é diagnosticar a situação da araneologia no Brasil, apresentando um
perfil dos araneólogos brasileiros, a estrutura da documentação sobre aranhas no mundo, as coleções no Brasil,
48 A.D. Brescovit

áreas sobre as quais já existem inventários e sugerir algumas medidas que facilitem o estudo deste grupo,
permitindo uma ampliação do conhecimento desta ordem.

2. Especialistas

Apesar do grupo de aracnólogos ter crescido nas duas últimas décadas, o número de araneólogos taxonomistas
(termo designado aqui para aqueles que trabalham com descrições taxonômicas ou com trabalhos que envolvem
transferências de nomes científicos) ainda está aquém do que seria necessário para se desenvolver um estudo
completo da fauna brasileira de aranhas. Atualmente, apenas um pequeno grupo de famílias é abordado em
trabalhos taxonômicos por pesquisadores brasileiros: Theraphosidae e Nemesiidae (Rogério Bertani, Sylvia M.
Lucas e Pedro I. da Silva Jr.); Corinnidae e Miturgidae (Alexandre B. Bonaldo); Anyphaenidae, Gnaphosidae e
Ctenidae (Antonio D. Brescovit); Araneidae e Theridiidae (Erica H. Buckup e Maria Aparecida de L. Marques);
Thomisidae e Zodariidae (Arno A. Lise); Salticidae (Isabela P. Rinaldi e Augusto Braul); Linyphiidae (Ricardo
Ott); Zoridae e Senoculidae (Renner L.C. Baptista). Deste restrito grupo de pesquisadores, a maioria tem ou está
prestes a receber o grau de Mestre ou Doutor. A idade média do grupo está entre 30 e 40 anos, sendo que a
maioria dos que ultrapassaram os 35 anos possui titulação de Doutor. Temos hoje 7 taxônomos com título de
Doutor/equivalente, ou cursando o doutorado, 3 taxônomos com título de Mestre e 2 taxônomos ainda sem
titulação.
Outro fator interessante é com relação ao índice de empregados e desempregados. Dos 12 taxonômos
citados acima, 8 estão empregados em instituições públicas estaduais (institutos de pesquisa ou universidades
estaduais) e um em universidade particular. Além disso, somente um destes 12 profissionais, com Doutorado,
está vinculado a cursos de pós-graduação em Zoologia no país, podendo orientar teses. Não existem taxonomistas
de aranhas trabalhando nas universidades federais do Brasil e, como grande parte dos cursos de pós-graduação
em zoologia está vinculada a estas universidades, a formação de novos profissionais na área fica prejudicada. A
concentração do grupo também chama atenção, pois todos os aracnólogos atuam nas regiões sul e sudeste do
Brasil, não tendo nenhum taxonomista em aranhas nas regiões norte, nordeste e centro-oeste.
Considerando-se as América do Sul e Central, o Brasil é o líder em número de taxonomistas em aranhas,
sendo seguido pela Argentina, com 7 taxonomistas; Uruguai com 3; e Cuba, Peru, México e Paraguai, com um
taxonomista cada (C.I.D.A., 1998). Países com uma grande diversidade de aranhas, como Colômbia, Equador,
Venezuela, Bolívia, ou com áreas de grande endemismo, como o Chile, atualmente não apresentam taxonomistas.

3. Documentação Araneológica

3.1. Catálogos e revistas

Dentro da zoologia mundial, os araneologistas estão entre os grupos mais bem organizados do mundo. Isto
se deve à existência do Centro Internacional de Documentação Aracnológica (C.I.D.A.), com sede em Paris. O
C.I.D.A. publica todo ano três revistas, um anuário com dados da maioria dos aracnólogos do mundo, um boletim
com notícias, cursos e trabalhos no prelo e um fascículo com a lista de todas as publicações. Estes informativos
são distribuidos aos membros mediante o pagamento de uma taxa simbólica anual.
Além disso, contamos hoje com catálogos contendo a relação de todos os táxons e bibliografia de aranhas
desde Clerck (1757), o primeiro trabalho a propor nomenclatura binominal para aranhas, antes mesmo de Linneu
(1758). Os primeiros catálogos se devem a Bonnet (1955-1959) e Roewer (1954), que citam as espécies de aranhas
descritas, alterações taxonômicas, país de origem e suas referências bibliográficas até 1939 e 1954, respectivamente.
Estes catálogos foram atualizados por Brignoli (1983) e Platnick (1989, 1993, 1997).
Contamos também com pelo menos 6 revistas que publicam trabalhos exclusivos de Arachnida: Journal of
Arachnology, USA; Bulletin of the British Arachnological Society, Inglaterra; Acta Arachnologica, Japão; Serket, Egito;
Araneae 49

Revue Arachnologique, França; e Aracnologia, Uruguai, sendo a última a única revista especializada no assunto da
América Latina.
O veículo de divulgação da aracnologia no Brasil é chamado “Papo de Aranha” que é um boletim informativo
dos aracnólogos do país, sendo editado em São Paulo, pelo opiliólogo Dr. Ricardo Pinto-da-Rocha, pós-doutorando
do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo.

3.2. Trabalhos de revisão

A maioria das recentes revisões que abordam aranhas neotropicais, famílias e/ou grande número de gêneros
e espécies brasileiras foram feitas principalmente por pesquisadores dos Estados Unidos e da Europa. Dentre as
aranhas trabalhadas por americanos nos últimos anos, podemos destacar uma série de trabalhos entre 1954 e
1997, abordando as famílias Araneidae, Tetragnathidae e Theridiidae, H. R. Levi; Gnaphosidae, através das
revisões de Platnick & Shadab (1976a, b; 1982), Palpimanidae (Platnick, 1975); Theridiosomatidae (Coddington,
1986); Uloboridae (Opell, 1979); Dipluridae (Coyle, 1995); Anapidae (Platnick & Forster, 1989); Dysderidae
(Beatty, 1970). Entre os europeus destacam-se trabalhos com as famílias Linyphiidae (Millidge, 1985) e Zodariidae
(Jocqué, 1991). Da região Australiana salientamos uma abrangente revisão, a de Mygalomorphae, realizada por
Raven (1985). Revisões de destaque realizadas por sul-americanos referem-se às famílias Salticidae, com mais de
60 trabalhos desde a década de 50, de Maria E. Galiano; Miturgidae (Bonaldo, 1994); Anyphaenidae (Brescovit,
1996); Filistatidae (Ramirez & Grismado, 1997); Nemesiidae (Goloboff, 1995) e Ctenidae (Höfer, Brescovit &
Gasnier, 1994). Em geral estes trabalhos são descritivos, sendo poucos os que utilizam métodos cladísticos e
análises biogeográficas, que poderiam auxiliar no reconhecimento de áreas de endemismo.
Existem quatro catálogos que incluem material-tipo de Araneae sul-americanas. Dois de coleções argentinas:
Museu de La Plata (Arrozpide, 1986) e Museo Argentino de Ciencias Naturales “Bernardino Rivadavia” (Galiano
& Maury, 1979). Outros dois relatam tipos de coleções brasileiras, que estão entre as que possuem os menores
acervos de aranhas, mas com expressivo número de tipos. São os catálogos do Museu de História Natural
“Capão da Imbuia”, em que a maioria dos tipos pertence a Mello-Leitão (Pinto-da-Rocha & Caron, 1989) e do
Museu de Zoologia da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, em Piracicaba, que contém, entre
outros tipos de Arachnida, os de aranhas descritas por Piza (Paschoal & Barros, 1983). Catálogos de tipos,
incluindo os Araneae do Instituto Butantan e do Museu Nacional do Rio de Janeiro, estão em preparação.
Em relação a chaves para auxiliar na identificação de aranhas sul-americanas estamos defasados, pois ainda
trabalhamos com aquelas elaboradas nas décadas de 50 e 60. A mais utilizada é a de Gerschman de Pikelin &
Schiapelli (1963) para aranhas da Argentina. Em breve deverá ser editado um livro, por J. Adis, em que serão
apresentadas chaves novas para todos os grupos de Arachnida e Myriapoda da região neotropical.

4. Coleções

A maior parte do material e dos tipos de espécies brasileiras encontra-se depositada nas grandes coleções
européias e americanas. Em comparação com estas instituições, o acervo das coleções brasileiras, ou mesmo os
das latino-americanas, ainda é bastante insignificante. Todo o acervo estocado no Brasil não representa nem 20%
da fauna araneológica do país.
Recentemente, um resumo das coleções brasileiras de Arachnida foi publicado no “Papo de Aranha”, n° 3,
de fevereiro de 1997. No presente trabalho relatamos a situação atual das coleções de aranhas, com dados mais
recentes, uma vez que estas representam 85% do acervo aracnológico do Brasil. Temos atualmente 14 coleções
de aranhas, quase todas em estado de conservação que pode ser considerado de bom a ótimo e com curadores
aracnólogos (tabela 1). Apenas uma coleção não apresenta curador, sendo difícil avaliar, no momento, seu estado
de conservação. Trata-se da única coleção de aranhas da região nordeste e corre sério risco de deterioração por
falta de manutenção. Apenas a coleção da UFBA, em Salvador, encontra-se totalmente informatizada.
50 A.D. Brescovit

Tabela 1. Listas das coleções brasileiras de Araneae

Coleções de Araneae no Brasil Lotes Tipos Curador Instituição Catalogação Estado de Conservação
MCN-FZB/RS - Porto Alegre, RS 28.500 sim E.H. Buckup* Estadual LT Ótimo
IBSP - São Paulo, SP 26.870 sim A.D. Brescovit* Estadual LT Ótimo
MZSP - São Paulo, SP 13.500 sim R. Pinto-da-Rocha** Estadual LT e IF (parte) Ótimo
MCP/PUCRS - Porto Alegre, RS 11.500 sim A.A. Lise* Particular LT Ótimo
MNRJ - Rio de Janeiro, RJ 5.000 sim A.B. Kury Federal FC e IF (parte) Bom
MHCI - Curitiba, PR 5.000 sim J.C. Moura-Leite*** Municipal LT(parte) e NC (parte) Regular
Renner Baptista - Col. Particular 6.000 ? R. Baptista** Privada LT (parte) e NC (parte) Desconhecido
UEFS - Feira de Santana, BA 2.000 não E. Xavier Estadual NC Bom
UNESP - Botucatu, SP 2.000 sim I.M.P. Rinaldi* Estadual NC Bom
INPA - Manaus, AM 2.000 sim C. Magalhães*** Federal NC Bom
Univ. Amazonas, Manaus, AM 1.500 sim N.O. Aguiar Federal NC Bom
UFBA - Salvador, BA 1.500 sim T. Kobler*** Federal IF Regular
UFPB - João Pessoa, PB 1.500 não Sem curador Federal NC Desconhecido
MZLQ - Piracicaba, SP 150 sim A. Paschoal Estadual NC Regular
TOTAL 99.400

Legenda: LT, Livro-Tombo; FC, Fichário; IF, Informatizada; NC, Não Catalogado.
* Taxonomista em Araneae
** Sem Vínculo Empregatício
*** Não aracnólogo

Somente 4 destas coleções ultrapassam os 10.000 lotes (subentende-se que um lote possa abrigar de 1 a “n”
espécimens da mesma espécie e da mesma localidade), duas no Rio Grande do Sul e duas em São Paulo.
Coincidentemente, os dois maiores grupos de aracnólogos atuam hoje nestas regiões e estas são as coleções que
têm apresentado maior crescimento nos últimos cinco anos. As coleções de Porto Alegre (MCN-FZB/RS e
MCP/PUCRS) são compostas em sua maior parte de material regional e coletas representativas da região amazônica
(Lise, 1998; Buckup & Marques, 1989; Marques & Buckup, 1989), mas apresentam relativamente pouco material
de outras regiões do Brasil. As duas coleções de São Paulo apresentam uma diversidade maior, com expressivo
material das regiões sudeste, nordeste e centro-oeste, mas são pouco representadas por material das regiões sul
e norte do país.
Quando comparamos todo o acervo nacional de aranhas com coleções americanas, percebemos o pouco
material que temos estocado. Basta comparar com duas das maiores coleções americanas, do “American Museum
of Natural History”, em Nova Iorque e do “Museum of Comparative Zoology”, na Universidade de Harvard,
ambas nos Estados Unidos da América do Norte. A primeira apresenta mais de um milhão de espécimes de
aracnídeos em seu acervo e a segunda está próxima da marca de um milhão de exemplares, sendo que boa parte
destes acervos é de material neotropical (Coddington et al., 1990; Arnett et al., 1993). Além disso, a maioria dos
tipos de espécies descritas para o Brasil está depositada em coleções européias e americanas. Com relação aos
demais países sul-americanos, merecem destaque as coleções da Argentina (La Plata e Buenos Aires), Uruguai
(Montevideo) e Peru (Lima), que, no geral, equivalem às maiores coleções do Brasil, em diversidade e número
de espécimens.

5. Áreas amostradas

Apenas recentemente os países da Região Neotropical voltaram seus olhos para o estudo de sua
biodiversidade de Arachnida, organizando inventários e divulgando-os através de trabalhos, como é o caso do
México (Jiménez, 1996); Peru (Silva, 1992; 1996, Silva e Coddington, 1996) e da Colômbia (Flórez & Sanchez,
Araneae 51

1995; Flórez, 1996). Na tabela 2 apresentamos dados preliminares de algumas áreas neotropicais inventariadas.
No Brasil estes trabalhos ainda não são tão significantes e os poucos divulgados abordam áreas restritas, em sua
maioria na região amazônica (Höfer, 1990; Borges & Brescovit, 1996; Martins & Lise, 1997; Lise, 1998). Isto não
deixa de ser interessante quando observamos que a área amazônica começou a ser trabalhada apenas recentemente.
Outras áreas, como as das regiões do nordeste e do centro-oeste, têm sido pouco exploradas, com acervo
mínimo de aranhas em coleções brasileiras. Na região sul, podemos destacar o Rio Grande do Sul como o estado
mais bem amostrado e cujas coleções, do MCN-FZB/RS e MCP-PUCRS, possuem excelente acervo (tabela 1).
Na região sudeste, São Paulo se destaca nas amostragens do IBSP e MZSP (tabela 1), mas dos estados de Minas
Gerais e Rio de Janeiro temos pouco material tombado em coleções.
No Brasil estima-se que as áreas com maior diversidade seriam as da Floresta Atlântica e Região Amazônica
(tabela 2). Atualmente estas áreas são as que têm maior representatividade de espécies nas coleções brasileiras.
Em relação a outras unidades fitogeográficas do Brasil (segundo Rizzini, 1997) podemos afirmar que existe
muito pouco material nas coleções originárias do Cerradão, Cerrado, Floresta de Araucária e Pantanal. Praticamente
inexistem espécimens da caatinga, manguezais, campos de altitude, savanas e restingas, em nossas coleções.
Apesar do grande número de espécimens e espécies nas coleções de São Paulo, estas amostras, em geral,
foram obtidas através de coletas aleatórias, e não de coletas extensivas orientadas por uma metodologia que
permitisse obter dados de riqueza e diversidade das áreas. Em geral o único produto que pode ser obtido com
coletas aleatórias são listas de espécies, o que é pouco quando nos deparamos com a riqueza encontrada neste
ecótono paulista. Um exemplo é o material da Estação Biológica de Boracéia, da Floresta Atlântica do litoral de
São Paulo, depositado no MZSP. Recentemente, com financiamento da FAPESP, algumas áreas da Floresta
Atlântica do Brasil, com ênfase no estado de São Paulo, estão sendo inventariadas com mais critério e metodologia
de coleta mais abrangente. A tabela 2 mostra dados muito preliminares das coletas realizadas no triênio 1996-
1998. O maior problema em São Paulo é em relação à Floresta Estacional Semidecídua, que ocorre no interior
do estado e que está seriamente ameaçada por atividades agropastoris. Apesar de existirem mais de 30 unidades
de conservação contendo esta formação vegetal, o material araneológico em coleções originário desta área é
irrisório. Além desta área, podemos destacar os mangues e restingas do estado, em geral ameaçados pela especulação
imobiliária, dos quais praticamente não existem aranhas em nossos acervos.

Tabela 2 - Lista preliminar das localidades com amostragens de aranhas na Região Neotropical.

Métodos Tempo
Localidades Famílias Espécies Fonte
de coleta de coleta
MÉXICO (para o país) 413 2506 Jiménez (1996)1
PERU
Res.Nat. Pacaya/Samiria 39 1000 vários* 4 semanas Silva (1996)
Andes peruanos (8 localidades) 38 750 vários 6 meses Silva (1992)
Pakitza 33 498 vários 2 meses Silva & Coddington (1996)
COLÔMBIA (para o país) 49 680 Flórez & Sanchez (1995)1
Depto Valle del Cauca 26 196 vários 15 dias Flórez (1996)
BRASIL
Campus UFAC-Rio Branco, AC 28 72 vários 7 dias Vieira & Brescovit (dados pess.)
Res.Extr.Pimenteira, Xapuri, AC 31 190 vários 5 dias Brescovit & Höfer (dados pess.)
Res.Extr.Catuaba, Rio Branco, AC 27 145 vários 5 dias Brescovit & Höfer (dados pess.)
Res.Extr.Humaitá, Rio Branco, AC 31 230 vários 5 dias Brescovit & Höfer (dados pess.)
P.N.Serra do Divisor, AC 34 300 vários 30 dias Vieira & Brescovit (dados pess.)
Reserva Ducke, Manaus, AM 53 472 vários 4 anos Höfer (com. pess.)
Mamirauá, AM 22 102 vários 20 dias Borges & Brescovit (prelo)
Tarumã Mirim, Manaus, AM 32 140 vários 2 anos Höfer (1990)
52 A.D. Brescovit

Métodos Tempo
Localidades Famílias Espécies Fonte
de coleta de coleta
Rio Atininga, Manicoré, AM 22 95 vários 5 dias Brescovit & Höfer (dados pess.)
Barreira Matupiri, Manicoré, AM 20 85 vários 3 dias Brescovit & Höfer (dados pess.)
Rio Mapiá, Borba, AM 20 120 vários 4 dias Brescovit & Höfer (dados pess.)
Caxiuanã, PA 26 135 vários 10 dias Martins & Lise (1997)
Ilha de Maracá, RR 32 270 vários 21 dias Lise (1998)
Horto Dois Irmãos, PE 15 53 guarda-chuva entomol. 1 dia Brescovit (dados pess.)
Mata do Crasto, SE 25 105 vários 3 dias Brescovit (dados pess.)
Areia, PB 21 48 manual noturna 2 dias Brescovit (dados pess.)
São José da Mata, PB 21 64 vários 4 dias Brescovit (dados pess.)
Uberlândia, MG (cerrado) 16 50 pitfall 6 meses Cunha (com. pess.)
São Paulo 44 600 vários Pinto-da-Rocha (com. pess.)2
Boracéia 36 230 vários Pinto-da-Rocha (com. pess.)2
E.E. Juréia/Itatins 42 210 vários 2 semanas Brescovit et al. (prelo)
Tapiraí 28 115 vários 5 dias Brescovit (dados pess.)
I. Queimada Grande 25 70 vários 8 dias Brescovit & Bertani (dados pess.)
Faz. Angelin, Ubatuba 12 40 guarda-chuva entomol. 4 dias Brescovit (dados pess.)
I. Cardoso 19 31 pitfall 60 dias Fowler & Venticinque (1995)
I. Alcatrazes 21 37 vários 5 dias Brescovit & Bertani (dados pess.)
* vários: associação de vários métodos na mesma coleta.
1, Consulta bibliográfica
2, Material tombado coleção do MZSP.

6. Recomendações

Como muito pouco é conhecido sobre a fauna araneológica do estado ou mesmo a do Brasil, é difícil dizer
se existem espécies de aranhas em perigo de extinção. Muito provavelmente existem, e isto se deve, principalmente,
à destruição de extensas áreas ou áreas com alto índice de endemismos, como ocorre, por exemplo, no sul da
Bahia.
Hoje existe um esforço geral dos atuais araneólogos para amostrar a nossa fauna de aranhas. Este esforço,
em geral, é compensado por novas descobertas no grupo, como os exemplos a seguir. Kraus & Kraus (1992)
descreveram uma espécie nova de Stegodyphus, S. manaus, da família Eresidae, para a região de Manaus, na
Amazônia Central. Espécies desta família ou mesmo deste gênero só eram conhecidas da Península Ibérica, do
oeste da África e leste de Burma, na Ásia. Outro caso recente, mas para América do Sul, é a ocorrência de uma
espécie da família Gallienellidae para o norte da Argentina (Goloboff, 1997). Espécies desta família eram
considerados, até o momento, restritas à África e à Austrália.
Podemos sugerir algumas medidas que em muito aumentariam o conhecimento deste grupo animal e
tornariam nossos acervos mais modernos e representativos.
· Proteção de áreas seriamente ameaçadas de destruição, como cerradão, manguezais, restingas e a Floresta
Atlântica;
· Maior facilidade de acesso, para os aracnólogos e especialistas em geral, às unidades de conservação do
estado e do país, com menores restrições para a coleta de artrópodes, uma vez que geralmente as
amostras devem ser numerosas para que se obtenham animais adultos e de ambos os sexos;
Araneae 53

· Linha regular de crédito, dos órgãos de fomento para conservação, ampliação e manutenção das grandes
coleções científicas;
· Desestímulo à criação de pequenas coleções em institutos ou universidades que não tenham condições
de mantê-las ou, pelo menos, incentivar que duplicatas deste material sejam depositadas nas grandes
coleções científicas;
· Diversificação das modalidades de bolsa de Iniciação Científica, implementando bolsas específicas para
trabalho de curadoria;
· Incentivo a pesquisadores e alunos que realizam amostragens de artrópodes nas quais o interesse principal
não são os aracnídeos, para que guardem e distribuam o material excedente para as coleções científicas
de seus estados.
· Formação de mão-de-obra especializada em levantamentos zoológicos, que poderiam receber o nome de
“parataxonomistas”, como os que atuam hoje na Costa Rica, auxiliando nas coletas e identificação do
material oriundo dos inventários biológicos (Overal & Mascarenhas, 1993);
· Prioridade e apoio para projetos de longa duração com aranhas, principalmente aqueles que são
desenvolvidos em áreas de risco ou em áreas protegidas;
· Informatização das coleções, com programas compatíveis com os de outras instituições do país, para
facilitar o intercâmbio de dados.

7. Agradecimentos

A Fernada Pires Ohlweiler, Hilton Ferreira Japyassú e Rogério Bertani, pela revisão do texto e sugestões ao
trabalho. A Hubert Höfer, por permitir a inclusão da foto no trabalho e à FAPESP (processo n° 1996/7052-9).

8. Literatura citada

Arnett, R. 1993. The insect and spider collections of the world. 2°° Edition. St. Lucie Press, 364p.
Arrozpide, R.F. 1986. Catalogo de tipos de Arachnida (ARANEAE) del Museo de La Plata. Série Técnica y
Didáctica del Museo de La Plata 12: 1-63.
Beatty, J.A. 1970. The spider genus Ariadna in the Americas (Araneae, Dysderidae). Bulletin of the Museum of
Comparative Zoology, 139: 433-518.
Bonaldo, A.B. 1994. A subfamília Eutichurinae na região neotropical, com a revisão do gênero Eutichurus
Simon, 1896 (Araneae, Miturgidae). Iheringia, sér. zool., 76: 101-159.
Bonnet, P. 1955-1959. Bibliographia Araneorum. Toulouse, Ed. Douladoure, v. 2, pte I-V, 1-5058.
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